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DA CIDADE
Introdução
O movimento moderno foi uma vertente que surgiu após a Revolução
Industrial com o objetivo principal de criar soluções e estratégias para
melhorar as cidades, demonstrando a importância do planejamento
urbano e do estudo sobre diversos aspectos da cidade, como ruas, quadras
e habitações. Esse movimento foi um marco para o século XX porque
trouxe novas visões sobre a vida nos centros urbanos; por outro lado, após
alguns anos, sofreu duras críticas em virtude de uma nova perspectiva
levantada por outros estudiosos.
Neste capítulo, você entenderá o que foi o urbanismo modernista e
quais foram as principais características desse movimento. Você também
identificará exemplos de cidades que foram projetadas com base nesse
conceito, no Brasil e no mundo. Ainda, você poderá perceber as críticas
que esse movimento recebeu ao passar dos anos.
Cidade de Brasília
Brasília foi inaugurada no dia 21 de abril do ano de 1960 e é Patrimônio Cultural
da Humanidade, tendo a maior área urbana inscrita na lista de Patrimônio
Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO). De acordo com Buchmann (2002), a ideia de construir uma
nova capital para o Brasil surgiu ainda no ano de 1789, em virtude de acharem
o Rio de Janeiro muito vulnerável a ataques, por estar situado no litoral. Foi
sugerido que a nova capital fosse localizada na região do planalto central.
Através da Constituição de 1891, define-se que a Capital deve ser transferia ao
Planalto Central do país. Porém, somente no ano de 1955 Juscelino Kubitschek
promete, como campanha para ser eleito, construir a nova capital. Assim, no
ano de 1956, o então presidente do Brasil anuncia o Concurso Nacional do
Plano Piloto da Capital do Brasil, que já estabelecia os contornos do Lago
Paranoá, as localizações do aeroporto, do Palácio da Alvorada e do Brasília
Palace Hotel. A Figura 1 mostra uma vista aérea de Brasília.
Sabbag (2012) complementa que essa proposta foi escolhida porque acre-
ditaram que a monumentalidade das edificações e a forma do traçado urbano
iriam impulsionar a concretização da nova capital. Ainda, além do projeto,
foram estabelecidas estratégias para o crescimento da capital para os próximos
40 anos.
As principais características modernistas na cidade dizem respeito à
setorização extrema e à funcionalidade rígida do traçado. As áreas são
definidas em áreas residenciais, administrativa e comercial/serviços.
A estrutura hierárquica do Plano evidencia a parte residencial disposta no
eixo rodoviário e a parte administrativa e comercial no eixo monumental.
Sabbag (2012) destaca que o Plano é resultado do eixo rodoviário, eixo
monumental e da plataforma, que é a área que faz a ligação entre os dois
eixos e onde se encontra a rodoviária. Segundo o autor, a proposta foi
concebida de um gesto que traça dois eixos que se cruzam, formando uma
cruz, adaptando o Plano à topografia local, considerando o escoamento
das águas e a orientação solar. Na Figura 2, vemos o croqui do projeto do
Plano Piloto de Brasília, de 1957.
Cidades modernas no mundo 7
Figura 2. Croqui do projeto do Plano Piloto de Brasília (1957), em que se observam o eixo
monumental (ao centro), com setores de comércio, hotelaria e lazer, e as asas nas laterais,
compostas pelo setor residencial.
Fonte: Sabbag (2012, p. 64).
Cidade de Chandigarh
A cidade de Chandigarh, na Índia, cuja planta vemos na Figura 3, é um dos
grandes exemplos internacionais de urbanismo moderno. O local foi projetado
por Le Corbusier, o maior representante dessa vertente urbanista. A cidade,
que fica aos pés da Cordilheira do Himalaia, foi totalmente planejada. Segundo
Pacca (2016), a proposta de planejamento dessa cidade passou pela mão de
diversos profissionais até chegar para Le Corbusier. O local foi considerado um
grande laboratório para levantar e aplicar conceitos do urbanismo modernista
relacionados a densidade, relação entre espaço público e privado, cidade e
natureza, circulações, entre outros.
O núcleo original da cidade também foi pensado para abrigar 500 mil
habitantes, e o traçado, segundo Semin (2012), deu-se através da malha orto-
gonal desenhada com base no cardo e no decumano (conceito da morfologia
romana), considerando hierarquia de circulações e superquadras.
Um exemplo de cidade projetada em que Lefebvre (2001) critica ainda mais o urbanismo
modernista é Mourenx, localizada nos Pirineus-Atlânticos, que foi elaborada para os
trabalhadores da indústria de gás natural. Segundo o autor, a cidade é composta por
um conjunto de edifícios e torres que alternam as linhas verticais e horizontais da
cidade e rompem com a paisagem e com a porção antiga, não estabelecendo qualquer
conexão. Com isso, a cidade não contava com algum passado, porque não tinham
monumentos, igrejas, cemitérios, e, portanto, não tinha vida urbana, e prevalecia a
monotonia e o tédio.
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