A revolução industrial já tinha introduzido as primeiras grandes modificações na cidade. A ‘’cidade moderna’’ formou-se tendo como base algumas ideias e concepções teóricas que são o resultado de alguns processos teóricos que tinham como base a exclusão da cidade tradicional e a sua substituição por um novo modelo. A avaliação dos resultados das propostas só foi possível depois da experimentação massiva realizada pela ‘’urbanística operacional’’. Os aspectos mais negativos da urbanística moderna é a burocracia conformista que se preocupa mais com os resultados quantitativos do que qualitativos e vão contribuir em larga escala para a destruição da vida urbana. Existem dois períodos-O primeiro é entre as duas grandes guerras, é o período ‘’heróico’’ das formulações teóricas e experiencias. É neste período que se procede a destruição e abandono de todos os elementos urbanos tradicionais como a praça, quarteirão, e rua, propondo tipologias de torre, banda e bloco. que interessa compreender para uma melhor percepção da génese da cidade moderna: - A segunda etapa vai desde o fim da segunda grande guerra ate aos anos setenta. Quantidade em detrimento da qualidade. É este período designa-se por Urbanística Operacional.
NOVAS TIPOLOGIAS CONSTRUTIVAS – NOVAS FORMAS
URBANAS O maior problema a enfrentar era fornecer a todos os cidadãos casa em condições de higiene e salubridade. O urbanismo moderno inicialmente é um urbanismo habitacional, não só pela importância da habitação mas porque dela advém as novas tipologias construtivas, o bloco, a torre e o conjunto. O alojamento toma o papel principal como unidade-base e estruturam-se assim as tipologias habitacionais (bloco, torre, banda, complexo e moradia). São dispostas no terreno em função de necessidades higiénicas, acessos, insolação, etc., e desta forma são autonomizados deixando de pertencer à estrutura do quarteirão. As ruas deixam de pertencer as relações físico- espaciais e resumem-se em traçados de circulação e serviços. O espaço público acaba por ser posto de lado e ser a resultante das exigências habitacionais.
A SIMPLIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS
A lógica do funcionalismo vai exercer grande influência na arquitectura. Com o modelo da Carta de Atenas os arquitectos forma obrigados a arrumar e isolar as principais funções na cidade: habitar, trabalhar, lazer. A lógica funcionalista tonifica a cidade por funções e determina o espaço urbano por sistemas independentes. A grande consequência deste processo é a tonomização e independência física dos sistemas entre si. Esta forma de conceber a cidade era muito simplificada, seguindo em desenho conceptual o modelo ‘’arvore’’. Projectar estes edifícios de programa repetitivo era muitosimplista também. Chegou-se ainda a criação de modelos pré-fabricados em que a implantação do edifício era determinada em função da rapidez e economia.
PARCELAMENTO E SOLO PÚBLICO
Na cidade tradicional existe uma separação entre o solo privado do solo público. Por outro lado na cidade moderna todo o espaço pertence ao estado podendo só em raros estados ser privatizado na área de implantação do edifício. O bairro por sua vez vai resultar da forma da parcela porque os edifícios vão ser dispostos segundo livre vontade do arquitecto
O FASCÍNIO PELOS EDIFÍCIOS ISOLADOS
A Carta de Atenas propõe edifícios altos e isolados ao invés da paisagem, proporcionando ar, sol, vistas e salubridade. A morfologia da cidade moderna vai assentar neste ponto, ou seja, colecções de edifício isolados não sendo uma morfologia de espaços urbanos. No entanto um conjunto de edifícios isolados não cria um meio urbano, ou seja, teria de existir alguma ligação entre eles para criar um todo e uma cidade coesa. Este ponto contribuiu para aumentar a separação entre arquitectura e urbanismo.
RUPTURA COM A HISTÓRIA
Não se trata apenas de alteras os materiais de construção mas sim de criar algo que fosse liberta e oposta a qualquer continuidade histórica. A atitude anti-histórica aparece no desenho urbano pela recusa de formas que pudesse fazer ligação com as tradicionais.
OS NOVOS MATERIAIS E TECNOLOGIAS
Aparecimento dos novos materiais e tecnologias, tais como o aço, betão armado, ferra, ascensores, etc. A cidade moderna formou-se a partir de pesquisas concretas que a certo ponto contribuíram para a destruição da morfologia urbana antiga e na edificação e estruturação da Forma Moderna da cidade. 5.2 CIDADE-JARDIM Existem formas urbanas de baixa densidade e moradias unifamiliares nos subúrbios que se formaram nos finais do século XIX. Esta morfologia do subúrbio aparece como alternativa a tradicional, no entanto só aparece depois da cidade-jardim. Este conceito de cidade-jardim aparece como solução para o crescimento das grandes cidades. Desta forma era um novo ambiente residencial de baixa densidade com predominância de espaços verdes. Por oposição a cidade industrial existe uma integração da casa com o campo e a cidade-jardim traduz-se num conjunto de vivendas em largos espaços arborizados. 5.3 UNIDADE DE VIZINHANÇA Os autores que apoiaram e formularam a unidade de vizinhança apoiavam mais as questões sociais e organização funcional da cidade e não tanto as referências do traçado aos espaços urbanos e forma urbana. Esta organização foi um dos principais factores da planificação da cidade moderna e torna-se o motor da organização e desenho da área habitacional. A sociologia comandava o desenho. Daqui advém duas correntes: a de raiz anglo-saxónica e a do racionalismo europeu. Ambas as correntes consideram o alojamento como elemento base e que integrado em serviços e equipamentos constitui a unidade habitacional. Contudo após anos de experimentações foi concluído que não se consegue impor um carácter e nível social as habitações e o bem- estar dos habitantes estava comprometido. As formas urbanas utilizadas foram também desadequadas. Desta experiência foi retirado algumas relações entre equipamentos/população que ainda hoje são utilizados.
5.4AS EXPERIENCIAS HABITACIONAIS HOLANDESAS
A urbanística holandesa no início do século XX é marcada por movimentos progressistas. Um dos processos mais importantes no caminho para a cidade moderna é a intensa pesquisa sobre o alojamento, edifício e quarteirão que foi modificado até nada dele restar. A evolução levou a supressão de um dos lados do quarteirão de modo a permitir uma ligação direta com a rua, modelo em U. Após inúmeros desenvolvimentos no final o quarteirão foi elevado ao nível de bloco habitacional.
5.3 – unidade de vizinhança: A sociologia desenha a cidade.
O autor fala que as relações que existiam entre os vizinhos nos
bairros antigos tendem a desaparecer nas novas urbanizações e grandes metrópoles.
Uma das soluções para recriar essa integração seria a planificação
urbana. Assim as unidades habitacionais, deveriam ser controladas no número de habitantes e extensão territorial, tendo equipamento e serviços dispostos de tal modo que a população estabelecesse espontaneamente relações sociais e comunitárias.
A teorização desse conceito tem origem no início do Sec. XX pelos
estudos de sociólogos americanos, como Park e Burgess, que verificam que o enfraquecimento das ligações sociais nas cidades de rápido crescimento são substituídas por relações indiretas entre os cidadãos.
Nos anos vinte, o americano Clarence Artur Perry, ao estudar as
relações entre habitantes e os equipamentos, apresenta um conjunto de trabalhos sobre a unidade de vizinhança. Perry parte da convicção de que os principais equipamentos devem situar-se próximo das habitações, em terreno que designa de The Family Neighborhood (a vizinhança familiar). A circulação de automóvel não deve cortar os acessos aos serviços e perturbar a vida comunitária. Correntes dos conceitos de unidade de vizinhança:
Anglo-Saxônica, centra-se especialmente nas pesquisas de modelo
sociológico, procura saber qual o modelo espacial que corresponde a comunidade habitacional. Esse modelo tem ligação com a “cidade jardim”, unidade funciona como um bairro separado das vias por zonas verdes e com os equipamentos no interior.
Racionalismo Europeu ligada a Le Corbusier, parte das tipologias
arquitetônicas, procura o modelo edificado que seja uma unidade h habitacional e que integre os correspondentes equipamentos. Possibilita a construção de edifícios em altura. Inspirado nas utopias do falanstérios. Procurando integrar o maior número de serviços ao seu interior.
Contudo após anos de experimentações foi concluído que não se
consegue impor um carácter e nível social as habitações e o bem-estar dos habitantes estava comprometido. As formas urbanas utilizadas foram também desadequadas. Desta experiência foi retirado algumas relações entre equipamentos/população que ainda hoje são utilizados.
5.4 as experiências habitacionais Holandesas: A reforma do
Quarteirão
A urbanística holandesa no início do século XX é marcada por
movimentos progressistas. Um dos processos mais importantes no caminho para a cidade moderna é a intensa pesquisa sobre o alojamento, edifício e quarteirão que foi modificado até nada dele restar.
Nos planos de extensão de Amsterdã, basicamente foram utilizados
duas tipologias urbanas: a Cidade Jardim, que segue o modelo anglo saxônico, e a cidade tradicional com traçado regular e quarteirões.
Organiza-se um sistema urbano principal, de grandes traçados, e um
sistema secundário. Em Amsterdã, os quarteirões do plano de Berlage não são unidades autónomas mas sim o resultado do sistema viário e das malhas urbanas. O quarteirão é um instrumento de organização dos edifícios na malha viária, articulando três ordens de elementos:
- Os lados e os ângulos; - A borda - O centro
A evolução levou a supressão de um dos lados do quarteirão de
modo a permitir uma ligação direta com a rua, modelo em U. Após inúmeros desenvolvimentos no final o quarteirão foi elevado ao nível de bloco habitacional em sistemas de lotes com uma quantidade apreciável de solo. Abrindo caminho a morfologia urbana moderna.