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24/08/2021

Arquitetura em contexto e congestão


● Edifícios e territórios de uso misto
● Edifícios que possuem mais de um uso
● Enfoque nas áreas centrais
● Início do processo de planejamento das cidades: final do século XIX e início do
século XX
● Estados Unidos como ponto de estudo, uma vez que Chicago foi a cidade sede da
invenção do elevador, gerando a primeira verticalização no período pós revolução
industrial
● Agora, o uso misto acaba ocorrendo por uma questão de sobrevalorização da terra,
promovendo um empilhamento de funções num mesmo edifício, ocupando menos
espaço de terra
● Em 1916 surge a primeira lei de zoneamento (NYC) e ordenamento, que carrega
consigo a regulamentação do uso misto, com altura e escalonamento abordados -
neste momento surge a preocupação com as ruas corredor, e com a iluminação e
ventilação ao nível da rua
● O plano urbanístico não deve ser blocado, e essa ideia ia contra os modernistas
funcionalistas, que acreditavam veementemente na separação de funções,
executando e idealizando projetos muito segregacionistas
● A carta de Atenas, sacramentava a ideia de cidade funcionalista, em 1933
● Plano Agache, RJ, 1930, trás consigo um zoneamento, orientado já por uma ideia
funcionalistas, ainda orientando a produção arquitetônica acadêmica, ou seja,
apesar do avanço urbanístico, os edifícios ainda se manifestam tradicionais
● Enquanto esse processo acontecia, as quadras multifuncionais dos centros das
cidades tradicionais já se configuravam com conglomerados de usos diversos
(mistos). A arquitetura híbrida, multifuncional se faz presente.
● Esse avanço multifuncional, representava a vida na cidade. A cidade tradicional,
historicamente é configurada por quadra multifuncionais
● Antes disso, bem antes do que estamos considerando, diversificar edifícios já era
uma atitude comum, como podemos exemplificar com a Ponte Vecchio de Florença,
que pode ser considerada uma das primeiras megaestruturas
● As megaestruturas vem como um híbrido indeterminado, isso significa que todos os
setores estariam juntos nessa megaestrutura, abrindo mão de uma setorização
específica, o que acaba sendo contraditório levando em consideração suas ideias
segregacionistas funcionais
● Cidade Espacial, Yona Friedman, 1960: Trás um híbrido, que além de misto, é
também indeterminado, mutável, os usos se transformam, logo, a conversão dos
espaços é contínua
● Surge a crítica a essas mega estruturas, que num contexto de avanço, questiona a
funcionalidade, e para que servem essas megaestruturas
● A esta crítica surge uma réplica, que seria, o que poderia ser produzido de melhor
em seguida da criação dessas megaestruturas
● A noção da cidade funcionalista e moderna, pode ser boa em questão de qualidade
ambiental, iluminação, conforto térmico etc, mas ela é ruim porque ela carece da
escala humana, do contato, da diversidade…
● Clareza Labiríntica: Uma das melhores formas de conhecer uma cidade é se perder
nela, e se encontrar devido a sua clareza. É uma dinâmica de complexidade, que dá
certo.

Intervenção em áreas centrais


● Centralização x Descentralização
● O espaço urbano é um reflexo da sociedade, ligado a forma de viver, o que varia de
acordo com a cultura
● Além disso os processos espaciais e formas espaciais se manifestam como reflexo
desse processo de sociedade
● O espaço urbano é uma materialização dos processos sociais
● Por ser um reflexo da sociedade, o espaço urbano é desigual, porque manifesta a
segregação capitalista, a desigualdade torna-se visível
● O espaço urbano também é mutável, porque a sociedade é dinâmica, logo o espaço
atende às mudanças dinâmicas da sociedade, o espaço segue a efemeridade do
processo social
● O espaço urbano também é cenário e objeto de lutas sociais, isso porque o espaço
urbano possui muitos agentes de consolidação do espaço urbano, como as pessoas,
o poder público, os acionistas imobiliários etc
● As lutas sociais acontecem na cidade, e o espaço urbano aparece como objeto de
luta, como demandas por moradia, acesso ao lazer etc
● A partir do processo espacial de centralização, observamos que dependendo do
momento histórico, há uma centralização no local onde as pessoas se fixam, esse
processo se manifesta através de uma forma espacial, que neste caso é a área
central, logo, as atividades estão centralizadas em apenas um núcleo
● Já no processo espacial de descentralização, as pessoas se fixam em diversos
núcleos, que apesar de ligados a área central, não estão nela, é isso gera a
manifestação da forma espacial de núcleos secundários, ou seja, espaços onde as
pessoas se fixam, que não são o centro
● Levando em consideração o contexto histórico, existiram momentos entre o século
dezenove e vinte, onde as áreas centrais das grandes cidades eram as mais
importantes, gerando essa migração para o centro, em busca de oportunidades que
o poder só manifestava nos centros
● Já mais ao meio/final do século vinte, os séculos foram inflando, e essa vinda
excessiva para os centros acabou gerando o aumento do preço das terras centrais.
Isso fez com que o surgimento de favelas, por conta da falta de acesso pela
população mais vulnerável, começasse a tomar forma. Além disso, podemos
observar a fuga das grandes elites para espaços mais afastados, e distante das
áreas de favela. Isso exemplifica um processo de descentralização e criação de
núcleos secundários.
● Segregação e padrões espaciais:
● No esquema de Kobo as áreas centrais detinham o poder
● Já no esquema de Burgess, as áreas centrais estavam estigmatizadas e
desvalorizadas, logo o poder se concentrou nos subúrbios, onde as elites ocuparam,
após esvaziarem os centros
● O esquema de Hoyt, mostra que não necessariamente a disposição dos centros era
tão radialmente definida, logo, para eles, a população mais favorecida ocupa as
melhores áreas da cidade, e a partir dessa ocupação, as outras classes ocupam de
acordo com essas elites
● Padrão básico de organização especial das cidades latino-americanas:
● É bastante evidente que os ricos evitam as áreas industriais, e classes inferiores
● Na segunda metade do século XX, teve um momento onde o debate sobre o centro
da cidade foi alterado, e volta a pauta a revalorização do centro
● Surgem novos debates sobre planejamento urbano
● Algumas cidades estavam em pós guerra, e tinham suas áreas centrais degradadas
e destruídas
● 8° CIAM - O coração da cidade
● As 4 funções da sociedade e s lógica de zoneamento monofuncional se mostram
ineficientes
● Trazem novamente a discussão da valorização dos centros
● Renovação Urbana - 1950/60: Demanda de reconstrução pós guerra, questões de
mobilidade, preferência pelo novo, construção de novos edifícios, novas vias
expressas, desalojando habitantes de baixa renda nos centros. Desconsiderando as
preexistências. (EUA). Já na Europa, houve a consideração da população, edifícios
e malha urbana existente, valorizando edifícios existentes e reformando-os.
● Preservação Urbana - 1970/80: Ideia de preservação das edificações existente,
devido a seu valor histórico. Edifícios históricos que foram aproveitados para outros
usos, tendência de aproveitamento dos edifícios existentes apesar da mudanças de
uso (EUA). Já na Europa a gente vê um processo de modificação das áreas
centrais, buscando a reestruturação da centralidade, criando núcleos de uso misto,
como o caso do Forum Les Halles, também existe uma preocupação com a cultura.
● Reinvenção Urbana - 1980/00: Transformação da cidade em mercadoria, valorização
do turismo nas cidades e seus centros, intervenção em áreas sucateadas,
valorização da imagem da cidade, arquitetura espetacular, megaeventos etc. Houve
a grande intervenção nas áreas portuárias.
● Brasil - 1970/00: Passaram a existir políticas de recuperação de áreas centrais, com
a revalorização dos centros históricos e dos equipamentos culturais. Temos já nos
anos 80 a preservação dos núcleos históricos das cidades, com a criação de
cenários e espaços de consumo, gerando a turistificação, esse movimento afasta a
população dos centros. Já a partir dos anos 2000, começa a ocorrer a
reconfiguração física e social do espaço, criando equipamentos culturais, que
realizam megaeventos, gerando um foco na população flutuante, e gerando um
apagamento na população fixa, que passa a estar mais segregada, um bom
exemplo disso é o Porto Maravilha, RJ, 2009.
● Os “REs” são estratégias de inclusão e cuidado com a arquitetura e o urbanismo:
Renovação, Revitalização ou Requalificação urbana
● A questão da moradia deve ser tratada com cuidado, o uso residencial acaba
trazendo a dinâmica urbana do dia-a-dia, carrega uma potência de dinamismo
urbano.
● Juntando os usos, trazemos a localidade muita força
● Políticas de intervenção democrática nos centros
- Valorização do Patrimônio Banal
- Planos de desenvolvimento econômico local
- Incentivo de moradia e plano de moradia social

Projeto da/na cidade em congestão


● O ateliê busca entender, como que nessa região (centro), aquilo que mais se
valoriza deve ser a diversidade e pluralidade, de usos, funções e pessoas.
● A pluralidade é talvez o caminho para se alcançar um espaço mais democrático,
justo e seguro
● Ao invés de elaborar projetos e estratégias que geram gentrificação, devemos
pensar como arquitetos, uma iniciativa que torne a cidade mais justa, inclusiva e
diversa
● Quando pensamos num projeto, inserido em contexto de congestão/área central,
estaremos operando com duas categorias de entendimento: complexidade e
diversidade. Isso inclusive, sendo uma das principais belezas nesse tipo de projeto
● A cidade é um advento, ela é feita por nós, resultado do nosso processo civilizatório
● Complexidade são ocorrências simultâneas sobre a mesma superfície.
● A cidade é uma dinâmica de fluxos e acontecimentos diversos
● A gente atua sobre um contexto, e rompe-o, na medida possível
● Devemos considerar aquilo que não foi planejado, tornar a obra flexível suficiente
para que possa haver a mudança de usos
● Articulação: troca, a área central é na essência uma área de troca
● Contato entre esfera pública e privada: Isso é parte de uma entrega possível,
hibridizar a categoria de uso do solo público x privado
● Coerência temporal: conjunto urbano e edifícios em uso contínuo, 24hrs de uso pros
edifícios
● Forma: ver a incidência das transformações sobre os edifícios, passa a ser
perceptível a destituição dos princípios tipológicos e estéticos
- Desvinculação entre tipologia e uso
- Contra ponto a setorização evidente: Não se torna mais possível discernir qual uso o
edifício tem de acordo com sua fachada
- Icônico
- Contextualizado: pode ou não, haver o contexto, em alguns momentos há uma
ruptura de contexto, e essa ruptura pode vir acompanhada de uma harmonia, como
é o caso do sesc pompeia
- Ruptura x contexto
● Processos: tudo é processo, tudo pode mudar, tudo está em transformação. As
formando propriedade estão em transformação, aliado a transformação das técnicas
construtivas
● Usos: se podemos trabalhar uma situação absolutamente contextualizar, no sentido
de entender a demandada e atender a ela, juntamente com deixaria resposta daquilo
que ainda está por vir. Atitude de projeto flexível, aberta
● Tudo sofre mudanças, nada é para sempre
● Contexto x Perspectiva
● Cultura e Comportamento x Mudanças
● Demanda Real x Demanda Possível
● Moradia x Moradia: Independente do período, sempre vai ser preciso um lugar pra
morar
● Densidade: sempre um fator determinante, porque o debate dela muda o resultado
de nossos projetos, levando em consideração:
- Aproveitamento de infraestruturas
- Diversidade
- Vitalidade e sociabilidade
- Mobilidade

Sobre o ateliê PA6 + URB2


● Área contraditória
● Estrutura que parece pacificada, mas é bastante diversa
● Eixo que sustenta fluxos importantes
● Estrutura Ambiental e biofísica muito sensível e complexa
● Suporte de espaços sazonais
● Situação geográfica híbrida: região serrana & região metropolitana
● Regiões muito permeáveis x regiões muito áridas
● Como pensar planejar e projetar uma transformação em sua área central:
- Trabalho
- Uso do solo e localização
- Cultura e Comportamento
- Relação centro-borda e centro-periferia
- Preservação e mutação
- Mobilidade

31/08/2023
Desenho Urbano
● Surge num conceito de crítica ao modernismo
● Tanto a população quanto acadêmicos criticavam o urbanismo moderno e suas
bases teóricas
● Principalmente no que tange ignorar a forma urbana preexistente
● Estudos apontam os efeitos indesejados que o modernismo traz
● O modernismo tinha uma visão simplista, e ignorava a complexidade do fato urbano
e seucotidiano
● Caso do Pruitt-Igoe, que desconsiderava o contexto da região
● Nesse contexto havia um distanciamento no que diz respeito entre os arquitetos e os
planejadores urbanos, nesse momento não havia um campo disciplinar como hoje
conhecemos (urbanismo)
● O desenho urbano aparece no Brasil na década de 80 e incorpora os seguintes
elementos:
- Uso do solo
- Forma e volumetria do espaço construído
- Circulação viária
- Circulação de pedestres
- Espaços livres e públicos
- Usos e atividades: não só dos lotes, mas também dos espaços públicos
- Mobiliário Urbano

A arte do relacionamento - projetar na cidade


● Cordon Cullen
● O drama urbano pode ser entendido a partir desse caráter relacional e conflitual,
seja do ponto de vista físico ou social
● O espaço urbano também é o espaço de confronto de interesses, que acontece
pelos agentes do espaço, os diversos interesses alterar as dinâmicas de disputa dos
locais da cidade
● As áreas centrais são maior palco dessas disputas
● Projetar nessas áreas exige muito conhecimento sobre os elementos que as
constitui
● Por ser uma área já consolidada, devemos conhecer os sistemas físicos e espaciais
Metodologia pra análise do lugar
● Vicente del Rio
● David Cárter
● O sentido do lugar:
● Atividades e usos, comportamento ambiental: Relacionamento entre pessoas e
ambiente construído
● Atributos Físicos: Crescimento, Expansão, Traçado, Parcelamento etc
● Concepções e imagens: Análise visual e percepção do ambiente, é o relacionamento
entre elementos da cidade e o emocional

Atributos físicos do desenho urbano


● Morfologia Urbana: Estudo analitico da produção e modificação urbana no tempo
- Crescimento
- Traçado e parcelamento
- Tipologia dos elementos urbanos
- Articulações
● Comportamento ambiental: Como as pessoas se relacionam com o ambiente
construído, faz parte desse estudo os ambientes comportamentais
- podem ser utilizados para essa pesquisa: observações, fotografias, entrevistas,
mapeamentos, diagrama de usos etc…
● Análise Visual: busca compreender através das relações entre os elementos que
compõem a paisagem as emoções que geram, a qualidade da estética urbana
● Percepção do Ambiente: Tem relação com as memórias que temos, a identificação
de imagens públicas e a memória coletiva
- legibilidade: o ambiente ser legível, mesmo que complexo, que consigamos
compreender os espaços
- Identidade: como que aquele espaço será diferente dos outros espaços, trazer
questões específicas
- Imageabilidade: como que a gente consegue criar uma imagem devido a percepção
do espaço, alguns pontos são: caminhos, limites, bairros, pontos nodais e mapas

Categorias de análise para projeto urbano - reestruturação


● Tem como objetivo a correção de disfunções urbanas
● Pensar no que já existe, e nos problemas que aquele espaço tem, buscando
corrigi-los de forma pouco invasiva
● Repensar os espaços de circulação e permanecia coletiva
● Revisão do dimensionamento e da composição de elementos urbanos que
compõem o sistema de circulação
● Reestruturação e reordenamento espacial dos equipamentos públicos
● Revisão e abordagem prospectiva acerca dos usos e das transformações dos
mesmos
● Pensar em problemáticas e potencialidades para o planejamento urbano
● Para planejar numa área pré existente é importante identificar o sítio físico e a
percepção do caráter do lugar

Categorias de análise
● Atributos físicos
- Estrutura Biofísica:
- Geomorfologia
- Clima
- Comportamento dos ventos
- Hidrologia
- Cobertura Vegetal
- Morfologia Urbana:
- Crescimento, histórico de crescimento e expansão, tipos de crescimento
- Traçado e parcelamento, ordenadores de espaço, ruas, quarteirões, lotes etc…
- Articulações, relações, hierarquias, público x privado
● Atividades e usos
- Tipologia Edilícias, caracterização dos edifícios, gabaritos, estilos, relaciona esses
aspectos com as questões simbólicas e culturais
- Uso e ocupação do solo, usos permanentes, usos temporários e/ou informais,
perfeito dos usuários
● Fluxos e sistemas de mobilidade
- fluxo de pessoas
- Sistema viário
- Sistemas de transporte
- Eixos e sistemas de transporte individual
- Tipos de vias: trânsito rápido/expressa, arterial, coletora, local
● Imageabilidade: A qualidade de um objeto físico que da uma maior capacidade para
interpretação do local, a forma como as pessoas acolhem a imagem
- Identidade
- Estrutura
- Significado
- Tem como objetivo identificar imagens públicas coletivas, a fim de estabelecer
diretrizes de organização do espaço
- Caminhos: ruas, calçadas, ferrovias etc…
- Limites: contornos perceptíveis que estabelecem barreiras ou fronteiras
- Bairros ou Setores: áreas da cidade que possuem um determinado aspecto em
comum, possuem características próprias que a diferenciam das outras áreas
- Pontos Nodais: São pontos de convergência de pessoas, cruzamentos, praças,
esquinas, áreas de embarque
- Marcos: elementos externos ao observador, que funcionam como referência

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