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INSTITUTO INDUSTRIAL E COMERCIAL EDUARDO MONDLANE - INHAMBANE

Qualificação: Certificado Vocacional em Electricidade Industrial Nível de QNQP: III (CV3)

Título do Modulo: Aplicar Fundamentos de Eletrotecnia em Corrente Alternada

Código do Módulo: UCEPI05301171 Horas semestrais: 80 No de Créditos: 4 Horas Semanais: 4

Elemento de Medir e calcular as potências ativa, reactiva e aparente (complexa) e do factor de potência em
Competência 5: circuitos de C.A.

a. Descreve correctamente potência e energia eléctrica;


b. Realça correctamente o significado dos termos potência real, potência aparente, potência reactiva e
Critérios de
factor de potência;
desempenho:
c. Calcula o valor do condensador necessário para a correcção do factor de potência em 90% e 100%;

a) Evidência de desempenho correcto, em que o candidato é capaz de ligar instrumentos para medição do
consumo de potência activa, potência aparente, potência reactiva, e factor de potência num circuito de C.A;
Evidências
requeridas: b) Evidência escrita de que o candidato é capaz de calcular valores de consumo de potência activa, potência
aparente, potência reactiva, e factor de potência em circuitos de C.A.

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Eletricidade Industrial - Fundamentos de Eletrotecnia em Corrente alternada – Nivel III

5. MEDIR E CALCULAR AS POTÊNCIAS ATIVA, REACTIVA E APARENTE


(COMPLEXA) E DO FACTOR DE POTÊNCIA EM CIRCUITOS RLC DE C.A.

5.1. Potência e Energia Elétrica em Circuitos de CA Monofásica

Em um sistema elétrico, existem dois tipos de energia: a energia ativa e a energia reativa.
Qualquer equipamento que transforma a energia elétrica em outra forma de energia como um
ferro elétrico, que transforma a energia elétrica em energia térmica, não necessita da energia
intermediária. Dessa forma, a energia fornecida pelo gerador é totalmente utilizada ou
consumida pelo ferro elétrico.

Já os equipamentos que possuem enrolamentos, tais como motores, transformadores, reatores


para iluminação fluorescente, reatores para iluminação a vapor de mercúrio, etc., necessitam de
energia magnetizante, como intermediária da energia ativa e passam a depender da energia ativa
e reativa. O mesmo ocorre com circuitos capacitivos.

Potência

A Potência é o produto de ação de tensão e da corrente. Ela pode ser de três tipos: aparente,
ativa e reativa.

Potência ativa (P) - A potência ativa de um circuito mede a taxa de transformação de energia
elétrica em trabalho, produzindo calor, iluminação, movimento, etc. É a única que pode ser
medida diretamente com um Wattímetro. Sua unidade é o Watts e seu valor pode ser
determinado pela equação:

P = |𝑼𝒆𝒇 | . |𝑰𝒆𝒇 | . Cos 𝝋 [W] ou P = S x Cos φ [W]

Onde: φ é ângulo de fase ou ângulo da impedância.

Potência reativa (Q) - A potência reativa mede a taxa de processo de carga e descarga dos
elementos reativos de um circuito, mantendo, assim, os campos elétrico ou eletromagnético.

Em outras palavras, a potência reativa é a responsável por gerar e manter os efeitos do campo
eletromagnético (indução) necessários para o funcionamento dos reatores, motores elétricos e
transformadores. Sua unidade é o Volt Ampère reativo (VAr), e seu valor pode ser determinado
pela expressão:

Q = |𝑼𝒆𝒇 | . |𝑰𝒆𝒇 | . Sen 𝝋 [VAr] ou Q = S x Sen φ [VAr]

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Potencia Aparente (S) – é a potência total fornecida pelo gerador. Ela corresponde a soma
vetorial da potência ativa (S) com a potência reativa (Q) e é dada pela seguinte expressão:

S = P2 + Q2 [VA] ou S = |𝑼𝒆𝒇 | . |𝑰𝒆𝒇 | [VA]

Energias ativa, reativa e aparente - A existência das potências ativa, reativa e aparente em
circuitos CA permite defnir as energias ativa (E), reativa (Er) e aparente (Eap) envolvidas,
conforme as equações:

E = P . ∆𝒕 [Wh] Er = Q . ∆𝒕 [VArh] Eap = S . ∆𝒕 [VAh]

Fator de potência (FP ou Cos φ) - O FP de um circuito mede a relação entre a potência ativa
e a potência aparente de um circuito, isto é, o aproveitamento da potência total de um circuito
para a produção de trabalho útil, isto é, um parâmetro que sinaliza como está sendo aproveitada
a energia elétrica pelo consumidor (carga).

Seu valor varia de 0 a 1. Este parâmetro depende do tipo de carga predominante na rede
(resistivo ou indutivo). Para a carga resistiva, o angulo 𝝋 = 0o, e como o Cos 0 = 1, então o
FP em uma carga resistiva corresponde a 1. O FP não possui unidade e corresponde ao cosseno
do ângulo de fase φ, conforme a equação:

𝑷
FP = Cos 𝝋 = 𝑺

Devido à proporcionalidade entre o triângulo de energias e o triângulo de potências, o fator de


potência também pode ser determinado em função das energias, conforme a equação:

𝑬
FP = Cos 𝝋 = 𝑬
𝒓

a) Circuitos sem indutância e nem Capacitância

Em um circuito não indutivo ou capacitivo, isto é, que tem apenas resistências ohmicas, o
produto da tensão e corrente, dá-nos a Potencia elétrica ativa, tal como acontece em circuitos
de corrente contínua.

P = |𝑼𝒆𝒇 | . |𝑰𝒆𝒇 | ou P = E x |𝑰𝒆𝒇 | [W] ou P = R x I2 [W]

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Onde:
P – é a Potencia ativa em Watts;
U – é a tensão ou d.d.p. em voltes;
E – é a força eletromotriz, em voltes;
I – é a intensidade de corrente em Amperes.

b) Circuitos Indutivos

Em circuitos indutivos (motores e transformadores por exemplo), o produto de tensão e corrente


não nos dá a potência ativa (real), mas sim uma potência Aparente, pois a tensão e a corrente
não estão em fase.

S=UxI [VA]

Para podermos determinar a Potencia real ou ativa em circuitos de indutância própria,


transformável em potência mecânica ou em calor, é necessário considerar o factor de potência.
Este factor de potência, corresponde ao angulo de fase entre a corrente e a tensão. Assim a
potencia ativa em circuitos indutivos é dade por:

P = U x I x Cos 𝝋 [W] ou P = S x Cos φ [W]

O fator de potência nunca deve ser maior que 1. Os valores de FP na prática são:

 1 – Para receptores ou cargas sem autoindução (iluminação, ferros de engomar,


aquecimento);
 0,9 a 0,4 – para circuitos indutivos (motores, transformadores, eletroímanes, etc)

Em circuitos com indutância própria, a Potência Reativa é dada por:

Q = U x I x Sen 𝝋 [VAr] ou Q = S x Sen φ [VAr]

Nos circuitos indutivos, o valor de FP é dada por:

𝑷
Cos 𝝋 = 𝑺

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A corrente ativa é dada por:

𝑰𝒂 = I x Cos φ

A corrente Reativa é dada por:

𝑰𝒓 = I x Sen φ

NB: Todas as fórmulas para circuitos de indutância própria, são validos para circuitos de
capacitância própria.

c) Circuitos RL, RC e RLC em Serie

Em circuitos RL, RC e RLC em Serie, as formulas das potências ativas, reativas e aparente, são
as mesmas vistas na sessão anterior, sendo que o factor de potência é igual ao cosseno do angulo
da impedância total ou é igual a cosseno do valor da resistência dividido pela impedância total.

𝑹
𝑪𝒐𝒔 𝝋 = 𝑪𝒐𝒔 ∟𝝋 ou Cos φ = 𝒁

d) Circuitos RL, RC e RLC Paralelo

Em circuitos RL, RC e RLC em Serie, as formulas das potências ativas, reativas e aparente, são
as mesmas vistas na sessão anterior, sendo que o factor de potência é igual ao cosseno do angulo
da impedância total ou é igual a cosseno do valor da corrente da resistência dividido pela
corrente total.

𝑰𝑹
𝐂𝐨𝐬 𝛗 = Cos ∟𝝋 ou Cos φ = 𝑰𝒕

5.2. Correção do fator de potência

Fator de potência de um circuito, por defnição, é a relação entre a potência ativa e a potência
aparente desse circuito; ou seja, é um fator que mede o aproveitamento da potência total de um
circuito na produção de trabalho. Como a potência aparente é igual à soma vetorial das
potências ativa e reativa, podemos concluir que, quanto maior a potência reativa, menor será o
fator de potência.

Em circuitos industriais, o baixo fator de potência geralmente está associado aos seus inúmeros
equipamentos indutivos, tais como motores, transformadores, reatores, etc., resultando num

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aumento da corrente de seus circuitos e, consequentemente em perdas de energia e quedas de


tensão nas instalações da indústria e também da concessionária.

Em função disso a fim de reduzir perdas de energia e ampliar a capacidade de transmissão e


distribuição de energia nos sistemas elétricos e nos circuitos das empresas, faz se as correções
de potencia para que este esteja entre 90% a 100%.

a) Causas do baixo FP

Motores, transformadores, reatores de lâmpadas e outros equipamentos com enrolamentos,


precisam, além da energia ativa, da energia reativa indutiva para seu funcionamento. Apesar de
necessária, a utilização de energia reativa indutiva deve ser limitada ao mínimo possível por
não realizar trabalho efetivo, servindo apenas para magnetizar as bobinas desses equipamentos.

O excesso de energia reativa exige condutores de maior secção e transformadores de maior


capacidade, ocasionando também perdas por aquecimento e quedas de tensão. Um valor alto de
energia reativa significa um baixo fator de potência. Valores ideais para o fator de potência são
os mais próximos da unidade (1), o que significa baixa necessidade de energia reativa.

b) Consequências do baixo FP

Baixos valores de FP são decorrentes de quantidades elevadas de energia reativa. Essa condição
resulta em aumento na energia total que circula nas redes de distribuição de energia elétrica da
concessionária e das unidades consumidoras, podendo sobrecarregar as subestações, as linhas
de transmissão e distribuição. Isso prejudica a estabilidade e as condições de aproveitamento
dos sistemas elétricos, trazendo inconvenientes diversos, tais como perdas na instalação, quedas
de tensão e subutilização da capacidade instalada.

c) Medição do FP

Há várias maneiras de se medir o FP, seja direta ou indiretamente. A medida direta pode ser
feita com o cossenofímetro. O cossenofímetro mede o FP instantâneo, o que se torna um
problema para cargas variáveis, como é o caso das indústrias.

A medida indireta poderá ser feita com um wattímetro (medidor de potência ativa) e um
variómetro (medidor de potência reativa), permitindo calcular o FP através das seguintes
equações:

𝑸 𝑸
tg φ = 𝑷 ⇒ φ = arctg ⇒ FP = Cos φ
𝑷

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Outro método de medida indireta utiliza um wattímetro, um amperímetro e um voltímetro.


Nesse caso, a potência aparente é determinada através do produto da corrente e da tensão,
permitindo calcular o FP através da equação:

𝑷
FP = Cos φ = 𝑺

d) Métodos de correção do FP

A primeira providência para corrigir o baixo FP é a análise das causas que levam a utilização
excessiva da energia reativa, evitando principalmente a operação de motores ou
transformadores a vazio ou com pequenas cargas; o super dimensionamento de motores e
transformadores; o uso de motores de baixo FP e o uso de reatores com baixo FP.

A eliminação dessas causas passa pela racionalização do uso e/ou substituição de equipamentos,
que podem solucionar o problema de excesso de energia reativa nas instalações. Ainda, se for
de interesse da empresa, pode-se aumentar o consumo de energia ativa, aumentando, dessa
forma, o fator de potência.

A partir destas providências, uma forma de reduzir a circulação de energia reativa pelo sistema
elétrico consiste em produzi-la o mais próximo possível da carga, através do uso de capacitores.
Instalando-se capacitores junto às cargas indutivas, a circulação de energia reativa fica limitada
a eles (os capacitores).

Na prática, a energia reativa passa a ser fornecida pelos capacitores, uma vez que as energias
reativa indutivas e capacitivas são opostas, isto é, numa mesma rede elétrica, o momento de
carga do capacitor corresponde ao de descarga do indutor e o momento de carga do indutor
corresponde ao de descarga do capacitor. Dessa forma, a energia descarregada pelo capacitor é
absorvida pelo indutor, e vice-versa (compensação de energia reativa) liberando parte da
capacidade do sistema elétrico e das instalações das unidades consumidoras

e) Vantagens da correção do FP
 Compensação de energia reativa - Quando os capacitores estão em operação em um
sistema elétrico, funcionam como fonte de energia reativa, fornecendo corrente
magnetizante para os motores, transformadores, etc., reduzindo, assim, a corrente da
fonte geradora.
 Redução de perdas - Diminuindo-se a energia reativa fornecida pelo sistema à carga,
reduz-se consequentemente, a corrente elétrica nos condutores de alimentação. Dessa

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forma, as perdas por efeito Joule diminuem, uma vez que são proporcionais ao quadrado
da corrente.
 Melhoria da tensão - As desvantagens de tensões abaixo da nominal em qualquer
sistema elétrico são bastante conhecidas. Geralmente as quedas de tensão estão
relacionadas com as perdas nos condutores. A correção do FP reduz as perdas e,
consequentemente, melhora os níveis de tensão.

f) Tipos de correção com capacitores

1. Correção individual - Na correção individual os capacitores são instalados junto ao


equipamento cujo FP se pretende aumentar. Este tipo de correção é considerado como a melhor
solução do ponto de vista técnico.

Vantagens da correção individual

 Reduz as perdas energéticas em toda a instalação, diminuindo a carga nos circuitos de


alimentação dos equipamentos compensados.
 Melhora os níveis de tensão de toda a instalação.
 Pode-se utilizar um sistema único de acionamento para carga e capacitor,
economizando-se em equipamentos de manobra.
 Produz energia reativa somente onde é necessário.

Desvantagens da correção individual

 Muitos capacitores de pequena potência são mais caros que capacitores concentrados
de maior potência.
 Pouca utilização dos capacitores no caso do equipamento compensado não ser de uso
constante

2. Correção por grupos de cargas - Na correção por grupos, os capacitores são instalados de
forma a compensar um setor ou um conjunto de máquinas. Os capacitores são colocados junto
ao quadro de distribuição que alimenta esses equipamentos.

Vantagem da correção por grupos: A potência necessária será menor que na compensação
individual, o que torna a instalação mais econômica.

Desvantagem da correção por grupos: Não diminui a corrente nos alimentadores de cada
equipamento corrigido.

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3. Correção geral - Na correção geral, os capacitores são instalados no quadro de distribuição


geral, isto é, na rede de entrada da empresa. A correção geral é utilizada em instalações elétricas
com número elevado de cargas com potências diferentes e regimes de utilização pouco
uniformes. A Figura abaixo exemplifica as formas de correção individual, por grupos de cargas
e geral.

Vantagens da correção geral

 Os capacitores instalados são mais utilizados.


 Fácil supervisão
 Possibilidade de controle automático.
 Melhoria geral do nível de tensão.
 Instalações adicionais suplementares relativamente simples.

Desvantagem da correção geral

 Não alivia os circuitos alimentadores e terminais da empresa, resolvendo apenas o


problema da multa.

Figura 3: Correção individual, por grupos de cargas e geral de FP.

Fonte: CTISM

4. Correção mista - A correção mista consiste em utilizar a correção geral e por grupos de
carga. Essa correção é vantajosa quando existem cargas de grande porte, pois reduz
significativamente as perdas no sistema.

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g) Dimensionamento dos capacitores

Conforme vimos anteriormente, o primeiro passo na correção do FP é identificar suas causas,


buscando soluções economicamente viáveis, as quais poderão envolver readequação de cargas,
mudanças operacionais e também substituição de equipamentos. Para isto, deveremos
conhecer:

 O diagrama unifilar do sistema;


 Suas condições operacionais;
 A carga instalada; e
 As Potencias ativas e reativas ou FP dos equipamentos.

Complementando estas medidas para redução do FP, precisamos determinar a forma de


correção e a potência reativa capacitiva necessária. A melhor forma de correção é definida
conhecendo-se os equipamentos instalados e suas características operacionais.

Para determinação da potência reativa capacitiva, precisamos conhecer o fator de potência atual,
a potência ativa do equipamento e/ou conjunto de equipamentos, bem como o fator de potência
desejado. Assim:

𝑼𝟐
Qc = 𝑿 = 𝝎. C. 𝑼𝟐
𝑪

𝑸𝑪 ou 𝐏 (𝐭𝐠 𝛗𝟏 − 𝐭𝐠 𝛗𝟐 )
C= 𝟐 C= 𝟐
𝛚 𝐔𝐞𝐟 𝛚 𝐔𝐞𝐟

Onde:
Qc: Potencia reativa do capacitor
C: Capacitância do capacitor ou do banco de capacitores
ω: Frequência angular;
U: Tensão eficaz da rede.
𝑿𝑪 : Reactância Capacitiva
φ1: fator de potência antes da correção;
φ2: fator de potência desejada depois da correção;
P: potência ativa da carga;

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Exemplo 1: Determine o valor do capacitor para corrigir o fator de potência para 0,95 de um
circuito com Uef do gerador igual a 220 V, potência ativa de 2,2 kW, frequência de 60 Hz e
fator de potência 0,8.

Resolução: Cos 1 = 0,8 ⇒1 = Cos-1 0,8 = 36,87º


Cos 2 = 0,95 ⇒2 = Cos-1 0,95 = 18,19º

ω = 2πf = 2.3,14.60 = 377 rad/s


𝐏 (𝐭𝐠 𝛗𝟏 − 𝐭𝐠 𝛗𝟐 ) 2200(𝑡𝑔 36,87° − 𝑡𝑔 18,19° ) 2200(0,75−0,33) 924
C= 𝟐 = = = = 50, 6x10-6 F = 50,
𝛚𝐕𝐞𝐟 377.(220)2 18246800 18246800

6µF

Exemplo 2: Um motor de 5HP possui um factor de potência atrasado de 0,6 e um rendimento


de de 92%. Considerando que o motor será alimentado com 220V a uma frequência de 50Hz,
calcule:

a) As potências ativa, reativa e aparente.


b) O valor de capacitor que deve ser ligado em paralelo com a carga para que a carga seja
puramente resistiva (FP = 1).

Resolução:
a) P = 5HP 𝑷 QL = S x Sen 𝝋
S = 𝑪𝒐𝒔 𝝋
P = 5HP x 746 3,73 𝑘𝑊 Cos 1 = 0,6 
S=
P = 3730 W 0,6
1 = Cos-1 0,6
P = 3,73 kW S = 6,22 kVA
1 = 53,13º
QL = 6,22 VA x Sen 53,13º
QL = 6,22 VA x 0,80
QL = 4,98 kVAr

b) QL = Qc = 4,98 kVAr 𝟏
C= 𝟐𝝅 𝒇 𝑿𝒄
𝑼𝟐
Xc = 1
𝑸𝑪 C= 2𝜋 .50 .9,72
220 2 1
Xc = C=
4,98 𝑘𝑉𝐴𝑟 3052,08
48400 𝑉
Xc = 4,98 𝑘𝑉𝐴𝑟 C = 0,00032765 F

Xc = 9,72 Ω C = 327,65 μF

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Exercícios

1. Diferencie potência ativa, potência reativa, potência aparente e fator de potência.


2. Conceitue fator de potência.
3. O que signifca dizer que um consumidor está com baixo fator de potência?
4. Cite as principais causas e consequências de um baixo fator de potência industrial.
5. Explique as principais formas para correção do fator de potência.
6. Quais as vantagens da correção do fator de potência para uma indústria?
7. Cite as principais vantagens e desvantagens dos diferentes tipos de correção por
capacitores.
8. Explique como são dimensionados os capacitores para a correção do fator de potência.
9. Nos dados de placa de motores elétricos consta o FP. Entre dois motores de mesma
potência mas de FP diferentes (0,75 e 0,85), qual é o mais vantajoso do ponto de vista
técnico
10. Determine o valor do capacitor para corrigir o fator de potência para 0,98 de um circuito
com Uef do gerador igual a 220 V, potência ativa de 5,8 kW, frequência de 50 Hz e
fator de potência 0,62.
11. Uma bobina de 0,02H e uma resistencia de 5Ω estão ligados em serie e alimentado por
uma tensão de 220V a uma frequência de 50Hz, Calcule:
a) A corrente eficaz (I);
b) O Fator de potencia (Cos 𝜑);
c) A potencia ativa (P);
d) A potencia aparente (S);

12. Uma reactância indutiva XL=16Ω esta ligada em paralelo com uma resistência R=20Ω.
Se a tensão aplicada em seus terminais for de U=10V a uma frequência de f=50Hz,
determine:
a) A corrente que circula no resistor (IR) e no indutor (IL).
b) A corrente total (I);
c) A impedância (Z);
d) O fator de potência (Cos𝜑);
e) A potência ativa (P).

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13. Um resistor de R=86Ω esta ligado em paralelo com um capacitor de C=12𝜇F. A tensão
aplicada nos terminais do circuito é de 110V a uma frequência de f=60Hz, Calcule:
a) A reactância capacitiva;
b) A corrente que circula no resistor (IR) e a corrente que circula no capacitor (IC)
c) A corrente total do circuito;
d) O fator de potência (Cos𝜑);
e) A potência absorvida pelo circuito (P).

14. Um circuito composto por uma resistência de R=5Ω, um indutor de L=0,2H e um


capacitor de C=80𝜇F ligados em paralelo e alimentados por uma tensão de 220V a uma
frequência de f=60Hz, determine:
a) O fator de potência (Cos φ);
b) A potência ativa (P).

15. Um wattimetro em uma instalacao marca 985W. o Amperiemetro marca 11A e o


voltimetro, 112V. (NB: há desfasagem quando a potencia ativa e aparente não tem
mesmo valor).
a) Verifique se há desfasagem na instalacao
b) Determine o fator de potencia
c) Calculo a corrente ativa.

16. Uma reactância indutiva XL=6Ω esta ligada em paralelo com uma resistência R=12Ω.
Se a tensão aplicada em seus terminais for de U=10V a uma frequência de f=50Hz,
determine:
a) A corrente que circula no resistor (IR) e no indutor (IL).
b) A corrente total (I);
c) A impedância (Z);
d) O fator de potência (Cos𝜑);
e) A potência ativa (P).

17. Um resistor de R=6Ω esta ligado em paralelo com um capacitor de C=2𝜇F. A tensão
aplicada nos terminais do circuito é de 110V a uma frequência de f=60Hz, Calcule:
a) A reactância capacitiva;

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b) A corrente que circula no resistor (IR) e a corrente que circula no capacitor (IC)
c) A corrente total do circuito;
d) O fator de potência (Cos𝜑);
e) A potência absorvida pelo circuito (P).
18. Um circuito composto por uma resistência de R=5Ω, uma impedância indutiva XL=6,28
Ω e um capacitor de XC=33,17Ω ligados em paralelo e alimentados por uma tensão de
220V, determine:
a) O fator de potência (Cosφ);
b) A potência ativa (P).

19. Uma bobina de 0,02H e uma resistencia de 5Ω estão ligados em serie e alimentado por
uma tensão de 220V a uma frequência de 50Hz, Calcule:
a) A corrente eficaz (I);
b) O Fator de potencia (Cos 𝜑);
c) A potencia ativa (P);
d) A potencia aparente (S);

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Referencias Bibliográficas

ALBUQUERQUE. R. O. 1997. Circuitos em Corrente Alternada. 7ª Edição. São Paulo:


Érica.

BOYLESTAD, R. L. 2004. Introdução à Análise de Circuitos. 10ª Ed. São Paulo: Prentice
Hall.

NEVES, E. G. C. 204. Eletrotécnica Geral. 2ª Edição. Editora e Gráfica Universitária – UFPel.

WEG ACIONAMENTOS LTDA. Correção do Fator de Potência. Manual Técnico.

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