Introdução a Sistemas de Energia Elétrica

UNIDADE V
Introdução à Estabilidade de Sistemas
Elétricos de Potência

Profa.: Lina Paola Garcés Negrete

lina_negrete@ufg.br
 INTRODUÇÃO

O problema de estabilidade está ligado com o comportamento de

um sistema elétrico após a ocorrência de um distúrbio qualquer.

Nestes casos, se a perturbação não envolve mudança na potência

líquida, após a estabilização, as máquinas devem retornar ao
estado de operação original.

No entanto, se um desbalanceamento entre o suprimento e a

demanda é criado por uma mudança nas condições de carga, da
geração ou da rede, então um novo ponto de operação deverá ser
atingido.
 INTRODUÇÃO

Em qualquer das situações, quando as máquinas interligadas

permanecem em sincronismo, o sistema é considerado estável, ou
seja, nos momentos subsequentes à perturbação no sistema elétrico,
existirá um transitório eletromecânico de natureza oscilatória que irá
amortecendo até que seja alcançado o novo ponto de operação para o
sistema.

Caso contrário, o sistema será considerado instável.

 INTRODUÇÃO
ESTABILIDADE DE SISTEMAS NÃO LINEARES
(EXEMPLO DO ROLAMENTO DE UMA BOLA)
pei

pei

pee
Dois pontos de equilíbrio ou estados de repouso, que correspondem aos estados nos quais
a bola não se moverá se a sua velocidade v for zero, isto é, se a bola não for empurrada ou
perturbada:
pee (ponto de equilíbrio estável)
pei (ponto de equilíbrio instável)
 INTRODUÇÃO
ESTABILIDADE DE SISTEMAS NÃO LINEARES
(EXEMPLO DO ROLAMENTO DE UMA BOLA)

A estabilidade da bola é definida como a habilidade da bola de

retornar ao seu estado de repouso permanente ou ao pee após uma
perturbação grande ou pequena, isto é, depois de empurrar a bola
para que v0 e h0.

O sistema é estável se a bola retorna a seu pee após ser

empurrada, e é instável se deixa a base da curva através dos pei’s.
 INTRODUÇÃO
ESTABILIDADE DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

“ Segundo o IEEE-CIGRE, a estabilidade de um sistema elétrico de

potência é a habilidade da rede para retornar a sua condição de
operação “normal” após a ocorrência de uma perturbação”.

Temos ênfase em normal, pois a condição de operação que o sistema

elétrico atinge após uma perturbação não pode ser qualquer pee, mas sim
um ponto de equilíbrio no qual as variáveis principais (ângulos, tensões
e frequência) do sistema estejam dentro de níveis aceitáveis.
 INTRODUÇÃO
Diz-se que um sistema de potência encontra-se no estado normal de
operação quando:

✓ A demanda de todas as cargas alimentadas pelo sistema é satisfeita.

Se, em qualquer instante, um gerador perde o sincronismo com o resto do sistema,
podem ocorrer apreciáveis flutuações de tensão e corrente, e linhas de transmissão
podem ser automaticamente desligadas pelos dispositivos de proteção (relés) em
localizações indesejadas.

✓ A frequência é mantida constante em seu valor nominal (60Hz).

O termo estabilidade de SEP é aplicável a sistemas de potência em

corrente alternada para denotar uma condição em que as várias máquinas
síncronas do sistema permanecem mutuamente em sincronismo.

Instabilidade, por outro lado, denota uma condição que envolve perda
de sincronismo.
 Transferência de potência
entre Máquinas Síncronas
Para ilustrar o problema de estabilidade considere um sistema formado
por um gerador síncrono alimentando um motor síncrono através de uma
linha de transmissão representada por uma reatância indutiva série.

As máquinas são representadas por tensões constantes em série com

reatâncias, da seguinte forma:
 Transferência de potência
entre máquinas Síncronas
✓ Analisando a transferência de potência entre as duas máquinas
síncronas:

Em que:

X = XG + XL + XM ; e

𝐸෠𝐺 − 𝐸෠𝑀
𝐼መ =
𝑗𝑋
 Transferência de potência
entre máquinas Síncronas
Fazendo o diagrama fasorial:

Em que  é o defasamento angular

entre as tensões internas das máquinas.

A partir do diagrama fasorial e da definição de potência complexa, a

potência de saída do gerador (que é igual a potência de entrada do motor, já
desprezamos as perdas), é dada por:
 Transferência de potência
entre máquinas Síncronas
A máxima potência que pode ser transmitida em regime é:

Que ocorre para  = 90°.

Este valor máximo pode ser aumentado tanto através da elevação das
tensões internas quanto reduzindo o valor da reatância X.
 Transferência de potência
entre máquinas Síncronas

Também conhecida como equação ângulo-potência.

Sistema operando em regime no ponto A:

Potência mecânica de entrada do gerador e

a potência mecânica de saída do motor são
iguais à potência elétrica P.

Curva ângulo - potência

 CURVA ÂNGULO-
POTÊNCIA

Ponto inicial 0 → P

Suponha que em um determinado momento,

B a carga do motor sofre um pequeno
P1
acréscimo, fazendo com que ele gire um
A pouco mais lento, o que ocasiona uma
defasagem angular.

Novo ponto de operação 1 → P1

0 1 Esse acréscimo na defasagem provoca um

acréscimo na transferência de potência que
Curva ângulo - potência tende a equilibrar a perturbação.
 CURVA ÂNGULO-
POTÊNCIA
Ponto A: Ponto de equilíbrio operativo.

Ponto C: Condição de limite de

estabilidade em que =90º.
O valor Pmax será portanto o limite de
estabilidade estática do sistema.
Existirá perda de sincronismo se tentar
transmitir mais potência do que este
valor.

Ponto D: Ponto de equilíbrio instável.

É possível que o ângulo  tenha
aumentado tanto que o ponto de
operação não somente ultrapassou o
Curva ângulo - potência pico da curva, mas deslocou-se de tal
maneira que a entrada decresce para
um valor menor de saída (Ponto D)
 ESTABILIDADE
TRANSITÓRIA
CONCEITO DE BARRA INFINITA

Um tipo de análise frequente em estudos de estabilidade envolve o

comportamento de um gerador síncrono conectado através de um sistema de
transmissão ou grande sistema de potência, visando perturbações na carga, no
gerador ou do grande SEP ou a contingências na transmissão. O “grande sistema”
é geralmente representado por uma barra infinita.

O termo barra infinita corresponde ao modelo de um sistema cujo porte é tão

maior que o da máquina sob estudo, o que justifica adotar que ele possa ser
representado por uma barra cuja:
𝑑𝛿
✓ Frequência ( )
𝑑𝑡
✓ Tensão
permanecem substancialmente constantes independente da potência que o sistema
gera ou absorve ou das perturbações aplicadas.
 ESTABILIDADE
TRANSITÓRIA
CONCEITO DE BARRA INFINITA
𝑑𝛿
✓ Frequência ( ) Inércia infinita
𝑑𝑡

✓ Tensão Impedância interna da máquina equivalente é nula

 CURVA ÂNGULO-
POTÊNCIA
EXEMPLO 1:
Obter a curva ângulo-potência e o ponto de operação de uma máquina ligada
diretamente a um barramento infinito. Os dados são fornecidos em valores em
p.u.
A reatância transitória do gerador é j0,3 p.u.
Tensão no barramento infinito é 10 p.u.
Potência entregue ao barramento infinito: P = 0,9 p.u.
cos  = 0,9

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