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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS

ANAPOLIS CET
ESTUDOS URBANOS 1
ARQUITETURA E URBANISMO

ANA CLARA B. SILVA, ANDRESSA L. RODRIGUES, LARA BECKER

PROPOSTAS INICIAIS DO URBANISMO

Anápolis
2023/2
ANA CLARA B. SILVA, ANDRESSA L. RODRIGUES, LARA BECKER

PROPOSTAS INICIAIS DO URBANISMO

Trabalho de Estudos Urbanos Apresentado


como parte integrante do curso de
Arquitetura e Urbanismo na Universidade
Estadual de Goiás, sob a orientação da
Professora Dra. Deusa Boaventura

Anápolis
2023/2
SUMÁRIO

1 CIDADE INDUSTRIAL
1.1 CHANDIGARH, ÍNDIA
1.2 BRONDBY STRAND, DINAMARCA
1.3 VILAS OPERÁRIAS
2 CIDADE JARDIM
2.1 CONTEXTO BRASILEIRO
3 CIDADE LINEAR
3.1 CONTEXTO BRASIEIRO
4 PLANO CERDÁ
5 REFERÊNCIAS
1. CIDADE INDUSTRIAL

A Cidade Industrial concebida pelo arquiteto Tony Garnier, é um projeto urbanístico


visionário criado no início do século XX em Lyon, França. Desenvolvido entre 1905
e 1917, o plano de Garnier reflete uma abordagem inovadora para a organização
urbana, integrando ideias sociais e industriais.
A Cidade Industrial de Garnier propôs uma visão holística da cidade, combinando
zonas residenciais, industriais, comerciais e culturais em um único ambiente
planejado. Ele buscou resolver problemas urbanos, melhorar as condições de vida da
classe trabalhadora e otimizar a eficiência industrial. O projeto incluiu habitações
multifamiliares, instalações industriais, espaços verdes e comodidades públicas.
Embora a Cidade Industrial de Tony Garnier não tenha sido totalmente realizada
conforme seu plano original, ela é reconhecida como uma influência significativa no
desenvolvimento urbano moderno. Seu trabalho destacou a importância de integrar
considerações sociais, econômicas e ambientais no planejamento urbano,
influenciando futuras gerações de arquitetos e urbanistas.

1.1. CHANDIGARH, ÍNDIA


Projetada por Le Corbusier na década de 1950, Chandigarh é uma cidade que
segue princípios modernistas e abordagens planejadas, com zonas claramente
definidas para fins residenciais, comerciais e industriais. (imagem 1)

1.2. BRONDBY STRAND, DINAMARCA


Desenvolvida nas décadas de 1960 e 1970, esta área suburbana de
Copenhague incorporou ideias de planejamento urbano moderno, incluindo
zonas residenciais, parques e instalações industriais integradas. (imagem 2)

1.3. VILAS OPERÁRIAS


As vilas operárias no Brasil surgiram no final do século XIX e início do
século XX durante o período de industrialização. Construídas pelas empresas
para acomodar os trabalhadores urbanos migrantes, essas vilas tinham o
propósito de garantir moradia aos operários enquanto controlavam e
organizavam a mão de obra. Planejadas pelas próprias empresas, as vilas
consistiam em conjuntos de casas simples, muitas vezes de alvenaria, com
espaços comuns como escolas, igrejas e centros de lazer. Apesar de
oferecerem uma solução para a moradia, as condições de vida nas vilas nem
sempre eram ideais, com casas frequentemente pequenas e básicas, e
infraestrutura inadequada para o crescimento populacional, resultando em
desafios como falta de saneamento básico e acesso limitado a serviços
públicos. Em suma, as vilas operárias representam uma fase específica da
história urbana e industrial do Brasil, refletindo as condições e desafios
enfrentados pelos trabalhadores durante o processo de industrialização.
(imagem 3 e 4)

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2. CIDADE JARDIM

O conceito de Cidade-Jardim, proposto por Ebenezer Howard no final do século XIX


como resposta aos desafios da urbanização industrial, oferece uma visão visionária para
o desenvolvimento urbano. Este modelo, baseado na descentralização e na integração
harmoniosa entre vida urbana e rural, tem influenciado práticas urbanísticas em várias
regiões do mundo, inclusive no Brasil.
Howard propôs a criação de unidades autônomas com habitações unifamiliares,
limitando a população a cerca de trinta mil habitantes. A descentralização seria
alcançada ao situar essas cidades-jardins na periferia da metrópole, em faixas de terreno
que, além de possibilitarem edificações, reservariam espaço para atividades agrícolas. A
gestão coletiva da propriedade do solo e a limitação do crescimento da cidade eram
fundamentais para promover uma autogestão eficiente e evitar o desenvolvimento
desordenado.
Além disso, a proposta de Howard influenciou teorias sobre cidades-satélites e
descentralização, impactando o planejamento urbano europeu até os anos 1970. A
cidade-jardim antecipou conceitos contemporâneos de uso sustentável do solo e
planejamento integrado, evidenciando sua relevância continuada na discussão sobre o
futuro das cidades.

2.1. CONTEXTO BRASILEIRO

No contexto brasileiro, a influência do modelo de cidade-jardim é evidente em


diversos empreendimentos urbanos. Londrina, no Paraná, foi planejada com
base em conceitos similares, incorporando espaços verdes, distribuição
equilibrada de áreas residenciais e comerciais, e uma preocupação marcante
com a qualidade de vida dos habitantes (imagem 1). O bairro Cidade Jardim,
em São Paulo (imagem 2), e Alphaville, em Barueri, São Paulo (imagem 3),
também refletem a influência desse modelo.
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Imagem 2:

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3. CIDADE LINEAR

O conceito de "cidade linear" representa um modelo de ocupação do solo que, ao


longo do século XX, foi repensado de diversas maneiras, fundamentando-se na
hipótese de desenvolvimento urbanístico ao longo de uma linha. Essa linha,
idealmente uma artéria destinada ao transporte, constitui um suporte para a
urbanização progressiva, com uma distinção rígida entre áreas de diferentes usos.
Historicamente, esse modelo surge no final do século XIX como resposta a questões
relacionadas à superlotação do centro e ao crescimento da periferia nas grandes
cidades industriais, demandando uma reestruturação dos sistemas de infraestrutura.

O autor propõe uma urbanização linear, buscando evitar a superlotação do centro,


melhorar condições higiênicas e criar um equilíbrio entre cidade e natureza. A cidade
linear idealizada por Soria y Mata visa ser habitada por diversas classes sociais,
proporcionando casas organizadas e higiênicas.

O plano envolve a criação de um novo núcleo urbano próximo à capital, com uma
abordagem cooperativa. Soria y Mata destaca a importância de enfrentar problemas
habitacionais, investindo em casas econômicas para operários. Ele associa a proposta
a infraestruturas modernas como ferrovias e utiliza metáforas orgânicas para
descrever a relação da cidade linear com a natureza.

Além disso, o autor defende a propriedade privada da terra e um parcelamento


rigoroso em lotes edificáveis como forma de evitar especulações. Ele acredita no uso
misto e sobreposto do solo, distribuindo edifícios comerciais, públicos e áreas de
recreação pela cidade linear.

3.1. CONTEXTO BRASILEIRO

No contexto brasileiro, a aplicação do modelo de cidade linear ganha


destaque, e o Setor Sul em Goiânia (imagem 1) é um exemplo notório desse
conceito. Inspirado nas preocupações materiais, como a superlotação urbana e
o crescimento periférico em resposta à industrialização, o modelo da cidade
linear propõe uma abordagem de urbanização sucessiva ao longo de uma
linha. Outros exemplos notórios são Brasília (imagem 2), Curitiba, Plano
Piloto de Goiânia (imagem 3), Novo Gama

Imagem 1:

Imagem 2:
Imagem 3:
4. PLANO CERDÁ

A atual configuração de Barcelona é largamente influenciada pelo Plano Cerdà


(1860), que representa um dos primeiros marcos significativos no que timidamente
se chamava "Urbanização". Contudo, na metade do século XIX, Barcelona estava
longe da imagem turística, cosmopolita e encantadora que ostenta hoje. Nesse
período, o rápido crescimento econômico devido à atividade portuária e à indústria
têxtil coexistia com desafios como superlotação, epidemias e insalubridade.

Diante dessa realidade, a urgência de transformar a cidade levou à concepção do


plano urbano elaborado pelo engenheiro e urbanista Ildefonso Cerdà. Embasado em
uma ideologia de "urbanismo humanista", Cerdà propôs uma estrutura de quadrícula
dez vezes maior que a superfície então existente em Barcelona, além da
implementação de um sistema de coleta de água. O plano incluiu a abertura de ruas,
a exigência de zonas verdes nas quadras, a definição de alturas máximas, a garantia
de equipamentos comunitários em intervalos regulares e o estabelecimento de zonas
industriais afastadas.

Apesar do êxito inegável do Plano Cerdà, encontrou forte resistência por parte do
Conselho Municipal de Barcelona. Em 1859, houve uma competição para selecionar
outra proposta, na qual Antoni Rovira e Trías ficaram em primeiro lugar. No entanto,
o apoio decisivo do governo central resolveu a questão no mesmo ano, quando o
Ministério das Obras Públicas promulgou um Decreto Real que exigia a
concretização do projeto do engenheiro.

Imagem 1: Imagem 2:
5. REFERÊNCIAS

CALABI, Donatella. História do Urbanismo Europeu.

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