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PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA II

Prof. José Nilton Cantarino Gil

ASSUNTO: Geradores Sincronos – Parte 2

Diagrama fasorial de um gerador síncrono

Como as tensões em CA são sempre expressas como fasores (com módulo e


ângulo), podem ser expressas em um gráfico bidimensional denominado de
diagrama fasorial. A figura 1 mostra as relações entre as principais grandezas
presentes nos geradores trifásicos quando tem seus estatores ligados em estrela (ou
Y) na figura 1(a) e triângulo (ou ) em 1 (b).

Figura 1: Geradores fechados em Estrela e Triângulo

Fonte: Chapman (2013)


Nas figuras podemos identificar:
EA → Tensão gerada internamente no enrolamento de armadura
RA → Resistência do enrolamento do estator
jXS → Reatância síncrona da máquina (reatância indutiva do enrolamento de
estator combinada com a auto indutância da reação da armadura)
V → Tensão de Fase encontrada nos terminais do enrolamento do gerador
VL → Tensão de Linha (ou entre 2 fases)
IA → Corrente de fase ou corrente que circula no enrolamento do estator
IL → Corrente de linha (ou entre 2 fases)
Na figura 1(a), quando o gerador está fechado em Y, observamos que IL = IA e
𝑉𝐿 = √3 ∗ 𝑉𝜙 , enquanto se fechamos em triângulo, como mostrado em 1(b), então

𝐼𝐿 = √3 ∗ 𝐼𝐴 e VL=V.
O circuito equivalente, por fase, de um gerador ficará como mostrado na figura 2.
Figura 2: Circuito equivalente de um gerador por fase

Fonrte: Chapman (2013)


E o diagrama fasorial de cada fase, se admitirmos que o fator de potência é 1, isto
é, não há defasagem entre a tensão nos terminais do gerador e a corrente na carga
pode ser mostrado como a figura 3.
Figura 3: Diagrama fasorial de uma fase do gerador síncrono com fator de potência unitário

Fonte: Chapman (2013)


A figura 3 mostra um diagrama fasorial da relação entre as grandezas presentes no
gerador quando ele está alimentando uma carga puramente resistiva, podendo-se
notar que a diferença entre a tensão EA e a tensão no terminal da fase V é dada
pelas quedas de tensão resistiva (RA*IA) e indutiva (jXS*IA).
Podemos comparar esse digrama fasorial com os das figuras 4(a) e 4(b) que
mostram geradores alimentando cargas com fatores de potência diferentes de 1, isto
é, atrasado em (a) e adiantado em (b).
Figura 4: Diagramas fasoriais de geradores alimentando cargas indutiva(a) e capacitiva(b)

Fonte: Chapman (2013)


Podemos observar nas figuras 4(a) e 4(b) que será necessária uma geração
de tensão interna EA maior quando alimentamos uma carga atrasada do que para
alimentar uma carga adiantada e, portanto, será necessária uma maior corrente de
campo para se obter a mesma tensão no terminal, porque:

EA= k (eq. 1)

e  deve ser constante para que a frequência se mantenha constante.


Podemos afirmar, alternativamente que: para uma dada corrente de campo e uma
intensidade de corrente na carga, a tensão de terminal será menor com cargas de
características indutivas e maior com cargas de características capacitivas.

Nas máquinas síncronas reais, a reatância síncrona é normalmente muito


maior do que a resistência do enrolamento, de modo que RA é frequentemente
desprezada no estudo qualitativo das variações de tensão. Caso necessitemos de
resultados mais exatos, então deveremos levar RA em consideração.

Potência e conjugado em geradores síncronos

Um gerador síncrono é uma máquina síncrona utilizada como gerador e


converte potência mecânica em potência elétrica, normalmente trifásica. A fonte
de potência mecânica pode ser um motor diesel, uma turbina a vapor, uma turbina
hidráulica ou qualquer outro dispositivo similar que deve ter a propriedade de
manter sua velocidade quase constante independente da potência demandada.
Temos que lembrar que a frequência da energia gerada depende da velocidade e
como tal, necessitamos que uma fonte motriz que mantenha sua velocidade
inalterada independendo da potência que estiver sendo acionada.
Como qualquer máquina real, nem toda a potência de entrada será
transformada em potência de saída, e essa diferença se deve às perdas na máquina.
A figura 5 mostra o fluxo de potência em um gerador síncrono, sendo que Pentrada é
a potência aplicada ao eixo do gerador e Pconv é a potência convertida da forma
mecânica para a forma elétrica.

Pentrada=ap.m (eq.2)

onde: Pentrada = potência mecânica fornecida ao eixo


ap = torque aplicado ou conjugado aplicado
m = velocidade do eixo

E a potência elétrica convertida é dada por:

Pconv = ind.m (eq.3)


Pconv= 3.EA.IA.cos  (eq.4)
onde  é o ângulo entre EA e IA. Se formos representar a potência ativa de saída de
um gerador em grandezas de linha, poderemos escrever:

Psaida= √3.EL.IL.cos  (eq.5)

A diferença entre a potência de entrada e a de saída ou convertida pelo gerador


representa as perdas mecânicas, do núcleo e as suplementares da máquina.
Figura 5: Diagramas de fluxo de um gerador síncrono

Fonte: Chapman (2013)


Se formos representar a potência ativa de saída em grandezas de fase poderemos
escrever:
Psaida= 3.V.IA.cos  (eq.6)

Já a potência reativa poderá também ser expressa em valores de fase ou de linha.


Com grandezas de linha, a potência reativa Q será expressa como:

Qsaida= √3.EL.IL.sen  (eq.7)

E em valores de fase como:


Qsaida= 3.V.IA.sen  (eq.8)

Como XS é muito maior que RA poderemos deduzir uma equação muito útil
que pode ser deduzida para fornecer um valor aproximado da potência de saída de
um gerador. Ao observarmos a figura 6 que mostra um diagrama fasorial
simplificado de um gerador com a resistência de armadura RA ignorada, vemos que
o segmento de reta vertical bc pode ser expresso como EA.sen  ou XS.IA.cos , e
assim:

𝐸𝐴 .𝑠𝑒𝑛 𝛿
𝐼𝐴 . 𝑐𝑜𝑠𝜃 = (eq.9)
𝑋𝑆
E se substituirmos na equação 6, teremos:
3.𝑉𝜙.𝐸𝐴
𝑃𝑐𝑜𝑛𝑣 = 𝑠𝑒𝑛 𝛿 (eq.10)
𝑋𝑆
Figura 6: Diagrama fasorial simplificado com a resistência de armadura ignorada

Fonte: Chapman (2013)


Como assumimos que as resistências têm o valor zero então não haveria perdas
elétricas. A equação 10 mostra que a potência produzida por um gerador síncrono
depende do ângulo  entre V e EA. O ângulo  é conhecido como ângulo interno
ou ângulo de conjugado(torque) da máquina. Deve-se observar que a potência
máxima é conseguida quando =90º pois sen 90º= 1 e PMAX será:

3.𝑉𝜙.𝐸𝐴
𝑃𝑀𝐴𝑋 = (eq.11)
𝑋𝑆

A potência máxima obtida nessa equação é chamada de limite de


estabilidade estática do gerador. Geradores reais apresentam ângulos típicos de
conjugado a plena carga em torno de 20º ou 30º.
Quando observamos as equações 6, 8 e 10 e assumirmos que V é constante
vemos que a saída de potência ativa será diretamente proporcional a IA.cos e a
EA.sen, e a potência reativa proporcional a IA.sen. Esses fatos irão nos ajudar
quando plotarmos diagramas fasoriais de geradores síncronos com cargas
variáveis.
Baseando-se ainda no que vimos quando estudamos fundamentos de
máquinas de corrente alternada, o conjugado induzido desse gerador poderá ser
expresso como:
ind = kBR X BS (eq.12)

ou como:
ind = kBR X Bliq (eq.13)

Cujo modulo poderá ser expresso por:

ind = kBRBliqsen (eq.14)

em que  é o ângulo entre o campo magnético do rotor e o campo magnético


líquido. Como BR produz a tensão EA e Bliq produz a tensão V, o ângulo entre EA
e V é o mesmo ângulo  entre BR e Bliq.
Como Pconv = ind m, o conjugado induzido pode ser expresso por:
3.𝑉𝜙 .𝐸𝐴
𝜏𝑖𝑛𝑑 = . 𝑠𝑒𝑛 𝛿 (eq.15)
𝜔𝑚 .𝑋𝑆

A equação 15 descreve o conjugado induzido em termos de grandezas


elétricas enquanto a equação 13 descreve o conjugado em termos de grandezas
magnéticas. Devemos observar também que tanto a potência convertida como o
conjugado induzido no rotor dependem do ângulo do conjugado . Essas grandezas
alcançam valores máximos quando  é 90º, uma vez que dependem do sen().

É importante observar que os valores máximos não poderão ser excedidos


mesmo que instantaneamente e os valores típicos de  com geradores a plena carga
oscilam entre 20˜30º. Segundo Chapman (2013), a potência e o conjugado que
essas máquinas podem oferecer são no mínimo o dobro de seus valores a plena
carga sendo que essa reserva de potência é essencial para a estabilidade dos
sistemas de potência onde esses geradores estão sendo utilizados.

Medição dos parâmetros do modelo de um gerador síncrono

Três parâmetros são determinantes para a descrição do comportamento de


um gerador síncrono real:
a) Relação entre a corrente de campo e o fluxo (portanto, corrente de campo e
a tensão gerada na armadura EA);
b) Reatância síncrona;
c) Resistência de armadura.
Vamos descrever uma técnica simples para a determinação dessas grandezas
com o gerador síncrono:
1) Ensaio a vazio (ou de circuito aberto)

Coloca-se o gerador a girar na rotação nominal, com todas as cargas


desconectadas. A corrente de campo deverá ser ajustada para zero inicialmente. A
partir de então, incrementa-se a corrente de campo gradativamente e mede-se a
tensão nos terminais a cada passo.
Como IA=0, EA=V e é possível a construção de um gráfico EA versus IF.
Essa curva é chamada de característica a vazio (CAV) ou de circuito aberto (CCA)
de um gerador.
Figura 7: Característica a vazio de um gerador síncrono

Fonte: Chapman (2013)


A figura 7 mostra uma reta até a saturação do ferro. O ferro não saturado tem
uma relutância magnética milhares de vezes menor que a do entreferro e desse
modo o incremento do fluxo resultante é linear. Com a saturação a relutância do
ferro aumenta muito e a força magnetomotriz deixa de ser linear, aumentando
muito mais vagarosamente. A parte linear é chamada de linha do entreferro.

2) Ensaio de curto-circuito

Para esse ensaio deveremos ajustar a corrente de campo para zero e colocarmos
a saída do gerador em curto-circuito com a utilização de um conjunto de
amperímetros. Após isso, deveremos ir incrementando a corrente de campo e
medindo a corrente de armadura (ou corrente de linha). A curva resultante é
conhecida como corrente característica de curto-circuito (CCC).
A curva resultante é basicamente uma reta uma vez que se analisarmos o
modelo que estamos utilizando a corrente de armadura IA depende da tensão EA
e da impedância interna da máquina ZS que é constante. Logo a variação do
módulo da corrente IA será proporcional ao módulo da tensão EA.

Figura 8: Caraterística de curto-circuito de um gerador síncrono

Fonte: Chapman (2013)


A expressão da corrente de armadura IA, com o gerador com a saída em curto-
circuito é dado por:
E𝐴
I𝐴 = (eq.16)
𝑅𝐴 +𝑗𝑋𝑆

Com a saída em curto-circuito o gerador apresenta as relações mostradas na


figura 9.
Figura 9: Comportamento em curto-circuito

Fonte: Chapman (2013)


A figura 9(a) mostra o circuito equivalente do gerador com a saída em curto-
circuito (tensão nos terminais = 0). Já a figura 9(b) mostra as relações fasoriais
entre as tensões no circuito enquanto a figura 9(c) mostra os campos magnéticos
durante o ensaio.
Notamos que os campos magnéticos BR e Best quase se cancelam e com Bliq
pequeno a máquina não satura e a CCC é linear. Matematicamente podemos
compreender que como V=0, a impedância interna da máquina é dada por:
𝐸𝐴
𝑍𝑆 = √𝑅𝐴2 + 𝑋𝑆2 = (eq.17)
𝐼𝐴
Mas como Xs>> RA, podemos reduzir a equação 17 a:
𝐸
𝑋𝑆 ≈ 𝐴 (eq.18)
𝐼𝐴
Cálculo de XS

O método aproximado para determinar a reatância síncrona XS será,


portanto:
1) Obter a tensão gerada EA a partir da CAV (para uma corrente de campo)
2) Obter a corrente de curto-circuito IA.CC a partir da CCC (para a mesma
corrente de campo)
3) Calcular Xs aplicando a equação 18

É importante observar o valor da reatância síncrona é exata até o ponto de


saturação e poderá ser encontrada usando qualquer corrente de campo obtida
na região linear da curva CAV. Para sabermos o valor de RA podemos aplicar
uma tensão contínua enquanto a máquina permanece estacionária e medir a
corrente na armadura.

Razão de curto-circuito

Outro parâmetro utilizado para descrever geradores síncronos é a


razão de curto-circuito. Esta razão é definida como a razão entre a corrente
de campo requerida para a tensão nominal a vazio e a corrente de campo
requerida para a corrente nominal de armadura em curto-circuito. Pode-se
dizer que essa grandeza é o inverso do valor pu da reatância síncrona em
saturação e é importante conhecê-la uma vez que é encontrada
ocasionalmente na indústria.

Exemplo: Um gerador síncrono de 200kVA, 480 V, 50 Hz, ligado em Y e


com uma corrente nominal de 5 A foi submetido a ensaios tendo-se obtido
os seguintes dados:
1) Para IF nominal, VT.VZ foi medida como sendo 540 V.
2) Para IF nominal, IL.CC foi encontrada como 300 A.
3) Quando uma tensão CC de 10 V foi aplicada a 2 terminais, uma corrente
de 25 A foi medida.

Encontre os valores da resistência de armadura e da reatância síncrona


aproximada em  que seriam usados no modelo do gerador nas condições
nominais.

Solução:
Como o gerador está ligado em Y, temos:

𝑉𝐶𝐶 𝑉𝐶𝐶 10
2 ∗ 𝑅𝐴 = → 𝑅𝐴 = = = 0,2 
𝐼𝐶𝐶 2 ∗ 𝐼𝐶𝐶 2 ∗ 25

A tensão gerada interna será:

𝑉𝑇 540
𝐸𝐴 = 𝑉𝜙.𝑉𝑍 = = = 311,8 𝑉
√3 √3

A corrente de curto-circuito IA é simplesmente igual a corrente de linha,


porque o gerador está ligado em Y:

𝐼𝐴.𝐶𝐶 = 𝐼𝐿.𝐶𝐶 = 300 𝐴

Com isso podemos calcular a reatância síncrona, com corrente de campo


nominal, usando:
𝐸 311,8 𝑉
√𝑅𝐴 2 + 𝑋𝑆 2 = 𝐴 =
𝐼𝐴 300 𝐴

√(0,2)2 + 𝑋𝑆2 = 1,039

0,04 + 𝑋𝑆2 = (1,039)2 = 1,08

𝑋𝑆2 = 1,08 − 0,04 = 1,04

𝑋𝑆 = 1,02 

Se não considerássemos o valor de RA, poderíamos calcular o XS como:


𝐸𝐴 311,8 𝑉
𝑋𝑆 = = = 1,08 
𝐼𝐴 300 𝐴

O que mostra a pouca influência de considerar o valor de RA no cálculo.


Finalmente poderemos mostrar o circuito equivalente do gerador na figura
10.
Figura 10: Circuito equivalente de um gerador síncrono

Fonte: Chapman (2013)

Gerador síncrono operando isolado

Um gerador síncrono irá ter comportamentos diferentes dependendo do


fator de potência da carga ou se está funcionando de forma isolada ou em paralelo
com outros geradores. Inicialmente iremos estudar o comportamento dessas
máquinas funcionando de forma isolada.
Iremos também assumir nesse primeiro momento que que a velocidade dos
geradores será constante e que o fluxo magnético no rotor será constantes caso a
corrente de campo também se mantenha constante. Na maioria dos casos iremos
também ignorar o efeito da resistência da armadura RA.
Em um gerador síncrono funcionando de forma isolada um incremento de
carga é um incremento de potência ativa e/ou reativa solicitada. E se a resistência
de campo não foi alterada, a corrente de campo permanece constante e
consequentemente o campo produzido por ela também. Como a tensão gerada é
𝐸𝐴 = 𝑘. 𝜙. 𝜔, e como o fluxo e a velocidade são constantes, então a tensão gerada
também será.
Para entendermos o que muda num gerador onde a tensão gerada é constante,
teremos que construir os diagramas fasoriais das possíveis cargas que serão
alimentadas por esse gerador. Dessa forma, se temos uma carga com fator de
potência atrasado e aumentarmos a carga mantendo o atraso no fator de potência,
iremos perceber que a corrente de armadura |IA| aumentará, mas permanecerá com
o mesmo ângulo  em relação à tensão V de antes. A tensão de reação da armadura
jXSIA será maior que antes, mas permanecerá no mesmo ângulo. Assim podemos
escrever que:

𝐄𝐀 = 𝐕𝛟 + 𝑗. 𝑋𝑆 . 𝐈𝐀 (eq.18)

A equação 18 pode ser melhor entendida se analisarmos a figura 19 onde, se as


restrições forem observadas, com o aumento da carga a tensão V diminui bastante
acentuadamente.
Figura 19: Efeito de aumento da carga com fator de potência atrasado

Fonte: Chapman, 2013

Caso o aumento da corrente seja produzido por uma carga com fator de
potência unitário, poderemos observar que a tensão nos terminais do gerador V
irá diminuir também, mas de uma forma muito menos acentuada que no caso da
carga com fator de potência atrasado, como podemos observar na figura 20:
Figura 20: Efeito de aumento da carga com fator de potência unitário

Fonte: Chapman, 2013

No caso de uma carga com fator de potência adiantado iremos observar um


fato que a princípio parece ir contra nossa intuição porque nesse caso, mantendo o
fator de potência, a tensão V aumenta seu valor com o aumento da carga.
Na figura 21 a seguir, poderemos observar o comportamento das tensões
geradas e nos terminais do gerador quando alimenta uma carga com fator de
potência adiantado.
Figura 21: Efeito de aumento da carga com fator de potência adiantado

Fonte: Chapman, 2013

Uma maneira bastante conveniente de comparar o comportamento de dois


geradores é através de sua regulação de tensão. A regulação de tensão (RT) é
definida pela equação 19.
𝑉𝑉𝑍 −𝑉𝑃𝐶
𝑅𝑇 = . 100% (eq.19)
𝑉𝑃𝐶

Onde VVZ é a tensão em vazio, VPC é a tensão em plena carga e RT a regulação de


tensão. Se temos uma carga com fator de potência atrasado a regulação é bastante
positiva, se tem fator de potência unitário possui pequena regulação de tensão
positiva, mas se tem fator de potência adiantado apresenta regulação negativa.
É desejável que tenhamos uma tensão constante sendo fornecida à carga
independendo das variações da própria carga e para corrigirmos esse problema, o
óbvio é alterar a tensão de armadura (lembrando que 𝐸𝐴 = 𝑘. 𝜙. 𝜔). Como a
frequência deve ser mantida não podemos variar a velocidade e logo só nos resta
compensar a tensão variando o fluxo de campo.
Resumindo poderemos, segundo Chapman (2013), ter o seguinte
comportamento:

E se quisermos diminuir a tensão de terminal basta inverter o processo. Logo


podemos regular a tensão de terminal do gerador para uma série de alterações da
carga, simplesmente ajustando a corrente de campo.
Exercícios

(Problema 4.3, Chapman) Assuma que o gerador do problema 4.2, cuja CAV está
mostrada abaixo, teve sua corrente de campo ajustada para o valor de 5A.
a) Qual será a tensão de terminal desse gerador se ele for conectado a uma
carga em delta com impedância de 24Ω atrasada de 25º.
b) Desenhe o diagrama fasorial desse gerador.
c) Qual a eficiência do gerador (ou rendimento = (Psaida/Pentrada)*100%)
nessas condições?

Obs: No problema 4.2 foi citado que o gerador possui perdas por atrito e
ventilação de 1MW e perdas no núcleo de 1,5MW.

(problema 4.4, Chapman) Assumindo ainda que a corrente do gerador do problema


4.2 tenha sido ajustada para ter a tensão nominal de 13,8kV em condições de plena
carga em cada uma das seguintes perguntas.
a) Qual a eficiência do gerador nas condições nominais?
b) Qual será a regulação de tensão do gerador se ele for carregado com os
quilovolts-amperes nominais e uma carga de F.P. 0,9 atrasado?
c) Qual será a regulação de tensão do gerador se ele for carregado com os
quilovolts-amperes nominais e uma carga de F.P. 0,9 adiantado?
d) Qual será a regulação de tensão do gerador se ele for carregado com os
quilovolts-amperes nominais e uma carga de F.P. unitário?
(Problema 4.5) Assuma que o gerador da questão 4.2 foi ajustado para ter tensão
nominal quando o gerador está carregado com corrente nominal e fator de potência
unitário.
a) Qual o ângulo de conjugado  do gerador quando ele está fornecendo
corrente nominal com fator de potência unitário?
b) Qual a potência máxima que esse gerador pode fornecer a uma carga com
fator de potência unitário quando a corrente de campo é ajustada para o
valor atual?
c) Quando o gerador está funcionando a plena carga com fator de potência
unitário, quão próximo ele está do limite de estabilidade estática da
máquina?

(Problema 4.6) A tensão interna gerada EA de um gerador síncrono trifásico ligado


em delta, 60 Hz e 2 polos é 14,4kV e a tensão de terminal VT é 12,8kV. A reatância
síncrona dessa máquina é 4Ω e a resistência de armadura deve ser ignorada.
a) Se o ângulo de conjugado do gerador for =18º, quanta potência será
fornecida por esse gerador?
b) Qual o fator de potência do gerador?
c) Desenhe o diagrama fasorial nessas circunstâncias.
d) Ignorando as perdas desse gerador, qual conjugado deve ser aplicado ao
eixo pela máquina motriz nessas condições?

Em caso de dúvida podem me contatar pelo email jnilton@ubm.br.

Referências Bibliográficas:
CHAPMAN, Stephen, J. Fundamentos de Máquinas Elétricas, 5 ed., Bookman
McGraw Hill, Porto Alegre, 2013

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