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AULA PRÁTICA 05 – GERADOR SÍNCRONO


Assuntos: Determinação experimental da característica externa do gerador síncrono.
Determinação gráfica da característica externa do gerador síncrono.

Palavras-chave: Gerador síncrono, característica externa, cargas resistiva, indutiva e capacitiva.

Introdução Teórica:

I – Determinação experimental da característica externa do alternador

Chama-se característica externa de um gerador a curva que mostra como varia a tensã o nos seus
terminais ao variar a sua carga, mantendo o fator de potência constante.

A tensã o disponível nos bornes do alternador depende da corrente de excitaçã o (que determina a tensã o
interna), da corrente (de armadura) fornecida ao circuito externo (carga) e do â ngulo de defasagem entre
esta corrente e a tensã o (â ngulo do fator de potência).

Pode-se dizer que a queda de tensã o é funçã o da impedâ ncia síncrona que é composta, conforme a
figura 1, da resistência da armadura e da reatâ ncia síncrona (esta ú ltima consiste da soma da reatâ ncia de
dispersã o e da reatâ ncia de reaçã o de armadura).

Ao colocar qualquer carga nos terminais de um


gerador síncrono, a tensã o disponível nos bornes
de cada fase do mesmo obedece a equaçã o:
V˙ f = Ė f − Ż s İ a=Ż carga İ a

sendo a magnitude da tensã o interna por fase (E f)


obtida nos terminais do alternador quando a
carga é desligada.

Procedimento:

A montagem experimental é feita conforme o esquema da figura 2 abaixo.


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1. Ligar a má quina síncrona como gerador conforme a figura 2 e a máquina de corrente contínua
acoplada a ela como motor CC shunt auto-excitado. Partir o motor e ajustar a velocidade até que a
freqü ência produzida nos seus terminais tenha valor nominal (60 Hz).

2. Regular a excitaçã o do gerador síncrono de modo que o mesmo forneça a sua tensã o nominal a vazio
ou sem carga.

3. Fixar uma série de valores para a carga trifá sica do gerador (desde zero até o má ximo admissível).
Serã o utilizados dois conjuntos de cargas trifá sicas conectadas em estrela, uma resistiva e outra
indutiva, cujos valores podem ser modificados por meio de chaves.

4. Registre nos quadros I e II os valores medidos da tensã o fase-fase e da corrente de linha para cada
condiçã o de carga imposta (desde zero até o má ximo admissível). Calcule, para cada condiçã o
prefixada de carga, os valores da tensã o de fase (Vf) e da corrente de fase (If) do gerador, tendo em
vista o seguinte:
a) Para ligaçã o das fases em “triâ ngulo”: V f =V L, I f =I L / √ 3
b) Para ligaçã o das fases em “estrela”: V f =V L / √ 3, I f =I L

5. De posse dos valores de fase obtidos, traçar num


mesmo grá fico, as características externas (Vf x If) do
gerador síncrono ensaiado, conforme a figura 3,
para carga do tipo resistiva (R)e também para carga
do tipo indutivo (L).

Nota: No decorrer do ensaio é necessá rio que a


velocidade do gerador síncrono permaneça
inalterada. Para isso, o controle da velocidade
deve ser feito observando a leitura do
frequencímetro ou, entã o, com ajuda de um
medidor de velocidade (tacô metro).

Quadro I – Registro de valores para montagem com carga trifá sica resistiva
VL Vf Corrente de linha (ampéres) IL If
(valor médio
(volts) (volts) I1 I2 I3 em ampéres)
(ampéres)

Quadro II – Registro de valores para montagem com carga trifá sica indutiva
VL Vf Corrente de linha (ampéres) IL If
(valor médio
(volts) (volts) I1 I2 I3 em ampéres)
(ampéres)
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II – Traçado da característica externa do gerador síncrono pelo Método Gráfico de Eschemburg

O levantamento experimental da característica externa de um gerador síncrono é feito com facilidade


somente quando a carga é ô hmica (f.p. = 1). Se a carga for indutiva ou capacitiva, o levantamento direto
da característica externa exige o emprego de dispositivos especiais, capazes de modificar o valor de R e X
da carga sem, contudo, alterar a relaçã o X/R (mantendo assim o fator de potência constante).

Nã o sendo fácil a realizaçã o dos referidos dispositivos, para a obtençã o da


característica externa do gerador com carga indutiva ou capacitiva, dá -se
preferência ao processo grá fico, que é muito simples, embora nã o tã o preciso
como o levantamento experimental.

É necessá rio construir o triâ ngulo fundamental do gerador síncrono (figura 4)


utilizando os valores de Ra, Xs e Zs obtidos em ensaios anteriores. As quedas de
tensã o que se produzem em cada fase do gerador serã o entã o representadas por
segmentos colineares com a impedâ ncia Zs.

Depois deve-se fixar uma série de valores para a


corrente de armadura por fase, compreendidos entre
zero e o má ximo admissível (como sugestã o use cinco
valores: If1, If2, If3, If4, If5). Calcular, para cada valor
prefixados da corrente, a queda de tensã o (Zs If) que
lhe corresponde (ver figura 5).

Colocar, na devida escala, os valores dessas quedas


sobre a linha definida por Zs, conforme a figura 5,
conseguindo assim os pontos necessá rios para
obtençã o da tensã o de fase disponível, em funçã o da
corrente, para qualquer valor de fator de potência
(cosφ ) da carga.

Procedimento:

1. Traçar a característica externa do gerador síncrono para os três casos seguintes:


a) carga resistiva (cosφ = 1),
b) carga indutiva (cosφ = cos30o = 0,866 atrasado),
c) carga capacitiva (cosφ = cos30o = 0,866 adiantado).

2. Para a carga resistiva temos o seguinte: a tensã o Vf está em fase com a corrente If da armadura. Sendo
assim, os vetores Vf1, Vf2, Vf3, Vf4, Vf5 que representam as tensõ es existentes nos bornes de cada fase do
gerador, nas diferentes condiçõ es de carga, devem ser paralelos a I f, conforme a figura 6. Com os
valores obtidos para essas tensõ es pode-se entã o traçar a característica externa semelhante à quela
mostrada nessa mesma figura.
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3. Para a carga indutiva temos o seguinte: a tensã o Vf está adiantada com respeito a corrente If da
armadura. Sendo assim, os vetores Vf1, Vf2, Vf3, Vf4 e Vf5 devem estar 30o em avanço em relaçã o a If,
conforme a figura 7. Com os valores obtidos para essas tensõ es pode-se entã o traçar a característica
externa semelhante à quela mostrada nessa mesma figura.

4. Para a carga capacitiva temos o seguinte: a tensã o Vf está atrasada com respeito a corrente If da
armadura. Sendo assim, os vetores V f1, Vf2, Vf3, Vf4 e Vf5 devem estar 30o em atraso em relaçã o a If,
conforme a figura 8. Com os valores obtidos para essas tensõ es pode-se entã o traçar a característica
externa semelhante à quela mostrada nessa mesma figura.

Questões:

1. Se as três características externas (obtidas para cargas resistiva, indutiva e capacitiva) forem colocadas em um
mesmo grá fico, entã o será constatado que a curva da característica externa de um gerador síncrono com carga
capacitiva é mais alta do que a curva da característica externa obtida com carga resistiva que, por sua vez, é mais
alta do que a curva da característica externa obtida com carga indutiva. Por que isso acontece?

2. A fó rmula que fornece a regulaçã o de tensã o de um gerador elétrico é expressa por:


V SEM CARGA −V PLENACARGA
Reg ( % )= ×100 %
V SEM CARGA
Determinar quais serã o os valores de regulaçã o de tensã o (em porcentagem) do gerador síncrono para os três
tipos de carga acima (resistiva, indutiva e capacitiva), supondo que a tensã o a vazio é a mesma nos três casos e
que a tensã o a plena carga corresponde a condiçã o de carga 5?

3. Uma indú stria necessita de um gerador síncrono para acionar uma dada carga elétrica. Dois geradores A e B
provenientes de fabricantes distintos, porém, com idênticos dados de placa (potência, tensã o, corrente e
velocidade) sã o investigados, observando que a má quina A fornece uma regulaçã o de tensã o percentual maior
5
que a máquina B. Considerando apenas esse fator, pergunta-se qual gerador é o mais vantajoso para a indú stria?
Justificar a sua resposta.

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