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Elemento de Medir e calcular as potências ativa, reactiva e aparente (complexa) e do factor de potência em
Competência 5: circuitos de C.A.
a) Evidência de desempenho correcto, em que o candidato é capaz de ligar instrumentos para medição do
consumo de potência activa, potência aparente, potência reactiva, e factor de potência num circuito de C.A;
Evidências
requeridas: b) Evidência escrita de que o candidato é capaz de calcular valores de consumo de potência activa, potência
aparente, potência reactiva, e factor de potência em circuitos de C.A.
Em um sistema elétrico, existem dois tipos de energia: a energia ativa e a energia reativa.
Qualquer equipamento que transforma a energia elétrica em outra forma de energia como um
ferro elétrico, que transforma a energia elétrica em energia térmica, não necessita da energia
intermediária. Dessa forma, a energia fornecida pelo gerador é totalmente utilizada ou
consumida pelo ferro elétrico.
Potência
A Potência é o produto de ação de tensão e da corrente. Ela pode ser de três tipos: aparente,
ativa e reativa.
Potência ativa (P) - A potência ativa de um circuito mede a taxa de transformação de energia
elétrica em trabalho, produzindo calor, iluminação, movimento, etc. É a única que pode ser
medida diretamente com um Wattímetro. Sua unidade é o Watts e seu valor pode ser
determinado pela equação:
Potência reativa (Q) - A potência reativa mede a taxa de processo de carga e descarga dos
elementos reativos de um circuito, mantendo, assim, os campos elétrico ou eletromagnético.
Em outras palavras, a potência reativa é a responsável por gerar e manter os efeitos do campo
eletromagnético (indução) necessários para o funcionamento dos reatores, motores elétricos e
transformadores. Sua unidade é o Volt Ampère reativo (VAr), e seu valor pode ser determinado
pela expressão:
Potencia Aparente (S) – é a potência total fornecida pelo gerador. Ela corresponde a soma
vetorial da potência ativa (S) com a potência reativa (Q) e é dada pela seguinte expressão:
Energias ativa, reativa e aparente - A existência das potências ativa, reativa e aparente em
circuitos CA permite defnir as energias ativa (E), reativa (Er) e aparente (Eap) envolvidas,
conforme as equações:
Fator de potência (FP ou Cos φ) - O FP de um circuito mede a relação entre a potência ativa
e a potência aparente de um circuito, isto é, o aproveitamento da potência total de um circuito
para a produção de trabalho útil, isto é, um parâmetro que sinaliza como está sendo aproveitada
a energia elétrica pelo consumidor (carga).
Seu valor varia de 0 a 1. Este parâmetro depende do tipo de carga predominante na rede
(resistivo ou indutivo). Para a carga resistiva, o angulo 𝝋 = 0o, e como o Cos 0 = 1, então o
FP em uma carga resistiva corresponde a 1. O FP não possui unidade e corresponde ao cosseno
do ângulo de fase φ, conforme a equação:
𝑷
FP = Cos 𝝋 = 𝑺
𝑬
FP = Cos 𝝋 = 𝑬
𝒓
Em um circuito não indutivo ou capacitivo, isto é, que tem apenas resistências ohmicas, o
produto da tensão e corrente, dá-nos a Potencia elétrica ativa, tal como acontece em circuitos
de corrente contínua.
Onde:
P – é a Potencia ativa em Watts;
U – é a tensão ou d.d.p. em voltes;
E – é a força eletromotriz, em voltes;
I – é a intensidade de corrente em Amperes.
b) Circuitos Indutivos
S=UxI [VA]
O fator de potência nunca deve ser maior que 1. Os valores de FP na prática são:
𝑷
Cos 𝝋 = 𝑺
𝑰𝒂 = I x Cos φ
𝑰𝒓 = I x Sen φ
NB: Todas as fórmulas para circuitos de indutância própria, são validos para circuitos de
capacitância própria.
Em circuitos RL, RC e RLC em Serie, as formulas das potências ativas, reativas e aparente, são
as mesmas vistas na sessão anterior, sendo que o factor de potência é igual ao cosseno do angulo
da impedância total ou é igual a cosseno do valor da resistência dividido pela impedância total.
𝑹
𝑪𝒐𝒔 𝝋 = 𝑪𝒐𝒔 ∟𝝋 ou Cos φ = 𝒁
Em circuitos RL, RC e RLC em Serie, as formulas das potências ativas, reativas e aparente, são
as mesmas vistas na sessão anterior, sendo que o factor de potência é igual ao cosseno do angulo
da impedância total ou é igual a cosseno do valor da corrente da resistência dividido pela
corrente total.
𝑰𝑹
𝐂𝐨𝐬 𝛗 = Cos ∟𝝋 ou Cos φ = 𝑰𝒕
Fator de potência de um circuito, por defnição, é a relação entre a potência ativa e a potência
aparente desse circuito; ou seja, é um fator que mede o aproveitamento da potência total de um
circuito na produção de trabalho. Como a potência aparente é igual à soma vetorial das
potências ativa e reativa, podemos concluir que, quanto maior a potência reativa, menor será o
fator de potência.
Em circuitos industriais, o baixo fator de potência geralmente está associado aos seus inúmeros
equipamentos indutivos, tais como motores, transformadores, reatores, etc., resultando num
a) Causas do baixo FP
b) Consequências do baixo FP
Baixos valores de FP são decorrentes de quantidades elevadas de energia reativa. Essa condição
resulta em aumento na energia total que circula nas redes de distribuição de energia elétrica da
concessionária e das unidades consumidoras, podendo sobrecarregar as subestações, as linhas
de transmissão e distribuição. Isso prejudica a estabilidade e as condições de aproveitamento
dos sistemas elétricos, trazendo inconvenientes diversos, tais como perdas na instalação, quedas
de tensão e subutilização da capacidade instalada.
c) Medição do FP
Há várias maneiras de se medir o FP, seja direta ou indiretamente. A medida direta pode ser
feita com o cossenofímetro. O cossenofímetro mede o FP instantâneo, o que se torna um
problema para cargas variáveis, como é o caso das indústrias.
A medida indireta poderá ser feita com um wattímetro (medidor de potência ativa) e um
variómetro (medidor de potência reativa), permitindo calcular o FP através das seguintes
equações:
𝑸 𝑸
tg φ = 𝑷 ⇒ φ = arctg ⇒ FP = Cos φ
𝑷
𝑷
FP = Cos φ = 𝑺
d) Métodos de correção do FP
A primeira providência para corrigir o baixo FP é a análise das causas que levam a utilização
excessiva da energia reativa, evitando principalmente a operação de motores ou
transformadores a vazio ou com pequenas cargas; o super dimensionamento de motores e
transformadores; o uso de motores de baixo FP e o uso de reatores com baixo FP.
A eliminação dessas causas passa pela racionalização do uso e/ou substituição de equipamentos,
que podem solucionar o problema de excesso de energia reativa nas instalações. Ainda, se for
de interesse da empresa, pode-se aumentar o consumo de energia ativa, aumentando, dessa
forma, o fator de potência.
A partir destas providências, uma forma de reduzir a circulação de energia reativa pelo sistema
elétrico consiste em produzi-la o mais próximo possível da carga, através do uso de capacitores.
Instalando-se capacitores junto às cargas indutivas, a circulação de energia reativa fica limitada
a eles (os capacitores).
Na prática, a energia reativa passa a ser fornecida pelos capacitores, uma vez que as energias
reativa indutivas e capacitivas são opostas, isto é, numa mesma rede elétrica, o momento de
carga do capacitor corresponde ao de descarga do indutor e o momento de carga do indutor
corresponde ao de descarga do capacitor. Dessa forma, a energia descarregada pelo capacitor é
absorvida pelo indutor, e vice-versa (compensação de energia reativa) liberando parte da
capacidade do sistema elétrico e das instalações das unidades consumidoras
e) Vantagens da correção do FP
Compensação de energia reativa - Quando os capacitores estão em operação em um
sistema elétrico, funcionam como fonte de energia reativa, fornecendo corrente
magnetizante para os motores, transformadores, etc., reduzindo, assim, a corrente da
fonte geradora.
Redução de perdas - Diminuindo-se a energia reativa fornecida pelo sistema à carga,
reduz-se consequentemente, a corrente elétrica nos condutores de alimentação. Dessa
forma, as perdas por efeito Joule diminuem, uma vez que são proporcionais ao quadrado
da corrente.
Melhoria da tensão - As desvantagens de tensões abaixo da nominal em qualquer
sistema elétrico são bastante conhecidas. Geralmente as quedas de tensão estão
relacionadas com as perdas nos condutores. A correção do FP reduz as perdas e,
consequentemente, melhora os níveis de tensão.
Muitos capacitores de pequena potência são mais caros que capacitores concentrados
de maior potência.
Pouca utilização dos capacitores no caso do equipamento compensado não ser de uso
constante
2. Correção por grupos de cargas - Na correção por grupos, os capacitores são instalados de
forma a compensar um setor ou um conjunto de máquinas. Os capacitores são colocados junto
ao quadro de distribuição que alimenta esses equipamentos.
Vantagem da correção por grupos: A potência necessária será menor que na compensação
individual, o que torna a instalação mais econômica.
Desvantagem da correção por grupos: Não diminui a corrente nos alimentadores de cada
equipamento corrigido.
Fonte: CTISM
4. Correção mista - A correção mista consiste em utilizar a correção geral e por grupos de
carga. Essa correção é vantajosa quando existem cargas de grande porte, pois reduz
significativamente as perdas no sistema.
Para determinação da potência reativa capacitiva, precisamos conhecer o fator de potência atual,
a potência ativa do equipamento e/ou conjunto de equipamentos, bem como o fator de potência
desejado. Assim:
𝑼𝟐
Qc = 𝑿 = 𝝎. C. 𝑼𝟐
𝑪
𝑸𝑪 ou 𝐏 (𝐭𝐠 𝛗𝟏 − 𝐭𝐠 𝛗𝟐 )
C= 𝟐 C= 𝟐
𝛚 𝐔𝐞𝐟 𝛚 𝐔𝐞𝐟
Onde:
Qc: Potencia reativa do capacitor
C: Capacitância do capacitor ou do banco de capacitores
ω: Frequência angular;
U: Tensão eficaz da rede.
𝑿𝑪 : Reactância Capacitiva
φ1: fator de potência antes da correção;
φ2: fator de potência desejada depois da correção;
P: potência ativa da carga;
Exemplo 1: Determine o valor do capacitor para corrigir o fator de potência para 0,95 de um
circuito com Uef do gerador igual a 220 V, potência ativa de 2,2 kW, frequência de 60 Hz e
fator de potência 0,8.
6µF
Resolução:
a) P = 5HP 𝑷 QL = S x Sen 𝝋
S = 𝑪𝒐𝒔 𝝋
P = 5HP x 746 3,73 𝑘𝑊 Cos 1 = 0,6
S=
P = 3730 W 0,6
1 = Cos-1 0,6
P = 3,73 kW S = 6,22 kVA
1 = 53,13º
QL = 6,22 VA x Sen 53,13º
QL = 6,22 VA x 0,80
QL = 4,98 kVAr
b) QL = Qc = 4,98 kVAr 𝟏
C= 𝟐𝝅 𝒇 𝑿𝒄
𝑼𝟐
Xc = 1
𝑸𝑪 C= 2𝜋 .50 .9,72
220 2 1
Xc = C=
4,98 𝑘𝑉𝐴𝑟 3052,08
48400 𝑉
Xc = 4,98 𝑘𝑉𝐴𝑟 C = 0,00032765 F
Xc = 9,72 Ω C = 327,65 μF
Exercícios
12. Uma reactância indutiva XL=16Ω esta ligada em paralelo com uma resistência R=20Ω.
Se a tensão aplicada em seus terminais for de U=10V a uma frequência de f=50Hz,
determine:
a) A corrente que circula no resistor (IR) e no indutor (IL).
b) A corrente total (I);
c) A impedância (Z);
d) O fator de potência (Cos𝜑);
e) A potência ativa (P).
13. Um resistor de R=86Ω esta ligado em paralelo com um capacitor de C=12𝜇F. A tensão
aplicada nos terminais do circuito é de 110V a uma frequência de f=60Hz, Calcule:
a) A reactância capacitiva;
b) A corrente que circula no resistor (IR) e a corrente que circula no capacitor (IC)
c) A corrente total do circuito;
d) O fator de potência (Cos𝜑);
e) A potência absorvida pelo circuito (P).
16. Uma reactância indutiva XL=6Ω esta ligada em paralelo com uma resistência R=12Ω.
Se a tensão aplicada em seus terminais for de U=10V a uma frequência de f=50Hz,
determine:
a) A corrente que circula no resistor (IR) e no indutor (IL).
b) A corrente total (I);
c) A impedância (Z);
d) O fator de potência (Cos𝜑);
e) A potência ativa (P).
17. Um resistor de R=6Ω esta ligado em paralelo com um capacitor de C=2𝜇F. A tensão
aplicada nos terminais do circuito é de 110V a uma frequência de f=60Hz, Calcule:
a) A reactância capacitiva;
b) A corrente que circula no resistor (IR) e a corrente que circula no capacitor (IC)
c) A corrente total do circuito;
d) O fator de potência (Cos𝜑);
e) A potência absorvida pelo circuito (P).
18. Um circuito composto por uma resistência de R=5Ω, uma impedância indutiva XL=6,28
Ω e um capacitor de XC=33,17Ω ligados em paralelo e alimentados por uma tensão de
220V, determine:
a) O fator de potência (Cosφ);
b) A potência ativa (P).
19. Uma bobina de 0,02H e uma resistencia de 5Ω estão ligados em serie e alimentado por
uma tensão de 220V a uma frequência de 50Hz, Calcule:
a) A corrente eficaz (I);
b) O Fator de potencia (Cos 𝜑);
c) A potencia ativa (P);
d) A potencia aparente (S);
Referencias Bibliográficas
BOYLESTAD, R. L. 2004. Introdução à Análise de Circuitos. 10ª Ed. São Paulo: Prentice
Hall.