Você está na página 1de 3

1

AULA PRÁTICA 02 – GERADOR SÍNCRONO


Assunto: Determinação experimental do rendimento de um alternador ou gerador síncrono

Palavras-chave: Má quina síncrona, alternador, rendimento, perdas rotacionais, no cobre e elétricas.

Introdução Teórica:

O rendimento de um alternador ou gerador síncrono é funçã o da carga (fc = fator de carga) sendo dado
por:
P saída ( S¿¿ nominal ) ( fp ) (fc)
η= (100 %)= ¿
P saída+ perdas (S ¿¿ nominal) ( fp ) (fc )+ perdas( 100 %)¿

O ensaio para determinar o rendimento é o mesmo, independente de se tratar de um gerador ou de um


motor síncrono. No caso, a determinaçã o do rendimento do alternador trifá sico é feita colocando a
má quina para funcionar como motor síncrono a vazio, à velocidade síncrona (método convencional).

A corrente de campo (excitaçã o) é normalmente ajustada no valor da placa correspondente ao fator de


potência para o qual ocorre a operaçã o normal do gerador ou, no caso do motor síncrono, para prover a
corrente mínima (f.p. unitá rio). A ligaçã o pode entã o ser processada como a figura 1 abaixo.

Da montagem determinamos as perdas rotacionais que sã o funçã o direta do movimento dinâmico da


má quina. Estas sã o consideradas invariá veis, isto é, nã o variam desde a condiçã o a vazio até a plena
carga. Estas sã o iguais a potência de entrada na armadura do motor (medida com os wattímetros) menos
as perdas no cobre da armadura com a má quina funcionando sem carga mecâ nica no eixo.

Perda rot=P arm −Perda cobre


0 0

onde:
Parm =√ 3 V L I a cos θ0
0 0

Perda cobre =3 I 2a Ra
0 0

Notas:
a) O índice “0” é utilizado para indicar a condiçã o “a vazio” da má quina.
b) A figura mostra o método dos dois wattímetros monofá sicos para obtençã o da potência de entrada na
armadura do motor (= W1 + W2). Pode-se, alternativamente, utilizar apenas um wattímetro trifá sico ou
até três wattímetros monofá sicos.
c) As perdas no cobre da armadura (potência dissipada nas resistências do enrolamento de armadura)
dependem da corrente de armadura e, portanto, variam com o quadrado da corrente de carga.
d) As perdas no cobre no circuito de campo da má quina síncrona nã o variam com a carga.
2
Procedimento:

1. Ligar o alternador a ensaiar como motor síncrono conforme a figura 1, incluindo os instrumentos de
medidas necessá rios para realizar a experiência.

2. Partir a má quina como motor síncrono a vazio, à velocidade nominal e corrente de campo nominal.
Anotar as leituras dos aparelhos de medida na Tabela I.

3. Desligar a má quina síncrona e proceder ao ensaio para determinaçã o da resistência efetiva da


armadura por fase pela mediçã o da resistência em CC (conforme ú ltimo laborató rio) e com a correçã o
necessá ria para CA. Colocar os valores lidos na Tabela II e completar os campos.

4. Anotar os dados nominais do alternador na Tabela III.

Tabela I – Ensaio do alternador operando como motor a vazio


Leituras dos wattímetros Parm Leituras dos amperímetros Ia Excitaçã o (campo)
W1 W2 W3 0
A1 A2 A3 0
Iexc (A) Vexc (V)

Tabela II: Determinaçã o de Ra (em ohms) no método a CC (ver ú ltimo laborató rio)
V A Ra em CC Ra em CA

Tabela III: Dados nominais ou de placa do alternador ensaiado


Nome do fabricante
Potência nominal (kVA)
Tensã o nominal (V)
Corrente nominal (A)
Fator de potência nominal
Ligaçã o da armadura (Y ou ?)
Tensã o de excitaçã o nominal (V)
Corrente de excitaçã o nominal (A)
Velocidade nominal (rpm)
Frequência nominal (Hz)

5. Com os dados das tabelas I, II e III, calcular para o alternador:


a) as perdas rotacionais;
b) as perdas no cobre do campo (produto de Vexc por Iexc);
c) as perdas elétricas na armadura na condiçã o nominal;
d) o rendimento para as seguintes condiçõ es: a vazio, a 1/4, 2/4, 3/4, 4/4 e 5/4 da carga nominal.
Nota.: As perdas no campo (item b) sã o aquelas consumidas no campo quando o alternador supre
carga nominal com tensã o e frequência nominais. Portanto é necessá rio saber a excitaçã o
CC (tensã o e corrente de campo) necessá ria para produzir as condiçõ es nominais de
operaçã o do gerador (ver ú ltima aula de laborató rio).

6. Traçar a curva do rendimento do alternador (no eixo y) em funçã o da carga (no eixo x), empregando
os valores obtidos para as condiçõ es acima: a vazio, a 1/4, 2/4, 3/4, 4/4 e 5/4 da carga nominal.
Indicar na curva o ponto de operaçã o nominal e o ponto de rendimento má ximo.
3
Questões:

1. As perdas no cobre sã o aquelas que ocorrem nos enrolamentos (cobre) da má quina. E as perdas
rotacionais, onde estas ocorrem?

2. Por que as perdas rotacionais do alternador sã o consideradas constantes para qualquer carga?

3. Em geral espera-se que o ponto de operaçã o nominal de uma má quina elétrica coincida ou fique bem
pró ximo do ponto onde ocorre o rendimento má ximo. Isto ocorreu para o alternador ensaiado? Se nã o
ocorreu, explicar o por quê?

4. Através da figura 5 abaixo, mostrar que o ensaio do alternador funcionando como motor a vazio
permite a obtençã o das perdas rotacionais do alternador.

5. Seja um alternador de 1.000 kVA, 2.300 V, ligaçã o estrela, seis pó los, 60 Hz, fator de potência nominal
de 0,8 em atraso. A resistência a CC do circuito de armadura, medida entre os terminais, é de 0,1 ohm.
O campo CC requer 30 A a 125 V entre os anéis coletores, cuja alimentaçã o se faz a partir de uma
excitatriz montada sobre o mesmo eixo do alternador. Quando acionado a uma velocidade nominal de
1.200 rpm, utilizando um motor calibrado e um eletrodinamô metro, foram determinadas as seguintes
perdas: perdas no ferro de 7,5 kW, perdas de atrito e ventilaçã o de 5,75 kW. Imaginando um fator de
resistência efetiva em CA de 1,25 em relaçã o à resistência em CC, calcular:
a) O rendimento percentual a plena carga do alternador para o fator de potência nominal;
b) A carga percentual para a qual ocorrerá o rendimento má ximo;
c) O rendimento percentual má ximo, admitindo que nã o haja variaçã o no fator de potência e nem na
excitaçã o.
Respostas: (a) 96,5 %; (b) 120 %; (c) 96,6 %.

Você também pode gostar