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INDUSTRIAIS –
ELETROTÉCNICA
AULA 4
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utilizam potência reativa para a magnetização de seu núcleo. Conceitualmente,
o fator de potência é dito como sendo a relação entre a potência ativa e a
potência aparente. Matematicamente, pode ser dado por
P
FP (1)
S
P
cos (2)
S
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defasagem entre tensão e corrente. Caso o fator de potência seja indutivo, a
corrente estará atrasada em relação à tensão. Se o fator de potência possuir
característica capacitiva, então a defasagem entre tensão e corrente será com
a corrente adiantada em relação à tensão. No que diz respeito ao fasor, essas
relações são representadas na Figura 2.
I cos (3)
I sen (4)
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mostra o cálculo das potências aparente, ativa e reativa a partir dos valores de
tensão e corrente de fase.
S 3 F 3 VF I F
Q3F 3 VF I F sen
S 3 F 3 VL I L
Q3F 3 VL I L sen
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Uma das causas que mais contribuem para a redução do fator de
potência de uma instalação são os motores elétricos. De maneira geral,
motores elétricos são responsáveis por cerca de 50% das cargas de uma
instalação. O ideal é que eles operem fornecendo a potência ativa que foram
projetados para fornecer. A potência ativa do motor depende da carga que está
acoplada a ele, já a potência reativa depende apenas da tensão que é aplicada
a ele, pois é dela que dependerá a corrente necessária para o funcionamento
interno do motor.
Considerando que o motor opere a vazio ou com pouca carga acoplada
ao eixo, significa que ele absorverá da rede pouca potência ativa. Se a carga
no seu eixo for aumentando, a potência ativa que ele absorve vai aumentando
também. Como a potência reativa depende da tensão, se ela não for alterada,
então a potência reativa continuará a mesma. Sendo assim a parcela de
potência ativa se torna muito maior que a potência reativa, resultando no fator
de potência que estará especificado na sua placa de identificação.
Com transformadores, a situação é a mesma. A parcela de potência
reativa que um transformador absorve da rede de alimentação é a mesma,
independente da potência que está sendo enviada para a carga. Portanto, se o
transformador estiver sobredimensionado, significa que ele não vai fornecer
toda a potência ativa que foi projetado para fornecer e que, consequentemente,
vai operar com fator de potência baixo. Vale ressaltar também que os
transformadores de grande porte são projetados para fornecer o valor de
potência aparente para o qual foram projetados, independentemente do fator
de potência da carga. Por isso, além de ter o transformador fornecendo a
máxima potência a que foi projetado, é importante que o fator de potência da
carga que ele alimenta não seja baixo.
Outro tipo de carga que influencia negativamente no fator de potência
são cargas eletrônicas. Os retificadores, que são o estágio de entrada de
grande parte das cargas eletrônicas, são cargas não lineares, que tendem a
distorcer a forma de onda da tensão de entrada e normalmente possuem um
fator de potência que varia de 0,6 a 0,7. Equipamentos eletrônicos com melhor
desempenho possuem sistemas de controle que fazem a correção do fator de
potência, fazendo com que a rede enxergue o dispositivo como uma carga
puramente resistiva. Portanto, é uma técnica que pode ajudar a elevar o fator
de potência da instalação, quando se tratar de uma carga eletrônica.
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TEMA 2 – TIPOS DE CORREÇÃO DE FATOR DE POTÊNCIA
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Figura 3 – Exemplo de banco de capacitores de baixa tensão
Crédito: Hinloy/Shutterstock.
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potência reativa dos capacitores possa ser regulada de acordo com a carga
que está sendo alimentada. Nesse caso, os bancos de capacitores automáticos
podem ser uma solução bastante viável. A Figura 4 apresenta um exemplo de
banco de capacitores automáticos.
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QC
V % Z % (7)
S NOM
Qvar QC V 2 (8)
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Figura 5 – Exemplo de capacitores de alta tensão
Crédito: Jakit17/Shutterstock.
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considerar que trata-se de uma carga indutiva, até porque o triângulo
representado na Figura 6 é característico de uma carga desse tipo.
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indutiva pela potência reativa capacitiva, o triângulo de potências ficará como
mostrado na Figura 8.
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pela concessionária não precisará ser tão robusta como precisaria ser caso
não houvesse a instalação dos bancos de capacitores.
Com base no que foi visto até agora vamos realizar um exemplo de
dimensionamento de banco de capacitores. Considere duas cargas, sendo a
primeira delas com uma potência ativa de 100 kW e a com potência reativa de
50 kvar, e a segunda com potência ativa de 75 kW e potência reativa de 40
kvar, ambas com característica indutiva. Deseja-se que o fator de potência
dessas duas cargas seja de 0,96 após a correção. A potência ativa total é dada
por
QT Q1 Q2 50 40 90 k var (10)
PT 175
cos 0,88 27,33º (12)
S T 195
Pela equação (12), verifica-se que o fator de potência das duas cargas é
de 0,88 indutivo, o que leva a um ângulo de 27,33º conforme mostrado na
Figura 10.
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Considerando que o fator de potência desejado é de 0,96 indutivo, o
ângulo formado entre a potência ativa e a potência aparente deve ser de
16,26º. Sendo assim, o triângulo de potências desejado após a instalação do
banco de capacitores é o que está representado na Figura 11.
Qnovo
tg novo Qnovo PT tg novo 175 tg16,26º 51,04 k var (13)
PT
O valor de 51,04 kvar na equação (13) é o valor que deve ter a potência
reativa para que o fator de potência seja de 0,96 indutivo. Como a potência
reativa das cargas antes da correção é de 90 kvar, a potência reativa do banco
de capacitores é dada por
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é determinar a potência ativa de cada uma das potências. Esse cálculo pode
ser feito como mostrado nas equações (15) e (16):
Com base nas equações (15) e (16), pode ser calculada a potência ativa
total, que é dada pela soma das potências dessas equações.
(17)
Com base nas equações (18) e (19), obtém-se a potência aparente total
que será
QT
tg QT PT tg 17682 tg32,46º QT 11247 var (22)
PT
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Fonte: Adaptado de Creder, 2018.
Qnovo
tg novo Qnovo PT tg novo 17682 tg21,56º 6986 var (23)
PT
O valor de 6986 var na equação (23) é o valor que deve ter a potência
reativa para que o fator de potência seja de 0,93 indutivo. Como a potência
reativa das cargas antes da correção é de 11247 var, a potência reativa do
banco de capacitores é dada por
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Importante ressaltar que, ao corrigir o fator de potência, a potência
aparente também se reduz, reduzindo a carga da rede de alimentação da
concessionária. Essa comprovação pode ser feita determinando a potência
aparente após a instalação do banco de capacitores calculado. A potência
aparente Snovo será
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tolerância menor em relação à capacitância, é prudente considerar que a
corrente será de 1,5 vezes a corrente nominal.
Como exemplo, considere um banco de capacitores de 50 kvar, em uma
tensão de 380 V, em um sistema trifásico. A corrente dos capacitores é
calculada pela equação
QC
IC (27)
3 V sen
50000
IC 76 A (28)
3 380 1
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A proteção do banco de capacitores também pode ser feita por meio de
disjuntores em caixa moldada, que são destinados a correntes superiores. Um
exemplo de disjuntor em caixa moldada é mostrado na Figura 14.
Crédito: Andypositive/Shutterstock.
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corrente se calcula conforme as equações (27), (28) e (29). Na sequência,
escolhe-se o tipo de condutor, se será com isolação em PVC, XLPE, ou EPR, e
verifica-se o número de condutores carregados. Depois, aplica-se os fatores de
correção de temperatura e de agrupamento. Com base nesses dados,
determina-se a corrente corrigida e, finalmente, a seção transversal dos
condutores.
As tabelas utilizadas para o dimensionamento são as mesmas que a da
norma NBR 5410/2004, caso a instalação do banco de capacitores seja feita
em baixa tensão.
Além do método da capacidade de corrente, deve ser verificada também
a queda de tensão nos condutores, para que a tensão aplicada ao banco de
capacitores seja adequada para seu funcionamento normal.
Mesmo que os condutores estejam preparados para suportar a corrente
nominal do banco de capacitores, os bancos automáticos são os mais
recomendados para as aplicações industriais. Em função dos critérios de
demanda de potência reativa, a sua utilização é praticamente obrigatória. O
fracionamento de banco de capacitores com controle automático é o mais
utilizado.
Esse controle automático é muito utilizado em grandes indústrias, para
que seja o fator de potência adequado aos valores estabelecidos pela ANEEL,
em qualquer período do dia e da noite. Para que isso seja possível, é
indispensável a utilização de medidores de fator de potência, os cossifímetros.
Os cossifímetros são dispositivos destinados à medição em tempo real do fator
de potência de uma carga ou instalação. A Figura 15 apresenta um exemplo de
cossifímetro.
O medidor de fator de potência da Figura 15 tem a finalidade de apenas
monitorar o fator de potência em tempo real. Entretanto, o mesmo princípio
pode ser utilizado nos controladores automáticos de fator de potência.
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Figura 15 – Medidor de fator de potência analógico
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Figura 16 – Painel para correção automática do fator de potência
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Figura 17 – Controlador automático de fator de potência
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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