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A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as
janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque
não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as
cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, àmedida que se acostuma, esquece o
sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os
mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas
negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra,
dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para
as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar
o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar
mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho,
para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a
televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado,
conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não
perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema
está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está
contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a
gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer
a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para
evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente
se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se
perde de si mesma.
(COLASANTI, Marina. Eu sei, mas não devia. Crônica nº 157, Jornal do Brasil. Revista de
Domingo. Em: 24/09/1972.)
1- A crônica demonstra uma questão relacionada ao cotidiano do homem urbano na
atualidade; assinale-a.
A) A velocidade do tempo em que vivemos, que nos obriga a avançar sem apreciar o que está
ao nosso redor.
B) O perigo da rotina, a qual nos concede uma série de experiências que nos dão prazer e nos
fazem sentir especiais.
D) A importância de nos tornarmos meros espectadores da nossa própria vida, a qual nos
acostumamos e “deixamos de viver”.
B) narração, visto que foram estabelecidos no texto fatos sucessivos para divulgar o tema.
C) argumentação, pois expressa um ponto de vista por meio da defesa de opinião da autora.
1-3 Considerando o título do texto e o percurso discursivo, é correto afirmar que a autora:
B) Constata, através do seu “eu” interior, que não é possível mudar a realidade sofrida.
C) Compreende que as pessoas estão deixando de viver para, apenas, manterem-se vivos.
2 - A guerra nunca deve ser vista como uma solução num problema entre dois países, mas
como um fracasso de negociações, porque ela traz prejuízos imensos, mesmo para o
vencedor. As consequências tocam em muitos e diversos espaços: não somente há mortes
de civis e militares, mas também profundas alterações na situação econômica, politica e
sanitária de um país por décadas.
4-
III- O guia pode ser definido como um gênero textual predominantemente narrativo.
TEXTO 1
(https://www.band.uol.com.br/noticias/charge-dia-internacional-das-mulheres-16587697/
amp. Acesso: 12/08/2023).
TEXTO 2
Ela recebia cerca de R$ 1 mil a menos; OUTRO LADO: Empresa diz que não compactua com
esse tipo de prática
Fernanda Brigatti
SÃO PAULO
A trabalhadora que foi à Justiça trabalhou para a Latam por quase 15 anos. Em setembro de
2018, segundo afirmou na ação trabalhista, ela e mais três colegas foram promovidos ao cargo
de supervisão de controle operacional.
Na época, ela passou a ter um salário de R$ 3.671,94, enquanto os três colegas homens
recebiam R$ 4.702,38. Segundo a defesa da trabalhadora na ação, quando ela buscou a chefia
para questionar a diferença salarial, ouviu que havia sido um erro no sistema, "mas que não
iria alterar, pois a reclamante era mulher e solteira, não tinha tantas despesas".
Testemunhas ouvidas na ação da ex-funcionária da Latam disseram entender que ela exercia a
mesma função que os outros colegas. Disseram que, em rodas de conversas, ela era chamada
de "júnior", em alusão ao salário menor.
Na ação, a Latam tentou comprovar que a função da antiga empregada era diferente. A defesa
da companhia citou, por exemplo, que o colega que ganhava mais tinha feito cursos de
formação. Para a Justiça do Trabalho, porém, a empresa não comprovou que essas formações
resultavam em diferença na produtividade.
A juíza do trabalho substituta, Cinara Raquel Roso, que analisou o caso na 13ª Vara do
Trabalho de São Paulo - Zona Sul, escreveu na sentença considerar árduas as provas de
discriminação de gênero no trabalho, "tendo em vista que na maioria das vezes a
discriminação está camuflada e é realizada de forma sutil".
Cinara Roso também escreveu considerar que eram "absolutamente presumíveis a tristeza, a
frustração e a aflição" da trabalhadora ante à sua remuneração em relação a de seus colegas
homens.
A obrigação de equiparação salarial é prevista no artigo 461 da CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho). Esse dispositivo define que "sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor,
prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá
igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade".
(https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/03/latam-e-condenada-a-indenizar-
supervisora-que-ganhavamenos-do-que-homens.shtml. Acesso: 12/08/2023).
D) A diferença salarial havia sido um erro no sistema, mas a “correção” não se justificava, pois
a funcionária, sendo mulher e solteira, não tinha tantos gastos.
E) O colega que ganhava mais que a funcionária tinha feito cursos de formação, e essas
formações resultavam em diferença na produtividade.
C) Não há entre os dois textos nenhuma possibilidade de análise intertextual, dado o fato de
que a intertextualidade pressupõe o diálogo entre dois textos de gêneros idênticos.
6-
Renato explica, no entanto, que esse arcabouço de memória é colocado em xeque cada vez
que somos confrontados com uma situação nova, desconfortável ou potencialmente perigosa.
“Todos nós temos a violência entre o rol de respostas disponíveis em nosso banco de dados.
Faz parte do nosso instinto de autopreservação. Diante de uma ofensa acionamos uma luta
entre os estímulos que nos levam à agressão e as travas que detêm esses impulsos. São travas
morais, éticas, afetivas e racionais. O importante é saber qual estímulo é capaz de ativar esse
comportamento”, diz. A educação moral e os valores em que acreditamos podem conter esses
rompantes. A afetividade também.
A pressão do grupo social em que o indivíduo vive é outro fator importante para desempatar
essa guerra interna de nervos. A necessidade de aceitação coletiva é muito mais efetiva nas
decisões individuais do que imaginamos e pode, em situações-limite, predominar sobre
qualquer mecanismo cerebral. Há essa necessidade primitiva, nos seres humanos, de serem
aceitos pelos outros e se sentirem pertencentes a um grupo. Isso é tão essencial quanto
alimentar-se, matar a sede ou dormir.
(Adaptado de Tatiana Bonumá. Revista Super Interessante, edição 184 , pp. 589. São Paulo:
Abril, janeiro de 2003)
A) Da leitura desse texto deprende-se quanto pode ser feroz a batalha entre a força dos
instintos e nossa tentativa de controlar essa força que advem deles.
B) A afetividade não é um elemento inóquo, pois ela entra como um controlador à medida em
que é eficaz em relação as forças que nos levam a dar vazão aos nossos instintos.
D) A cada momento onde nos deparamos diante de uma situação nova, nossa incapacidade de
responder imediatamente traz o risco de sermos hostis aos nossos semelhantes.
E) Assusta-nos admitir que o cérebro não é mais que um processador de dados, embora
dependa também dele o armazenamento das travas que detêm nossos piores impulsos.
6-2 O texto justifica a nossa tendência para comportamentos agressivos com o argumento de
que
B) nossas decisões partem da importância absoluta que nos damos como indivíduos.
C) nossas respostas instintivas de autopreservação podem ser violentas.
E) o meio em que vivemos não tem força para conter nossos instintos primitivos.
7-
Durante o século XX, o Brasil se consolidou como um país de famílias numerosas e gente jovem
em profusão, com maternidades sempre cheias e abundância de braços para abastecer o
mercado de trabalho, que floresceu de mãos dadas com um acelerado processo de
urbanização. Mas a passagem do tempo vem chacoalhando os pilares demográficos e trazendo
ao país um cenário de profundas transformações, tal qual ocorre nas nações mais
desenvolvidas. A constante diminuição dos nascimentos, aliada ao avanço dos idosos, confere
à sociedade uma nova face e planta complexos desafios no horizonte. O primeiro deles,
impensável meio século atrás, é como perseguir a prosperidade quando a população cresce
cada vez mais vagarosamente e caminha para o encolhimento no médio prazo, segundo
mostra o recém-divulgado Censo, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
O tão aguardado levantamento, que veio à luz com dois anos de atraso, indica que o país
atingiu a marca de 203,1 milhões de habitantes, apenas 12 milhões a mais do que na última
aferição, em 2010. O que mais chama a atenção é o lento ritmo de expansão do contingente —
0,52% ao ano em uma década, um recorde negativo. Desde 1872, data da pioneira pesquisa
censitária no Brasil, ainda na era imperial, até os dias de hoje, nunca a velocidade de aumento
populacional havia sido tão arrastada. Os números causaram espanto aos especialistas —
projeções estimavam mais 10 milhões de pessoas além da atual contagem. “O país está
envelhecendo mais rapidamente do que se sabia e, para embalar sua economia, precisará
registrar ganhos de produtividade, destravando freios ao crescimento e investindo em
educação”, diz o demógrafo José Eustáquio Alves.
Que uma transição demográfica está em curso acelerado não há dúvida. Mas os estudiosos
lançam sobre as estatísticas saídas do forno do IBGE um ponto de interrogação quanto a sua
precisão. Essa foi, de fato, uma rodada cercada de fatos atípicos, pelo menos 1 milhão se
recusaram a receber os funcionários do instituto. Mesmo que esse conjunto de fatores tenha
influenciado o resultado final (alguns demógrafos sérios calculam a população em 207 milhões,
2% a mais que o divulgado), há unanimidade sobre a direção para a qual o Brasil anda: é uma
nação que, inevitavelmente, logo percorrerá a trilha da redução populacional.
Historicamente, a população só fazia engordar até chegar ao ápice, nos anos de 1950. A partir
daí, foi gradativamente perdendo impulso. O movimento é, em parte, um retrato de mudanças
relevantes na sociedade, como o adiamento dos casamentos e o maciço ingresso das mulheres
no mercado de trabalho, o que se refletiu na queda do número de filhos.
Com tudo isso, a bem-vinda janela do bônus demográfico, que se abre quando o número de
pessoas em idade ativa supera o de crianças e idosos, deve se fechar por volta de 2035, uma
década antes do esperado. Nenhum país conta para sempre com superavit de jovens, mas o
problema no Brasil é que eles minguaram sem que a economia tenha se beneficiado como
poderia. Nação mais envelhecida do planeta, o Japão, por exemplo, escalou a um patamar de
renda alto antes de acumular cabeças brancas. “Aqui, estamos envelhecendo antes de
ficarmos ricos, mas ainda temos pela frente uns dez anos de bônus demográfico, e eles
precisam ser bem aproveitados”, afirma o economista Maílson da Nóbrega.
A equação para isso envolve a superação de velhos gargalos, como desemperrar a burocracia,
desenrolar o sistema tributário, investir para valer em infraestrutura e dar graúdos estímulos à
inovação. Em paralelo, é mandatório canalizar esforços para prover boa educação, trilha
conhecida para alcançar os tais ganhos de produtividade, fazendo mais com menos gente —
esse um mantra dos tempos atuais já vastamente abraçado pelos envelhecidos países da
OCDE, o grupo dos mais desenvolvidos.
O panorama agora traçado pelo Censo enfatiza o sentido de urgência de tais medidas. Pela
primeira vez, oito entre os vinte municípios mais populosos retrocederam em habitantes. Ao
todo, 864 cidades devem perder população — um tremendo vespeiro, uma vez que a
distribuição de verbas federais é proporcional ao número de residentes.
Além do envelhecimento de suas pirâmides etárias, essas cidades vêm registrando pouco
dinamismo na economia, com fuga de empresas para regiões mais efervescentes. “O que
mantém a população em determinado lugar é a possibilidade de se inserir na cadeia produtiva.
Do contrário, há migração”, afirma o demógrafo Roberto Carmo, da Unicamp. O levantamento
do IBGE também sinaliza para transformações que repercutem no campo da sociologia: há
34% mais lares onde vive uma única pessoa, reflexo do adiamento nos casamentos e do
aumento da longevidade “Preferi me dedicar à carreira a casar cedo”, relata a cabeleireira
Paloma Malta, de São Paulo.
O quadro pintado pelo IBGE não destoa da parcela mais abastada do planeta. Entre os mais
ricos, como os Estados Unidos e países da União Europeia, a fecundidade média é de 1,6 filho
por mulher (versus 1,7 no Brasil) — menor, portanto, do que a taxa de reposição, de 2,1 filhos
por casal, necessária para evitar o declínio populacional. O escasseamento de nascimentos em
contraste ao volume de idosos já trazem consequências, entre elas o estrangulamento dos
sistemas previdenciários e a falta de cérebros para exercer certas funções, o que nações como
Canadá e também os Estados Unidos amenizam com a atração de estrangeiros. Outra
estratégia é fornecer vantagens para que as pessoas sigam trabalhando. “Países que não estão
se mexendo para conter a queda populacional já enfrentam estagnação, como é o caso do
Japão”, lembra a economista Melissa Kearney, da Universidade de Maryland.
Em tempos não tão remotos assim, o que assombrava o universo da demografia era a
superpopulação da Terra, que teve no reverendo e economista britânico Thomas Malthus
(1776-1834) seu maior catastrofista. É dele a teoria de que seria impossível alimentar tantas
bocas numa época em que a produção de comida não acompanhava a multiplicação de
indivíduos. Mas aí entrou em cena a capacidade inovadora, proporcionando avanços
tecnológicos notáveis e ganhos de produtividade, sobretudo dos celeiros alimentares — e
assim a fome não grassou. Agora, debruçada sobre uma questão de sinal inverso, novamente a
espécie precisa exercer sua extraordinária inteligência para saltar obstáculos, podendo até se
beneficiar da situação. “Com menos pessoas, dá para investir mais na saúde e na educação de
cada um, e o meio ambiente é naturalmente menos castigado”, diz José Eustáquio. É um bom
caminho, que põe a engenhosidade humana à prova.
A) “Historicamente, a população só fazia engordar até chegar ao ápice, nos anos de 1950.”
(4º§)
C) “Em tempos não tão remotos assim, o que assombrava o universo da demografia era a
superpopulação da Terra, [...]” (10º§)
D) “Nação mais envelhecida do planeta, o Japão, por exemplo, escalou a um patamar de renda
alto antes de acumular cabeças brancas.” (5º§)
7-2 De acordo com o texto, todos os elementos a seguir se relacionam à causa do baixo
crescimento populacional, EXCETO:
7-3 Em “O primeiro deles, impensável meio século atrás, é como perseguir a prosperidade
quando a população cresce cada vez mais vagarosamente e caminha para o encolhimento no
médio prazo, [...]” (1º§), o trecho sublinhado, de acordo com a circunstância, expressa a
ideia de
A) tempo.
B) concessão.
C) consequência.
D) causa ou motivo.
D) se trata de uma comparação de igualdade, visto que a segunda parte do parágrafo informa
que o crescimento populacional brasileiro continua proporcional ao século XX.
8-1 Com base nas ideias, no vocabulário e nas estruturas linguísticas do texto, julgue o item.
A palavra “então” (linha 8) remete ao momento em que teve início “a queda nas taxas de
fecundidade e o aumento das taxas de escolaridade femininas” (linhas de 5 a 7).
A) Certo B) Errado
8-2 Com base nas ideias, no vocabulário e nas estruturas linguísticas do texto, julgue o item.
A diferença salarial entre os gêneros, segundo a teoria econômica tradicional, não era um
acontecimento provável.
A) Certo B) Errado
8-3 Com base nas ideias, no vocabulário e nas estruturas linguísticas do texto, julgue o item.
A) Certo B) Errado
8-4 Com base nas ideias, no vocabulário e nas estruturas linguísticas do texto, julgue o item.
A expressão “o que” em “o que pode afetar sua capacidade de buscar alimentos, água ou
acessar serviços de saúde, assim como de exercer seus papéis e funções sociais” (linhas de 16
a 18) faz referência à expressão “violência sexual” (linha 16).
A) Certo B) Errado
8-5 Com base nas ideias, no vocabulário e nas estruturas linguísticas do texto, julgue o item.
As mulheres são as mais afetadas pela prática do garimpo ilegal, por serem mais vulneráveis
ao aliciamento.
A) Certo B) Errado
8-6 Com base nas ideias, no vocabulário e nas estruturas linguísticas do texto, julgue o item.
O acesso ao celular e à Internet pela população indígena representa um grande avanço para
a comunidade local.
A) Certo B) Errado
8-6 Com base nas ideias, no vocabulário e nas estruturas linguísticas do texto, julgue o item.
A violência decorrente da prática do garimpo ilegal tem crescido entre os homens.
A) Certo B) Errado
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