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Tem sua origem nos cantos da sinagoga e não nos cantos do templo judaico como pensaram os
historiadores até meados do século XX. Esse canto praticado nas reuniões das primeiras
comunidades cristãs da Judéia , Grécia, Egito, Antióquia e outras regiões da Ásia Menor foram
introduzido em Roma por escravos e viajantes que procediam dessas regiões.
Foi cultivado no ocidente durante os três primeiros séculos d.C. pelos adeptos do cristianismo
que, perseguidos pelas autoridades romanas, reuniam-se nas catacumbas para orar e manter
viva a fé cristã.
Era basicamente um canto monódico, sem acompanhamento instrumental, guardando forte
conotação com suas origens orientais e gregas.
O Templo foi perdendo essa posição relevante à medida que o cristianismo ia-se expandindo: "Temple
sacrifice, which was essential to Jewish cult, became increasingly peripheral for emerging Christianity,
especially with the mission to the Gentiles". Trad.(O sacrifício no Templo, que era essencial ao culto
judaico, tornou-se cada vez mais periférico para o cristianismo emergente, especialmente com a missão
dos gentios) Os cultos das diversas sinagogas voltavam mais sua atenção para o ensino e a leitura das
Escrituras. Para esses neoconvertidos ao cristianismo, as tradições que mais se arraigaram no novo
contexto foram as trazidas da sinagoga, cujos frequentadores eram as pessoas mais simples que viviam
fora de Jerusalém. O Templo já não era mais o local apropriado para o culto cristão por causa da mudança
de ênfase, agora mais voltada para a Palavra e para a Eucaristia:
Os cristãos continuaram a usar as mesmas orações que todos os judeus piedosos costumavam fazer, mas
não ficaram totalmente afastados dos núcleos de adoração judaicos:
Enfim, o legado dos judeus para a música do culto da primeira comunidade cristã englobou em grande
parte bagagem da sinagoga, mas ainda, posto que minoritariamente, práticas do Templo. O caráter não-
profissional da música, os textos litúrgicos e a liderança leiga dessa comunidade foram tradições legadas
pelo culto da sinagoga. A hierarquia, as cerimônias e os rituais, a organização do Ano Eclesiástico vieram
do culto formal do Templo. Esse legado serviu-se de dois tipos de tradição: a profética e a levítica. A
tradição da sinagoga legou uma prática espontânea, própria de ambientes não formais e menores,
chamada "profética". A do Templo legou a liturgia organizada, a "levítica".
Texto da doutora Denise Cordeiro de Souza Frederico, extraído obra Cantos Para o Culto Cristão , Ed. Sinoda, 1998