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OBJETIVO: Conhecer as diversas épocas culturais e nas quais o culto da Igreja de Deus se
encarnou, como ai foi celebrado, para ter presente as novas exigências das culturas hoje. Cada
época celebrou fundado na Sagrada Escritura, padres e nas concretizações litúrgicas das Igrejas do
Oriente e do Ocidente.
A liturgia cristã primitiva passou por sérias e duras rupturas com a liturgia judáica, pela
convicção de que não eram mais ritos capazes e salvar para sempre e privados do Espírito. Com o
advento do mistério pascal, todos os sinais prefigurativos cessaram. O Sábado, a circuncisão, as
cerimônias do templo, os sacrifícios, e as diversas prescrições legais caducaram. Rompendo com o
culto sacerdotal templário, se embasam nas expressões religiosas da piedade da vida sinagogal e da
comunidade de Qumrân.
O novo aceno está em adorar o Pai no Espírito e na Verdade da Palavra Revelada, ou
precisamente, adorar o Pai, por meio de Cristo Vivo, no Espírito Santo, presente na comunidade dos
santos.
O novo culto é espiritual, trinitário, eclesial e escatológico, dentro da mais rica criatividade,
espontaneidade e liberdade de expressão, desde que conforme a sã hortodoxia.
Período marcado pela abertura e transição da fé pascal para novas culturas. É a passagem do
Evangelho de Cristo do mundo hebraico e aramáico ao mundo helênico através da língua siríaca e
grega (Koiné) e latim.
-Epístola dos Apóstolos (Séc. II 130/140) - Celebração pascal anual como momento da
morte do Senhor, porém, não no 14 de Nisan, ou qualquer dia, nas somente no Domingo.
-Liturgia de festa comenorando a morte de Jesus celebrada por todos os apóstolos, durante a
noite, em vigília até o galo cantar, e terminava com a ceia eucarística.
-Domingo, dia primordial de festa, marcado pela: pela celebração eucaristia que proclamava
a morte do Senhor; dia único para a ordenação do Bispo, Presbítero e Diácono; iniciação cristã;
louvor divino (orações comunitária).
Eucaristia estreitamente cristológica - sintética; desenvolvendo a história da salvação;
influência do mundo helênico-cristão (elementos do ser, como fundamentos de todas as coisas).
-Apologias: Judaísmo e cristianismo. A teologia apologética do século II "culto sem
derramamento de sangue, sem sacrifícios materiais", leva a discutir com grupos que queriam a
verdade, fundamento do culto aos deuses. Daí a grande novidade culto cristão no espírito e na
verdade.
Os ritos pagãos: iniciação na comunidade, ritos de passagens, onde os iniciados vivem
juntos. Assim na Eucaristia, o gesto de lavar os pés, pois Jesus assim o fizera. A Igreja condenava
os ritos mistéricos e ponderava-os na liturgia. Ex: escrutínios para o batismo, que era típico dos
ritos mistéricos pagãos.
b) As Insígnas Litúrgicas: A Capa Magna que cobria o Imperador e seu cavalo, agora será
usada pelos Bispos e padres (aliança entre Igreja e Império). O Bispo preside no lugar de Deus, com
toda a majestade. Logo, a importância da sede para presidir, como sede de magistrado e símbolo da
dignidade divina, do triunfo. O Bispo tem jurisdição civil, exercendo forte influências nas decisões
do governo temporal.
As etiquetas da corte imperial são assumidas pela liturgia: saudação, beijo, genuflexão,
aclamação, procissão de triunfo (espécie de parusia do Senhor). Entram os pronomes de tratamento
para os dignitários investidos pela poder e a dignidade da ordem.
As vestes, mitra, anel, escola cantorum, fogo, o palium qual imperador (são os elementos
que se encontram no rito solene de entrada). São as influências imperiais na liturgia: o Bispo de
Roma como Pontíficie Máximo, equiparado ao Imperador; Bispos e padres formam uma espécie de
Senado Romano. A entrada do Imperador nos eventos com muita pompuosidade, influência na
abertura da missa. Retrato do Imperador assim o retrato do Papa. A carreira eclesiástica modela
como a carreira civil. A Igreja diante da festa pagã "Natalis solis invicti", inspira a festa do Natal
cristão.
Período do desenvolvimento pleno das famílias litúrgicas ocidentais e os ritos orientais até a
uniformidade.
4. LITURGIA ROMANA CLÁSSICA - ROMANIDADE DA LITURGIA FIM DO
SÉC. IV ATÉ SÉCULO VIII
1). Elementos formais: ritos sóbrios, breves, delicado, prático (canto somente para cobrir os
momentos);
2). Elementos teológicos: os conteúdos dos ritos. Ex. Cano Romano, onde só o Bispo ia ao
altar, com sobriedade, severo, ninguém abria a boca. Devido a centralização na razão, nunca se
exprimia os sentimentos. Deus é invocado secamente. Eucaristia, não para comer e beber, mas panis
celesti.
3) Estilo: cursus, marcada pela cadência.
Com a aliança entre papado e os francos (754), dar-se a passagem da liturgia romana a
franco-germânica.
Os livros litúrgicos romanos passam cedo para o território franco-germânico. O Gelasiano
Vetus (séc.VIII) sob Pepino, um Gregoriano (do papa Adriano sobre Carlos Magno), os Ordines
Romanus, encontrando-se com a liturgia galicana, geraram muitas influencias, sobretudo, quando
os peregrinos impressionados com a liturgia romana, transportaram-na para o novo reino.
Qual o fim de unificar toda a liturgia ? Por vontade do Rei Stefânio II (754), que queria
reinar mais unido a Roma e poder manter viva a única liturgia. Admirando a liturgia romana por ser
clara, lógica, essencial e ordenada, se poderia demonstrar maior veneração à Igreja de Pedro, pois
quanto mais unido a Pedro (Igreja de Roma), maior é a garantia de salvação.
Nesse período, cada diocese tinha a sua própria liturgia, e por questão política, se controla a
liturgia como meio de controlar a Igreja.
O Papa Adriano I, ofereceu um sacramentário Gregoriano a Carlos Magno que foi adaptado
e se tornou o "gregoriano adriano com suplemento". Este Sacramentário originou mais tarde o
Pontifical romano germânico do século X.
Este período é importante pela inculturação da liturgia ao gênio franco-alemão: os elementos
romanos clássicos são alterados. Somente depois, Roma os purificará, gerando o rito romano puro,
típico.
História: Papas Inocêncio III até Bonifácio VIII. Império Barbarossa até Ferdinando III
(1252). Figuras extraordinárias: S Domingos, S. Francisco, Clara, etc..
A Cúria: Papa mais os capelães: comunidade residindo no palácio Papal Laterano,
fazendo o ofício em comum. Os mendicantes expandem a liturgia da cúria romana (os frades
memores). Os pregadores (dominicanos) expandem a liturgia tipo franco-romano.
Livros: pontifical da Cúria Romana; pontifical Guilherme Durand Missal e breviário.
Vida litúrgica: séculos de muito vigor, grandeza, marcada pela influência monástica,
ou no apogeu com os doutores escolásticos. O Positivo: dois séculos de crescimentos pelos frades
mendicantes. Negativo: clero faz, povo passivo, basta só vê e com pouca comunhão. Método
alegórico.
Característica da piedade diante de Jesus: mais realista, mais humano e mais
intimista; altares relicários, novas imagens de Jesus e de Maria; novas vestes; missas multiplicadas
com explicações alegóricas. A liturgia da cúria papal para a liturgia paroquial porém já adaptada.
No século XIV e início do século XV - alta idade média período de grave crise e
decadência na liturgia. Crise de autoridade na Igreja, cisma ocidental, tendo dois papas (1379-
1417).
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B. NEUNHEUSER: Storia della Liturgia attraverso le epoche culturali, CLV, Roma 1983;
E. CATTANEO, Il culto cristiano in occidente, CVL, Roma 1992;
B. NEUNHEUSER, História da Liturgia, in DL, Paulinas, S. Paulo 522-543;
A. G. MARTIMORT, A Igreja em Oração - Princípios da Liturgia, Vol. I, Vozes, Petrópolis 61-90.