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QUESTÃO 3:

A) EVOLUÇÃO DO PENSAMEBTO PSICOSOMÁTICO:

Pode-se dizer que a terminologia psicossomática, conforme Cerchiari


(2000)1, surge no século 20, mas o pensamento psicossomático evolui a partir dos
estudos de Franz Alexander e da Escola de Chicago. Mas, é importante ser
colocado que a compreensão entre mente e corpo continua causando dúvida no
campo da medicina e da psicologia.
A psicanálise tem forte influência no desenvolvimento dos estudos relativos
à psicossomática ao chamar a atenção para a observação da parte psíquica para
além da preocupação exclusiva com a saúde física. Assim, a psicossomática vai
além do conceito relativo a ocorrência de doenças que têm origem no campo
emocional/afetivo, ou seja, há a ideia de que aspectos inerentes ao emocional, ao
inconsciente podem ter reflexos no corpo e que eclodem em sintomas.
Assim, a evolução da psicossomática é firmada em períodos, tendo a
psicanálise contribuído com teorias relevantes para a compreensão da natureza
inconsciente das doenças. Surgem outras teorias fundamentadas em ramos da
psicologia como o modelo Behaviorista, que apresenta estudo com indivíduos e
animais para explicar a relação entre elementos psíquicos e os sintomas do stress.

B) EXPLICAÇÃO DO PENSAMENTO DE ENTENDIMENTO SOBRE


PSICOSSOMÁTICA
O entendimento sobre psicossomática passa sim pela ideia da influência dos
aspectos emocionais do sujeito no corpo. As doenças orgânicas são parte de
estudos médicos e, também, podem ter causa psíquica. Contudo, é necessário para
se dizer que determinada doença é psicossomática que seja descartado tudo o que
for relacionado ao campo fisiológico.
A relação mente e corpo foi bastante estudada por teóricos do campo da
psicologia como Friederich Perls (1893-1970) – teoria da Gestalt, Alexander Lowen
(1910) – com a Análise Bioenergética, Adler (1870 – 1937) – que pioneiro na análise
referente à potencialização do pânico com a ocorrência de depressão e outros.

1
CERCHIARI, Ednéia Albino Nunes. Psicologia: Ciência e Profissão. Psicol. cienc. prof. vol.20 no.4
Brasília Dec. 2000. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932000000400008#:~:text=Para%20Mello%20Filho%20(1992)%2C,dos%20ganhos%20secund
%C3%A1rios%20da%20doen%C3%A7a.>. Acesso em: 12 de abril de 2021.
É importante ressaltar que embora uma doença tenha origem emocional
esta deve ser tratada a partir de atendimento médico, visto que os sintomas
apresentados pelo paciente não são fantasiosos e precisam de cuidados
específicos. Então, o entendimento de que por ser psicossomático é algo do campo
imaginário precisa ser esclarecido em favor da saúde física e mental dos indivíduos.

QUESTÃO 4:
A) CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE PARA A PSICOSSOMÁTICA
A psicanálise contribui com a questão de percepção da
mente/inconsciente/emoção. A medicina sempre foi capaz de observar e enxergar o
corpo e se debruçar sobre a busca pela saúde física, o que negligenciava o lado
psíquico.
Uma importante contribuição da psicanálise foi forjada no momento em que
se permitiu ouvir as pessoas enfermas e isso é bastante compreendido nos estudos
freudianos, acerca da histeria. A partir da escuta dos pacientes foi lhes dada a
oportunidade de falar/discorrer/descrever suas queixas, o que lhes causavam alívio
dos sintomas. Assim, o método catártico foi a principal contribuição da psicanálise
para a psicossomática.
Além da catarse, a psicanálise contribui também com a hipnose. Quando os
doentes não conseguiam expor suas queixas/sofrimentos de forma consciente, a
hipnose os colocava frente a frente com o que lhes causavam mal-estar e os
sintomas. A hipnose facilitou demonstrar que havia uma influência marcante entre
mente e corpo, de forma a se alcançar a compreensão de que psíquico e somático
constituem uma unidade.
B) DESCREVER O MODELO DA NOSOGRAFIA PSICANÁLITICA POR FREUD
PARA COMPREENDER A SINTOMATOLOGIA SOMÁTICA
Algumas doenças nervosas não tinham sistematização até o tempo de
estudos de Freud, que deu sua contribuição para o campo da neurologia, assim
como outros contemporâneos seus. Um exemplo disso, foi ouso do termo epilepsia e
alienação mental que foi utilizado até que surge conceitos como: psicose,
esquizofrenia, histeria e outros termos que se originam como a análise
psicodinâmica das doenças mentais iniciada por Freud.
Assim, os estudos (teorias) de Freud dão conta de
explicar/diagnosticar/tratar dos seguintes elementos que também podem ser
associados à psicossomática: teoria da libido, repressão da sexualidade,
deslocamento do afeto, narcisismo, pulsão e morte, transferência e outras teorias
que dão sustentação à unidade entre psíquico e somático.

5. Analise as afirmativas e faça a correspondência com seus respectivos autores:

( 6 ) Foi compreendido que esses pacientes se queixavam de sintomas


somáticos, onde quase sempre não havia nenhuma ligação entre os sintomas e
alguma doença física que pudessem ter. A maneira como esses pacientes se
comunicavam se caracterizava por um pensamento simbólico em que as pulsões, os
sentimentos e os desejos não apareciam, se traduzia em um pensamento
preocupado com detalhes e acontecimentos externos, ou seja, voltado para o mundo
exterior em detrimento do mundo interior. Se referiram também a uma dificuldade
desses sujeitos em reconhecer e descrever seus próprios sentimentos, assim como,
em diferenciar as sensações corporais dos estados emocionais.
( 5 ) Defende a concepção de que um "simbólico" estaria ausente na
formação dos sintomas somáticos, estabelecendo um padrão psicodinâmico
individual responsável pelo desequilíbrio de uma zona de fragilidade orgânica
funcional, que ficaria vulnerável como "órgãos de choque", que levaria ao surgimento
da doença.
( 3 ) Identificou no sintoma um trabalho psíquico de substituição da
satisfação da pulsão, resultado do processo de recalcamento, que traz uma
mensagem que pede deciframento, compreendeu que o fenômeno psicossomático é
contrário ao acontecimento conversivo, pois não aponta para outra cena, não traz à
tona o desejo deste sujeito, se aproximando do campo das neuroses atuais, onde só
há descarga corporal.
( 7 ) Compreendeu a doença somática como produto da incapacidade de
elaboração da excitação por meio de recursos psicológicos do indivíduo, devido a
uma estruturação falha, no plano emocional e representativo do aparelho psíquico,
nesse sentido a noção de mentalização, entra em cena para operar basicamente
sobre à quantidade e à qualidade das representações psíquicas desenvolvidas em
determinado indivíduo.
( 1 ) Vincula os transtornos psicossomáticos a desamparo psíquico surgido
na primeira infância. Considera que esses pacientes, ao não poderem utilizar
palavras como veículo, reagem psicossomaticamente a uma emoção dolorosa.
( 2 ) Por não fazer diferenciação entre psíquico e orgânico, justificava a
aplicação da psicanálise às doenças orgânicas. A doença orgânica é ao mesmo
tempo psíquica e orgânica, sendo ambas formas diferenciadas de manifestação da
vida.
( 4 ) Aponta para um corpo possuidor de inscrições que levam o sujeito a
uma não compreensão ou cuidado de seus sintomas somáticos. O sujeito vive a dor
do adoecimento, mas não consegue fazer uma elaboração, devido ao fato desta
enfermidade não ter uma significação, e não ser possuídora de um sentido em sua
leitura.
( 8 ) Conceituou de Síndrome Geral de Adaptação, para abordar a noção de
stress. Portanto, para esse autor, o stress é uma resposta inespecífica que o
organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para a
adaptação, consistindo em três fases: a de alarme, a de resistência e a fase de
exaustão, sucessivamente.

1. Franz Alexander
2. George Groddeck
3. Sigmund Freud
4. Joyce McDougall
5. Jacques Lacan
6. Nemiah e Sifneos
7. Pierre Marty
8. Hans Selye

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