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Definição
“Urbanismo é uma disciplina e atividade técnica relacionada com o estudo, regulação, controle e
planejamento da cidade. Sua definição, porém, varia de acordo com a época e lugar. No entanto,
costuma-se diferenciá-lo da simples ação urbanizadora por parte do homem, de forma a que o
urbanismo esteja associado à idéia de que as cidades são objetos a serem estudados, mais do que
simplesmente trabalhados. Também, entretanto, não é uma disciplina que se confunde com ramos
de outras ciências mais amplas, como a geografia urbana ou a sociologia urbana e o planejamento
urbano.”
E ainda: “Mostra-se, portanto, como uma ciência humana, de caráter multidisciplinar, inserida no
contexto de uma sociedade, em processo de constante crescimento demográfico, e respondendo a
uma forte pressão de civilização e urbanidade, enfrentando suas demandas e problemas. Numa
perspectiva simplista, o urbanismo é a ação de projetar e ordenar espaços construídos. No entanto,
sob um ponto de vista amplo, o urbanismo pode ser entendido também como um conjunto de
práticas e idéias. Portanto, apesar da matéria prima do urbanismo ser a arquitetura, o estudo do
urbanismo dialoga com outras disciplinas, tais como, a ecologia, geologia, geografia e outras
ciências.”
“A palavra Urbanismo tem sua origem na palavra latina urbs-urbis, que significa exatamente cidade”
e por isto, pode-se dizer que é uma ciência que “se encarrega da urbanização de uma cidade”.
“O termo urbanismo está definido como o conjunto das questões relativas à arte de edificar uma
cidade”. Ou seja, “é a forma que os profissionais implicados na ação utilizam para expressar sua
maneira de ver a cidade”.
Esse conceito surgiu mais ou menos depois da revolução industrial porque existia a necessidade
de encontrar soluções para arrumar o estado de caos em que se encontravam as cidades na época.
Hoje em dia o planejamento urbano está cada vez mais crescente, devido ao crescimento massivo
das grandes cidades e à necessidade de espaços alternativos que este crescimento demanda. Isto
tem como resultado fatores importantes para resolver, como:
O URBANISMO NO BRASIL
No Brasil, o urbanismo só começou a ser efetivamente utilizado a partir do fim do século XIX, quando
foi fundada a cidade de Belo Horizonte, cujo plano começou a ser elaborado em 1894, pelo
engenheiro Aarão Reis, substituído depois por Francisco Bicalho.
Tem estudos também sobre Goiânia, que foi construída para substituir a capital do Estado a antiga e
colonial Vila Boa de Goiás, fundada em 1933, e obedecendo ao plano do arquiteto Attilio Corrêa
Lima, primeiro urbanista formado do Brasil.
Mas o caso mais famoso de urbanismo no Brasil se deu em Brasília, que é o terceiro grande exemplo
brasileiro de cidade projetada. O projeto da atual capital brasileira, escolhido por concurso nacional, é
de autoria do arquiteto Lúcio Costa, cuja obra urbanística foi profundamente influenciada pelas idéias
de Le Corbusier.
LE CORBUSIER
Famoso arquiteto e urbanista, Le Corbusier era Suíço-Francês, já que nasceu na Suíça e se tornou
um cidadão francês em 1930. Além de arquiteto e especialista em planejamento urbano, era também
designer, pintor, escritor e um dos pioneiros do que é chamado hoje de Arquitetura Moderna.
Sua carreira se expandiu por cinco décadas, com seus edifícios construídos ao longo da Europa,
Índia, e América.
Dedicado a fornecer melhores condições de morar para os residentes de cidades lotadas, Le
Corbusier influenciou o planejamento urbano e foi membro fundador do Congrès International
d’architecture moderne (CIAM). Corbusier elaborou o “Master Plan” para a cidade planejada de
Chandigarh, na India, e contribuiu com projetos específicos de vários edifícios no local.
Por muito tempo os oficiais franceses fracassaram em lidar com o crescimento da miséria dos
subúrbios e favelas parisienses, e Le Corbusier buscou maneiras eficientes de abrigar um grande
número de pessoas, em resposta à crise habitacional urbana. Ele acreditou que sua arquitetura, nova
e moderna, proporcionaria uma solução organizacional que aumentaria a qualidade de vida das
classes mais baixas.
A pedido do governo francês, ele desenvolveu uma de suas obras mais famosas, a Unité
D’Habitation, um projeto de habitação em massa, afim de resolver a questão da moradia e da cidade,
tudo num mesmo edifício.
UNITÉ D’HABITATION
O Unité é um bloco maciço situado num ponto elevado em Marselha, França, e foi construído a custo
baixo para o Governo, e barato também para repasse aos moradores.
O mesmo “proporcionaria silêncio, tranquilidade, luz solar, espaço e área verde: um lugar perfeito
para acolher a família”, segundo suas próprias palavras.
Trata-se de um edifício de apartamentos, em concreto aparente, com várias propostas e usos num
mesmo local. Ou seja, por todo o bloco distribuem-se vários espaços de lazer e de convivência,
onde, a meia altura do edifício encontram-se lojas e hotéis. Há também clubes e salas de reuniões, e
no teto-terraço do edifício, localizam-se espaços de recreação.
O edifício foi um grande sucesso e logo incendiou a imaginação de jovens arquitetos em toda a
Europa, já que era a representação mais pura da integração, já que o conceito de juntar tudo num
mesmo edifício, transformaria o mesmo numa comunidade viva. Em outras palavras, o Unité era
mais que um mero lugar pra morar.
O Plano Diretor está definido no Estatuto da Cidade como instrumento básico para orientar a política
de desenvolvimento e de ordenamento da expansão urbana do município.
Não é tarefa fácil construir uma definição do que seja um plano diretor, uma vez que estes têm sido
alvo de diversas definições e conceituações, e suas características têm variado de município para
município.
Percebendo isso, Villaça (1999) enfatiza a falta de uma conceituação amplamente aceita para o que
seja plano diretor, argumentando que não existe um consenso entre os atores envolvidos na sua
elaboração e utilização – engenheiros, urbanistas, empreendedores imobiliários, proprietários
fundiários, etc. – quanto ao que seja exatamente esse instrumento.
Seria um plano que, a partir de um diagnóstico científico da realidade física, social, econômica,
política e administrativa da cidade, do município e de sua região, apresentaria um conjunto de
propostas para o futuro desenvolvimento socioeconômico e futura organização espacial dos usos do
solo urbano, das redes de infra-estrutura e de elementos fundamentais da estrutura urbana, para a
cidade e para o município, propostas estas definidas para curto, médio e longo prazos, e aprovadas
por lei municipal. (VILLAÇA, 1999, p. 238)
É plano, porque estabelece os objetivos a serem atingidos, o prazo em que estes devem ser
alcançados […], as atividades a serem executadas e quem deve executá-las. É diretor, porque fixa
as diretrizes do desenvolvimento urbano do Município. (SILVA, 1995, p. 124 – grifos no original)
O Plano Diretor pode ser definido como um conjunto de princípios e regras orientadoras da ação dos
agentes que constroem e utilizam o espaço urbano. (BRASIL, 2002, p. 40).
Pessoalmente, me agrada mais esta última definição, introduzida após a aprovação do Estatuto da
Cidade e obedecendo aos seus princípios. Segundo a definição adotada, o plano diretor deve ser um
instrumento que orienta todas as ações concretas de intervenção sobre o território,
independentemente do fato dessas ações serem levadas a cabo pelos indivíduos, pelas empresas,
pelo setor público ou por qualquer outro tipo de agente.
Portanto:
Plano diretor é um documento que sintetiza e torna explícitos os objetivos consensuados para o
Município e estabelece princípios, diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as
decisões dos atores envolvidos no processo de desenvolvimento urbano convirjam, tanto quanto
possível, na direção desses objetivos. (SABOYA, 2007, p. 39)
Dizer que o plano é um documento significa que ele deve ser explicitado, ou seja, não pode ficar
implícito. Ele precisa ser formalizado e, no caso do Brasil, essa formalização inclui a aprovação de
uma lei do plano diretor na Câmara.
Em segundo lugar, o plano deve explicitar os objetivos para o desenvolvimento urbano do Município.
Quando se deseja planejar algo, um elemento fundamental é poder responder à pergunta: “O que eu
quero?” ou: “O que nós queremos?”. Esses objetivos não são “dados”, ou seja, não estão definidos a
priori. Eles precisam ser discutidos democraticamente e consensuados de alguma maneira. A
diversidade das cidades faz com que seja normal a existência de objetivos conflitantes e, por isso,
discutir sobre os objetivos pode ajudar a encontrar soluções que contemplem mais de um ponto de
vista.
Para poder planejar é preciso saber aonde se quer ir. O plano diretor deverá definir o caminho a ser
seguido.
ZONEAMENTO
Zoneamento é um conceito da área do urbanismo, que significa zonear, ou seja, separar uma
cidade por zonas específicas, de acordo com as atividades existentes em cada uma delas.
O zoneamento começou a ficar mais popular como ferramenta de planejamento urbano durante o
século XX, onde começaram a ser aplicadas leis que regulavam a utilização dos espaços urbanos.
Uma zona designada como residencial tem por objetivo a construção de edifícios que sejam casas
de pessoas. Uma zona comercial é um local onde é possível encontrar lojas e uma zona industrial é
caracterizada por possuir instalações que funcionam como fábricas, etc. Uma zona classificada
como mista é aquela que pode ser usada para mais de um fim.
Outros exemplos de diretrizes podem ser vistos no artigo Planos Diretores como instrumento de
orientação das ações de desenvolvimento urbano. O importante é que o plano defina o caminho, que
seja capaz de direcionar as iniciativas isoladas para que, no conjunto, o todo seja maior que a soma
das partes.
“...Na execução da política urbana, de que tratam os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, será
aplicado o previsto nesta Lei.”
“...Para todos os efeitos, esta Lei estabelece normas de ordem pública e interesse social que
regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos
cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.”
“...A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade
e da propriedade urbana, mediante algumas diretrizes gerais...”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Estatuto da Cidade: guia para implementação pelos municípios e cidadãos. 2 ed. Brasília:
Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2002.
SABOYA, Renato. Concepção de um sistema de suporte à elaboração de planos diretores
participativos. 2007. Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia
Civil – Universidade Federal de Santa Catarina.
SILVA, José Afonso. Direito urbanístico brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1995.
VILLAÇA, Flávio. Dilemas do Plano Diretor. In: CEPAM. O município no século XXI: cenários e
perspectivas. São Paulo: Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam, 1999. p. 237 – 247.