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CIDADE LINEAR

Proposta de Arturo Soria y Mata (1882-1890)

• A proposta de cidade linear de Soria y Mata surge, pela primeira vez, em um


artigo escrito em 1882, para o Jornal O Progresso de Madri.

• Soria y Mata propõe uma alternativa radical ao congestionamento urbano


provocado pela evolução urbanística de formato concêntrico, em torno de um
núcleo central.

• Na prática, seu modelo seria aplicado a uma área em torno de Madri, ligando
dois importantes bairros da cidade, em forma de ferradura, partindo da
construção de uma ferrovia com 58 km de extensão.

A característica principal desta iniciativa seria a de ser totalmente independente do


controle público, ou seja, uma iniciativa privada.

Princípios urbanísticos

• “Do problema da locomoção derivam-se todos os demais da urbanização”;

• “A forma das cidades é o resultado fatal da estrutura da sociedade que as


ocupa”;

• “Onde não vive uma árvore tampouco pode viver um ser humano”.

Argumentos contra a cidade concêntrica

• os terrenos centrais seriam muito caros, pela procura que iria ser maior que a
oferta;

• haveria congestionamento no centro da cidade;

• aconteceria marginalização da população que habitasse a periferia.

Argumentos favoráveis a cidade linear

• Quando acontecesse o crescimento da cidade, a avenida central poderia se


alongar indefinidamente;

• A área central sendo ilimitada e manteria o equilíbrio da oferta e procura dos


terrenos, impedindo a especulação imobiliária.
A PROPOSTA

Com capacidade para 30 mil habitantes, na cidade linear cada faixa do solo é


responsável por uma determinada função urbana. O desenho da cidade é como uma
espinha central, com uma só via de 500 m de largura e comprimento indefinido,
cortada por vias perpendiculares que dão acesso aos locais de habitação e
de trabalho.   

• O formato da cidade linear está ligado em muitos aspectos à questão do


transporte, pelo motivo da crescente importância do sistema viário no
planejamento da cidade. Em sua concepção inicial, esteve ligado ao movimento
higienista e de igual maneira à questão dos bairros operários.

Difusão da ideia de Cidade Linear

Cidade Industrial – Tony Garnier

• A cidade industrial de Tony Garnier foi criada em 1901 e exposta em 1904. Esse
projeto de planejamento urbano era a planificação do que deveria ser uma
cidade moderna. Projetada para 35.000 habitantes, a cidade industrial
antecipava alguns princípios da Carta de Atenas do CIAM de 1933.

• A proposta era, sobretudo de uma cidade socialista sem muros ou propriedade


privada, onde todas as áreas não construídas eram parques públicos.

• O plano linear de Garnier separava as zonas: existiria o agrupamento racional


da indústria, da administração e das residências, além da exclusão dos pátios
internos e estreitos, criando uma quantidade suficiente de espaços verdes na
cidade. Além dessas características no planejamento urbano, havia também o
uso do novo material, o concreto armado, que era a potencialidade estética do
século XX.

• Para dispor as construções na cidade buscou-se levar em conta as necessidades


materiais e morais do indivíduo, então se criou regulamentos para manter a
qualidade de vida humana. As divisões da casa deveriam corresponder aos
regulamentos e cada habitação deveria dar acesso para a construção localizada
atrás, criando um passeio público que permitiria o acesso em qualquer sentido
desejado dentro da cidade.
Outras aplicações:

• Entre os projetos de plano linear, pode-se destacar o de 1929 para a cidade de


Stalingrado, atual Volgrado, e o de 1937 para Londres.

• A interpretação da cidade linear varia segundo cada um dos autores. Le


Corbusier a utiliza para atingir maior liberdade formal e de igual maneira
trabalhar livremente o sistema viário.

Plano para a cidade do Rio de Janeiro

• Para Le Corbusier, o plano para o Rio de Janeiro seria um grande manifesto


nascido de suas impressões, somando razão e sentimento. Em seu plano, faz
um enorme viaduto-habitado. Ele o concebe como uma enorme via expressa
aérea, onde o espectador contempla como num filme a cidade existente e a
paisagem.

• Com esse empreendimento se resolvia parte da ligação viária, como se fosse


um metrô aéreo, tendo de espaço em espaço as descidas, com elevadores de
grande porte, em estações que estivessem de 500 em 500 metros ou de um em
um quilômetro e rampas de acesso.

• Para tornar-se praticável, o tráfego na cidade alta seria eletrificado, bondes e


metrô aéreo, e junto com o comércio, instalado na primeira plataforma e
nunca na cobertura. Os carros ficariam em estacionamentos térreos e
subterrâneos, nas prumadas de acesso. Não haveria automóveis nem ônibus na
cidade alta.

Lúcio Costa adota o partido linear no desenvolvimento do plano piloto de Brasília.

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