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SUMÁRIO
1. Introdução p. 02
2. Dialética do planejamento urbano de Curitiba p. 03
3. Diretrizes para um novo projeto de desenvolvimento de Curitiba p. 12
4. Referências p. 26
5. Sobre o Autor p. 28
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1. INTRODUÇÃO
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2. DIALÉTICA DO PLANEJAMENTO URBANO EM CURITIBA
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interesse social (POLUCHA, 2010, p:79). Apesar de concluída em 1983 com recursos
públicos, a região permaneceu desocupada por vários anos e, contraditoriamente às
intenções originais, passou a receber na década de 90 edificações residenciais de alto
padrão integrantes do projeto Ecoville.
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situadas próximo ao Centro da capital. Esses espaços foram ocupados inicialmente de
forma individualizada, seguindo um padrão de ocupação por migrantes provenientes do
campo ou pessoas que vieram buscar serviços na capital, como o tratamento médico. A
Vila Torres, 2 km distante do Centro, ocupa atualmente uma área aproximada de 200
mil metros quadrados. Essa região encontra-se às margens do rio Belém, em fundo de
vale, e pertencia a 27 proprietários e ao setor público. Na década de 1970, conhecida
ainda como Vila Pinto, a área expandiu-se com a ocupação de uma propriedade
particular que havia obtido autorização da Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab-
CT) para a realização de um loteamento.
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3. DIRETRIZES PARA UM NOVO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO
DE CURITIBA
Um planejamento integral exige que o corpo social seja capaz de tomar certas
decisões que contrariam hábitos e interesses, verdadeiros ou ilusórios, de indivíduos,
grupos e até regiões. A necessidade de um planejamento superior se faz sentir pouco a
pouco, através da emergência de problemas prementes para o corpo social e o poder
público. Na vida prática, a necessidade de planejamento costuma fazer-se sentir através
da emergência de problemas específicos. A implantação do primeiro ensaio de
planificação com Jaime Lerner também aconteceu porque estava surgindo diversos
problemas que precisavam de soluções. E agora não é diferente. Existe um esgotamento
daquelas diretrizes, que necessitam de atualização.
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3.1. Desenvolvimento Territorial Equilibrado
Não bastam pautas vagas ou boas intenções, são precisos projetos exequíveis no
curto e longo prazo que visem a gestão do território urbano promovendo o planejamento
espacial integrado. Se trata de não ignorar mais no projeto e implementação da
infraestrutura urbana o número crescente de pessoas vivendo em áreas periféricas
desconectadas entre si. Ter critérios científicos que possam orientar a superação da
desigualdade espacial. A infraestrutura urbana precisa ser projetada e implementada
para priorizar as populações negligenciadas, recuperar os atrasos na oferta de serviços
básicos.
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critérios para o planejamento e a execução orçamentária, criam novas regras de
governança que possibilitam combater outros aspectos problemáticos dos sistemas
tradicionais de gestão orçamentária.
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de modo a produzir um efeito redistributivo. A aplicação de uma estratégia
regionalizada para todo o orçamento de investimento e expansão de serviços necessita
adotar critérios unificados no processo de planejamento orçamentário, que estabeleçam
quais áreas da cidade devem ser priorizadas pelo conjunto da administração pública,
facilitando a cooperação entre diferentes secretarias e estabelecendo planos e estratégias
de implementação conjuntas. Em contextos de múltiplas vulnerabilidades, as agências
públicas devem trabalhar juntas e em sinergia para conseguir obter melhores resultados.
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3.2. Política Urbana Anti-Ociosidade
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A cidade está cheia de reservas não utilizadas por diferentes motivos, mas para
realizar esse potencial oculto, visando a plena utilização dos recursos ociosos, é
necessário facilitar as possibilidades de utilização dessa capacidade ociosas, com sua
consequente elevação do coeficiente de capital, a taxa de investimentos e a expansão de
serviços.
Estima-se que cerca de 13% dos terrenos no centro são para estacionamento. Os
estacionamentos costumam não utilizar nem 20% do potencial construtivo do lote,
pode-se até mesmo dizer que muitos deles são praticamente áreas vazias. Através do
Estatuto das Cidades, o IPTU progressivo no tempo surge como um dos instrumentos
disponíveis para a gestão da ocupação do solo. Curitiba já fez estudos na década de
oitenta, para aplicação do IPTU progressivo, em áreas subtilizadas nos setores
estruturais da cidade, entretanto este não foi aplicado por ter sido considerado
inconstitucional. Outro instrumento introduzido pelo Estatuto das Cidades que talvez
possa coibir a proliferação dos estacionamentos é o Estudo de Impacto de Vizinhança.
Este trata da análise dos efeitos positivos ou negativos do empreendimento ou atividade,
incluindo na análise questões como geração de tráfego ou degradação da paisagem
urbana (Art.36). Ele poderia ser utilizado junto com o IPTU progressivo, partindo-se da
cobrança deste imposto até a obrigação de edificar ou utilizar o potencial do lote (Art.
7). Através do Estudo de Impacto de Vizinhança, o município poderia condicionar a
emissão de licença para construção, ampliação ou funcionamento à verificação do
impacto na vizinhança para disciplinar as futuras demandas por vagas de
estacionamento (KOMIYA, 2014).
Há diversas propostas para atender a demanda por vagas. Destas, uma das
alternativas seria a construção de garagens subterrâneas ou prédios para estacionamento,
estimulando construções em terrenos hoje ocupados por estacionamentos. Outra medida
seria a flexibilização da legislação permitindo ou incentivando edifícios multifuncionais
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ou híbridos, nos quais seria utilizado o potencial permitido para a região com usos
típicos de áreas centrais, incluindo escritórios, lojas e também habitação. Diversos
estacionamentos servem de uma reserva de lotes hoje subutilizados que, com a
adequada condução da gestão pública, poderão renovar esta área. Se estes terrenos
forem requalificados ou edificados segundo uma legislação mais flexível e
conscientemente orientada, poderão atrair novos empreendimentos imobiliários ou
valorizar os já existentes, reintroduzir a diversidade de usos e reconstituir a paisagem
degradada de algumas áreas, atraindo pessoas para percorrer, explorar e usufruir destes
espaços.
Nota-se que em diversos pontos ao longo dos eixos estruturais ainda existem
vazios urbanos. Seria possível criar estacionamento públicos ao lado dos terminais e
Ruas da Cidadania, visando desinchar o centro. O Terminal do Capão Raso e da CIC,
por exemplo, estão cercados de vazios urbanos. Além disso, poderiam ser projetados
novos empreendimentos residenciais e comerciais ao longo dos eixos, pois já existe a
infra-estrutura necessária ao seu adensamento, com abastecimento de água, coleta de
esgotos e águas pluviais, energia elétrica, transporte coletivo e pavimentação viária,
dentre outros componentes. Pode-se afirmar que tais áreas são bastante propícias à
ocupação, devido não apenas à sua localização privilegiada, mas também à inexistência
de empecilhos físicos ou ambientais ao adensamento urbano.
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ser elaborado um plano de requalificação regional visando a maior utilização da
capacidade ociosa, visando implantar projetos nestes espaços.
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uma política de colaboração e agregação das pessoas que vivem no local. Um
espaço que anteriormente apresentava-se como um vazio urbano, um reduto de lixo e
consumo e comercialização de ilícitos, torna-se diferencial e com outro significado para
os moradores.
(3) Usar parte dos recursos disponíveis num programa especificamente orientado
para pôr em evidência a capacidade ociosa existente;
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Ao se aperfeiçoar os sistemas e diretrizes das ações de desenvolvimento regional da
cidade, se incrementa e difunde espacialmente o bem-estar, evitando que se acentue o
processo de concentração urbana, canalizando o investimento e ação pública com vistas
ao desenvolvimento de regiões onde falta infra-estrutura (água, saneamento, energia,
comunicação, moradia) e outros serviços (saúde, educação, segurança, emprego) que
possibilitarão a geração de bem-estar em todas as regiões da cidade.
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devem ser elaborados em detalhe, com o máximo de estudos possíveis. Primeiro
agrupa-se os projetos segundo a especificação de recursos a usar, tanto na construção
como na operação. De projetos se constrói o plano. Com as diretrizes do plano, acionar
as alavancas para que esses elementos sejam detalhados.
3. REFERÊNCIAS
BORGES, L. Uma reflexão sobre a política urbana recente de Curitiba, entre 2001 e 2008, à luz
do Estatuto da Cidade. 2009. Dissertação (Mestrado) — Instituto de Economia, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2009.
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BITTENCOURT, T. and FARIA, J. Distribuição de investimentos públicos, infraestrutura
urbana e desigualdade socioespacial em Curitiba. urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana,
vol. 13, 2021.
DELY, R. Depoimento. In: IPPUC. Memória da Curitiba Urbana: Depoimentos no 02. Curitiba:
IPPUC, 1989.
MOURA, R. Arranjos urbano-regionais no Brasil: uma análise com foco em Curitiba (Tese de
doutorado). Programa de Pós-graduação em Geografia, Setor de Ciências da Terra,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2009.
________. Os riscos da cidade modelo. In: ACSELRAD, Henri (Org.). A duração das cidades:
sustentabilidade e risco nas políticas urbanas. Rio de Janeiro: 2009. p. 219-254.
SPERANDIO, A, et al. Utilização dos vazios urbanos como estratégia para a promoção da
saúde: relato de experiência 2013. Intellectus. Revista Acadêmica Digital da Faculdade de
Jaguariúna. Jaguariúna, ano IX, n. 25. Edição de Saúde, 2013.
4. SOBRE O AUTOR
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