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ESCOLA SUPERIOR DE ENGENHARIAS DE LISBOA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Curso: Mestrado em Engenharia Mecânica


Ano letivo: 2021/2022

Docentes responsáveis: Filipe Rodrigues

Nuno Henriques

UC: Manutenção de Instalações Técnicas,

1º ano, Semestre de Verão

Relatório : As tecnologias aplicadas à manutenção - Setor da hotelaria

Grupo: Diurno

João Filipe Gonçalves Alves, nº 49866

Zahra Pinheiro, nº 50075

ISEL, junho de 2022, 15/06/2022


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Índice :
1. Resumo: .............................................................................................................................. 4
2. Lista de abreviaturas e sigas................................................................................................ 5
3. Introdução: .......................................................................................................................... 6
4.1. Modo de funcionamento do SGTC:............................................................................. 8
4.2. Grandezas medidas pelos sensores: ............................................................................. 9
4.3. Modo de atuação dos controladores perante os estímulos dos sensores: .................. 10
4.4. Vantagens do SGTC: ................................................................................................. 12
4.6. Desvantagens do SGTC: ............................................................................................... 14
5. Conclusão :........................................................................................................................ 16
6. Referências: ....................................................................................................................... 17

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Índice de Figuras :
Figura 1- Sistema de Gestão técnica centralizada [2] ............................................................... 6
Figura 2- Consumos de energia diária [2] ................................................................................. 6
Figura 3- Sensor multifuncional [2] .......................................................................................... 9
Figura 4- Modo de transmissão da informação [2] ................................................................. 14

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1. Resumo:

Neste trabalho será apresentada uma solução de gestão técnica implementada num edifício
de hotelaria. A solução preconizada irá basear-se na monitorização de vários parâmetros de
funcionamento, neste caso em concreto das instalações hoteleiras.

Esta solução terá uma plataforma web, para controlar e visualizar os dados dos sistemas do
hotel, acessível em qualquer cidade do mundo, revelando-se assim a ferramenta necessária para
uma ótima supervisão, evitando problemas técnicos de qualquer um dos equipamentos.

A centralização dos dados contribui para uma melhor gestão do hotel, estando tudo
concentrado numa única aplicação “Software de supervisão”.

Ao longo do trabalho será realizada uma análise do modo de funcionamento do SGTC, as


grandezas medidas pelos sensores, o modo de atuação dos controladores, as vantagens e as
desvantagens do SGTC.

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2. Lista de abreviaturas e sigas

SGTC- Sistema de Gestão Técnica Centralizada

LAN- Local Area Network

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3. Introdução:

Figura 1- Sistema de Gestão técnica centralizada [2]

O SGTC baseia-se na recolha de dados, proveniente dos equipamentos fundamentais


para o funcionamento da instalação técnica. Esta tecnologia permite conhecer o estado de
funcionamento de todos os equipamentos envolvidos na rede, bem como a análise em tempo
real de eventuais desvios de comportamento face ao seu normal funcionamento. O
desenvolvimento de um ambiente gráfico dedicado tal como representado na figura 2, permitirá
tratar toda a informação processada pelo autómato, desde conversões matemáticas, leituras
binárias para definição de estados e condições lógicas de funcionamento, para uma plataforma
de fácil compreensão e adequada à visão geral do estado da instalação. [1]

Figura 2- Consumos de energia diária [2]

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Os principais objetivos de um SGTC são:

 Visualização do sistema técnico num sítio único (centralizado).


 Aquisição dos dados dos equipamentos pelos sensores
 Poupança nos custos energéticos: uma melhor eficiência energética duvido à gestão de
alimentação elétrica (luminosidade dos quartos, curadores, sistema de climatização,
etc….).
 Ajustar a manutenção aos tempos devidos.

Atualmente, com o crescimento rápido no mundo da Big Data, os SGTC tornaram-se


essenciais na indústria moderna "indústria 4.0", muito devido ao automatismo e velocidade que
o mesmo representa, causada pelo recolhimento dos dados dos sensores e respetiva análise
tornando qualquer tipo de empresa mais competitiva.

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4. Desenvolvimento:
4.1. Modo de funcionamento do SGTC:

No que trata o seu modo de funcionamento o SGTC utiliza uma central de monitorização
fundamentada através de dados recolhidos pelos sensores distribuídos nos diferentes
equipamentos, e uma plataforma de gestão. Isto tudo é corrido numa estação de computador,
implementada normalmente no próprio edifício, que está diretamente ligada a estações de
controlo remoto, através de uma LAN, que comunica através de um protocolo de comunicação
responsável pela encriptação das mensagens. Contundo atualmente caminha-se no sentindo de
centralizar a estação de computador fora dos edifícios, ou seja, dentro de uma cloud de uma
empresa externa, como por exemplo a Google ou Apple, devido ás grandes capacidades de
armazenamento de dados que as mesmas possuem. [1]

Uma característica importante desta nova geração SGTC é a utilização de estações de


controlo autónomas, mas integradas em microprocessadores para controlo de equipamentos
individuais. Permitindo assim que o SGTC possua inteligência independente e distribuída, mas
integrada. Assim a maioria das decisões de controlo podem ser tratadas localmente, resultando
num aumento significativo da fiabilidade do sistema, enquanto a gestão e otimização pode ser
feita coletivamente. [1]

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4.2. Grandezas medidas pelos sensores:

Uma vez que os sensores são a base de todo o funcionamento do SGTC, torna-se
relevante caracterizá-los. Dentro dos sensores usados temos aqueles que são diretamente
aplicados nos equipamentos e têm como intuito medir as grandezas físicas para o qual são
projetados, dando informações acerca do modo de funcionamento do respetivo. Dentro das
grandezas físicas temos por exemplo:

 O caudal de entrada e saída dos diversos


 A temperaturas de entrada e saída dos diversos
 Nível do ruido/vibração
 A pressão de funcionamento
 O consumo da energia elétrica

Figura 3- Sensor multifuncional [2]

Na figura 3 está representado um tipo de sensor diferente dos mencionados


anteriormente que apesar de não estarem aplicados diretamente nos equipamentos, irão estar
aplicados no caso dos hotéis, ao longo do edifício com o intuito de medir uma quantidade de
variáveis, conduzindo á otimização do funcionamento dos equipamentos. Dentro dos fatores
medidos temos:

 A presença de alguém no quarto.


 A qualidade do ar interior.
 A da temperatura ambiente.
 O nível de humidade relativa no interior do quarto.
 Iluminação interior.
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4.3. Modo de atuação dos controladores perante os estímulos dos sensores:

Como foi observado no subcapítulo 4.2 são inúmeras as grandezas que os sensores
medem, mas quais são os objetivos dessa mensuradas?

A partir das grandezas medidas diretamente no equipamento, como referido no capítulo


4.2 é possível perceber que as mesmas permitem determinar o estado de funcionamento da
máquina quase em tempo real, havendo uma atualização dos dados de 10 em 10 minutos,
trazendo bastante informação onde está incluído, se existe ou não, a necessidade de um trabalho
de manutenção, por exemplo: em caso de a temperatura de saída de água fria de um chiller estar
anormalmente alta, será transmitido ao técnico responsável a anormalidade do parâmetro, sendo
da responsabilidade do mesmo posteriormente ir verificar o causador do alerta e normalizar a
situação.

Os parâmetros medidos diretamente da máquina ainda permitem o cálculo direto da


eficiência dos diversos equipamentos, que serve também de alerta para o bom ou mau
funcionamento do mesmo.

No que trata os fatores medidos pelos sensores distribuídos ao longo do edifício, figura
3, os dados irão ser transmitidos para o controlador, que irá atuar diretamente nos equipamentos,
e com isto regular a necessidade dos diversos. Vários são os exemplos, em que o controlador
irá atuar. Imaginando um cenário de verão, no caso da parte sensorial de presença, a inexistência
de alguém no quarto, será detetado pelo mesmo que poderá atuar nos estores, deforma baixá-
los reduzindo o calor que irá ser transmitido pela radiação solar, o mesmo também atuará no
sistema AVAC, principalmente no que trata a extração do ar interior. No caso dos hotéis a
mesma é normalmente feita pela casa de banho, levando a que habitualmente, caso não esteja
ninguém presente, o caudal de ar de extração poderá estar na ordem dos 30 m3/h embora este
valor não seja fixo, uma vez que a lei apenas obriga á extração e insuflação dos quartos mesmo
perante a inexistência de alguém no seu interior. Contundo na presença de alguém no sei interior
o caudal de extração e insuflação deverá andar á volta dos 100 m3/h, havendo assim uma atuação
direta no fluxo de ar. O mesmo acontecerá para os restantes parâmetros de temperatura,
humidade e luminosidade, onde o setpoint irá alterar consoante a presença de alguém no quarto.
Os restantes elementos sensoriais do sensor em questão apenas irão atuar no sentido de
manter o valor do setpoint definido no controlador.

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É importante de revelar que todo o automatismo descrito nos parágrafos anteriores não
se sobrepõe á escolha do utilizador, podendo este definir manualmente o set point de alguns
equipamentos, como por exemplo o ar condicionado, a intensidade da iluminação etc…

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4.4. Vantagens do SGTC:

O SGTC veio com o intuito de revolucionar completamente a manutenção, sendo os


benefícios bastante óbvios. No que trata a recolha de dados de funcionamento dos diversos
sistemas, de acordo com o mencionado no capítulo 4.3, passa a haver uma maior quantidade de
dados recolhidos, deixando também de ser necessária a presença dum técnico no local, visto
que o mesmo consegue á distância fazer uma avaliação á cerca do funcionamento dos
equipamentos, tornando a mesma muita mais fácil, rápida, e assertiva, além disso, a recolha de
uma maior quantidade de dados irá permitir uma mais correta adequação da regularidade das
tarefas definidas pelos planos de manutenção preventiva, bem como uma mais ajustada
inventariação das peças e materiais de reserva.

No que trata a deteção de avarias pelo SGTC, também trará a manutenção uma resposta
de intervenção muito mais rápida, visto que deixa de ser necessário que um individuo se
aperceba que algo não está a funcionar, reduzindo o tempo de inoperação do equipamento, o
que no hotel, é fundamental. Por exemplo, em caso de avaria da caldeira, deixa de existir a
possibilidade de haver aquecimento das águas, o que representa para o hotel um enorme
transtorno e descontentamento, podendo levar a grandes prejuízos, que eventualmente serão
transmitido á equipa de manutenção, ora, com uma correção mais rápida do equipamento, todos
os aspetos descritos, irão ser minimizados, o que traz á equipa de manutenção uma maior
satisfação dos serviços prestados e consecutiva aumento de probabilidade de renovação do
contrato.

O armazenamento dos dados de forma automática numa base de dados, permitirá


também um controlo maior na fiscalização dos trabalhos de manutenção, que conduz a trabalhos
mais transparentes e em linha com o definido no contrato, conduzindo também a um trabalho
mais pormenorizado e necessariamente com maior qualidade.

Em relação ao sensores enquadrados nos quartos e corredores do hotel, que para além
de á semelhança dos outros, identificarem o mal funcionamento de um equipamento pela
mediação das grandezas mencionadas no capítulo 4.2, irão permitir através da alteração do
setpoint, dependendo da presença de alguém no quarto, diferentes modos de funcionamento do
equipamento, por exemplo, o simples facto de o caudal de ar extraído e insuflado, ser diferente
caso esteja alguém ou não presente, irá representar menos energia necessária para o
funcionamento do equipamento, trazendo também maiores eficiências e menores custos para a

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instalação, por outro lado no que diz respeito á manutenção, estamos a falar de equipamentos
que estão sujeitos a condições de funcionamento menos exigentes e por tanto, um desgaste
menor acabando por aumentar o seu tempo de vida útil, o que leva inevitavelmente a tempos
entre intervenções mais prolongados.

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4.6. Desvantagens do SGTC:

Embora as vantagens dos SGTC serem inúmeras como descrito no capítulo 4.5, nada é
perfeito, havendo problemas que podem ser facilmente salientados. Primariamente a grande
barreira que se encontra é o desconhecimento e a falta de vontade dos técnicos mais velhos, de
perceberem o modo de funcionamento do SGTC, o que trará inevitavelmente problemas para a
instalação. Apesar de os sistemas serem automáticos, se os alarmes não forem devidamente
normalizados, implica o não funcionamento do equipamento, apesar de o mesmo estar
funcional, o que conduz ao longo de meses, á inutilização de vários equipamentos, enquanto os
restantes terão de funcionar a capacidades superiores, de forma a tentar repor o normal
funcionamento da instalação, o que representa um maior custo para a instalação, maior desgaste
dos equipamentos, e a um descontentamento da gerência do hotel, com os trabalhos de
manutenção realizados pela respetiva equipa.

Figura 4- Modo de transmissão da informação [2]

Outro grande problema dos SGTC, deve-se á possível ocorrência de hacking, como se
pode ver na figura 4, existe contacto entre a empresa responsável pelo serviço de gestão técnica
centralizada e as instalações, informação já referida, ao longo do trabalho, contundo a existência
desse contacto, que se dá via internet abre a porta a intrusos, que poderão aceder aos aspetos
funcionais dos sistemas do hotel, que apesar de poderem funcionar em modo manual, o mesmo
terá de ser acionada em cada um dos equipamentos, o que poderá conduzir no limite á avaria
de grande parte dos mesmos. Trazendo assim novos desafios, aos já existentes nos trabalhos de
manutenção.

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Ainda a acrescentar este tipo de sistema funciona muito baseado nas respostas dos
sensores, podendo por vezes em caso de avaria de algum, haver alarmes que não estão realmente
a indicar um problema no equipamento, levando á sua paragem e consecutivo deslocamento de
um técnico para normalizar a situação, aparecendo assim mais um elemento que o mesmo terá
de tratar. Também no SGTC existe manutenção o que implica maiores despesas paras as
empresas uma vez que os técnicos não estão aptos para tratar da mesma, levando a orçamentos
mais elevados para a prestação de serviços da empresa de manutenção.

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5. Conclusão :

Ao longo do trabalho foi sendo visto o funcionamento do SGTC, e tudo o que isso
implica, tratando-se em resumo do que a tão famosa indústria 4.0 poderá trazer a manutenção.
É de salientar que as vantagens são esmagadoras, quer em termos de eficiência energética, como
em termos de manutenção onde as coisas se tornam mais simples, rápidas e por tanto eficazes.
Apesar das desvantagens mencionadas, as mesmas representam pouca importância, se se pensar
na que foi primariamente descrita, tendencialmente as novas gerações, devido ao meio em que
crescem, possuem uma maior apetência e sensibilização para o funcionamento das novas
tecnologias, havendo cada vez menos pessoal indisposto, a trabalhar com as mesmas. Além
disso como forma de atualizar as gerações mais antigas existem formações feitas por parte das
empresas de SGTC, como forma de instruir os técnicos para este novo tipo de tecnologia.

No que diz respeito à suscetibilidade ao hacking, esta existirá sempre por mais
encriptadas que sejam as mensagens, e os softwares seguros de intrusão. Contundo é um
problema não muito recorrente, pois exige um grande conhecimento informático por parte do
invasor. Além disso a maioria dos ataques são feitos com o intuito de encriptar a informação,
para depois ser pedido um resgaste, dirigindo-se com mais frequência ao sistema informático,
neste caso do próprio hotel, ao invés do SGTC.

Por fim no que trata a avaria dos sensores, apesar de ser um acontecimento possível,
torna-se uma inevitabilidade da evolução tecnológica, quando mais evoluído é um sistema,
normalmente maior a exigência da manutenção, além disso o SGTC destina-se normalmente a
empresas de maiores dimensões que têm maior capital, e que com este tipo de sistema além de
revelarem uma imagem de inovação, que principalmente ao nível da hotelaria, aumenta o
número de clientes, provocam também enormes poupanças a nível energético e ao nível da
eficácia dos trabalhos de manutenção

Em suma o SGTC é um sistema que em caso de possibilidade, deverá ser implementado


no ramo hoteleiro, uma vez que como pode ser percetível ao longo do trabalho, os benefícios
ultrapassam largamente as desvantagens.

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6. Referências:

[1]- Ferreira A. Gestão técnica centralizada- Implementação num edifício do tipo hospitalar,
Instituto de Engenharia do Porto, Portugal, 2017
[2]- SMART BUILDINGS : Os novos desafios e o papel dos sistemas de GTC na era do
Covid-19 Nuno Silva – Geoterme -
https://2122moodle.isel.pt/pluginfile.php/1147604/mod_folder/content/0/MIT%202122%202
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