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TEORIA DO PROBLEMA

DO FLUXO DE CARGA
MATERIAL DIDÁTICO

Disciplina: TÓPICOS EM SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS

Prof. Dr. Gelson Antônio Andrêa Brigatto


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1) Monticelli, A., Fluxo de Carga em Redes de Energia Elétrica, Editora Edgar Blücher, 1983.
2) Elgerd, Olle I., Electric Energy Systems Theory: An Introduction, McGraw Hill, 1971
3) Glover, J. Duncan et al, Power System Analysis and Design, 5th Edition, Cengage Learning, 2012
4) Cespedes G., R., New Method for the Analysis of Distribution Networks, IEEE Transactions on Power
Delivery, Vol. 5, No. 1, pp. 391-396, January, 1990.
5) Teng, J. H., A direct approach for distribution system load flow solutions, IEEE Transactions on Power
Delivery, Vol. 18, p. 882-887, 2003.

ÍNDICE
1) INTRODUÇÃO............................................................................................................................................ 1
2) Conceitos Básicos ......................................................................................................................................... 1
2.1) Elementos de Rede ................................................................................................................................ 1
2.2) Convenções de Sinais de Correntes e Potências ..................................................................................... 1
2.3) Representação Por Unidade ................................................................................................................... 2
3) MODELAGEM DE ELEMENTOS DE BARRA .......................................................................................... 2
3.1) Componentes de Geração e Carga.......................................................................................................... 2
3.2) Componentes em Derivação Shunt......................................................................................................... 3
4) MODELAGEM DE ELEMENTOS DE RAMOS .......................................................................................... 4
4.1) Elemento Série de Ramos ...................................................................................................................... 4
4.2) Linhas de Transmissão .......................................................................................................................... 4
4.3) Transformadores ................................................................................................................................... 5
4.3.1) Representação Geral de Transformadores ....................................................................................... 5
4.3.2) Transformador Defasador............................................................................................................... 5
4.3.3) Transformador Defasador Puro ...................................................................................................... 6
4.3.4) Transformador em Fase .................................................................................................................. 6
4.4) Equações Gerais de Correntes de Ramos ............................................................................................... 8
4.5) Equações Gerais de Fluxos de Potência ................................................................................................. 8
4.6) Equações Gerais de Perdas de Ramos .................................................................................................... 9
5) MODELAGEM DO PROBLEMA DO FLUXO DE CARGA ..................................................................... 10
5.1) Equação Nodal de Rede....................................................................................................................... 10
5.2) Formulação Básica do Problema do Fluxo de Carga ............................................................................ 12
5.3) Classificação de Barras ........................................................................................................................ 13
5.4) Estratégia de Solução do Problema do Fluxo de Carga ......................................................................... 13
5.4.1) Formulação do Subsistema 1 ........................................................................................................ 14
5.4.2) Formulação do Subsistema 2 ........................................................................................................ 15
6) MÉTODOS DE CÁLCULO DO SUBSISTEMA 1 ..................................................................................... 15
6.1) Conceituação do Método de Newton-Raphson ..................................................................................... 15
6.2) Método de Newton-Raphson ............................................................................................................... 17
6.3) Método de Newton Desacoplado ......................................................................................................... 20
6.4) Métodos Desacoplados Rápidos .......................................................................................................... 21
6.5) Método do Fluxo de Carga Linearizado ou CC .................................................................................... 24
7) PROBLEMA DO FLUXO DE CARGA PARA REDES DE DISTRIBUIÇÃO ........................................... 26
7.1) Métodos de Cálculo do Subsistema 1 ................................................................................................... 26
7.1.1) Método da Soma das Correntes - MSI .......................................................................................... 27
7.1.2) Método da Soma das Potências - MSP.......................................................................................... 28
7.1.3) Método Direct Load Flow ............................................................................................................ 32
7.2) Formulação do Subsistema 2 ............................................................................................................... 35
ANEXO A: Representação Por Unidade em Redes Elétricas ............................................................................ 37
ANEXO B: Modelo de Carga ZIP e Adequações ............................................................................................. 41
ANEXO C: Efeito Controle do Transformador Defasador ................................................................................ 45
ANEXO D: Estudos Complementares da Equação Nodal ................................................................................. 47
ANEXO E: Versão do PFC em Coordenadas Retangulares .............................................................................. 57
ANEXO F: Adequações de Cálculo com Ramos em Paralelo ........................................................................... 61
ANEXO G: Adequações do MSP..................................................................................................................... 64
APÊNDICE A: Exemplo de Cálculo de Sistema Elétrico ................................................................................ 65
APÊNDICE B: Exemplo de Cálculo de Rede de Distribuição.......................................................................... 84

II
1) INTRODUÇÃO
O chamado problema do fluxo de carga (PFC) configura-se em um dos estudos mais frequentes dentre os
realizados para sistemas elétricos de potência (SEP), pelo fato de seu cálculo se inserir em temas mais amplos,
tais como problemas de otimização e análises de curto-circuito, contingências, controle e estabilidade de redes.
O cálculo do PFC visa essencialmente em determinar as condições de operação de uma rede elétrica em
regime permanente, em que, conhecida a topologia e as condições de geração e consumo do sistema em estudo,
a solução do PFC consiste em determinar o estado das tensões de barra do sistema, bem como demais variáveis
não conhecidas previamente, tais como certas potências geradas e as transmitidas e dissipadas (perdas) na rede.
Para a formulação do PFC, assume-se um comportamento estático para o sistema elétrico, tal que efeitos
transitórios podem ser ignorados, bem como admite-se que a rede é equilibrada, tal que uma representação por
fase considerando tensões de linha e resultando em potências totais, chamada diagrama unifilar, é suficiente.
O chamado modelo convencional do problema do fluxo de carga é baseado em um conjunto de equações
algébricas não-lineares, que constituem o modelo estático do sistema, e sua solução é determinada utilizando-se
métodos iterativos desenvolvidos especificamente para a solução deste conjunto de equações e suas incógnitas.

2) CONCEITOS BÁSICOS
Para a modelagem de sistemas elétricos, é conveniente inicialmente descrever os componentes de redes e
adotar uma convenção de sinais, bem como conhecer a representação por unidade das grandezas do sistema.

2.1) ELEMENTOS DE REDE

Componentes de sistemas elétricos de potência, denominados elementos de rede, podem ser classificados
basicamente em dois grupos de acordo com suas funções e localização no sistema (esquema na Figura 2.1):
• Elementos de barra: componentes conectados em derivação ao nó de referência de tensão da rede (nó terra).
Residem basicamente nos elementos de geração e carga da rede, considerados como parte externa do sistema e
modelados por suas contribuições líquidas de potência nas barras, e nos componentes capacitivos e indutivos
em derivação ao nó terra, chamados elementos shunt de barra e considerados como parte interna do sistema.
• Elementos de ramos: componentes conectados entre duas barras da rede elétrica, consistem basicamente nas
linhas de transmissão/distribuição e transformadores do sistema, modelados via parâmetros concentrados. São
considerados também como parte interna do sistema elétrico, tal que, juntamente com as barras e os elementos
shunts de barra, constituem-se na topologia (a chamada configuração de rede) do sistema elétrico em estudo.
parte interna do sistema elétrico (topologia da rede)
TR TR
LT

G C carga
L
barra
nó ou nó
terra
Figura 2.1: Componentes gerais de sistemas elétricos de potência.

2.2) CONVENÇÕES DE SINAIS DE CORRENTES E POTÊNCIAS

Antes da modelagem de redes elétricas, é necessário preliminarmente definir as convenções de sinais para
correntes e potências, neste material didático convencionadas
k m
de acordo com o esquema da Figura 2.2, tal que as injeções de Iˆkm ( Sˆkm )
I k ( Sk )
ˆ ˆ
corrente Iˆk e de shunt Iˆksh em uma barra k são convencionadas
positivas entrando na barra, e a corrente Iˆ no sentido k para
km
m em um ramo k-m é adotada positiva saindo da barra k. Por jbksh Iˆksh ( Sˆksh )
extensão, tem-se então que as injeções de potências de barras
e fluxos de potências de ramos seguem as mesmas convenções
adotadas para as correntes (Figura 2.2). Desse modo, caso o
Figura 2.2: Convenções de corrente e potência.
valor numérico das partes real e/ou imaginária de correntes e
potências for positivo, o sentido é o mesmo da convenção adotada e, caso seja negativo, o sentido é o contrário.
1
2.3) REPRESENTAÇÃO POR UNIDADE

A presença de transformadores em um sistema elétrico causa maior complexidade na solução do PFC do


sistema, pelo fato de ser necessário refletir as impedâncias do primário para o secundário, e vice-versa. Porém,
a aplicação de uma normalização das grandezas fundamentais de sistemas elétricos (corrente, tensão, potência e
impedância), chamada representação por unidade ( pu), permite que as impedâncias do primário e do secundário
do transformador apresentem o mesmo valor, o que possibilita a exclusão do transformador da rede elétrica em
estudo, bem como viabiliza a montagem da chamada matriz admitância nodal, base da modelagem do PFC.
A representação por unidade em sistemas consiste em fixar adequadamente valores de base para duas das
grandezas fundamentais, normalmente uma potência aparente total Sbase definida para todo o sistema e tensões de
linha Vbase definidas para cada partição de tensão do sistema determinada pelos transformadores. Com isso, visto
que qualquer componente de redes trifásicas pode ser representado por seu modelo Y equivalente e o diagrama
unifilar corresponde à uma fase da rede trifásica considerando a tensão de linha, tem-se que a potência de base
fase
Sbase é definida pela soma das potências de base Sbase de cada fase, tal que: Sbase = 3 Sbase
fase
, e a tensão de base Vbase
é definida em função da tensão de base Vbase fase
de fase, tal que: Vbase = 3 Vbase
fase
. Logo, como as correntes de linha
e de fase no modelo Y são iguais então, definidos Sbase e Vbase , tem-se que a corrente de base Ibase é definida por:
S fase S 3 3 Sbase
fase
Sbase = I base Vbase
fase
 Ibase = basefase
= base   Ibase = (2.1)
Vbase 3 Vbase 3 3 Vbase
tal que a impedância de base Zbase por fase para o sistema elétrico trifásico em estudo será determinada por:
V fase V 3 Vbase V2
fase
Vbase = Z base I base  Z base = base = base  Z base = base (2.2)
I base 3 Sbase Sbase
Assim, qualquer valor real ou complexo de tensão ( Ê = V  ), corrente ( Iˆ = I  ), potência ( Ŝ = P + j Q )
e impedância ( ẑ = r + j x ) pode ser representado em pu como fração das respectivas grandezas de base, tal que:
Eˆ V V
Eˆ pu = = =  (2.3)
Vbase Vbase Vbase
Iˆ I I
Iˆ pu = = =  (2.4)
I base I base I base
Sˆ P + jQ P Q
Sˆ pu = = = + j (2.5)
Sbase Sbase Sbase Sbase
zˆ r + jx r x
zˆ pu = = = + j (2.6)
Zbase Z base Z base Z base
Um entendimento mais detalhado da representação pu é abordado no Anexo A a este material didático.

3) MODELAGEM DE ELEMENTOS DE BARRA


Elementos de geração e carga de redes elétricas são modelados como potências constantes (pior caso para
as tensões de rede) e representados apenas por suas contribuições líquidas ao sistema. As cargas podem também
ser modeladas como variáveis com a tensão de barra pelo chamado modelo ZIP, visto no Anexo B. No caso de
elementos shunts de barra, estes são modelados por suas admitâncias porque participam da topologia da rede.

3.1) COMPONENTES DE GERAÇÃO E CARGA

A Figura 3.1 mostra o esquema de uma barra genérica k, onde um elemento gerador injeta uma potência
ˆ
Sk = PkG + j QkG na barra (entendida como entrada de energia na rede) e um elemento carga absorve uma potência
G

SˆkC = PkC + j QkC da barra (saída de energia da rede). Logo, baseado na convenção de sinais adotada, tem-se que
geração e carga são modeladas por uma injeção líquida positiva (geração − carga) Sˆ entrando na barra k, tal que:
k

Sˆk = SˆkG − SˆkC = ( PkG − PkC ) + j (QkG − QkC ) = Pk + j Qk (3.1)


Logo, a injeção líquida de potência ativa Pk em uma barra genérica k será então determinada por:
Pk = PkG − PkC (3.2)
onde um valor positivo está associado a uma predominância de geração na barra e negativo à predominância de

2
carga. Igualmente, a injeção líquida de potência reativa Qk em uma barra genérica k será então determinada por:
Qk = QkG − QkC (3.3)
tal que um valor positivo está associado a uma predominância de fornecimento de potência reativa ao sistema e
um valor negativo está associado a uma predominância de absorção (consumo) de potência reativa do sistema.
Com base na Figura 3.1-a, tem-se que a injeção líquida de potência Sˆk de barra pode ser obtida também por:
Sˆ = Eˆ Iˆ k k k (3.4)
tal que, se conhecidas a tensão complexa de barra Eˆ k e as injeções líquidas de potência ativa Pk e reativa Qk em
um barra k, a injeção líquida de corrente complexa Iˆk na barra k pode ser determinada por:
Sˆ  P − j Qk
( )

Sˆk = Eˆ k Iˆk  Sˆk = Eˆ k Iˆk = Eˆ k Iˆk  Iˆk = k = k (3.5)
ˆ
Ek Vk − k
Sˆ , Iˆ k k

k
c
SˆkG SˆkC
a
G r
g Eˆ k = Vk k
a

Figura 3.1: Esquema para definição da modelagem de geração e carga.

3.2) COMPONENTES EM DERIVAÇÃO SHUNT

Elementos shunts de barra constituem-se de bancos de capacitores ou reatores, que operam como cargas
de rede para desempenhar a função de regulação de tensão na barra, por consumo ou fornecimento de reativos.
Seja na Figura 3.2 o esquema de uma barra genérica k com um elemento shunt em derivação ao nó terra,
modelado por uma admitância shunt yˆksh = jbksh , tal que bksh é a susceptância shunt. Baseado na Figura 3.2, tem-se
então que a corrente shunt Iˆ sh , adotada entrando na barra k segundo a convenção adotada, é determinada por:
k

Iˆksh = (0 − Eˆ k ) yˆ ksh = − Eˆ k yˆ ksh


 Iˆksh = − Eˆ k jbksh (3.6)
Logo, com base na Figura 3.2, tem-se que a injeção de potência shunt Sˆk na barra barra k é definida por:
sh

Sˆ sh = Eˆ ( Iˆsh ) = Eˆ (− Eˆ jb sh ) = Eˆ Eˆ  (− jb sh ) = V  V − jb sh  Sˆ sh = jV 2 b sh
k k k k k k k k k k k k k k k k k

Definindo-se Q como a potência reativa nominal do componente shunt da barra k, tal que: Sˆksh = j Qksh , e
sh
k

considerando-se Vk como a tensão nominal da barra k, tem-se então que: Sˆ sh = j Q sh = jV 2 b sh e obtém-se que: k k k k
sh
Q
Qksh = Vk2 bksh  bksh = k
2 (3.7)
V k

Para entender o efeito de shunts de barra, seja zˆksh = jxksh a impedância shunt em uma barra k, onde xksh é a
reatância shunt. Logo, a admitância shunt é obtida por: yˆksh = jbksh = 1 j xksh = j (−1 xksh ) , tal que a susceptância
shunt é definida por: bksh = −1 xksh . Assim, com base na equação (3.7) e no tipo de elemento shunt, tem-se que:
• Para um banco de reatores (indutores), tem-se que: xksh =  L  0 , tal que: bksh  0 e, portanto: Qksh  0 . Logo,
segundo a convenção adotada, o sentido da potência reativa shunt Qksh será saindo da barra k, o que representa
um consumo de reativo para a rede (entendido como uma carga). Assim, pode-se concluir então que a presença
de um componente shunt indutivo tende a diminuir o módulo de tensão da barra na qual este está conectado.
• Para um banco de capacitores, tem-se que: xksh = − 1 ( C)  0 , tal que: bksh  0 e, portanto, Qksh  0 . Logo,
segundo a convenção adotada, tem-se que o sentido da potência reativa shunt Qksh será entrando na barra k, o
que representa um fornecimento de potência reativa para a rede (entendido como uma geração). Pode-se concluir
então que a presença de um shunt capacitivo tende a elevar o módulo de tensão da barra em que está conectado.
Iˆksh , Sˆksh
k

Eˆ k = Vk k yˆksh = j bksh
0V

Figura 3.2: Esquema para definição do modelo de elementos shunt de barra.


3
4) MODELAGEM DE ELEMENTOS DE RAMOS
Linhas de transmissão e transformadores são elementos de rede conectados entre duas barras quaisquer de
uma rede elétrica, chamados ramos. São basicamente modelados por uma impedância entre barras, denominada
elemento série, e podem promover efeitos capacitivos e/ou indutivos dependendo do tipo do componente.

4.1) ELEMENTO SÉRIE DE RAMOS

Seja o esquema de um ramo k-m de rede mostrado na Figura 4.1, que apresenta o chamado elemento série
de ramos, representado por uma impedância zˆkm , tal que, definindo-se rkm como a resistência série e xkm como a
reatância série de ramos, tem-se que a impedância série de ramos zˆkm de um ramo qualquer k-m é definida por:
zˆkm = rkm + j xkm (4.1)
Porém, como a modelagem de redes elétricas em termos de admitâncias, ao invés de impedâncias, facilita
a formulação do problema do fluxo de carga, tem-se que, definindo-se gkm como a condutância série de ramos e
bkm como a susceptância série de ramos, a chamada admintância série de ramos yˆ km é então determinada por:
yˆ km = g km + j bkm (4.2)
tal que a admintância série yˆ km pode ser determinada por meio da impedância série zˆkm com base no cálculo:
1 1 1 rkm − j xkm r − j xkm r −x
yˆ km = = =  = km2  yˆ km = 2 km 2 + j 2 km 2
zˆkm rkm + j xkm rkm + j xkm rkm − j xkm rkm + xkm
2
rkm + xkm rkm + xkm
Separando as partes real e imaginária deste resultado e comparando com a equação (4.2), tem-se então que
a condutância série g km e a susceptância série bkm de um ramo genérico k-m são definidas, respectivamente, por:
r
g km = 2 km 2 (4.3)
rkm + xkm
x
bkm = − 2 km 2 (4.4)
rkm + xkm

k m
zˆkm ( yˆ km )

Figura 4.1: Elemento série de um ramo genérico k-m.

4.2) LINHAS DE TRANSMISSÃO

Linhas de transmissão são elementos de ramos de redes elétricas caracterizados pelos efeitos resistivos e
indutivos de seus cabos, bem como por efeitos capacitivos entre seus cabos e o terra. Estes parâmetros estão
espalhados ao longo do trajeto entre os pontos de conexão da linha, mas podem ser modelados via parâmetros
concentrados com o denominado modelo  equivalente. A Figura 4.2-a mostra a representação do modelo  de
linhas de transmissão em um ramo genérico k-m, em que seus efeitos resistivos e indutivos são modelados por
um elemento série yˆ km , e seus efeitos capacitivos modelados por admitâncias shunt j bkm
sh
em cada barra, onde a
sh
suceptância shunt bkm shT
corresponde à metade da suceptância shunt total bkm sh
da linha, tal que: bkm = bkm
shT
2.
k m k m
yˆ km Iˆkm p yˆ km q Iˆmk

Iˆkm
sh
Iˆmk
sh
Iˆkm
serie
sh
j bkm sh
j bkm Eˆ k sh
j bkm sh
j bkm Eˆm
0V 0V

(a) (b)
Figura 4.2: Linhas de transmissão: (a) modelo  equivalente; (b) esquema para definição de correntes.

A Figura 4.2-b mostra o ramo genérico k-m com um esquema de tensões de barra e correntes de ramos e
shunts no modelo  equivalente de linhas de transmissão. Com base neste esquema e aplicando-se a Lei de
Kirchhoff das correntes no nó p, tem-se que a corrente Iˆkm de ramo no sentido k para m será determinada por:

4
Iˆkm + Iˆkm
sh
= Iˆkm
serie
 Iˆkm = Iˆkm
serie
− Iˆkm
sh
= ( Eˆ k − Eˆ m ) yˆ km − ( 0 − Eˆ k ) jbkm
sh
= Eˆ k yˆ km − Eˆ m yˆ km + Eˆ k jbkm
sh

Iˆkm = ( jbkm sh
+ yˆkm ) Eˆ k − yˆkm Eˆ m (4.5)
Analogamente, com base na Figura 4.2-b observa-se que, aplicando a Lei de Kirchhoff das correntes no
nó q, tem-se que a corrente Iˆmk de ramo no sentido m para k do modelo  equivalente é então determinada por:
Iˆ + Iˆ serie + Iˆ sh = 0  Iˆ = − Iˆ sh − Iˆ serie = − ( 0 − Eˆ ) jb sh − ( Eˆ − Eˆ ) yˆ = Eˆ jb sh − Eˆ yˆ + Eˆ yˆ
mk km mk mk m km m km k m km m km k km m km

Iˆmk = − yˆkm Eˆ k + ( jbkm


sh
+ yˆkm ) Eˆ m (4.6)
No caso de linhas de distribuição de energia elétrica, como estas caracterizam-se por apresentar menores
comprimentos e níveis de tensão nominais, tem-se que os efeitos capacitivos dos cabos são reduzidos e podem
normalmente ser desprezados, tal que o modelo equivalente destas linhas se resume à admintância série yˆ km .

4.3) TRANSFORMADORES

Transformadores são utilizados para aumentar a eficiência dos sistemas elétricos, ao propiciar uma melhor
adequação dos níveis de tensão e corrente com o montante de potência transmitida, bem como outras funciona-
lidades ao sistema. Estes elementos de rede são classificados nos tipos conhecidos na literatura como: transfor-
mador defasador, transformador defasador puro e transformador em fase, abordados nos subitens a seguir.

4.3.1) REPRESENTAÇÃO GERAL DE TRANSFORMADORES

A Figura 4.3 apresenta a representação geral de transformadores de potência em um ramo genérico k-m,
formada por um auto-transformador ideal com relação de transformação 1: tˆ e um elemento série yˆ km referente
à chamada admitância de curto-circuito do transformador, que caracteriza-se praticamente por ser puramente
indutiva, visto que a resistência dos enrolamentos de transformadores são usualmente bem inferiores à chamada
reatância de dispersão do transformador. O número complexo tˆ é um termo que determina as funcionalidades
do transformador, cuja definição mais geral é expressa por: tˆ = akm km , sendo seus parâmetros descritos como:
• akm é um valor em torno de 1,0 referente ao tap do transformador, empregado para proporcionar situações em
que as tensões nas barras terminais do ramo do transformador são ajustadas fora das especificações nominais.
• km consiste em um ângulo inserido pelo transformador com a função de causar um defasamento angular entre
as tensões das barras terminais do transformador, empregado para proporcionar um certo controle no fluxo de
potência ativa no ramo em que este se encontra, cujo efeito dependerá da "força" do restante do sistema.
Por ser o tipo que apresenta todas as funcionalidades (apesar de não constar nos sistemas testes clássicos
da literatura), a modelagem do transformador defasador será utilizada como base para os demais tipos.
k m
1: tˆ yˆ km

Figura 4.3: Representação geral de transformadores.

4.3.2) TRANSFORMADOR DEFASADOR

A Figura 4.4 mostra o modelo do transformador tipo defasador em um ramo qualquer k-m, onde a relação
de transformação é dada por: tˆ = akm km , tal que ambos os efeitos ajuste de tensão (tap akm) nas barras terminais
e controle do fluxo de potência ativa (defasamento angular km ) no ramo do transformador são considerados.
Com base nos esquemas de tensões de barra e correntes de ramos visto na Figura 4.4, tem-se que a tensão
Eˆ p em um ponto intermediário p do ramo k-m do transformador defasador é ajustada para: Eˆ p = akm km Eˆ k .
Logo, a corrente Iˆmk no sentido m para k do ramo k-m do transformador defasador é determinada então por:
(
Iˆ = Eˆ − Eˆ yˆ = Eˆ − a  Eˆ yˆ
mk m p ) km ( m km km k ) km

Iˆmk = − akm km yˆ km Eˆ k + yˆkm Eˆ m (4.7)


Como o auto-transformador é ideal, tal que suas perdas são nulas, tem-se que suas potências de entrada e
saída devem ser iguais. Logo, com base na Figura 4.4, observa-se que: Sˆkm = − Sˆ pk e pode-se definir então que:

5
Sˆkm = − Sˆ pk  Eˆ k Iˆkm

= − Eˆ p Iˆmk

 Eˆ k Iˆkm

= − akm km Eˆ k Iˆmk

 Iˆkm

= − akm km Iˆmk

( )

 Iˆkm

= − akm − km Iˆmk   Iˆkm = − akm − km Iˆmk
Inserindo a equação (4.7) neste resultado, tem-se que a corrente Iˆkm no sentido k para m é definida por:
Iˆ = − a − Iˆ
km km  Iˆ = − a − 
km mk − a  yˆ Eˆ + yˆ Eˆ
km km km ( km km km k km m )
Iˆkm = akm
2
yˆkm Eˆ k − akm −km yˆkm Eˆ m (4.8)
A possibilidade de se representar os componentes de ramos por um modelo  equivalente é conveniente
para a montagem direta da matriz admitância nodal (visto mais adiante) por simples inspeção da rede. Porém,
no caso do transformador defasador, devido ao fato dos coeficientes de Eˆ k em Iˆmk (equação (4.7)) e de Eˆ m em
Iˆ (equação (4.8)) não serem os mesmos, não é possível sua representação por um modelo  equivalente.
km
Para melhor entendimento do efeito controle do fluxo de potência ativa dos transformadores defasadores,
é conveniente conhecer os métodos de solução do problema do fluxo de carga e, por maior facilidade, basear a
análise no método chamado fluxo de carga linearizado. Estes assuntos serão estudados mais adiante, razão pela
qual uma breve explicação do funcionamento do transformador defasador é somente abordada no Anexo C.

k
Iˆkm 1: akm km Iˆmk Iˆmk
m
>1
p yˆ km

Eˆ p = akm km Eˆ k
<1
Sˆkm Sˆ pk
Eˆ k Eˆm
Figura 4.4: Esquema de transformador defasador para definição das correntes de ramos.

4.3.3) TRANSFORMADOR DEFASADOR PURO

O transformador tipo defasador puro constitui-se em um caso particular do transformador defasador, em


que apenas o efeito defasamento angular é empregado, tal que: akm = 1 , o que resulta: tˆ = 1  km . A Figura 4.5
mostra o modelo do transformador defasador puro com o esquema de correntes no ramo genérico k-m, onde a
tensão no ponto intermediário p é ajustada por: Eˆ p = 1 km Eˆ k . Logo, considerando-se akm = 1 na equação (4.8),
tem-se que a corrente Iˆkm no sentido k para m do ramo k-m do transformador defasador puro é definida por:
Iˆ = yˆ Eˆ − 1 − yˆ Eˆ
km km k km km(4.9) m

e similarmente, com akm = 1 na equação (4.7), tem-se que a corrente Iˆmk no sentido m para k é então dada por:
Iˆ = − 1  yˆ Eˆ + yˆ Eˆ
mk km km k (4.10)
km m

Analisando as equações (4.9) e (4.10), tem-se que os coeficientes de Eˆ k em Iˆmk e de Eˆ m em Iˆkm não são
iguais, tal que também não é possível representar o transformador defasador puro por um modelo  equivalente.

k 1: 1 km m
Iˆkm p yˆ km Iˆmk

Eˆ p = 1 km Eˆ k
Eˆ k Eˆm
Figura 4.5: Esquema de transformador defasador puro para definição das correntes de ramos.

4.3.4) TRANSFORMADOR EM FASE

O transformador tipo em fase consiste também em um caso particular do transformador defasador, onde
apenas o efeito controle de tensão é utilizado, tal que km = 0 e o termo tˆ resulta em um número real: t = akm .
A Figura 4.6 mostra o modelo do transformador em fase com o esquema de correntes no ramo genérico k-m, tal
que a tensão no ponto intermediário p é ajustada para: Eˆ p = akm Eˆ k , significando que apenas a magnitude das
tensões de barras terminais são alteradas. Desse modo, considerando-se km = 0 na equação (4.8), tem-se que a
corrente complexa Iˆ no sentido k para m do ramo k-m do transformador em fase é então determinada por:
km

6
Iˆkm = akm
2
yˆ km Eˆ k − akm yˆkm Eˆ m (4.11)
e similarmente, com km = 0 na equação (4.7), tem-se que a corrente Iˆmk no sentido m para k é então dada por:
Iˆ = − a yˆ Eˆ + yˆ Eˆ mk km km k km (4.12)
m

k m
Iˆkm 1: akm
p yˆ km Iˆmk
>1

<1
Eˆ p = akm Eˆ k
Eˆ k Eˆm

Figura 4.6: Esquema do transformador em fase para definição das correntes de ramos.

Analisando-se as equações (4.11) e (4.12), observa-se que os coeficientes de Eˆ k em Iˆmk e de Eˆ m em Iˆkm


são iguais, indicando então que o transformador em fase pode ser representado por um modelo  equivalente.
Assim, seja o esquema do modelo  equivalente do transformador em fase mostrado na Figura 4.7-a, em que a
admitância  refere-se a um elemento série e as admitâncias shunts de ramo B̂ e Ĉ modelam o efeito elevador
ou abaixador do tap na magnitude de tensão das barras terminais do ramo k-m do transformador em fase. Com
base na Figura 4.7-a e aplicando-se a Lei de Kirchhoff das correntes no nó p, pode-se determinar então que:
Iˆkm + Iˆkm
sh
= Iˆkmserie
 Iˆkm = Iˆkm serie
− Iˆkm
sh
= ( Eˆ k − Eˆ m ) Aˆ − ( 0 − Eˆ k ) Bˆ  Iˆkm = ( Aˆ + Bˆ ) Eˆ k − Aˆ Eˆ m (1)
Analogamente, com base na Figura 4.7-a e aplicando a Lei de Kirchhoff das correntes no nó q, tem-se:
ˆI + Iˆ serie + Iˆ sh = 0  Iˆ = − Iˆ sh − Iˆ serie = − ( 0 − Eˆ ) Cˆ − ( Eˆ − Eˆ ) Aˆ  Iˆ = − Aˆ Eˆ + ( Aˆ + Cˆ ) Eˆ (2)
mk km mk mk mk km m k m mk k m

Desse modo, comparando-se a equação (4.11) com o resultado (1) obtido, pode entender então que:
Iˆkm = ( akm 2
yˆ km ) Eˆ k − ( akm yˆ km ) Eˆ m = ( Aˆ + Bˆ ) Eˆ k − Aˆ Eˆ m   Aˆ = akm yˆ km (3)
Com o resultado (3) e comparando-se novamente a equação (4.11) com o resultado (1), resulta então que:
Aˆ + Bˆ = akm 2
yˆkm  akm yˆkm + Bˆ = akm 2
yˆkm  Bˆ = akm 2
yˆkm − akm yˆkm   Bˆ = ( akm 2
− akm ) yˆ km (4)
Por fim, com o resultado (3) e comparando-se a equação (4.12) com o resultado (2), obtém-se então que:
Iˆmk = − ( akm yˆ km ) Eˆ k + ( yˆ km ) Eˆ m = − Aˆ Eˆ k + ( Aˆ + Cˆ ) Eˆ m  Aˆ + Cˆ = yˆ km   Cˆ = yˆ km − akm yˆ km = (1 − akm ) yˆ km (5)
Assim, inserindo-se os resultados (3), (4) e (5) na representação do transformador em fase apresentada na
Figura 4.7-a, obtém-se por fim o modelo  equivalente do transformador em fase mostrado na Figura 4.7-b.

k m k m
Iˆkm p  q Iˆmk akm yˆ km

Iˆkm
sh
Iˆmk
sh
Iˆkm
serie
Eˆ k Eˆm ( akm2 − akm ) yˆkm
B̂ Ĉ (1− akm ) yˆkm
0V 0V

(a) (b)
Figura 4.7: Modelo  equivalente do transformador em fase: (a) esquema de correntes; (b) modelo final.

Para o estudo dos efeitos do tap na magnitude das tensões das barras terminais do transformador em fase,
seja a suposição que a impedância série do transformador é puramente indutiva, tal que: zˆkm = j xkm , xkm =  L  0 .
A admitância série é então dada por: yˆ km = 1 j xkm = − j 1 xkm , tal que o módulo da admitância série é dada por:
ykm = −1 xkm , ykm < 0. Logo, os módulos das admitâncias shunts B̂ e Ĉ são definidos por: B = ( akm − akm
2
) xkm
e C = ( akm − 1) xkm , tal que o sinal positivo ou negativo dos módulos depende apenas do valor de akm . Assim:
• akm > 1  B < 0 e C > 0, tal que a admitância B̂ corresponde a um efeito shunt indutivo (mesmo sinal de ykm)
na barra k e a admitância Ĉ a um efeito shunt capacitivo (sinal contrário ao de ykm) na barra m. Logo, com base
no item 3.2, tem-se que a magnitude da tensão na barra k tende a diminuir e na barra m tende a aumentar.
• akm < 1  B > 0 e C < 0, tal que a admitância B̂ corresponde a um efeito shunt capacitivo e a admitância Ĉ a
um efeito shunt indutivo. Logo, a magnitude de tensão na barra k tende a aumentar e na barra m a diminuir.
• akm = 1  B = 0 e C = 0, tal que as magnitudes de tensão nas barras k e m são mantidas inalteradas pelo tap.
Logo, neste caso o modelo  equivalente do transformador tipo em fase se resume à sua admitância série yˆ km .

7
4.4) EQUAÇÕES GERAIS DE CORRENTES DE RAMOS

A comparação entre as equações de correntes de ramos obtidas anteriormente permite definir as equações
gerais de correntes de ramos, bem como as equações gerais dos fluxos e perdas de potência de ramos, tal que:
• Obtenção da equação geral da corrente Ikm no sentido k para m em um ramo genérico k-m:
▪ Linha de transmissão - equação (4.5): Iˆkm = ( jbkm sh
+ yˆkm ) Eˆ k − yˆkm Eˆ m = ( jbkm sh
+ yˆkm ) Eˆk + ( − yˆkm ) Eˆ m
▪ Transformador defasador - equação (4.8):
Iˆkm = akm
2
yˆ km Eˆ k − akm −  km yˆ km Eˆ m = ( akm2
yˆ km ) Eˆ k + ( − akm −  km yˆ km ) Eˆ m
▪ Transformador defasador puro - equação (4.9): Iˆkm = yˆ km Eˆ k − 1 − km yˆ km Eˆ m = ( yˆ km ) Eˆ k + ( − 1 − km yˆ km ) Eˆ m

▪ Transformador em fase - equação (4.11): Iˆkm = akm 2


yˆkm Eˆ k − akm yˆkm Eˆm = ( akm
2
yˆkm ) Eˆk + ( − akm yˆkm ) Eˆm
▪ Por inspeção, tem-se que a equação geral de correntes de ramos no sentido k para m é então definida por:
Iˆkm = ( jbkm
sh
+ akm
2
yˆ km ) Eˆ k + ( − akm − km yˆ km ) Eˆ m (4.13)
em que os valores para os parâmetros dos elementos de ramos estão sumarizados na Tabela 4.1.
• Obtenção da equação geral da corrente Imk no sentido m para k em um ramo genérico k-m:
▪ Linha de transmissão - equação (4.6): Iˆmk = − yˆkm Eˆ k + ( jbkm sh
+ yˆkm ) Eˆ m = ( − yˆkm ) Eˆ k + ( jbkm
sh
+ yˆkm ) Eˆ m
▪ Transformador defasador - equação (4.7):
Iˆmk = − akm km yˆ km Eˆ k + yˆ km Eˆ m = ( − akm km yˆ km ) Eˆ k + ( yˆ km ) Eˆ m

▪ Transformador defasador puro - equação (4.10): Iˆmk = − 1 km yˆ km Eˆ k + yˆ km Eˆ m = ( − 1 km yˆ km ) Eˆ k + ( yˆ km ) Eˆ m

▪ Transformador em fase - equação (4.12): Iˆmk = − akm yˆkm Eˆ k + yˆkm Eˆ m = ( − akm yˆkm ) Eˆ k + ( yˆkm ) Eˆ m
▪ Por inspeção, tem-se que a equação geral de correntes de ramos no sentido m para k é então definida por:
Iˆmk = ( − akm km yˆ km ) Eˆ k + ( jbkm
sh
+ yˆ km ) Eˆ m (4.14)
em que os valores para os parâmetros dos elementos de ramos estão também sumarizados na Tabela 4.1.

Tabela 4.1: Especificação dos parâmetros dos elementos de ramos.


Elementos de ramo sh
bkm akm  km
Linha de transmissão dado 1,0 0,0
Transformador defasador 0,0 dado dado
Transformador defasador puro 0,0 1,0 dado
Transformador em fase 0,0 dado 0,0

4.5) EQUAÇÕES GERAIS DE FLUXOS DE POTÊNCIA

Com a definição das equações gerais de correntes de ramos, pode-se então determinar as equações gerais
de fluxos de potência em redes elétricas. Assim, seja o esquema de correntes, tensões e fluxos de potência em
um ramo genérico k-m visto na Figura 4.8. Com base na equação geral de corrente de ramo no sentido k para m
definida por (4.13), tem-se que a equação geral do fluxo de potência Sˆkm no sentido k para m é obtido por:
Sˆkm = Eˆ k Iˆkm

= Eˆ k (( jb
sh
km + akm
2
yˆ km ) Eˆ k + ( − akm − km yˆ km ) Eˆ m ) = Eˆ (( jb

k
sh 
km ) Eˆ k + akm
2
Ek + ( −akm − km
 ˆ
yˆ km )
  ˆ
yˆ km Em )
Sˆkm = Vk k (( − jb ) V
sh
km k −k + akm
2
( gkm − j bkm ) Vk −k − akm km ( g km − j bkm ) Vm −m )
Sˆkm = − jV b k
2 sh
km + a V ( g km − j bkm ) − Vk Vm k − m akm km ( gkm − j bkm )
2
km k
2

Seja km a chamada abertura angular do ramo k-m, definida como a diferença entre os ângulos de tensão
das barras terminais do ramo k-m, tal que: km = k − m . No prosseguimento do equacionamento, tem-se que:
Sˆkm = − jVk2 bkm
sh
+ akm
2
Vk2 ( g km − j bkm ) − Vk Vm km akm km ( g km − j bkm )
Sˆkm = − jVk2 bkm
sh
+ akm
2
Vk2 ( g km − j bkm ) − akm Vk Vm km + km ( g km − j bkm )
Sˆkm = − jVk2 bkm
sh
+ akm
2
Vk2 ( g km − j bkm ) − akm Vk Vm ( cos ( km + km ) + j sen ( km + km ) ) ( g km − j bkm )
Definindo-se Sˆkm = Pkm + j Qkm e separando-se as partes real e imaginária, tem-se que as equações gerais
dos fluxos de potência ativa Pkm e reativa Qkm no sentido k para m de um ramo k-m são então definidas por:

8
Pkm = akm
2
Vk2 g km − akm Vk Vm g km cos (km + km ) − akm Vk Vm bkm sen (km + km ) (4.15)
Qkm = − Vk2 ( bkm
sh
+ akm
2
bkm ) − akm Vk Vm gkm sen (km + km ) + akm Vk Vm bkm cos (km + km ) (4.16)
sh
Analisando-se a Tabela 4.1, observa-se que b km é não-nula apenas para linhas de transmissão e que, neste
caso, akm = 1 . Com base neste fato, tem-se que na equação (4.16) pode-se multiplicar o termo bkm sh 2
por akm sem
incorrência de erro no cálculo do fluxo de potência reativa, tal que a equação (4.16) pode ser re-escrita como:
Qkm = − Vk2 ( akm bkm + akm
2 sh 2
bkm ) − akm Vk Vm g km sen (km + km ) + akm Vk Vm bkm cos (km + km )
Qkm = − akm
2
Vk2 ( bkm
sh
+ bkm ) − akm Vk Vm gkm sen (km + km ) + akm Vk Vm bkm cos (km + km ) (4.17)
Analogamente, com base na equação geral da corrente de ramos no sentido m para k definida por (4.14),
tem-se com base na Figura 4.8 que a equação geral do fluxo de potência Sˆmk no sentido m para k é obtida por:
Sˆmk = Eˆ m Iˆmk

(
= Eˆ m ( − akm km yˆ km ) Eˆ k + ( jbkm
sh
+ yˆ km ) Eˆ m ) = Eˆ ( ( − a

m km km ) yˆ km


Eˆ k + ( jbkm
sh
) Eˆ m + yˆkm Eˆ m

)
(
Sˆmk = Vm m − akm −km ( g km − j bkm ) Vk −k + ( − jbkm
sh
) Vm −m + ( gkm − j bkm ) Vm −m )
Sˆmk = − jVm2 bkm
sh
+ Vm2 ( g km − j bkm ) − akm Vk Vm m − k − km ( gkm − j bkm )
Sˆmk = − jVm2 bkm
sh
+ Vm2 ( gkm − j bkm ) − akm Vk Vm −km − km ( g km − j bkm )
Sˆmk = − jVm2 bkm
sh
+ Vm2 ( g km − j bkm ) − akm Vk Vm − ( km + km ) ( g km − j bkm )

Sˆmk = − jVm2 bkm


sh
(
+ Vm2 ( g km − j bkm ) − akm Vk Vm cos ( − ( km + km ) ) + j sen ( − ( km +  km ) ) ( g km − j bkm ) )
Considerando-se que os valores de km e km são bem pequenos, tal que | km + km |  90o , tem-se que as
identidades trigonométricas cos ( − ( km + km ) ) = cos ( km + km ) e sen ( − ( km + km ) ) = − sen ( km + km ) podem ser
aplicadas ao resultado acima, tal que a equação geral do fluxo de potência Sˆ no sentido m para k é dada por: mk

Sˆmk = − jVm2 bkm


sh
+ Vm2 ( g km − j bkm ) − akm Vk Vm ( cos ( km + km ) − j sen ( km + km ) ) ( g km − j bkm )
Definindo-se Sˆmk = Pmk + j Qmk e separando-se as partes real e imaginária, tem-se que as equações gerais
dos fluxos de potências ativa Pmk e reativa Qmk no sentido m para k de um ramo k-m são então definidas por:
Pmk = Vm2 g km − akm Vk Vm g km cos (km + km ) + akm Vk Vm bkm sen (km + km ) (4.18)
Qmk = − V 2
m (b
sh
km + bkm ) + akm Vk Vm gkm sen (km +km ) + akm Vk Vm bkm cos (km +km ) (4.19)

k m
Iˆkm , Sˆkm Sˆmk , Iˆmk
LT ou TR

Eˆ k = Vk k Eˆ m = Vm m
Figura 4.8: Ramo genérico k-m e esquema para definição de fluxos de potência.

4.6) EQUAÇÕES GERAIS DE PERDAS DE RAMOS

Analisando-se as equações dos fluxos de potência nos dois sentidos de ramos, pode-se observar que estes
apresentam valores distintos, implicando que a diferença dos fluxos de potência residem nas perdas dos ramos.
Seja então o esquema de um ramo genérico k-m mostrado na Figura 4.9, onde Sˆkm perdas
= Pkmperdas + j Qkm
perdas
é
definida como a perda de potência complexa no ramo k-m. Analisando a Figura 4.9, observa-se que a perda e os
fluxos de potência no ramo podem ser relacionados por: Sˆkm − Sˆkm perdas
= − Sˆmk , tal que: Sˆkm
perdas
= Sˆkm + Sˆmk . Logo,
a perda de potência ativa de ramos pode ser determinada com a soma das equações (4.15) e (4.18), e a perda de
potência reativa com a soma das equações (4.17) e (4.19), tal que resultam nas equações gerais definidas por:
Pkmperdas = Pkm + Pmk = ( akm
2
Vk2 +Vm2 ) gkm − 2 akm Vk Vm gkm cos (km + km ) (4.20)
perdas
Qkm = Qkm + Qmk = − ( akm
2
Vk2 + Vm2 ) (bkm
sh
+ bkm ) + 2 akm Vk Vm bkm cos (km + km ) (4.21)

k
Sˆkm ( Sˆ perdas
km ) Sˆmk
m

LT ou TR

Figura 4.9: Ramo genérico k-m e esquema para definição de perdas de ramos.

9
5) MODELAGEM DO PROBLEMA DO FLUXO DE CARGA

A imposição da Lei de Kirchhoff das correntes a um nó de rede permite determinar o chamado balanço
de correntes de barras. A aplicação do balanço de correntes em todas as barras de um sistema elétrico resulta
em uma relação matricial entre correntes líquidas e estado das tensões de barra, por meio de uma matriz que
representa toda a disposição dos componentes do sistema (a chamada topologia). Por extensão, a imposição do
balanço de potências nas barras do sistema elétrico permite determinar a formulação matricial básica para o
problema do fluxo de carga (PFC) ou de potência da rede, conhecido pelos termos em inglês load flow e power
flow. Porém, para a resolução do PFC, antes é necessário a identificação das variáveis do sistema como dados e
incógnitas, o que resulta em uma classificação para as barras do sistema, bem como na necessidade de se adotar
uma estratégia de solução dividida em duas etapas com equacionamentos básicos diferentes, devido ao fato das
incóginitas do PFC serem de naturezas distintas. Estes assuntos são abordados os itens apresentados a seguir.

5.1) EQUAÇÃO NODAL DE REDE

Seja a barra k de um ramo genérico k-m de rede mostrada na Figura 5.1, em que Iˆk é a injeção líquida de
corrente na barra k, Iˆ sh é a injeção de corrente do elemento shunt ligado à barra k, definida pela equação (3.6), e
k

Iˆkm é a corrente no sentido k para m do ramo k-m, definida pela formulação geral dada pela equação (4.13).

k m
Iˆkm Iˆmk
LT ou TR
Iˆk Iˆm
Eˆ k Eˆm
sh
jb
k
Iˆksh Iˆmsh sh
jb
m

Figura 5.1: Esquema de correntes de barra e de ramos para definição do balanço de correntes.

Analidando a Figura 5.1, observa-se que a soma das correntes líquida e shunt da barra k deve se igualar à
somatória das correntes nos ramos que tem a barra k como um de seus terminais. Assim, aplicando-se a Lei de
Kirchhoff das correntes na barra k e definindo-se k como o conjunto de todas as barras conectadas diretamente
à barra k, com exceção da própria barra k, obtém-se a equação de balanço de correntes na barra k, definida por:
Iˆk + Iˆksh = Iˆkm  Iˆk − Eˆ k jbksh =
m  k
Iˆkm  Iˆk = jbksh Eˆ k + 
m  k
Iˆkm  
m  k

 Iˆk = jbksh Eˆ k +  (( jb
m  k
sh
km + akm
2
yˆ km ) Eˆ k + ( − akm − km yˆ km ) Eˆ m )
Iˆk =  jbksh +
  ( jbkmsh + akm2 yˆkm )  Eˆk +  ( − akm −km yˆkm )  Eˆm
 (5.1)
 m  k   m  k 
Analogamente, aplicando a Lei de Kirchhoff das correntes na barra m do ramo k-m visto na Figura 5.1,
onde I m é a injeção líquida de corrente e Iˆmsh é a corrente shunt na barra m, Iˆmk é a corrente no sentido m para k
ˆ
do ramo k-m, definida pela equação (4.14), e definindo-se m como o conjunto de todas as barras conectadas
diretamente à barra m, com exceção da barra m, obtém-se a equação de balanço de correntes na barra m, tal que:
Iˆm + Iˆmsh = 
k  m
Iˆmk  Iˆm − Eˆ m jbmsh = 
Iˆmk  Iˆm = jbmsh Eˆ m +
k  m
Iˆmk  
k  m

 I m = jbmsh Eˆ m +  (( − a
k  m
km km yˆ km ) Eˆ k + ( jbkm
sh
+ yˆ km ) Eˆ m )

 k   ( km km km )  k  m k  
Iˆm =  − a  yˆ  Eˆ +  jb sh + ( jbkmsh + yˆkm )  Eˆm  (5.2)
 m   m 
Para um sistema elétrico constituído por NB barras, tem-se então que o equacionamento do balanço de
correntes em todas as barras da rede resulta em um conjunto de equações que relacionam as injeções líquidas de
corrente e as tensões de barra. Este conjunto de equações pode ser representado na forma matricial, tal como
exemplificado a seguir, em que são mostrados apenas os elementos de matriz referentes a duas barras quaisquer
k e m pertencentes aos conjuntos m e k , respectivamente, onde observa-se que os elementos mútuos entre as
barras k e m (fora da diagonal principal) do ramo k-m da rede é função somente do elemento série do ramo.

10
 
     
ˆ   jbksh +  ( jb sh
km + akm
2
yˆ km ) − akm − km yˆ km  ˆ 
 Ik   mk   Ek 
  =    
     
 Iˆm 
 


− akm km yˆ km jbmsh +  ( jb
k m
sh
km + yˆ km ) 

 Eˆ m 
 
     
ˆI   Eˆ
Yˆ 
 

Definindo o vetor das injeções líquidas de corrente complexas de barras Iˆ (NB  1) e o vetor de tensões
complexas de barra Ê (NB  1), observa-se que estes vetores estão relacionados pela matriz [Yˆ ] (NB  NB) que
representa a topologia da rede, denominada matriz admitância nodal ou matriz admitância de barra, tal que a
relação matricial assim obtida, denominada equação nodal de rede, pode ser expressa de forma compacta por:
Iˆ = Yˆ  Eˆ (5.3)
Assim, a matriz admitância é função dos chamados elementos primitivos de rede ( yˆ km , bksh , bmsh , bkm
sh
)e
demais dados (akm e km), tal que os componentes da diagonal e fora da diagonal tem as formas gerais dadas por:
Yˆkk = jbksh +  ( jbkmsh + akm2 yˆkm ) = jbksh + ( jbkmsh + akm2 ( gkm + j bkm ) )
 (5.4)
mk mk

Yˆkm = − akm −km yˆ km = − akm ( coskm − j senkm ) ( gkm + j bkm ) (5.5)


Yˆmk = − akm km yˆ km = − akm ( coskm + j senkm ) ( gkm + j bkm ) (5.6)
Yˆmm = jbmsh +  ( jb
k m
sh
km + yˆ km ) = jbmsh +  ( jb
k m
sh
km + ( g km + j bkm ) )
(5.7)

Como Yˆkm e Yˆmk são nulos para ramos k-m inexistentes na rede, a matriz admitância nodal caracteriza-se
por apresentar uma elevada esparsidade (grande número de elementos nulos) para sistemas de grande porte.
Seja [G] a chamada matriz condutância nodal e [B] a chamada matriz susceptância nodal, de modo que:
Ŷ  = G + j  B . Logo, separando-se a parte real das equações gerais (5.4) a (5.7), tem-se que os elementos da
diagonal e fora da diagonal da matriz condutância [G] são determinadas pelas equações gerais definidas por:
Gkk =  akm 2
g km
m k
(5.8)
Gkm = − akm bkm senkm − akm gkm cos km (5.9)
[G ]
Gmk = akm bkm senkm − akm g km cos km (5.10)
Gmm = g
k  m
km (5.11)
Analogamente, separando-se a parte imaginária das equações (5.4) a (5.7), tem-se que os elementos da
diagonal e fora da diagonal da matriz susceptância [B] são determinadas pelas equações gerais definidas por:
Bkk = bksh +  ( bkm
sh
+ akm
2
bkm )
mk
(5.12)
Bkm = akm gkm senkm − akm bkm cos km (5.13)
[B ]
Bmk = − akm gkm senkm − akm bkm cos km (5.14)
Bmm = bmsh +  (b
k m
sh
km + bkm )
(5.15)
A presença de transformadores defasadores (km  0) em redes elétricas resulta em matrizes condutância
e susceptância assimétricas, uma vez que os termos fora da diagonal principal não são iguais, isto é: Gkm  Gmk
e Bkm  Bmk. Desse modo, a ausência destes (km = 0) tornam estas matrizes simétricas, tal que pode-se definir:
Gkm = Gmk = ‒ akm gkm (5.16)
Bkm = Bmk = ‒ akm bkm (5.17)
A formulação matricial de sistemas dada pela equação (5.3) é de natureza linear, visto que a relação entre
corrente e tensão é linear, tal que o estado das tensões de barra (incógnitas do sistema) se resume ao cálculo:
Eˆ = Yˆ  Iˆ =  Zˆ  Iˆ
−1
(5.18)
onde [ Zˆ ] = [Yˆ ] −1 , chamada matriz impedância nodal ou matriz impedância de barra, tem montagem trabalhosa,
razão pela qual a formulação do PFC normalmente se basear na matriz admitância, de montagem mais simples.
11
Ocorre porém que geração e carga em redes elétricas são geralmente mensuradas em termos de potência,
tal que o valor das injeções líquidas de corrente precisam ser obtidas com o estado das tensões de barra, que são
incógnitas da rede. Além disso, a equação nodal não contempla barras com tensão controlada e não especifica
uma barra de referência angular para o estado das tensões de barra. Assim, a formulação de sistemas elétricos
geralmente baseia-se nas potências injetadas e transmitidas na rede (por isso denominado problema do fluxo de
carga), o que resulta em uma modelagem não-linear da rede, pois a relação entre tensão e potência não é linear.
O Anexo D apresenta um estudo complementar das matrizes admitância e impedância nodais, bem como
uma aplicação da matriz impedância para a definição de um conceito denominado capacidade de curto-circuito.

5.2) FORMULAÇÃO BÁSICA DO PROBLEMA DO FLUXO DE CARGA

Analisando a equação (5.1) (ou a equação (5.2)), observa-se que a equação de balanço de correntes para
uma barra genérica k do sistema pode ser expressa em termos do elemento Yˆkk da diagonal principal, bem como
pela somatória dos elementos fora da diagonal principal Yˆ (m  k ) da matriz admitância nodal, tal que:
km

Iˆk =  jb +

sh
k  ( jb sh
km +a 2
km yˆ km )  Eˆ k +
  (− a km − km yˆ km ) Eˆ m  Iˆk = Yˆkk Eˆ k +  Yˆ km Eˆ m
 m  k  m  k m  k
Yˆkm
Yˆkk

Visto que [Yˆ ] = [G ] + j [ B] , tem-se que os elementos da matriz admitância nodal podem ser expressos em
função das matrizes condutância e susceptância, tal que: Yˆ = G + j B e Yˆ = G + j B . Assim, a injeção
kk kk kk km km km
líquida de corrente na barra genérica k pode ser re-definida em função dos elementos da matriz nodal, tal que:
Iˆk = Yˆkk Eˆ k + 
Yˆkm Eˆ m  Iˆk = ( Gkk + j Bkk ) Eˆ k +
m  k
(Gkm + j Bkm ) Eˆ m 
m  k

Logo, com base na equação (3.4), tem-se que a injeção líquida de potência Sˆk em uma barra genérica k
pode ser também obtida em função dos elementos da matriz admitância nodal da rede em estudo, tal que:

Sˆk = Eˆ k Iˆk = Eˆ k  ( Gkk + j Bkk ) Eˆ k + ( Gkm + j Bkm ) Eˆ m  = Eˆ k ( Gkk + j Bkk ) Eˆ k + Eˆ k ( 
Gkm + j Bkm ) Eˆ m
 
 
 m  k  m  k

Sˆk = Vk  k ( Gkk − j Bkk ) Vk − k + Vk  k 


( Gkm − j Bkm ) Vm − m = Vk (Gkk − j Bkk ) +Vk
m  k
2

Vm  km (Gkm − j Bkm )
m  k

 Sˆk = Pk + j Qk = Vk2 ( Gkk − j Bkk ) + Vk  V ( cos


m  k
m km + j sen km ) ( Gkm − j Bkm )

Assim, separando-se as partes real e imaginária do resultado, tem-se que as injeções líquidas de potência
ativa Pk (equação (3.2)) e reativa Qk (equação (3.3)) em uma barra genérica k podem também ser obtidas por:
Pk = Vk2 Gkk + Vk  V (G
m  k
m km cos km + Bkm sen km )
(5.19)

Qk = − Vk2 Bkk + Vk  V (G
m  k
m km sen km − Bkm cos  km )
(5.20)
As equações (5.19) e (5.20) definem as chamadas equações básicas do problema do fluxo de carga, pois
expressam o chamado balanço de potências de barra, em que as injeções líquidas de potência ativa Pk e reativa
Qk injetadas em cada barra k do sistema correpondem à somatória dos fluxos de potência nos ramos que tem a
barra k como um de seus terminais e, no caso de Qk , adicionada à potência shunt da barra k contemplada em Bkk .
Incluindo-se a barra k ao conjunto k e definindo-se K como o conjunto de todas as barras conectadas à
barra k, inclusive a própria barra k, tem-se que as injeções líquidas de potência ativa e reativa de barra descritas
pelas equações (5.19) e (5.20) podem ser também expressas de forma mais compacta, respectivamente por:
Pk = Vk 
Vm ( Gkm coskm + Bkm senkm )
mK
(5.21)

Qk = Vk  V (G
mK
m km senkm − Bkm coskm ) (5.22)
Analisando-se as equações básicas do PFC, observa-se que a modelagem de sistemas elétricos em termos
de potência apresenta forte natureza não-linear (funções trigonométricas e produto de tensões), e as variáveis de
módulo e ângulo de tensões de barra estão implícitas (não podem ser isoladas das equações), tal que não podem
ser obtidas por solução analítica. Assim, o cálculo deste sistema de equações requer solução numérica (métodos
iterativos), e implementação computacional devido ao usual elevado número de barras, equações e incógnitas.
Esta formulação do PFC, baseada no estado das tensões de barra em coordenadas polares, pode também
ser equacionada com base no estado das tensões de barra em coordenadas cartesianas, abordado no Anexo E.

12
5.3) CLASSIFICAÇÃO DE BARRAS

A referência de tensão de redes elétricas pode ser fornecida pelo nó terra, se presente elementos shunts na
rede, ou pelo menos por uma barra com tensão conhecida. Além disso, como os cálculos de fluxos de potência
são funções da abertura angular km dos ramos, tem-se que uma mesma distribuição de fluxos pode ser obtida
se somada uma constante arbitrária aos ângulos de tensão, ou seja, o PFC é indeterminado na variável ângulo,
tal que é necessário uma referência angular com a especificação de uma barra com ângulo de fase conhecido.
Adicionalmente, na solução do PFC é necessário a escolha de uma barra com injeções de potência ativa
Pk e reativa Qk desconhecidas para o fechamento do balanço de potência da rede, visto que não é possível obter
todas as injeções de potência de barra sem antes calcular as perdas do sistema, que são dependentes dos fluxos
de potência na rede e estes dependem do estado das tensões de barra do sistema não conhecido previamente.
Com base nestas especificidades de tensão, ângulo de fase e injeções de potência da modelagem do PFC,
observa-se então que cada barra k de uma rede elétrica em estudo tem a ela associadas quatro variáveis:
1. Vk : módulo ou magnitude da tensão complexa de barra
2. k : ângulo de fase da tensão complexa de barra
3. Pk : injeção líquida de potência ativa
4. Qk : injeção líquida de potência reativa
Logo, conclui-se que cada barra k do sistema tem a ela associada 2 equações básicas (equações (5.19) e
(5.20)), com 4 variáveis (Pk , Qk , Vk e k). Assim, para tornar o modelo matemático do PFC compatível para a
solução (número de equações e de incógnitas iguais), 2 variáveis devem ser conhecidas (entram como dados no
cálculo do PFC) e 2 variáveis devem ser calculadas (entram como incógnitas), tal que cada barra k do sistema
pode ser classificada em 3 tipos segundo suas variáveis conhecidas e indeterminadas (resumo na Tabela 5.1):
• Barra PQ: Pk e Qk são conhecidas (dados) e Vk e k são calculadas (incógnitas). Também chamada barra de
carga, Pk e Qk são consideradas constantes e invariantes com a tensão nodal. Além de barras de demanda, são
classificadas deste tipo barras com geração sem equipamentos de regulação de tensão ou com capacidade de
fornecimento de reativo insuficiente para realizar o controle de tensão, bem como as chamadas barras fictícias
(sem carga e sem geração), criadas para representar certos pontos de interesse no sistema elétrico em estudo.
• Barra PV: Pk e Vk são conhecidas e k e Qk são calculadas. Também chamada barra de tensão controlada, são
comumente classificadas como PV barras com grande capacidade de geração ou compensadores síncronos,
nas quais deseja-se manter constante a magnitude da tensão, independentemente de variações de demanda nas
demais barras da rede ou ocorrência de contingências no sistema (saída de operação de elementos de rede).
• Barra V: Vk e k são conhecidas e Pk e Qk são calculadas. Também denominada barra de referência ou slack,
esta barra é geralmente única na rede e a ela compete fornecer a referência angular às outras tensões de barras,
bem como fechar o balanço de potência da rede. Normalmente, escolhe-se uma barra com bastante reserva de
geração, tal que consiga manter o balanço de potência para todas as diferentes configurações e perfis de carga.
Assim, para uma rede elétrica formada por NB barras, cada k = 1,...,NB barra da rede tem a ela associadas
2 equações básicas de balanço de potência (equações (5.19) e (5.20)) com 4 variáveis (Pk , Qk , Vk e k), onde 2
variáveis são conhecidas e 2 são incógnitas, tal que o problema do fluxo de carga da rede é modelado por 2NB
equações com 4NB variáveis, onde 2NB variáveis entram nos cálculos como dados e 2NB como incógnitas do
problema, resultando então em um conjunto de 2NB equações e 2NB incógnitas com condições de solução.

Tabela 5.1: Tipos de barras e classificação das variáveis associadas.


Tipo de barra Notação Dados Incógnitas
Barra de carga PQ ou 0 Pk e Qk Vk e k
Barra de tensão controlada PV ou 1 Pk e Vk Qk e k
Barra de referência angular V ou 2 Vk e k Pk e Qk

5.4) ESTRATÉGIA DE SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO FLUXO DE CARGA

Seja um sistema elétrico com NB barras formado por NPQ barras tipo PQ, NPV barras tipo PV e 1 barra
tipo V (como mencionado, a barra V é única), tal que: NB = NPQ + NPV + 1. Logo, conforme discutido, o
sistema é modelado por 2NB = 2NPQ + 2NPV + 2 equações básicas com 4NB = 4NPQ + 4NPV + 4 variáveis,
onde 2NB = 2NPQ + 2NPV + 2 são variáveis conhecidas (dados) e 2NB = 2NPQ + 2NPV + 2 são incógnitas, tal
que a solução do PFC de um sistema consiste essencialmente no cálculo destas 2NPQ + 2NPV + 2 incógnitas.
Porém, como as variáveis de potência (Pk e Qk) dependem das variáveis associadas ao estado das tensões
de barra (Vk e k), tem-se que as 2NPQ + 2NPV + 2 incógnitas do PFC não podem ser obtidas simultaneamente.
Assim, com base neste fato, tem-se que o PFC é normalmente decomposto em dois subproblemas de equações
e incógnitas com procedimentos distintos, modelados nos itens a seguir e definidos como subsistemas, a saber:
13
➢ Subsistema 1: consiste na obtenção do estado das tensões de barra desconhecido do sistema elétrico (Vk para
barras PQ; k para barras PV e PQ), envolvendo um método de cálculo iterativo de um conjunto de equações
algébricas. Constitui-se no objetivo básico do PFC, visto que permite obter qualquer outra incógnita da rede.
➢ Subsistema 2: consiste na obtenção das incógnitas restantes do PFC (Pk e Qk para a barra V e Qk para as
barras PV), com base no estado das tensões de barra calculado no subsistema 1, bem como outras incógnitas
de interesse do sistema, tais como potências shunts de barra e fluxos e perdas de potência nos ramos da rede.

5.4.1) FORMULAÇÃO DO SUBSISTEMA 1

Como mencionado, o cálculo do subsistema 1 do problema do fluxo de carga visa determinar as variáveis
de estado desconhecidas da rede, o que reside em determinar Vk para NPQ barras e k para NPQ + NPV barras,
totalizando 2NPQ + NPV incógnitas. Para isso, são inicialmente conhecidos Pk para NPQ + NPV barras e Qk
para NPQ barras, totalizando 2NPQ + NPV equações com igual número de incógnitas. Logo, conclui-se que a
barra V não é considerada no subsistema 1, visto que suas variáveis de estado (Vk e k ) já são conhecidas.
Analisando as equações básicas (5.19) e (5.20) do PFC, observa-se que o lado esquerdo destas equações
corresponde às injeções líquidas de potência de barras (Pk e Qk) e o lado direito corresponde à soma dos fluxos
de potência nos ramos e shunts. Logo, para barras nas quais Pk (tipos PQ e PV) e Qk (tipo PQ) são conhecidas,
pode-se entender que o lado esquerdo das equações (5.19) e (5.20) consistem de dados para o subsistema 1, e o
lado direito, por depender do estado das tensões de barra (Vk e k), são desconhecidos e precisam ser calculados.
Assim, para diferenciar os dados e incógnitas do subsistema 1, a literatura técnica nomeia os lados esquerdo e
direito destas equações com as denominações ‘especificado’ (dados) e ‘calculado’ (incógnitas), e define que:

barras tipo PQ e PV
Pk = Vk2 Gkk + Vk  V (G
m  k
m km cos  km + Bkm sen km )  Pkesp = Pkcalc
especificado
calculado

barras tipo PQ
Qk = − Vk2 Bkk + Vk  V (G
m  k
m km sen km − Bkm cos  km )  Qkesp = Qkcalc
especificado
calculado
tal que as partes do balanço de potência Pkcalc e Qkcalc dependentes das incógnitas do subsistema 1 são dadas por:
Pkcalc = Vk2 Gkk + Vk  V (G
m  k
m km cos km + Bkm sen km )
(5.23)

Qkcalc = − Vk2 Bkk + Vk  V (G


m  k
m km sen km − Bkm cos  km )
(5.24)
Seja as funções Pk e Qk correspondentes à diferença entre as potências ativas e reativas especificadas
e calculadas para uma barra genérica k, respectivamente. Logo, as equações de Pk e Qk , chamadas funções
de resíduos (ou mismatches) de potência ativa e reativa, respectivamente, da barra k da rede são definidas por:
Pk = Pkesp − Pkcalc = 0  Pk = Pkesp − Vk2 Gkk − Vk 
Vm ( Gkm cos  km + Bkm sen km ) = 0
m  k
(5.25)

Qk = Qkesp − Qkcalc = 0  Qk = Qkesp + Vk2 Bkk − Vk  V (G


m  k
m km sen km − Bkm cos km ) = 0
(5.26)
Como as funções Pk e Qk dependem do estado das tensões de barra, conclui-se então que o cálculo
das raízes da equação Pk para NPQ + NPV barras e o cálculo das raízes da equação Qk para NPQ barras
corresponde à obtenção das 2NPQ + NPV incógnitas do subsistema 1 (módulo e ângulo das tensões de barra),
tal que as expressões gerais dadas por (5.25) e (5.26) consistem nas equações básicas do subsistema 1 do PFC.
Calculando-se Pk para NPQ + NPV barras e Qk para NPQ barras da rede elétrica em estudo, pode-se
definir os vetores de potências de barra especificadas Pesp e Q esp , e os vetores de potências de barra calculadas
Pcalc e Qcalc , de modo a determinar um conjunto de vetores de resíduos P e Q como as equações matriciais
básicas do problema do fluxo de carga a serem resolvidas no cálculo do subsistema 1, definidos então por:
Para NPQ + NPV barras: P = Pesp − Pcalc = 0 (5.27)
Para NPQ barras: Q = Qesp − Qcalc = 0 (5.28)
Como observado anteriormente, a solução das equações básicas do PFC requer cálculo numérico. Logo,
para o cálculo das raízes do conjunto de equações (5.27) e (5.28), é necessária a implementação de um método
iterativo adaptado para a sua solução. Como o próprio valor dos resíduos pode ser interpretado como um erro,
então este pode ser utilizado como critério de parada do processo numérico de solução do subsistema 1 do PFC.

14
5.4.2) FORMULAÇÃO DO SUBSISTEMA 2

Como mencionado, a solução do subsistema 2 consiste na obtenção das incógnitas ainda desconhecidas
da rede elétrica em estudo, o que reside no cálculo da injeção líquida de potência ativa Pk para a barra V e da
injeção líquida de potência reativa Qk para NPV barras e para a barra V, o que totalizam as NPV + 2 incógnitas
restantes do PFC. Assim, visto que o estado das tensões de barra são conhecidas ou foram previamente obtidas
no subsistema 1, a solução do subsistema 2 se mostra trivial, tal que reside no cálculo direto destas incógnitas:
• Injeção líquida de potência ativa Pk da barra V: equação (5.19).
• Injeção líquida de potência reativa Qk para NPV barras e para a barra V: equação (5.20).
Além disso, o conhecimento do estado das tensões de barra permite o cálculo direto de outras incógnitas
de interesse da rede elétrica em estudo, tais como os fluxos e perdas de potência ativa e reativa dos ramos da
rede, bem como a potência consumida nos elementos shunts de barra. Assim, para estas incógnitas, tem-se que:
• Fluxos de potência ativa Pkm e reativa Qkm no sentido k para m: equações (4.15) e (4.17), respectivamente.
• Fluxos de potência ativa Pmk e reativa Qmk no sentido m para k: equações (4.18) e (4.19), respectivamente.
• Perdas de potência ativa Pkmperdas e reativa Qkm
perdas
em um ramo k-m: equações (4.20) e (4.21), respectivamente.
• Potência reativa do elemento shunt em uma barra k, com base na equação (3.7): Qksh = Vk2 bksh

6) MÉTODOS DE CÁLCULO DO SUBSISTEMA 1


Como mencionado, o cálculo do subsistema 1 reside em determinar o estado das tensões de barra da rede
elétrica em estudo (objetivo básico do PFC), por meio do cálculo das raízes do conjunto de funções de resíduo
definidas nas equações (5.27) e (5.28), que caracterizam-se por apresentar forte natureza não linear e incógnitas
(módulo e ângulo de tensão de barra) implícitas, tal que é necessário a implementação de um método iterativo
de cálculo adaptado à solução deste conjunto de funções de resíduo, onde o próprio resultado destas funções pode
ser interpretado como um erro, cuja tolerância pode ser utilizada como critério de parada do processo iterativo.
A literatura técnica sobre sistemas de energia elétrica apresenta diversos métodos particularizados para a
resolução do subsistema 1 do problema do fluxo de carga. Dentre estes métodos, serão neste material didático
estudados alguns algoritmos que apresentam um maior interesse prático devido a vantagens como robustez e
rapidez de convergência: o chamado método de Newton-Raphson e algoritmos derivados deste método em suas
diversas versões, chamados métodos desacoplados, bem como o chamado fluxo de carga linearizado ou CC.
Como o método de Newton-Raphson é o algorítmo básico para os demais métodos de solução do PFC,
então é conveniente inicialmente fazer um breve estudo sobre sua teoria em termos gerais, apresentado a seguir.

6.1) CONCEITUAÇÃO DO MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON

O método de Newton-Raphson é um algoritmo numérico utilizado na determinação de raízes de equações


algébricas não-lineares, por meio de um processo iterativo baseado na linearização sucessiva destas equações
em torno de pontos do espaço de funções (série de Taylor de 1o ordem), até a convergência do processo.
Para exemplificar o método de Newton-Raphson, seja uma função monovariável f(x) qualquer visto no
gráfico da Figura 6.1, que apresenta uma raiz desconhecida no ponto x = x*, tal que f(x*) = 0. Adotando-se uma
faixa de tolerância ao erro   para f(x), pode-se escolher inicialmente um valor x = x(0) como estimativa para a
raiz da função (Figura 6.1) e verificar se f(x(0)) encontra-se dentro da faixa de tolerância, isto é, se | f(x(0))|  .
Caso x(0) não satisfaça a condição de convergência (| f(x(0))| > ), pode-se obter uma nova estimativa x = x(1) para
a raiz de f(x) com base na linearização da função em torno do ponto (x(0), f(x(0))), tal que obtém-se (Figura 6.1):
f ( x (0) )
−1
 df ( x) 
 f (x )
df ( x)
tg  = = (0)  x = x − 
(1) (0) (0)

dx x = x( 0) x − x(1)  dx x = x 
( 0)

pois a declividade da reta (tg  ) corresponde ao cálculo da derivada de 1º ordem da função f(x) para x = x(0).
Caso f(x(1)) ainda não esteja dentro da faixa de tolerância, pode-se repetir o procedimento para obter uma
nova estimativa para a raiz da função f(x) e assim sucessivamente até a condição de convergência ser satisfeita,
quando finaliza-se o processo com a escolha da última estimativa como solução (x = x(2) no caso da Figura 6.1).
Assim, este procedimento constitue-se em um processo iterativo, em que a cada iteração i e com base na
estimativa atual x(i) obtida na iteração anterior, testa-se a convergência do processo (| f(x(i))|   ) e, caso esta
não tenha sido atingida, uma nova estimativa x(i + 1) é obtida da atual na forma da equação recursiva dada por:
−1
 df ( x) 
x(i +1) = x(i ) −   f ( x(i ) ) (6.1)
 dx x = x 
( i )

15
f(x)
(0)
f(x ) (x(0) , f(x(0)))

f(x(1))
+
f(x(2)) 
0 x* x (2)
x (1)
x(0) x
−
Figura 6.1: Exemplificação gráfica do processo de solução do método de Newton-Raphson.

Visto ser um algoritmo numérico geral, o método de Newton-Raphson pode ser empregado também para
a estimaçao das raizes de um conjunto de equações algébricas não-lineares com igual número de incógnitas.
Neste caso, para um vetor f ( x ) =  f1 ( x ) f n ( x )  de n equações dependentes de um vetor x =  x1 xn 
T T

com n variáveis, o método de Newton-Raphson resulta na montagem de uma matriz [J ] de derivadas parciais
de 1º ordem com base no vetor de equações, denominada matriz jacobiana e definida genericamente por:
 f1 ( x ) f1 ( x ) 
 x xn 
 1 
J  =   (6.2)
 

 nf ( x ) f n ( x ) 
 x1 xn 
tal que a equação (6.1) é agora generalizada para estimar iterativamente as raízes do conjunto de equações por:
−1
 f1 ( x ) f1 ( x ) 
 x xn x = x ( i )   f ( x ( i ) ) 
 x1 
( i +1)
 x1 
(i )
 1 x = x(i )
 
1
     
  =   −    
 xn(i +1)   xn(i )   f n ( x ) f n ( x )   f n ( x ) 
 ( i )

 
x1 x = x ( i ) xn x = x ( i ) 
 
onde a expressão acima pode ser representada de forma compacta pela equação matricial recursiva descrita por:
x (i +1) = x (i ) −  J ( x (i ) ) f ( x (i ) )
−1
(6.3)
O algoritmo do processo iterativo do método de Newton-Raphson para o cálculo das raizes de um vetor
f ( x ) de n equações dependentes de um vetor x de n variáveis pode ser esquematizado nas seguintes etapas:
➢ Passo 1 (iteração i = 0): adotar um vetor de soluções iniciais x = x(0). Neste passo, é importante a escolha de
pontos iniciais próximos da solução desejada (se possível), de modo a se evitar a divergência do processo
iterativo ou mesmo a obtenção de soluções sem finalidade prática para o conjunto de equações do problema.
➢ Passo 2 (iteração i): com base na estimativa atual x = x(i) obtida na iteração anterior, calcular f ( x (i ) ) .
➢ Passo 3 (iteração i): verificar a convergência do processo com a tolerância  adotada: se max f ( x ( i ) )   ,

escolher x = x(i) como solução do problema e sair do processo; se max f ( x ( i ) )   , ir ao passo 4;


➢ Passo 4 (iteração i): calcular a matriz jacobiana  J ( x (i ) )  com a estimativa atual x = x(i).
➢ Passo 5 (iteração i): fazer i = i + 1 e obter x = x(i + 1) com o cálculo da equação (6.3). Voltar ao passo 2.
Conclui-se então que o método de Newton-Raphson é um algoritmo apropriado para se obter raízes com
um erro aceitável. Contudo, o método não exerce influência sobre a solução final, pois seu processo faz a busca
em um percurso entre dois pontos (o inicial e a solução), que pode transitar por caminhos diferentes, sendo a
matriz jacobiana apenas uma sensibilidade entre as equações e suas variáveis. Além disso, tem-se também que,
a cada iteração, o vetor de variáveis x representa uma solução aproximada, porém o vetor de funções f ( x ) é
calculado de modo exato, tal que o critério de convergência é avaliado de forma precisa. Estes fatos sugerem
que o método de Newton-Raphson pode ser adaptado para empregar uma matriz jacobiana aproximada, talvez
constante, desde que a convergência seja controlada por critérios exatos. Assim, o método de Newton-Raphson
apresenta uma variante, ilustrada na Figura 6.2, na qual apenas a derivada da função f(x) no ponto inicial x(0) é
empregada durante todo o processo iterativo. Esta versão pode requerer mais iterações, mas poderá convergir
em menor tempo, devido ao fato da matriz jacobiana não precisar ser refatorada e invertida a cada iteração.

16
f(x)

+

0 x* x(0) x
−
Figura 6.2: Exemplicação gráfica do método de Newton-Raphson com primeira derivada constante.

6.2) MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON

Conforme discutido no subitem 5.4.1, o objetivo do subsistema 1 do PFC reside em calcular as variáveis
de estado desconhecidas do sistema. Logo, seja  o vetor de ângulos de tensão para NPV + NPQ barras e V o
vetor de módulos de tensão para NPQ barras, totalizando-se 2NPQ + NPV incógnitas. Para isso, o subsistema 1
é modelado por um conjunto formado por 2NPQ + NPV equações algébricas básicas, re-escritas a seguir:
• Equação (5.27): P = Pesp − Pcalc = 0 para NPQ + NPV barras
+ 2NPQ + NPV equações
• Equação (5.28): Q = Qesp − Qcalc = 0 para NPQ barras
tal que o subsistema 1 apresenta condições adequadas para ser solucionado pelo método de Newton-Raphson.
Definido os vetores de variáveis  e V e de equações P e Q , tem-se que os vetores de variáveis x e
de funções f ( x ) do método de Newton-Raphson são definidos na literatura técnica convenientemente por:
  NPQ + NPV  P   Pesp − Pcalc  NPQ + NPV
x =   ; f ( x ) =   =  esp 
Q Q − Qcalc  NPQ
V    
NPQ

Visto que os vetores de funções e variáveis assim definidos contém dois tipos de elementos cada, tem-se
que a matriz de derivadas parciais do método de Newton-Raphson possui quatro tipos de relações entre funções
e variáveis, tal que a matriz jacobiana [J ] constituí-se de quatro submatrizes de sensibilidade, descritas a seguir:
submatriz de sensibilidade entre potência  P P  submatriz de sensibilidade entre potência
ativa e ângulos de tensão de barra   V  ativa e módulos de tensão de barra
J  =  
submatriz de sensibilidade entre potência  Q Q  submatriz de sensibilidade entre potência
 
reativa e ângulos de tensão de barra   V  reativa e módulos de tensão de barra

Logo, com base nas definições e dimensões dos vetores de funções f ( x ) e de variáveis x , tem-se então
que as submatrizes da matriz jacobiana apresentam os seguintes elementos e dimensões mostrados a seguir:
 P P   ( P esp − P calc ) ( P esp − P calc )   P esp P calc P esp P calc 
     − −  NPQ + NPV
V    V     V V 
J  =   = =
 Q Q   (Q esp − Q calc ) (Q esp − Q calc )   Q esp Q calc Q esp Q calc 
     − −  NPQ
  V  
   V 
     V V 
NPQ + NPV NPQ
esp esp
Como os vetores de injeções de potência especificadas P eQ são constantes (dados) do PFC e, com
isso, apresentam derivada nula, tem-se que as submatrizes da matriz jacobina podem ser rearranjadas como:
 P esp P calc P esp P calc   P calc P calc   P calc P calc 
 − −   0 − 0 −   
   V V    V    V 
J  =
 Q esp Q calc Q esp Q calc  =  Q calc Q calc 
= −  calc
Q Q calc 
 − −  0 − 0−   
   V V    V    V 
Na literatura técnica da teoria do fluxo de carga, as submatrizes de sensibilidade da matriz jacobiana são
costumeiramente nomeadas para fins didáticos nas submatrizes [H], [N], [M] e [L], descritas a seguir, tal que:
P calc Pcalc Qcalc Qcalc [ H ] [ N ]
[H ] = ; [N ] = ; [M ] = ; [ L] =  J  = −  
 V  V [ M ] [ L] 

17
Assim, com base na equação matricial (6.3), tem-se que, para a iteração i e com base no vetor de estado
das tensões de barra atual obtido na iteração anterior, a equação geral do método de Newton-Raphson para o
cálculo do subsistema 1 do problema de fluxo de carga é por fim descrita pela equação matricial definida por:
−1
 (i +1)   (i )    H (i )   N (i )   P (i ) 
= x −  J ( x )  f ( x )   (i +1)  =  ( i )  +  (i )
−1
x ( i +1) (i ) (i ) (i )
  (i )  (6.4)
V  V   M   L(i )    Q 
Analisando-se a equação (6.4) observa-se então que o vetor de variáveis está relacionado (acoplado) com
o vetor de funções por meio das submatrizes da matriz jacobiana. Neste sentido, a submatriz [H] representa o
acoplamento entre potência ativa e ângulo de tensão de barra (P/), chamado acoplamento P-, a submatriz
[N] representa o acoplamento entre potência ativa e módulo de tensão de barra (P/V), chamado acoplamento
P-V, a submatriz [M] representa o acoplamento entre potência reativa e ângulo (Q/), chamado acoplamento
Q-, e a submatriz [L] representa o acoplamento entre potência reativa e módulo de tensão (Q/V), chamado
acoplamento Q-V. Dependendo das características das impedâncias da rede elétrica, estes acoplamentos podem
se mostrar fortes ou fracos, fato explorado nos chamados métodos desacoplados, vistos em itens mais adiante.
Analisando-se as definições das submatrizes [H], [N], [M] e [L] da matriz jacobiana vistas anteriormente,
observa-se que os elementos destas submatrizes correspondem a derivadas parciais das potências ativa e reativa
Pkcalc e Qkcalc calculadas para cada barra k da rede em estudo, definidas no subitem 5.4.1 e re-escritas a seguir:
• Equação (5.23): Pkcalc = Vk2 Gkk + Vk  V (G
m  k
m km cos km + Bkm sen km )

• Equação (5.24): Qkcalc = − Vk2 Bkk + Vk  V (G


m  k
m km sen km − Bkm cos  km )

Considerando-se que o cálculo das equações (5.23) e (5.24) para uma barra m de um ramo k-m consiste
em simplesmente permutar os índices k e m nestas equações, e com base nas identidades: d(senx)/dx = cosx e
d(cosx)/dx = − senx, tem-se que os componentes da diagonal e fora das submatrizes da jacobiana são dados por:
Pkcalc
H kk =
 k
= Vk
m  k

Vm ( Bkm cos km − Gkm sen km ) (6.5)
[H ]
Pkcalc
H km = = Vk Vm ( Gkm sen km − Bkm cos km ) (6.6)
 m
Pkcalc
N kk =
Vk
= 2Vk Gkk +
m  k

Vm ( Gkm cos  km + Bkm sen km ) (6.7)
[N ]
Pkcalc
N km = = Vk ( Gkm cos km + Bkm sen km ) (6.8)
Vm
Qkcalc
M kk =
 k
= Vk
m  k
Vm ( Gkm cos km + Bkm sen km ) (6.9)
[M ]
Qkcalc
M km = = − Vk Vm ( Gkm cos km + Bkm sen km ) (6.10)
 m
Qkcalc
Lkk =
Vk
= − 2Vk Bkk +  V (G
m  k
m km sen km − Bkm cos  km ) (6.11)
[L ]
Qkcalc
Lkm = = Vk ( Gkm sen km − Bkm cos km ) (6.12)
Vm
Visto que as constantes e variáveis de redes elétricas são geralmente convertidas em por unidade (pu), tal
que as magnitudes das tensões de barra normalmente estão próximas de 1 pu, e os ângulos de fase das tensões
de barra são usualmente da ordem em módulo de no máximo 0,5 rad, tem-se que o vetor de estados de tensões
de barra [ |V ]T é geralmente inicializado com o chamado flat-start: V = 1 pu ,  = 0 rad. Esta escolha se justifica
pelo fato do flat-start proporcionar uma inicialização adequada às variáveis de estado para o processo iterativo
de cálculo do subsistema 1 do PFC, visto que seus valores já se encontrarão ao menos próximos da solução.
Assim, com base no algoritmo geral apresentado no item 6.1, tem-se que o processo iterativo do método
de Newton-Raphson para o cálculo do subsistema 1 do PFC pode ser generalizado nas etapas descritas a seguir:
➢ Passo 1 (iteração i = 0): ler e normalizar os dados da rede. Inicializar o vetor de variáveis [ (0) | V (0)]T com o
flat-start (V = 1 pu ,  = 0 rad). Montar as matrizes condutância [G] (equações (5.8) a (5.11)), susceptância
[B] (equações (5.12) a (5.15)) e o vetor de potências especificadas [ Pesp | Q esp ]T (equações (3.2) e (3.3)).

18
➢ Passo 2 (iteração i): com o vetor de estado das tensões de barra [ (i) | V (i)]T atual obtido na iteração anterior,
calcular os vetores Pcalc, (i ) e Qcalc,(i ) com as equações (5.23) e (5.24), respectivamente. Calcular os vetores
de erros P(i ) = Pesp − Pcalc, (i ) e Q(i ) = Qesp − Qcalc,(i ) para montar o vetor de equações [ P(i ) | Q(i ) ]T.
➢ Passo 3 (iteração i): testar convergência com o erro adotado: se max|[ P(i ) | Q(i ) ]T|   , adotar [ (i) | V (i)]T
como solução do subsistema 1, sair e resolver o subsistema 2; se max|[ P(i ) | Q(i ) ]T| > , ir ao passo 4.
➢ Passo 4 (iteração i): com o vetor de estado [ (i) | V (i)]T atual, montar a matriz jacobiana [J] com o cálculo dos
elementos não nulos das submatrizes [H], [N], [M] e [L] definidos pelas equações (6.5) a (6.12).
➢ Passo 5 (iteração i): fazer i = i + 1 e obter nova estimativa [ (i + 1) | V (i + 1)]T para o estado das tensões de barra
do sistema em estudo, com o cálculo da relação matricial definida pela equação (6.4). Voltar ao passo 2.
No algoritmo descrito acima, observa-se que os valores de Pkcalc e Qkcalc (passo 2) são calculados antes dos
elementos da matriz jacobiana (passo 4). Este fato pode ser aproveitado para se efetuar cálculos mais simples e
econômicos dos componentes Hkk , Nkk , Mkk e Lkk das submatrizes da matriz jacobiana, por meio da manipulação
das equações destes elementos com a soma ou multiplicação de certos termos adequados, mas sem prejuízo da
definição original. Para uma barra genérica k, tem-se então que as equações mais compactas para o cálculo dos
elementos Hkk , Nkk , Mkk e Lkk das submatrizes da matriz jacobiana são redefinidas no desenvolvimento a seguir:
• Elemento de matriz Hkk : H kk = Vk  V (B
m  k
m km cos km − Gkm sen km ) + Vk2 Bkk − Vk2 Bkk

H kk = V Bkk − Vk
k
2
 V (G
m  k
m km sen km − Bkm cos  km ) − Vk2 Bkk

H kk = −  − Vk2 Bkk + Vk
 
Vm ( Gkm sen km − Bkm cos km )  − Vk2 Bkk

 m  k 
Qkcalc

Hkk = − Qkcalc − Vk2 Bkk (6.13)


V
• Elemento de matriz Nkk : N kk =  2Vk Gkk + Vm ( Gkm cos km + Bkm sen km )   k
  Vk
 m  k 

 + ( Vk2 Gkk ) 
1 1
N kk =  Vk2 Gkk + Vk Vm ( Gkm cos  km + Bkm sen km )  
 
 m  k  Vk Vk
Pkcalc

N kk =
1
( Pkcalc + Vk2 Gkk ) (6.14)
Vk
• Elemento de matriz Mkk : M kk = Vk  V (G
m  k
m km cos km + Bkm sen km ) + Vk2 Gkk − Vk2 Gkk

M kk =  V Gkk + Vk
 k
2

Vm ( Gkm cos km + Bkm sen km )  − Vk2 Gkk

 m  k 
Pkcalc
M kk = Pkcalc − Vk2 Gkk (6.15)

 V (G
V
• Elemento de matriz Lkk : Lkk =  − 2Vk Bkk + sen km − Bkm cos  km )   k
 m km 
 m  k  Vk
Lkk =  − Vk2 Bkk + Vk  Vm ( Gkm sen km − Bkm cos km )  
1 1
− Vk2 Bkk 
  Vk Vk
 m  k 
Qkcalc
1
( Qkcalc − Vk2 Bkk )
Lkk = (6.16)
Vk
Um artifício muito utilizado para o cálculo do subsistema 1 consiste em considerar todas as NB barras da
rede na montagem dos vetores de equações (2NB  1) e variáveis (2NB  1), bem como no cálculo da jacobiana
(2NB  2NB), porém, com a troca por um valor elevado (por exemplo: 1010) dos elementos da diagonal principal
da submatriz [H] referente à barra tipo V e da submatriz [L] referente às barras V e PV. Com isso, as linhas e
as colunas da inversa da matriz jacobiana referentes a estas barras sofrerão um anulamento, tal que o ângulo de
fase de tensão da barra V e as magnitudes de tensão das barras V e PV não serão corrigidos a cada iteração.

19
Como mencionado no item 3.1, esta modelagem clássica do PFC considera que as cargas são constantes
(independentes da tensão de barra) e, se necessário uma representação mais abrangente com a carga dependente
da tensão de barra, pode-se utilizar o modelo ZIP. Neste caso, a formulação do PFC, bem como do método de
Newton-Raphson, precisam ser re-equacionados para contemplar o modelo ZIP, o que é abordado no Anexo B.
A aplicação do método de Newton-Raphson para a solução do susbsistema 1 apresenta como vantagem a
convergência quadrática (quanto mais próximo da solução, mais rápido o algoritmo tende a convergir para ela),
mas a necessidade de se fatorar e inverter a matriz jacobiana a cada iteração acarreta em problemas com tempos
de solução e requisitos de memória, que crescem em proporção ao número de barras do sistema. Neste sentido,
foram desenvolvidos os métodos desacoplados, derivados do método de Newton-Raphson, vistos a seguir.
Como forma complementar à aprendizagem do algoritmo do método de Newton-Raphson, um exemplo
de cálculo do subsistema 1 para uma rede elétrica fictícia é apresentado no Apêndice A deste material didático.

6.3) MÉTODO DE NEWTON DESACOPLADO


A robustez de convergência do método de Newton-Raphson para a solução do subsistema 1 do problema
do fluxo de carga possibilita o estabelecimento de certas aproximações para o cálculo da matriz jacobiana com
base em características específicas de sistemas elétricos, tal que as seguintes considerações podem ser adotadas:
1) Como mencionado anteriormente, os ângulos de fase das tensões de barra de redes elétricas caracterizam-se
por apresentar pequenos valores ( 0,5 rad). Além isso, os ângulos de fase são geralmente muito próximos,
tal que as aberturas angulares km = k − m são pequenas e pode-se fazer: km  0  senkm  0 e coskm  1.
Como consequência, tem-se que o termo Bkm senkm , presente nas equações (6.7) e (6.8) de cálculo dos com-
ponentes da submatriz [N] e nas equações (6.9) e (6.10) de cálculo dos elementos da submatriz [M], também
é muito pequeno e pode-se consideradar este termo praticamente desprezível, tal que: Bkm senkm  0.
2) Redes elétricas de alta tensão ( 230 kV) caracterizam-se particularmente por apresentar uma elevada relação
reatância/resistência (chamada relação X/R) de seus elementos de ramos (linhas e transformadores), em que
a resistência série rkm de um ramo genérico k-m é pequena em comparação à reatância série xkm do ramo, tal
que: xkm >> rkm (exemplos de valores típicos: 230 kV: X/R  5; 500 kV: X/R  11; 750 kV: X/R  16). Com
base nas equações (4.3) e (4.4), observa-se então que bkm >> gkm para estas redes e, desse modo, a magnitude
dos elementos Gkk e Gkm da matriz condutância presentes nas equações dos componentes das submatrizes
[N] e [M] podem também ser considerados praticamente desprezíveis, tal que: Gkk  0 e Gkm coskm  0.
As considerações 1 e 2 evidenciam então que as submatrizes [M] e [N] são numericamente bem menores
que as submatrizes [H] e [L], o que é fundamentado em duas particularidades inerentes a redes de alta tensão:
a) O fluxo de potência ativa é mais sensível a variações nos ângulos de fase do que nos módulos das tensões de
barra, tal que a sensibilidade P/ (referente à submatriz [H]) é bem mais intensa que a sensibilidade P/V
(referente à submatriz [N]). Assim, pode-se entender que o acoplamento entre a variável P e a variável  se
mostra forte e o acoplamento entre a variável P e a variável V é fraco em sistemas elétricos de alta tensão.
b) O fluxo de potência reativa é mais sensível a variações nos módulos do que nos ângulos de fase das tensões
de barra, isto é, a sensibilidade Q/V (submatriz [L]) é mais intensa que a sensibilidade Q/ (submatriz
[M]), tal que o acoplamento entre as variáveis Q e V é forte e o acoplamento entre as variáveis Q e  é fraco.
Com base nestas particularidades, conclui-se então que as submatrizes [M] e [N] da jacobiana podem ser
consideradas praticamente nulas e desprezadas para o cálculo do subsistema 1 de redes de alta tensão, restando
as submatrizes quadradas [H] (NPQ + NPV  NPQ + NPV) e [L] (NPQ  NPQ) com condições de solução.
Assim, para a iteração i e com base no estado das tensões de barra atual calculado na iteração anterior, tem-se
que a equação matricial (6.4) do método de Newton-Raphson utilizada na solução do subsistema 1 do problema
do fluxo de carga de redes de alta tensão, pode neste caso ser redefinida na equação matricial determinada por:
−1
 (i +1)   (i )  [ H ( i ) ] [0]   P (i )   ( i )  [ H ( i ) ] −1 [0]   P   ( i )  [ H ] P 
(i ) ( i ) −1 (i )

=
 (i +1)   (i )  + (i )    = +
 (i )      =   +  ( i ) −1 (i ) 
 V   [0] [ L ]  Q  V   [0] [ L( i ) ] −1   Q  V ( i )   [ L ] Q 
(i ) (i )
V    
A relação matricial assim obtida evidencia então a força dos acoplamentos P- e Q-V, tal que a correção
dos ângulos de tensão depende basicamente dos resíduos de potência ativa e a correção dos módulos de tensão
depende basicamente dos resíduos de potência reativa. Logo, a relação obtida pode ser separada (desacoplada)
em duas equações matriciais independentes e resolvidas alternadamente, denominados subproblemas P e QV,
definidos a seguir, que determinam as equações básicas de cálculo do chamado método de Newton desacoplado:
➢ Subproblema ativo ou P de correção do vetor de ângulos de fase das tensões de barra  , dado por:
 (i +1) =  (i ) +  H (i )  P(i )
−1

➢ Subproblema reativo ou QV de correção do vetor de módulos das tensões de barra V, dado por:
V (i +1) = V (i ) +  L(i )  Q(i )
−1

20
O esquema alternado de cálculo iterativo dos subconjuntos de equações matriciais do método de Newton
desacoplado consiste então em atualizar sucessivamente o vetor de ângulos  resolvendo-se o subproblema P
e atualizar o vetor de tensões V resolvendo-se o subproblema QV, com o processo finalizando-se quando ambos
subproblemas atingem a convergência desejada e a solução do subsistema 1 do PFC é por fim encontrada.
Na prática, um subproblema pode convergir antes do outro, tal que os subproblemas P e QV podem ter
velocidades de convergência diferentes, o que é aproveitado computacionalmente com o cálculo apenas do sub-
problema ainda não convergido. Neste caso, cada cálculo de um subproblema é contado como meia-iteração, tal
que utiliza-se os contadores de meia-iteração independentes p e q dos subproblemas P e QV, respectivamente,
onde o total de iterações do processo consiste na soma final destes dois contadores (p + q). Assim, as equações
básicas dos subproblemas P e QV do método de Newton desacoplado são formulados genericamente por:
Subproblema ativo ou P:  ( p +0,5; q ) =  ( p ; q ) +  H ( p ; q )  P( p ; q )
−1
(6.17)
V ( p ; q + 0,5) = V ( p ; q ) +  L( p ; q )  Q( p ; q )
−1
Subproblema reativo ou QV: (6.18)
Definindo-se os indicadores (flags) Kp e Kq para apontar se os subproblemas P e QV estão convergidos
(= 0) ou não (= 1), tem-se então que o algoritmo do método de Newton desacoplado de cálculo do subsistema 1
do problema do fluxo de carga da rede em estudo pode ser generalizado nas seguintes etapas descritas a seguir:
➢ Passo 1: ler e normalizar os dados da rede elétrica em estudo. Incializar os contadores: p = q = 0 e adotar o
flat-start para inicializar os vetores de variáveis:  (0;0) = 0 rad , V (0;0) 1 pu. Montar as matrizes condutância
[G] (equações (5.8) a (5.11)) e susceptância [B] (equações (5.12) a (5.15)). Montar os vetores de potências
especificadas Pesp (equação (3.2)) e Q esp (equação (3.3)). Inicializar os indicadores: Kp = Kq = 1.
➢ Passo 2 (subproblema P): calcular Pcalc, ( p ; q) com a equação (5.23), a partir dos vetores de ângulo de tensão
de barra  (p;q) e de módulo de tensão de barra V (p;q) atuais. Montar o vetor P( p ; q ) = Pesp − Pcalc, ( p ; q ) .
➢ Passo 3 (subproblema P): testar a convergência do subproblema P com a tolerância  adotada:
• Se max | P( p ; q ) |   , fazer Kp = 0 e verificar: se Kq = 0, escolher os vetores  (p;q) e V (p;q) atuais como
solução do susbsistema 1, sair do processo e resolver o subsistema 2; se Kq = 1, ir direto para o passo 5.
• Se max | P( p ; q ) |   , continuar o processo iterativo com os cálculos do passo 4.
➢ Passo 4 (subproblema P): calcular a matriz de sensibilidade [H(p;q)] a partir dos vetores de ângulo de tensão
de barra  (p;q) e módulo de tensão de barra V (p;q) atuais. Fazer p = p + 0,5 e obter  (p+0,5 ; q) (nova estimativa
para os ângulos de tensão) com o cálculo da equação (6.17). Continuar o processo com o passo 5.
➢ Passo 5 (subproblema QV): obter Qcalc, ( p; q ) com a equação (5.24), a partir dos vetores de ângulo de tensão
de barra  (p;q) e módulo de tensão de barra V (p;q) atuais. Montar o vetor Q( p ; q ) = Qesp − Qcalc, ( p ; q ) .
➢ Passo 6 (subproblema QV): testar a convergência do subproblema QV com a tolerância  adotada:
• Se max | Q( p ; q ) |   , fazer Kq = 0 e verificar: se Kp = 0, escolher os vetores  (p;q) e V (p;q) atuais como
solução do susbsistema 1, sair do processo e resolver o subsistema 2; se Kp = 1, voltar ao passo 2.
• Se max | Q( p ; q ) |   , continuar o processo iterativo com os cálculos do passo 7.
➢ Passo 7 (subproblema QV): calcular a matriz de sensibilidade [L(p;q)] a partir dos vetores de ângulo de tensão
de barra  (p;q) e módulo de tensão de barra V (p;q) atuais. Fazer q = q + 0,5 e obter V (p ; q+0,5) (nova estimativa
para os módulos de tensão) com o cálculo da equação (6.18). Prosseguir o processo voltando ao passo 2.
Similar ao Newton-Raphson, pode-se considerar todas as barras do sistema na montagem dos vetores de
variáveis e de equações, bem como na montagem das matrizes [H] e [L], com a troca por um valor elevado (por
exemplo: 1010) dos elementos da diagonal principal da matriz [H] referente à barra V e da matriz [L] referente
às barras V e PV, para que as linhas e colunas das inversas das matrizes [H] e [L] referentes a estas barras se
anulem e o ângulo de fase da barra V e os módulos de tensão das barras V e PV não sejam corrigidos.
O método de Newton desacoplado apresenta menor gasto de memória e tempo de processamente (apesar
do maior número de iterações), mas sua implementação é mais complexa e sua convergência é pouco confiável
para redes de média e baixa tensão (subtransmissão e distribuição) devido à usual relação X/R mais baixa.

6.4) MÉTODOS DESACOPLADOS RÁPIDOS

Como visto no item 6.1, o método de Newton-Raphson permite uma variante, em que a matriz jacobiana
pode ser obtida para um vetor de variáveis inicial e mantida constante durante o processo iterativo, desde que a
convergência seja controlada por critérios exatos. Assim, como os vetores de funções de resíduos P e Q são
calculados por equações precisas, pode-se utilizar esta estratégia para a solução do subsistema 1 do PFC.

21
Neste sentido, algoritmos de cálculo do subsistema 1 derivados do método de Newton desacoplado foram
propostos na literatura técnica, em que as matrizes de sensibilidade [H] e [L] são calculadas para um vetor de
estado de tensões de barra inicial e suas matrizes inversas são mantidas constantes durante o processo iterativo.
Como as matrizes [H] e [L] são fatoradas e invertidas apenas uma vez, estes algoritmos acabam proporcionando
uma economia no tempo de processamento, sendo porisso conhecidos como métodos desacoplados rápidos.
Assim, considerando-se as matrizes [H(0)] e [L(0)] calculadas para os vetores de estado de tensões de barra
iniciais quaisquer V(0) e  (0) e suas inversas mantidas constantes no processo iterativo de solução do subsistema
1, tem-se que as equações (6.17) e (6.18) do método de Newton desacoplado podem ser agora redefinidas por:
 ( p +0,5; q ) =  ( p ; q ) +  H (0)  P( p ; q )
−1
Subproblema ativo ou P:
V ( p ; q + 0,5) = V ( p ; q ) +  L(0)  Q( p ; q )
−1
Subproblema reativo ou QV:
Visto que o flat-start é geralmente adotado para inicializar o estado das tensões de barra dos métodos de
solução do subsistema 1 do PFC então, adotando-se V (0) = 1 pu e  (0) = 0 rad para o cálculo dos elementos da
matriz [H], definido pelas equações (6.5) e (6.6), e o cálculo dos elementos da matriz [L], dado pelas equações
(6.11) e (6.12), tem-se que os elementos da diagonal e fora da diagonal das matrizes de sensibilidade [H(0)] e
[L(0)] dos métodos desacoplados rápidos serão determinados por (considerar que o cálculo destas equações para
uma barra m de um ramo qualquer k-m consiste em simplesmente permutar os índices k e m nestas equações):
H kk(0) = Vk  Vm ( Bkm cos km − Gkm sen km ) = Bkm 
[H(0) ] m  k m  k
(0)
H km = Vk Vm ( Gkm senkm − Bkm coskm ) = − Bkm

(0)
kk = − 2Vk Bkk +
L(0)  V (G m km sen km − Bkm cos km ) = − 2 Bkk − B km
[L ] m  k m  k

km = Vk ( Gkm sen km − Bkm cos  km ) = − Bkm


L(0)
(o) (o)
tal que as matrizes [H ] e [L ] assim definidas ainda mantêm a estrutura das matrizes [H] e [L] originais.
Observa-se então que os componentes resultantes das matrizes [H(0)] e [L(0)] são dependentes apenas dos
elementos da matriz susceptância [B], o que é justificado pela relação X/R elevada para sistema de alta tensão.
Com isso, as matrizes [H(0)] e [L(0)] dos métodos desacoplado rápidos são geralmente renomeadas na literatura
técnica pelas matrizes de sensibilidade [ B  ] e [ B ], respectivamente, de modo que: B  H (0) e B  L(0) , tal que:
Bkk = H kk(0)  Bkk =  Bkm
(6.19)
[ B ] m  k

 = Hkm
Bkm (0)
 = − Bkm
 Bkm (6.20)
Bkk = L
(0)
kk  Bkk = − 2 Bkk − B km (6.21)
[ B ] m  k

 = L(0)
Bkm km  Bkm  = − Bkm (6.22)
que definem a proposta de cálculo de [ B  ] e [ B ] conhecida como método desacoplado rápido versão BB.
Além disso, a literatura técnica sugere a divisão das funções de resíduo Pk e Qk por Vk para diminuir a
não-linearidade destas funções, o que equivale a dividir os vetores de resíduo P e Q pelo vetor de estado V .
Assim, tem-se que as equações básicas dos subproblemas P e QV dos métodos desacoplados rápidos de
cálculo do subsistema 1 do problema do fluxo de carga da rede em estudo podem então ser redefinidas por:
Subproblema ativo ou P:  ( p +0,5 ; q ) =  ( p ; q ) +  B P( p ; q ) / V ( p ; q )
−1
(6.23)
V ( p ; q +0,5) = V ( p ; q ) +  B Q( p ; q ) / V ( p ; q )
−1
Subproblema reativo ou QV: (6.24)
Contudo, como a versão BB apresenta uma convergência difícil, são sugeridas na literatura técnica duas
recomendações simplificadoras para a re-montagem das matrizes de sensibilidade [ B  ] e [ B ], a saber:
a) Desconsiderar os efeitos de tap e defasamento dos transformadores, tal que: akm = 1 e km = 0, o que resulta:
• Da equação (5.12), tem-se que: Bkk = bksh +  ( bkmsh
+ akm
2
bkm )  Bkk = bksh +  ( bkm
sh
+ bkm ) (1)
mk mk

• Da equação (5.13), tem-se que: Bkm = akm gkm senkm − akm bkm cos km  Bkm = − bkm (2)
b) Para sistemas com elevada relação X/R, onde xkm >> rkm , pode-se desconsiderar as condutâncias séries de
ramos (gkm  0), tal que a susceptância série (bkm) se resume a: bkm  − 1/xkm (3) e, do resultado (2), tem-se:
Bkm = − bkm = − − 1
x(  Bkm = 1
km
)x
(4)
km

Estas recomendações resultam em duas propostas para o método desacoplado rápido com desempenho
satisfatório, denominadas versão XB e versão BX, formuladas a seguir (a proposta conhecida como versão XX
também apresenta um desempenho inferior, razão pela qual ela não será apresentada neste material didático):
22
A) VERSÃO XB: esta proposta consiste em adotar as recomendações a) e b) para o cálculo dos elementos da
matriz de sensibilidade [ B  ], tal que, com base no resultado (4), as equações (6.19) e (6.20) se resumem a:

 
1
Bkk = Bkm  Bkk = (6.25)
m  k m  k xkm

1
 = − Bkm
Bkm  = −
 Bkm (6.26)
xkm
e somente a recomendação a) para o cálculo dos elementos da matriz de sensibilidade [ B ], tal que, com os
resultados (1) e (2) obtidos anteriormente, tem-se que a equação (6.21) é redefinida por:
Bkk = − 2 Bkk −  Bkm = − 2  bksh +
  (bkmsh + bkm )  − ( − bkm ) = − 2 bksh − ( 2 bkmsh + bkm ) (5)
 
m  k  mk  m  k mk

Logo, com os resultados (2) e (5), tem-se que as equação (6.21) e (6.22) se resumem a:
Bkk = − 2 bksh − ( 2 bkmsh + bkm ) (6.27)
m  k

 = − Bkm = − ( − bkm )  Bkm


Bkm  = bkm (6.28)
B) VERSÃO BX (van Amerongen): esta proposta consiste em adotar a recomendação a) para o cálculo dos
elementos da matriz [ B  ], tal que, com o resultado (2), as equações (6.19) e (6.20) se resumem a:
Bkk =  Bkm =
m  k

( − bkm )  Bkk = −
m  k
bkm
m  k
(6.29)
 = − Bkm = − ( − bkm )  Bkm
Bkm  = bkm (6.30)
e as recomendações a) e b) para o cálculo dos elementos da matriz de sensibilidade [ B ], tal que, com base
nos resultados (3), (4) e (5) obtidos anteriormente, tem-se que as equação (6.21) e (6.22) se resumem a:
 sh 1 
Bkk = − 2 bksh −  ( 2bkmsh + bkm )  Bkk = − 2 bksh −   2 bkm − x  (6.31)
mk m  k  km 

 = − Bkm = − 
1  1
Bkm   Bkm  = − (6.32)
 xkm  xkm
Assim, com base no algoritmo do método de Newton desacoplado descrito anteriormente, tem-se que os
algoritmos dos métodos desacoplados rápidos podem ser generalizados nas seguintes etapas descritas a seguir:
➢ Passo 1: ler e normalizar os dados da rede elétrica. Inicializar os contadores: p = q = 0 e adotar o flat-start
para inicializar os vetores de variáveis:  (0;0) = 0 rad , V (0;0) = 1 pu. Montar as matrizes condutância [G]
(equações (5.8) a (5.11)) e susceptância [B] (equações (5.12) a (5.15)). Com dados de potência, montar os
vetores de potências especificadas Pesp (equação (3.2)) e Q esp (equação (3.3)). Montar e inverter as matrizes
B  e B com base nas equações da versão adotada (XB ou BX). Inicializar os indicadores: Kp = Kq = 1.
➢ Passo 2 (subproblema P): calcular Pcalc, ( p ; q) com a equação (5.23), a partir dos vetores de ângulo de tensão
de barra  (p;q) e módulo de tensão de barra V(p;q) atuais. Montar o vetor de resíduos P( p ; q ) = Pesp − Pcalc, ( p ; q ) .
➢ Passo 3 (subproblema P): testar convergência do subproblema P com a tolerância  adotada:
• Se max | P( p ; q ) |   , fazer Kp = 0 e verificar: se Kq = 0, escolher  (p;q) e V (p;q) atuais como solução do
susbsistema 1, sair do processo e resolver o subsistema 2; se Kq = 1, ir direto para o passo 5.
• Se max | P( p ; q ) |   , continuar o processo iterativo com os cálculos do passo 4.
➢ Passo 4 (subproblema P): fazer p = p + 0,5 e obter  (p+0,5 ; q) com a equação (6.23). Ir ao passo 5.
➢ Passo 5 (subproblema QV): determinar Qcalc, ( p ; q ) com a equação (5.24), a partir dos vetores de ângulo de
tensão de barra  (p;q) e módulo de tensão de barra V (p;q) atuais. Montar o vetor Q( p ; q ) = Qesp − Qcalc, ( p ; q ) .
➢ Passo 6 (subproblema QV): testar convergência do subproblema QV com a tolerância  adotada:
• Se max | Q( p ; q ) |   , fazer Kq = 0 e verificar: se Kp = 0, escolher  (p;q) e V (p;q) atuais como solução do
susbsistema 1, sair do processo e resolver o subsistema 2; se Kp = 1, voltar ao passo 2.
• Se max | Q( p ; q ) |   , continuar o processo iterativo com os cálculos do passo 7.
➢ Passo 7 (subproblema QV): fazer q = q + 0,5 e obter V (p ; q+0,5) com a equação (6.24). Voltar ao passo 2.
Similar ao adotado nos métodos anteriores, pode-se considerar todas as barras do sistema na montagem
dos vetores de variáveis, equações e das matrizes [ B  ] e [ B ], com a troca por um valor elevado (1010) dos
componentes da diagonal principal da matriz [ B  ] referente à barra V e da matriz [ B ] referente às barras V
e PV, tal que o ângulo de fase da barra V e os módulos de tensão das barras V e PV não serão corrigidos.

23
Os métodos desacoplados rápidos têm implementação mais simples e exigem tempos de processamento
menores, porém dificilmente convergem para redes de baixa relação reatância/resistência (média/baixa tensão).
Como aprendizagem, a resolução do subsistema 1 de uma rede-exemplo fictícia é apresentada no Apêndice A.
O equacionamento de funções e matrizes formulado até aqui baseia-se no pressuposto de que os ramos
são formados por apenas um elemento (linha ou transformador) entre as barras e, caso a rede apresente ramos
com dois ou mais elementos em paralelo, estes cálculos devem ser reformulados, o que é abordado no anexo F.

6.5) MÉTODO DO FLUXO DE CARGA LINEARIZADO OU CC

O chamado método do fluxo de carga linearizado é uma aplicação do acoplamento P- forte de sistemas
com elevada relação X/R e consiste no cálculo apenas da 1o meia-iteração do método desacoplado rápido versão
XB, tal que a solução do subsistema 1 do PFC se resume ao cálculo do subproblema P em somente 1 passo,
com o objetivo de se obter uma estimativa aceitável dos ângulos de tensões de barras desconhecidos do sistema.
Neste caso, como os métodos de solução do suproblema 1 são inicializados com o flat-start (V (0) = 1 pu
e  = 0 rad), tem-se com base na equação (6.23) que a 1o meia-iteração dos métodos desacoplados rápidos se
(0)

resume a:  (0,5;0) =  (0) + [B’] −1 P (0,0)/V (0,0) = [B’] −1 P (0,0), e pode-se definir então que:  = [B’] −1 P para o
método do fluxo de carga linearizado. Além disso, como k = m = 0 com o flat-start, tal que: senkm = 0, e na
versão XB as condutâncias série de ramos são consideradas nulas (gkm = 0) para a montagem da matriz [ B  ],
pode-se entender a rede elétrica em estudo como puramente reativa, tal que: Gkk = 0 e Gkm = 0. Logo, a função
de resíduo de potência ativa Pk em uma barra genérica k da rede, definida pela equação (5.25), se resume a:
Pk = Pkesp − Pkcalc = Pkesp − Vk2 Gkk − Vk 
m  k
Vm ( Gkm cos km + Bkm sen km ) = Pkesp − 0 = Pkesp

tal que o vetor de resíduos de potência ativa P, dada pela equação (5.27), se resume a: P = Pesp .
Por fim, considerando-se que os valores de potência especificados são referentes às injeções líquidas de
potência de barra (geração − carga), pode-se definir o vetor de injeções líquidas de potência ativa P , tal que:
Pesp = P. Assim, o método do fluxo de carga linearizado consiste no cálculo da equação matricial definida por:
 =  B P
−1
(6.33)
O método do fluxo de carga linearizado consiste então na solução de um sistema de equações lineares do
tipo [A] x = b para estimar os ângulos de tensão das barras da rede, vindo desta observação o nome do método.
Similarmente ao adotado nos métodos anteriores, pode-se considerar todas as barras do sistema elétrico
na montagem do vetor das variáveis de ângulo , do vetor de injeções líquidas de potência ativas P e da matriz
[ B  ], com a troca, por um valor elevado (1010), do elemento da diagonal principal da matriz [ B  ] relacionado à
barra V, tal que o ângulo de referência da rede nesta barra não será corrigido no cálculo da equação (6.33).
Visto que o acoplamento Q- é fraco em sistemas de alta tensão, tem-se que o método do fluxo de carga
linearizado não permite obter os fluxos de potência reativa da rede com precisão aceitável, tal que o método se
restringe apenas ao estudo da relação entre potência ativa (injeções e fluxos) e ângulos de tensão de barra.
Sabe-se da trigonometria que, para um ângulo  pequeno em torno de 0, pode-se assumir que: sen  .
Logo, conforme discutido no subitem 6.3, visto que os valores de abertura angular (km) caracterizam-se por ser
bem pequenos, pode-se assumir também que: senkm  km. Assim, com base nas considerações simplificadoras
feitas anteriormente (Vk = Vm = 1,0 pu , akm = 1, km = 0 e gkm = 0  bkm = − 1/xkm), tem-se que o cálculo do
fluxo de potência ativa no sentido k para m em um ramo genérico k-m, dado pela equação (4.15), se resume a:
Pkm = akm2
Vk2 g km − akm Vk Vm g km cos ( km + km ) − akm Vk Vm bkm sen ( km + km )  − bkm sen km  − ( − 1/ xkm ) km
  − m
Pkm = km = k (6.34)
xkm xkm
Com base na equação (6.34), observa-se que o fluxo de potência ativa em redes elétricas de alta tensão é
aproximadamente proporcional à abertura angular dos ramos (km), com sentido do maior para o menor ângulo.
Logo, a equação (6.34) apresenta a mesma forma da lei de Ohm aplicada a um resistor percorrido por corrente
contínua (CC), em que os ângulos k e m são análogos aos potenciais de tensão em seus terminais, a reatância
série xkm é análoga ao resistor e Pkm é análogo à corrente. Assim, a modelagem do fluxo de carga com a equação
(6.34) é chamado de modelo CC, tal que o método linearizado é também conhecido como fluxo de carga CC.
Similarmente, com base nas considerações simplificadoras adotadas, tem-se que o fluxo de potência ativa
no sentido m para k em um ramo genérico k-m, expresso pela equação (4.18), se resume ao cálculo:
Pmk = Vm2 g km − akm Vk Vm g km cos (km + km ) + akm Vk Vm bkm sen ( km + km )  bkm sen km  ( − 1/ xkm ) km = − km / xkm
tal que: Pkm = − Pmk . Logo, tem-se que: Pkmperdas = Pkm + Pmk = 0 , tal que o cálculo dos fluxos de potência ativa com
as considerações simplificadoras do método CC não permite obter as perdas de potência ativa da rede, ou seja,

24
o método em si despreza as perdas do sistema. Contudo, como redes elétricas de grande porte podem apresentar
perdas de transmissão bastante elevadas, tem-se que os fluxos de potência ativa estimados com a aplicação da
equação (6.34) podem resultar em valores bastante imprecisos, o que impede sua posterior análise e conclusão.
Neste sentido, as perdas de potência ativa de ramos pode ser estimada de forma aproximada com base na
identidade trigonométrica: cos = 1 − 2 sen2(/2). Além disso, como sen   para ângulos pequenos, pode-se
inferir que: sen2()   2. Logo, fazendo   km , obtém-se que: cosθkm = 1 − 2 sen2(θkm /2)  1 − 2 (θkm /2)2 
cosθkm  1 − km 2
/2. Assim, com base nesta identidade e nas considerações simplificadoras adotadas, tem-se que
o cálculo de perdas de potência ativa em um ramo genérico k-m, expresso pela equação (4.20), se resume a:
Pkmperdas = ( akm
2
Vk2 +Vm2 ) gkm − 2 akm Vk Vm gkm cos (km + km )  2 gkm − 2 gkm coskm  2 gkm − 2 g km (1 − km
2
/ 2)
Pkmperdas = gkm km
2
(6.35)
Com base na estimativa aproximada de perdas ativas propiciada pela equação (6.35), a literatura técnica
sugere então um procedimento para melhorar a estimativa dos ângulos e fluxos de potência ativa, visto a seguir:
➢ Passo 1: ler, normalizar dados e montar o vetor de injeções líquidas de potência ativa P (equação (3.2)) e a
matriz [ B  ]. Obter estimativa inicial para o vetor de ângulos de tensões de barra (  ) com a equação (6.33).
➢ Passo 2: calcular a perda de potência ativa de cada ramo k-m da rede com o cálculo da equação (6.35).
➢ Passo 3: representar as perdas ativas como cargas adicionais de barras da rede, dividindo-as em partes iguais
entre as barras terminais dos ramos, de modo que o consumo ativo adicional Pkperdas em uma barra genérica k
resulta na somatória da metade de todas as perdas nos ramos diretamente conectados à barra k, ou seja:
Pkperdas =  g km  km2
/2
m  k
(6.36)
➢ Passo 4: montar o vetor P perdas
de carga adicional de barras e, lembrando que o sinal do consumo de carga é
negativo (saindo da barra), obter uma nova estimativa   para os ângulos de tensões barra com a equação:
  =  B ( P − P perdas )
−1
(6.37)
➢ Passo 5: com a nova estimativa para o vetor de ângulos   , obter os fluxos de potência ativa nos ramos da
rede elétrica (equação (6.34)), bem como a injeção líquida de potência ativa na barra V, determinada por:
Pk =  Pkm =   km / xkm
(6.38)
m  k m  k

O modelo do fluxo de carga linearizado caracteriza-se por apresentar sempre uma solução, mesmo que
esta não represente uma situação real da rede. Como explicação, seja o ramo k-m como rede-exemplo mostrado
na Figura 6.3-a, no qual considerou-se que as magnitudes das tensões de barra são unitárias e a resistência série
é nula. A Figura 6.3-b mostra o gráfico do fluxo de potência ativa no ramo k-m com base na equação (6.34) do
modelo do fluxo de carga CC, bem como o gráfico com base na equação correspondente ao modelo não-linear
CA do fluxo de carga da rede, no qual observa-se que o fluxo de potência ativa transmitido pelo ramo k-m está
max
limitado a uma capacidade máxima Pkm . Observa-se então que, se o atendimento da carga da rede exigir um
(1)
fluxo de potência no ramo em um nível Pkm , ambos os modelos fornecem soluções bastante próximas para
(2)
pequenas aberturas angulares. No entanto, se a carga exigir um fluxo em um nível Pkm acima da capacidade
máxima do ramo k-m, o modelo não-linear CA não converge para uma solução e o modelo linear CC apresenta
uma solução inviável. Ainda assim, o resultado do modelo CC para este segundo caso, mesmo errado, pode ser
útil como um indicativo de quanto a capacidade de um ramo da rede foi excedida (Figura 6.3-b), enquanto que
o modelo CA dos métodos iterativos simplesmente não fornece um resultado para que possa ser analisado.
Assim, a solução obtida para método do fluxo de carga linearizado é, logicamente, aproximada. Porém, o
método possibilita estimar a distribuição de fluxos de potência ativa em sistemas de alta tensão com baixo custo
computacional e precisão aceitável para algumas aplicações, tal como em estudos do planejamento da expansão
de sistemas elétricos, onde se necessita calcular um grande número de casos sem muita exatidão nos resultados.

capacidade Pkm −1
Pkm = xkm km (modelo CC)
k m Pkm(2)
excedida
Pkm j xkm solução CC inviável
Pkmmax (sem solução CA)
(1)
Pkm −1
Pkm = xkm senkm
G Eˆ k = 1 k Eˆ m = 1 m carga
(modelo CA)

0 km
km
CC
 km
CA
(a) (b)
Figura 6.3: Rede-exemplo: (a) esquema; (b) gráficos P   dos modelos CA e CC do fluxo de carga.

25
7) PROBLEMA DO FLUXO DE CARGA PARA REDES DE DISTRIBUIÇÃO
Sistemas de distribuição de energia elétrica (SDEE) caracterizam-se pela disposição tipicamente radial de
seus alimentadores, justificado por vantagens como menores perdas e maior facilidade de operação e proteção.
Estas sistemas são formados basicamente por uma subestação (chamado barra fonte, nó raiz ou S/E) como ponto
de recebimento de potência da rede básica (grid) a montante, e barras de atendimento de carga (consumidores)
a jusante, tal que, na ausência de geração elétrica relevante na rede, os fluxos de potência são unidirecionais.
Redes de distribuição caracterizam-se também por apresentar baixas relações X/R, o que resulta em um
acoplamento Q-V fraco e torna pouco efetivo o controle de tensão por componentes shunts, tal que a presença
desses elementos é normalmente desconsiderada ( bksh = 0). Adicionalmente, o efeito “arraste” da tensão da barra
fonte (propiciado pelo grid) nas demais tensões de barra resulta que a eventual presença de Geração Distribuída
(GD) no sistema normalmente não comporta capacidade de produção de potência ativa e reativa suficiente para
exercer qualquer controle sobre a tensão na barra em que se encontra. Assim, o modelo de redes de distribuição
normalmente classifica as barras como tipo PQ, com exceção da barra fonte, classificada como tipo V devido
ao controle de sua tensão pelo arraste do grid, bem como por fornecer a necessária referência angular à rede.
Além disso, os trechos de redes de distribuição são usualmente de pequena extensão e modelados como
linhas curtas (< 80 km), bem como as tensões nominais destas redes são relativamente baixas (< 34 kV), tal que
os efeitos capacitivos shunt dos trechos de linha são normalmente desprezados ( bkm sh
= 0 ). Por fim, a disposição
radial de redes de distribuição não permite o emprego de transformadores defasadores (km = 0) e a modelagem
básica desconsidera a presença de reguladores de tensão e apenas o lado de tensão primária dos transformadores
é modelado (akm = 1), tal que os transformadores abaixadores são considerados como parte da carga nas barras.
Assim, com base nestas características, a topologia de sistemas de distribuição geralmente se resume a
elementos série ( yˆ km ) de ramos, tal como exemplificado no esquema unifilar típico mostrado na Figura 7.1.
4
Ŝ34 ŷ34
2 3
Ŝ12 ŷ12 Ŝ23 ŷ23 Ŝ 4
1 5
Ŝ1 Ŝ 2 Ŝ3 ŷ35
grid
(rede básica) 6 7
ŷ16 Ŝ67 ŷ67 Ŝ35 Ŝ5
barra fonte,
nó raiz ou S/E
Ŝ16 Ŝ6 Ŝ7
Figura 7.1: Esquema unifilar radial típico de rede de distribuição e seus fluxos de potência unidirecionais.
Como visto anteriormente, os métodos desacoplados são baseados na relação X/R mais elevadas de redes
de alta tensão, tal que não são indicados para a resolução do PFC de sistemas de distribuição. Adicionalmente,
redes de distribuição podem ter associados ramos de impedância elevada com ramos de baixa impedância em
sua topologia (tal como representação de chaves seccionadoras e pequenos trechos de linha entre cargas muito
próximas), que resultam em valores muito díspares entre os elementos da matriz admitância e, por conseguinte,
da matriz jacobiana do método de Newton-Raphson, o que pode causar um mal-condicionamento na inversão
da jacobiana e custar um esforço computacional desnecessariamente elevado (elevado número de iterações), ou
mesmo vir a causar a divergência do método. Assim, para o cálculo do subsistema 1 de redes de distribuição,
são normalmente empregados métodos mais adequados às características destes sistemas, tais como algoritmos
fundamentados em um processo de varredura direta e inversa dos ramos da rede, bem como no método baseado
em uma formulação matricial proposto por Teng (2003), nesta apostila denominado método direct load flow.

7.1) MÉTODOS DE CÁLCULO DO SUBSISTEMA 1

Conforme visto anteriormente, o cálculo do subsistema 1 do PFC consiste em determinar as variáveis de


estado (módulo e ângulo de tensões de barra) desconhecidas do sistema elétrico em estudo, o que normalmente
envolve algum método iterativo para a resolução de equações algébricas. Para o caso de redes de distribuição,
serão estudados os métodos de varredura direta e inversa desenvolvidos em duas versões: o chamado método da
soma das correntes, que é baseado em uma formulação em temos de correntes complexas de barra e de ramos, e
o chamado método da soma das potências, baseado em uma formulação em termos de injeções de potências de
barra e perdas de ramos. Complementar a estes algoritmos clássicos, será também apresentado o método direct
load flow, que utiliza uma formulação matricial de correntes e tensões complexas baseada na topologia da rede.
26
7.1.1) MÉTODO DA SOMA DAS CORRENTES - MSI

O método da soma das correntes (MSI) é fundamentado em um equacionamento das variáveis de tensão
e corrente na forma complexa e baseia-se em dois processos de varredura de barras e de ramos da rede elétrica
em estudo, que são iterativamente repetidos até que algum critério de parada previamente adotado seja atingido:
➢ Varredura inversa: processo acumulativo de correntes complexas nas barras (com exceção da barra fonte),
obtidas com base no último estado de tensões de barras, partindo dos nós terminais e em direção ao nó raiz.
➢ Varredura direta: processo corretivo das tensões complexas de barra (incógnitas do subsistema 1), partindo
do estado de tensão da barra fonte (conhecido previamente) e em direção aos nós terminais do sistema.
Para exemplificar o processo acumulativo da varredura inversa do MSI, seja o ramo genérico k-m de uma
rede de distribuição mostrado na Figura 7.2, onde a barra m situa-se mais distante da barra fonte do que a barra
k. Partindo-se dos nós terminais e em direção à barra fonte, define-se o acúmulo de correntes na barra m como a
soma de todas as correntes incidentes (entrando) na barra m, com exceção da corrente no sentido m para k do
ramo k-m. Definindo-se m como o conjunto das barras dos ramos imediatamente a jusante da barra m, com
base na Figura 7.2 tem-se que a corrente Iˆmac acumulada na barra m corresponde à soma da injeção líquida de
corrente (geração − carga) Iˆ na barra m com o somatório das correntes de ramos Iˆ ,  m , de modo que:
m m

Iˆmac = Iˆm + 
m
Iˆ m (1)

onde a injeção líquida de corrente complexa Iˆm na barra m pode ser obtida com base na equação (3.5), tal que,
com os dados de injeção líquida de potência Sˆ = P + j Q e de tensão Eˆ = V  da barra m, tem-se que:
m m m m m m

( Pm + j Qm )



P − j Qm
Iˆm = m
=  Iˆm = m
(V )

 
Vm − m (7.1)
m
m m
Seja Iˆ ac a corrente previamente acumulada em uma barra  m . Com base novamente na Figura 7.2,
tem-se então que a corrente de ramo Iˆ no sentido para m corresponde à corrente Iˆ ac acumulada na barra ,
m

tal que: Iˆ m = Iˆac . Assim, a corrente acumulada Iˆmac na barra m otida no resultado (1) pode ser re-definida por:
Iˆmac = Iˆm + Iˆac 
m
(7.2)
onde conclui-se que o processo de acúmulo de correntes em uma barra m consiste na soma da corrente líquida
injetada na própria barra m com o somatório de todas as correntes acumuladas nas barras a jusante da barra m.

barra
fonte k m Iˆ m

Iˆac

S/E Iˆm

Figura 7.2: Ramo genérico k-m para exemplificação da varredura inversa do MSI.

Para exemplificar o processo corretivo da varredura direta do MSI, seja o ramo genérico k-m de uma rede
de distribuição mostrado na Figura 7.3, tal que a barra m situa-se mais distante da barra fonte do que a barra k e
o restante da rede a jusante da barra m está equivalenciada pela corrente Iˆmac acumulada na barra m obtida com o
processo de varredura inversa. Partindo-se da tensão complexa conhecida da barra fonte e em direção aos nós
terminais, tem-se com base na Figura 7.3 que a tensão complexa Eˆ m da barra m pode ser corrigida supondo-se
que a tensão complexa Eˆ na barra k tenha sido previamente re-calculada, ou conhecida no caso da barra fonte.
k

Considerando-se bkm sh
= 0, akm = 1 e km = 0 para redes de distribuição, tem-se que a corrente de ramo Iˆmk
no sentido m para k mostrada na Figura 7.3, e definida pela equação geral (4.14), é agora reformulada por:
Iˆmk = ( − akm km yˆ km ) Eˆ k + ( jbkm
sh
+ yˆ km ) Eˆ m = − yˆ km Eˆ k + yˆ km Eˆ m

Iˆmk = ( Eˆ m − Eˆ k ) yˆ km (7.3)
Com base na Figura 7.3, observa-se que a corrente Iˆ acumulada na barra m corresponde à corrente Iˆ
ac
m mk

do ramo k-m, tal que: Iˆmk = Iˆmac . Assim, a equação (7.3) obtida acima pode ser reformulada, tal que obtém-se:

27
Iˆmk = ( Eˆ m − Eˆ k ) yˆ km = Iˆmac  Eˆ m − Eˆ k = yˆ km
−1 ˆ ac
Im  Eˆ m = Eˆ k + yˆ km
−1 ˆ ac
Im
Eˆ m = Eˆ k + zˆkm Iˆmac (7.4)
−1
onde a impedância série de ramo zˆkm = yˆ km foi definida pela equação (4.1), tal que: zˆkm = rkm + j xkm .
barra m
k
fonte
yˆ km Iˆmk
Iˆmac

( zˆkm )
S/E Eˆ k Eˆm
Figura 7.3: Ramo genérico k-m para exemplificação da varredura direta do MSI.
Assim, com base no equacionamento das varreduras inversa e direta desenvolvido, tem-se que o processo
iterativo de solução do subsistema 1 do PFC para redes de distribuição pelo método da soma das correntes pode
ser implementado em uma sequência de passos até a convergência do processo ser atingida, descrita a seguir:
➢ Passo 1 (iteração i = 0): ler e normalizar dados rede. Inicializar tensões complexas de barra com o flat-start
( Eˆ k = 1 0 ). Calcular as potências líquidas Pk (equação (3.2)) e Qk (equação (3.3)), exceto para a barra fonte.
➢ Passo 2 (iteração i): calcular a injeção líquida de corrente complexa (equação (7.1)) nas barras da rede, com
exceção da barra fonte, com base no estado das tensões complexas de barra atual obtido na iteração anterior.
➢ Passo 3 (iteração i): calcular as correntes acumuladas em cada barra da rede com emprego da equação (7.2),
com exceção da barra fonte, partindo-se dos nós terminais e em direção à barra fonte (varredura inversa).
➢ Passo 4 (iteração i): recalcular o estado das tensões complexas de barra da rede com a equação (7.4), a partir
do estado de tensão da barra fonte (valor conhecido) e em direção aos nós terminais (varredura direta).
➢ Passo 5 (iteração i): fazer i = i + 1 e testar a convergência por algum critério com a tolerância  adotada, tal
como pelo módulo do maior erro V de tensões de barra entre duas iterações sucessivas i e i + 1, tal que:
max Vk   , onde: Vk = Vk(i +1) − Vk(i ) (7.5)
k  NB−1

onde NB–1 é o conjunto de todas as barras da rede, com exceção da barra fonte. Se atingida a convergência,
finalizar o processo iterativo, adotar o último estado de tensões complexas de barra obtido como solução do
subsistema 1 e resolver o subsistema 2; caso a convergência não tenha disso atingida, retornar ao passo 2.
Como forma de aprendizagem, a resolução do subsistema 1 do problema do fluxo de carga pelo método
da soma das correntes para uma rede de distribuição fictícia é abordada no Apêndice B deste material didático.

7.1.2) MÉTODO DA SOMA DAS POTÊNCIAS - MSP

O método da soma das potências (MSP) é fundamentado em um equacionamento em termos de potência


e, de modo similar ao MSI, é baseado em dois processos de varredura de ramos e de barras da rede elétrica em
estudo, que são iterativamente repetidos até que algum critério de parada previamente adotado seja atingido:
➢ Varredura inversa: processo acumulativo de potências ativas e reativas nas barras (exceto na barra fonte),
obtidas com base no último estado de tensões de barras, partindo dos nós terminais e em direção ao nó raiz.
➢ Varredura direta: processo corretivo do módulo e ângulo das tensões de barra (incógnitas do subsistema 1),
partindo do estado de tensão da barra fonte (conhecido previamente) e em direção aos nós terminais da rede.
Como exemplificação do processo acumulativo da varredura inversa do MSP, seja o ramo genérico k-m
de uma rede de distribuição mostrado na Figura 7.2, onde a barra m situa-se mais distante da barra fonte do que
a barra k. Partindo-se dos nós terminais e em direção à barra fonte, define-se o acúmulo de potências na barra m
como a soma de todas as potências incidentes (entrando) na barra m, com exceção do fluxo no sentido m para k
do ramo k-m. Definindo-se m como o conjunto das barras dos ramos imediatamente a jusante da barra m, com
base na Figura 7.4 tem-se que a potência Sˆmac acumulada na barra m corresponde à injeção líquida de potência
(geração − carga) Sˆ na barra m subtraída do somatório dos fluxos de potência Sˆ ,  m , visto que o sentido
m m

do fluxo de potência Sˆm é adotado positivo saindo da barra m, conforme convenção vista no item 2.2, tal que:
Sˆ ac = Sˆ − Sˆ
m m(1) 
m
m

onde o cálculo da injeção líquida de potência Sˆm da barra m, definida pela equação (3.1), é então obtido por:
Sˆ = P + j Q = Sˆ G − Sˆ C = ( PG − PC ) + j (QG − QC )
m m m m m m m m m

Conforme visto no item 4.6, a perda de potência Sˆ perdas


m no ramo m- pode ser obtida com a soma dos
fluxos de potência complexa Sˆm e Sˆ m nos dois sentidos do ramo m- e, com base na Figura 7.4 observa-se que

28
o fluxo de potência Sˆ m no sentido para m equivale à potência Sˆ ac previamente acumulada na barra  m,
tal que: Sˆ = Sˆ ac . Logo, tem-se que o fluxo de potência Sˆ no sentido m para pode ser determinado por:
m m

Sˆmperdas = Sˆm + Sˆ m = Sˆm + Sˆ ac  Sˆm = Sˆmperdas − Sˆ ac (2)


Aplicando-se o resultado (2) em (1), tem-se que a potência Sˆmac acumulada na barra m é redefinida por:
Sˆmac = Sˆm − 
Sˆm  Sˆmac = Sˆm −
m
(
Sˆmperdas − Sˆ ac = Sˆm +
m
Sˆ ac − Sˆmperdas )
(3) (
m
)
No resultado (3), o sinal negativo para as perdas parece indicar que estas são descontadas das potências
acumuladas nas barras. Porém, como as barras de redes de distribuição são de carga (tipo PQ), com exceção da
barra fonte, tem-se então que as potências injetadas e acumuladas nas barras possuem sinal negativo, segundo a
convenção de injeções vista no item 2.2. Assim, conclui-se que a potência acumulada em um barra m consiste
na soma da injeção líquida na barra m com todas as potências a jusante da barra m (acumuladas e de perdas).
Definindo-se os termos do resultado (3) em coordenadas cartesianas: Sˆmac = Pmac + j Qmac , Sˆm = Pm + j Qm ,
Sˆ ac = P ac + j Q ac e Sˆ perdas = P perdas + j Q perdas , tem-se que o resultado (3) pode ser re-escrito da seguinte forma:
m m m

Sˆmac = Sˆm +  ( Sˆ
m
ac
− Sˆmperdas )  Pmac + j Qmac = Pm + j Qm +  (P
m
ac
+ j Q ac − Pmperdas − j Qmperdas )
tal que, separando-se as partes real e imaginária da equação obtida acima, pode-se por fim definir que:
Pmac = Pm +  P ac − Pmperdas ( ) (7.6)
m

Qmac = Qm +  (Q
m
ac
− Qmperdas ) (7.7)
onde o cálculo das perdas de potência ativa e reativa de um ramo m-ℓ a jusante da barra m pode ser obtido com
base nas equações (4.20) e (4.21) considerando bmsh = 0, am = 1 e  m = 0, tal que as perdas são obtidas por:
Pmperdas = (Vm2 + V 2 ) g m − 2Vm V g m cos m (7.8)
Qmperdas = − (Vm2 + V 2 ) bm + 2Vm V bm cos  m (7.9)

barra
fonte k m Sˆm ( Sˆ
perdas
m ) Sˆ m

Sˆ ac

S/E Sˆm

Figura 7.4: Ramo genérico k-m para exemplificação da varredura inversa do MSP.

Para exemplificação do processo corretivo da varredura direta do MSP, seja o ramo genérico k-m de uma
rede de distribuição dado na Figura 7.5, tal que a barra m situa-se mais distante da barra fonte do que a barra k e
o restante da rede a jusante da barra m está equivalenciada pela potência Sˆmac acumulada na barra m obtida com o
processo de varredura inversa. Partindo-se da tensão complexa conhecida da barra fonte e em direção aos nós
terminais, tem-se com base na Figura 7.5 que a tensão complexa Eˆ m da barra m pode ser corrigida supondo-se
que a tensão complexa Eˆ na barra k tenha sido previamente re-calculada, ou conhecida no caso da barra fonte.
k

barra
fonte k m
yˆ km Iˆmk , Sˆmk
Sˆmac

S/E Eˆ k = Vk k Eˆ m = Vm m

Figura 7.5: Ramo genérico k-m para exemplificação da varredura direta do MSP.

Neste caso, empregando-se a equação da corrente Iˆmk no sentido m para k de um ramo k-m definida pela
equação (7.3), tem-se que o fluxo de potência Sˆ no sentido m para k visto na Figura 7.5 pode ser obtido por:
mk

= Eˆ m ( ( Eˆ m − Eˆ k ) yˆ km ) = Eˆ m ( Eˆ m − Eˆ k ) yˆ km

Sˆmk = Eˆ m Iˆ 
mk

= Eˆ m Eˆ m yˆ km

− Eˆ m Eˆ k yˆ km

29
em que a admitância série yˆ km = gkm + j bkm pode ser expressa também em coordenadas polares por seu módulo
ykm e ângulo km , tal que yˆ km = ykm km , onde: ykm = gkm
2
+ bkm
2
e km = arctg ( bkm g km ) . Com isso, tem-se:
Sˆmk = Vm m Vm −m ( gkm − j bkm ) − Vm m Vk −k ykm −km = Vm2 ( gkm − j bkm ) − Vk Vm ykm m − k − km
Sˆmk = Vm2 g km − j Vm2 bkm − Vk Vm ykm ( cos ( m −  k − km ) + j sen ( m −  k − km ) )
Com base na Figura 7.5, pode-se observar também que o fluxo de potência Sˆmk corresponde à potência
Sˆ ac acumulada na barra m, tal que: Sˆ ac = Sˆ , onde: Sˆ ac = P ac + j Q ac . Estabelecendo estas igualdades, tem-se:
m m mk m m m

Sˆmac = Sˆmk  Pmac + j Qmac = Vm2 g km − j Vm2 bkm − Vk Vm ykm ( cos ( m −  k − km ) + j sen ( m −  k − km ) )
Separando-se as partes real e imaginária do resultado obtido acima, pode-se determinar então que:
Pmac = Vm2 g km − Vk Vm ykm cos (m −  k − km )
Qmac = − Vm2 bkm − Vk Vm ykm sen (m − k − km )
Isolando-se as funções trigonométricas seno e cosseno das equações obtidas, tem-se como resultados:
− Vm2 bkm − Qmac Vm2 g km − Pmac
sen ( m −  k − km ) = e cos ( m k km )
 −  −  =
Vk Vm ykm Vk Vm ykm
Empregando-se a identidade trigonométrica: sen2 + cos2 = 1, pode-se estabelecer então que:
2 2
 − Vm2 bkm − Qmac   Vm2 g km − Pmac 
sen ( m −  k − km ) + cos ( m −  k − km ) = 1  
2 2
 +   =1
 Vk Vm ykm   Vk Vm ykm 
Desenvolvendo e manipulando adequadamente o resultado obtido acima, determina-se por fim que:
(− V ) + (V ) (− V ) + (V g − P ) − V V
2 2 2 ac 2
2
m bkm − Qmac 2
m gkm − Pmac = Vk2 Vm2 ykm
2
 2
m bkm − Qmac 2
m km m k
2 2
m
2
ykm =0

( gkm2 + bkm2 ) Vm4 ((


+ 2 Qmac bkm − Pmac g km − Vk2 ykm
2
) ) V + ( P ) + (Q ) = 0 (  y )
2
m
ac 2
m
ac 2
m
2
km

V 4
+ 
(
 2 Qmac bkm − Pmac g km ) 
− V  Vm2
2
+
( P ) + (Q ) = 0
ac 2
m
ac 2
m
(4)
m 2 k 2
 ykm  ykm
Am Bm
Seja os termos Am e Bm mostrados no resultado (4) obtido acima e definidos como a seguir:

Am =
2 Qmac bkm − Pmac g km(− Vk2
) (7.10)
2
ykm

Bm =
( P ) + (Q )
ac 2
m
ac 2
m
(7.11)
2
ykm
Analizando as equações (7.10) e (7.11) observa-se que os termos Am e Bm são conhecidos no momento do
cálculo do resultado (4), pois seus componentes são elementos de rede (ykm , gkm e bkm), ou foram previamente
corrigidos (Vk) ou calculados ( Pmac e Qmac ), tal que o resultado (4) é dependente apenas da variável Vm (módulo
da tensão na barra m). Assim, o resultado (4) consiste de um polinômio de 4º grau em função de Vm , tal que:
Vm4 + Am Vm2 + Bm = 0
Um polinômio de 4º grau possui 4 raízes mas, neste caso, apenas a raiz real positiva e próxima do valor
nominal de tensão da rede em pu ( 1 pu) tem sentido físico, tal que esta raiz pode ser obtida pela identidade:

Vm =
1
2
(
Am2 − 4 Bm − Am ) (7.12)

Com o módulo de tensão Vm obtido com a equação (7.12) e o ângulo de tensão k na barra k corrigido
previamente, pode-se obter o ângulo de tensão m na barra m com base na identidade: tg = sen/cos, tal que:
sen( m −  k − km ) − Vm2 bkm − Qmac  − Vm2 bkm − Qmac 
tg ( m −  k − km ) = =   −  −  = arctg  2 ac 
cos( m −  k − km ) Vm2 g km − Pmac  Vm g km − Pm 
m k km

 − Vm2 bkm − Qmac 


 m =  k + km + arctg 
ac  (7.13)
 Vm g km − Pm 
2

Similar ao MSI, com base no equacionamento das varreduras inversa e direta desenvolvido, tem-se que o
processo iterativo de solução do subsistema 1 de sistemas de distribuição pelo método da soma das potências
pode então ser implementado em uma sequência de passos até a convergência do processo, descrita a seguir:

30
➢ Passo 1 (iteração i = 0): ler e normalizar os dados da rede. Inicializar as incógnitas da rede com o flat-start
( Vk(0) = 1 pu e k(0) = 0 rad ). Calcular Pk (equação (3.2)) e Qk (equação (3.3)), exceto para a barra fonte.
➢ Passo 2 (iteração i): calcular as perdas de potência ativa (equação (7.8)) e reativa (equação (7.9)) nos ramos
da rede, com base nos módulos e ângulos de tensão de barras atuais obtidos na iteração anterior.
➢ Passo 3 (iteração i): acumular as potências ativa (equação (7.6)) e reativa (equação (7.7)) em cada barra da
rede, com exceção do nó raiz, partindo-se dos nós terminais e em direção à barra fonte (varredura inversa).
➢ Passo 4 (iteração i): recalcular o módulo (equação (7.12)) e o ângulo (equação (7.13)) das tensões de barra
da rede, a partir da tensão da barra fonte (conhecido) e em direção aos nós terminais (varredura direta).
➢ Passo 5 (iteração i): fazer i = i + 1 e testar a convergência por algum critério com a tolerância  adotada, tal
como pelo módulo do maior erro V entre duas iterações sucessivas i e i + 1 definido na equação (7.5):
max Vk   , onde: Vk = Vk(i +1) − Vk(i )
k  NB−1

onde NB–1 é o conjunto das barras da rede, com exceção do nó fonte. Se atingida a convergência, finalizar o
processo iterativo, adotar o valor dos módulos e ângulos de tensões de barra obtido na última iteração como
solução do subsistema 1 e resolver o subsistema 2; se não atingida a convergência, retornar ao passo 2.
A fundamentação do MSP em termos de potência permite algumas adequações em seu equacionamento
para contemplar a presença de elementos shunts de barra e de ramos no sistema, o que é abordado no Anexo G.
Como aprendizagem, a solução do subsistema 1 pelo MSP para uma rede-exemplo é abordada no Apêndice B.
Em Céspedes (1990) é apresentado um equacionamento alternativo mais simples para alguns cálculos do
MSP, baseado em impedâncias de ramos e potências acumuladas em barras para o cálculo das perdas de ramos,
dos termos Am e Bm do polinômio de 4º grau e da incógnita do ângulo de barra, o que é sumarizado a seguir.
➢ Varredura inversa: cálculo das perdas dos ramos m- a jusante da barra m, com base na Figura 7.6:
Considerando-se na Figura 7.6 que: Sˆ ac = P ac + j Q ac = Eˆ ( Iˆ ac ) e Iˆac = Iˆ , pode-se determinar então que:

m

  Sˆ ac P ac − j Qac
Sˆ ac = Eˆ ( Iˆac )

 Iˆac = Iˆ m = 
  Iˆ m = (5)
ˆ V −
 E
Considerando que: zˆm = rm + j xm , e na Figura 7.6 que: Iˆ m = ( Eˆ − Eˆ m ) / zˆm , com o resultado (5), tem-se:
Eˆ − Eˆ m  P ac − j Q ac 
Iˆ m =  Eˆ − Eˆ m = zˆm Iˆ m  Eˆ − Eˆ m = ( rm + j xm )   (6)
zˆm  V −
 
Considerando na Figura 7.6 que: Sˆ perdas = ( Eˆ − Eˆ ) ( Iˆ ) , com auxílio dos resultados (5) e (6) tem-se que:

m m m

( Pac ) + (Qac )
2 2
 P ac − j Qac   P ac − j Qac 
Sˆmperdas = ( Eˆ − Eˆ m )( Iˆ m ) = ( rm + j xm ) 

 V −    = ( r + j x ) (7)
  V −  
m m
V 2

Como Sm ˆ perdas
= Pmperdas
+ j Qm
perdas
, separando-se as partes real e imaginária do resultado (7), tem-se então que:
rm ( P ac ) + ( Q ac ) 
2 2

P m
perdas
= (7.14)
V2
xm ( P ac ) + ( Q ac ) 
2 2

Q perdas
m = (7.15)
V2
barra
fonte m
zˆm Iˆ m
Sˆ ac , Iˆac

S/E Eˆm
( Sˆ perdas
m ) Ê = V 

Figura 7.6: Ramo genérico m- para cálculo das perdas no MSP versão Cespedes.

➢ Varredura direta: cálculo dos termos Am e Bm e do ângulo de barra m , com base na Figura 7.7:
Considerando-se na Figura 7.7 que: Sˆmac = Pmac + j Qmac = Eˆ m ( Iˆmac ) e Iˆ ac = Iˆ , pode-se determinar então que:

m mk

 Sˆ ac  P ac − j Qmac
Sˆmac = Eˆ m ( Iˆmac )

 Iˆmac = Iˆmk =  m   Iˆmk = m (8)
ˆ Vm −m
 Em 
Considerando que: zˆkm = rkm + j xkm , e na Figura 7.7 que: Iˆmk = ( Eˆ m − Eˆ k ) / zˆkm , com o resultado (8), tem-se:

31
Eˆ − Eˆ k Pmac − j Qmac
Iˆmk = m  Eˆ m − Eˆ k = zˆkm Iˆmk  Vm  m − Vk  k = ( rkm + j xkm )
zˆkm Vm − m

(V m  m − Vk  k ) Vm − m = ( rkm + j xkm ) ( Pmac − j Qmac )

Vm2 − Vk Vm  km = Pmac rkm − j Qmac rkm + j Pmac xkm + Qmac xkm

Vm2 − Vk Vm cos(km ) − jVk Vm sen(km ) = Pmac rkm + Qmac xkm + j Pmac xkm − Qmac rkm ( ) (9)
Igualando-se as partes real e imaginária dos componentes do resultado (9), obtém-se que:
V 2 − Pmac rkm − Qmac xkm
• Vm2 − Vk Vm cos( km ) = Pmac rkm + Qmac xkm  cos( km ) = m (10)
Vk Vm
Qmac rkm − Pmac xkm
• − Vk Vm sen( km ) = P xkm − Q r
ac
m  sen( km ) =
ac
m km (11)
Vk Vm
Com os resultados (10) e (11) e a identidade trigonométrica: sen2 + cos2 = 1, com   km , tem-se que:
2 2
 Q ac r − Pmac xkm   Vm2 − Pmac rkm − Qmac xkm 
sen ( km ) + cos ( km ) = 1   m km
2 2
 +  =1
 Vk Vm   Vk Vm 
( Qmac rkm − Pmac xkm )
+ (Vm2 − Pmac rkm − Qmac xkm ) = Vk2 Vm2
2 2
(12)
Desenvolvento o resultado (12), tem então que os termos Am e Bm do polinômio de 4º grau serão dados por:
( (
Vm4 + − 2 Pmac rkm + Qmac xkm ) −V ) V k
2 2
m + (( P m ) + (Q ) ) ( r
ac 2 ac 2
m
2
km + xkm
2
) =0
Am Bm
Am = − 2 Pmac ( rkm + Qmac xkm ) −V k
2
(7.16)

Bm = (( P ac 2
m ) + (Q ) ) ( r
ac 2
m
2
km + xkm
2
) (7.17)
Aplicando os resultados da equações (7.16) e (7.17) na equação (7.12), obtém-se o módulo de tensão Vm da
barra m. Com base nas relações (10) e (11) e a identidade trigonométrica: tg = sen / cos , onde   km ,
tem-se por fim que o ângulo m da tensão na barra m pode ser determinada com a equação obtida a seguir:
sen( km ) sen( km ) Q ac rkm − Pmac xkm
tg ( km ) =  tg ( k −  m ) = = 2 m ac
cos( km ) cos( km ) Vm − Pm rkm − Qmac xkm
 Qmac rkm − Pmac xkm 
 m =  k − arctg   (7.18)
 Vm − Pm rkm − Qm xkm 
2 ac ac

barra
fonte k m
zˆkm Iˆmk
Sˆmac , Iˆmac

S/E Eˆ k = Vk k Eˆ m = Vm m
Figura 7.7: Ramo genérico k-m para exemplificação da varredura direta do MSP versão Cespedes.

7.1.3) MÉTODO DIRECT LOAD FLOW

O método direct load flow, proposto por Teng (2003), baseia-se em uma formulação matricial de tensões
e correntes complexas da rede elétrica em estudo, fundamentado em duas matrizes obtidas da topologia da rede:
➢ [BIBC] (bus-injection to branch-current): matriz de valores binários (0 ou 1), que estabelece a relação entre
correntes complexas de ramos e injeções líquidas de correntes complexas de barras da rede elétrica.
➢ [BCBV] (branch-current to bus-voltage): matriz de elementos de impedâncias série de ramos, que estabelece
a relação entre tensões complexas de barra e correntes complexas de ramos da rede elétrica.
As matrizes [BIBC] e [BCBV] caracterizam-se por não apresentarem formulações básicas de montagem,
sendo necessário o emprego de algorítmos de construção baseados na varredura dos ramos da rede elétrica em
estudo, descritos mais adiante. Porém, para o melhor entendimento da definição das matrizes [BIBC] e [BCBV],
pode-se exemplificar a obtenção destas matrizes com o emprego uma rede-exemplo, o que é abordado a seguir.
Assim, seja a rede elétrica radial formada por NB = 5 barras e 4 (NB − 1) ramos mostrado na Figura 7.8,
onde a injeção líquida de corrente Iˆk em uma barra genérica k, definida pela equação (3.5), é re-escrita a seguir:

32

( Pk + j Qk )

 Sˆ  Sˆk P − j Qk
Iˆk =  k  = ˆ  = = k
 Eˆ (Vk  k ) 
Vk − k
 k  Ek

5
Iˆ25 ẑ 25

Iˆ5
Ê5
1 2 3 4
Iˆ12 ẑ12 Iˆ23 ẑ 23 Iˆ34 ẑ34
S/E
Iˆ4
Iˆ2 Iˆ3
Ê 1 Ê2 Ê3 Ê4
Figura 7.8: Rede de distribuição para exemplificação e equacionamento do método direct load flow.

Seja também as correntes de ramos e as injeções líquidas de corrente de barras mostradas na Figura 7.8,
cujos sentidos positivos seguem a convenção adotada. Aplicando-se a lei de Kirchhoff das correntes, pode-se
então equacionar o balanço de correntes nas barras da rede da Figura 7.8, exceto para a barra fonte, tal que:
• Barra 5: Iˆ25 + Iˆ5 = 0  Iˆ25 = − Iˆ5 (1)
• Barra 4: Iˆ + Iˆ = 0  Iˆ = − Iˆ
34 4 (2)34 4

• Barra 3: Iˆ23 + Iˆ3 − Iˆ34 = 0  Iˆ23 = − Iˆ3 + Iˆ34 , e com o resultado (2): Iˆ23 = − Iˆ3 − Iˆ4 (3)
• Barra 2: Iˆ12 + Iˆ2 − Iˆ23 − Iˆ25 = 0  Iˆ12 = − Iˆ2 + Iˆ23 + Iˆ25 , e com os resultados (1) e (3): Iˆ12 = − Iˆ2 − Iˆ3 − Iˆ4 − Iˆ5
tal que a corrente em um ramo equivale ao somatório das correntes injetadas nas barras a jusante do ramo, cujos
sinais negativos são consequências do sentido adotado para correntes de ramos e injeções de corrente de barra.
Definindo Iˆ ramo como o vetor das correntes complexas de ramos e Iˆ barra − Vθ como o vetor das injeções
líquidas de correntes complexas das barras da rede, com exceção do nó fonte (tipo V), tem-se que o conjunto
de equações de correntes obtido na formulação acima pode ser arranjado na forma matricial, tal que resulta:
Iˆ12 = − Iˆ2 − Iˆ3 − Iˆ4 − Iˆ5   Iˆ12  ˆ
1 1 1 1   I 2 
   0 1 1 0   
Iˆ23 = − Iˆ3 − Iˆ4   Iˆ23   ˆ
I
    = −   3
  Iˆ 
(NB – 1)
Iˆ34 = − Iˆ4  ˆ  0 0 1 0
 34 
I
   4
  Iˆ   0 0 0 1   Iˆ 
Iˆ25 = − Iˆ5   25   5
[ BIBC ]
Iˆ ramo ( NB −1  NB −1) Iˆ barra−Vθ
onde observa-se que a relação entre as correntes de ramos e as injeções líquidas de corrente nas barras da rede,
com exceção do nó fonte, é expressa por uma matriz [BIBC] constante e formada apenas por valores binários.
A equação matricial assim obtida pode então ser generalizada para redes elétricas radiais pela relação:
Iˆ ramo = − [ BIBC ] Iˆ barra − Vθ (7.19)
Seja agora um ramo genérico k-m dado na Figura 7.9, em que deseja-se determinar a tensão Eˆ da barra m

m supondo-se conhecida a tensão Eˆ k na barra k. Sendo a corrente Iˆkm no sentido k para m do ramo definida na
−1
equação (4.13) e lembrando-se que: zˆkm = yˆkm e considerando para redes de distribuição que: bkm sh
= 0 , akm = 1 e
km = 0 , pode-se então redefinir Iˆkm tal que a tensão complexa Eˆ m da barra m pode ser determinada por:
Iˆkm = ( jbkm
sh
+ akm
2
(
yˆ km ) Eˆ k + ( − akm − km yˆ km ) Eˆ m = yˆ km Eˆ k − yˆ km Eˆ m = yˆ km Eˆ k − Eˆ m  Eˆ m = Eˆ k −
1 ˆ
yˆ km
I km )
Eˆ = Eˆ − zˆ Iˆ m k km km (7.20)

k m
Iˆkm yˆ km

( zˆkm )
Eˆ k Eˆm
Figura 7.9: Ramo genérico k-m para o cálculo de tensões de barra.

33
Logo, supondo-se conhecida a corrente Iˆ12 do ramo 1-2 da rede da Figura 7.8 e, como a tensão Ê1 na barra
1 é conhecida (tipo V), tem-se com base na equação (7.20) que a tensão Ê2 na barra 2 pode ser obtida por:
Eˆ = Eˆ − zˆ Iˆ
2 1 (1) 12 12

Novamente, supondo-se conhecida a corrente complexa Iˆ23 do ramo 2-3 da rede mostrada na Figura 7.8,
tem-se com base na equação (7.20) e o resultado (1) que a tensão Ê3 na barra 3 pode ser determinada por:
Eˆ3 = Eˆ 2 − zˆ23 Iˆ23  Eˆ3 = Eˆ1 − zˆ12 Iˆ12 − zˆ23 Iˆ23 (2)
Similarmente, para o ramo 3-4 e com o resultado (2), a tensão Ê4 na barra 4 pode ser determinada por:
Eˆ = Eˆ − zˆ Iˆ
4 3 Eˆ = Eˆ − zˆ Iˆ − zˆ Iˆ − zˆ Iˆ
34 34 4 1 12 12 (3)23 23 34 34

Por fim, para o ramo 2-5 e com o resultado (1), tem-se que a tensão Ê5 na barra 5 pode ser obtida por:
Eˆ5 = Eˆ 2 − zˆ25 Iˆ25  Eˆ5 = Eˆ1 − zˆ12 Iˆ12 − zˆ25 Iˆ25 (4)
Definindo-se Eˆ como o vetor das tensões de barra da rede-exemplo, exceto a barra fonte, e Ê
barra − Vθ Vθ

como um vetor formado apenas pela tensão Ê1 conhecida da barra fonte (tipo V), tem-se que o conjunto de
resultados (1) a (4) obtidos anteriormente pode também ser expresso em uma forma matricial, tal que obtém-se:
Eˆ 2 = Eˆ1 − zˆ12 Iˆ12   Eˆ 2   Eˆ1   zˆ12 0 0 0   Iˆ12 
      zˆ   Iˆ 
Eˆ 3 = Eˆ1 − zˆ12 Iˆ12 − zˆ23 Iˆ23   Eˆ 3   Eˆ1    23  (NB − 1)
zˆ 0 0
    =   − 
12 23

Eˆ 4 = Eˆ1 − zˆ12 Iˆ12 − zˆ23 Iˆ23 − zˆ34 Iˆ34  ˆ ˆ  zˆ12 zˆ23 zˆ34 0   Iˆ 
 E4   E1     34 
ˆ ˆ ˆ ˆ   ˆ   ˆ  ˆ
 12
z 0 0 ˆ
z 25 
 Iˆ 
E5 = E1 − zˆ12 I12 − zˆ25 I 25   E5   E1   25 
[ BCBV ]
Eˆbarra − Vθ Eˆ Vθ ( NB −1  NB −1) Iˆ ramo
onde observa-se que a relação entre tensões de barra e correntes de ramos da rede elétrica em estudo é também
expressa por uma matriz [BCBV] constante, constituída pelas impedâncias série dos ramos da rede elétrica.
A equação matricial assim obtida pode então ser também generalizada para redes elétricas radiais por:
Eˆ barra − Vθ = Eˆ Vθ − [ BCBV ] Iˆ ramo (7.21)
Como as matrizes [BIBC] e [BCBV] tem iguais dimensões (NB − 1  NB − 1), na equação (7.21) pode-se
então aplicar a relação matricial do vetor de corrente de ramos Iˆ ramo dada pela equação (7.19), tal que resulta:
Eˆbarra − Vθ = Eˆ Vθ − [ BCBV ] Iˆ ramo = Eˆ Vθ − [ BCBV ] (− [ BIBC ] Iˆ barra − Vθ ) = Eˆ Vθ + [ BCBV ] [ BIBC ] Iˆ barra − Vθ
Seja a matriz [DLF] (direct load flow) definida como o produto das matrizes [BCBV] e [BIBC], tal que:
[ DLF ] = [ BCBV ]  [ BIBC ] (7.22)
onde conclui-se que a matriz [DLF] é também constante, visto resultar do produto de duas matrizes constantes.
Assim, supondo-se conhecido o vetor de injeções líquidas de corrente de barras Iˆ barra − Vθ , tem-se que as
tensões de barra Eˆ barra − Vθ de uma rede em estudo, exceto o nó fonte, podem ser obtidas pela equação matricial:
Eˆ barra − Vθ = Eˆ Vθ + [ BCBV ] [ BIBC ] Iˆ barra − Vθ  Eˆ barra − Vθ = Eˆ Vθ + [ DLF ] Iˆ barra − Vθ
(7.23)
Porém, como as injeções líquidas de corrente dependem das tensões de barra, que são incógnitas do PFC,
tem-se que a obtenção das tensões de barra da rede com a equação (7.23) requer um processo iterativo, em que
o estado das tensões de barra é corrigido a cada iteração i com base nas injeções líquidas de corrente nas barras,
exceto o nó fonte, calculadas com base no estado das tensões de barra atual obtido na iteração anterior, tal que:
Eˆ (barra
i +1) ˆ ˆ (i )
− Vθ = E Vθ + [ DLF ] I barra − Vθ (7.24)
Como mencionado, devido à ausência de uma formulação básica, as matrizes [BIBC] e [BCBV] precisam
ser construídas por algorítmos de montagem. Para melhor entendimento dos algorítmos, neste material didático
é apresentado um procedimento de construção adaptado do processo descrito em Teng (2003), visto a seguir.
Assim, seja uma rede de distribuição formada por NB barras e NB‒1 ramos, onde o índice: r = 1,..., NB‒1
será adotado para a numeração dos ramos. O procedimento de montagem para cada matriz [BIBC] e [BCBV] é
baseado na manipulação de linhas e colunas e inserção de constantes, cujos algoritmos são descritos a seguir:
• Algoritmo 1: a matriz [BIBC] é inicializada com as dimensões NB‒1  NB com todos os elementos nulos, tal
que cada linha da matriz refere-se a um ramo r = 1,..., NB‒1 e cada coluna refere-se à numeração das barras
da rede. A partir da matriz [BIBC] inicial, varrer os ramos r = 1,..., NB‒1 da rede, tal que, para cada ramo k-m,
copiar a coluna k da matriz para a coluna m e depois inserir +1 na posição da r-ésima linha e m-ésima coluna
da matriz. Após finalizado o processo de varredura dos ramos, retirar a coluna da matriz resultante referente à
barra fonte para obter-se a matriz [BIBC] de dimensões NB‒1  NB‒1 originais do método direct load flow.
34
• Algorítmo 2: a matriz [BCBV] é inicializada com as dimensões NB  NB‒1 com todos os elementos nulos, tal
que cada linha da matriz refere-se à numeração das barras e cada coluna refere-se a um ramo r = 1,..., NB‒1
da rede. A partir da matriz [BCBV] inicial, varrer os ramos r = 1,..., NB‒1 da rede, tal que, para cada ramo k-m,
copiar a linha k da matriz para a linha m e depois inserir o valor da impedância série do ramo k-m na m-ésima
linha e r-ésima coluna da matriz. Após finalizada a varredura, retirar a linha da matriz resultante referente à
barra fonte para obter-se a matriz [BCBV] de dimensões NB‒1  NB‒1 originais do método direct load flow.
Assim, baseado na formulação e algorítmos de formação das matrizes [BIBC] e [BCBV] do método direct
load flow, tem-se que o processo iterativo de cálculo do subsistema 1 pode ser realizado nos seguintes passos:
➢ Passo 1 (iteração i = 0): ler e normalizar os dados da rede em estudo. Montar o vetor ÊV com o módulo de
tensão do nó fonte fornecido, onde  = 0 rad. Inicializar o vetor Êbarra−V de tensões das demais barras com o
flat-start ( 1 0 ). Montar as matrizes [BIBC] e [BCBV] com base nos dois algorítmos descritos anteriormente
e fatorar a matriz [DLF] com base no cálculo da equação (7.22). Obter as injeções líquidas de potência ativa
Pk (equação (3.2)) e reativa Qk (equação (3.3)) em todas as barras da rede, com exceção da barra fonte.
➢ Passo 2 (iteração i): obter as injeções líquidas de corrente de barras (equação (3.5)), exceto a da barra fonte,
com base no estado das tensões de barra atual obtido na iteração anterior, e montar o vetor Iˆ barra − Vθ
➢ Passo 3 (iteração i): corrigir o estado das tensões de barra da rede com base no cálculo da equação (7.24).
➢ Passo 4 (iteração i): fazer i = i + 1 e testar a convergência por algum critério com a tolerância  adotada, tal
como pelo módulo do maior erro V entre duas iterações sucessivas i e i + 1 definido na equação (7.5):
max Vk   , onde: Vk = Vk(i +1) − Vk(i )
k  NB−1

onde NB–1 é o conjunto das barras da rede, com exceção do nó fonte. Se atingida a convergência, finalizar o
processo iterativo, adotar o valor do estado das tensões de barra obtido na última iteração como solução do
subsistema 1 e resolver o subsistema 2; se não atingida a convergência do processo, retornar ao passo 2.
A vantagem do método direct load flow reside no fato da matriz [DLF] ser mantida constante durante o
processo iterativo de solução. Porém, os algoritmos de formação das matrizes [BIBC] e [BCBV] são sensíveis à
numeração das barras inicial e final dos ramos, tal que, por exemplo, em análises de reconfigurações de rede, é
necessária uma investigação dos ramos da rede reconfigurada para renumerar as barras inicial e final dos ramos
nos quais o sentido de corrente tenha se invertido, o que também reside em um problema para o MSI e o MSP.
Como forma de aprendizagem, a resolução do subsistema 1 do problema do fluxo de carga pelo método
direct load flow para uma rede de distribuição fictícia é abordada no Apêndice B deste material didático.

7.2) FORMULAÇÃO DO SUBSISTEMA 2

Como mencionado, o subsistema 2 consiste no cálculo das demais incógnitas do PFC da rede elétrica em
estudo, com base no estado das tensões de barra determinadas no subsistema 1. Para redes de distribuição, o
subsistema 2 resume-se então ao cálculo das injeções líquidas de potência ativa Pk e reativa Qk da barra fonte
(tipo V), totalizando as 2 incógnitas restantes do PFC, tal que estes resultados podem ser obtidos com o cálculo
das equações básicas do PFC, definidas pelas equações (5.19) e (5.20), respectivamente, e re-escritas a seguir:
Pk = Vk2 Gkk + Vk Vm ( Gkm cos km + Bkm sen km )
m  k

Qk = − Vk2 Bkk + Vk  V (G
m  k
m km sen km − Bkm cos km )

Para isso, visto que as equações básicas do PFC são dependentes dos elementos das matrizes condutância
e susceptância da rede, é necessário a montagem destas matrizes. No caso de rede de distribuição, deve-se então
considerar: bksh = bmsh = 0, bkm
sh
= 0, akm = 1 e km = 0 típico destas redes, tal que os componentes das matrizes
condutância [G] (equações (5.8) a (5.11)) e susceptância [B] (equações (5.12) a (5.15)) se resumem a:
Gkk =  g km
m
(7.25)
k

Gkm = Gmk = − g km (7.26)


Gmm = g
k m
km (7.27)

Bkk = b
m k
km (7.28)
Bkm = Bmk = − bkm (7.29)
Bmm = b
k m
km (7.30)

35
Além disso, pode-se obter também outras incógnitas da rede, tais como os fluxos e perdas de potência
nos ramos. Neste caso, considerando: bkmsh
= 0 , akm = 1 e km = 0 de redes de distribuição, os fluxos de potência
ativa Pkm (equação (4.15)) e reativa Qkm (equação (4.17)) no sentido k para m de um ramo k-m, bem como os
fluxos de potência ativa Pmk (equação (4.18)) e reativa Qmk (equação (4.19)) no sentido m para k, se resumem a:
Pkm = Vk2 gkm − Vk Vm gkm coskm − Vk Vm bkm senkm (7.31)
Qkm = − Vk2 bkm − Vk Vm gkm senkm + Vk Vm bkm coskm (7.32)
Pmk = Vm gkm − Vk Vm gkm coskm + Vk Vm bkm senkm
2
(7.33)
Qmk = − Vm bkm + Vk Vm gkm senkm + Vk Vm bkm coskm
2
(7.34)
perdas perdas
Logo, as perdas de potência ativa Pkm e reativa Qkm nos ramos podem ser obtidas com os cálculos:
Pkmperdas = Pkm + Pmk = (Vk2 + Vm2 ) gkm − 2Vk Vm gkm coskm (7.35)
Q = Qkm + Qmk = − (V + V ) bkm + 2Vk Vm bkm coskm
perdas
km k
2 2
m (7.36)
Porém, como os ramos de redes de distribuição se resumem a elementos série, pode-se também obter as
injeções líquidas de potência ativa Pk e reativa Qk para a barra fonte com o simples somatório dos fluxos de
potência ativa e reativa, respectivamente, dos ramos que tem a barra fonte como um de seus terminais, tal que:
Pk =  Pkm (7.37)
m  k

Qk = Q
m  k
km (7.38)
Caso a escolha do método para a solução do PFC de redes de distribuição seja o MSI ou o método direct
load flow, que baseiam-se em uma formulação com constantes e variáveis no domínio dos números complexos,
pode-se obter a matriz admitância da rede por: [Yˆ ] = [G ] + j [ B] , tal que a injeção líquida de potência complexa
para uma barra genérica k da rede pode ser obtida com base no equacionamento visto no item 5.2, ou seja:
( ) ( ) ( )
  
Iˆ = Yˆ Eˆ +
k kk k 
Yˆ Eˆ =
m  k
km m 
Yˆ Eˆ  Sˆ = Eˆ Iˆ = Eˆ Yˆ Eˆ + Eˆ
mK
km m k k k Yˆ Eˆ
k = Eˆ
kk k Yˆ Eˆ k
m  k
km m k
mK
km m

onde as injeções líquidas de potência ativa Pk e reativa Qk para a barra fonte podem ser determinadas por:
   
( ) ( ) ( )

Pk = Re  Eˆ k Yˆkk Eˆ k + Eˆ k Yˆkm Eˆ m  ou Pk = Re  Eˆ k Yˆkm Eˆ m  (7.39)
   
 m  k   mK 
   
( ) ( ) ( )

Qk = Im  Eˆ k Yˆkk Eˆ k + Eˆ k Yˆkm Eˆ m  ou Qk = Im  Eˆ k Yˆkm Eˆ m  (7.40)
   mK 
 m  k   
Os fluxos de potência podem também ser obtidos com cálculos no domínio complexo. Considerando-se
bkm = 0, akm = 1 e km = 0 de redes de distribuição e que: yˆkm = zˆkm
sh −1
, tem-se que a corrente Iˆkm no sentido k para
m de um ramo k-m (equação (4.13)) e a corrente Iˆ no sentido m para k (equação (4.14)) se resumem a:
mk

( ) = Eˆ ((Eˆ − Eˆ ) zˆ )
 
• Iˆkm = ( Eˆ k − Eˆ m ) yˆkm = ( Eˆ k − Eˆ m ) zˆ −1
km  Sˆkm = Eˆ k Iˆkm
*
= Eˆ k ( Eˆ k − Eˆ m ) yˆkm k k m
−1
km

= Eˆ ( ( Eˆ ) = Eˆ ((Eˆ − Eˆ ) zˆ )
 
• Iˆmk = ( Eˆ m − Eˆ k ) yˆkm = ( Eˆ m − Eˆ k ) zˆkm
−1
 Sˆmk = Eˆ m Iˆmk
*
m m − Eˆ k ) yˆkm m m k
−1
km

tal que os fluxos de potência ativa Pkm e reativa Qkm no sentido k para m do ramo k-m podem ser obtidos por:

(( ) )
Pkm = Re  Eˆ k Eˆ k − Eˆ m yˆkm  ou Pkm = Re  Eˆ k Eˆ k − Eˆ m zˆkm 
(( ) )
 
−1
 (7.41)
   

(( ) )
Qkm = Im  Eˆ k Eˆ k − Eˆ m yˆkm  ou Qkm = Im  Eˆ k Eˆ k − Eˆ m zˆkm 
(( ) )
 
−1
 (7.42)
   
e os fluxos de potência ativa Pmk e reativa Qmk no sentido m para k do ramo k-m podem ser obtidos por:

(( ) )
Pmk = Re  Eˆ m Eˆ m − Eˆ k yˆkm  ou Pmk = Re  Eˆ m Eˆ m − Eˆ k zˆkm 
(( ) )
 
−1
 (7.43)
   

(( ) )
Qmk = Im  Eˆ m Eˆ m − Eˆ k yˆkm  ou Qmk = Im  Eˆ m Eˆ m − Eˆ k zˆkm 
(( ) )
 
−1
 (7.44)
   
Como forma de aprendizagem deste equacionamento, a resolução do subsistema 2 do problema do fluxo
de carga para uma rede de distribuição fictícia é também abordada no Apêndice B deste material didático.
Como mencionado, as adequações na formulação do MSP para contemplar elementos shunts de rede são
abordadas no Anexo G, tal que os cálculos para o subsistema 2 são também reformulados neste anexo.

36
ANEXO A: REPRESENTAÇÃO POR UNIDADE EM REDES ELÉTRICAS

Os assuntos vistos a seguir abordam alguns aspectos do conceito representação por unidade abordado no
item 2.3, tais como a razão para sua aplicação e alguns dos formatos de dados conhecidos da literatura técnica.

A.1) A COMPLICAÇÃO DO TRANSFORMADOR EM REDES ELÉTRICAS

A Figura A.1-a mostra o circuito equivalente (modelo) por fase de transformadores (aqui mostrado o tipo
mais comum, de dois enrolamentos por fase) em sua forma mais geral, constituído pelos seguintes elementos:
• Impedâncias série ẑ1 = r1 + jx1 e ẑ2 = r2 + jx2 , em que as resistências r1 e r2 modelam os efeitos ohmicos dos
enrolamentos primário e secundário de um transformador, respectivamente, e as reatâncias x1 e x2 modelam a
dispersão do fluxo magnético nos enrolamentos primário e secundário do transformador, respectivamente.
• Ramo paralelo formado por uma resistência rf referente às perdas no núcleo (histerese e correntes parasitas) e
uma reatância xm de magnetização do núcleo, que modelam a chamada impedância a vazio do transformador.
• Transformador ideal (perdas nulas e acoplamento magnético perfeito) com relação de transformação:
N1 V
= 1 (A.1)
N2 V2
Para os cálculos de circuitos elétricos com transformadores, a impedância série ẑ 2 é geralmente refletida
(também chamada referida) no primário por uma impedância ẑ 2 com base na relação conhecida da literatura:
2 2
N  V 
zˆ2 = zˆ2  1  = zˆ2  1  (A.2)
 N2   V2 
o que é mostrado Figura A.1-b. Além disso, a impedância a vazio pode ser desprezada, visto que seus valores
são usualmente bem superiores aos das impedâncias série, o que resulta no esquema da Figura A.1-c. Por fim, o
modelo do transformador pode ser resumir ao transformador ideal em série com uma impedância equivalente
zˆeq = zˆ1 + zˆ2 , chamada impedância de curto-circuito do transformador, resultando no esquema da Figura A.1-d.
Com base na relação dada pela equação (A.2), observa-se que a impedância zˆeq de curto-circuito pode
 determinada pela relação:
ser também refletida no secundário do transformador ideal por uma impedância zˆeq
2
V 
 = zˆeq  2 
zˆeq (A.3)
 V1 

ẑ1 transformador ideal ẑ 2 ẑ1 ẑ 2 ẑ1 ẑ 2 zˆeq

rf jxm V1 V2 rf jxm

N1 : N2 V1 : V2 V1 : V2 V1 : V2
(a) (b) (c) (d)
Figura A.1: Modelo esquemático do transformador e modelo simplificado.

Contudo, mesmo com estas simplicações, a presença do transformador ideal dificulta o equacionamento
de uma rede elétrica, no sentido de que, para efetuar os cálculos de tensões e correntes, é necessário referenciar
os valores de impedância do secundário para o primário do transformador, e vice-versa, o que impossibilita a
montagem da matriz admitância nodal da rede e, por conseguinte, sua solução com o modelo básico do PFC.
Como mencionado no item 2.3, para contornar esta complicação, geralmente procede-se uma mudança
de unidade das 4 grandezas fundamentais de circuitos elétricos (tensão, corrente, potência e impedância), com a
normalização destas a uma mesma base de valores por meio da técnica de análise matemática representação por
unidade (pu). A respresentação pu de sistemas elétricos reside em escolher valores de base adequados para duas
das grandezas fundamentais, normalmente uma potência aparente adotada para todo o sistema e uma tensão de
base adotada para cada região de tensão de linha determinada pelos transformadores presentes na rede.
Para auxíliar na comprovação da simplificação proveniente da representação pu, seja uma rede elétrica
qualquer em que se encontra o transformador apresentado na Figura A.2-a. Adotando-se uma mesma potência
aparente Sbase para toda a rede, uma tensão de Vbase,1 correspondente ao valor nominal V1 da tensão na região do
primário e uma tensão de Vbase,2 correspondente ao valor nominal V2 na região do secundário do transformador
então, com base na equação (2.2), tem-se que a impedância de base em cada partição do sistema é dada por:
37
2 2
Vbase V12 Vbase V22
Zbase ,1 = = Zbase ,2 = =
,1 ,2
(região do primário) ; (região do secundário)
Sbase Sbase Sbase Sbase
tal que, baseado na equação (2.6), a impedância de curto-circuito zˆeqpu do transformador em pu é calculada por:
zˆeq Sbase
zˆeqpu = = zˆeq (1)
Z base ,1 V12
o que resulta no equema do transformador em pu apresentado na Figura A.2-b.
Caso a impedância de curto-circuito do transformador fosse referida ao secundário do transformador por
uma impedância zˆeq definida pela equação (A.3) então, com base novamente na equação (2.6), tem-se que o
 pu da impedância de curto-circuito refletida no secundário (Figura A.2-c) será determinada por:
valor em pu zˆeq

2
zˆeq V  S
2
V  S S
 = zˆeq  2 
ˆzeq  zˆeq  pu =  base
= zˆeq 2
= zˆeq  2  base 2
= zˆeq base (2)
 V1  Z base , 2 V2  V1  V2 V12
Como os resultados (1) e (2) são os mesmos, tal que: zˆeqpu = zˆeq pu , conclui-se que a representação de redes
elétricas em por unidade possibilita converter impedâncias no lado primário ou secundário de um transformador
para o mesmo valor em pu. Este resultado indica então que a relação de transformação do transformador ideal
se tornou 1:1 (Figura A.2-d), tal que o mesmo pode ser omitido e o modelo do transformador se reduz apenas à
impedância de curto-circuito em pu (Figura A.2-e). Este fato demonstra a vantagem da representação pu para
cálculos de rede com vários níveis de tensão, pois possibilita ignorar a presença dos transformadores da rede.
zˆeq zˆeqpu  pu
zˆeq zˆeqpu zˆeqpu

Sbase Sbase
Vbase ,1 = V1 Vbase , 2 = V2

V1 : V2 V1 : V2 V1 : V2 1:1
(a) (b) (c) (d) (e)
Figura A.2: Consequência da representação por unidade em sistemas elétricos com transformadores.

Assim, um procedimento geral de definição dos valores de base para a representação pu de um sistema
elétrico em estudo com vários níveis de tensão diponibilizados por transformadores, pode ser resumido por:
a) Definir um valor de potência de base Sbase conveniente para toda a rede. Normalmente escolhe-se um valor
condizente com os níveis de geração e carga presentes na rede, de modo a evitar mal condicionamento das
demais grandezas da rede em pu, que pode dificultar a solução do PFC pelos métodos iterativos de solução.
b) Identificar as diferentes regiões de tensão da rede e definir inicialmente uma tensão de base Vbase A (tensão de
linha) para uma região A qualquer da rede (Figura A.3). Este valor de tensão de base é exportado para uma
região B vizinha (Figura A.3), através da relação nominal de transformação do transformador, tal que:
Vbase A V V
= A  Vbase B = B Vbase A
Vbase B VB VA
Este processo é então repetido para as demais regiões com tensões delimitadas pelos transformadores da
rede. Contudo, observa-se que, se for adotado Vbase A = VA , então Vbase B = VB , tal que cada região do sistema
em estudo terá uma tensão de base correspondente ao próprio valor nominal da tensão de linha da região.
Sbase Sbase
Vbase A conhecida Vbase B = ?
região A região B
VA : VB
Figura A.3: Ramo com transformador e exportação da tensão de base.

c) Calcular as bases de impedância e corrente para cada região a partir das bases de potência e tensão. Caso os
dados de impedância estejam em outra base, adaptar estes dados com a mudança de base (item A.4).
Por fim, com os resultados finais dos cálculos do problema do fluxo de carga de um sistema elétrico com
o emprego da representação pu, tem-se que qualquer resultado Uˆ pu pode então ser convertido novamente para
a sua unidade de medida original Uˆ original por meio de sua base U base , com a aplicação da simples relação:
Uˆ original = Uˆ pu  U base (A.4)

38
A.2) O FORMATO PECO

Na prática, os dados de sistemas elétricos são formatados em bases próprias e uma representação bastante
comum no meio acadêmico é conhecida como formato PECO (Pennsylvania Energy Company), que especifica
uma potência de base Sbase apenas (não utiliza Vbase e, portanto, Zbase) e cujos dados são descritos a seguir:
• Dados de módulos de tensões de barra fornecidos diretamente em pu (incógnitas são inicializadas com 1 pu).
• Dados de potências em unidades originais: ativa gerada PkG e consumida PkC em MW (ou kW), e reativa gerada
QkG e consumida QkC em Mvar (ou kvar), tal que as injeções líquidas de potência de barra em pu são dadas por:
PkG − PkC
Pkpu = (A.5)
Sbase
QkG − QkC
Qkpu = (A.6)
Sbase
• Dados de susceptância shunt de barra bksh em termos de potência nominal Qksh (Mvar ou kvar) para a tensão
nominal de uma barra k. Com base na equação (3.7) e considerando que Vk = 1,0 pu (tensão nominal), tem-se:
Q sh Q sh , pu Q sh Q sh
bksh = k2  bksh , pu = kpu 2 , onde: Vkpu = 1 pu e Qksh , pu = k   bksh , pu = k (A.7)
Vk (Vk ) Sbase Sbase
• Dados de resistência rkm e reatância xkm série de um ramo k-m fornecidos em valores percentuais (%), tal que a
condutância gkm (equação (4.3)) e susceptância bkm (equação (4.4)) em valor pu são determinadas por:
rkm / 100 100 r
pu
g km =   g kmpu
= 2 km2 (A.8)
(rkm / 100) + ( xkm / 100)
2 2
rkm + xkm
− (rkm / 100) − 100 rkm
pu
bkm =   bkmpu
= 2 (A.9)
(rkm / 100) + ( xkm / 100)
2 2
rkm + xkm
2

• Dados de susceptância shunt total bkm


sh,T sh
de linhas de transmissão em termos de potência Qkm (Mvar ou kvar)
sh
para a tensão nominal de um ramo k-m. Similar à equação (A.7) e visto que bkm = bkm
sh,T
2 , tem-se que:
sh , T sh , T , pu
bkm bkm Q sh sh
Qkm
sh
bkm =  sh , pu
bkm = sh , T , pu
, onde: bkm = km   bkm
sh , pu
= (A.10)
2 2 Sbase 2 Sbase

A.3) DADOS DE LINHAS POR UNIDADE DE COMPRIMENTO

Os dados de linhas de transmissão ou distribuição podem ser fornecidos por comprimento (usualmente
em /km), obtidos de estruturas de redes padronizadas. Neste caso, supondo ℓkm como o comprimento da linha
em certo ramo k-m, tem-se que a resistência série rkm e reatância série xkm do ramo em pu são determinados por:
r
rkmpu = km km (A.11)
Z base
x
pu
xkm = km km (A.12)
Zbase
onde a impedância de base é determinada considerando as bases de potência e tensão da região delimitada pelos
transformadores da rede elétrica onde se encontra a linha de transmissão ou distribuição.

A.4) MUDANÇA DE BASE

Máquinas elétricas presentes em sistemas elétricos (geradores, transformadores, etc.), apresentam valores
característicos de impedância geralmente fornecidos em percentuais (R% e X%) referidos às próprias bases da
máquina, que residem nos dados nominais de potência e tensão da máquina, tal que a obtenção destes dados em
pu consiste na simples divisão por 100 dos valores fornecidos. Porém, visto que todos os dados de um sistema
elétrico em estudo devem ser normalizados em relação aos mesmos valores de base para se realizar cálculos do
PFC da rede em pu então, na eventualidade de os valores de impedância de um componente do sistema sejam
conhecidos em relação a uma determinada base e os cálculos do PFC da rede serão realizados em outra base, é
necessária a mudança dos dados do componente para os valores de base escolhidos para a rede elétrica.
Como demonstração do cálculo para a realização de mudança de base, seja uma dada impedância zˆ(o) pu
em
pu fornecida inicialmente em relação a uma determinada base {Sbase (o) , Vbase (o)}, tal que é necessário converter
esta impedância também em pu para uma nova base {Sbase (1) , Vbase (1)} escolhida para a formulação do PFC.

39
Logo, segundo a equação (2.2), a base de impedância Zbase (o) na base inicial {Sbase (o) , Vbase (o)} é dada por:
Zbase (o) = Vbase
2
ˆ(o)
(o) / Sbase (o) , tal que z
pu
pode ser convertida ao valor original ẑ em  com base na equação A.4:
2
Vbase
zˆ = zˆ(o) Z base (o) = zˆ(o) ( )
pu pu (o)
(1)
Sbase (o)
Similarmente, para a nova base {Sbase (1) , Vbase (1)} escolhida, tem-se que a impedância de base é dada por:
Zbase (1) = Vbase
2
(1) / Sbase (1) . Assim, utilizando o resultado (1), tem-se que mudança de base da impedância inicial

zˆ(o)
pu
em pu para a impedância zˆ(1)
pu
em pu na nova base é obtida normalizando-se seu valor, o que resulta:
2
zˆ Sbase (1) Vbase Sbase (1)
= = zˆ = zˆ(o)
(o)
zˆ(1)
pu
2
, com o resultado (1): zˆ(1)
pu pu
 2
Z base (1) Vbase (1) Sbase (o) Vbase (1)
2
 Sbase (1)  Vbase (o)
zˆ(1)
pu
= zˆ(o)
pu
  (A.13)
 Sbase (o)  Vbase (1)
O exercício a seguir será utilizado para ilustrar o conceito de mudança de base de impedâncias de rede.

Exercício: Seja o esquema unifilar de rede elétrica mostrado na figura dada a seguir, onde as informações das
máquinas (gerador e transformador) referem-se aos chamados dados de placa (potência e tensão nominais, bem
como a chamada reatância de sequência positiva). Adotar 10 MVA como potência de base para todo o sistema e
converter os dados de impedâncias em cada região delimitada pelo transformador da rede elétrica.

1 2 3
TR
LT
20 MVA 25 MVA xLT = 1,5 Ω/km
10 kV 10/138 kV ℓLT = 80 km
xG = 15 % xTR = 10 %

Região (1) Região (2)


Sbase (1) = 10 MVA Sbase (2) = 10 MVA
Vbase (1) = 10 kV Vbase (2) = 138 kV
1 2 3
TR
LT
xLT = 1,5 Ω/km
Sbase (o) = 20 MVA Sbase (o) = 25 MVA ℓLT = 80 km
Vbase (o) = 10 kV Vbase (o) = 10 kV na região (1)
xGpu(o) = 0,15 pu Vbase (o) = 138 kV na região (2)
pu
xTR (o) = 0,1 pu

2 2
Sbase (1)  Vbase (o)  10  106  10  103 
• Gerador: x pu
= x pu
  = 0,15   = 0,075 pu
Sbase (o)  Vbase (1)
G G (o)
 20  106  10  103 

• Transformador TR:
2 2
Sbase (1)  Vbase (o)  10  106  10  103 
- Se utilizada a base da região (1): x pu
= xpu
  = 0,1   = 0,04 pu
Sbase (o)  Vbase (1)
TR TR (o)
 25  106  10  103 
2 2
Sbase (2)  Vbase (o)  10  106  138  103 
- Se utilizada a base da região (2): x pu
=x pu
  = 0,1   = 0,04 pu
Sbase (o)  Vbase (2)
TR TR (o)
 25  106  138  103 

• Linha de transmissão LT: com base nas equações (2.2) e (A.12), tem-se então que:

(138  103 )
2 2
Vbase xLT LT 1,5  80
Z base (2) = = = 1904, 4   = = = 0,063 pu
(2) pu
6
xLT
Sbase (2) 10  10 Z base (2) 1904, 4

40
ANEXO B: MODELO DE CARGA ZIP E ADEQUAÇÕES

Como visto, a modelagem clássica do problema do fluxo de carga considera os dados de carga ativa PkC e
reativa QkC em uma uma barra genérica k do sistema em estudo como independentes do módulo Vk da tensão da
barra, tal que as cargas são modeladas por valores de potências constantes. Contudo, esta abordagem pode não
condizer com o comportamento real de diversos tipos de carga presentes em um sistema elétrico, visto que esta
consideração é correta somente se as magnitudes das tensões nodais permanecerem iguais aos seus respectivos
valores nominais. Assim, na necessidade de uma abordagem mais abrangente do comportamento das cargas de
rede, pode-se empregar o chamado modelo ZIP para a representação de cargas dependentes da tensão de barra.

B.1) MODELO DE CARGA ZIP

Em sua formulação mais geral, o modelo ZIP é baseado em valores de referência de tensão e de potência
para modelar até três parcelas definidas como potência constante, corrente constante e impedância constante, tal
que a representação de cargas ativa PkC e reativa QkC em uma barra genérica k de rede por ZIP são definidas por:
 Vk  Vk   ref
2

PkC =  akp + bkp ref + ckp  ref   Pk (B.1)



 Vk  Vk  
 q q Vk q  Vk 
2

Qk =  ak + bk ref + ck  ref   Qkref
C
(B.2)
 
 Vk  Vk  
onde Vkref , Pkref
e Qkref são os valores adotados para referência de tensão e potências da barra k, respectivamente,
e os termos akp , bkp , ckp , akq , bkq e ckq consistem de parâmetros adimensionais que constituem-se nos pesos de
importância conferidos a cada parcela do tipo de carga da barra k contemplado no modelo ZIP, descritos como:
• akp , akq : pesos das parcelas de cargas ativa e reativa, respectivamente, modeladas como potência constante.
• bkp , bkq : pesos das parcelas de cargas ativa e reativa, respectivamente, modeladas como corrente constante.
• ckp , ckq : pesos das parcelas de cargas ativa e reativa, respectivamente, modeladas como impedância constante.
• akp , bkp , ckp  [0,1], tal que: akp + bkp + ckp = 1,0
• akq , bkq e ckq  [0,1], tal que: akq + bkq + ckq = 1,0
Como o valor de referência de tensão geralmente adotado reside na tensão nominal e de base do trecho
de rede onde a barra se encontra, tem-se neste caso que Vkref = 1,0 pu e as equações (B.1) e (B.2) se resumem a:
PkC = ( akp + bkp Vk + ckp Vk2 ) Pk ref (B.3)
QkC = ( akq + bkq Vk + ckq Vk2 ) Qkref (B.4)

B.2) REDEFINIÇÃO DAS EQUAÇÕES DE INJEÇÕES LÍQUIDAS DE POTÊNCIA

Considerando a representação de cargas por modelo ZIP, tem-se em consequência que a modelagem de
geração e carga por contribuição líquida de potência (geração − carga) à rede é dependente das magnitudes das
tensões de barra, tal que não são mais constantes do problema do fluxo de carga. Desse modo, a injeção líquida
de potência ativa Pk em uma barra genérica k do sistema elétrico em estudo necessita ser reformulada por:
Pk = PkG − PkC = PkG − ( akp + bkp Vk + ckp Vk2 ) Pk ref (B.5)
e a injeção líquida de potência reativa Qk na barra genérica k necessita também ser reformulada por:
Qk = QkG − QkC = QkG − ( akq + bkq Vk + ckq Vk2 ) Qkref (B.6)
Com a adequação na definição das injeções líquidas de potência em função das tensões de barra, tem-se
que a formulação do PFC e sua solução devem também sofrer adequações para contemplar o modelo ZIP.

B.3) REDEFINIÇÃO DAS EQUAÇÕES BÁSICAS DO PROBLEMA DO FLUXO DE CARGA

Conforme visto no item 5.2, o balanço de potências nas barras do sistema define que as injeções líquidas
de potência de barra correspondem à somatória dos fluxos de potência de ramos. Logo, com as adequações nas
equações das injeções líquidas de potência de barra da rede com cargas representadas por modelo ZIP, tem-se
também em conseqüência que as equações básicas do problema do fluxo de carga são re-formuladas por:
41
Pk = PkG − ( akp + bkp Vk + ckp Vk2 ) Pk ref = Vk2 Gkk + Vk  V (G cos km + Bkm sen km )
m km (B.7)
m  k

Qk = QkG − ( akq + bkq Vk + ckq Vk2 ) Qkref = − Vk2 Bkk + Vk  V (G sen km − Bkm cos km )
m km (B.8)
m  k

B.4) REFORMULAÇÃO DO SUBSISTEMA 1

Como base nas equações de balanço de potências ativa e reativa de barra definidas pelas equações (B.7) e
(B.8), respectivamente, observa-se então que, tanto a parte à esquerda quanto à direita, são agora dependentes
das tensões de barra. Para efeito didático, porém, pode-se renomear as parcela à esquerda como ‘especificado’ e
à direita como ‘calculado’, de modo a manter as denominações da formulação clássica do PFC e definir que:
PkG − ( akp + bkp Vk + ckp Vk2 ) Pk ref = Vk2 Gkk + Vk  V (G m km cos km + Bkm sen km )  Pkesp = Pkcalc
m  k
especificado
calculado
Q − ( a + b Vk + c V
G
k
q
k
q
k
q
k k
2
)Q k
ref
= − V Bkk + Vk
k
2
 V (G m km sen km − Bkm cos  km )  Qkesp = Qkcalc
m  k
especificado
calculado
tal que as equações de potências ativa Pkesp e reativa Qkesp com a denominação ‘especificado’ são redefinidas por:
Pkesp = PkG − ( akp + bkp Vk + ckp Vk2 ) Pk ref (B.9)
Qesp
k = Q − ( a + b Vk + c V
G
k
q
k
q
k
q
k k
2
)Q k
ref
(B.10)
e as equações de potências ativa P e reativa Q com a denominação ‘calculado’ são mantidas nas mesmas
k
calc calc
k
definições anteriormente descritas pelas equações (5.23) e (5.24), respectivamente, e re-escritas a seguir:
Pkcalc = Vk2 Gkk + Vk 
Vm ( Gkm cos km + Bkm sen km )
m  k

Qkcalc = − Vk2 Bkk + Vk  V (G


m  k
m km sen km − Bkm cos  km )

Assim, tem-se que as funções de resíduo de potência ativa Pk = Pkesp − Pkcalc e reativa Qk = Qkesp − Qkcalc
do subsistema 1 do problema do fluxo de carga são agora re-definidas considerando o modelo de carga ZIP por:
Pk = Pkesp − Pkcalc = PkG − ( akp + bkp Vk + ckp Vk2 ) Pk ref − Vk2 Gkk − Vk 
Vm ( Gkm cos km + Bkm senkm ) = 0
(B.11)
m  k

Qk = Qkesp − Qkcalc = QkG − ( akq + bkq Vk + ckq Vk2 ) Qkref + Vk2 Bkk − Vk  V (G sen km − Bkm cos  km ) = 0
m km (B.12)
m  k

Igualmente à formulação clássica, calculando-se Pk para NPQ + NPV barras e Qk para NPQ barras
da rede elétrica em estudo, pode-se então definir os vetores de potências de barra especificadas Pesp e Q esp , e
os vetores de potências de barra calculadas Pcalc e Qcalc , tal que o conjunto de vetores de resíduos P e Q
definem as equações matriciais básicas do PFC a serem resolvidas no subsistema 1, expressos então por:
Para NPQ + NPV barras: P = Pesp − Pcalc = 0 (B.13)
Para NPQ barras: Q = Qesp − Qcalc = 0 (B.14)
Logo, visto que a magnitude das tensões de barra é recalculada em cada iteração dos métodos de solução
do subsistema 1 do PFC, tem-se em conseqüência que as potências ativa e reativa especificadas para cada barra
da rede elétrica em estudo devem ser também recalculadas a cada iteração, o que acarreta em certas alterações
na definição das equações dos elementos das submatrizes da matriz Jacobiana do método de Newton-Raphson.

B.5) REFORMULAÇÃO DO SUBSISTEMA 2

Como visto anteriormente, a solução do subsistema 2 reside em obter as incógnitas ainda desconhecidas
do sistema elétrico em estudo com base no estado das tensões de barra obtidas no subsistema 1, o que consiste
no cálculo da injeção líquida de potência ativa Pk para a barra V e da injeção líquida de potência reativa Qk
para NPV barras e para a barra V, bem como outras incógnitas de interesse da rede, tais como fluxos e perdas
de potência ativa e reativa de ramos, e potências consumidas nos elementos shunts de barra. Neste caso, como
estas incógnitas não são matematicamente relacionadas com o modelo de carga ZIP, a obtenção das incógnitas
do subsistema 2 do problema do fluxo de carga segue as mesmas formulações sumarizadas no item 5.4.2.

42
Porém, como a injeção líquida de potência ativa Pk e reativa Qk para barras com cargas representadas por
modelo ZIP precisam neste caso ser calculadas, estas se tornam também incógnitas do subsistema 2, tal que:
• Injeção líquida de potência ativa Pk para barras PQ e PV com carga por modelo ZIP: equação (B.5) ou (5.19).
• Injeção líquida de potência reativa Qk para barras PQ com carga por modelo ZIP: equação (B.6) ou (5.20).

B.6) MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON COM MODELO DE CARGA ZIP

Visto que que as parcelas especificadas com cargas representadas por modelo ZIP também dependem da
módulo das tensões de barra, tem-se que a derivada parcial dos vetores de potências ativa P esp e reativa Qesp em
relação à variável ângulo ainda apresenta valor nulo, mas a derivada parcial em relação à variável módulo de
tensão necessita ser considerada neste caso. Assim, com base nos vetores de resíduos P e Q , tem-se que os
cálculos de alguns elementos da matriz jacobiana do método de Newton-Raphson são alterados, visto a seguir:
 P P   ( P esp − P calc ) ( P esp − P calc )   P esp P calc P esp P calc 
     − − 
V    V        V V 
J  =   = =
 Q Q    (Qesp − Qcalc )  (Q esp − Q calc )   Q esp Q calc Q esp Q calc 
     − − 
  V  
  V 
      V  V 
 P calc
P esp
P   P
calc calc
P esp
P 
calc

0 − −  − − 
  V V    V V 
J  = =
 Qcalc Qesp Q calc   Q calc Q esp Q calc 
0 − −  − − 
  V V    V V 
 P calc  P calc P esp    P calc P calc P esp 
− − −   − 
   V V     V V  [ H ] [ N ]
J  =  esp 
= −  calc esp  = −  
 Q Q   Q Q Q
 − Q
calc calc calc
  [ M ] [ L] 
− −  −
   V V     V V 
 
onde observa-se que as equações de cálculo dos elementos das submatrizes [H] e [M] permanecem inalteradas,
porém o cálculo dos elementos das submatrizes [N] e [L] devem ser re-definidos, respectivamente, por:
P calc P esp
[N ] = −
V V
Q calc Q esp
[ L] = −
V V
tal que estas submatrizes necessitam de adequação em suas definições originais para considerar ambas as partes
‘calculada’ e ‘especificada’ como dependentes do módulo do estado das tensões nodais.
Para o cálculo dos elementos fora da diagonal principal das submatrizes [N] e [L], tem-se ainda que:

• N km = k
P calc P esp
− k = k
P calc

(
 PkG − ( akp + bkp Vk + ckp Vk2 ) Pk ref )
Vm Vm Vm Vm

N km =
Pkcalc  PG

−  k

(
 ( akp + bkp Vk + ckp Vk2 ) Pkref )  = Pkcalc P calc
− ( 0 − 0) = k
Vm 
 Vm Vm  Vm Vm

• Lkm =
Qkcalc

Qkesp
=
Qkcalc

(
 QkG − ( akq + bkq Vk + ckq Vk2 ) Qkref )
Vm Vm Vm Vm

Lkm =
Qkcalc  QkG
− −
(
 ( akq + bkq Vk + ckq Vk2 ) Qkref 
 =
)
Qkcalc
− ( 0 − 0 ) =
Qkcalc
Vm 
 Vm Vm  Vm Vm
tal que, conforme relatado na literatura técnica, as definições originais dos elementos fora da diagonal principal
das submatrizes [N] e [L] também não são alteradas com a consideração do modelo de carga ZIP.
Porém, para o cálculo dos elementos da diagonal principal, visto que o componente Nkk da submatriz [N]
e o componente Lkk da submatriz [L] são definidos como função da derivada em relação ao módulo de tensão Vk
da barra k, tem-se as equações para estes componentes da jacobiana são os únicos que sofrem alterações em sua
formulação com a aplicação do modelo de carga ZIP, onde os elementos Nkk e Lkk são agora re-definidos por:

43
• N kk =
Pkcalc

Pkesp
=
Pkcalc

(
 PkG − ( akp + bkp Vk + ckp Vk2 ) Pkref )
Vk Vk Vk Vk

N kk =
Pkcalc  PG
−  k −
(
 ( akp + bkp Vk + ckp Vk2 ) Pkref  )
 = k
P calc
(
− 0 − ( bkp + 2 ckp Vk ) Pkref )
Vk 
 Vk Vk  Vk
P calc
 N kk = k + ( bkp + 2 ckp Vk ) Pkref
Vk
tal que, aplicando-se a formulação original para Nkk dada pela equação compacta (6.14), tem-se por fim que:
P calc + Vk2 Gkk
N kk = k + ( bkp + 2 ckp Vk ) Pk ref (B.15)
Vk

• Lkk =
Qkcalc

Qkesp
=
Qkcalc

(
 QkG − ( akq + bkq Vk + ckq Vk2 ) Qkref )
Vk Vk Vk Vk

Lkk =
Qkcalc  QkG
−  −
( )
 ( akq + bkq Vk + ckq Vk2 ) Qkref 
 =
Qkcalc
(
− 0 − ( bkq + 2 ckq Vk ) Qkref )
Vk 
 Vk Vk  Vk
Qkcalc
 Lkk = + ( bkq + 2 ckq Vk ) Qkref
Vk
tal que, aplicando-se a formulação original para Lkk dada pela equação compacta (6.16), tem-se por fim que:
Q calc − Vk2 Bkk
Lkk = k + ( bkq + 2 ckq Vk ) Qkref (B.16)
Vk
Assim, com base no algoritmo iterativo do método de Newton-Raphson para o cálculo do subsistema 1
do PFC descrito no item 6.2, tem-se que o processo deve agora ser generalizado nas seguintes etapas:
➢ Passo 1 (iteração i = 0): ler e normalizar os dados da rede elétrica em estudo. Adotar o flat-start (V (0) = 1 pu
e  (0) = 0 rad) para inicializar o vetor de variáveis [ |V ]T. Calcular a matriz condutância [G] com base nas
equações (5.8) a (5.11) e a matriz susceptância [B] com base nas equações (5.12) a (5.15).
➢ Passo 2 (iteração i): com base nos vetores de estado das tensões de barra atual V (i) e  (i) obtidos na iteração
anterior, calcular os vetores Pesp, (i ) e Qesp,(i ) com as equações (B.7) e (B.8), respectivamente, e os vetores
Pcalc, (i ) e Qcalc,(i ) com as equações (5.23) e (5.24), respectivamente. A seguir, montar o vetor de equações
[ P(i ) | Q(i ) ]T com o cálculo dos vetores P(i ) = Pesp, (i ) − Pcalc, (i ) e Q(i ) = Qesp, (i ) − Qcalc,(i ) .
➢ Passo 3 (iteração i): testar convergência com o erro  adotado: se max| [ P(i ) | Q(i ) ]T |   , adotar V (i ) e  (i )
para solução do susbsistema 1, finalizar e resolver o subsistema 2; se max|[ P(i ) | Q(i ) ]T| > , ir ao passo 4.
➢ Passo 4 (iteração i): calcular os elementos a matriz jacobiana  J (i )  com as equações clássicas vistas no item
(6.2), e os elementos Nkk e Lkk, com as novas equações (B.9) e (B.10), respectivamente, obtidas acima.
➢ Passo 5 (iteração i): fazer i = i + 1 e obter a nova estimativa [ (i + 1) | V (i + 1)]T para o estado das tensões de
barra da rede elétrica em estudo, com o cálculo da equação matricial definida por (6.4). Voltar ao passo 2.
Por fim, deve-se alertar que a abordagem do modelo ZIP em Monticelli, 1983, páginas 123-124, indica
que as parcelas referentes ao modelo ZIP são subtraídas das equações originais dos elementos Nkk e Lkk , mas o
equacionamento destes elementos visto acima (equações (B.15) e B(16)) indica que estas parcelas são somadas
às equações originais, em discordância desta referência bibliográfica. No entanto, a comparação de desempenho
(número de iterações) entre estas duas versões em sistemas testes do IEEE conhecidos da literatura, demonstra
que a modelagem aqui descrita apresenta eficiência superior e prova ser a correta. Neste sentido, o motivo para
a formulação apresentada em Monticelli, 1983, mesmo esta mostrando ser equivocada, também convergir para
a solução, reside no fato do método de Newton-Raphson consistir somente um processo numérico que percorre
um caminho qualquer entre dois pontos (o inicial e a solução), sem exercer alguma influência sobre a solução
obtida, tal que a matriz de sensibilidade entre equações e variáveis (jacobiana) apenas determina o caminho a
ser percorrido entre estes dois pontos. A cada iteração, o vetor de variáveis representa uma aproximação para a
solução, porém o vetor de funções de resíduos é calculado de forma precisa, tal que o critério de convergência é
avaliado de forma exata. Assim, pode-se entender que a formulação dada em Monticelli, 1983, resulta em um
mal-condicionamento para a matriz jacobiana, o que faz o método de Newton-Raphson percorrer um caminho
diferente e mais custoso em número de iterações para a convergência do processo de solução do subsistema 1.

44
ANEXO C: EFEITO CONTROLE DO TRANSFORMADOR DEFASADOR
Como mencionado, o transformador defasador é utilizado para propiciar um certo controle sobre o fluxo
de potência ativa no ramo em que se localiza, por meio da inserção de um defasamento angular entre as tensões
de barras terminais do ramo, tal que o efeito controle dependerá da "força" do restante do sistema em estudo.
Para facilitar o entendimento do efeito controle do defasamento angular propriciado pelo transformador
defasador, o estudo a seguir será baseado, por simplicidade, no método do fluxo de carga linearizado.
Seja o esquema simplificado de um sistema elétrico mostrado na Figura C.1, em que um transformador
tipo defasador puro se encontra em um ramo k-m do sistema e o restante da rede está equivalenciado por uma
eq
impedância j xkm “vista” entre as barras k e m (obtida com a redução da rede por meio da eliminação de todas as
barras, exceto as barras k e m), onde uma carga ativa fixa Pm é atendida na barra m. Por simplicidade, a tensão
na barra k é considerada rígida, no sentido de que o ângulo de fase k é constante, e os módulos de tensão das
barras k e m estão fixados em 1 pu para o estudo do método do fluxo de carga linearizado (Figura C.1).

Pkmeq eq circuito
j xkm equivalente
do sistema
k m
1: 1 km Ppm
p j xkm
Pm
Eˆ k = 1 k Eˆ p = 1  p
Eˆ m = 1 m
Figura C.1: Circuito equivalente de rede para estudo do efeito controle do transformador defasador.
Conforme visto na teoria do método do fluxo de carga linearizado, o cálculo do fluxo de potência ativa
em um ramo genérico k-m de rede pode ser estimado aproximadamente pela equação (6.30), re-escrita a seguir:
  − m
Pkm = km = k
xkm xkm
eq
tal que o fluxo de potência ativa Pkm no circuito equivalente do sistema da Figura C.1 é determinado por:
  −
eq
Pkm = km eq
= k eq m (1)
xkm xkm
e, como p = k + km , tem-se que a abertura angular pm entre o ponto p e a barra m da Figura C.1 é dada por:
pm = p ‒ m = k + km ‒ m . Logo, o fluxo de potência ativa Ppm na reatância xkm da Figura C.1 é obtido por:
 pm k + km − m
Ppm = = (2)
xkm xkm
onde observa-se que, como o ângulo k é fixo, o controle do transformador defasador sobre o fluxo de potência
Ppm dependerá do efeito que o ângulo de desafasamento km causa no ângulo de fase m na barra m.
Visto que as perdas de rede são desconsideradas no método do fluxo de carga linearizado, tem-se que a
eq
carga Pm é atendida pela soma dos fluxos Pkm e Ppm (Figura C.1), tal que, com os resultados (1) e (2), obtém-se:
km  pm k − m k + km − m
Pm = Pkm
eq
+ Ppm = eq
+ = eq
+ = cte (3)
xkm xkm x km xkm
eq
de modo que a soma dos fluxos Ppm e P resulta em uma constante, visto que a carga Pm na barra m é fixa.
km
Analisando-se o resultado (3), pode-se concluir então que a influência do ângulo de defasamento km do
transformador defasador sobre o ângulo de fase m na barra m para o controle do fluxo de potência ativa Ppm
eq
dependerá também do restante do sistema elétrico, pelo fato da soma dos fluxos Ppm e Pkm ser uma constante.
Para a estudo do efeito controle do transformador defasador no fluxo de potência ativa Ppm com base no
esquema da Figura C.1, serão analisados três casos bases, abordados nos itens a seguir (resumo na Tabela C.1):
1) Supondo xkm eq
 xkm , tem-se que: Pkm
eq
 Ppm , tal que: Pm  Ppm , ou seja, a carga Pm é atendida basicamente
pelo fluxo Ppm no ramo do transformador defasador. Desse modo, com base no resultado (3), obtém-se que:
 pm  + km − m
Pm = cte  Pm  Ppm  Ppm  cte  Ppm = = k  cte (4)
xkm xkm
Logo, como Ppm  cte, então: pm  cte, tal que, como k é fixo, qualquer aumento (redução) no ângulo
km é compensado proporcionalmente pelo aumento (redução) do ângulo de fase m , pois observa-se que:
45
 pm  cte  k +  km −  m  cte (5)
e conclui-se que Ppm é pouco sensibilizado pelo ângulo de defasamento km do transformador defasador.
eq
Neste caso, como o fluxo Pkm da rede equivalente é pequeno, pode-se entender que o restante do sistema
eq
é dito fraco, no sentido de que o fluxo Pkm tem pouca influência sobre o ângulo de fase m da barra m, que é
basicamente influenciado pela variação do ângulo de defasamento km do transformador defasador.
Assim, pode-se concluir que o controle do transformador defasador sobre o fluxo de potência ativa em
seu ramo será tanto menor quanto mais fraco for o restante do sistema, visto que, com base no resultado (5),
a variação do ângulo de defasamento km do transformador defasador é compensada pelo ângulo de fase m
da barra m, restando pouco ou nenhum controle do transformador no fluxo de potência ativa em seu ramo.
Para o caso especial em que a rede é radial, tal que: xkmeq
→  , tem-se que: Pkm
eq
= 0  Ppm = Pm . Neste
caso, como a carga Pm é constante, tem-se que Ppm também é constante, tal que o fluxo de potência ativa Ppm
no transformador defasador permanece inalterado para qualquer valor de km . Assim, pelo fato das redes de
distribuição serem tipicamente radiais, tem-se que os transformadores defasadores não são utilizados nestes
sistemas devido à impossibilidade de se obter um controle do fluxo de potência ativa, visto que os fluxos de
potência nos ramos destas redes são determinados unicamente pelas cargas e perdas a jusante do ramo.
2) Supondo xkmeq
 xkm , tem-se que: Pkm
eq
 Ppm , tal que: Pm  Pkm
eq
, ou seja, a carga Pm é atendida basicamente
eq
pelo fluxo Pkm do circuito equivalente do sistema. Desse modo, com base no resultado (3), obtém-se que:
  −
Pm = cte  Pm  Pkm eq
 Pkm eq
 cte  Pkm eq
= kmeq
= k eq m  cte (6)
xkm xkm
Logo, como Pkm eq
 cte , então: km  cte  k − m  cte, tal que, como k é fixo, o ângulo m na barra m
permanece praticamente inalterado, ou seja: m  cte. Neste caso, entende-se que o restante do sistema é dito
forte, no sentido de que o fluxo Pkm eq
“amarra” o ângulo m da barra m, tal que o valor de m é praticamente
fixado pelo restante do sistema e o ângulo km do tranformador defasador basicamente não influencia m .
Nessa situação, como o ângulo k na barra k é fixado e o ângulo m na barra m praticamente não se altera,
então qualquer aumento (redução) no ângulo km do transformador defasador causa proporcionalmente um
aumento (redução) na abertura angular pm e, portanto, no fluxo de potência ativa Ppm , pois observa-se que:
  pm  +  km − m
 km   Ppm = = k (7)
xkm xkm
Com base no resultado (7), observa-se então que o ângulo de defasagem km do transformador defasador
pode exercer neste caso um elevado controle sobre o fluxo de potência ativa no ramo em que se encontra.
Conclui-se então que o efeito controle do transformador defasador sobre o fluxo de potência ativa em seu
ramo será tanto maior quanto mais forte é o restante do sistema, visto que a situação em que o fluxo Ppm no
eq
transformador defasador é pequeno em relação ao fluxo Pkm no circuito equivalente do sistema, resulta em
pouca influência do ângulo de defasagem km do transformador sobre o ângulo m da barra m, porém este
efeito possibilita um maior controle do ângulo de defasagem km sobre fluxo de potência ativa no ramo do
transformador defasador. Com base nestas constatações, pode-se concluir também que o controle do fluxo
de potência ativa propiciado pelo transformador defasador em seu ramo tem pouca influência globalmente
em um sistema elétrico, porém este pode exercer um grande impacto localmente em seu ramo do sistema.
3) Supondo xkmeq
 xkm , então pode-se observar que a carga Pm se resume à equação (3), tal que ambos os fluxos
eq
de potência ativa Pkm no ramo equivalente do sistema e Ppm no tranformador defasador são relevantes para o
atendimento da carga Pm e diz-se que a força do restante do sistema é intermediária. Neste caso, com base
nos casos 1) e 2), tem-se que ambos o ângulo de fase m e a abertura angular pm se alteram de acordo com o
ângulo de defasamento km , o que resulta em um efeito controle intermediário do transformador defasador.

Tabela C.1: Resumo dos casos base do efeito controle do transformador defasador.
Força da rede Ângulos de barra e de abertura angular Controle do fluxo de potência ativa
Fraco Ppm  cte   pm  cte   km   m reduzido
Intermediário km   pm  m  Ppm intermediário
Forte m  cte   km    pm   Ppm elevado

46
ANEXO D: ESTUDOS COMPLEMENTARES DA EQUAÇÃO NODAL

Como complemento aos estudos de redes elétricas, este anexo tem o objetivo de abordar alguns assuntos
e conceitos correlatos à formulação linear de sistemas elétricos de potência baseada na equação nodal de rede.

D.1) ANÁLISE DOS ELEMENTOS DAS MATRIZES ADMITÂNCIA E IMPEDÂNCIA

Conforme visto no item (5.1), o modelo linear de redes elétricas é baseado na equação nodal de rede, que
relaciona o vetor de injeções líquidas de correntes complexas de barra Iˆ com o vetor de tensões complexas de
barra Ê por meio da matriz admitância nodal [Yˆ ] da rede, definida pela equação (5.3) e re-escrita a seguir:
Iˆ = Yˆ  Eˆ
tal que, se conhecidas as injeções líquidas de correntes de barra Iˆ de uma rede elétrica em estudo, o estado das
tensões de barra Ê da rede (incógnitas do sistema) reside no cálculo da equação matricial definida por:

Eˆ = Yˆ  Iˆ =  Zˆ  Iˆ
−1

em que o cálculo [ Zˆ ] = [Yˆ ] −1 resulta na matriz impedância nodal da rede.


Como também visto no item (5.1), a matriz admitância nodal representa a topologia da rede e apresenta
uma formulação básica de montagem simples, em que um elemento Yˆkk da diagonal principal referente a uma
barra k da rede consiste na soma da admitância shunt da barra com todas as admitâncias série e shunts de ramos
que tem a barra k como um de seus terminais, e um componente fora da diagonal Yˆkm se resume na admitância
série de um ramo k-m existente na rede, tal que a matriz admitância caracteriza-se por uma elevada esparsidade.
Como também mencionado, a matriz impedância de barra, porém, apresenta uma montagem trabalhosa, razão
pela qual o equacionamento do problema do fluxo de carga se basear na matriz admitância nodal da rede.
A matriz impedância nodal descreve a topologia da rede elétrica de forma distinta da matriz admitância
nodal, no sentido de que a matriz impedância é completa (todos os elementos são não-nulos), pelo fato do valor
de seus componentes depender de toda a rede e não apenas da vizinhança de uma barra ou entre as barras de um
ramo da rede, tal que a matriz impedância, diferentemente da matriz admitância, não apresenta uma formulação
básica de montagem, razão pela qual a obtenção da matriz impedância nodal ser então bastante trabalhosa.
Assim, a distinção com que as matrizes admitância e impedância representam a rede elétrica implica que
a interpretação dos seus componentes também seja diferente, o que é estudado nos itens a seguir. Como auxílio
na interpretação das matrizes, seja a rede elétrica mostrada na Figura D.1, onde as injeções líquidas de correntes
de barra são representadas por fontes de corrente independentes, tal que a equação nodal da rede é descrita por:
 Iˆ j  Yˆjj Yˆjk Yˆj 0   Eˆ j   Eˆ j   Zˆ jj Zˆ jk Zˆ j Zˆ jm   Iˆ j 
           
 Iˆk  Yˆkj Yˆkk 0 Yˆkm   Eˆ k   Eˆ k   Zˆ kj Zˆ kk Zˆ k Zˆ km   Iˆk 
ˆ  = ˆ     ˆ  = ˆ ˆ ˆ   
I  Y j 0 Y
ˆ Yˆ m   Eˆ  E  Z j Z k Z Zˆ m   Iˆ 
 Iˆ   0 Yˆ  Zˆ ˆ  ˆ 
 m  mk Yˆm Yˆmm   Eˆ m   Eˆ 
 m
ˆ ˆ
 mj Z mk Z m Z mm   I m 

j
Iˆk Eˆ k m

Iˆ j Eˆ j Eˆm Iˆm

Iˆ Ê

Figura D.1: Exemplo de rede para a interpretação dos elementos das matrizes admitância e impedância.

47
D.1.1) INTERPRETAÇÃO DOS ELEMENTOS DA MATRIZ ADMITÂNCIA NODAL

Os elementos da matriz admitância nodal podem ser calculados com base em ensaios de curto-circuito da
rede elétrica, tal que matriz Ŷ  tem também o significado de matriz de admitâncias de curto-circuito da rede.
Neste sentido, considerando a barra k da rede elétrica apresentada na Figura D.1 como exemplificação, o
ensaio consiste em pressupor todas as barras da rede curto-circuitadas ao nó de referência terra a rede, exceto a
da barra k, tal que: Eˆ j = Eˆ = Eˆ m = 0 . Como resultado, tem-se a situação de rede mostrada na Figura D.2, onde
observa-se que a corrente injetada na barra k percorre apenas os elementos da rede conectados diretamente à
barra k, tal que a corrente injetada na barra k “enxerga” apenas a vizinhança da rede em torno da barra k.
k
Iˆ j Iˆm

j
Iˆk Eˆ k m

Iˆ j Iˆm
Eˆ j = 0 Eˆm = 0

Iˆ Eˆ = 0

Figura D.2: Adequação da rede para a interpretação dos elementos da matriz admitância.
Com base nestas considerações, a equação nodal da situação de curto-circuito da rede resulta então que:
 Iˆ j  Yˆjj Yˆjk Yˆj 0  0  Yˆjk Eˆ k   Yˆjk = Iˆ j Eˆ k
        
 Iˆk  Yˆkj Yˆkk 0 Yˆkm   Eˆ k   Yˆkk Eˆ k   Yˆ = Iˆk Eˆ k
ˆ  = ˆ  =      kk
 I  Y j 0 Y
ˆ Yˆ m   0   0   Iˆ = 0
 
 Iˆ   0 Yˆ ˆ
 m  mk Yˆm Yˆmm   0  Yˆ Eˆ 
 mk k  ˆ ˆ
Ymk = I m Ek
Assim, com base no relacionamento de causa e efeito do ensaio de curto-circuito da rede, tem-se que os
elementos da diagonal e fora da diagonal principal da matriz admitância nodal podem ser interpretados como:
• O componente da diagonal principal Yˆkk é definido como a admitância própria de curto-circuito da barra k,
referido como a admitância total da rede “enxergada” pela barra k na situação de curto-circuito da rede, visto
que a corrente injetada na barra k percorre apenas os elementos da rede conectados diretamente à barra k, tal
que o valor de Yˆkk resulta na soma de todas as admitâncias que tem a barra k como um de seus terminais.
• Um componente fora da diagonal Yˆ é definido como a admitância de transferência de curto-circuito entre as
mk
barras k e m de um ramo k-m existente na rede, referido como a admitância equivalente “enxergada” entre as
barras do ramo em situação de curto-circuito para a barra k. O resultado Iˆ = 0 interpreta então que a barra ℓ
não está na mesma vizinhança da barra k, tal que admitância de transferência Yˆ entre as barras k e ℓ é nula.
k
Assim, a equação geral de cálculo de cada elemento da matriz admitância nodal, que relaciona causa e
efeito em um ensaio de curto-circuito para uma barra genérica k, pode ser expressa por:

Yˆmk = m
Eˆ ˆ k Ej = 0 , jk

Logo, como um elemento fora da diagonal da matriz admitância é não-nulo apenas se o ramo k-m é
existente na rede, a matriz admitância nodal para sistemas de grande porte caracteriza-se por apresentar, como
mencionado, uma elevada esparsidade (grande quantidade de elementos nulos), que pode ser avaliada com o
chamado índice de esparsidade IE, que mede a porcentagem de posições nulas de uma matriz, definido por:
número de elementos não nulos da matriz
IE = 1 −
número total de elementos da matriz
Como exemplo, para um sistema elétrico constituído por 100 barras e 150 ramos, a matriz admitância da
rede tem um total de 100  100 = 104 elementos, porém apenas 100 + 2  150 = 400 elementos são não nulos,
tal que o índice de esparsidade da matriz adimitância será: IE = 1 − 400/104 = 0,96 ou 96 % de elementos nulos.
48
D.1.2) INTERPRETAÇÃO DOS ELEMENTOS DA MATRIZ IMPEDÂNCIA DE BARRA

Os elementos da matriz impedância nodal podem ser calculados com base em ensaios de circuito aberto
da rede, tal que matriz  Ẑ  tem também o significado de matriz de impedâncias de circuito aberto da rede.
Neste sentido, considerando a barra k da rede elétrica apresentada na Figura D.1 para exemplificação, o
ensaio consiste em pressupor todas as injeções de corrente da rede nulas (fontes de corrente em circuito aberto),
exceto a da barra k, tal que: Iˆ j = Iˆ = Iˆm = 0 . Como resultado, tem-se a situação da Figura D.3, onde observa-se
que a corrente injetada na barra k “enxerga” toda a rede ao percorrer todos os elementos série e shunt da rede.
k

j
Iˆk Eˆ k m

Eˆ j Eˆm

Figura D.3: Adequação da rede para a interpretação dos elementos da matriz impedância.
Com base nestas considerações, a equação nodal da situação de circuito aberto da rede resulta então que:
 Eˆ j   Zˆ jj Zˆ jk Zˆ j Zˆ jm   0   Zˆ jk Iˆk   Zˆ jk = Eˆ j Iˆk
        
 Eˆ k   Zˆ kj Zˆ kk Zˆ k Zˆ km   Iˆk   Zˆ kk Iˆk   Zˆ kk = Eˆ k Iˆk
ˆ  = ˆ  = ˆ ˆ    
E 
ˆ
Z j Z k Z
ˆ Zˆ m   0   Z k Ik   Zˆ k = Eˆ Iˆk
 
 Eˆ   Zˆ ˆ ˆ ˆ  0  Zˆ Iˆ  ˆ ˆ ˆ
 m  mj Z mk Z m Z mm     mk k   Z mk = Em I k
Assim, com base no relacionamento de causa e efeito do ensaio de circuito aberto da rede, tem-se que os
elementos da diagonal e fora da diagonal principal da matriz impedância nodal podem ser interpretados como:
• O componente da diagonal principal Zˆ é definido como a impedância própria de circuito aberto da barra k,
kk
referido como a impedância equivalente “enxergada” entre a barra k e o nó de referência terra da rede, visto
que a injeção de corrente na barra k percorre todos os elementos da rede, inclusive para o nó de referência, o
que pode ser interpretado como a impedância equivalente de Thevenin obtida entre a barra k e a referência da
rede (assunto estudado mais adiante). Conclui-se então que o valor de Zˆ kk é dependente de toda a rede.
• Um elemento fora da diagonal Zˆ é definido como a impedância de transferência de circuito aberto entre
mk
duas barras quaisquer k e m da rede, referido como a impedância equivalente “enxergada” entre as barras k e
m considerando inclusive os elementos shunts de barra e de ramos, visto que a corrente injetada na barra k flui
também para a referência. Como interpretação de causa e efeito, o elemento Zˆ mk indica que uma variação na
corrente Iˆ injetada na barra k resulta em uma mudança na tensão Eˆ na barra m proporcional à impedância
k m

de transferência Zˆ mk entre as barras k e m. Conclui-se então que o valor de Zˆ mk também depende de toda a
rede, e não somente da existência de um ramo k-m, o que explica a natureza completa da matriz impedância.
Assim, a equação geral de cálculo de cada elemento da matriz impedância nodal, que relaciona causa e
efeito em um ensaio de circuito aberto para uma barra genérica k, pode ser expressa por:

Zˆ mk = m
Iˆ ˆ k I j = 0 , jk

Com base na equação nodal, pode-se observar também que a tensão Eˆ k em uma barra genérica k é obtida
por: Eˆ k = Zˆ kj Iˆ j + Zˆ kk Iˆk + Zˆ k Iˆ + Zˆ km Iˆm , tal que os ensaios de circuito aberto correspondem à superposição dos
efeitos (assunto visto mais adiante) das injeções de corrente de todas as barras da rede na tensão da barra k.
Além disso, com base nas interpretações dos elementos das matrizes admitância e impedância de barra,
pode-se concluir que não há reciprocidade entre os elementos das matrizes, tal que: Yˆkk  1 / Zˆ kk e Yˆkm  1 / Zˆ km .

49
D.1.3) ANÁLISE DA MATRIZ IMPEDÂNCIA PARA REDES DE DISTRIBUIÇÃO

Como visto, a topologia de redes de distribuição é normalmente formada apenas por elementos série de
ramos, sem a presença de elementos shunts na rede. Esta característica resulta então que a soma dos elementos
de cada linha ou coluna da matriz admitância é nula, tal que a matriz admitância de redes de distribuição assim
constituídas é singular (não tem inversa), o que inviabiliza a obtenção da matriz impedância nodal da rede. Esta
singularidade da matriz admitância pode ser entendida pelo fato da ausência de elementos shunts na rede não
incorporar a referência de tensão do nó terra para as tensões de barra da rede (barras com tensão flutuante). Por
esta razão, o cálculo da equação nodal para redes de distribuição requer que a tensão em uma barra tem que ser
conhecida e, visto que também é preciso uma referência de ângulo de fase para as tensões de barra, estas duas
funções são exercidas pela barra especificada como tipo V (barra fonte), o que corresponde a consideração de
uma barra de geração infinita (barra V), supostamente desempenhada por um gerador conectado à barra fonte
com capacidade de controle de tensão, tal que a referência de tensão do nó terra para a rede estará implícita.
Neste sentido, tem-se que, especificada a barra V e conhecidas as injeções líquidas de correntes Iˆ nas
barras da rede de distribuição em estudo, o estado das tensões de barra Ê pode ser obtido considerando que:
• O módulo e o ângulo de fase da tensão na barra fonte da rede são conhecidos previamente (tipo V), tal que o
estado da tensão na barra fonte não necessita ser determinada com o cálculo da equação Eˆ =  Zˆ  Iˆ .
• Se conhecido o estado de tensões das demais barras da rede, a injeção líquida de corrente na barra fonte pode
ser obtida com o cálculo da soma das correntes nos ramos que tem a barra fonte como um de seus terminais.
Desse modo, a injeção líquida de corrente na barra fonte não precisa ser conhecida previamente para o cálculo
da equação Eˆ =  Zˆ  Iˆ , tal que pode-se assumir inicialmente um valor qualquer para esta injeção de corrente.
Estes fatos implicam então que, para a obtenção das tensões das demais barras da rede com o cálculo da
equação Eˆ =  Zˆ  Iˆ , a linha e a coluna da matriz impedância referente à barra fonte devem ter valor nulo. Esta
adequação da matriz impedância pode ser conseguida com a inserção de um valor elevado (por exemplo, 1010)
no elemento da diagonal principal da matriz admitância nodal da rede referente à barra fonte, tal que a inversão
da matriz admitância com esta adequação resulta em uma matriz impedância com a linha e a coluna referente à
barra fonte anuladas. Como exemplificação, seja o cálculo do estado das demais tensões de barra para uma rede
de distribuição formada por 4 barras mostrado a seguir, onde a barra 1 é especificada como barra fonte da rede.
 Iˆ1  1010 Yˆ12 Yˆ13 Yˆ14   Eˆ1   Eˆ1  0 0 0 0   Iˆ1 
          
 Iˆ2   Yˆ21 Yˆ22 Yˆ23 Yˆ24   Eˆ 2   Eˆ 2  0 Zˆ 22 Zˆ 23 Zˆ 24   Iˆ2 
ˆ  =  ˆ ˆ ˆ ˆ  ˆ 
   =
ˆ ˆ ˆ ˆ  ˆ 
 I 3   Y31 Y32 Y33 Y34   E3   E3  0 Z32 Z 33 Z 34   I 3 
 Iˆ   Yˆ ˆ ˆ ˆ  ˆ   Eˆ  0 Zˆ Zˆ 43 Zˆ 44   Iˆ4 
 4   41 Y42 Y43 Y44   E4   4  42

Um valor elevado para o elemento da diagonal principal da matriz admitância pode ser entendido como
se a barra fonte estivesse conectada ao nó de referência terra por uma admitância shunt quase infinita, o que
implica em uma impedância shunt praticamente nula (curto-circuito), tal que a barra fonte se encontra aterrada
e, com este artifício, a referência de tensão do nó terra é proporcionado às demais tensões de barra da rede.

D.1.4) COMENTÁRIOS FINAIS SOBRE A EQUAÇÃO NODAL

A equação nodal reside em um modelo linear de sistemas elétricos, onde o número de equações é igual
ao número de incógnitas (caso determinado), tal que, se conhecidas as injeções líquidas de corrente em todas as
barras da rede, o estado das tensões de barra é obtido por solução analítica da equação nodal de rede. Contudo,
como geração e carga em redes elétricas são geralmente conhecidas em termos de potência, o valor das injeções
líquidas de corrente precisam ser obtidas com estes dados e o estado das tensões de barra, que são incógnitas da
rede, tal que o cálculo de sistemas elétricos geralmente requer solução numérica por processo iterativo.
Com base nos estudos vistos anteriormente, observa-se que as matrizes admitância e impedância nodais
apresentam diversas características semelhantes ou distintas, algumas das quais elencadas a seguir:
• As matrizes admitância e impedância são quadradas, de dimensões NB  NB, onde NB é o número de barras
constituintes da rede elétrica, com exeção do nó de referência terra.
• Os elementos das matrizes admitância e impedância de barra são formados por números complexos.
• A matriz admitância nodal é bastante esparsa e a matriz impedância nodal é completamente cheia
• Na ausência de transformadores defasadores na rede elétrica (km = 0), as matrizes admitância e impedância
nodais são simétricas, isto é, um elemento (k,m) fora da diagonal é igual ao elemento (m,k) nessas matrizes.
Além disso, observa-se que a matriz admitância é inversível somente se ao menos um elemento shunt
está presente na rede, pois este fato implica que a referência de tensão do nó terra para a rede é considerado.

50
Por fim, tem-se que a matriz impedância de barra será completa somente se a rede for toda conexa, ou
seja, sem ilhamentos de barras (partes do sistema desconectadas do restante), tal que a matriz impedância nodal
da rede apresentará tantas partições com elementos nulos fora da diagonal, quantos ilhamentos houver na rede.

D.2) TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO DE EFEITOS EM REDES ELÉTRICAS

O teorema da superposição de efeitos é baseado na propriedade aditiva das funções lineares e estabelece
que a tensão ou corrente em um determinado elemento de um circuito linear corresponde à soma das tensões ou
correntes no elemento produzidas por cada fonte (de tensão ou de corrente) do circuito atuando separadamente.
Logo, para um sistema com injeções líquidas de corrente supostamente conhecidas, tal que o modelo linear da
equação nodal pode ser utilizado, tem-se por extensão que o impacto nas tensões de barra perante perturbações
na injeção de corrente em uma barra da rede consiste na superposição dos efeitos antes e após a perturbação.
Assim, seja Iˆkpert a injeção adicional de corrente em uma dada barra k de rede, tal que pode-se representar
Iˆ pert = [ 0 Iˆ pert
k 0]T como o vetor de perturbação de corrente injetada na rede. Com base na equação nodal,
tem-se então que o vetor de tensões de barra pós-perturbação Ê pós pode ser calculado pela superposição (soma)
dos efeitos das injeções líquidas de corrente pré-perturbação Î e pós-perturbação Î pert na rede elétrica, tal que:
Eˆ pós = [ Zˆ ] ( Iˆ + Iˆ pert ) = [ Zˆ ] Iˆ + [ Zˆ ] Iˆ pert  Eˆ pós = Eˆ pré + [Zˆ ] Iˆ pert (D.1)
em que Eˆ pré
é o vetor das tensões de barra observado no sistema antes da perturbação de corrente na barra k e
o termo [ Zˆ ] Iˆ pert reside no vetor de correções de tensão nas barras da rede resultante da perturbação de corrente.
Como forma didática, a equação (D.1) é a seguir mostrada na forma expandida considerando a barra k de
ocorrência da perturbação de corrente, bem como uma outra barra m qualquer da rede elétrica, tal que:
       
 ˆ pós   ˆ pré     pert 
 Ek   Ek   Zˆ kk Zˆ km   Iˆk 
  =   +    
       
 Eˆ mpós   Eˆ mpré   Zˆ mk Zˆ mm   0 
       
       
de onde conclui-se que a tensão na barra k após a perturbação na própria barra k pode ser determinada por:
Eˆ kpós = Eˆ kpré + Zˆ kk Iˆkpert (D.2)
e a tensão na barra qualquer m após a perturbação de corrente na barra k pode ser determinada por:
Eˆ mpós = Eˆ mpré + Zˆ mk Iˆkpert (D.3)
Visto que o valor dos elementos próprio e de transferência da matriz impedância depende de toda a rede,
pode-se concluir com base nas equações (D.2) e (D.3) que uma perturbação de corrente em uma barra qualquer
causa impacto em todas as barras da rede, tal que a sensibilidade do módulo de tensão na barra de perturbação k
é proprocional ao módulo da impedância própria Zkk da barra, e a sensibilidade do módulo da tensão em outra
barra m da rede é proporcional ao módulo da impedância de tranferência Zkm entre esta barra e a de perturbação.

D.3) TEOREMA DE THEVENIN EM REDES ELÉTRICAS

Para entendimento do teorema de Thévenin, seja o circuito linear mostrado na Figura D.4-a, formado por
dois circuitos 1 e 2 conectados entre si por dois pontos a e b. O teorema de Thévenin estabelece que o circuito 1
“visto” pelo circuito 2 pode ser representado por um circuito equivalente constituído por uma fonte de tensão
Eˆ th com valor igual ao observado entre os pontos a e b do circuito 1 em aberto (Figura D.4-b), chamada tensão
de Thevenin, em série com uma impedância equivalente zˆth , chamada impedância de Thevenin, obtida entre os
pontos a e b do circuito 1 em aberto e com todas as suas fontes nulas (fontes de tensão em curto-circuito e fontes
de corrente em aberto), tal que o circuito total pode também ser representado pelo esquema da Figura D.4-c.

a
a zˆth a
circuito circuito circuito circuito
linear 1 linear 2 linear 1 EˆTh Eˆth linear 2
b b
b
(a) (b) (c)
Figura D.4: Demonstração geral do equivalente de Thévenin de circuitos.

51
Uma aplicação particular do teorema de Thévenin reside em determinar a corrente e a tensão resultantes
em uma impedância inserida entre dois pontos quaisquer de um circuito elétrico. Para sistemas elétricos em sua
formulação linear, seja a situação em que uma impedância zˆkins é inserida entre uma barra qualquer k e o nó de
referência do sistema, mostrada na Figura D.5-a. Neste caso, o circuito equivalente da rede elétrica “visto” pela
impedância zˆkins é então formado por uma fonte de tensão EˆTh referente à tensão observada na barra k antes da
inserção da impedância zˆ ins , isto é, Eˆ = Eˆ pré , em série com uma impedância equivalente de Thévenin zˆ
k Th k Th
observada entre a barra k e o nó de referência (Figura D.5-b). Assim, com base na rede equivalente mostrada na
Figura D.5-b, tem-se que a corrente elétrica na impedância zˆkins após sua inserção na rede pode ser obtida por:
Eˆ kpré
Iˆkins = (1)
zˆth + zˆkins
tal que a tensão Eˆ pós resultante na barra k após a inserção da impedância zˆ ins na rede pode ser obtida por:
k k

zˆ ins
Eˆ kpós = zˆkins Iˆkins = k
Eˆ kpré (2)
zˆth + zˆkins
A inserção da impedância zˆkins na barra k pode ser também entendida como uma perturbação de corrente
Iˆkpert na rede, correspondente a uma injeção de corrente Iˆins saindo da barra k e de sinal negativo conforme a
k

convenção adotada, tal que: Iˆkpert = − Iˆkins . Logo, com base no teorema da superposição de efeitos, a tensão Eˆ kpós
na barra k após a inserção de zˆkins pode ser também obtida aplicando o resultado (1) na equação (D.2), tal que:
Eˆ kpré  ˆ
ˆ pós = 1 − Z kk  Eˆ pré

Eˆ kpós = Eˆ kpré + Zˆ kk Iˆkpert = Eˆ kpré − Zˆ kk Iˆkins = Eˆ kpré − Zˆ kk  E (3)
zˆth + zˆkins zˆth + zˆkins 
k k

Igualando-se os resultados (2) e (3), tem-se que a impedância equivalente de Thévenin zˆTh é dada por:
zˆkins 
ˆ pré = 1 − Zˆ kk  ˆ pré zˆkins Zˆ kk
E  E  = 1 − 
zˆth + zˆkins zˆth + zˆkins  zˆth + zˆkins zˆth + zˆkins
k k

zˆkins zˆth + zˆkins − Zˆ kk
 =  zˆkins = zˆth + zˆkins − Zˆ kk  zˆkins − zˆkins + Zˆ kk = zˆth   zˆth = Zˆ kk
zˆth + zˆkins zˆth + zˆkins
tal que a impedância equivalente de Thévenin zˆTh consiste na impedância própria Zˆ kk da barra k, visto que Zˆ kk ,
como mencionado, reside na impedância equivalente da rede vista pela barra k em relação ao nó de referência.
Assim, com base no esquema final da rede representado na Figura D.5-c, tem-se que a corrente resultante
na impedância zˆkins após sua inserção no sistema elétrico em estudo, pode ser agora determinada por:
Eˆ kpré
Iˆkins = (D.4)
Zˆ kk + zˆkins
tal que a tensão Eˆ pós na barra k após a inserção da impedância zˆ ins no sistema, pode ser determinada por:
k k

zˆ ins
Eˆ kpós = zˆkins Iˆkins =
Eˆ kpré k
(D.5)
ˆ
Z kk + zˆk
ins

Com base na equação (D.3), tem-se que a tensão Eˆ pós em outra barra m qualquer da rede elétrica após a
m

inserção da impedância zˆkinsna barra k pode ser também obtida por superposição de efeitos, tal que:
Zˆ mk
Eˆ mpós = Eˆ mpré + Zˆ mk Iˆkpert = Eˆ mpré − Zˆ mk Iˆkins  Eˆ mpós = Eˆ mpré − Eˆ kpré (D.6)
ˆ
Z kk + zk ˆ ins

k k k k

zˆth
Iˆkins Zˆ kk
Eˆ kpré Eˆ kpós Eˆ kpós Eˆ kpós

ins

ins
Eˆ kpré Iˆkins zˆkins
Eˆth = Eˆkpré k k

ins
k zˆ
ins
k

(a) (b) (c)


Figura D.5: Teorema de Thévenin para o estudo da inserção de impedâncias em barras de redes elétricas.

52
D.4) CONCEITO DE CAPACIDADE DE CURTO-CIRCUITO

O evento falta de curto-circuito em sistemas elétricos corresponde a uma alteração estrutural abrupta na
rede, caracterizado pelo estabelecimento de um contato elétrico indevido de baixa impedância entre dois pontos
da rede a potenciais diferentes, causado por falhas ou rupturas no isolamento de partes energizadas, bem como
sobretensões por descargas atmosféricas ou ação de elementos alheios à rede (animais, árvores, neve, etc.).
A falta de curto-circuito constitui-se em um tipo de transitório cujas correntes, em geral, atingem valores
substancialmente superiores às correntes verificadas em condições normais de operação de um sistema elétrico,
o que causa quedas de tensão elevadas em algumas fases e, por vezes, aumento de tensão em outras, bem como
deterioração dos equipamentos da rede, caso a duração da falta seja demasiadamente longa. Assim, cálculos de
curto-circuito são necessários para o dimensionamento e ajuste dos componentes de proteção (disjuntores) e de
comando destes (relés), que devem seccionar o mais rapidamente para isolar o ponto de falta a uma área da rede
a mais restrita possível até a correção da falha, bem como para que os demais equipamentos da rede consigam
suportar o aquecimento (condutores e isoladores) ou os esforços eletrodinâmicos (barramentos, enrolamentos e
suportes) causados por correntes de curto-circuito durante o tempo de atuação dos dispositivos de proteção.
Os fenômenos de falta de curto-circuito em redes elétricas são basicamente classificados em dois tipos:
simétricos (envolve as três fases ou as três fases e a referência terra) e assimétricos (fase-terra, fase-fase-terra e
fase-fase), onde o tempo de ocorrência do evento de falta é geralmente subdividido em três períodos relativos à
variação da amplitude da componente fundamental da corrente de curto-circuito na rede em situação pós-falta:
• Sub-transitório: período inicial durante o qual a corrente de curto-circuito diminui rapidamente de valor.
• Transitório: corresponde ao período seguinte e caracteriza-se por uma diminuição mais lenta da corrente.
• Permanente: período em que a corrente de curto-circuito alcança o seu valor estacionário. Normalmente este
período não é atingido, visto que os tempos de seccionamento dos elementos de proteção são bem menores.
O objetivo da análise de curto-circuito normalmente consiste em determinar a corrente de curto-circuito
inicial (período sub-transitório) no ponto de falta, bem como tensões nas fases e correntes nos alimentadores na
situação de pós-falta. Para isso, é necessário o conhecimento das condições de pré-falta do sistema elétrico em
estudo, que normalmente é obtido com base na modelagem não-linear do sistema e o emprego de um algoritmo
iterativo de cálculo do subsistema 1 para a obtenção do estado das tensões de barra na situação de pré-falta.
Componentes de sistemas elétricos como transformadores e linhas de transmissão reagem a situações de
faltas no sentido de limitar o montante das correntes de curto-circuito. De forma oposta, geradores tipo máquina
síncrona contribuem para a corrente de falta e sua indutância interna tem comportamento distinto nos diferentes
períodos de falta. Como as correntes de carga de um sistema são pequenas se comparadas às de curto-circuito,
tem-se que uma rede elétrica em situação de falta pode ser considerada como um sistema alimentado por fontes
(geradores) e contendo uma única carga referente à impedância conectada entre os pontos de falta da rede.
Para a análise de curto circuito simétrico entre as três fases e o terra, tem-se então que a rede em situação
de falta se resume a um sistema com fontes que alimentam a corrente de curto-circuito e uma única carga entre
o ponto de falta e o terra. Além disso, geralmente pressupõe-se que a rede é equilibrada na situação de pré-falta
e o defeito corresponde à introdução de uma pequena impedância para o terra (ou nula no caso da chamada falta
sólida) igual nas fases, tal que a rede se mantém equilibrada mesmo na situação de pós-falta e pode-se utilizar o
modelo de rede por diagrama unifilar. Assim, a partir das condições de pré-falta da rede, pode-se empregar a
equação nodal para o estudo da situação de pós-falta do sistema, com as correntes de curto-circuito no ponto de
falta obtidas com base nos teoremas de Thevenin e superposição de efeitos aplicáveis a circuito lineares. Neste
caso, a matriz admitância original precisa ser modificada na situação de pós-falta para considerar a admitância
referente à impedância sub-transitória dos geradores elétricos do sistema que irão alimentar a corrente de falta,
bem como a admitância de dispersão dos transformadores de acoplamento dos geradores ao sistema elétrico.
Neste sentido, por ser um importante estudo para o dimensionamento da proteção de redes, neste anexo é
introduzido um conceito para a análise da severidade de eventos de curto-circuito simétricos em barras da rede,
quantificada e qualificada por um parâmetro característico de cada barra chamado capacidade de curto-circuito.
Seja então a ocorrência de uma falta simétrica em uma barra k qualquer de uma rede elétrica, por meio de
uma impedância de curto-circuito zˆkfalta entre a barra k e nó de referência da rede. Visto que esta situação pode
ser entendida como a condição de inserção de uma impedância entre uma barra e o nó de referência descrita no
item D.3, com base na Figura D.5 tem-se então que a impedância de falta zˆkfalta é correspondente à impedância
de inserção zˆ ins e Zˆ refere-se à impedância própria da barra k, obtida da matriz impedância modificada para
k kk

descrever uma condição de curto-circuito no sistema. Assim, definindo-se Eˆ kpré - falta como a tensão verificada na
barra k antes da ocorrência de qualquer situação de falta no sistema, e Eˆ pós - falta como a tensão resultante na
k
barra k após a ocorrência de falta de curto-circuito simétrico na barra k, tem-se que o circuito equivalente da
rede na situação de pós-falta na barra k pode ser descrita pelo esquema equivalente mostrado na Figura D.6-a.

53
k k k

Zˆ kk Zˆ kk Zˆ kk
Eˆ kpós Iˆins Eˆ kpós − falta 0 pu
Eˆ kpré k zˆins
k Eˆ
k
pré − falta
Iˆ falta zˆk
falta

k
pré − falta
Iˆkfalta
k

(a) (b)
Figura D.6: Circuito equivalente de Thévenin para uma falta na barra k: (a) com impedância; (b) sólida.
Com base na Figura D.6-a, tem-se então que a corrente de curto-circuito I kfalta na barra k é definida por:
Eˆ kpré - falta
Iˆkfalta = (D.7)
Zˆ kk + zˆkfalta
e a tensão Eˆ pós - falta na barra k após a ocorrência de falta na própria barra k é então determinada por:
k

zˆkfalta
Eˆ kpós - falta = zˆkfalta Iˆkfalta  Eˆ kpós - falta = Eˆ kpré- falta (D.8)
ˆ
Z kk + zˆk falta

e, com base na equação (D.6), tem-se que a tensão pós-falta Eˆ mpós - falta para uma barra qualquer m será dada por:
Zˆ mk
Eˆ mpós - falta = Eˆ mpré - falta − Zˆ mk Iˆkfalta  Eˆ mpós - falta = Eˆ mpré - falta − Eˆ kpré - falta (D.9)
ˆ
Z kk + zˆkfalta

No caso particular do curto-circuito sólido, onde zˆkfalta = 0 pu (Figura D.6-b), tem-se com base na equação
(D.8) que: Eˆ pós - falta = 0 e, da equação (D.7), tem-se então que a corrente de falta na barra k se resume a:
k

Eˆ pré - falta
Iˆkfalta = k (D.10)
Zˆ kk

tal que o módulo I kfalta da corrente de curto-circuito sólido na barra k é determinado por:
Vkpré - falta
I kfalta = (D.11)
Z kk
Com base na equação (D.9), tem-se então que a tensão pós-falta Eˆ mpós - falta em uma outra barra m da rede
elétrica, resultante de um curto-circuito sólido em uma barra k da rede, será determinada por:

Eˆ mpós - falta = Eˆ mpré - falta − mk Eˆ kpré - falta (D.12)
Zˆ kk
onde observa-se que a ocorrência de falta de curto-circuito simétrica em uma barra qualquer do sistema elétrico
causa naturalmente uma redução (chamado afundamento) nos módulos de tensão das demais barras do sistema.
A severidade do afundamento de tensão em uma dada barra da rede pode ser qualificada por um conceito
chamado capacidade de curto-circuito SCC (Short-Circuit Capacity), também denominada nível de falta. Para
uma barra genérica k, a capacidade de curto-circuito SCCk da barra é, por definição, determinada por um valor
de potência aparente, referente ao produto entre a magnitude da tensão Vkpré - falta anterior à falta na barra k e a
magnitude da corrente de curto-circuito sólido I kfalta verificada na barra k após a ocorrência de falta, tal que:
SCCk  Vkpré - falta I kfalta (D.13)
A razão para se utilizar uma unidade de potência e não de corrente para a avaliação dos efeitos de falta de
curto-circuito simétrico é baseada no fato dos disjuntores de proteção presentes em uma rede elétrica terem de
ser dimensionados para ambas a corrente de falta a ser extinta e a tensão do sistema elétrico na qual o disjuntor
deverá atuar, tal que o produto destas grandezas determina os Volt-Ampere de curto-circuito para os disjuntores.
Assim, empregando-se o módulo da corrente de falta de curto-circuito sólido em uma barra k, definida
pela equação (D.11), tem-se que a capacidade de curto-circuito SCCk da barra k da rede pode ser obtida por:
( )
2
pré - falta Vk
pré - falta Vkpré - falta
SCCk = Vk pré - falta falta
Ik = Vk  SCCk = (D.14)
Z kk Z kk
De forma simplificada, visto que o módulo das tensões de barra estão em torno de 1,0 pu em condições
normais de operação de uma rede elétrica, pode-se então considerar que Vkpré - falta  1,0 pu , tal que a magnitude
I kfalta da corrente de falta de curto-circuito sólido em uma barra k da rede em pu pode ser aproximada por:

54
Vkpré - falta 1
I kfalta =
 I kfalta  (D.15)
Z kk Z kk
e a capacidade de curto-circuito SCCk de uma barra genérica k em pu se resume ao cálculo:

SCCk =
(V k )
pré - falta 2
1
 SCCk 
= I kfalta (D.16)
Z kk Z kk
Com base na equação (D.16), conclui-se então que a capacidade de curto-circuito SCCk de uma barra k
do sistema será tanto maior quanto menor for o módulo da impedância própria Zkk da barra k, tal que, com base
na equação (D.15), quanto maior a SCCk de uma barra k (menor Zkk), maior será a corrente de falta nesta barra.
Com base na equação (D.12), conclui-se também que, quanto maior a SCCk de uma barra k, maior será o
afundamento de tensão em outra barra m do sistema devido à maior severidade da falta na barra k, tal que:
 Zˆ 
 Z kk   SCCk   I kfalta   Eˆ mpós - falta = Eˆ mpré - falta −   mk Eˆ kpré - falta 
ˆ
  Z kk 
Estes fatos evidenciam então que a sensibilidade das barras de um sistema elétrico em situações de falta
de curto-circuito simétrico é intrinsicamente dependente dos elementos da matriz impedância do sistema.
Assim, pode-se entender que a capacidade de curto-circuito de uma barra é um parâmetro de indicação
da “força” da barra na rede elétrica, no sentido de que, quanto mais elevada a capacidade de curto-circuito de
uma barra, maior é a corrente de falta na barra e maior é o impacto que este evento causará nas demais tensões
de barra da rede. Além disso, a capacidade de curto-circuito é também uma indicação da força de uma barra em
manter sua tensão perante faltas de curto-circuito em outras barras da rede. O exercício a seguir será utilizado
para ilustrar o conceito de força das barras de uma rede-exemplo em situações de falta de curto-circuito.

Exercício: Para o esquema unifilar de rede elétrica mostrado na figura a seguir (por simplicidade, puramente
reativa), cujos dados se encontram em pu, obter as capacidades de curto-circuito das barras da rede, bem como
a corrente de falta e as tensões de barra pós-falta para casos de curto-circuito simétrico sólido em cada barra.
1 − j1,25 2

− j3,2 − j2,5 − j5 − j5,3


Ê1 − j2,5 − j2,5 Ê2

3 Ê3

j0,6

 − j 3, 2 
• I =  − j 5,3 pu
ˆ
 j 0,6 
 − j 6, 25 j 1, 25 j 2,5   j 0, 24 j 0,08 j 0,16 
• Y =  j 1, 25 − j8,75 j 2,5  pu
 ˆ     Zˆ  = Yˆ −1 =  j 0,08
 j 0,16 j 0,12  pu
 j 2,5 j 2,5 − j 5,0   j 0,16 j 0,12 j 0,34 
 E1pré − falta   j 0, 24 j 0,08 j 0,16   − j 3, 2  1,096 
 
• Eˆ pré − falta =  Zˆ  Iˆ   E2pré − falta  =  j 0,08 j 0,16 j 0,12   − j 5,3 = 1,032  pu
 
 E3pré − falta   j 0,16 j 0,12 j 0,34   j 0,6  0,944 
• Capacidades de curto-circuito das barras do sistema elétrico em estudo:

▪ Barra 1: SCC1 =
(V 1 )
pré - falta 2

=
1,0962
 SCC1 = 5,01 pu (barra com SCC intermediária)
Z11 0, 24

▪ Barra 2: SCC2 =
(V 2 )
pré - falta 2

=
1,0322
 SCC2 = 6,66 pu (barra com a maior SCC da rede)
Z 22 0,16

▪ Barra 3: SCC3 =
(V 3 )
pré - falta 2

=
0,9442
 SCC3 = 2,62 pu (barra com a menor SCC da rede)
Z33 0,34

55
• Caso 1: curto-circuito simétrico sólido na barra 1:
Eˆ pré − falta 1,096
▪ Iˆ1falta = 1 = = − j 4,57 pu
ˆ
Z11 j 0,24
▪ Eˆ pós − falta = 0 pu
1

Zˆ j 0,08
▪ Eˆ 2pós − falta = Eˆ 2pré − falta − 21 Eˆ1pré − falta = 1,032 −  1,096 = 0,6667 pu (queda de 35,4 %)
ˆ
Z11 j 0,24
Zˆ j 0,16
▪ Eˆ3pós − falta = Eˆ3pré − falta − 31 Eˆ1pré − falta = 0,944 −  1,096 = 0,2133 pu (queda de 77,4 %)
ˆ
Z11 j 0,24
• Caso 2: curto-circuito simétrico sólido na barra 2 (barra mais forte):
Eˆ pré − falta 1,032
▪ Iˆ2falta = 2 = = − j 6,45 pu (maior corrente de curto-circuito)
ˆ
Z 22 j 0,16
Zˆ j 0,08
▪ Eˆ1pós − falta = Eˆ1pré − falta − 12 Eˆ 2pré − falta = 1,096 −  1,032 = 0,58 pu (queda de 47,1 %)
ˆ
Z 22 j 0,16
▪ Eˆ pós − falta = 0 pu
2

Zˆ j 0,12
▪ Eˆ3pós − falta = Eˆ3pré − falta − 32 Eˆ 2pré − falta = 0,944 −  1,032 = 0,17 pu (queda de 82 %)
ˆ
Z 22 j 0,16
• Caso 3: curto-circuito simétrico sólido na barra 3 (barra mais fraca):
Eˆ pré − falta 0,944
▪ Iˆ3falta = 3 = = − j 2,78 pu (menor corrente de curto-circuito)
ˆ
Z33 j 0,34
Zˆ j 0,16
▪ Eˆ1pós − falta = Eˆ1pré − falta − 13 Eˆ3pré − falta = 1,096 −  0,944 = 0,6518 pu (queda de 40,5 %)
ˆ
Z33 j 0,34
Zˆ j 0,12
▪ Eˆ 2pós − falta = Eˆ 2pré − falta − 23 Eˆ3pré − falta = 1,032 −  0,944 = 0,6988 pu (queda de 32,3 %)
ˆ
Z33 j 0,34
▪ Eˆ pós − falta = 0 pu
3

• Com base nos resultados obtidos neste exercício, pode-se então realizar algumas análises e obter conclusões:
a) Na ocorrência de falta na barra 2 (caso 2), a corrente de curto-circuito é a mais severa, o que resulta nas
maiores quedas de tensão nas demais barras da rede (47,1% na barra 1 e 82% na barra 3). Por outro lado,
quando a falta ocorre nas demais barras (casos 1 e 3), as quedas de tensão na barra 2 são as menores da
rede (35,4% quando a falta ocorre na barra 1 e 32,3% quando a falta ocorre na barra 3). Logo, observa-se
que, na situação de falta na barra 2, a elevada força da barra 2 resulta em altas correntes de curto-circuito
e maiores quedas de tensão nas demais barras da rede, porém, a elevada força da barra 2 possibilita a esta
uma maior capacidade de manter sua tensão perante faltas de curto-circuito em outras barras da rede.
b) Na ocorrência de falta na barra 3 (caso 3), a corrente de curto-circuito é a menos severa, o que causa as
menores quedas de tensão nas demais barras da rede (40,5 % na barra 1 e 32,3 % na barra 2). Por outro
lado, quando a falta é nas demais barras do sistema (casos 1 e 2), as quedas de tensão na barra 3 são as
maiores da rede (77,4 % quando a falta ocorre na barra 1 e 82 % quando a falta ocorre na barra 2). Logo,
observa-se que a pequena força da barra 2 resulta em menores correntes de falta e de quedas de tensão
nas demais barras, bem como em menor capacidade de manter sua tensão perante faltas em outras barras.
c) A redução de tensão na barra 1 (SCC intermediária) é maior (47,1 %) quando a falta acontece na barra 2
(maior SCC da rede), porém menor (40,5 %) quando a falta acontece na barra 3 (menor SCC da rede).
Logo, observa -se que a força da barra 1 permite uma maior manutenção de sua tensão perante faltas em
barras de menor força (barra 3), mas sofre maiores quedas perantes faltas em barras mais fortes (barra 2).

Assim, conclui-se que a força de uma barra descrita por sua capacidade de curto-circuito, é um indicativo
da severidade que uma falta na barra causa no sistema e da sua capacidade em manter a tensão em situações de
pós-falta na rede. Como elevadas corrente de falta em um sistema elétrico poderão sobrecarregar os disjuntores
de proteção, a ponto destes precisarem ser re-dimensionados, encontra-se neste fato a razão para se buscar uma
redução artificial da capacidade de curto-circuito em determinado ponto do sistema (com a inserção de reatores
série), mesmo sendo esta característica benéfica para a sustentação do perfil de tensão neste ponto do sistema.

56
ANEXO E: VERSÃO DO PFC EM COORDENADAS RETANGULARES
Como visto anteriormente, para o equacionamento básico do problema do fluxo de carga é normalmente
adotado o estado das tensões complexas de barra em coordenadas polares (magnitude Vk e ângulo de fase k das
tensões de barra). Logo, o PFC pode também ser formulado com base no estado das tensões complexas de barra
em coordenadas retangulares. Para complemento de aprendizagem, este anexo tem então o objetivo de abordar
a formulação básica do PFC e as particularidades do método de Newton-Raphson na versão retangular.

E.1) EQUAÇÕES BÁSICAS DO PROBLEMA DO FLUXO DE CARGA

Seja o cálculo do balanço de potência complexa Sˆk em uma barra genérica k em função dos elementos da
matriz admitância do sistema elétrico em estudo, abordado no item 5.2 e re-escrito a seguir:

Sˆk = Eˆ k Iˆk = Eˆ k  ( Gkk + j Bkk ) Eˆ k + 
( Gkm + j Bkm ) Eˆ m  = Eˆ k ( Gkk + j Bkk ) Ek + Eˆ k (Gkm + j Bkm ) Eˆ m 
 
 
 m  k  m  k

Definindo ek e fk como as partes real e imaginária da tensão complexa Eˆ k da barra k na forma retangular,
tal que Eˆ = e + j f , bem como em e fm com as partes real e imaginária da tensão complexa Eˆ da barra m , tal
k k k m

que Eˆ m = em + j f m então, aplicando-se estas definições na equação acima, tem-se o desenvolvimento a seguir:
Sˆ = (e + j f ) (G + j B ) (e + j f ) + (e + j f )
k k k kk kk k(G + j B ) (e + j f )
k k k 
m  k
km km m m

Sˆk = (ek + j f k ) (ek − j f k ) (Gkk − j Bkk ) +  (G


m  k
km − j Bkm ) (ek + j f k ) (em − j f m )

Sˆk = ( ek2 + f k2 ) ( Gkk − j Bkk ) +  e (e k m − j f m )( Gkm − j Bkm ) + j f k ( em − j f m ) ( Gkm − j Bkm )


m  k

Sˆk = ( ek2 + f k2 ) Gkk − j ( ek2 + f k2 ) Bkk + ek  (e m Gkm − f m Bkm ) − j ( em Bkm + f m Gkm ) +


m  k

+ fk  (e
m  k
m Bkm + f m Gkm ) + j ( em Gkm − f m Bkm )

Como Sˆk = Pk + j Qk então, separando-se as partes real e imaginária deste resultado, tem-se que a injeção
líquida de potência ativa Pk e a injeção líquida de potência reativa Qk na barra genérica k são calculadas por:
Pk = ( ek2 + f k2 ) Gkk + ek  (e Gkm − f m Bkm ) + f k  (e Bkm + f m Gkm )
m m (E.1)
m  k m  k

Qk = − ( ek2 + f k2 ) Bkk − ek  (e Bkm + f m Gkm ) + f k  (e Gkm − f m Bkm )


m m (E.2)
m  k m  k

que definem o balanço de potência de barras e as equações básicas do PFC em coordenadas retangulares.

E.2) FORMULAÇÃO DO SUBSISTEMA 1


Similar à formulação polar, pode-se observar que o lado esquerdo das equações (E.1) e (E.2) corresponde
às injeções líquidas de potência de barras (geração − carga) e o lado direito corresponde à soma dos fluxos de
potência de ramos e shunts, tal que, para barras nas quais Pk (tipos PQ e PV) e Qk (tipo PQ) são conhecidos,
tem-se que o lado esquerdo são dados do PFC e o lado direito, por depender do estado das tensões de barra, é
desconhecido e precisa ser calculado. Assim, para diferenciar dados e incógnitas, pode-se renomear as partes à
esquerda e à direita das equações (E.1) e (E.2) com as denominações ‘especificado’ e ‘calculado’ e definir que:
Pkcalc = ( ek2 + f k2 ) Gkk + ek 
( em Gkm − f m Bkm ) + f k ( em Bkm + f m Gkm ) 
(E.3)
m  k m  k

Qkcalc = − ( ek2 + f k2 ) Bkk − ek  (e m Bkm + f m Gkm ) + f k  (e m Gkm − f m Bkm ) (E.4)


m  k m  k

tal que as funções de resíduos (ou mismatches) de potência ativa e reativa Pk e Qk para uma barra genérica k
da rede para o cálculo do subsistema 1 do problema do fluxo de carga são neste caso definidas por:
Pk = Pkesp − Pkcalc = Pkesp − ( ek2 + f k2 ) Gkk − ek 
( em Gkm − f m Bkm ) − f k ( em Bkm + f m Gkm ) = 0 
m m
(E.5)
k k

Qk = Q esp
−Q calc
=Q
esp
+ (e + f
2 2
) Bkk + ek  ( em Bkm + f m Gkm ) − f k  (e Gkm − f m Bkm ) = 0
k k k k k m (E.6)
m  k m  k

57
Similarmente, calculando-se Pk para NPQ + NPV barras e Qk para NPQ barras de uma rede elétrica
em estudo, pode-se definir Pesp e Q esp como os vetores de potências de barra especificadas, e Pcalc e Qcalc como
os vetores de potências de barra calculadas, tal que o conjunto de vetores de resíduos P e Q são dados por:
Para NPQ + NPV barras: P = Pesp − Pcalc = 0 (E.7)
Para NPQ barras: Q = Q esp
−Q calc
(E.8) = 0
o que totalizam 2NPQ + NPV equações, cujas raízes devem ser obtidas na solução do subsistema 1 do PFC.
Contudo, como o módulo de tensão Vk para NPV barras é conhecido (especificado), mas o ângulo de fase
k é desconhecido, conclui-se então que ek e fk para NPV barras são também desconhecidos, tal que a solução do
subsistema 1 do PFC em coordenadas retangulares consiste em calcular ek e fk para NPQ e também para NPV
barras, o que totalizam 2NPQ + 2NPV incógnitas. Logo, como o conjunto de funções de resíduos (E.7) e (E.8)
totalizam apenas 2NPQ + NPV equações, tem-se que o equacionamento do subsistema 1 até aqui formulado é
subdeterminado (tem mais incógnitas do que equações), tal que existem infinitas soluções. Assim, tem-se que
NPV equações adicionais devem ser acrescentadas ao conjunto de funções de resíduo Q para que este também
contenha NPQ + NPV equações e, desse modo, sejam totalizadas 2NPQ + 2NPV equações com igual número de
incógnitas, de forma a tornar o subsistema 1 compatível para ser solucionado pelo método de Newton-Raphson.
Para esta adição, como Vk é conhecido (especificado), porém ek e fk são incógnitas (devem ser calculados)
para NPV barras, tal que Vk2 = ek2 + f k2 , a literatura técnica propõe empregar o chamado desvio (discordância)
quadrático de tensão Vkq para NPV barras como equação básica adicional do subsistema 1, definido por:

( ) − (V ) ( ) ( )
2 calc 2 2
Vkq = Vkesp k = Vkesp − ek2 + f k2 = 0 (E.9)
esp calc
tal que, definindo-se V como vetor de tensões de barra especificadas e V como vetor de tensões de barra
calculadas para NPV barras, tem-se que o conjunto de funções de resíduo quadrático de tensão é definido por:
Para NPV barras: V q = (V esp )2 − (V calc )2 = 0 (E.10)
com o acréscimo deste vetor de equações ao conjunto de funções de resíduo Q definido pela equação (E.8).

E.3) FORMULAÇÃO DO SUBSISTEMA 2

Analogamente, com base no estado das tensões de barra da rede obtido no subsistema 1, pode-se calcular
as NPV + 2 incógnitas restantes do PFC: injeção líquida de potência ativa Pk na barra V (equação (E.1)), e a
injeção líquida de potência reativa Qk para NPV barras e para a barra V (equação (E.2)). Para outras incógnitas
de interesse do PFC, a seguir é equacionado os fluxos e perdas de ramos em coordenadas cartesianas onde, por
simplicidade, não é considerado a presença de transformadores defasadores na rede em estudo (km = 0).
Para o cálculo do fluxo de potência complexa no sentido k para m em um ramo genérico k-m, visto no
item 4.5 e re-escrito a seguir, utilizando as tensões complexas de barras em coordenadas cartesianas tem-se que:
(( jb yˆ km ) Eˆ k + ( − akm − km yˆ km ) Eˆ m ) = Eˆ (( jb ) )

sh 
Sˆkm = Eˆ k Iˆkm

= Eˆ k sh
km + akm
2
k km Eˆ k + akm
2  ˆ
yˆ km  ˆ
Ek − akm 0 yˆ km Em

Sˆkm = ( ek + j f k ) ( − jbkm
sh
() ( ek − j fk ) + akm2 ( gkm − j bkm )(ek − j fk ) − akm ( gkm − j bkm ) (em − j f m ) )
Sˆkm = ( − jb )( e + f ) + a ( gkm − j bkm ) ( e + f ) − akm ( ek + j f k )(em − j f m )( g km − j bkm )
sh
km
2
k k
2 2
km
2
k k
2

Definindo Sˆkm = Pkm + j Qkm e considerando-se que bkm sh


pode ser multiplicada por akm 2
sem incorrência de
erro, tem-se que, separando-se as partes real e imaginária do resultado acima, as equações do fluxo de potência
ativa Pkm e do fluxo de potência reativa Qkm no sentido k para m de um ramo genérico k-m são dadas por:
Pkm = akm
2
( )
ek2 + f k2 gkm − akm g km (ek em + f k f m ) + akm bkm (ek f m − em f k ) (E.11)
Qkm = − akm
2
(
ek2 + f k2 ) (b sh
km )
+ bkm + akm g km (ek f m − em f k ) + akm bkm (ek em + f k f m ) (E.12)
Analogamente, para o cálculo do fluxo de potência complexa no sentido m para k em um ramo k-m, visto
no item 4.5 e re-escrito a seguir, considerando as tensões complexas de barras na forma cartesiana tem-se:
(
= Eˆ m ( − akm km yˆ km ) Eˆ k + ( jbkm + yˆ km ) Eˆ m ) = Eˆ ( − a Eˆ k + ( jbkm ) Em + yˆkm Eˆ m )

sh  ˆ 
Sˆmk = Eˆ m Iˆmk
 sh
m km

yˆ km

(
Sˆmk = ( em + j f m ) − akm ( gkm − j bkm ) ( ek − j f k ) + ( − jbkm
sh
) (em − j f m ) + ( gkm − j bkm )(em − j f m ) )
Sˆmk = ( − jbkm
sh
)( em2 + fm2 ) + ( em2 + fm2 ) ( gkm − j bkm ) − akm (ek − j f k ) (em + j f m ) ( gkm − j bkm )
Definindo Sˆmk = Pmk + j Qmk e separando as partes real e imaginária do resultado, tem-se que as equações
do fluxo de potência ativa Pkm e de potência reativa Qkm no sentido m para k de um ramo k-m são dadas por:

58
( )
Pmk = em2 + f m2 gkm − akm gkm (ek em + f k f m ) − akm bkm (ek f m − em f k ) (E.13)
Qmk = − e + f( 2
m
2
m ) (b sh
km )
+ bkm − akm g km (ek f m − em f k ) + akm bkm (ek em + f k f m ) (E.14)
Logo, as equações de perdas de potência ativa e reativa em coordenadas retangulares são definidas por:
Pkmperdas = Pkm + Pmk = akm
2
( ( ) ( ))
ek2 + f k2 + em2 + f m2 g km − 2 akm g km (ek em + f k f m ) (E.15)
perdas
Qkm = Qkm + Qmk = − akm
2
ek2 + f k2 ( ( ) + ( e + f )) (b
2
m
2
m km + bkm
sh
)
+ 2 akm bkm (ek em + f k f m ) (E.16)
Por fim, a potência reativa do elemento shunt em uma barra k, com base na equação (3.7), será dada por:
Qksh = Vk2 bksh  Qksh = ek2 + f k2 bksh ( ) (E.17)
As incógnitas dos subsistema 2 e podem também ser obtidas com a formulação em coordenadas polares
estudada anteriormente, bastando converter para a forma polar Vk e k as variáveis de tensão de barra ek e fk
obtidas no subsistema 1 com a formulação retangular, tal que: Vk = ek2 + f k2 e θk = arctg( fk /ek ).

E.4) MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON NA VERSÃO RETANGULAR

Definindo-se os vetores de variáveis e e f e considerando-se os vetores de equações P , Q e V q ,


tem-se que os vetores de variáveis x e funções f ( x ) do método de Newton-Raphson podem ser definidos por:
 e  NPQ + NPV  P   Pesp − Pcalc  NPQ + NPV
x =   ; f ( x) =  q  =  esp calc 2 
 Q ou V  Q − Q ou (V ) − (V )  NPQ + NPV
calc esp 2
 f  NPQ + NPV
Similar à formulação polar, com os vetores de variáveis e funções assim definidos, tem-se que a matriz
de derivadas parciais do método de Newton-Raphson possui quatro tipos de relação entre funções e variáveis,
tal que a matriz jacobiana [J ] é constituída por quatro submatrizes com as dimensões mostradas a seguir:
 P P 
 e f  NPQ + NPV
J  =  
Q  q 
V q Q V
 ou ou  NPQ + NPV
 e e f f 
 
NPQ + NPV NPQ + NPV
tal que que a barra V não é abordada no subsistema 1, pois suas variáveis de estado (ek e fk ) já são conhecidas.
Similarmente, visto que os vetores de injeções de potência Pesp e Q esp e de tensões V esp especificadas são
constantes (dados) do sistema e apresentam derivada nula então, com base na definição dos vetores de resíduos
dada pelas equações (E.7), (E.8) e (E.10), tem-se que as submatrizes da jacobina são rearranjadas como:
  ( P esp − P calc )  ( P esp − P calc ) 
 
 e f 
J  =  
 Q − Q
esp
(calc

ou
)
 ( (V esp ) 2 − (V calc ) 2 )  Q − Q
esp calc
( ou
)
 ( (V esp ) 2 − (V calc ) 2 ) 
 e e f f 
 
 P calc P calc 
 
 e f   [ H ] [ N ]
 J  = −  calc  = − [ M ] [ L] 
Q (V calc )2 Q
calc
(V calc ) 2   
 ou ou
 e e f f 
 
Assim, para a iteração i e com base no vetor de estado das tensões de barra obtido na iteração anterior, a
equação básica do método de Newton-Raphson para o cálculo do subsistema 1 do PFC é descrita por:
−1
 e (i +1)   e(i )    H ( i )   N ( i )   P (i ) 
x = x −  J  f ( x )   (i +1)  =  (i )  +  (i )
( i +1) (i ) ( i ) −1 (i )
   (E.18)
 M   L(i )    Q ou V
( i ) q ,( i )
 f   f  
Os elementos das submatrizes de sensibilidade [H] e [N] da matriz jacobiana são calculadas com base nas
derivadas parciais de Pkcalc para NPV + NPQ barras e são definidos por (deve-se lembrar que o cálculo para uma
barra m de um ramo qualquer k-m consiste em simplesmente permutar os índices k e m nestas equações):
59
Pkcalc
H kk =
ek
= 2 ek Gkk +  (e
m  k
m Gkm − f m Bkm ) (E.19)
[H ]
Pkcalc
H km = = ek Gkm + f k Bkm (E.20)
em
Pkcalc
N kk =
f k
= 2 f k Gkk +  (e
m  k
m Bkm + f m Gkm ) (E.21)
[N ]
Pkcalc
N km = = f k Gkm − ek Bkm (E.22)
f m
Contudo, para o caso dos elementos das submatrizes de sensibilidade [M] e [L] da matriz jacobiana, visto
que estes termos neste caso definidos com base nas derivadas parciais de Qkcalc para NPQ barras ou Vkcalc para
NPV barras, seus cálculos dependem então se uma barra genérica k abordada é do tipo PQ ou PV, tal que:
Qkcalc
M kk =
ek
= − 2 ek Bkk −
m  k
( em Bkm + f m Gkm )  (E.23)
[M ]
Qkcalc
M km = = f k Gkm − ek Bkm (E.24)
em
Se barra k tipo PQ:
Qkcalc
Lkk =
f k
= − 2 f k Bkk +
m  k
( em Gkm − f m Bkm )  (E.25)
[L ]
Qkcalc
Lkm = = − ek Gkm − f k Bkm (E.26)
f m

( ) ( )
2
 Vkcalc  ek2 + f k2
M kk = = = 2 ek (E.27)
ek ek
[M ]
( ) ( )
2
 Vkcalc  ek2 + f k2
M km = = = 0 (E.28)
em em
Se barra k tipo PV:
( ) ( )
2
 Vkcalc  ek2 + f k2
Lkk = = = 2 fk (E.29)
f k f k
[L ]
( ) ( )
2
 Vkcalc  ek2 + f k2
Lkm = = 0 = (E.30)
f m f m
Assim, com base no algoritmo descrito para o processo iterativo do método de Newton-Raphson versão
polar, o cálculo do subsistema 1 na versão retangular pode ser generalizado nas seguintes etapas:
➢ Passo 1 (iteração i = 0): ler e normalizar os dados da rede. Inicializar o vetor de variáveis [ e (0) | f (0) ]T com o
flat-start ( e = 1 pu , f = 0 pu ). Montar as matrizes condutância [G] (equações (5.8) a (5.11)) e susceptância
[B] (equações (5.12) a (5.15)), e o vetor de potências especificadas [ Pesp | Q esp ]T (equações (3.2) e (3.3)).
➢ Passo 2 (iteração i): a partir dos vetores de estado das tensões de barra e (i ) e f (i ) atual obtidos na iteração
anterior, calcular os resíduos Pk(i ) (equação E.5) se a barra for do tipo PQ ou PV, Qk(i ) (equação E.6) se a
barra for PQ e Vkq,(i ) (equação E.9) se a barra for PV. Montar o vetor de equações [ P(i ) | Q(i ) ou V q,(i ) ]T.
➢ Passo 3 (iteração i): testar a convergência: se max|[ P(i ) | Q(i ) ou V q,(i ) ]T |   , adotar e (i ) e f (i ) como
solução do susbsistema 1 e resolver o subsistema 2; se max|[ P(i ) | Q(i ) ou V q,(i ) ]T | >  , ir ao passo 4.
➢ Passo 4 (iteração i): calcular os elementos da matriz jacobiana  J (i )  com base nas equações (E.19) a (E.30).
➢ Passo 5 (iteração i): fazer i = i + 1 e obter nova estimativa [ e (i +1) | f (i +1) ]T para o estado das tensões de barra
da rede elétrica em estudo, com o cálculo da equação matricial dada pela equação (E.18). Voltar ao passo 2.
Similarmente, pode-se considerar a barra V na montagem dos vetores de variáveis, equações e matriz
jacobiana, com a troca por um valor elevado (1010) do elemento da diagonal principal das submatrizes [H] e [L]
referente à barra V do sistema em estudo, tal que os valores de tensão ek e fk desta barra não serão corrigidos a
cada iteração devido ao anulamento das linhas e colunas da matriz jacobiana referentes à barra V da rede.
60
ANEXO F: ADEQUAÇÕES DE CÁLCULO COM RAMOS EM PARALELO
Como mencionado, a formulação clássica de funções e matrizes estudados na teoria do PFC baseia-se no
pressuposto de que os ramos contêm apenas um elemento (linha ou transformador) entre as barras. Logo, caso o
sistema elétrico apresente ramos com dois ou mais elementos em paralelo (exemplo: IEEE-57 barras), o cálculo
de alguns termos devem ser reformulados para poderem contemplar este caso, o que é abordado neste anexo.

F.1) REFORMULAÇÃO DAS EQUAÇÕES DE FLUXOS E PERDAS DE RAMOS

As equações de fluxos de potência ativa e reativa em um ramo k-m não precisam ser reformuladas, pois
são função dos elementos primitivos do sistema e, com isso, são obtidos individualmente para cada ramo em
paralelo. Consequentemente, as equações de perdas de potência ativa e reativa também não precisam ser
reformuladas. Assim, os cálculos de Pkm (equação (4.15)), Pmk (equação (4.18)), Qkm (equação (4.17)), Qmk
(equação (4.19)), Pkmperdas (equação (4.20)) e Qkm
perdas
(equação (4.21)) em coordenadas polares, bem como de Pkm
(equação (E.11)), Pmk (equação (E.13)), Qkm (equação (E.12)), Qmk (equação (E.14)), Pkmperdas (equação (E.15)) e
perdas
Qkm (equação (E.16)) em coordendas retangulares (Anexo E), permanecem em sua formulação original.

F.2) REFORMULAÇÃO DA MATRIZ ADMITÂNCIA NODAL

Como visto no item 5.1, o cálculo dos componentes da matriz admitância [Yˆ ] é função das condutâncias
sh
(gkm) e susceptâncias (bkm e bkm ) primitivas de ramos. Logo, como o equivalente de admitâncias em paralelo se
resume na soma das mesmas, tem-se que os elementos da diagonal principal Gkk (equação (5.8)) e Gmm (equação
(5.11)) da matriz condutância [G], e os elementos da diagonal principal Bkk (equação (5.12)) e Bmm (equação
(5.15)) da matriz susceptância [B] não precisam ser reformulados, visto que já se constituem em um somatório.
Contudo, os elementos fora da diagonal principal Gkm (equação (5.9)) e Gmk (equação (5.10)) da matriz
condutância e Bkm (equação (5.13)) e Bmk (equação (5.14)) da matriz susceptância necessitam se tornar um
somatório para se obter o equivalente das admitâncias em paralelo. Neste caso, definindo-se o conjunto km de
todos os elementos em paralelo de um ramo genérico k-m, tem-se que estes elementos são reformulados por:
Gkm =  ( − akm bkm senkm − akm g km cos km )
m  km
(F.1)

Gmk =  (a
k  km
km bkm senkm − akm g km cos km )
(F.2)

Bkm =  (a
m  km
km g km senkm − akm bkm cos km )
(F.3)

Bmk =  (− a
k  km
km g km senkm − akm bkm cos km )
(F.4)
Logo, na ausência de transformadores defasadores (km = 0) na rede, estes cálculos se resumem a:
Gkm = Gmk =  ( − akm g km )
m  km
(F.5)

Bkm = Bmk =  (− a
m   km
km bkm )
(F.6)

F.3) REFORMULAÇÃO DAS EQUAÇÕES BÁSICAS DO PFC

Como as equações de balanço de potência ativa e reativa de barra são função dos componentes da matriz
admitância, tem-se que os termos destas equações que são dependentes dos elementos da diagonal principal das
matrizes de condutância (Gkk) e susceptância (Bkk) não precisam ser reformulados, visto que nestes elementos da
matriz admitância já contemplam o equivalente de condutâncias e susceptâncias em paralelo. Porém, os termos
das equações de balanço de potência que são dependentes do somatório de elementos fora da diagonal principal
das matrizes de condutância (Gkm) e susceptância (Bkm) necessitam ser reformulados em termos dos elementos
primitivos de ramos para que estes termos não resultem na soma em duplicata, triplicata, etc., dos elementos.
Assim, com base nestas considerações, tem-se que o cálculo das injeções líquidas de potência ativa Pk
(equação (5.19)) e reativa Qk (equação (5.20)) em coordenadas polares devem ser reformuladas por:
Pk = Vk2 Gkk − Vk 
Vm ( akm g km cos km + akm bkm sen km )
m  k
(F.7)

61
Qk = − Vk2 Bkk + Vk  V (a
m  k
m km bkm cos km − akm g km sen km )
(F.8)
Similarmente, com base nas considerações descritas, tem-se que as injeções líquidas de potência ativa Pk
(equação (E.1)) e reativa Qk (equação (E.2)) em coordenadas retangulares devem ser reformuladas por:
Pk = ( ek2 + f k2 ) Gkk + ( ek ( f m akm bkm − em akm g km ) − f k ( f m akm g km + em akm bkm ) )
 (F.9)
m  k

Qk = − ( ek2 + f k2 ) Bkk +  (f (f akm bkm − em akm g km ) + ek ( f m akm g km + em akm bkm ) )


k m (F.10)
m  k

F.4) FORMULAÇÃO DO SUBSISTEMA 1 DO PFC

Com base nas readequações das equações de balanço de potência descritas no item F.3, tem-se que as
equações de potências ativa e reativa com a denominação ‘calculado’ do subsistema 1 do PFC devem também
ser reformuladas, tal que Pkcalc (equação (5.23)) e Qkcalc (equação (5.24)) em coordenadas polares são dadas por:
Pkcalc = Vk2 Gkk − Vk  V (a
m  k
m km g km cos km + akm bkm sen km ) (F.11)

Qkcalc = − Vk2 Bkk + Vk  V (a


m  k
m km bkm cos km − akm g km sen km )
(F.12)
onde as funções de resíduo de potência ativa Pk (equação (5.25)) e reativa Qk (equação (5.26)) resultam:
Pk = Pkesp − Vk2 Gkk + Vk  V (a
m  k
m km g km cos km + akm bkm sen km ) = 0
(F.13)

Qk = Qkesp + Vk2 Bkk − Vk  V (a


m  k
m km bkm cos km − akm g km sen km ) = 0
(F.14)
Similarmente, com base nas readequações das equações de balanço descritas no item F.5.3, tem-se que os
cálculos de Pkcalc (equação (E.3)), Qkcalc (equação (E.4)) em coordenadas retangulares serão reformulados por:
Pkcalc = ( ek2 + f k2 ) Gkk +  (e ( f akm bkm − em akm g km ) − f k ( f m akm g km + em akm bkm ) )
k m (F.15)
m  k

Qkcalc = − ( ek2 + f k2 ) Bkk +  (f (f akm bkm − em akm g km ) + ek ( f m akm g km + em akm bkm ) )


k m (F.16)
m  k

tal que as funções de resíduo de potência ativa Pk (equação (E.5)) e reativa Qk (equação (E.6)) resultam:
Pk = Pkesp − ( ek2 + f k2 ) Gkk −  (e ( f akm bkm − em akm g km ) − f k ( f m akm g km + em akm bkm ) ) = 0
k m (F.17)
m  k

Qk = Qkesp + ( ek2 + f k2 ) Bkk −  (f (f akm bkm − em akm g km ) + ek ( f m akm g km + em akm bkm ) ) = 0
k m (F.18)
m  k

F.5) REFORMULAÇÃO DA MATRIZ JACOBIANA

Como visto anteriormente, as equações dos componentes das submatrizes [H], [N], [M] e [L] da matriz
jacobiana também são função de elementos das matrizes condutância e susceptância. No caso dos componentes
fora da diagonal destas submatrizes, como suas equações são dependentes dos elementos fora da diagonal das
matrizes condutância e susceptância, tem-se que as equações não precisam ser reformuladas porque, como não
são somatórios e os elementos das matrizes condutância (Gkm) e susceptância (Bkm) já contemplam o equivalente
de admitâncias em paralelo, o valor para um elemento (k,m) das submatrizes da matriz jacobiana é calculado
mais de uma vez, porém o resultado corresponde a apenas um cálculo e o valor do elemento (k,m) é o correto.
Assim, o cálculo de elementos Hkm (equação (6.6)), Nkm (equação (6.8)), Mkm (equação (6.10)) e Lkm (equação
(6.12)) em coordenadas polares, bem como dos elementos Hkm (equação (E.20)), Nkm (equação (E.22)), Mkm
(equação (E.24)) e Lkm (equação (E.26)) em coordenadas retangulares, permanecem na formulação original.
Para os componentes da diagonal principal das submatrizes da jacobiana em coordenadas polares tem-se
que, caso sejam utilizadas as equações compactas para Hkk (equação (6.13)), Nkk (equação (6.14)), Mkk (equação
(6.15)) e Lkk (equação (6.16)), estas não necessitam de adequação, visto que são função de Gkk , Bkk , Pkcalc e Qkcalc
calculados previamente e que já contemplam as contribuições dos ramos em paralelo. Contudo, se utilizadas as
equações gerais e como estas são função do somatório de elementos fora da diagonal principal das matrizes de
condutância (Gkm) e susceptância (Bkm), então estas equações devem ser reformuladas em termos dos elementos
primitivos de rede para contemplar ramos em paralelo, tal que as equações dos elementos Hkk (equação (6.5)),
Nkk (equação (6.7)), Mkk (equação (6.9)) e Lkk (equação (6.11)) em coordenadas polares são reformuladas por:
62
H kk = Vk  V (a
m  k
m km g km sen km − akmbkm cos km )
(F.19)

N kk = 2Vk Gkk −  V (a
m  k
m km g km cos km + akm bkm sen km )
(F.20)

M kk = − Vk  V (a
m  k
m km g km cos km + akm bkm sen km )
(F.21)

Lkk = − 2Vk Bkk +  V (a


m  k
m km bkm cos km − akm g km sen km )
(F.22)
Similarmente, para o caso dos elementos da diagonal principal das submatrizes da matriz jacobiana em
coordenadas retangulares, tem-se que as equações dos elementos Hkk (equação (E.19)), Nkk (equação (E.21)),
Mkk (equação (E.23)) e Lkk (equação (E.25)) devem também ser reformulados, tal que os cálculos resultam:
H kk = 2 ek Gkk + 
( f m akm bkm − em akm g km )
m  k
(F.23)

N kk = 2 f k Gkk −  (f
m  k
m akm g km + em akm bkm )
(F.24)

M kk = − 2 ek Bkk +  (f
m  k
m akm g km + em akm bkm )
(F.25)

Lkk = − 2 f k Bkk +  (f
m  k
m akm bkm − em akm g km )
(F.26)

F.6) MATRIZES DE SENSIBILIDADE DOS MÉTODOS DESACOPLADOS RÁPIDOS

Para as matrizes de sensibilidade [ B] e [ B] dos métodos desacoplados rápidos versão XB e BX, tem-se
sh
que seus componentes dependem das reatâncias série de ramos (xkm) ou susceptâncias série (bkm) e shunt (bkm )
de ramos e susceptâncias shunt de barras (bksh ) , tal que já estão definidos em termos de elementos primitivos de
rede. Além disso, observa-se que os componentes da diagonal principal das matrizes [ B  ] e [ B ] permanecem
em suas definições originais, visto que já são somatórios de elementos de ramos, porém os componentes fora da
diagonal devem ser reformulados como um somatório para poder contemplar os ramos em paralelo. Com base
nestes comentários, tem-se que as equações de cálculo dos componentes destas matrizes serão dadas por:
1) Versão XB: os elementos da diagonal Bkk (equação (6.25)) e Bkk (equação (6.27)) são apenas re-escritos a
seguir e os compontes fora da diagonal Bkm  (equação (6.26)) e Bkm  (equação (6.28)) são re-defindos como:


1
Bkk = (F.27)
m  k xkm
[ B ]
 1 
 =
Bkm − x 
mk 

km 
(F.28)

Bkk = − 2 bksh − ( 2 bkmsh + bkm )


 (F.29)
m  k

[B ]
Bkm = bkm
mk
 (F.30)
2) Versão BX: os elementos da diagonal Bkk (equação (6.29)) e Bkk (equação (6.31)) são apenas re-escritos a
 (equação (6.30)) e Bkm
seguir e os compontes fora da diagonal Bkm  (equação (6.32)) são re-defindos como:
Bkk =  (−b )
m  k
km (F.31)
[ B ]
 =
Bkm b
r  km
km (F.32)

 1 
Bkk = − 2 bksh −   2 b
m  k
sh
km −
xkm 
(F.33)
[ B ]
 1 
 =
Bkm   − x
mk

km 
(F.34)

63
ANEXO G: ADEQUAÇÕES DO MSP

O MSI e o método direct load flow, por basearem-se fortemente no fato dos ramos da rede se resumirem
ao elemento série para os cálculos de correntes, são de difícil adequação para se considerar outros elementos de
rede. O MSP, contudo, por basear-se em uma formulação em termos de potências, pode ser reformulado para
considerar a presença dos outros elementos de redes (exceto o transformador defasador, por razões vistas no
Anexo C), o que reside em uma vantagem para a aplicação do MSP na solução do PFC de redes de distribuição.
Para a adequação do MSP, serão então considerados a presença dos seguintes componentes de rede:
• Elementos shunts de barra (banco de capacitores/reatores para elevação/redução de tensão da rede): bksh  0
• Regulador de tensão (transformador em fase) para elevação do perfil de tensão a jusante do regulador: akm  1
• Efeitos capacitivos de linha (alimentadores muito longos e com baixo carregamento): bkm sh
0
As seguintes adaptações no equacionamento clássico do MSP devem então ser implementadas:
➢ Adequações nos cálculos de cargas acumuladas nas barras da rede (varredura inversa):
Pmac = Pm +  P ac − Pmperdas ( ) (G.1)
m

Qmac = Qm + Vm2 bmsh +  (Q


m
ac
− Qmperdas ) (G.2)
➢ Adequações nos cálculos de perdas em ramos m- ,  m (varredura inversa):
( )
Pmperdas = am2 Vm2 +V 2 gm − 2 am Vm V gm cosm (G.3)
Qmperdas = − ( am2 Vm2 + V 2 ) ( bm + bmsh ) + 2 am Vm V bm cos m (G.4)
➢ Adequações nos cálculos dos parâmetros do MSP para correções de tensão de barra (varredura direta):

Am =
(
2 Qmac ( bkm + bkm
sh
) − Pmac gkm − akm2 Vk2 ykm2 ) (G.5)
+ ( bkm + bkm )
2 sh 2
g km

Bm =
( P ) + (Q )
ac 2
m
ac 2
m
(G.6)
+ ( bkm + bkm )
2 sh 2
g km
➢ Adequações nos cálculos da correção dos ângulos de barra (varredura direta):
 − V 2 ( b + b sh ) − Q ac 
 m =  k + km + arctg  m 2km km ac m  (G.7)
 Vm g km − Pm 
 
➢ Adequações nos cálculos das matrizes condutância [G] e susceptância [B] para o cálculo da injeções líquidas
de potências ativa e reativa na barra fonte do sistema (incógnitas do subsistema 2):
Gkk =  akm 2
g km
m
(G.8)
k

[G] Gkm = Gmk = − akm g km (G.9)


Gmm = g
k  m
km (G.10)

Bkk = bksh +  (b
mk
sh
km + akm
2
bkm )
(G.11)
[B] Bkm = Bmk = − akm bkm (G.12)
Bmm = b + sh
m  (b
k m
sh
km + bkm )
(G.13)
➢ Adequações nos cálculos dos fluxos e perdas de potência de ramos (incógnitas do subsistema 2):
Pkm = akm
2
Vk2 gkm − akm Vk Vm gkm coskm − akm Vk Vm bkm senkm (G.14)
Qkm = − a V2
km k
2
(b sh
km + bkm ) + akm Vk Vm bkm coskm − akm Vk Vm gkm sen km (G.15)
Pmk = V gkm − akm Vk Vm gkm coskm + akm Vk Vm bkm senkm
2
m (G.16)
Qmk = − V 2
m (b sh
km + bkm ) + akm Vk Vm bkm coskm + akm Vk Vm g km sen km (G.17)
P perdas
km = (a V + V2
km ) gkm − 2 akm Vk Vm gkm coskm
k
2 2
m (G.18)
perdas
Qkm = − ( akm
2
Vk2 + Vm2 ) (bkm
sh
+ bkm ) + 2 akm Vk Vm bkm coskm (G.19)

64
APÊNDICE A: EXEMPLO DE CÁLCULO DE SISTEMA ELÉTRICO
Este apêndice tem como objetivo exemplificar didaticamente a solução do subsistema 1 do problema do
fluxo de carga para uma rede elétrica fictícia, com base nos métodos de Newton-Raphson e desacoplado rápido
versão XB. De forma complementar, é apresentado também a resolução do subsistema 2 da rede exemplo.

(A.1) DADOS DA REDE EXEMPLO

A Figura 1 mostra um esquema unifilar simplificado de um sistema elétrico fictício formado por 4 barras
e 4 ramos, que será utilizado como rede exemplo para o cálculo dos subsistemas 1 e 2 do PFC. As Tabelas 1 e 2
fornecem os dados de barras e de ramos, respectivamente, da rede no formato PECO (vide Anexo A), onde os
valores nulos indicados por (*) na Tabela 1 são incógnitas do PFC a serem determinadas, tal que estes dados
são fornecidos apenas para complemento da tabela. Como o formato PECO precisa apenas de uma potência de
base para a normalização dos dados, é adotado Sbase = 100 MVA para a conversão destes em por unidade (pu).
2

LT TR
1 4
Ŝ 2
Ê2

Ŝ1 3 Ŝ 4
Ê1 Ê4
TR LT
Ŝ3
Ê3
Figura 1: Diagrama unifilar simplificado da rede exemplo.

Tabela 1: Dados de barra da rede exemplo.


Barra (k) Tipo Vk (pu) k (rad) PkG (MW) QkG (Mvar) PkC (MW) QkC (Mvar) Qksh (Mvar)
1 2 (V) 1,02 0,0 0,0(*) 0,0(*) 0,0(*) 0,0(*) 0,0
2 1 (PV) 0,98 0,0(*) 180 0,0(*) 0,0 0,0(*) 0,0
3 0 (PQ) 1,0(*) 0,0(*) 0,0 0,0 300 250 0,0
4 0 (PQ) 1,0(*) 0,0(*) 0,0 0,0 500 300 120

Tabela 2: Dados de ramos da rede exemplo.


sh
Barra inicial (k) Barra final (m) Tipo rkm (%) xkm (%) Qkm (Mvar) akm
1 2 LT 1,2 7,5 20,0 1,00
1 3 TR em fase 0,0 1,6 0,0 0,97
2 4 TR em fase 0,0 1,2 0,0 1,02
3 4 LT 8,0 40,0 30,0 1,00

(a) Normalização dos dados de barras da rede em pu - resumo na Tabela 3: conversão das injeções líquidas
de potência ativa e reativa de barras em por unidade (pu), com base nas equações (A.5) e (A.6) do Anexo A:
• Barra 1 (tipo V): P1 e Q1 em pu serão obtidas no cálculo do susbsistema 2 do PFC da rede.
PG − P2C 180 106 − 0
• Barra 2 (tipo PV): P2 = 2 = = 1,8 pu
Sbase 100 106
onde Q2 em pu será obtida no cálculo do subsistema 2 do PFC da rede.
P3G − P3C 0 − 300 106 Q3G − Q3C 0 − 250 106
• Barra 3 (PQ): 3P = = = − 3,0 pu ; Q3 = = = − 2,5 pu
Sbase 100 106 Sbase 100 106
P4G − P4C 0 − 500 106 Q4G − Q4C 0 − 300 106
• Barra 4 (PQ): ▪ P4 = = = − 5,0 pu ; Q4 = = = − 3,0 pu
Sbase 100 106 Sbase 100 106
Q4sh 120 106
▪ Susceptância shunt da barra 4 (equação (A.7)): b4sh, pu = = = 1, 2 pu
Sbase 100 106

65
(b) Normalização dos dados de ramos da rede em pu (resumo na Tabela 4):
• Equações para a conversão dos dados de impedância em % para admitância em pu visto no Anexo (A):
100 r − 100 xkm
Equação (A.8): g km pu
= 2 km2 ; Equação (A.9): bkm pu
= 2
rkm + xkm rkm + xkm
2

100 r 100  1, 2 − 100 x − 100  7,5


• Ramo 1-2: ▪ g12pu = 2 122 = = 2,08 pu ; b12pu = 2 212 = = − 13,0 pu
r12 + x12 1, 2 + 7,5
2 2
r12 + x12 1, 22 + 7,52
Q12sh 20  106
▪ Susceptância shunt do ramo1-2 (equação (A.10)): b12sh , pu = = = 0,1 pu
2 Sbase 2  100  106
100 r13 100  0 − 100 x − 100  1,6
• Ramo 1-3: g13pu = = 2 = 0 pu ; b13pu = 2 213 = 2 = − 62,5 pu
r13 + x13
2 2
0 +1,62 r13 + x13 0 + 1,62
100 r 100  0 − 100 x24 − 100  1, 2
• Ramo 2-4: g 24pu = 2 242 = 2 = 0 pu ; b24pu = 2 = 2 = − 83,33 pu
r24 + x24 0 +1, 22 r24 + x24
2
0 + 1, 22
100 r 100  8 − 100 x34 − 100  40
• Ramo 3-4: ▪ g34pu = 2 342 = 2 = 0, 481 pu ; b34pu = 2 = 2 = − 2, 404 pu
r34 + x34 8 + 402 r34 + x34
2
8 + 402
Q34sh 30  106
▪ Susceptância shunt do ramo 3-4 (equação (A.10)): b34sh, pu = = = 0,15 pu
2 Sbase 2  100  106

Tabela 3: Dados de barra da rede normalizados em pu e incógnitas do PFC.


Barra (k) Tipo Vk (pu) k (rad) Pk (pu) Qk (pu) bksh (pu)
1 2 (V) 1,02 0,0 P1 Q1 0,0
2 1 (PV) 0,98 2 1,8 Q2 0,0
3 0 (PQ) V3 3 − 3,0 − 2,5 0,0
4 0 (PQ) V4 4 − 5,0 − 3,0 1,2

Tabela 4: Dados de ramos da rede exemplo normalizados em pu.


sh
Barra inicial (k) Barra final (m) g km (pu) bkm (pu) bkm (pu) akm
1 2 2,080 − 13,00 0,10 1,00
1 3 0,000 − 62,50 0,00 0,97
2 4 0,000 − 83,33 0,00 1,02
3 4 0,481 − 2,404 0,15 1,00

(c) Montagem das matrizes condutância [G] e susceptância [B]:


Para facilitar a montagem das matrizes condutância e susceptância, a Figura 2 mostra a representação dos
transformadores (cálculos a seguir) e linhas da rede por modelos  equivalente, visto que cada componente da
diagonal principal referente a uma barra corresponde à soma dos elementos do sistema conectados diretamente
à barra, bem como cada componente fora da diagonal corresponde ao negativo do elemento série entre barras.
Cálculo do modelo  equivalente do ramo 1-3 Cálculo do modelo  equivalente do ramo 2-4
▪ Aˆ = a13 yˆ13 = 0,97  (− j62,5) = − j 60,63 pu ▪ Aˆ = a24 yˆ24 = 1,02  (− j83,33) = − j 85,0 pu
▪ Bˆ = ( a132 − a13 ) yˆ13 = ( 0,972 − 0,97 )  (− j 62,5) = j 1,82 pu ▪ Bˆ = ( a24
2
− a24 ) yˆ 24 = (1, 022 − 1, 02 )  (− j83,33) = − j 1, 7 pu
▪ Cˆ = (1 − a13 ) yˆ13 = (1− 0,97 )  (− j 62,5) = − j 1,88 pu ▪ Cˆ = (1 − a24 ) yˆ 24 = (1 − 1, 02 )  (− j83,33) = j 1, 67 pu
G11 = 2,08 + 0 = 2,08 pu 
G22 = 2,08 + 0 = 2,08 pu 
G33 = 0 + 0, 481 = 0, 481 pu   2,08 − 2,08 0,0 0,0 
  − 2,08 2,08
G44 = 0 + 0, 481 = 0, 481 pu  0,0 0,0 
  [G ] = 
G12 = G21 = − 2,08 pu   0,0 0,0 0, 481 − 0, 481
  
G13 = G31 = 0,0 pu  0,0 0,0 − 0, 481 0, 481 

G24 = G42 = 0,0 pu 
G34 = G43 = − 0, 481 pu 

66
B11 = −13,0 + 0,1 − 60,63 + 1,82 = − 71,71 pu 
B22 = −13,0 + 0,1 − 85,0 − 1,7 = − 99,6 pu 

B33 = − 60,63 − 1,88 − 2, 404 + 0,15 = − 64,76 pu   − 71,71 13,0 60,63 0,0 
  13,0
B44 = − 85,0 + 1,67 − 2, 404 + 0,15 + 1, 2 = − 84,38 pu  − 99,6 0,0 85,0 
  [ B] = 
B12 = B21 = − (−13,0) = 13,0 pu   60,63 0,0 − 64,76 2, 404 
  
B13 = B31 = − (− 60,63) = 60,63 pu  0,0 85,0 2, 404 − 84,38

B24 = B42 = − (− 85,0) = 85,0 pu 
B34 = B43 = − (− 2, 404) = 2, 404 pu 

2
2,08 − j 13,0 − j 85, 0

1 4
j 0,1 j 0,1 − j 1,70 j 1,67

3
− j 60,63 0, 481− j 2, 404 j 1, 2

j 1,82 − j 1,88 j 0,15 j 0,15

Figura 2: Diagrama unifilar da rede exemplo com modelos  equivalente dos ramos.

(d) Resumo do problema do fluxo de carga da rede exemplo:


Como estudado no item 5.3, para uma rede elétrica formada por NB barras, cada k = 1,...,NB barra tem a
ela associadas 2 equações básicas e 4 variáveis (Pk , Qk , Vk e k), onde 2 variáveis são conhecidas e 2 variáveis
são incógnitas, tal que PFC do sistema é modelado por 2NB equações com 4NB variáveis, onde 2NB variáveis
entram nos cálculos do PFC como dados e 2NB como incógnitas. Desse modo, como a rede exemplo é formada
por NB = 4 barras, tem-se que o cálculo do PFC do sistema (resumo no esquema da Figura 3) consiste em:
• 2NB = 2  4 = 8 equações de balanço de potência de barra (equações básicas (5.19) e (5.20) do PFC)
• 4NB = 4  4 = 16 variáveis: V1 , 1 , P1 , Q1 ; V2 , 2 , P2 , Q2 ; V3 , 3 , P3 , Q3 ; V4 , 4 , P4 e Q4 ; das quais:
▪ 2NB = 2  4 = 8 variáveis são conhecidas: V1 = 1,02 pu, 1 = 0 rad, V2 = 0,98 pu, P2 = 1,8 pu, P3 = − 3,0 pu,
Q3 = − 2,5 pu, P4 = − 5,0 pu e Q4 = − 3,0 pu
▪ 2NB = 2  4 = 8 variáveis são as incógnitas do PFC: P1 , Q1 , 2 , Q2 , V3 , 3 , V4 e 4
Como visto no item 5.4, para uma rede elétrica formada por NPQ barras PQ, NPV barras PV e 1 barra
V, tal que NB = NPQ + NPV + 1, tem-se que as 2NB = 2NPQ + 2NPV + 2 incógnitas do PFC são obtidas com
o cálculo de dois subsistemas, onde no susbistema 1 são calculadas 2NPQ + NPV incógnitas e no subsistema 2
são obtidos as NPV + 2 incógnitas restantes. Desse modo, para a rede exemplo, tem-se que: NPQ = 2, NPV = 1
e 1 barra do tipo V, tal que as 8 incógnitas a serem obtidas em cada subsistema do PFC da rede consiste em:
• Subsistema 1: cálculo de 2NPQ + NPV = 2  2 + 1 = 5 incógnitas:  2 , V3 ,  3 , V4 e  4
• Subsistema 2: cálculo de NPV + 2 = 1 + 2 = 3 incógnitas restantes: P1 , Q1 e Q2

2 PV

LT TR
V 1 P2 = 1,8 4 PQ
0,98 2
Q2
P1 P4 = − 5,0
3 PQ
Q1
1, 02 0 V4 4 Q4 = − 3,0
TR LT
P3 = − 3,0
V3 3
Q3 = − 2,5
Figura 3: Diagrama unifilar simplificado da rede exemplo com esquema de dados e incógnitas.

67
(A.2) SOLUÇÃO DO SUBSISTEMA 1 PELO MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON

A vantagem em adotar a sugestão feita na parte teórica para considerar todas as NB barras na montagem
destas equações reside em facilitar os cálculos dos seus elementos, ao fazer coincidir os índices de cada compo-
nente dos vetores e das submatrizes da jacobiana com os números das barras (por exemplo, H11 corresponderia
à derivada parcial de P1 em relação a 1), o que não ocorre (H11 corresponde à derivada parcial de P2 em relação
a 2). Para evitar esta confusão, a representação e os cálculos dos elementos da matriz jacobina apresentados a
seguir farão referência apenas às definições dos seus componentes em termos de derivadas parciais.
Para a rede exemplo, tem-se que os vetores de variáveis [ | V ]T e de equações básicas [P | Q]T , bem
como a matriz jacobiana [ J ] do método de Newton-Raphson, serão definidos dimensionalmente por:
 2   P2   P2esp   P2calc 
   P   esp   calc 
  NPQ + NPV  3
3
 P  NPQ + NPV  3  P3   P3  3

V   4  ;  Q   P4  =  P4  −  P4calc 
esp

  NPQ     NPQ    esp   calc 


V3   Q3  Q3  Q3  2
V4 
2
 Q4  Q esp  Q calc 
 4   4 
 P2calc P2calc P2calc P2calc P2calc 
 
  2 3  4 V3 V4 
 P calc P3calc P3calc P3calc P3calc 
 P calc P calc   3  3
  NPQ + NPV   2 3  4 V3 V4 
 V   calc 
 J  = −  calc P
= −  4
P4calc P4calc P4calc P4calc   [ H ] [ N ]
= −
3
 Q Q calc  
  NPQ   2 3  4 V3 V4  [ M ] [ L]  2
  V   calc 
 Q3 Q3calc Q3calc Q3calc Q3calc  3 2
  3  4 V3 V4 
NPQ + NPV NPQ  2
 2
 Q4calc Q4calc Q4calc Q4calc Q4calc 
 
  2 3  4 V3 V4 

3 2
Com base na equação (6.4), tem-se então que o cálculo do subsistema 1 da rede exemplo pelo método de
Newton-Raphson consiste em resolver a cada iteração i a equação matricial determinada por:
−1
 P2calc ,(i ) P2calc ,(i ) P2calc ,(i ) P2calc ,(i ) P2calc ,(i ) 
 
  2 3  4 V3 V4 
 P calc ,(i ) P calc ,(i ) P calc , (i ) P calc ,(i ) P calc ,(i ) 
 2(i +1)   2( i )   3 3 3 3 3
  P2(i ) 
 (i +1)   (i )          V  V   (i ) 
 3   3 
2 3 4 3 4
 calc ,(i )
P4 P4calc ,( i )
P4calc ,( i )
P4calc ,( i )
P4calc ,( i )   P3 
 4  =  4  +
( i +1) ( i )    P (i ) 
 (i +1)   (i )    2 3  4 V3 V4   4(i ) 
V3  V3   calc ,(i )   Q3 
V (i +1)  V ( i )   Q3 Q3calc ,(i ) Q3calc ,(i ) Q3calc ,(i ) Q3calc ,(i )   (i ) 
 4   4     Q4 
3  4 V3 V4 
 2

 Q4calc ,(i ) Q4calc ,(i ) Q4calc ,(i ) Q4calc ,(i ) Q4calc ,(i ) 
 
  2 3  4 V3 V4 
onde o vetor de resíduos [P(i ) | Q(i ) ]T a ser obtido em cada iteração i (tolerância  adotada = 10 − 4) é dado por:
 P2(i )   P2esp   P2calc ,(i ) 
 (i )   esp   calc ,(i ) 
 P3   P3   P3 
 P4(i )  =  P4esp  −  P4calc ,(i ) 
 (i )   esp   calc ,( i ) 
 Q3  Q3  Q3 
 Q (i )  Q esp  Q calc ,( i ) 
 4   4   4 
A seguir são deduzidas as equações gerais dos elementos da jacobiana em termos de derivadas parciais:
P2calc
• tem a forma da equação (6.5), que pode ser obtida também com a equação (6.13), tal que:
 2

68
Pkcalc P2calc
= − Vk2 Bkk − Qkcalc  = − V22 B22 − Q2calc = − 0,982  ( − 99,6 ) − Q2calc = 95,66 − Q2calc
 k  2
P2calc Pkcalc
• tem a forma da equação (6.6): = Vk Vm ( Gkm sen km − Bkm cos  km ) , tal que:
 3  m
P2calc
= V2 V3 ( G23 sen 23 − B23 cos 23 ) = 0,98 V3 ( 0  sen 23 − 0  cos 23 ) = 0,0 pu
3
ou seja, este elemento apresenta valor nulo, visto que não existe o ramo 2-3 na rede exemplo
P calc Pkcalc
• 2 tem a forma da equação (6.6): = Vk Vm ( Gkm sen km − Bkm cos  km ) , tal que:
 4  m
P2calc
= V2 V4 ( G24 sen 24 − B24 cos  24 ) = 0,98 V4 ( 0  sen 24 − 85,0  cos  24 ) = − 83,3V4 cos  24
 4
P2calc Pkcalc
• tem a forma da equação (6.8): = Vk ( Gkm cos km + Bkm sen km ) , tal que:
V3 Vm
P2calc
= V2 ( G23 cos 23 + B23 sen 23 ) = 0,98 ( 0  cos 23 + 0  sen 23 ) = 0,0 pu
V3
ou seja, este elemento também apresenta valor nulo, visto que não existe o ramo 2-3 na rede exemplo
P calc Pkcalc
• 2 tem a forma da equação (6.8): = Vk ( Gkm cos km + Bkm sen km ) , tal que:
V4 Vm
P2calc
= V2 ( G24 cos 24 + B24 sen 24 ) = 0,98 ( 0  cos 24 + 85,0  sen 24 ) = 83,3sen 24
V4
P3calc Pkcalc
• tem a forma da equação (6.6): = Vk Vm ( Gkm sen km − Bkm cos  km ) , tal que:
 2  m
P3calc
= V3 V2 ( G32 sen32 − B32 cos32 ) = 0,98 V3 ( 0  sen32 − 0  cos32 ) = 0,0 pu
 2
ou seja, este elemento também apresenta valor nulo, visto que não existe o ramo 2-3 na rede exemplo
P3calc
• tem a forma da equação (6.5), que pode ser obtida também a equação (6.13), tal que:
 3
Pkcalc P3calc
= − Vk2 Bkk − Qkcalc  = − V32 B33 − Q3calc = − V32  ( − 64,76 ) − Q3calc = 64,76 V32 − Q3calc
 k 3
P3calc Pkcalc
• é do tipo da equação (6.6): = Vk Vm ( Gkm sen km − Bkm cos  km ) , tal que:
 4  m
P3calc
= V3 V4 ( G34 sen34 − B34 cos34 ) = V3 V4 ( − 0, 481 sen34 − 2, 404 cos34 )
 4
P3calc
• tem a forma da equação (6.7), que pode ser obtida também com a equação (6.14), tal que:
V3
Pkcalc Vk2 Gkk + Pkcalc P3calc V 2 G + P3calc 0, 481 V32 + P3calc
=  = 3 33 =
Vk Vk V3 V3 V3
P3calc Pkcalc
• tem a forma da equação (6.8): = Vk ( Gkm cos km + Bkm sen km ) , tal que:
V4 Vm
P3calc
= V3 ( G34 cos34 + B34 sen34 ) = V3 ( − 0, 481 cos 34 + 2, 404 sen34 )
V4
P4calc P calc
• tem a forma da equação (6.6): k = Vk Vm ( Gkm sen km − Bkm cos  km ) , tal que:
 2  m
P4calc
= V4 V2 ( G42 sen 42 − B42 cos 42 ) = 0,98 V4 ( 0  sen 42 − 85,0  cos 42 ) = − 83,3V4 cos 42
 2

69
P4calc P calc
• tem a forma da equação (6.6): k = Vk Vm ( Gkm sen km − Bkm cos  km ) , tal que:
 3  m
P4calc
= V4 V3 ( G43 sen 43 − B43 cos  43 ) = V4 V3 ( − 0, 481 sen 43 − 2, 404 cos  43 )
3
P4calc
• tem a forma da equação (6.5), que pode ser obtida também a equação (6.13), tal que:
 4
Pkcalc P4calc
= − Vk2 Bkk − Qkcalc  = − V42 B44 − Q4calc = − V42  ( −84,38 ) − Q4calc = 84,38 V42 − Q4calc
 k  4
P4calc Pkcalc
• tem a forma da equação (6.8): = Vk ( Gkm cos km + Bkm sen km ) , tal que:
V3 Vm
P4calc
= V4 ( G43 cos 43 + B43 sen 43 ) = V4 ( − 0, 481 cos 43 + 2, 404 sen 43 )
V3
P4calc
• tem a forma da equação (6.7), que pode ser obtida também com a equação (6.14), tal que:
V4
Pkcalc Vk2 Gkk + Pkcalc P4calc V 2 G + P4calc 0, 481 V42 + P4calc
=  = 4 44 =
Vk Vk V4 V4 V4
Q3calc
• tem a forma da equação (6.10) e também tem valor nulo, visto que não existe o ramo 2-3, tal que:
 2
Q3calc
= − V3 V2 ( G32 cos32 + B32 sen32 ) = − 0,98 V3 ( 0  cos 32 + 0  sen32 ) = 0,0 pu
 2
Q3calc
• tem a forma da equação (6.9), que pode ser obtida também com a equação (6.15), tal que:
 3
Qkcalc Q3calc
= − Vk2 Gkk + Pkcalc  = − V32 G33 + P3calc = − 0, 481 V32 + P3calc
 k 3
Q3calc Qkcalc
• tem a forma da equação (6.10): = − Vk Vm ( Gkm cos km + Bkm sen km ) , tal que:
 4  m
Q3calc
= − V3 V4 ( G34 cos34 + B34 sen34 ) = − V3 V4 ( − 0, 481 cos 34 + 2, 404 sen34 )
 4
Q3calc
• tem a forma da equação (6.11), que pode ser obtida também com a equação (6.16), tal que:
V3
Qkcalc − Vk2 Bkk + Qkcalc Q3calc − V32 B33 + Q3calc − V32  (−64,76) + Q3calc 64,76 V32 + Q3calc
=  = = =
Vk Vk V3 V3 V3 V3
Q3calc Qkcalc
• tem a forma da equação (6.12): = Vk ( Gkm sen km − Bkm cos km ) , tal que:
V4 Vm
Q3calc
= V3 ( G34 sen34 − B34 cos34 ) = V3 ( − 0, 481 sen34 − 2, 404 cos 34 )
V4
Q4calc Qkcalc
• tem a forma da equação (6.10): = − Vk Vm ( Gkm cos km + Bkm sen km ) , tal que:
 2  m
Q4calc
= − V4 V2 ( G42 cos 42 + B42 sen 42 ) = − 0,98 V4 ( 0  cos  42 + 85,0  sen 42 ) = − 83,3 V4 sen 42
 2
Q4calc Qkcalc
• tem a forma da equação (6.10): = − Vk Vm ( Gkm cos km + Bkm sen km ) , tal que:
 3  m
Q4calc
= − V4 V3 ( G43 cos 43 + B43 sen 43 ) = − V4 V3 ( − 0, 481 cos  43 + 2, 404 sen 43 )
3

70
Q4calc
• tem a forma da equação (6.9), que pode ser obtida também com a equação (6.15), tal que:
 4
Qkcalc Q4calc
= − Vk2 Gkk + Pkcalc  = − V42 G44 + P4calc = − 0, 481 V42 + P4calc
 k  4
Q4calc Qkcalc
• tem a forma da equação (6.12): = Vk ( Gkm sen km − Bkm cos km ) , tal que:
V3 Vm
Q4calc
= V4 ( G43 sen 43 − B43 cos 43 ) = V4 ( − 0, 481 sen 43 − 2, 404 cos 43 )
V3
Q4calc
• tem a forma da equação (6.11), que pode ser obtida também com a equação (6.16), tal que:
V4
Qkcalc − Vk2 Bkk + Qkcalc Q4calc − V42 B44 + Q4calc − V42  (− 84,38) + Q4calc 84,38 V42 + Q4calc
=  = = =
Vk Vk V4 V4 V4 V4
Com base no algoritmo de cálculo do subsistema 1 pelo método de Newton-Raphson visto anteriormente,
tem-se a seguir o desenvolvimento dos passos do processo iterativo de cálculo do PFC da rede exemplo:
================================== Iteração i = 0 =================================
➢ Passo 1: ler e normalizar os dados do sistema, e montar as matrizes condutância [G] e susceptância [B] (já
realizado). Adotar o flat-start: V = 1 pu e  = 0 rad para inicializar o vetor de variáveis [ (0) | V (0) ]T do
subsistema 1 (esquema da rede na Figura 4) e montar do vetor de potências especificadas [Pesp | Qesp]T:
 2(0)  0,0   P2esp   1,8 
 (0)  0,0   esp   − 3,0 
 3     P3   
 4(0)  = 0,0  ;  P4esp  =  − 5,0 
 (0)     esp   
V3  1,0  Q3   − 2,5
V (0)  1,0  Q esp   − 3,0 
 4   4 
tal que o vetor de equações básicas do subsistema 1 a ser calculado em cada iteração i é determinado por:
 P2(i )   P2esp   P2calc ,(i )   1,8   P2calc ,( i ) 
 (i )   esp   calc ,(i )   − 3,0   calc ,(i ) 
 P3   P3   P3     P3 
 P4(i )  =  P4esp  −  P4calc ,(i )  =  − 5,0  −  P4calc ,(i ) 
 (i )   esp   calc ,(i )     calc ,(i ) 
 Q3  Q3  Q3   − 2,5 Q3 
 Q (i )  Q esp  Q calc ,(i )   − 3,0  Q calc ,(i ) 
 4   4   4   4 

2 PV

LT TR
PQ
V 1 P2 = 1,8 4
0,98 0
Q2
P1 P4 = − 5,0
3 PQ
Q1 1, 0 0 Q4 = − 3,0
1, 02 0
TR LT
P3 = − 3,0
1, 0 0
Q3 = − 2,5
Figura 4: Esquema simplificado da rede exemplo com o estado das tensões de barra iniciais.

➢ Passo 2: cálculo dos vetores Pcalc ,(0) e Qcalc ,(0) com base nas equações (5.23) e (5.24), respectivamente.
• Dados: V1 = 1,02 pu ; V2 = 0,98 pu; V3 = 1,0 pu; V4 = 1,0 pu; 1 = 2 = 3 = 4 = 0
21 = 2 − 1 = 0 ; 24 = 2 − 4 = 0 = 42 ; 31 = 3 − 1 = 0 ; 34 = 3 − 4 = 0 = 43
• P2calc ,(0)
= V22 G22 + V2 (V1 ( G21 cos 21 + B21 sen21 ) + V4 ( G24 cos24 + B24 sen24 ) ) = 0,982  2,08 +
+ 0,98  (1,02  ( −2,08  cos(0) + 13,0  sen(0)) +1,0  (0  cos(0) + 85,0  sen(0))) = − 0,0815 pu
• P3calc ,(0) = V32 G33 + V3 (V1 ( G31 cos31 + B31 sen31 ) + V4 ( G34 cos34 + B34 sen34 ) ) = 1,02  0, 481 +
+ 1,0  (1,02  (0  cos(0) + 60,63  sen(0)) + 1,0  (( − 0, 481)  cos(0) + 2, 404  sen(0))) = 0 pu

71
• P4calc ,(0) = V42 G44 + V4 (V2 ( G42 cos 42 + B42 sen 42 ) + V3 ( G43 cos 43 + B43 sen 43 ) ) = 1,02  0, 481 +
+ 1,0  (0,98  (0  cos(0) + 85,0  sen(0)) + 1,0  (( − 0, 481)  cos(0) + 2, 404  sen(0))) = 0 pu
• Q3calc ,(0) = − V32 B33 + V3 (V1 ( G31 sen31 − B31 cos31 ) + V4 ( G34 sen34 − B34 cos 34 ) ) = − 1,02  (− 64,76) +
+ 1,0  (1,02  (0  sen(0) − 60,63  cos(0)) + 1,0  (( − 0, 481)  sen(0) − 2, 404  cos(0))) = 0,513 pu
• Q4calc ,(0) = − V42 B44 + V4 (V2 ( G42 sen 42 − B42 cos 42 ) + V3 ( G43 sen 43 − B43 cos 43 ) ) = − 1,02  (− 84,38) +
+ 1,0  (0,98  (0  sen(0) − 85,0  cos(0)) + 1,0  (( − 0, 481)  sen(0) − 2, 404  cos(0))) = − 1,317 pu
• Montagem do vetor de equações básicas [ P (0) | Q (0) ]T (vetor de resíduos ou mismatches):
 P2(0)   1,8   P2calc ,(0)   1,8   − 0,082   1,882 
 (0)   − 3,0   calc ,(0)   − 3,0   0,000   − 3,0 
 P3     P3       
 P4(0)  =  − 5,0  −  P4calc ,(0)  =  − 5,0  −  0,000  =  − 5,0 
 (0)     calc ,(0)       
 Q3   − 2,5 Q3   − 2,5  0,513   − 3,013
 Q (0)   − 3,0  Q calc ,(0)   − 3,0   −1,317   −1,683 
 4   4 
➢ Passo 3: teste de convergência: max| [ P | Q ] | = 5,0 > 10−4  processo não convergiu. Ir ao passo 4.
➢ Passo 4: cálculo dos elementos não nulos da matriz jacobiana com base nas equações obtidas anteriormente:
P2calc ,(0)
• = 95,66 − Q2calc ,(0) , onde:
 2
Q2calc ,(0) = − V22 B22 + V2 V1 ( G21 sen21 − B21 cos 21 ) + V4 ( G24 sen24 − B24 cos 24 ) = − 0,982  (− 99,6) +
+ 0,98  (1,02  ( (− 2,08)  sen(0) − 13,0  cos(0) ) + 1,0  ( 0  sen(0) − 85,0  cos(0) ) ) = − 0,639 pu
P2calc ,(0)
Logo: = 95,66 − (− 0,639) = 96,3 pu
 2
P2calc ,(0)
• = − 83,3V4 cos  24 = − 83,3  1,0  cos(0) = − 83,3 pu
 4
P2calc ,(0)
• = 83,3 sen 24 = 83,3  sen(0) = 0,0 pu
V4
P3calc ,(0)
• = 64,76 V32 − Q3calc ,(o) = 64,76  1,02 − 0,513 = 64, 25 pu
3
P3calc ,(0)
• = V3 V4 ( − 0, 481 sen34 − 2, 404 cos34 )
 4
P3calc ,(0)
= 1,0  1,0  ( − 0, 481  sen(0) − 2, 404  cos(0) ) = − 2, 404 pu
 4
P3calc ,(0) 0, 481 V32 + P3calc 0, 481  1,02 + 0,0
• = = = 0, 481 pu
V3 V3 1,0
P3calc ,(0)
• = V3 ( − 0, 481 cos 34 + 2, 404 sen34 ) = 1,0  ( − 0, 481  cos(0) + 2, 404  sen(0) ) = − 0, 481 pu
V4
P4calc ,(0)
• = − 83,3V4 cos  42 = − 83,3  1,0  cos(0) = − 83,3 pu
 2
P4calc ,(0)
• = V4 V3 ( − 0, 481 sen 43 − 2, 404 cos 43 )
3
P4calc ,(0)
= 1,0  1,0  ( − 0, 481  sen(0) − 2, 404  cos(0) ) = − 2, 404 pu
3
P4calc ,(0)
• = 84,38 V42 − Q4calc = 84,38  1,02 − ( −1,317) = 85,7 pu
 4
P4calc ,(0)
• = V4 ( − 0, 481 cos  43 + 2, 404 sen 43 ) = 1,0  ( − 0, 481  cos(0) + 2, 404  sen(0) ) = − 0, 481 pu
V3

72
P4calc ,(0) 0, 481 V42 + P4calc 0, 481  1,02 + 0,0
• = = = 0, 481 pu
V4 V4 1,0
Q3calc ,(0)
• = − 0, 481 V32 + P3calc = − 0, 481  1,02 + 0,0 = − 0, 481 pu
3
Q3calc ,(0)
• = − V3 V4 ( − 0, 481 cos34 + 2, 404 sen34 )
 4
Q3calc ,(0)
= − 1,0  1,0  ( − 0, 481  cos(0) + 2, 404  sen(0) ) = 0, 481 pu
 4
Q3calc ,(0) 64,76 V32 + Q3calc 64,76  1,02 + 0,513
• = = = 65, 27 pu
V3 V3 1,0
Q3calc ,(0)
• = V3 ( − 0, 481 sen34 − 2, 404 cos 34 ) = 1,0  ( − 0, 481  sen(0) − 2, 404  cos(0) ) = − 2, 404 pu
V4
Q4calc ,(0)
• = − 83,3 V4 sen 42 = − 83,3  1,0  sen(0) = 0,0 pu
 2
Q4calc ,(0)
• = − V4 V3 ( − 0, 481 cos 43 + 2, 404 sen 43 )
3
Q4calc ,(0)
= − 1,0  1,0  ( − 0, 481  cos(0) + 2, 404  sen(0) ) = 0, 481 pu
3
Q4calc ,(0)
• = − 0, 481 V42 + P4calc = − 0, 481  1,02 + 0,0 = − 0, 481 pu
 4
Q4calc ,(0)
• = V4 ( − 0, 481 sen 43 − 2, 404 cos  43 ) = 1,0  ( − 0, 481  sen(0) − 2, 404  cos(0) ) = − 2, 404 pu
V3
Q4calc ,(0) 84,38 V42 + Q4calc 84,38  1,02 + ( −1,317)
• = = = 83,07 pu
V4 V4 1,0
➢ Passo 5: fazer i = 1 e calcular vetor [ (1) | V (1)]T para obter nova estimativa do estado das tensões de barra:
−1
 P2calc ,(0) P2calc ,(0) P2calc ,(0) P2calc ,(0) P2calc ,(0) 
 
  2 3  4 V3 V4 
 P calc ,(0) P calc ,(0) P calc ,(0) P calc ,(0) P calc ,(0) 
 2(1)   2(0)   3 3 3 3 3
  P2(0) 
 (1)   (0)          V  V   (0) 
 3   3 
2 3 4 3 4
 calc ,(0)
P P calc ,(0)
P calc ,(0)
P calc ,(0)
P calc ,(0)   P3 
 4  =  4  +
(1) (0)  4 4 4 4 4   P (0) 
 (1)   (0)    2 3  4 V3 V4   4(0) 
V3  V3   calc ,(0)   Q3 
V (1)  V (0)   Q3 Q3calc ,(0) Q3calc ,(0) Q3calc ,(0) Q3calc ,(0)   (0) 
 4   4     Q4 
3  4 V3 V4 
 2

 Q4calc ,(0) Q4calc ,(0) Q4calc , (0) Q4calc ,(0) Q4calc ,(0) 
 
  2 3  4 V3 V4 
−1
 2(1)  0,0   96,3 0,0 −83,3 0,0 0,0   1,882   − 0, 2035
 (1)  0,0   0,0     − 0,0562 
 3     64, 25 −2, 404 0, 481 −0, 481  −3,0   
 4(1)  = 0,0  +  −83,3 −2, 404 85,7 −0, 481 0, 481   −5,0  =  − 0, 2578
 (1)         
V3  1,0   0,0 −0, 481 0, 481 65, 27 −2, 404   −3,013  0,9545 
V (1)  1,0 
 4   0,0 0, 481 −0, 481 −2, 404 83,07   −1,683  0,9773 
================================== Iteração i = 1 =================================
➢ Passo 2: cálculo dos vetores Pcalc ,(1) e Qcalc ,(1) com base nas equações (5.23) e (5.24), respectivamente.
• Dados: V1 = 1,02 pu ; V2 = 0,98 pu; V3 = 0,9545 pu; V4 = 0,9773 pu
1 = 0 rad; 2 = − 0,2035 rad ; 3 = − 0,0562 rad ; 4 = − 0,2578 rad
21 = − 0,2035 − 0 = − 0,2035 rad ; 24 = − 0,2035 − (− 0,2578) = 0,054 rad  42 = − 0,054 rad
31 = − 0,0562 − 0 = − 0,0562 rad ; 34 = − 0,0562 − (− 0,2578) = 0,202 rad  43 = − 0,202 rad
73
• P2calc,(1) = 0,982  2,08 + 0,98  (1,02  (− 2,08  cos(− 0,2035) + 13,0  sen(− 0,2035)) +
+ 0,9773  (0  cos(0,054) + 85,0  sen(0,054))) = 1,7560 pu
• P3calc,(1) = 0,95452  0,481 + 0,9545  (1,02  (0  cos(− 0,0562) + 60,63  sen(− 0,0562)) +
+ 0,9773  ((− 0, 481)  cos(0, 202) + 2, 404  sen(0,202))) = − 2,8662 pu
• P4calc,(1) = 0,97732  0,481 + 0,9773  (0,98  (0  cos(− 0,054) + 85,0  sen(− 0,054)) +
+ 0,9545  (( − 0, 481)  cos( − 0, 202) + 2, 404  sen( − 0, 202))) = − 4,8504 pu
• Q3calc,(1) = − 0,95452  (− 64,76) + 0,9545  (1,02  (0  sen(− 0,0562) − 60,63  cos(− 0,0562)) +
+ 0,9773  ((− 0, 481)  sen(0, 202) − 2, 404  cos(0, 202))) = − 2, 2227 pu
• Q4calc,(1) = − 0,97732  (− 84,38) + 0,9773  (0,98  (0  sen(− 0,054) − 85,0  cos(− 0,054)) +
+ 0,9545  ((− 0, 481)  sen(− 0, 202) − 2, 404  cos( − 0, 202))) = − 2,8004 pu
• Montagem do vetor de equações básicas [ P (1) | Q (1) ]T (vetor de resíduos):
 P2(1)   1,8   P2calc ,(1)   1,8   1,7560   0,0440 
 (1)   − 3,0   calc ,(1)   − 3,0   − 2,8662   − 0,1338 
 P3     P3       
 P4(1)  =  − 5,0  −  P4calc ,(1)  =  − 5,0  −  − 4,8504  =  − 0,1496 
 (1)     calc ,(1)       
 Q3   − 2,5 Q3   − 2,5  − 2, 2227   − 0, 2773
 Q (1)   − 3,0  Q calc ,(1)   − 3,0   − 2,8004   − 0,1996 
 4   4 
➢ Passo 3: teste de convergência: max| [ P | Q ] | = 0,2773 > 10−4  processo não convergiu. Ir ao passo 4.
➢ Passo 4: cálculo dos elementos não nulos da matriz jacobiana com base nas equações obtidas anteriormente:
• Obtenção de Q2calc,(1) , a ser utilizado no cálculo do próximo item:
Q2calc,(1) = − 0,982  (− 99,6) + 0,98  (1,02  ((− 2,08)  sen(− 0,2035) − 13,0  cos(− 0,2035)) +
+ 0,9773  (0  sen(0,054) − 85,0  cos(0,054))) = 2,0645 pu
P2calc ,(1)
• = 95,66 − 2,0645 = 93,59 pu
 2
P2calc ,(1)
• = − 83,3V4 cos 24 = − 83,3  0,9773  cos(0,054) = − 81, 28 pu
 4
P2calc ,(1)
• = 83,3 sen 24 = 83,3  sen(0,054) = 4,52 pu
V4
P3calc ,(1)
• = 64,76 V32 − Q3calc ,(1) = 64,76  0,95452 − (− 2, 2227) = 61, 22 pu
3
P3calc ,(1)
• = 0,9545  0,9773  ( − 0, 481  sen(0, 202) − 2, 404  cos(0, 202) ) = − 2, 29 pu
 4
P3calc ,(1) 0, 481 V32 + P3calc 0, 481  0,95452 + (− 2,8662)
• = = = − 2,544 pu
V3 V3 0,9545
P3calc ,(1)
• = 0,9545  ( − 0, 481  cos(0, 202) + 2, 404  sen(0, 202) ) = 0,01 pu
V4
P4calc ,(1)
• = − 83,3V4 cos 42 = − 83,3  0,9773  cos(− 0,054) = − 81, 29 pu
 2
P4calc ,(1)
• = 0,9773  0,9545  ( − 0, 481  sen(− 0, 202) − 2, 404  cos(− 0, 202) ) = − 2,107 pu
3
P4calc ,(1)
• = 84,38 V42 − Q4calc = 84,38  0,97732 − (− 2,8004) = 83,39 pu
 4
P4calc ,(1)
• = 0,9773  ( − 0, 481  cos(− 0, 202) + 2, 404  sen( − 0, 202) ) = − 0,932 pu
V3
P4calc ,(1) 0, 481 V42 + P4calc 0, 481  0,97732 + ( − 4,8504)
• = = = − 4, 49 pu
V4 V4 0,9773

74
Q3calc ,(1)
• = − 0, 481 V32 + P3calc = − 0, 481  0,95452 + (− 2,8662) = − 3,304 pu
3
Q3calc ,(1)
• = − 0,9545  0,9773  ( − 0, 481  cos(0, 202) + 2, 404  sen(0, 202) ) = − 0,01 pu
 4
Q3calc ,(1) 64,76 V32 + Q3calc 64,76  0,95452 + (− 2, 2227)
• = = = 59, 48 pu
V3 V3 0,9545
Q3calc ,(1)
• = 0,9545  ( − 0, 481  sen(0, 202) − 2, 404  cos(0, 202) ) = − 2,34 pu
V4
Q4calc ,(1)
• = − 83,3 V4 sen 42 = − 83,3  0,9773  sen( − 0,054) = 4, 421 pu
 2
Q4calc ,(1)
• = − 0,9773  0,9545  ( − 0, 481  cos( − 0, 202) + 2, 404  sen( − 0, 202) ) = 0,889 pu
3
Q4calc ,(1)
• = − 0, 481 V42 + P4calc = − 0, 481  0,97732 + ( − 4,8504) = − 5,31 pu
 4
Q4calc ,(1)
• = 0,9773  ( − 0, 481  sen(− 0, 202) − 2, 404  cos( − 0, 202) ) = − 2, 207 pu
V3
Q4calc ,(1) 84,38 V42 + Q4calc 84,38  0,97732 + (− 2,8004)
• = = = 79,6 pu
V4 V4 0,9773
➢ Passo 5: fazer i = 2 e calcular vetor [ (2) | V (2)]T para obter nova estimativa do estado das tensões de barra:
−1
 2(2)   − 0, 2035  93,59 0,0 − 81, 28 0,0 4,524   0,0440   − 0, 2113
 (2)   − 0,0562   0,0     − 0,0589
 3     61, 22 − 2, 287 − 2,544 0,010   − 0,1338   
 4(2)  =  − 0, 2578 +  − 81, 29 − 2,107 83,39 − 0,931 − 4, 493  − 0,1496  =  − 0, 2675
 (2)         
V3   0,9545   0,0 − 3,304 − 0,098 59, 48 − 2,34   − 0, 2773  0,9496 
V (2)   0,9773   4, 421 0, 889 − 5,31 − 2, 207 79,60   − 0,1996   0,9744 
 4 
================================== Iteração i = 2 =================================
➢ Passo 2: cálculo dos vetores Pcalc ,(2) e Qcalc ,(2) e montagem o vetor de equações básicas [ P (2) | Q (2) ]T:
 P2(2)   1,8   P2calc ,(2)   1,8   1,7997   0,0003 
 (2)   − 3,0   calc ,(2)   − 3,0   − 2,9993   − 0,0007 
 P3     P3       
 P4(2)  =  − 5,0  −  P4calc ,(2)  =  − 5,0  −  − 4,9994  =  − 0,0006 
 (2)     calc ,(2)       
 Q3   − 2,5 Q3   − 2,5  − 2, 4982  − 0,0018
 Q (2)   − 3,0  Q calc ,(2)   − 3,0   − 2,9992   − 0,0008
 4   4 
➢ Passo 3: teste de convergência:
max| [ P | Q ] | = 0,0018 > 10−4  processo não convergiu. Ir ao passo 4.
➢ Passo 4: cálculo dos elementos da matriz jacobiana com base nas equações definidas anteriormente (similar
ao procedimento realizado nas iterações anteriores) e montagem da matriz jacobiana resultante:
 93,32 0,0 − 81,04 0,0 4,680 
 0,0 60,885 − 2, 268 − 2,702 0,026 

 J  = − 81,04 − 2,084 83,13 − 0,9433 − 4,66 
 
 0,0 − 3, 433 − 0,025 58,857 − 2,328
 4,56 0,896 − 5, 456 − 2,194 79,151 
➢ Passo 5: fazer i = 3 e calcular vetor [ (3) | V (3)]T para obter nova estimativa do estado das tensões de barra:
−1
 2(3)   − 0, 2113  93,32 0,0 − 81,04 0,0 4,680   0,0003   − 0, 2113
 (3)   − 0,0589   0,0     − 0,0589
 3     60,885 − 2, 268 − 2,702 0,026   − 0,0007   
 4(3)  =  − 0, 2675 +  − 81,04 − 2,084 83,13 − 0,9433 − 4,66   − 0,0006  =  − 0, 2675
 (3)         
V3   0,9498   0,0 − 3, 433 − 0,025 58,857 − 2,328  − 0,0018  0,9495 
V (3)   0,9745   4,56 0,896 − 5, 456 − 2,194 79,151   − 0,0008  0,9744 
 4 

75
================================== Iteração i = 3 =================================
➢ Passo 2: cálculo dos vetores Pcalc ,(3) e Qcalc ,(3) e montagem do vetor de equações básicas [ P (3) | Q (3) ]T:
 P2(3)   1,8   P2calc ,(3)   1,8   1,8  0,0
 (3)   − 3,0   calc ,(3)   − 3,0   − 3,0  0,0
 P3     P3       
 P4(3)  =  − 5,0  −  P4calc ,(3)  =  − 5,0  −  − 5,0  = 0,0
 (3)     calc ,(3)       
 Q3   − 2,5 Q3   − 2,5  − 2, 5 0,0
 Q 
(3)  − 3,0  Q calc ,(3)   − 3,0   − 3,0  0,0
 4   4 
➢ Passo 3: teste de convergência: max| [ P | Q ] | = 0 < 10−4  processo convergiu em 3 iterações. Solução
do subsistema 1: 2 = − 0,2113 rad ; 3 = − 0,0589 rad ; 4 = − 0,2675 rad ; V3 = 0,9495 pu ; V4 = 0,9744 pu.
Sair do processo iterativo e resolver o subsistema 2 do PFC da rede (visto mais adiante no item (A.4)).

(A.3) SOLUÇÃO DO SUBSISTEMA 1 PELO MÉTODO DESACOPLADO RÁPIDO XB

Conforme visto no item 6.4, a solução do susistema 1 pelos métodos desacoplados rápidos é separada em
dois subproblemas: P e QV. Logo, para a rede exemplo, em que NPQ = 2 e NPV = 1, tem-se que o vetor de
variáveis  , o vetor de equações P e a matriz de sensibilidade [ B] do subproblema P, bem como o vetor de
variáveis V , o vetor de equações Q e a matriz de sensibilidade [ B] do subproblema QV utilizadas em cada
meia-iteração dos métodos desacoplados rápidos serão, respectivamente, definidos dimensionalmente por:
• Subproblema P:
 2    P2   P2   P2    B11 B12 B13  
esp calc

  esp   calc   
  NPQ + NPV  3   3 ; P  NPQ + NPV   P3  =  P3  −  P3   3 ;  B  NPQ + NPV   B21
     B22
 B23  3

 4    P4   P4esp   P4calc   NPQ + NPV  B31
 B32
 B33  

• Subproblema QV: 3

V    Q  Q esp
 Q calc
   B B12  
V  NPQ   3   2 ; Q  NPQ   3  =  3
−
3
 2 ;  B  NPQ   11 2
V4    Q4  Q
esp
4  Q
calc
4   
 B21   
B22
NPQ
2
Considerando os contadores de meia-iteração p e q dos subproblemas P e QV, respectivamente, tem-se
que o resolução do subsistema 1 da rede exemplo pelos métodos desacoplados rápidos consiste no cálculo das
equações matriciais dos subproblemas P e QV a cada meia-iteração (tolerância adotada = 10− 4) definidas por:
• Subproblema P – equação (6.23):
−1
2( p + 0,5; q )  2( p ; q )   B11 B12 B13   P2
( p; q)
/ V2( p ; q ) 
     
 ( p + 0,5; q ) =  ( p ; q ) +  B P( p ; q ) / V ( p ; q )  3( p +0,5; q )  = 3( p ; q )  +  B21   P3( p ; q ) / V3( p ; q ) 
−1
 B22
 B23

4( p + 0,5; q )  4( p ; q )   B31
 B32
 B33   P4( p ; q ) / V4( p ; q ) 
tal que o vetor de equações básicas P( p ; q ) a ser obtido em cada meia-iteração é calculado por:
 P2( p ; q )   P2esp   P2calc ,( p ; q ) 
 ( p;q)   esp   calc ,( p ; q ) 
 P3  =  P3  −  P3 
 P4( p ; q )   P4esp   P4calc ,( p ; q ) 
• Subproblema QV – equação (6.24):
−1
V ( p ; q + 0,5)  V ( p ; q )   B B12   Q3( p ; q ) / V3( p ; q ) 
V ( p ; q + 0,5) = V ( p ; q ) +  B Q( p ; q ) / V ( p ; q )   3( p ; q + 0,5)  =  3( p ; q )  +  11
−1

V4  V4   B21    Q4( p ; q ) / V4( p ; q ) 


 B22
tal que o vetor de equações básicas Q( p ; q ) a ser obtido em cada meia-iteração é calculado por:
 Q3( p ; q )  Q3esp  Q3calc ,( p ; q ) 
 ( p ; q )  =  esp  −  calc ,( p ; q ) 
 Q4  Q4  Q4 
Como mencionado anteriomente, a vantagem em considerar todas as NB barras na montagem dos vetores
e matrizes dos métodos de solução do subsistema 1 reside em fazer coincidir os índices dos componentes com a
numeração das barras do sistema (por exemplo, o elemento B11 corresponderia à barra 1), o que novamente não
ocorre nas equações definidas acima ( B11 corresponde à barra 2). Logo, para evitar confusão, é necessário se
certificar sobre qual barra ou ramo corresponde cada elemento das matrizes [ B] e [ B] , o que é feito a seguir.

76
• Dados para o cálculo dos componentes das matrizes [ B] e [ B] da versão XB: com base nas equações (6.25)
a (6.28), observa-se que os componentes das matrizes [ B] e [ B] são dependentes dos elementos primitivos
de rede (reatâncias série e susceptâncias série e shunt), tal que estes dados são a seguir re-apresentados:
▪ Dados de susceptância shunt de barras em pu apresentados na Tabela 3:
b1sh = 0 pu , b2sh = 0 pu , b3sh = 0 pu , b4sh = 1,2 pu
▪ Normalização em pu dos dados de impedância série de ramos apresentados na Tabela 2:
- Ramo 1-2: x12 = x21 = 7,5 % = 0,075 pu
- Ramo 1-3: x13 = x31 = 1,6 % = 0,016 pu
- Ramo 2-4: x24 = x42 = 1,2 % = 0,012 pu
- Ramo 3-4: x34 = x43 = 40 % = 0,4 pu
▪ Dados de susceptância série e susceptância shunt de ramos em pu apresentados na Tabela 4:
- Ramo 1-2: b12 = b21 = − 13,0 pu ; b12sh = b21 sh
= 0,1 pu
- Ramo 1-3: b13 = b31 = − 62,5 pu ; b13sh = b31
sh
= 0,0 pu
- Ramo 2-4: b24 = b42 = − 83,33 pu ; b24 = b42 = 0,0 pu
sh sh

- Ramo 3-4: b34 = b43 = − 2,404 pu ; b34 sh


= b43
sh
= 0,15 pu
• Cálculo dos elementos da matriz de sensibilidade [ B  ] do desacoplado versão XB
▪ O elemento Bkk é referente a uma barra e tem a forma da equação (6.25), re-escrita a seguir:


1
Bkk =
m  k xkm

- B11 é referente à barra 2, que está diretamente conectada às barras 1 e 4, tal que:
1 1 1 1
B11 = + = + = 96,67 pu
x21 x24 0,075 0,012
 é referente à barra 3, que está diretamente conectada às barras 1 e 4, tal que:
- B22
1 1 1 1
B22 = + = + = 65,0 pu
x31 x34 0,016 0, 4
 é referente à barra 4, que está diretamente conectada às barras 2 e 3, tal que:
- B33
1 1 1 1
 =
B33 + = + = 85,83 pu
x42 x43 0,012 0, 4
▪ Os elementos Bkm  e Bmk são referentes a um ramo e tem a forma da equação (6.26), re-escrita a seguir:
1
 = Bmk
Bkm  = −
xkm
- B12 e B21
 são referentes ao ramo 2-3, que é inexistente e, desse modo: B12 = B21  = 0,0 pu
1 1
- B13 e B31
 são referentes ao ramo 2-4, tal que: B13 = B31  = − = − = − 83,33 pu
x24 0,012
1 1
 e B32
- B23  são referentes ao ramo 3-4, tal que: B23
 = B32
 = − = − = − 2,50 pu
x34 0, 4
• Cálculo dos elementos da matriz de sensibilidade [ B ]do desacoplado versão XB
▪ O elemento Bkk é referente a uma barra e tem a forma da equação (6.27), re-escrita a seguir:
Bkk = − 2 bksh −  (2b
m  k
sh
km + bkm )

- B11 é referente à barra 3, que está diretamente conectada às barras 1 e 4, tal que:
B11 = − 2 b3sh − ( 2 b31sh + b31 + 2 b34sh + b34 ) = − 2  0 − ( 2  0 + (− 62,5) + 2  0,15 + (− 2,404) ) = 64,60 pu
 é referente à barra 4, que está diretamente conectada às barras 2 e 3, tal que:
- B22
 = − 2 b4sh − ( 2 b42
B22 sh
+ b42 + 2 b43
sh
+ b43 ) =
= − 2  1, 2 − ( 2  0 + (− 83,33) + 2  0,15 + (− 2, 404) ) = 83,04 pu
▪ Os elementos Bkm  e Bmk
 são referentes a um ramo e tem a forma da equação (6.28), re-escrita a seguir:
 = Bmk
Bkm  = bkm
- B12 e B21
 são referentes ao ramo 3-4, tal que: B12 = B21
 = b34 = − 2,404 pu

77
• Montagem e inversão das matrizes de sensibilidade [ B  ] e [ B ]:
 96,67 0,0 − 83,33 0,0638 0,0024 0,0620 

[ B] =  0,0 65,0 − 2,50   [ B] −1 = 0,0024 0,0155 0,0028 
 
 − 83,33 − 2,50 85,83  0,0620 0,0028 0,0720 
 64,60 − 2, 404  0,0155 0,0004 
[ B] =    [ B]
−1
=  
 − 2, 404 83,04  0,0004 0,0121
• Com as inversas das matrizes de sensibilidade [ B  ] e [ B ] da rede exemplo, tem-se que as equações básicas
dos subproblemas P e QV da versão XB determinadas anteriormente são agora re-definidas por:
 2( p + 0,5; q )   2( p ; q )  0,0638 0,0024 0,0620   P2
( p; q)
/ V2( p ; q ) 
     
▪ Subproblema P: 3( p + 0,5; q )  = 3( p ; q )  + 0,0024 0,0155 0,0028   P3( p ; q ) / V3( p ; q ) 
 
 4( p + 0,5; q )   4( p ; q )  0,0620 0,0028 0,0720   P4( p ; q ) / V4( p ; q ) 
V ( p ; q + 0,5)  V ( p ; q )  0,0155 0,0004   Q3( p ; q ) / V3( p ; q ) 
▪ Subproblema QV:  3( p ; q + 0,5)  =  3( p ; q )  +    ( p;q) ( p;q) 
V4  V4  0,0004 0,0121  Q4 / V4 
Com base no algoritmo de cálculo do subsistema 1 dos métodos desacoplados rápidos, tem-se a seguir o
desenvolvimento dos passos alternativos do processo iterativo de cálculo do PFC da rede exemplo:
================================== Inicializações =================================
➢ Passo 1: ler e normalizar os dados da rede, fazer: p = q = 0, adotar o flat-start ( (0) = 0 rad e V (0) = 1 pu)
para inicializar os vetores de incógnitas, e montar os vetores de injeções de potência especificadas:
 2(0;0)  0,0   P2esp   1,8 
 (0;0)     V (0;0)
  1,0   esp   − 3,0  , Q3  =  − 2,5
esp

 3  = 0,0
  , 3
 (0;0)  = 1,0  ; P
 3  =    esp   − 3,0 
 4(0;0)  0,0  V4     P4esp   − 5,0  Q4   

tal que o vetor de resíduos P( p ; q ) calculado em cada meia-iteração do subproblema P é determinado por:
 P2( p ; q )   P2esp   P2calc ,( p ; q )   1,8   P2
calc ,( p ; q )

 ( p;q)   esp   calc ,( p ; q )     calc ,( p ; q ) 
 P3  =  P3  −  P3  =  − 3,0  −  P3 
 P4( p ; q )   P4esp   P4calc ,( p ; q )   − 5,0   P4
calc ,( p ; q ) 

e o vetor de resíduos Q ( p;q)
calculado em cada meia-iteração do subproblema QV é determinado por:
 Q3( p ; q )  Q3esp  Q3calc ,( p ; q )   − 2,5 Q3calc ,( p ; q ) 
 ( p;q)  =  esp  −  calc ,( p ; q )  =  − 3,0  −  calc ,( p ; q ) 
 Q4  Q4  Q4    Q4 
 
Montar e inverter as matrizes [ B ] e [ B ] (já realizado anteriormente). Adotar: Kp = Kq = 1.
==================== Subproblema P: p = 0 e q = 0 ; Kp = 1 e Kq = 1 ====================
➢ Passo 2: cálculo do vetor Pcalc,(0;0) com a base na equação (5.23):
• Dados: V1 = 1,02 pu ; V2 = 0,98 pu ; V3 = 1,0 pu ; V4 = 1,0 pu; 1 = 2 = 3 = 4 = 0
21 = 2 − 1 = 0 ; 24 = 2 − 4 = 0 = 42 ; 31 = 3 − 1 = 0 ; 34 = 3 − 4 = 0 = 43
• P2calc ,(0;0)
= V22 G22 + V2 (V1 ( G21 cos 21 + B21 sen21 ) + V4 ( G24 cos24 + B24 sen24 ) ) = 0,982  2,08 +
+ 0,98  (1,02  ( −2,08  cos(0) + 13,0  sen(0) ) +1,0  ( 0  cos(0) + 85,0  sen(0) ) ) = − 0,082 pu
• P3calc ,(0;0) = V32 G33 + V3 (V1 ( G31 cos31 + B31 sen31 ) + V4 ( G34 cos34 + B34 sen34 ) ) = 1,02  0, 481 +
+ 1,0  (1,02  ( 0  cos(0) + 60,63  sen(0) ) + 1,0  ( ( − 0, 481)  cos(0) + 2, 404  sen(0) ) ) = 0 pu
• P4calc ,(0;0) = V42 G44 + V4 (V2 ( G42 cos 42 + B42 sen 42 ) + V3 ( G43 cos 43 + B43 sen43 ) ) = 1,02  0, 481 +
+ 1,0  ( 0,98  ( 0  cos(0) + 85,0  sen(0) ) + 1,0  ( ( − 0, 481)  cos(0) + 2, 404  sen(0) ) ) = 0 pu
• Montagem do vetor de equações básicas P (0;0) (vetor de resíduos):
 P2(0;0)   P2esp   P2calc ,(0;0)   1,8   − 0,082 1,882
 (0;0)   esp   calc ,(0;0)       
 P3  =  P3  −  P3  =  − 3,0  −  0,0  =  − 3,0 
 P4(0;0)   P4esp   P4calc ,(0;0)   − 5,0  0,0   − 5,0 
➢ Passo 3: teste convergência do subproblema P:
max| P(0;0) | = 5,0 > 10−4  processo iterativo não convergiu. Fazer p = 0,5 e ir ao passo 4

78
➢ Passo 4: cálculo do vetor  (0,5;0) para obtenção de nova estimativa dos ângulos de tensões de barra:
 2(0,5;0)   2(0;0)  0,0638 0,0024 0,0620   P2 / V2 
(0;0) (0;0)

 (0,5;0)   (0;0)     (0;0) 


3  = 3  + 0,0024 0,0155 0,0028   P3 / V3 
(0;0)

 4(0,5;0)   4(0;0)  0,0620 0,0028 0,0720   P4 / V4 


(0;0) (0;0)

 2(0,5;0)  0,0  0,0638 0,0024 0,0620  1,882 / 0,98  − 0,1948 


 (0,5;0)         
3  = 0,0  + 0,0024 0,0155 0,0028  − 3,0 /1,00  =  − 0,0557 
 4(0,5;0)  0,0  0,0620 0,0028 0,0720   − 5,0 /1,00   − 0, 2490 
=================== Subproblema QV: p = 0,5 e q = 0 ; Kp = 1 e Kq = 1 ===================
➢ Passo 5: cálculo do vetor Qcalc,(0,5;0) com a base na equação (5.24):
• Dados: V1 = 1,02 pu ; V2 = 0,98 pu ; V3 = 1,0 pu ; V4 = 1,0 pu
1 = 0 rad ; 2 = − 0,1948 rad ; 3 = − 0,0557 rad ; 4 = − 0,2490 rad
31 = − 0,0557 rad ; 34 = 0,1933 rad  43 = − 0,1933 rad ; 42 = − 0,0542 rad
• Q3
calc ,(0,5;0)
= − V32 B33 + V3 (V1 ( G31 sen31 − B31 cos31 ) + V4 ( G34 sen34 − B34 cos 34 ) ) = − 1,02  (− 64,76) +
+ 1,0  (1,02  (0  sen( − 0,0557) − 60,63  cos( − 0,0557)) +
+ 1,0  ((− 0, 481)  sen(0,1933) − 2, 404  cos(0,1933))) = 0,5609 pu
• Q4calc ,(0,5;0) = − V42 B44 + V4 (V2 ( G42 sen 42 − B42 cos 42 ) + V3 ( G43 sen 43 − B43 cos  43 ) ) = − 1,02  (− 84,38) +
+ 1,0  (0,98  (0  sen( − 0,0542) − 85,0  cos( − 0,0542)) +
+ 1,0  ((− 0, 481)  sen( − 0,1933) − 2, 404  cos( − 0,1933))) = − 1,0573 pu
• Montagem do vetor de equações básicas Q (0,5;0) (vetor de resíduos):
 Q3(0,5;0)  Q3esp  Q3calc ,(0,5;0)   − 2,5  0,5609   − 3,0609 
 (0,5;0)  =  esp  −  calc ,(0,5;0)  =   −   =  
 Q4  Q4  Q4   − 3,0   −1,0573  −1,9427 
➢ Passo 6: convergência do subproblema QV: max| Q(0,5; 0) | = 3,0609 > 10−4  não convergiu. Fazer q = 0,5.
➢ Passo 7: cálculo de V (0,5 ; 0,5) para obtenção de nova estimativa dos módulos de tensões de barra:
V3(0,5;0,5)  V3(0,5 ; 0)   0,0155 0,0004   Q3(0,5 ; 0) / V3(0,5 ; 0) 
 (0,5;0,5)  =  (0,5;0)  +   
 0,0004 0,0121  Q4
(0,5;0)
V4   V4 / V4(0,5;0) 
V3(0,5;0,5)  1,0   0,0155 0,0004  − 3,0609 /1,0 0,9517 
 (0,5;0,5)  =   +   = 
V4   
1,0 0,0004 0,0121  −1,9427 /1,0   0,9752 
=================== Subproblema P: p = 0,5 e q = 0,5 ; Kp = 1 e Kq = 1 ==================
➢ Passo 2: cálculo do vetor Pcalc,(0,5;0,5) com a base na equação (5.23):
• Dados: V1 = 1,02 pu ; V2 = 0,98 pu ; V3 = 0,9517 pu ; V4 = 0,9752 pu ; 1 = 0 rad ; 2 = − 0,1948 rad
3 = − 0,0557 rad ; 4 = − 0,2490 rad ; 21 = − 0,1948 rad ; 24 = 0,0542 rad  42 = − 0,0542 rad
31 = − 0,0557 rad ; 34 = 0,1933 rad  43 = − 0,1933 rad
• P2calc ,(0,5;0,5)
= 0,982  2,08 + 0,98  (1,02  (−2,08  cos(− 0,1948) + 13,0  sen( − 0,1948)) +
+ 0,9752  (0  cos(0,0542) + 85,0  sen(0,0542))) = 1,8346 pu
• P3calc,(0,5;0,5) = 0,95172  0,481 + 0,9517  (1,02  (0  cos(− 0,0557) + 60,63  sen( − 0,0557)) +
+ 0,9752  ((− 0, 481)  cos(0,1933) + 2, 404  sen(0,1933))) = − 2,8520 pu
• P4calc,(0,5;0,5) = 0,97522  0,481 + 0,9752  (0,98  (0  cos(− 0,0542) + 85,0  sen( − 0,0542))
0,9517  ((− 0, 481)  cos(− 0,1933) + 2, 404  sen( − 0,1933))) = − 4,8101 pu
 P2(0,5;0,5)   P2esp   P2calc ,(0,5;0,5)   1,8   1,8346   − 0,0436 
 (0,5;0,5)   esp   calc ,(0,5;0,5)       
• Vetor de resíduos:  P3  =  P3  −  P3  =  − 3,0  −  − 2,8520 =  − 0,1480 
 P4(0,5;0,5)   P4esp   P4calc ,(0,5;05)   − 5,0  − 4,8101  − 0,1899 
➢ Passo 3: teste convergência: max| P(0,5;0,5) | = 0,1899 > 10−4  não convergiu. Fazer p = 1,0.
➢ Passo 4: cálculo do vetor  (1,0 ; 0,5) para obtenção de nova estimativa dos ângulos de tensões de barra:
 2(1,0;0,5)   − 0,1948  0,0638 0,0024 0,0620   − 0,0436 / 0,98   − 0, 2101
 (1,0;0,5)         
3  =  − 0,0557  + 0,0024 0,0155 0,0028  − 0,1480 / 0,9517  =  − 0,0588 
 4(1,0;0,5)   − 0, 2490 0,0620 0,0028 0,0720   − 0,1899 / 0,9752   − 0, 2662 

79
=================== Subproblema QV: p = 1,0 e q = 0,5 ; Kp = 1 e Kq = 1 =================
➢ Passo 5: cálculo do vetor Qcalc,(1,0;0,5) com a base na equação (5.24):
• Dados: V1 = 1,02 pu ; V2 = 0,98 pu ; V3 = 0,9517 pu ; V4 = 0,9752 pu
1 = 0 rad ; 2 = − 0,2101 rad ; 3 = − 0,0588 rad ; 4 = − 0,2662 rad
31 = − 0,0588 rad ; 34 = 0,2074 rad  43 = − 0,2074 rad ; 42 = − 0,0561 rad
• Q3calc,(1,0;0,5) = − 0,95172  (− 64,76) + 0,9517  (1,02  (0  sen(− 0,0588) − 60,63  cos(− 0,0588)) +
+ 0,9752  ((− 0, 481)  sen(0, 2074) − 2, 404  cos(0, 2074))) = − 2,3746 pu
• Q4calc,(1,0;0,5) = − 0,97522  (− 84,38) + 0,9752  (0,98  (0  sen(− 0,0561) − 85,0  cos(− 0,0561)) +
+ 0,9517  (( − 0, 481)  sen( − 0, 2074) − 2, 404  cos( − 0, 2074))) = − 2,9437 pu
• Montagem do vetor de equações básicas Q (1,0;0,5) (vetor de resíduos):
 Q3(1,0;0,5)  Q3esp  Q3calc ,(1,0;0,5)   − 2,5  − 2,3746   − 0,1254 
 (1,0;0,5)  =  esp  −  calc ,(1,0;0,5)  =   −   =  
 Q4  Q4  Q4   − 3,0   − 2,9437   − 0,0563
➢ Passo 6: teste de convergência do subproblema QV:
max| Q(1,0; 0,5) | = 0,1254 > 10−4  não convergiu. Fazer q = 1,0.
➢ Passo 7: cálculo de V (1,0 ; 1,0) para obtenção de nova estimativa dos módulos de tensões de barra:
V3(1,0;1,0)  0,9517   0,0155 0,0004   − 0,1254 / 0,9517  0,9496
 (1,0;1,0)  =   +   = 
V4   0,9752  0,0004 0,0121  − 0,0563/ 0,9752  0,9745
=================== Subproblema P: p = 1,0 e q = 1,0 ; Kp = 1 e Kq = 1 ==================
➢ Passo 2: obtenção do vetor Pcalc,(1,0;1,0) com a base na equação (5.23) (cálculos similares aos realizados nas
meia-iterações anteriores do subproblema P) e montagem do vetor de equações P (1,0;1,0) :
 P2(1,0;1,0)   P2esp   P2calc ,(1,0;1,0)   1,8   1,8069   − 0,0069 
 (1,0;1,0)   esp   calc ,(1,0;1,0)       
 P3  =  P3  −  P3  =  − 3,0  −  − 2,9937  =  − 0,0063
 P4(1,0;1,0)   P4esp   P4calc ,(1,0;1,0)   − 5,0  − 4,9894   − 0,0106 
➢ Passo 3: teste convergência do subproblema P:
max| P(1,0;1,0) | = 0,0106 > 10−4  não convergiu. Fazer p = 1,5.
➢ Passo 4: cálculo do vetor  (1,5 ; 1,0) para obtenção de nova estimativa dos ângulos de tensões de barra:
 2(1,5;1,0)   − 0, 2101  0,0638 0,0024 0,0620  − 0,0069 / 0,92   − 0, 2112 
 (1,5;1,0)         
3  =  − 0,0588  + 0,0024 0,0155 0,0028  − 0,0063/ 0,9496  =  − 0,0589 
 4(1,5;1,0)   − 0, 2662 0,0620 0,0028 0,0720   − 0,0106 / 0,9745  − 0, 2674 
=================== Subproblema QV: p = 1,5 e q = 1,0 ; Kp = 1 e Kq = 1 =================
➢ Passo 5: obtenção do vetor Qcalc,(1,5;1,0) com a base na equação (5.24) (cálculos similares aos realizados nas
meia-iterações anteriores do subproblema QV) e montagem do vetor de equações Q (1,5;1,0) :
 Q3(1,5;1,0)  Q3esp  Q3calc ,(1,5;1,0)   − 2,5  − 2, 4943  − 0,0057 
 (1,5;1,0)  =  esp  −  calc ,(1,5;1,0)  =   −   =  
 Q4  Q4  Q4   − 3,0   − 2,9976   − 0,0024 
➢ Passo 6: teste convergência do subproblema QV:
max| Q(1,5;1,0) | = 0,0057 > 10−4  não convergiu. Fazer q = 1,5.
➢ Passo 7: cálculo de V (1,5 ; 1,5) para obtenção de nova estimativa dos módulos de tensões de barra:
V3(1,5;1,5)  0,9496   0,0155 0,0004   − 0,0057 / 0,9496  0,9495
 (1,5;1,5)  =   +   = 
V4   0,9745 0,0004 0,0121  − 0,0024 / 0,9745  0,9744
=================== Subproblema P: p = 1,5 e q = 1,5 ; Kp = 1 e Kq = 1 ==================
➢ Passo 2: cálculo do vetor Pcalc,(1,5;1,5) e montagem do vetor de equações P (1,5;1,5) :
 P2(1,5;1,5)   P2esp   P2calc , (1,5;1,5)   1,8   1,8007   − 7,0  10− 4 
 (1,5;1,5)   esp   calc , (1,5;1,5)       −4 
 P3  =  P3  −  P3  =  − 3,0  −  − 2,9998 =  − 2,0  10 
 P4(1,5;1,5)   P4esp   P4calc , (1,5;1,5)   − 5,0  − 4,9994   − 6,0  10− 4 
➢ Passo 3: teste convergência do subproblema P:
max| P(1,5;1,5) | = 7,0  10−4 > 10−4  não convergiu. Fazer p = 2,0.

80
➢ Passo 4: cálculo do vetor  (2,0 ; 1,5) para obtenção de nova estimativa dos ângulos de tensões de barra:
 2(2,0;1,5)   − 0, 2112  0,0638 0,0024 0,0620   − 7,0  10 / 0,98 
−4
 − 0, 2113
 (2,0;1,5)         
3
−4
 =  − 0,0589  + 0,0024 0,0155 0,0028   − 2,0  10 / 0,9495 =  − 0,0589 
 4(2,0;1,5)   − 0, 2674  0,0620 0,0028 0,0720   − 6,0  10 / 0,9744 
−4
 − 0, 2675
=================== Subproblema QV: p = 2,0 e q = 1,5 ; Kp = 1 e Kq = 1 =================
➢ Passo 5: obtenção do vetor Qcalc,(2,0;1,5) e montagem do vetor de equações Q (2,0;1,5) :
 Q3(2,0;1,5)  Q3esp  Q3calc , (2,0;1,5)   − 2,5  − 2, 4997   − 3,0  10− 4 
 (2,0;1,5)  =  esp  −  calc ,(2,0;1,5)  =  − 3,0  −  − 2,9999  =  −4 
 Q4  Q4   Q4       − 1,0  10 
➢ Passo 6: teste de convergência: max| Q(2,0;1,5) | = 3,0  10−4 > 10−4  não convergiu. Fazer q = 2,0.
➢ Passo 7: cálculo de V (2,0 ; 2,0) para obtenção de nova estimativa dos módulos de tensões de barra:
V3(2,0;2,0)   0,9495 0,0155 0,0004   − 3,0  10− 4 / 0,9495 0,9495 
 (2,0;2,0)  = 0,9744  + 0,0004 0,0121  −4 = 
V4       − 1,0  10 / 0,9744  0,9744 
=================== Subproblema P: p = 2,0 e q = 2,0 ; Kp = 1 e Kq = 1 ==================
➢ Passo 2: cálculo do vetor Pcalc,(2,0;2,0) e montagem do vetor de equações P (2,0;2,0) :
 P2(2,0;2,0)   P2esp   P2calc , (2,0;2,0)   1,8   1,8  0,0
 (2,0;2,0)   esp   calc , (2,0;2,0)       
 P3  =  P3  −  P3  =  − 3,0  −  − 3,0  = 0,0 
 P4(2,0;2,0)   P4esp   P4calc , (2,0;2,0)   − 5,0  − 5,0 0,0
➢ Passo 3: teste convergência do subproblema P:
max| P(2,0;2,0) | = 0,0 < 10−4  subproblema P convergiu. Fazer Kp = 0 e ir ao passo 5
=================== Subproblema QV: p = 2,0 e q = 2,0 ; Kp = 0 e Kq = 1 =================
➢ Passo 5: obtenção do vetor Qcalc ,(2,0;2,0) e montagem do vetor de equações Q (2,0;2,0) :
 Q3(2,0;2,0)  Q3esp  Q3calc , (2,0;2,0)   − 2,5  − 2,5 0,0 
 (2,0;2,0)  =  esp  −  calc , (2,0;2,0)  =   −   =  
 Q4  Q4  Q4   − 3,0   − 3,0  0,0 
−4
➢ Passo 6: teste convergência do subproblema QV: max| Q (2,0;2,0)
| = 0,0 < 10  subproblema QV também
convergiu. Fazer Kq = 0 e, como Kp = 0, o subsistema 1 convergiu em p + q = 4 iterações. Sair do processo.
Solução do subsistema 1: 2 = − 0,2113 rad ; 3 = − 0,0589 rad ; 4 = − 0,2675 rad ; V3 = 0,9495 pu e
V4 = 0,9744 pu. Resolver o subsistema 2 do problema do fluxo de carga da rede exemplo (visto a seguir).

(A.4) SOLUÇÃO DO SUBSISTEMA 2 DA REDE EXEMPLO

Conforme discutido no subitem (d) do item (A.1), a solução do subsistema 2 da rede exemplo consiste no
cálculo das demais incógnitas do PFC da rede, com base no estado das tensões de barra obtido no subsistema 1,
o que reside no cálculo das injeções líquidas de potência ativa P1 e reativa Q1 na barra 1 (tipo V) e da injeção
líquida de potência reativa Q2 na barra 2 (tipo PV). Além disso, pode-se obter ainda outras incógnitas da rede,
tais como os fluxos e perdas de potência ativa e reativa nos ramos e as potências reativas shunt de barra.
Como auxílio, o esquema da rede exemplo dada na Figura 6 mostra os dados de admitâncias de ramos, o
estado das tensões de barra obtido na solução do subsistema 1 e as incógnitas do subsistema 2 a ser calculadas.
➢ Incógnitas do subsistema 2 da rede exemplo:
• Injeção líquida de potência na barra 1: Ŝ1 = P1 + j Q1
• Injeção líquida de potência reativa na barra 2: j Q2
• Fluxos e perdas de potência ativa e reativa nos dois sentidos de cada ramo da rede:
▪ Ramo 1-2: Ŝ12 = P12 + j Q12 , Ŝ21 = P21 + j Q21 , Sˆ12perdas = P12perdas + j Q12perdas
▪ Ramo 1-3: Ŝ = P + j Q , Ŝ = P + j Q , Sˆ perdas = P perdas + j Q perdas
13 13 13 31 31 31 13 13 13

▪ Ramo 2-4: Ŝ24 = P24 + j Q24 , Ŝ42 = P42 + j Q42 , Sˆ24perdas = P24perdas + j Q24perdas
▪ Ramo 3-4: Ŝ34 = P34 + j Q34 , Ŝ43 = P43 + j Q43 , Sˆ34perdas = P34perdas + j Q34perdas
➢ Dados do estado das tensões de barra da rede:
• Módulo das tensões de barra: V1 = 1,02 pu ; V2 = 0,98 pu ; V3 = 0,9495 pu ; V4 = 0,9744 pu
• Ângulo das tensões de barra:  1 = 0 rad ;  2 = − 0,2113 rad ;  3 = − 0,0589 rad ;  4 = − 0,2675 rad

81
➢ Dados de condutâncias e susceptâncias série, bem como shunts e taps dos ramos da rede:
• Ramo 1-2: g12 = 2,08 pu , b12 = − 13,0 pu , b12sh = 0,1 pu , a12 = 1,0
• Ramo 1-3: g13 = 0,0 pu , b13 = − 62,5 pu , b13sh = 0,0 pu , a13 = 0,97
• Ramo 2-4: g24 = 0,0 pu , b24 = − 83,33 pu , b24 sh
= 0,0 pu , a24 = 1,02
• Ramo 3-4: g34 = 0,481 pu , b34 = − 2,404 pu , b34sh = 0,15 pu , a34 = 1,0
➢ Cálculo das aberturas angulares dos ramos da rede exemplo:
12 = 0 – (− 0,2113) = 0,2113 rad  21 = − 0,2113 rad ; 13 = 0 − (− 0,0589) = 0,0589 rad
24 = − 0,2113 − (−0,2675) = 0,0563 rad ; 34 = − 0,0589 − (− 0,2675) = 0,2086 rad
➢ Dados das matrizes de condutância e susceptância da rede exemplo, re-escrita a seguir:
 2,08 − 2,08 0,0 0,0   − 71,71 13,0 60,63 0,0 
 − 2,08 2,08 0,0 0,0    13,0 − 99,6 0,0 85,0 
[G ] =  ; [ B] = 
 0,0 0,0 0, 481 − 0, 481  60,63 0,0 − 64,76 2, 404 
   
 0,0 0,0 − 0, 481 0, 481   0,0 85,0 2, 404 − 84,38 
➢ Equações de injeções líquidas e shunt de potências de barra:
• Potência ativa - equação (5.19): Pk = Vk2 Gkk + Vk 
Vm ( Gkm cos km + Bkm sen km )
m  k

• Potência reativa - equação (5.20): Qk = − Vk2 Bkk + Vk  V (G


m  k
m km sen km − Bkm cos km )

• Potência shunt de barra - Equação (3.7): Qksh = Vk2 bksh


➢ Equações de fluxos e perdas de potência ativa de ramos:
• Sentido k-m: ▪ Equação (4.15): Pkm = akm 2
Vk2 gkm − akm Vk Vm gkm cos(km ) − akm Vk Vm bkm sen(km )
▪ Equação (4.17): Qkm = − akm
2
Vk2 (bkm
sh
+ bkm ) − akm Vk Vm gkm sen(km ) + akm Vk Vm bkm cos(km )
• Sentido m-k: ▪ Equação (4.18): Pmk = Vm2 gkm − akm Vk Vm gkm cos(km ) + akm Vk Vm bkm sen(km )
▪ Equação (4.19): Qmk = − Vm2 ( bkm
sh
+ bkm ) + akm Vk Vm gkm sen(km ) + akm Vk Vm bkm cos(km )
• Perda de potência ativa - equação (4.20): Pkmperdas = Pkm + Pmk
• Perda de potência reativa - equação (4.21): Qkm
perdas
= Qkm + Qmk

( Sˆ ) ( Sˆ )
perdas
PV 2 perdas
Ŝ12 12 Ŝ21 Ŝ24 24 Ŝ42
LT TR
1 V 4 PQ
Ŝ1 = P1 + j Q1 j Q2 0,98 − 0, 2113
j Q4sh
1, 02 0 Ŝ13 ( Sˆperdas
13 ) Ŝ31
PQ 3
Ŝ34 ( Sˆ perdas
34 ) Ŝ43 0,9744 − 0, 2675
TR LT

0,9495 − 0,0589
Figura 6: Esquema da rede com as tensões de barra obtidas no subsistema 1 e incógnitas do subsistema 2.
➢ Cálculo das incógnitas de injeções líquidas e shunt de potências de barra:
• Barra 1:
▪ P1 = V12 G11 + V1 (V2 (G12 cos12 + B12 sen12 ) +V1 (V3 (G13 cos13 + B13 sen13 ))
P1 = 1,022  2,08 + 1,02  (0,98  ((− 2,08)  cos(0,2113) + 13,0  sen(0,2113)) +
+ 0,9495  (0  cos(0,0589) + 60,63  sen(0,0589)) = 6,315 pu
▪ Q1 = − V12 B11 + V1 (V2 (G12 sen12 − B12 cos12 ) +V3 (G13 sen13 − B13 cos13 ))
Q1 = − 1,022  (− 71,71) + 1,02  (0,98  ((− 2,08)  sen(0,2113) − 13,0  cos(0,2113)) +
+ 0,9495  (0  sen(0,0589) − 60,63  cos(0,0589))) = 2,847 pu
• Barra 2: Q2 = − V22 B22 + V2 (V1 (G21 sen21 − B21 cos21 ) +V4 (G24 sen24 − B24 cos24 ))
Q2 = − 0,982  (− 99,6) + 0,98  (1,02  ((− 2,08)  sen( − 0,2113) − 13  cos(− 0,2113)) +
+ 0,9744  (0  sen(0,0563) − 85,0  cos(0,0563))) = 2,3455 pu
• Barra 4: Q4sh = V42 b4sh = 0,97442  1,2 = 1,139 pu

82
➢ Cálculo dos fluxos e perdas de potência ativa e reativa de ramos da rede exemplo:
• Ramo 1-2:
▪ P12 = a122 V12 g12 − a12 V1 V2 g12 cos(12 ) − a12 V1 V2 b12 sen(12 ) = 1,02  1,022  2,08 −
− 1,0  1,02  0,98  2,08  cos(0, 2113) − 1,0  1,02  0,98  ( −13,0)  sen(0,2113) = 2,857 pu
▪ P21 = V22 g12 − a12 V1 V2 g12 cos(12 ) + a12 V1 V2 b12 sen(12 ) = 0,982  2,08 −
− 1,0  1,02  0,98  2,08  cos(0, 2113) + 1,0  1,02  0,98  ( −13,0)  sen(0, 2113) = − 2,761 pu
▪ P12perdas = P12 + P21 = 2,857 + (− 2,761) = 0,096 pu
▪ Q12 = − a122 V12 (b12sh + b12 ) − a12 V1 V2 g12 sen(12 ) + a12 V1 V2 b12 cos(12 ) = − 1,02  1,022  (0,1+ (−13,0)) −
− 1,0  1,02  0,98  2,08  sen(0, 2113) + 1,0  1,02  0,98  ( −13,0)  cos(0, 2113) = 0, 279 pu
▪ Q21 = − V22 (b12sh + b12 ) + a12 V1 V2 g12 sen(12 ) + a12 V1 V2 b12 cos(12 ) = − 0,982  (0,1 + (−13,0)) +
+ 1,0  1,02  0,98  2,08  sen(0, 2113) + 1,0  1,02  0,98  ( −13,0)  cos(0, 2113) = 0,119 pu
▪ Q12perdas = Q12 + Q21 = 0,279 + 0,119 = 0,398 pu
• Ramo 1-3:
▪ P13 = a132 V12 g13 − a13 V1 V3 g13 cos(13 ) − a13 V1 V3 b13 sen(13 ) = 0,972  1,022  0 −
− 0,97  1,02  0,9495  0  cos(0,0589) − 0,97  1,02  0,9495  (− 62,5)  sen(0,0589) = 3, 459 pu
▪ P31 = V32 g13 − a13 V1 V3 g13 cos(13 ) + a13 V1 V3 b13 sen(13 ) = 0,94952  0 −
− 0,97  1,02  0,9495  0  cos(0,0589) + 0,97  1,02  0,9495  (− 62,5)  sen(0,0589) = − 3, 459 pu
▪ P13perdas = P13 + P31 = 3,456 + (− 3,456) = 0,0 pu
▪ Q13 = − a132 V12 (b13sh + b13 ) − a13 V1 V3 g13 sen(13 ) + a13 V1 V3 b13 cos(13 ) = − 0,972  1,022  (0 + (− 62,5)) −
− 0,97  1,02  0,9495  0  sen(0,0589) + 0,97  1,02  0,9495  (− 62,5)  cos(0,0589) = 2,567 pu
▪ Q31 = − V32 (b13sh + b13 ) + a13 V1 V3 g13 sen(13 ) + a13 V1 V3 b13 cos(13 ) = − 0,94952  (0 + (− 62,5)) +
+ 0,97  1,02  0,9495  0  sen(0,0589) + 0,97  1,02  0,9495  (− 62,5)  cos(0,0589) = − 2, 264 pu
▪ Q13perdas = Q13 + Q31 = 2,567 + (− 2,264) = 0,303 pu
• Ramo 2-4:
▪ P24 = a24 2
V22 g24 − a24 V2 V4 g24 cos(24 ) − a24 V2 V4 b24 sen(24 ) = 1,022  0,982  0 −
− 1,02  0,98  0,9744  0  cos(0,0563) − 1,02  0,98  0,9744  (− 83,33)  sen(0,0563) = 4,561 pu
▪ P42 = V42 g24 − a24 V2 V4 g24 cos(24 ) + a24 V2 V4 b24 sen(24 ) = 0,97442  0 −
− 1,02  0,98  0  cos(0,0563) + 1,02  0,98  0,9744  ( − 83,33)  sen(0,0563) = − 4,561 pu
▪ P24perdas = P24 + P42 = 4,561 + (− 4,561) = 0,0 pu
▪ Q24 = − a24
2
V22 (b24
sh
+ b24 ) − a24 V2 V4 g24 sen(24 ) + a24 V2 V4 b24 cos(24 ) = − 1,022  0,982 (0 + (− 83,33)) −
− 1,02  0,98  0,9744  0  sen(0,0563) + 1,02  0,98  0,9744  (− 83,33)  cos(0,0563) = 2, 226 pu
▪ Q42 = − V42 (b24
sh
+ b24 ) + a24 V2 V4 g24 sen(24 ) + a24 V2 V4 b24 cos(24 ) = − 0,97442  (0 + (−83,33)) +
+ 1,02  0,98  0,9744  0  sen(0,0563) + 1,02  0,98  0,9744  (− 83,33)  cos(0,0563) = − 1,917 pu
▪ Q24perdas = Q24 + Q42 = 2,226 + (−1,917) = 0,309 pu
• Ramo 3-4:
▪ P34 = a34 2
V32 g34 − a34 V3 V4 g34 cos(34 ) − a34 V3 V4 b34 sen(34 ) = 1,02  0,94952  0,481 −
− 1,0  0,9495  0,9744  0, 481  cos(0, 2086) − 1,0  0,9495  0,9744  (− 2, 404)  sen(0, 2086) = 0, 459 pu
▪ P43 = V42 g34 − a34 V3 V4 g34 cos(34 ) + a34 V3 V4 b34 sen(34 ) = 0,97442  0,481 −
−1,0  0,9495  0,9744  0, 481  cos(0, 2086) +1,0  0,9495  0,9744  ( − 2, 404)  sen(0, 2086) = − 0, 439 pu
▪ P34perdas = P34 + P43 = 0,459 + (− 0,439) = 0,02 pu
▪ Q34 =− a342
V32 (b34sh + b34 ) − a34 V3 V4 g34 sen(34 ) + a34 V3 V4 b34 cos(34 ) = − 1,02  0,9495  (0,15 + (− 2,404)) −
− 1,0  0,9495  0,9744  0, 481  sen(0, 2086) +1,0  0,9495  0,9744  ( − 2, 404)  cos(0, 2086) = − 0, 236 pu
▪ Q43 = − V42 (b34
sh
+ b34 ) + a34 V3 V4 g34 sen(34 ) + a34 V3 V4 b34 cos(34 ) = − 0,97442  (0,15 + (− 2,404)) +
+ 1,0  0,9495  0,9744  0, 481  sen(0, 2086) + 1,0  0,9495  0,9744  (− 2, 404)  cos(0, 2086) = 0,056 pu
▪ Q34perdas = Q34 + Q43 = (− 0,236) + 0,056 = − 0,18 pu (*)
(*) valor de perda negativo indica que a LT do ramo 3-4 gera potência reativa ao sistema, em vez de consumir.

83
APÊNDICE B: EXEMPLO DE CÁLCULO DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO
Este apêndice tem o objetivo de exemplificar didaticamente a solução do subsistema 1 do PFC para uma
rede de distribuição fictícia, com base nos métodos soma das correntes, soma das potências e direct load flow.
Complementar a estes cálculos, é apresentado também a resolução do subsistema 2 do PFC da rede exemplo.

(B.1) DADOS DA REDE EXEMPLO

A Fgiura 1 apresenta o diagrama unifilar de uma rede de distribuição fictícia constituída por 4 barras e 3
ramos, a ser utilizada como exemplo para o cálculo dos subsistemas 1 e 2 do PFC. As Tabelas 1 e 2 mostram os
dados de barra e de ramos, respectivamente, da rede exemplo, onde os valores indicados por (*) são incógnitas
da rede elétrica a serem determinadas, sendo seus dados fornecidos apenas para complemento da Tabela 1. Para
os cálculos do PFC da rede exemplo em pu serão adotados os valores de base: Vbase = 13,8 kV e Sbase = 1 MVA.
3
ẑ 23
S/E
1 2 Ŝ3
ẑ12 Ê3
Ŝ1 4
Ŝ 2 ẑ24
Ê1 Ê2
Ŝ 4
Ê4
Figura 1: Diagrama unifilar da rede exemplo.

Tabela 1: Dados de barra da rede exemplo.


Barra (k) Tipo Vk (kV) k (rad) PkG (kW) QkG (kvar) PkC (kW) QkC (kvar)
1 2 (V) 14,076 0,0 0,0(*) 0,0(*) 0,0(*) 0,0(*)
2 0 (PQ) 13,8(*) 0,0(*) 0,0 0,0 300 100
3 0 (PQ) 13,8(*) 0,0(*) 0,0 0,0 500 200
4 0 (PQ) 13,8(*) 0,0(*) 200 100 900 400

Tabela 2: Dados de ramos da rede exemplo.


Barra inicial (k) Barra final (m) rkm (Ω) xkm (Ω)
1 2 4,0 6,0
2 3 7,0 10,0
2 4 6,0 12,0

(a) Normalização dos dados de barras em pu - resumo na Tabela 3:


V 14.076
• Módulo de tensão na barra 1 (subestação - barra fonte): V1 pu = 1 = = 1,02 pu
Vbase 13.800
• Injeções líquidas de potência de barras com base nas equações (2.5) e (3.1):
▪ Barra 1 (tipo V): P1 e Q1 serão determinadas no cálculo do susbsistema 2
PG − P2C 0 − 300 103 Q2G − Q2C 0 − 100 103
▪ Barra 2: P2 = 2 = = − 0,3 pu ; Q 2 = = = − 0,1 pu
Sbase 106 Sbase 106
P3G − P3C 0 − 500 103 Q3G − Q3C 0 − 200 103
▪ Barra 3: P3 = = = − 0,5 pu ; Q3 = = = − 0, 2 pu
Sbase 106 Sbase 106
P4G − P4C ( 200 − 900 ) 10 Q4G − Q4C (100 − 400 ) 10
3 3
▪ Barra 4: P4 = = = − 0,7 pu ; Q 4 = = = − 0,3 pu
Sbase 106 Sbase 106
(b) Normalização dos dados de ramos em pu - resumo na Tabela 4:
2
Vbase (13.800 )2
• Cálculo da impedância de base (equação (2.2)) : Zbase = = = 190,4 
Sbase 106

84
• Cálculo das impedâncias (equação (2.6)) e admitâncias de ramos em pu:
zˆ 4 + j6
▪ Ramo 1-2: zˆ12 = 4 + j 6  zˆ12pu = 12 = = 0,0210 + j 0,0315 pu
Zbase 190, 4
1 1
yˆ12pu = = = 14,65 − j 21,97 = 26, 41 − 0,9828 pu
zˆ12
pu
0,0210 + j 0,0315
zˆ 7 + j 10
▪ Ramo 2-3: zˆ23 = 7 + j 10  zˆ23pu = 23 = = 0,0368 + j 0,0525 pu
Zbase 190, 4
1 1
yˆ 23pu = pu = = 8,947 − j 12,78 = 15,60 − 0,9601 pu
zˆ23 0,0368 + j 0,0525
zˆ 6 + j 12
▪ Ramo 2-4: zˆ24 = 6 + j 12  zˆ24pu = 24 = = 0,0315 + j 0,0630 pu
Zbase 190, 4
1 1
yˆ 24pu = pu = = 6,348 − j 12,69 = 14,19 −1,1071 pu
zˆ24 0,0315 + j 0,0630

Tabela 3: Dados de barra da rede exemplo normalizados.


Barra (k) Tipo Vk (pu) k (rad) Pk (pu) Qk (pu)
1 2 (V) 1,02 0,0 P1 Q1
2 0 (PQ) V2 2 − 0,3 − 0,1
3 0 (PQ) V3 3 − 0,5 − 0,2
4 0 (PQ) V4 4 − 0,7 − 0,3

Tabela 4: Dados de ramos da rede exemplo normalizados.


Barra Barra g km (pu) bkm (pu) ykm (pu) km (rad)
rkm (pu) xkm (pu)
inicial (k) final (m)
1 2 0,0210 0,0315 14,65 − 21,97 26,41 − 0,9828
2 3 0,0368 0,0525 8,947 − 12,78 15,60 − 0,9601
2 4 0,0315 0,0630 6,348 − 12,69 14,19 − 1,1071

(B.2) SOLUÇÃO DO SUBSISTEMA 1 PELO MÉTODO DA SOMA DAS CORRENTES

Com base no item 7.1.1, tem-se a seguir o processo iterativo de cálculo do PFC da rede exemplo:
================================== Iteração i = 0 =================================
➢ Passo 1: ler e normalizar os dados da rede exemplo (já realizado). Inicializar as tensões complexas de barra
(incógnitas do subsistema 1) com o flat-start: Eˆ k = 1 0 . Calcular as potências líquidas de barra, exceto para
a barra fonte (já realizado). A Figura 2 mostra um esquema inicial da rede exemplo, com dados de tensões e
potências complexas de barra (dados da Tabela 3), e impedâncias série de ramos (dados da Tabela 4).
3 PQ
0,0368 + j 0,0525
Iˆ3
1 V PQ 2
0,0210 + j 0,0315 1, 0 0 Sˆ3 = − 0,5 − j 0, 2

4 PQ
1, 02 0
Iˆ2 1, 0 0 0,0315 + j 0,063
Sˆ2 = − 0,3 − j 0,1 Iˆ4
1, 0 0 Sˆ4 = − 0,7 − j 0,3
Figura 2: Esquema inicial da rede exemplo para o cálculo do PFC pelo método da soma das correntes.

➢ Passo 2: cálculo das injeções líquidas de corrente complexas nas barras da rede, com exceção da barra fonte.
• Com base na equação (7.1) e na Figura 2, tem-se que as injeções líquidas de corrente complexas nas barras
da rede exemplo (com exceção da barra fonte) podem ser calculadas genericamente por:
85
Sˆ  (− 0,3 − j 0,1) − 0,3 + j 0,1
▪ Iˆ2 = 2 =   Iˆ2 =
Eˆ 2
V2 − 2 V2 − 2
Sˆ
(− 0,5 − j 0, 2) − 0,5 + j 0, 2
▪ Iˆ3 = 3
=   Iˆ3 =
Eˆ
3
V3 −3 V3 −3
Sˆ  (− 0,7 − j 0,3) − 0,7 + j 0,3
▪ Iˆ4 = 4 =   Iˆ4 =
Eˆ 4
V4 − 4 V4 − 4
• Logo, as injeções líquidas de corrente complexas nas barras da rede são determinadas por:
− 0,3 + j 0,1 − 0,3 + j 0,1
▪ Iˆ2 = =   Iˆ2 = − 0,3 + j 0,1 pu
V2 − 2 10
− 0,5 + j 0, 2 − 0,5 + j 0, 2
▪ Iˆ3 = =   Iˆ3 = − 0,5 + j 0, 2 pu
V3 −3 10
− 0,7 + j 0,3 − 0,7 + j 0,3
▪ Iˆ4 = =   Iˆ4 = − 0,7 + j 0,3 pu
V4 − 4 10
➢ Passo 3 (varredura inversa): calcular as correntes complexas acumuladas nas barra da rede, com exceção
da barra fonte, partindo-se dos nós terminais e em direção à barra fonte.
• Com base na equação (7.2) e na Figura 2, tem-se que as correntes complexas acumuladas nas barras da
rede exemplo (com exceção da barra fonte) podem ser calculadas genericamente por:
▪ Iˆ4ac = Iˆ4 + 
Iˆac = Iˆ4 + 0   Iˆ4ac = Iˆ4
4

▪ Iˆ = Iˆ3 +
ac
3  Iˆ
3
ac
= Iˆ3 + 0   Iˆ3ac = Iˆ3

▪ Iˆ2ac = Iˆ2 +  Iˆ ac
  Iˆ2ac = Iˆ2 + ( Iˆ3ac + Iˆ4ac )
2

• Logo, as correntes complexas acumuladas nas barra da rede são determinadas por:
▪ Iˆ4ac = Iˆ4   Iˆ4ac = − 0,7 + j 0,3 pu
▪ Iˆ3ac = Iˆ3   Iˆ3ac = − 0,5 + j 0, 2 pu
▪ Iˆ2ac = Iˆ2 + ( Iˆ3ac + Iˆ4ac ) = ( − 0,3 + j 0,1) + ( (− 0,5 + j 0, 2) + (− 0,7 + j 0,3) )   Iˆ2ac = −1,5 + j 0,6 pu
➢ Passo 4 (varredura direta): recalcular o estado das tensões complexas de barra, exceto a da barra fonte, a
partir do estado de tensão da barra fonte (valor conhecido) e em direção às barras terminais da rede.
• Com base na equação (7.4) e na Figura 2, tem-se que a correção das tensões complexas de barra da rede
exemplo (com exceção da barra fonte) podem ser calculadas genericamente por:
▪ Ramo 1-2: cálculo da tensão Ê2 na barra 2 com o valor de Eˆ1 = 1,02 0 = 1,02 + j 0 da barra 1 conhecido
Eˆ = Eˆ + zˆ Iˆac   Eˆ = (1,02 + j 0) + ( 0,021+ j 0,0315) Iˆac
2 1 12 2 2 2

▪ Ramo 2-3: cálculo da tensão Ê3 na barra 3 com o valor de Ê2 da barra 2 previamente calculado
Eˆ = Eˆ + zˆ Iˆac   Eˆ = Eˆ + ( 0,0368 + j 0,0525) Iˆac
3 2 23 3 3 2 3

▪ Ramo 2-4: cálculo da tensão Ê4 na barra 4 com o valor de Ê2 da barra 2 previamente calculado
Eˆ 4 = Eˆ 2 + zˆ24 Iˆ4ac   Eˆ 4 = Eˆ 2 + ( 0,0315 + j 0,063) Iˆ4ac
• Logo, as novas estimativas para o estado das tensões complexas de barra são determinadas por:
▪ Eˆ 2 = (1,02 + j 0) + ( 0,021+ j 0,0315) Iˆ2ac = (1,02 + j 0) + ( 0,021+ j 0,0315)( −1,5 + j 0,6)
 Eˆ = 0,9696 − j 0,0347 = 0,9702 − 0,0357
2

▪ Eˆ3 = Eˆ 2 + ( 0,0368 + j 0,0525) Iˆ3ac = ( 0,9696 − j0,0347 ) + ( 0,0368 + j0,0525 )( − 0,5 + j 0,2)
 Eˆ = 0,9407 − j 0,0535 = 0,9422 − 0,0569
3

▪ Eˆ 4 = Eˆ 2 + ( 0,0315 + j 0,063) Iˆ = ( 0,9696 − j0,0347 ) + ( 0,0315 + j0,063)( − 0,7 + j 0,3)


ac
4

 Eˆ 4 = 0,9286 − j 0,0693 = 0,9312 − 0,0745


➢ Passo 5: fazer i = 1 e testar a convergência com a tolerância adotada ( = 10−4), com base no módulo do
maior erro V das magnitudes de tensões de barra entre duas iterações sucessivas (equação (7.5)):
86
V2 = V2(1) − V2(0) = 0,9702 − 1,0 = 0,0298

 max ( V ) = 0,0688  10− 4
V3 = V3(1) − V3(0) = 0,9422 − 1,0 = 0,0578 
  não convergiu. Voltar ao passo 2.
V4 = V4(1) − V4(0) = 0,9312 − 1,0 = 0,0688
================================== Iteração i = 1 =================================
➢ Estado das tensões de barra atuais obtidas na iterção anterior: Eˆ = 0,9696 − j 0,0347 = 0,9702 − 0,0357 ,
2

Eˆ 3 = 0,9407 − j 0,0535 = 0,9422 − 0,0569 e Eˆ 4 = 0,9286 − j 0,0693 = 0,9312 − 0,0745


➢ Passo 2: cálculo das injeções líquidas de corrente complexas nas barras da rede, com exceção da barra fonte.
− 0,3 + j 0,1 − 0,3 + j 0,1
• Iˆ2 = =   Iˆ2 = − 0,3053 + j 0,114 pu
V2 − 2 0,9702 0,0357
− 0,5 + j 0, 2 − 0,5 + j 0, 2
• Iˆ3 = =   Iˆ3 = − 0,5177 + j 0, 2421 pu
V3 −3 0,9422 0,0569
− 0,7 + j 0,3 − 0,7 + j 0,3
• Iˆ4 = =   Iˆ4 = − 0,7257 + j 0,3772 pu
V4 − 4 0,9312 0,0745
➢ Passo 3 (varredura inversa): calcular as correntes complexas acumuladas nas barra da rede, com exceção
da barra fonte, partindo-se dos nós terminais e em direção à barra fonte.
• Iˆ4ac = Iˆ4   Iˆ4ac = − 0,7257 + j 0,3772 pu
• Iˆac = Iˆ   Iˆac = − 0,5177 + j 0, 2421 pu
3 3 3

• Iˆ = Iˆ2 + ( Iˆ + Iˆ4ac ) = ( − 0,3053 + j 0,114 ) + ( (− 0,5177 + j 0, 2421) + (− 0,7257 + j 0,3772) )


ac
2
ac
3

 Iˆac = −1,5487 + j 0,7334 pu


2
➢ Passo 4 (varredura direta): recalcular o estado das tensões complexas de barra, com exceção do nó fonte, a
partir do estado de tensão da barra fonte (conhecido) e em direção às barras terminais da rede.
• Eˆ 2 = (1,02 + j 0) + ( 0,021+ j 0,0315) Iˆ2ac = (1,02 + j 0 ) + ( 0,021+ j0,0315 )( −1,5487 + j 0, 7334)
 Eˆ = 0,9644 − j 0,0334 = 0,9650 − 0,0346
2

• Eˆ3 = Eˆ 2 + ( 0,0368 + j 0,0525) Iˆ3ac = ( 0,9644 − j 0,0334) + ( 0,0368 + j 0,0525)( − 0,5177 + j 0,2421)
 Eˆ3 = 0,9326 − j 0,0517 = 0,9340 − 0,0553
• Eˆ 4 = Eˆ 2 + ( 0,0315 + j 0,063) Iˆ4ac = ( 0,9644 − j 0,0334) + ( 0,0315 + j 0,063)( − 0,7257 + j 0,3772)
 Eˆ 4 = 0,9178 − j 0,0672 = 0,9202 − 0,0731
➢ Passo 5: fazer i = 2 e testar a convergência do processo com a tolerância adotada ( = 10−4):
V2 = V2(2) − V2(1) = 0,9650 − 0,9702 = 0,0052 

 max ( V ) = 0,011  10− 4
V3 = V3(2) − V3(1) = 0,9340 − 0,9422 = 0,0082 
  não convergiu. Voltar ao passo 2.
V4 = V4(2) − V4(1) = 0,9202 − 0,9312 = 0,0110  
================================== Iteração i = 2 =================================
➢ Estado das tensões de barra atuais obtidas na iterção anterior: Eˆ = 0,9644 − j 0,0334 = 0,9650 − 0,0346 ,
2

Eˆ3 = 0,9326 − j 0,0517 = 0,9340 − 0,0553 e Eˆ 4 = 0,9178 − j 0,0672 = 0,9202 − 0,0731


➢ Passo 2: cálculo das injeções líquidas de corrente complexas nas barras da rede, com exceção da barra fonte.
− 0,3 + j 0,1 − 0,3 + j 0,1
• Iˆ2 = =   Iˆ2 = − 0,3071 + j 0,1143 pu
V2 − 2 0,9650 0,0346
− 0,5 + j 0, 2 − 0,5 + j 0, 2
• Iˆ3 = =   Iˆ3 = − 0,5226 + j 0, 2434 pu
V3 −3 0,9340 0,0553
− 0,7 + j 0,3 − 0,7 + j 0,3
• Iˆ4 = =   Iˆ4 = − 0,7349 + j 0,3807 pu
V4 − 4 0,9202 0,0731
➢ Passo 3 (varredura inversa): calcular as correntes complexas acumuladas nas barra da rede, com exceção
da barra fonte, partindo-se dos nós terminais e em direção à barra fonte.

87
• Iˆ4ac = Iˆ4   Iˆ4ac = − 0,7349 + j 0,3807 pu
• Iˆ3ac = Iˆ3   Iˆ3ac = − 0,5226 + j 0, 2434 pu
• Iˆ2ac = Iˆ2 + ( Iˆ3ac + Iˆ4ac ) = ( − 0,3071 + j 0,1143) + ( (− 0,5226 + j 0, 2434) + ( − 0,7349 + j 0,3807) )
 Iˆac = −1,5646 + j 0,7385 pu
2
➢ Passo 4 (varredura direta): recalcular o estado das tensões complexas de barra, com exceção do nó fonte, a
partir do estado de tensão da barra fonte (conhecido) e em direção às barras terminais da rede.
• Eˆ 2 = (1,02 + j 0) + ( 0,021+ j 0,0315) Iˆ2ac = (1,02 + j 0 ) + ( 0,021+ j0,0315 )( −1,5646 + j 0, 7385)
 Eˆ = 0,9639 − j 0,0338 = 0,9645 − 0,0350
2

• Eˆ3 = Eˆ 2 + ( 0,0368 + j 0,0525) Iˆ3ac = ( 0,9639 − j 0,0338) + ( 0,0368 + j 0,0525)( − 0,5226 + j 0,2434)
 Eˆ3 = 0,9319 − j 0,0523 = 0,9333 − 0,0560
• Eˆ 4 = Eˆ 2 + ( 0,0315 + j 0,063) Iˆ4ac = ( 0,9639 − j 0,0338) + ( 0,0315 + j 0,063)( − 0,7349 + j 0,3807 )
 Eˆ 4 = 0,9167 − j 0,0681 = 0,9193 − 0,0741
➢ Passo 5: fazer i = 3 e testar a convergência do processo com a tolerância adotada ( = 10−4):
V2 = V2(3) − V2(2) = 0,9645 − 0,9650 = 4,8  10−4 

 max ( V ) = 9, 4  10−4  10− 4
V3 = V3(3) − V3(2) = 0,9333 − 0,9340 = 7,1  10−4 
  não convergiu. Voltar ao passo 2.
V4 = V4(3) − V4(2) = 0,9193 − 0,9202 = 9, 4  10−4 
================================== Iteração i = 3 =================================
➢ Estado das tensões de barra atuais obtidas na iterção anterior: Eˆ = 0,9639 − j 0,0338 = 0,9645 − 0,0350 ,
2

Eˆ3 = 0,9319 − j 0,0523 = 0,9333 − 0,0560 e Eˆ 4 = 0,9167 − j 0,0681 = 0,9193 − 0,0741


➢ Passo 2: cálculo das injeções líquidas de corrente complexas nas barras da rede, com exceção da barra fonte.
− 0,3 + j 0,1 − 0,3 + j 0,1
• Iˆ2 = =   Iˆ2 = − 0,3072 + j 0,1145 pu
V2 − 2 0,9645 0,0350
− 0,5 + j 0, 2 − 0,5 + j 0, 2
• Iˆ3 = =   Iˆ3 = − 0,5229 + j 0, 2440 pu
V3 −3 0,9333 0,0560
− 0,7 + j 0,3 − 0,7 + j 0,3
• Iˆ4 = =   Iˆ4 = − 0,7352 + j 0,3819 pu
V4 − 4 0,9193 0,0741
➢ Passo 3 (varredura inversa): calcular as correntes complexas acumuladas nas barra da rede
• Iˆ4ac = Iˆ4   Iˆ4ac = − 0,7352 + j 0,3819 pu
• Iˆac = Iˆ   Iˆac = − 0,5229 + j 0, 2440 pu
3 3 3

• Iˆ2ac = Iˆ2 + ( Iˆ3ac + Iˆ4ac ) = ( − 0,3072 + j 0,1145 ) + ( (− 0,5229 + j 0, 2440) + (− 0,7352 + j 0,3819) )
 Iˆac = −1,5653 + j 0,7403 pu
2
➢ Passo 4 (varredura direta): recalcular o estado das tensões complexas de barra
• Eˆ 2 = (1,02 + j 0) + ( 0,021+ j0,0315) Iˆ2ac = (1,02 + j 0 ) + ( 0,021+ j0,0315 )( −1,5653 + j 0, 7403)
 Eˆ = 0,9638 − j 0,0338 = 0,9644 − 0,0350
2

• Eˆ3 = Eˆ 2 + ( 0,0368 + j 0,0525) Iˆ = ( 0,9638 − j 0,0338) + ( 0,0368 + j 0,0525)( − 0,5229 + j 0,2440)


ac
3

 Eˆ = 0,9318 − j 0,0523 = 0,9332 − 0,0560


3

• Eˆ 4 = Eˆ 2 + ( 0,0315 + j 0,063) Iˆ4ac = ( 0,9638 − j 0,0338) + ( 0,0315 + j 0,063)( − 0,7352 + j 0,3819)


 Eˆ 4 = 0,9166 − j 0,0681 = 0,9191 − 0,0741
➢ Passo 5: fazer i = 4 e testar a convergência do processo com a tolerância adotada ( = 10−4):
V2 = V2(4) − V2(3) = 0,9644 − 0,9645 = 0,7  10−4 

 max ( V ) = 1,6  10−4  10− 4
V3 = V3(4) − V3(3) = 0,9332 − 0,9333 = 1,1  10−4 
  não convergiu. Voltar ao passo 2.
V4 = V4(4) − V4(3) = 0,9191 − 0,9193 = 1,6  10−4  

88
================================== Iteração i = 4 =================================
➢ Estado das tensões de barra atuais obtidas na iterção anterior: Eˆ = 0,9638 − j 0,0338 = 0,9644 − 0,0350 ,
2

Eˆ3 = 0,9318 − j 0,0523 = 0,9332 − 0,0560 e Eˆ 4 = 0,9166 − j 0,0681 = 0,9191 − 0,0741


➢ Passo 2: cálculo das injeções líquidas de corrente complexas nas barras da rede, com exceção da barra fonte.
− 0,3 + j 0,1 − 0,3 + j 0,1
• Iˆ2 = =   Iˆ2 = − 0,3073 + j 0,1145 pu
V2 − 2 0,9644 0,0350
− 0,5 + j 0, 2 − 0,5 + j 0, 2
• Iˆ3 = =   Iˆ3 = − 0,5229 + j 0, 2440 pu
V3 −3 0,9332 0,0560
− 0,7 + j 0,3 − 0,7 + j 0,3
• Iˆ4 = =   Iˆ4 = − 0,7354 + j 0,3819 pu
V4 − 4 0,9191 − 0,0741
➢ Passo 3 (varredura inversa): calcular as correntes complexas acumuladas nas barra da rede.
• Iˆ4ac = Iˆ4   Iˆ4ac = − 0,7354 + j 0,3819 pu
• Iˆac = Iˆ   Iˆac = − 0,5229 + j 0, 2440 pu
3 3 3

• Iˆ2ac = Iˆ2 + ( Iˆ3ac + Iˆ4ac ) = ( − 0,3073 + j 0,1145 ) + ( (− 0,5229 + j 0, 2440) + (− 0,7354 + j 0,3819) )
 Iˆac = −1,5655 + j 0,7404 pu
2
➢ Passo 4 (varredura direta): recalcular o estado das tensões complexas de barra.
• Eˆ = (1,02 + j 0) + ( 0,021+ j 0,0315) Iˆac = (1,02 + j 0 ) + ( 0,021+ j0,0315 )( −1,5655 + j 0, 7404)
2 2

 Eˆ 2 = 0,9638 − j 0,0338 = 0,9644 − 0,035


• Eˆ3 = Eˆ 2 + ( 0,0368 + j 0,0525) Iˆ3ac = ( 0,9638 − j 0,0338) + ( 0,0368 + j 0,0525)( − 0,5229 + j 0,2440)
 Eˆ3 = 0,9318 − j 0,0523 = 0,9332 − 0,056
• Eˆ 4 = Eˆ 2 + ( 0,0315 + j 0,063) Iˆ4ac = ( 0,9638 − j 0,0338) + ( 0,0315 + j 0,063)( − 0,7354 + j 0,3819)
 Eˆ 4 = 0,9166 − j 0,0681 = 0,9191 − 0,074
➢ Passo 5: fazer i = 5 e testar a convergência do processo com a tolerância adotada ( = 10−4):
V2 = V2(5) − V2(4) = 0,9644 − 0,9644 = 0,0 

 max ( V ) = 0,0  10− 4
V3 = V3(5) − V3(4) = 0,9332 − 0,9332 = 0,0 
  processo convergiu em 5 iterações.
V4 = V4(5) − V4(4) = 0,9191 − 0,9191 = 0,0 
Adotar: V2 = 0,9644 pu, 2 = − 0,035 rad, V3 = 0,9332 pu, 3 = − 0,056 rad, V4 = 0,9191 pu, 4 = − 0,074 rad
como solução do subsistema 1. Sair do processo e calcular o subsistema 2 (visto mais adiante no item (B.5)).

(B.3) SOLUÇÃO DO SUBSISTEMA 1 PELO MÉTODO DA SOMA DAS POTÊNCIAS

Com base no item 7.1.2, tem-se a seguir o processo iterativo de cálculo do PFC da rede exemplo:
================================== Iteração i = 0 =================================
➢ Passo 1: ler dados da rede. Inicializar incógnitas do subsistema 1 com o flat-start: V (0) = 1 pu e  (0) = 0 rad.
A Figura 3 a seguir mostra um esquema inicial da rede exemplo, com dados de tensões e potências de barra
(dados da Tabela 3), bem como admitâncias série de ramos (dados da Tabela 4) em pu.
3 PQ
8,947 – j 12,78

P3 = − 0,5
1 V PQ 2 15,60 − 0,9601
14,65 – j 21,97 1, 0 0 Q3 = − 0, 2

26, 41 − 0,9828 4 PQ
1, 02 0 1, 0 0 6,348 – j 12,69
P2 = − 0,3
P4 = − 0, 7
Q2 = − 0,1 14,19 −1,1071
1, 0 0 Q4 = − 0,3
Figura 3: Esquema inicial da rede exemplo para o cálculo do PFC pelo método da soma das potências.

89
➢ Passo 2: cálculo das perdas de potência ativa e reativa nos ramos da rede: visto que o estado da tensão nas
barras 2, 3 e 4 são inicialmente iguais a 1 0 , tem-se que as perdas nos ramos 2-3 e 2-4 são nulas, tal que:
• P23perdas = P24perdas = 0,0 pu
• Q23perdas = Q24perdas = 0,0 pu
➢ Passo 3 (varredura inversa): acúmulo de potências ativa e reativa nas barras, com exceção do nó raiz.
• Com base na Figura 3, tem-se que as potências acumuladas nas barras são calculadas genericamente por:
▪ P4ac = P4 = − 0,7 pu e Q4ac = Q4 = − 0,3 pu
▪ P3ac = P3 = − 0,5 pu e Q3ac = Q3 = − 0,2 pu
▪ P2ac = P2 + P3ac + P4ac − P23perdas − P24perdas = − 0,3 − 0,5 − 0,7 − P23perdas − P24perdas = − 1,5 − P23perdas − P24perdas
▪ Q2ac = Q2 + Q3ac + Q4ac − Q23perdas − Q24perdas = − 0,1 − 0,2 − 0,3 − P23perdas − P24perdas = − 0,6 − Q23perdas − Q24perdas
Logo, para a iteração atual, tem-se que:
• P4ac = − 0,7 pu e Q4ac = − 0,3 pu
• P3ac = − 0,5 pu e Q3ac = − 0,2 pu
• P2ac = − 1,5 − P23perdas − P24perdas = − 1,5 − 0,0 − 0,0 = − 1,5 pu
• Q2ac = − 0,6 − Q23perdas − Q24perdas = − 0,6 − 0,0 − 0,0 = − 0,6 pu
➢ Passo 4 (varredura direta): corrigir o estado das barras da rede, com exceção do nó raiz:
• Ramo 1-2: cálculo da tensão V2 2 na barra 2 com o valor V1 1 = 1,02 0 da barra 1 conhecido:

▪ A2 =
(
2 Q2ac b12 − P2ac g12 ) − V12 =
2 ( − 0,6 )  ( − 21,97 ) − ( −1,5)  14,65
− 1,022 = − 0,9396
2 2
y 12 26, 41

▪ B2 =
( P ) + (Q )
2
ac 2 ac 2
2
=
( −1,5)
2
+ ( − 0,6 )
2

= 0,00374
y122 26, 412

▪ V2 =
1
2
( A22 − 4 B2 − A2 =
1
2
 ) ( − 0,9396)
2
− 4  0,00374 − ( − 0,9396 )  = 0,9673 pu

 − V 2 b − Q2ac 
▪  2 = 1 + 12 + arctg  22 12 ac 
 V2 g12 − P2 
 − 0,96732  ( − 21,97 ) − ( − 0,6 ) 
 2 = 0 + ( − 0,9828) + arctg   = − 0,035 rad
 0,9673  14,65 − ( −1,5) 
2

• Ramo 2-3: cálculo de V3 3 na barra 3, com o valor V2 2 = 0,9673 − 0,035 obtido para a barra 2:

▪ A3 =
(
2 Q3ac b23 − P3ac g 23 ) − V22 =
2 ( − 0, 2 )  ( −12,78) − ( − 0,5 )  8,947 
− 0,96732 = − 0,8778
2 2
y 23 15,60

▪ B3 =
( P ) + (Q )
3
ac 2 ac 2
3
=
( − 0,5)
2
+ ( − 0, 2 )
2

= 0,0012
2
y23 15,602

▪ V3 =
1
2
( A32 − 4 B3 − A3 = ) 1

2
( − 0,8778)
2
− 4  0,0012 − ( − 0,8778)  = 0,9362 pu

 − V 2 b − Q ac 
▪ 3 =  2 + 23 + arctg  23 23 ac3 
 V3 g 23 − P3 
 − 0,93622  ( −12,78 ) − ( − 0, 2 ) 
3 = ( − 0,035) + ( − 0,9601) + arctg   = − 0,056 rad
 0,9362  8,947 − ( − 0,5) 
2

• Ramo 2-4: cálculo de V4 4 na barra 4, com o valor V2 2 = 0,9673 − 0,035 obtido para a barra 2:

▪ A4 =
(
2 Q4ac b24 − P4ac g 24 ) − V22 =
2 ( − 0,3)  ( −12,69 ) − ( − 0,7 )  6,348
− 0,96732 = − 0,8537
2
y 24 14,192

▪ B4 =
( P ) + (Q )
4
ac 2 ac 2
4
=
( − 0,7 )
2
+ ( − 0,3)
2

= 0,0029
2
y24 14,192

90
▪ V4 =
1
2
( A42 − 4 B4 − A4 = ) 1

2
( − 0,8537 )
2
− 4  0,0029 − ( − 0,8537 )  = 0,9221 pu

 − V 2 b − Q4ac 
▪  4 =  2 + 24 + arctg  24 24 ac 
 V4 g 24 − P4 
 − 0,92212  ( −12,69 ) − ( − 0,3) 
 4 = ( − 0,0351) + ( −1,1071) + arctg   = − 0,074 rad
 0,9221  6,348 − ( − 0,7 ) 
2

➢ Passo 5: fazer i = 1 e testar a convergência com a tolerância adotada ( = 10−4), com base no módulo do
maior erro V das magnitudes de tensões de barra entre duas iterações sucessivas (equação (7.5)):
V2 = V2(1) − V2(0) = 0,9673 − 1,0 = 0,0327 

 max ( V ) = 0,0779  10− 4
V3 = V3(1) − V3(0) = 0,9362 − 1,0 = 0,0638 
  não convergiu. Volta ao passo 2.
V4 = V4(1) − V4(0) = 0,9221 − 1,0 = 0,0779  
================================== Iteração i = 1 =================================
➢ Estado das tensões de barra atuais: V1 = 1,02 pu e 1 = 0 rad ; V2 = 0,9673 pu e  2 = − 0,035 rad ;
V3 = 0,9362 pu e 3 = − 0,056 rad ; V4 = 0,9221 pu e  4 = − 0,074 rad
➢ Passo 2: cálculo das perdas de potência ativa e reativa nos ramos da rede:
• Aberturas angulares dos ramos 2-3 e 2-4:
▪ 23 = 2 − 3 = ( − 0,035) − ( − 0,056 ) = 0,021 rad
▪  24 =  2 −  4 = ( − 0,035) − ( − 0,074 ) = 0,039 rad
• Ramo 2-3:
▪ P23perdas = (V22 +V32 ) g23 − 2V2 V3 g23 cos23 = ( 0,96732 + 0,93622 )  8,947 −
−2  0,9673  0,9362  8,947  cos ( 0,021) = 0,0122 pu
▪Q perdas
23 = − (V + V 2
2
3
2
) b23 + 2V2 V3 b23 cos23 = − ( 0,96732 + 0,93622 )  ( −12,78) +
+2  0,9673  0,9362  ( −12,78)  cos ( 0,021) = 0,0174 pu
• Ramo 2-4:
▪ P24perdas = (V22 +V42 ) g24 − 2V2 V4 g24 cos24 = ( 0,96732 + 0,92212 )  6,348 −
−2  0,9673  0,9221  6,348  cos ( 0,039) = 0,0215 pu
▪Q perdas
24 = − (V + V 2
2
4
2
) b24 + 2V2 V4 b24 cos24 = − ( 0,96732 + 0,92212 )  ( −12,69) +
+ 2  0,9673  0,9221  ( −12,69 )  cos ( 0,039 ) = 0,043 pu
➢ Passo 3 (varredura inversa): acúmulo de potências nas barras, com exceção da barra fonte (ver equações
genéricas de potências de barras acumuladas para o sistema teste obtidas no Passo 3 da iteração 0):
• P4ac = − 0,7 pu e Q4ac = − 0,3 pu
• P3ac = − 0,5 pu e Q3ac = − 0,2 pu
• P2ac = − 1,5 − P23perdas − P24perdas = − 1,5 − 0,0122 − 0,0215 = −1,5337 pu
• Q2ac = − 0,6 − Q23perdas − Q24perdas = − 0,6 − 0,0174 − 0,043 = − 0,6604 pu
➢ Passo 4 (varredura direta): corrigir do estado das barras da rede, com exceção do nó raiz:
• Ramo 1-2: cálculo de V2 2 na barra 2 com o valor V1 1 = 1,02 0 da barra 1 conhecido:

▪ A2 =
(
2 Q2ac b12 − P2ac g12 ) −V 2
2 ( − 0,6604 )  ( − 21,97 ) − ( −1,5337 )  14,65
=  − 1,022 = − 0,9344
2 1 2
y12 26, 41

▪ B2 =
( P ) + (Q )
2
ac 2 ac 2
2
=
( −1,5337 )
2
+ ( − 0,6604 )
2

= 0,0040
y122 26, 412

▪ V2 =
1
2
( 1
A22 − 4 B2 − A2 =
2
 ) ( − 0,9344)
2
− 4  0,0040 − ( − 0,9344 )  = 0,9644 pu

 − V 2 b − Q2ac 
▪  2 = 1 + 12 + arctg  22 12 ac 
 V2 g12 − P2 

91
 − 0,96442  ( − 21,97 ) − ( − 0,6604 ) 
 2 = 0 + ( − 0,9828) + arctg   = − 0,035 rad
 0,9644  14,65 − ( −1,5337 ) 
2

• Ramo 2-3: cálculo de V3 3 na barra 3, com o valor V2 2 = 0,9644 − 0,035 obtido na barra 2:

▪ A3 =
(
2 Q3ac b23 − P3ac g 23 ) − V22 =
2 ( − 0, 2 )  ( −12,78) − ( − 0,5 )  8,947 
− 0,96442 = − 0,8723
2
y 23 15,602

▪ B3 =
( P ) + (Q )
3
ac 2 ac 2
3
=
( − 0,5)
2
+ ( − 0, 2 )
2

= 0,0012
2
y23 15,602

▪ V3 =
1
2
( A32 − 4 B3 − A3 = ) 1

2
( − 0,8723)
2
− 4  0,0012 − ( − 0,8723)  = 0,9332 pu

 − V 2 b − Q ac 
▪ 3 =  2 + 23 + arctg  23 23 ac3 
 V3 g 23 − P3 
 − 0,93322  ( −12,78) − ( − 0, 2 ) 
3 = ( −0,035) + ( − 0,9601) + arctg   = − 0,056 rad
 0,9332  8,947 − ( − 0,5 ) 
2

• Ramo 2-4: cálculo de V4 4 na barra 4, com o valor V2 2 = 0,9644 − 0,035 obtido na barra 2:

▪ A4 =
(
2 Q4ac b24 − P4ac g 24 ) − V22 =
2 ( − 0,3)  ( −12,69 ) − ( − 0,7 )  6,348
− 0,96442 = − 0,8482
2 2
y 24 14,19

▪ B4 =
( P ) + (Q )
4
ac 2 ac 2
4
=
( − 0,7 )
2
+ ( − 0,3)
2

= 0,0029
2
y 24 14,192

▪ V4 =
1
2
( A42 − 4 B4 − A4 = ) 1

2
( − 0,8482)
2
− 4  0,0029 − ( − 0,8482 )  = 0,9191 pu

 − V 2 b − Q4ac 
▪  4 =  2 + 24 + arctg  24 24 ac 
 V4 g 24 − P4 
 − 0,91912  ( −12,69 ) − ( − 0,3) 
 4 = ( − 0,035) + ( −1,1071) + arctg   = − 0,074 rad
 0,9191  6,348 − ( − 0,7 ) 
2

➢ Passo 5: fazer i = 2 e testar a convergência com a tolerância adotada ( = 10−4), com base no módulo do
maior erro V das magnitudes de tensões de barra entre duas iterações sucessivas (equação (7.5)):
V2 = V2(2) − V2(1) = 0,9644 − 0,9673 = 0,0029 

 max ( V ) = 0,003  10− 4
V3 = V3(2) − V3(1) = 0,9332 − 0,9362 = 0,0030 
  não convergiu. Voltar ao passo 2.
V4 = V4(2) − V4(1) = 0,9191 − 0,9221 = 0,0030 

================================== Iteração i = 2 =================================
➢ Variáveis de tensões de barra atuais: V1 = 1,02 pu , 1 = 0 rad , V2 = 0,9644 pu ,  2 = − 0,035 rad ,
V3 = 0,9332 pu , 3 = − 0,056 rad , V4 = 0,9191 pu ,  4 = − 0,074 rad
➢ Passo 2: cálculo das perdas de potência ativa e reativa nos ramos da rede:
• Ramo 2-3: P23perdas = 0,0122 pu ; Q23perdas = 0,0175 pu
• Ramo 2-4: P24perdas = 0,0216 pu ; Q24perdas = 0,0433 pu
➢ Passo 3 (varredura inversa): acúmulo de potências nas barras, com exceção do nó raiz:
• P4ac = − 0,7 pu e Q4ac = − 0,3 pu
• P3ac = − 0,5 pu e Q3ac = − 0,2 pu
• P2ac = − 1,5 − P23perdas − P24perdas = − 1,5 − 0,0122 − 0,0216 = −1,5338 pu
• Q2ac = − 0,6 − Q23perdas − Q24perdas = − 0,6 − 0,0175 − 0,0433 = − 0,6608 pu
➢ Passo 4 (varredura direta): corrigir o estado das barras da rede, com exceção do nó raiz:
• Ramo 1-2: cálculo de V2 2 na barra 2: V2 = 0,9644 pu e  2 = − 0,035 rad
• Ramo 2-3: cálculo de V3 3 na barra 3: V3 = 0,9332 pu e 3 = − 0,056 rad

92
• Ramo 2-4: cálculo de V4 4 na barra 4: V4 = 0,9191 pu e  4 = − 0,074 rad
➢ Passo 5: fazer i = 3 e testar a convergência do processo com a tolerância adotada ( = 10−4):
V2 = V2(3) − V2(2) = 0,9644 − 0,9644 = 0,0 

 max ( V ) = 0,0  10− 4
V3 = V3(3) − V3(2) = 0,9332 − 0,9332 = 0,0 
  processo convergiu em 3 iterações
V4 = V4(3) − V4(2) = 0,9191 − 0,9191 = 0,0  
Adotar V2 = 0,9644 pu, 2 = − 0,035 rad, V3 = 0,9332 pu, 3 = − 0,056 rad, V4 = 0,9191 pu, 4 = − 0,074 rad
como solução do subsistema 1. Sair do processo e calcular o subsistema 2 (visto mais adiante no item (B.5)).

(B.4) SOLUÇÃO PELO MÉTODO DIRECT LOAD FLOW

Com base no item 7.1.3, tem-se a seguir o processo iterativo de cálculo do PFC da rede exemplo:
================================== Iteração i = 0 =================================
➢ Passo 1: ler e normalizar os dados da rede-exemplo (já realizado). Calcular as potências líquidas de barra,
exceto da barra fonte (já realizado). Para os cálculos a seguir, seja o esquema da rede dada na Figura 4, onde
são mostradas as variáveis de tensão e injeção líquida de corrente de barras, bem como as injeções líquidas
de potências de barra (dados da Tabela 3) e as impedâncias série de ramos (dados da Tabela 4).
3 PQ
0,0368 + j 0,0525
Iˆ3
1 V PQ 2
0,0210 + j 0,0315 Ê3 Sˆ3 = − 0,5 − j 0, 2

4 PQ
1, 02 0
Iˆ2 Ê2 0,0315 + j 0,0630
Sˆ2 = − 0,3 − j 0,1 Iˆ4

Ê4 4 Sˆ = − 0,7 − j 0,3


Figura 4: Esquema inicial da rede exemplo para o cálculo do PFC pelo método direct load flow.

• Montar o vetor de tensão da barra fonte Ê Vθ com o valor do módulo fornecido (1,02 pu) e ângulo 0 rad, e
inicializar o vetor Êbarra−V do estado das tensões das demais barras da rede com o flat-start ( 1 0 ):
 Eˆ1  1,02 0   Eˆ 2(0)  1,0 0 
       
Eˆ Vθ =  Eˆ1  = 1,02 0  ; Eˆ barra
(0) ˆ (0)
− Vθ =  E3  = 1,0 0 
ˆ  1,02 0   ˆ (0)  1,0 0 
 E1     E4   
• Algoritmos de formação das matrizes [BIBC] e [BCBV] (item 7.1.3) - inicialização das matrizes:
▪ Matriz [BIBC] inicializada com dimensões 3  4 (NB ‒ 1  NB) com todos os elementos nulos, onde cada
linha refere-se a um ramo r = 1,2,3 e cada coluna refere-se à numeração das barras (1, 2, 3 e 4) da rede.
▪ Matriz [BCBV] inicializada com dimensões 4  3 (NB  NB ‒ 1) com todos os elementos nulos, onde cada
linha refere-se à numeração das barras (1, 2, 3 e 4) e cada coluna refere-se a um ramo r = 1,2,3 da rede.
r = 1 2 3
barras 1 2 3 4
0 0
barra 1 0
0 0 0 0 
0 
r = 1 (ramo 1-2)
[ BIBC ] = r = 2 (ramo 2-3) 0 0 0 0 
; barra 2 0 0
[ BCBV ] = 
barra 3 0
0 0
r = 3 (ramo 2-4)  0 0 0 0  
barra 4 0
0 0
• Algoritmos de formação das matrizes [BIBC] e [BCBV] (item 7.1.3) - varredura dos ramos da rede:
▪ Procedimento geral - para o r-ésimo ramo referente a um ramo k-m da rede em estudo, tem-se que:
- [BIBC]: copiar a coluna k para a coluna m e inserir +1 na linha r e coluna m da matriz
- [BCBV]: copiar a linha k para a linha m e inserir a impedância série zˆkm na linha m e coluna r da matriz
▪ r = 1: ramo 1-2 (k = 1, m = 2), com impedância série zˆ12 = 0,0210 + j 0,0315 :
- [BIBC]: copiar a coluna 1 para a coluna 2 e inserir +1 na linha 1 e coluna 2 da matriz
- [BCBV]: copiar a linha 1 para a linha 2 e inserir a impedância série ẑ12 na linha 2 e coluna 1 da matriz

93
 0 0 0
0 1 0 0  0,0210 + j 0,0315 0 
[ BIBC ] = 0 0 0 0 
0
; [ BCBV ] = 
 0 0 0
0 0 0 0   
 0 0 0
▪ r = 2: ramo 2-3 (k = 2, m = 3) com impedância série zˆ23 = 0,0368 + j 0,0525 :
- [BIBC]: copiar a coluna 2 para a coluna 3 e inserir +1 na linha 2 e coluna 3 da matriz
- [BCBV]: copiar a linha 2 para a linha 3 e inserir a impedância série ẑ23 na linha 3 e coluna 2 da matriz
 0 0 0
0 1 1 0  0,0210 + j 0,0315
   0 0 
[ BIBC ] = 0 0 1 0  ; [ BCBV ] =
0,0210 + j 0,0315 0,0368 + j 0,0525 0 
0 0 0 0   
 0 0 0
▪ r = 3: ramo 2-4 (k = 2, m = 4) com impedância série zˆ24 = 0,0315 + j 0,0630 :
- [BIBC]: copiar a coluna 2 para a coluna 4 e inserir +1 na linha 3 e coluna 4 da matriz
- [BCBV]: copiar a linha 2 para a linha 4 e inserir a impedância série ẑ24 na linha 4 e coluna 3 da matriz
 0 0 0 
0 1 1 1  0,0210 + j 0,0315 
[ BIBC ] = 0 0 1 0  ; [ BCBV ] = 
0 0 
0,0210 + j 0,0315 0,0368 + j 0,0525 0 
0 0 0 1   
0,0210 + j 0,0315 0 0,0315 + j 0,0630 
• Algoritmos de formação das matrizes [BIBC] e [BCBV] (item 7.1.3) - ajustes finais:
▪ [BIBC]: retirar a coluna da matriz resultante referente à barra fonte  1º coluna (barra 1):
0 1 1 1  1 1 1 
[ BIBC ] = 0 0 1 0    [ BIBC ] = 0 1 0 
 
0 0 0 1  0 0 1 
▪ [BCBV]: retirar a linha da matriz resultante referente à barra fonte  1º linha (barra 1):
 0 0 0 
0,0210 + j 0,0315 0 0 
[ BCBV ] =  
0,0210 + j 0,0315 0,0368 + j 0,0525 0 
 
0,0210 + j 0,0315 0 0,0315 + j 0,0630 
0,0210 + j 0,0315 0 0 

 [ BCBV ] = 0,0210 + j 0,0315 0,0368 + j 0,0525 0 

0,0210 + j 0,0315 0 0,0315 + j 0,0630 
• Cálculo da matriz [DLF] com base na equação (7.22):
0,0210 + j 0,0315 0 0  1 1 1 

[ DLF ] = [ BCBV ] [ BIBC ] = 0,0210 + j 0,0315 0,0368 + j0,0525 0  0 1 0 
  
0,0210 + j 0,0315 0 0,0315 + j0,0630  0 0 1 
0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315
 [ DLF ] = 0,0210 + j 0,0315 0,0578 + j 0,0840 0,0210 + j 0,0315
0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0525 + j 0,0945
• Equação geral para a solução iterativa do subsistema 1 pelo método de direct load flow (equação (7.24)):
Eˆ (i +1) = Eˆ + [ DLF ] Iˆ (i )
barra − Vθ Vθ barra − Vθ

 Eˆ( i +1)
 1,02 0  0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315  I 2 
ˆ (i )
 (i +1)    (i ) 
2
  
 Eˆ3  = 1,02 0  + 0,0210 + j 0,0315 0,0578 + j 0,0840 0,0210 + j 0,0315  Iˆ3 
 ˆ (i +1)  1,02 0  0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0525 + j 0,0945  Iˆ (i ) 
 E4   4 
➢ Passo 2: obter as injeções líquidas de corrente complexas das barras da rede, exceto a da barra fonte, com
base no estado das tensões de barra atual obtido na iteração anterior, e montar o vetor Iˆ barra − Vθ .
• Equação geral de cálculo iterativo do vetor Iˆ barra − Vθ com base na equação (3.5) e na Figura 4:

94
 Sˆ  

 2  Sˆ2   (− 0,3 − j 0,1)   − 0,3 + j 0,1 


 
 Eˆ 2( i )  
 ˆ (i )   
(V (i )
 (i ) 
)
  V (i ) − (i ) 
 Iˆ2 
( i )    2 
( E )  2 2   2 2 
 (i )   Sˆ 

  ˆ       
S ( − 0,5 − j 0, 2) − 0,5 + j 0, 2
Iˆbarra =  Iˆ3  =  (3i )   =  ˆ ( i )   =   = 
(i ) 
(i ) 3

 Eˆ 3
− Vθ
 ˆ(i )     ( E3 )   (V3 3 ) 
(i ) (i ) 
 V3 −3 
(i )

 4 
I        
 Sˆ4

   Sˆ4   (− 0,7 − j 0,3)   − 0,7 + j 0,3 
 ˆ ( i )    ˆ (i )    (V (i )  (i ) )   V4( i ) − 4( i ) 
 E4    ( E4 )  
 4 4 
  
• Cálculo do vetor Iˆ barra − Vθ para a iteração atual (para i = 0, tensões de barra inicializadas com o flat-start):
 − 0,3 + j 0,1   − 0,3 + j 0,1 
 V (0) − (0)   1,0 0 
 Iˆ2 
(0)
 2 2     − 0,3 + j 0,1 
 (0)   − 0,5 + j 0, 2   − 0,5 + j 0, 2   
ˆI (0) ˆ
barra − Vθ =  I 3  =  (0) 
=   =  − 0,5 + j 0, 2 
 ˆ(0)   3V (0)
−   
1,0 0

3
 − 0,7 + j 0,3
I4     − 0,7 + j 0,3 
 − 0,7 + j 0,3   
 V4(0) − 4(0)   1,0 0 
 
➢ Passo 3: corrigir o estado das tensões de barra (equação geral de solução iterativa obtida anteriormente):
 Eˆ 2(1)  1,02 0 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315  I 2 
ˆ(0)
 (1)      (0) 

 Eˆ3  = 1,02 0 + 0,0210 + j 0,0315 0,0578 + j 0,0840 0,0210 + j 0,0315  Iˆ3 
 ˆ (1)  1,02 0 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0525 + j 0,0945  Iˆ(0) 
 E4   4 
ˆ
 E2 
(1)
1,02 0 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315  − 0,3 + j 0,1 
 (1)       
ˆ
 E3  = 1,02 0 + 0,0210 + j 0,0315 0,0578 + j 0,0840 0,0210 + j 0,0315  − 0,5 + j 0, 2
 ˆ (1)  1,02 0 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0525 + j 0,0945  − 0,7 + j 0,3
 E4 
 Eˆ 2(1)  0,9696 − j 0,0347  0,9702 − 0,0357 
 (1)     
  Eˆ3  = 0,9407 − j 0,0536  = 0,9422 − 0,0569 
 ˆ (1)   0,9286 − j 0,0693  0,9312 − 0,0745 
 E4   
➢ Passo 4: fazer i = 1 e testar a convergência com a tolerância adotada ( = 10 ), com base no módulo do
−4

maior erro V das magnitudes de tensões de barra entre duas iterações sucessivas (equação (7.5)):
V2 = V2(1) − V2(0) = 0,9702 − 1,0 = 0,0298

 max ( V ) = 0,0688  10 − 4
V3 = V3(1) − V3(0) = 0,9422 − 1,0 = 0,0578 
  não convergiu. Voltar ao passo 2
V4 = V4(1) − V4(0) = 0,9312 − 1,0 = 0,0688 
================================== Iteração i = 1 =================================
➢ Passo 2: obter as injeções líquidas de corrente complexas das barras da rede, exceto para a barra fonte, com
base no estado das tensões complexar de barra atual obtido na iteração anterior. Utilizando a equação geral
de cálculo iterativo do vetor de injeções de corrente Iˆ barra − Vθ definida anteriormente, tem-se que:
 − 0,3 + j 0,1   − 0,3 + j 0,1 
 V (1) − (1)   0,9702 − 0,0357 
 Iˆ2(1)   2 2     − 0,3053 + j 0,1140 
 (1)   − 0,5 + j 0, 2   − 0,5 + j 0, 2   
Iˆbarra − Vθ =  Iˆ3  =  (1)
(1)
(1) 
=   =  − 0,5177 + j 0, 2421
 ˆ(1)   V3 −3   0,9422 − 0,0569   − 0,7256 + j 0,3772 
I4     − 0,7 + j 0,3 
 − 0,7 + j 0,3   
 V4(1) − 4(1)   0,9312 − 0,0745 
 
➢ Passo 3: corrigir o estado das tensões de barra (equação geral de solução iterativa obtida anteriormente):
 Eˆ 2(2)  1,02 0  0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315  I 2 
ˆ(1)
 (2)      (1) 

 Eˆ3  = 1,02 0  + 0,0210 + j 0,0315 0,0578 + j 0,0840 0,0210 + j 0,0315  Iˆ3 
 ˆ (2)   
 E4  1,02 0  0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0525 + j 0,0945  Iˆ4(1) 

95
 Eˆ 2(2)  1,02 0 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315  − 0,3053 + j 0,1140 
 (2)    
 Eˆ3  = 1,02 0 + 0,0210 + j 0,0315 0,0578 + j 0,0840 0,0210 + j 0,0315  − 0,5177 + j 0, 2421
 ˆ (2)  1,02 0 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0525 + j 0,0945  − 0,7256 + j 0,3772 
 E4 
 Eˆ 2(2)   0,9644 − j 0,0334  0,9649 − 0,0346 
 (2)   
  E3  = 0,9326 − j 0,0517  =
ˆ
 0,9341 − 0,0554 
 ˆ (2)  0,9177 − j 0,0672   0,9202 − 0,0731
 E4   
➢ Passo 4: fazer i = 2 e testar a convergência com a tolerância adotada ( = 10 ):
−4

V2 = V2(2) − V2(1) = 0,9649 − 0,9702 = 0,0053



 max ( V ) = 0,0110  10− 4
V3 = V3(2) − V3(1) = 0,9341 − 0,9422 = 0,0081 
  não convergiu. Voltar ao passo 2.
V4 = V4(2) − V4(1) = 0,9202 − 0,9312 = 0,0110  
================================== Iteração i = 2 =================================
➢ Passo 2: obter as injeções líquidas de corrente complexas das barras da rede, exceto a da barra fonte, com
base no estado das tensões de barra atual obtido na iteração anterior, e montar o vetor Iˆ barra − Vθ .
 − 0,3 + j 0,1   − 0,3 + j 0,1 
 V (2) − (2)   0,9649 − 0,0346 
 Iˆ2(2)   2 2     − 0,3071 + j 0,1143 
 (2)   − 0,5 + j 0, 2   − 0,5 + j 0, 2   
Iˆbarra − Vθ =  Iˆ3  =  (2)
(2)
(2) 
=   =  − 0,5226 + j 0, 2434 
 ˆ(2)   V3 −3   0,9341 − 0,0554   − 0,7349 + j 0,3807 
I4     − 0,7 + j 0,3 
 − 0,7 + j 0,3   
 V4(2) − 4(2)   0,9202 − 0,0731 
 
➢ Passo 3: corrigir o estado das tensões de barra (equação geral de solução iterativa obtida anteriormente):
 Eˆ 2(3)  1,02 0 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315  − 0,3071 + j 0,1143 
 (3)       
 Eˆ3  = 1,02 0 + 0,0210 + j 0,0315 0,0578 + j 0,0840 0,0210 + j 0,0315  − 0,5226 + j 0, 2434 
 ˆ (3) 
 E4  1,02 0 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0525 + j 0,0945  − 0,7349 + j 0,3807 
 Eˆ 2(3)  0,9639 − j 0,0338 0,9645 − 0,0350 
 (3)   
  Eˆ3  =  0,9319 − j 0,0523 = 0,9333 − 0,0560 
 ˆ (3)   0,9167 − j 0,0681  0,9193 − 0,0741
 E4   
➢ Passo 4: fazer i = 3 e testar a convergência com a tolerância adotada ( = 10−4):
V2 = V2(3) − V2(2) = 0,9645 − 0,9649 = 4,8  10−4 

 max ( V ) = 9, 4  10−4  10− 4
V3 = V3(3) − V3(2) = 0,9333 − 0,9341 = 7,1  10−4 
  não convergiu. Voltar ao passo 2.
V4 = V4(3) − V4(2) = 0,9193 − 0,9202 = 9, 4  10−4  
================================== Iteração i = 3 =================================
➢ Passo 2: obter as injeções líquidas de corrente complexas das barras e montar o vetor Iˆ barra − Vθ .
 − 0,3 + j 0,1   − 0,3 + j 0,1 
 V (3) − (3)   0,9645 − 0,0350 
 Iˆ2(3)   2 2     − 0,3072 + j 0,1145 
 (3)   − 0,5 + j 0, 2   − 0,5 + j 0, 2   
Iˆbarra − Vθ =  Iˆ3  =  (3)
(3)
(3) 
=   =  − 0,5229 + j 0, 2440 
 ˆ(3)   V3 −3   0,9333 − 0,0560   − 0,7352 + j 0,3819 
I4     − 0,7 + j 0,3 
 − 0,7 + j 0,3   
 V4(3) − 4(3)   0,9193 − 0,0741 
 
➢ Passo 3: corrigir o estado das tensões de barra (equação geral de solução iterativa obtida anteriormente):
 Eˆ 2(4)  1,02 0 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315  − 0,3072 + j 0,1145 
 (4)       
ˆ
 E3  = 1,02 0 + 0,0210 + j 0,0315 0,0578 + j 0,0840 0,0210 + j 0,0315  − 0,5229 + j 0, 2440 
 ˆ (4) 
 E4  1,02 0 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0525 + j 0,0945  − 0,7352 + j 0,3819 

96
 Eˆ 2(4)  0,9638 − j 0,0338 0,9644 − 0,0350 
 (4)     
  Eˆ3  =  0,9318 − j 0,0523 = 0,9332 − 0,0560 
 ˆ (4)   0,9166 − j 0,0681  0,9191 − 0,0741 
 E4   
➢ Passo 4: fazer i = 4 e testar a convergência com a tolerância adotada ( = 10 ): −4

V2 = V2(4) − V2(3) = 0,9644 − 0,9645 = 0,7  10−4 



 max ( V ) = 1,6  10−4  10− 4
V3 = V3(4) − V3(3) = 0,9332 − 0,9333 = 1,1  10−4 
  não convergiu. Voltar ao passo 2.
V4 = V4(4) − V4(3) = 0,9191 − 0,9193 = 1,6  10−4  
================================== Iteração i = 4 =================================
➢ Passo 2: obter as injeções líquidas de corrente complexas das barras e montar o vetor Iˆ barra − Vθ .
 − 0,3 + j 0,1   − 0,3 + j 0,1 
 V (4) − (4)   0,9644 − 0,0350 
 Iˆ2(4)   2 2     − 0,3073 + j 0,1145 
   − 0,5 + j 0, 2   − 0,5 + j 0, 2   
ˆI (4) ˆ
barra − Vθ =  I 3  =  (4) 
=   =  − 0,5229 + j 0, 2440 
(4)

 V3 −3   0,9332 − 0,0560 


(4)
 ˆ(4) 
I4     − 0,7 + j 0,3   − 0,7354 + j 0,3819 
 − 0,7 + j 0,3   
 V4(4) − 4(4)   0,9191 − 0,0741 
 
➢ Passo 3: corrigir o estado das tensões de barra (equação geral de solução iterativa obtida anteriormente):
 Eˆ 2(5)  1,02 0 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315  − 0,3073 + j 0,1145 
 (5)       
ˆ
 E3  = 1,02 0 + 0,0210 + j 0,0315 0,0578 + j 0,0840 0,0210 + j 0,0315  − 0,5229 + j 0, 2440 
 ˆ (5)  1,02 0 0,0210 + j 0,0315 0,0210 + j 0,0315 0,0525 + j 0,0945  − 0,7354 + j 0,3819 
 E4 
 Eˆ 2(5)  0,9638 − j 0,0338 0,9644 − 0,0350 
 (5)     
  Eˆ3  =  0,9318 − j 0,0523 = 0,9332 − 0,0560 
 ˆ (5)   0,9166 − j 0,0681  0,9191 − 0,0741 
 E4   
➢ Passo 4: fazer i = 5 e testar a convergência com a tolerância adotada ( = 10 ):−4

V2 = V2(5) − V2(4) = 0,9644 − 0,9644 = 0,0 



 max ( V ) = 0,0  10− 4
V3 = V3(5) − V3(4) = 0,9332 − 0,9332 = 0,0 
  processo convergiu em 5 iterações
V4 = V4(5) − V4(4) = 0,9191 − 0,9191 = 0,0  
Adotar: V2 = 0,9644 pu, 2 = − 0,035 rad, V3 = 0,9332 pu, 3 = − 0,056 rad, V4 = 0,9191 pu, 4 = − 0,0741 rad
como solução do subsistema 1. Sair do processo e calcular o subsistema 2 (visto no item (B.5) a seguir).

(B.5) SOLUÇÃO DO SUBSISTEMA 2 DA REDE EXEMPLO

Como auxílio para a solução do subsistema 2, o esquema da rede-exemplo visto na Figura 5 apresenta os
dados das admitâncias série de ramos e o estado das tensões de barra obtido na solução do subsistema 1, bem
como as incógnitas do subsistema 2 (injeções líquidas de potência ativa P1 e reativa Q1 na barra 1 - barra fonte)
e outras incógnitas da rede elétrica (fluxos e perdas de potência ativa e reativa nos ramos) a serem obtidas.

3
Ŝ23 8,947 – j 12,78 Ŝ32

1 2 ( Sˆperdas
23 )
Ŝ1 = P1 + j Q1 Ŝ12 14,65 – j 21,97 Ŝ21 0,9332 − 0,056

( Sˆperdas
12 ) 6,348 – j 12,69
4
1, 02 0 0,9644 − 0,035 Ŝ24 Ŝ42

( Sˆperdas
24 ) 0,9191 − 0,074

Figura 5: Esquema da rede com as tensões de barra obtidas no subsistema 1 e as incógnitas do subsistema 2.

97
Para a obtenção das incógnitas do subsistema 2, será aqui empregado uma formulação com variáveis no
domínio complexo, tal como relatado no item 7.2, como forma de simplicação dos cálculos dessas incógnitas.
➢ Equações básicas de cálculo dos fluxos e perdas de potência aparente complexa um ramo genérico k-m:

(( Eˆ − Eˆ ) yˆ )

• Sˆkm = Pkm + j Qkm = Eˆ k k m km

= Eˆ ( ( Eˆ − Eˆ ) yˆ )

• Sˆmk = Pmk + j Qmk m m k km

• Sˆkm
perdas
= Pkmperdas + j Qkm
perdas
= Sˆkm + Sˆmk
➢ Cálculo dos fluxos e perdas de potência ativa reativa nos ramos da rede elétrica em estudo:
• Ramo 1-2 - dados de cálculo: Eˆ1 = 1,02 0 ; Eˆ 2 = 0,9644 − 0,035 ; yˆ12 = 14,65 − j 21,97

(( ) ) (( ) )
 
▪ Sˆ12 = Eˆ1 Eˆ1 − Eˆ 2 yˆ12 = 1,02 0 1,02 0 − 0,9644 − 0,035 (14,65 − j 21,97 )

Sˆ12 = P12 + j Q12 = 1,5959 + j 0,7549 pu

(( Eˆ − Eˆ ) yˆ ) = 0,9644 − 0,035 ((0,9644 − 0,035 − 1,02 0) (14,65 − j 21,97 ))


 
▪ Sˆ21 = Eˆ 2 2 1 12

Sˆ21 = P21 + j Q21 = − 1,5330 − j 0,6605 pu


▪ Sˆ12perdas = Sˆ12 + Sˆ12 = P12perdas + j Q12perdas = (1,5959 −1,5330) + j ( 0,7549 − 0,6605) = 0,0629 + j 0,0944 pu
• Ramo 2-3 - dados de cálculo: Eˆ 2 = 0,9644 − 0,035 ; Eˆ3 = 0,9332 − 0,056 ; yˆ 23 = 8,947 − j 12,78

(( Eˆ − Eˆ ) yˆ ) = 0,9644 − 0,035 (( 0,9644 − 0,035 − 0,9332 − 0,056) (8,947 − j12,78))


 
▪ Sˆ23 = Eˆ 2 2 3 23

Sˆ23 = P23 + j Q23 = 0,5125 + j 0, 2180 pu

(( ) ) ((0,9332 − 0,056 − 0,9644 − 0,035) (8,947 − j12,78))


 
▪ Sˆ32 = Eˆ3 Eˆ3 − Eˆ 2 yˆ23 = 0,9332 − 0,056
Sˆ32 = P32 + j Q32 = − 0,50 − j 0, 20 pu
▪ Sˆ23perdas = Sˆ23 + Sˆ32 = P23perdas + j Q23perdas = ( 0,5125 − 0,50 ) + j ( 0,2180 − 0,20 ) = 0,0125 + j 0,018 pu
• Ramo 2-4 - dados de cálculo: Eˆ 2 = 0,9644 − 0,035 ; Eˆ 4 = 0,9191 − 0,0741 ; yˆ 24 = 6,348 − j12,69

(( Eˆ − Eˆ ) yˆ ) = 0,9644 − 0,035 ((0,9644 − 0,035 − 0,9191 − 0,0741) (6,348 − j12,69))


 
▪ Sˆ24 = Eˆ 2 2 4 24

Sˆ24 = P24 + j Q24 = 0,7213 + j 0,3430 pu

(( Eˆ − Eˆ ) yˆ ) = 0,9191 − 0,0741 ((0,9191 − 0,0741 − 0,9644 − 0,035) (6,348 − j12,69))


 
▪ Sˆ42 = Eˆ 4 4 2 24

Sˆ42 = P42 + j Q42 = − 0,70 − j 0,30 pu


▪ Sˆ24perdas = Sˆ24 + Sˆ42 = P24perdas + j Q24perdas = ( 0,7213 − 0,70 ) + j ( 0,3430 − 0,30 ) = 0,0213 + j 0,043 pu
➢ Cálculo das injeções líquidas de potência ativa e reativa da barra fonte:
• Injeções líquidas de potência ativa e reativa na barra 1: Ŝ1 = P1 + j Q1 , tal que:
▪ Equação (7.37): Pk = 
m  k
Pkm  P1 = P12 = 1,5959 pu

▪ Equação (7.38): Qk = Q
m  k
km  Q1 = Q12 = 0,7549 pu

98

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