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Manual de Procedimentos da Operação

Referência Técnica

Conceitos e entendimento da Região de Segurança para uso em Tempo Real

Código Revisão Item Vigência

RT-CT.BR.01 00 7.2. 14/02/2020

MOTIVO DA REVISÃO

Emissão inicial.

LISTA DE DISTRIBUIÇÃO

CNOS COSR-SE COSR-NE COSR-NCO COSR-S


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Referência Técnica Código Revisão Item Vigência

Conceitos e entendimento da Região de Segurança


RT-CT.BR.01 00 7.2. 14/02/2020
para uso em Tempo Real

ÍNDICE

1. OBJETIVO.........................................................................................................................................3

2. CONCEITOS ......................................................................................................................................3

3. CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................................................................4

4. DETERMINAÇÃO DA REGIÃO DE SEGURANÇA ..................................................................................5

5. INTERPRETAÇÃO DA REGIÃO DE SEGURANÇA ..................................................................................6

5.1. Representação dos eixos do gráfico..............................................................................................6

5.2. Representações em cruz azul ........................................................................................................6

5.3. Indicação de números nos contornos ...........................................................................................7

5.4. Delimitações em Contorno Verde .................................................................................................7

5.5. Delimitações em Contorno Vermelho ...........................................................................................7

5.6. Área explorada em Região Verde..................................................................................................7

5.7. Área explorada em Região Hachurada ..........................................................................................7

5.8. Área explorada em Região Amarela ..............................................................................................7

5.9. Área explorada em Região Vermelha............................................................................................7

6. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................................8

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1. OBJETIVO

Apresentar as informações necessárias para a compreensão das regiões de segurança, como ferramenta de
apoio à decisão da Operação em Tempo Real.

2. CONCEITOS

2.1. Região de Segurança: resultado da exploração de pontos de operação, a partir da condição


atualizada de operação, onde possam ocorrer violações de limites e critérios operativos, conforme
definidos nos Cadastros de Informações Operacionais de Limites de equipamentos da Rede de
Operação, nas Instruções de Operação Normal e no Submódulo 23.3 dos Procedimentos de Rede.

2.2. Nomograma: projeção da região de segurança em gráficos bidimensionais.

2.3. Direções: representação do deslocamento do ponto de operação, indicando a variação dos grupos
de geração.

2.4. Grupos de Geração: grupos de usinas em que é efetuada a variação do seu despacho entre valores
máximos e mínimos do grupo, permitindo a excursão do ponto de operação, em um número pré-
definido de direções.

2.5. Conjunto de Contingências: lista de contingências pré-estabelecidas de linhas de transmissão e


equipamentos para simulação da região de segurança.

2.6. Limite de geração: limite verificado pela região de segurança onde pelo menos um dos grupos de
geração atingiu seu valor máximo ou mínimo de excursão do despacho de geração.

2.7. Limite de estabilidade de tensão (curva do nariz): limite verificado pela região de segurança em
que ocorreu o esgotamento do suporte de potência reativa, explicitando que o sistema atingiu seu
ponto máximo de carregamento.

2.8. Limite de convergência: limite verificado pela região de segurança onde não foi obtida a
convergência do fluxo de potência continuado, indicando um ponto de máximo carregamento do
sistema.

2.9. Limite térmico: limite verificado pela região de segurança onde ocorre a violação de carregamento
de algum equipamento ou linha de transmissão.

2.10. Limite de tensão: limite verificado pela região de segurança onde ocorreu a violação de tensão
conforme estabelecido no Submódulo 23.3 dos Procedimentos de Rede.

2.11. Limite de estabilidade: limite verificado pela região de segurança onde ocorreu a violação dos
critérios de estudos elétricos para simulações dinâmicas, conforme estabelecido no Submódulo 23.3
dos Procedimentos de Rede.

2.12. Limite de segurança: limite verificado pela região de segurança onde pelo menos uma contingência
provoca perda de estabilidade do sistema.

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3. CONSIDERAÇÕES GERAIS

3.1. Conforme Submódulo 10.7, uma das formas de realizar a gestão da segurança operativa é a utilização
de ferramentas de análise computacional em execução nas Salas de Controle do ONS. O software
Organon é uma das ferramentas utilizadas pelo ONS para identificar a condição de segurança operativa
do sistema elétrico, a partir de resultados gráficos de regiões de segurança, tanto para cenários de
operação presentes, quanto suas possíveis alterações.

3.2. As regiões de segurança são definidas por área de interesse, com o objetivo de determinar pontos de
operação seguros considerando um conjunto de contingências. São utilizadas para definir ações
complementares aos limites e procedimentos de controle de tensão e carregamento já estabelecidos
nas instruções de operação.

3.3. As regiões de segurança são simuladas segundo os seguintes critérios:

 não considera a atuação de equipamentos de controle de tensão que dependem da ação humana
(chaveamento de capacitores e/ou reatores e alteração de tapes de transformadores com
comutação sob carga que operem no modo manual) e de carregamento (alteração de tapes de
transformadores com comutação sob carga que operem no modo automático e alteração de ângulo
nos transformadores defasadores);
 não aumenta o número de unidades geradoras ao longo da variação de geração nos grupos de
geração. Somente retira unidades geradoras, quando de redução de geração, de acordo com a
potência mínima de cada UG;
 atribui um fator de participação para as cargas de cada barramento, com base nos valores previstos
nos casos base mensais do planejamento da operação para toda a rede externa não supervisionada
e representada no Sistema de Supervisão do ONS. Os valores de carga destes barramentos são
atualizados a cada meia hora, aplicando-se os fatores de participação aos valores de carga previstos
no Programa Diário de Produção - PDP;
 respeita os limites constantes nos Cadastros de Informações Operacionais de Limites de
Equipamentos e de Faixas para Controle de Tensão das respectivas áreas elétricas, bem como os
critérios estabelecidos no Submódulo 23.3 dos Procedimentos de Rede para estabilidade
eletromecânica;
 considera a atuação de Sistemas Especiais de Proteção – SEP com influência na área de interesse,
descritos na Instrução de Operação de Esquemas Especiais.

3.4. As regiões de segurança implementadas nas Salas de Controle do ONS podem ser adequadas, ou até
mesmo substituídas por novas regiões, de acordo com a necessidade da operação em tempo real.

A atualização dos nomogramas é executada continuadamente em tempo real, com base nos dados
obtidos a partir do Estimador de Estados do Sistema de Supervisão e Controle do ONS.

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4. DETERMINAÇÃO DA REGIÃO DE SEGURANÇA

4.1. Na definição de uma região de segurança são estabelecidas:

• rede elétrica a ser avaliada, obtida a partir do Estimador de Estados;


• áreas e/ou barramentos que serão monitorados;
• monitoramentos de carregamento e/ou intercâmbios de interesse;
• três grupos de geração;
• conjunto de contingências;
• esquemas especiais.

4.2. O conjunto de contingências é estabelecido em uma lista de eventos, estáticos ou dinâmicos, e é


aplicado na vizinhança do ponto de operação inicial, utilizando fluxo de potência continuado.

4.3. A definição dos três grupos de geração permite a exploração da vizinhança do ponto de operação, a
partir da variação do despacho das usinas contidas em cada grupo em um número pré-definido de
direções. Os dois primeiros grupos de geração são escolhidos para explorar a área que se deseja
analisar, enquanto o terceiro grupo é responsável por estabelecer o balanço de geração entre os
demais.

As usinas que compõe um mesmo grupo são determinadas de acordo com critérios e/ou influências
semelhantes sobre o conjunto de contingências que se deseja avaliar, de modo que seja possível
adotar procedimentos de redespacho para solução dos problemas identificados.

Para cada região de segurança são obtidos três nomogramas, com as projeções bidimensionais dos
grupos de geração: Grupo 1 vs. Grupo 2, Grupo 2 vs. Grupo 3 e Grupo 1 vs. Grupo 3.

Além da definição dos grupos de geração, pode-se definir duas grandezas elétricas adicionais para
monitoramento, viabilizando uma análise gráfica adicional da região de segurança, formando um
quarto nomograma, com cada uma dessas grandezas em cada eixo, permitindo visualizar por exemplo
a relação entre o intercâmbio entre áreas e um determinado carregamento.

4.4. O monitoramento das áreas e barramentos é definido de forma a delimitar a área de interesse que
se deseja analisar na região de segurança.

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5. INTERPRETAÇÃO DA REGIÃO DE SEGURANÇA

Para exemplificar a interpretação dos resultados de uma região de segurança é apresentado um nomograma
de exemplo na figura abaixo, onde nele são representados todos os limites operativos expostos no item 2
desta RT-CT.BR.01, sendo indicados através de seus contornos e áreas, bem como demais indicações
representativas do resultado da região de segurança:

Dentre os procedimentos a serem realizados a partir da análise da região de segurança, destacam-se os


seguintes:

 Redespacho de geração nas usinas que compõem os grupos de geração, permitindo deslocar o ponto de
operação para qualquer ponto da região de segurança;

 Controle de tensão nos barramentos afetados, permitindo expandir o contorno que define a sua fronteira
de violação;

 Controle de carregamento nos equipamentos afetados, alterando a área de violação apresentada;

 Adoção de limites de transferência de potência entre sistemas;

 Habilitar/Desabilitar Esquemas Especiais.

De maneira a auxiliar na interpretação do nomograma, os subitens a seguir descrevem as principais


representações para análise da região de segurança.

5.1. REPRESENTAÇÃO DOS EIXOS DO GRÁFICO

São as possíveis combinações dos três grupos de geração ou, no caso do quarto nomograma, as duas
primeiras grandezas elétricas definidas pelo usuário (intercâmbio entre áreas, carregamento em
equipamentos, entre outras).

5.2. REPRESENTAÇÕES EM CRUZ AZUL

O ponto de operação em que o sistema se encontra é indicado pela cruz azul em tamanho maior.

Também são indicadas em duas cruzes menores os dois últimos pontos de operação de maneira que seja
possível identificar a trajetória que o ponto de operação está seguindo.
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5.3. INDICAÇÃO DE NÚMEROS NOS CONTORNOS

A identificação de cada direção de variação de despacho dos grupos de geração é indicada pelos números
contidos no contorno mais distante em relação ao ponto de operação atual.

5.4. DELIMITAÇÕES EM CONTORNO VERDE

Este contorno delimita os pontos de operação em que não há violação dos limites de tensão na área de
interesse monitorada para o conjunto de contingências avaliado. A sua ausência indica que toda a região está
violada para este critério.

5.5. DELIMITAÇÕES EM CONTORNO VERMELHO

Este contorno delimita os pontos de operação em que não há violação de nenhum dos critérios de simulação
dinâmica na área de interesse monitorada para o conjunto de contingências avaliado. A sua ausência indica
que toda a região está violada para este critério.

5.6. ÁREA EXPLORADA EM REGIÃO VERDE

Indica que nesta região não há violação de carregamento das linhas de transmissão ou equipamentos
monitorados para o conjunto de contingências avaliado.

5.7. ÁREA EXPLORADA EM REGIÃO HACHURADA

Indica que nesta região há atuação de Esquema Especial para o conjunto de contingências avaliado.

5.8. ÁREA EXPLORADA EM REGIÃO AMARELA

Indica que nesta região há violação de carregamento de uma das linhas de transmissão ou de equipamentos
monitorados para pelo menos uma das contingências do conjunto.

5.9. ÁREA EXPLORADA EM REGIÃO VERMELHA

Indica que nesta região o sistema monitorado não é seguro pelos seguintes limites:

 limite de geração;

 limite de estabilidade de tensão (curva do nariz);

 limite de convergência;

 limite de segurança.

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6. BIBLIOGRAFIA

[1] Manual do Usuário – Organon – Versão 10.2 – HPPA/2018

[2] Tutorial Básico Sobre região de segurança Dinâmica – ONS/2009

[3] NEVES, Rodrigo Alves das, “Investigação de parâmetros que provocam diferenças entre regiões de
segurança estática e dinâmica”, Dissertação de Mestrado, UFRJ, 2017.

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