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A MÚSICA NA CULTURA HEBRAICA

Introdução

A Bíblia não nos forneceu um tratado ou um capítulo sobre música, mas as abundantes
citações sobre ela ali presentes são praticamente a única fonte de informações que dispomos
para estuda-la. Para os judeus a música não era vista como uma ocupação a ser perseguida
por si mesma – a arte pela arte, simplesmente para o deleite pessoal - mas ela era sempre
funcional e desempenhava um papel importante na vida dos israelitas acompanhando-os
em muitas ocasiões. Já no princípio, em Gênesis 4:21, encontramos várias citações de
instrumentos: a lira (kinnor), a flauta (ugav),a trombeta de chifre de carneiro (shofar),
o tamborim (tof), a trombeta de prata (hatsotserah, entre outros.
Esses instrumentos (com exceção da trombeta de prata) eram típicos de uma civilização
nômade: pequenos, portáteis e fabricados com materiais encontrados facilmente no
contexto geográfico e econômico do nomadismo, como juncos, peles de animais, madeira,
cascos de tartaruga, etc. Podiam ser tocados como instrumentos solo ou usados para
acompanhar o canto.
Os instrumentos musicais também eram formas importantes de comunicação. Exclamações
ou aclamações eram usadas para celebrar a descoberta de um poço, para marcar um pacto
com uma tribo ou um chefe, para emitir sinais no deserto e nas batalhas bem como para
acompanhar festas e celebrações.

A herança deixada pelos judeus para a comunidade cristã dos primeiros tempos foi de dois
tipos: a liturgia, legada pelo Templo e a profética, legada pela sinagoga. Como os judeus
que aderiram ao cristianismo provinham de pequenos centros onde só haviam sinagogas,
a tradição que mais se arraigou foi a profética onde a participação dos fieis era mais
espontânea e os cantos mais simples, porem mais cheios de fé e devoção.

Os diversos cantos da sinagoga

a) Cantilena bíblica
Narrativas, leituras
Era um canto silábico, geralmente entoado sobre ou em torno de uma mesma nota, com
formulas cadenciais as vezes melismáticas;
b) Salmo
Poema religioso
Entoado sobre estruturas modais simples, constituídos de motivos que atuam como
formulas terminais e iniciais, extraídos de uma determinada região da escala ou modo.
Podia ser de louvor, de súplica, de agradecimento.
Cantado por um chantre (cantor principal) que interpolava com um outro cantor em
estilo responsorial ou com o coral, intercalando os versos em estilo antifonal.
c) Hino
Ou oração, eram cantos de louvor e pressupunham uma maior amplitude da linha
melódica e o uso de melismas ( movimento melódico entoado sobre a vogal de uma
sílaba do texto).

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