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Psicossomática e a Psicanálise

Autor: Rosimeri Bruno Lopes | Publicado na Edição de: Abril de 2012

Categoria: Psicossomática

Fonte: https://psicologado.com/psicossomatica/psicossomatica-e-a-psicanalise ©
Psicologado.com

Resumo: o presente trabalho segue, em traços gerais, uma organização onde


se apresenta conceitos, histórico e algumas concepções psicanalíticas do
fenômeno psicossomático. Não se trata de uma revisão extensiva de toda a
teoria existente, mas sim da tentativa de integração de algumas propostas.
Palavras-Chave: Psicossomática, psicanálise, neuroses

Introdução
Nas últimas décadas a palavra “psicossomática” passou a ser usual tanto
no meio médico e psicológico quanto no meio da comunidade científica, sendo
que também já não era novidade no meio das sociedades psicanalíticas, que
desde as manifestações de conversão da histeria reveladas por Freud, no
início da forma do pensar psicanalítico, colocam os analistas frente às questões
do adoecimento do corpo.
A palavra psicossomática determina uma nova visão da abordagem das
doenças, as quais passam a ser entendidas como parte de um processo mais
amplo do que somente aos sintomas que se manifestam. Quando usamos a
expressão “doença psicossomática” dizemos que a causa é psicológica, mas a
pessoa apresenta mudanças clínicas detectáveis por exames de laboratório, ou
seja, o corpo da pessoa está tendo danos físicos - chamamos de doença
psicossomática.
Em psicossomática, nas últimas décadas, os avanços da investigação
psicanalítica, e outros não psicanalíticos, tornaram de interesse para o
psicanalista não somente a contribuição da Psicanálise para a psicossomática,
mas também a desta para aquela. Estudos recentemente publicados
corroboram a eficácia terapêutica da Psicanálise e de tratamentos baseados na
teoria psicanalítica bem como sufragam a tese de que a psicoterapia, incluindo-
se a psicanaliticamente orientada, conquanto exija longo tempo do terapeuta,
não se revela dispendiosa em relação a outros tratamentos, se considerados
custos e benefícios.
As lesões psicossomáticas são caracteristicamente enigmáticas, pois tanto
podem aparecer como que “do nada” e do mesmo modo que se apresentaram
vão embora. Ou, ainda, podem se agravar e colocar em risco a vida do sujeito,
como um agravamento do quadro ou até mesmo a morte.
Atualmente a Psicossomática apresenta-se como um grande campo de
conhecimentos a ser mais bem compreendido, embora não se defina
exatamente como uma área do saber. Assim como em muitas disciplinas,
principalmente as de natureza integrativa ainda há a muito a ser feito, no
sentido de compor e relacionar o saber acumulado acerca de processos
isolados do ser humano, tanto a nível físico, como social e psíquico, em um
único todo.
O artigo tem como objetivo apresentar de forma breve, o desenvolvimento das
idéias de algumas escolas psicossomáticas, bem como alguns conceitos de
psicossomática e as fundamentações teóricas de abordagem psicanalítica,
visando à compreensão das manifestações somáticas e da etiologia das
neuroses e psiconeuroses.

1 Conceitualização
A psicossomática é uma ciência interdisciplinar que integra diversas
especialidades da medicina e da psicologia para estudar os efeitos de fatores
sociais e psicológicos sobre processos orgânicos do corpo e sobre o bem-estar
das pessoas. A palavra psicossomática, na visão dos profissionais de saúde
que compreendem o ser humano de forma integral, não pode ser
compreendida como um adjetivo para alguns tipos de sintomas, pois tanto a
medicina quanto a psicologia estão percebendo que não existe separação ideal
entre mente, corpo, alma e espírito. Então, psicossomática é um termo que
pode ser empregado para qualquer tipo de sintoma, seja ele físico, emocional,
psíquico, espiritual, profissional, relacional, comportamental, social ou familiar.
[2]
Segundo Eksterman (1992), a Medicina Psicossomática é um estudo das
relações mente-corpo com ênfase na explicação psicológica dos sintomas
corporais. O termo também pode ser compreendido, tal como descreve Mello
Filho (1992), como "uma ideologia sobre a saúde, o adoecer e sobre as
práticas de saúde, é um campo de pesquisas sobre estes fatos e, ao mesmo
tempo, uma prática, a prática de uma medicina integral".
A psicossomática é a ciência que estuda as doenças orgânicas com
descarga no corpo, isto é, uma lesão de órgão ou sistema provocado por
alguma disfunção do sistema nervoso. Na psicossomática, pensa-se a
realidade na sua unidade, considerando os aspetos biológicos e psicológicos.
Interessa-se pelos aspetos de interação causa/efeito, a pessoa como um todo
na sua perspectiva biológica e relacional, isto é, pensar a realidade na sua
totalidade: a entidade biológica e a entidade psicológica. [1]
De acordo com Holmes (1997) há uma diferença entre os transtornos
somatoformes e transtornos psicossomáticos: nos dois tipos de transtornos as
causas são psicológicas, e os sintomas são físicos. A distinção entre eles é que
nos distúrbios somatoformes não há lesão física (ex., um indivíduo reclama de
dor no estômago e na verdade não há nada fisicamente errado com o órgão),
enquanto com os distúrbios psicossomáticos, há lesão física (ex., úlceras
envolvem lesões no revestimento do estômago) (MOURA, 2008).

2 Breve Histórico
Segundo Moura (2008) o termo “psicossomático” foi utilizado pela primeira
vez em 1818 por Heinroth, psiquiatra alemão, ao fazer referência a insônia e a
influência das paixões na tuberculose, epilepsia e cancro. No século seguinte
as descobertas de Freud permitiram uma melhor compreensão desses
fenômenos. Em 1922 Deutsch reintroduziu esse termo em Viena.
Antes da psicanálise, entendia-se que as doenças eram causadas por
agentes externos. Havia, é claro, muitas iniciativas em tentar compreender a
relação corpo e mente. O próprio surgimento do termo psicossomática em 1828
por Johann Heinroth testemunha isto. Ele postula que paixões sexuais são
importantes para a manifestação de doenças como tuberculose, epilepsia e
câncer, ressaltando a importância dos aspectos físicos e psíquicos integrados
nos processo de adoecer (VOLICH, 2000, p. 43).
A psicossomática evoluiu das investigações psicanalíticas que contribuem
para o campo com informações acerca da origem inconsciente das doenças, e
mais especificamente dos estudos das paralisias e anestesias histéricas
originados das contribuições pré - psicanalíticas de Jean-Martin Charcot e
Josef Breuer. [2]
A expressão doença psicossomática foi utilizada inicialmente para referir-
se apenas a certas doenças como a úlcera péptica, asma brônquica,
hipertensão arterial e colite ulcerativa onde as correlações psicofísicas eram
muito nítidas posteriormente foi-se percebendo que tal concepção é
potencialmente válida para todas as doenças (MELLO FILHO, 2005).
Segundo Cardoso (2005), a história da psicossomática poderia ser dividida
em duas grandes correntes: de um lado, as correntes inspiradas nas teorias
psicanalíticas e com base no conceito de doença psicossomática; de outro
lado, a inspiração biológica, alicerçada no conceito de stress.
Já Mello Filho (1992) considera três fases distintas na evolução da
Psicossomática: a inicial ou psicanalítica, em que foi estudada, entre outros
assuntos, a origem inconsciente das doenças e o fenômeno de regressão; a
intermédia ou behaviorista, na qual houve uma tentativa para enquadrar os
estudos feitos em humanos e animais nas ciências exatas; e a atual ou
multidisciplinar, em que é dada importância às influências sociais e se
considera a Psicossomática como atividade de interação e integração de dados
de diferentes áreas do saber.
Segundo Cardoso (1995), no fim do século XIX o campo da
psicossomática veio a estender por dois grandes ramos de investigação. O
primeiro ramo da história da psicossomática se refere à Escola Americana,
representada por Franz Alexander e Dunbar, cuja via de investigação tem
como ponto de partida o modelo médico, onde estes procuram correlacionar
determinados tipos de personalidades com doenças orgânicas específicas. As
contribuições da Escola Psicossomática Americana, especificamente Alexander
e Dunbar, e as de Cannon e Selye foram fundamentais para a consolidação do
movimento psicossomático, assim como para a influência sobre uma medicina
integral e humanista.
O segundo grande ramo das investigações psicossomáticas foi formada
pelos integrantes da chamada Escola Psicossomática de Paris, composta entre
outros por Pierre Marty, de M’Uzan, David e Fain, tentaram elaborar uma teoria
da economia psicossomática atribuindo uma grande parte da etiologia a um
determinismo multifatorial com forte participação biológica. Para eles, falar de
“doenças psicossomáticas” é um equívoco, preferindo chamar de “pacientes
psicossomáticos” àqueles cuja manifestação sintomática preponderante
aparece no plano orgânico e não no psíquico. A falta de recurso psíquico para
a elaboração dos conflitos decorreria a sua característica preponderantemente
“psicossomática” e o conseqüente desequilíbrio psicossomático com a
ocorrência de desorganizações orgânicas progressivas (CARVALHO , s.d.).

3 Psicanálise e a Psicossomatica
A psicanálise não só deu origem a psicossomática e criou as bases para a
terapia psicossomática, mas permanece sendo também para esta uma
referência permanente e essencial. Embora a Psicossomática e Psicanálise
estejam estreitamente ligadas, as duas ciências não se confundem (PRIMO,
s.d).
As indagações sobre as relações entre o psíquico e o somático percorrem
toda a obra de Freud. Os primeiros trabalhos sobre a histeria permitiram-lhe
reconhecer a influência do funcionamento psíquico nos sintomas somáticos,
onde se evidencia a relação entre histeria e sexualidade, apresentando-se
também a noção de conversão, através da qual o conflito psíquico seria
transposto para o soma, carregando o sintoma de significado simbólico. Freud
partiu daqui para construir uma teoria metapsicológica em que o corpo recebeu
progressivamente lugar de destaque, podendo ser simultaneamente fonte da
pulsão e agente da sua satisfação (GANHÃO, 2009).
De acordo com Cardoso (1995), o maior legado de Freud para as
investigações psicossomáticas se deve ao conceito de conversão individual.
Esse termo conversão foi utilizado por Freud para explicar a transposição de
um conflito psíquico na tentativa de resolvê-lo em termos de sintomas
somáticos, motores ou sensitivos. ”
Na obra de Freud, as formulações que mais se aproximam do que se
conhece atualmente como psicossomática estão em sua definição de neuroses
atuais. Freud mencionou um grupo de neuroses de transferência que se
assemelham ás afecções psicossomáticas denominando-as neurose atuais e
classificando-as em neurastenia e neurose de angústia. A neurastenia tinha
origem na satisfação sexual realizada de forma inadequada e nas neuroses de
angústia, o sujeito não obtém uma descarga de excitação sexual, produzindo
angústia diante da relação sexual incompleta (GERMANO 2010).
Germano (2010) salienta ainda que Freud, ao pensar sobre o corpo,
acabou por desenvolver o conceito de conversão somática, que seria uma
junção do psíquico e do físico remetendo a outra cena. Freud denominou
conversão a uma manifestação somática idêntica ao desejo em que está em
jogo uma satisfação substitutiva de uma fantasia de conteúdo sexual e onde
esta outra cena fala do sujeito através de seu corpo.
Na primeira tópica, com a introdução do conceito de Inconsciente, Freud
pôs em causa definitivamente a dicotomia clássica corpo-alma, revelando uma
nova leitura das relações entre soma e psique. Como afirma Lionço (2008): “o
inconsciente seria uma espécie de lugar de passagem, processo no qual se
tornaria impossível distinguir o corporal do psíquico, que estariam articulados
numa espécie de curto-circuito”
Na segunda tópica, Eksterman (1992), diz que: “quando o id se transforma
em ego é o ponto central da intersecção da Psicanálise com a Psicossomática”.
Nas palavras do autor: “se pudéssemos dissecar todos os componentes
comprometidos na transformação do id em ego, teríamos provavelmente
respondido aos enigmas que subsistem entre a mente e o corpo”. Ainda em
Eksterman, ao falar sobre a origem da mente, Freud afirmou que a atividade
corporal origina o id e este, por sua vez, diferencia uma camada mais
superficial – o ego –, quando em contato com o mundo exterior.
Aparentemente, Freud não se interessou pelas consequências
efetivamente psicossomáticas de suas descobertas, pelo ao menos no sentido
de enveredar pela medicina clínica e incluir na fisiologia das doenças físicas
uma psicopatologia psicodinâmica, em outros termos, questões psicológicas
relativas ao balanço consciente/ inconsciente presentes nas doenças do corpo.
Foram seus discípulos imediatos que perceberam essa relação com a Medicina
em geral, notadamente Felix Deutsch, Otto Fenichel, Georg Groddeck e
finalmente um emigrante para os Estados Unidos, também discípulo direto de
Freud, Franz Alexander (EKSTERMAN, s.d).
Passados mais de cem anos do surgimento da psicanálise, atualmente há um
campo de conhecimento denominado hoje como psicossomática psicanalítica
do qual compartilham diversos autores e posicionamentos, em que há um
acordo em se considerar uma multiplicidade de causas para o adoecer
relacionados com conflitos inconscientes. (MELLO, 2009)

3.1 Os Tipos de Neurose e a Psicossomática


Os estudos iniciais de Freud sobre as neuroses ficaram marcados pela
distinção que ele fazia entre as chamadas neuroses atuais e as psiconeuroses.
Ocorre que, aos poucos, o conceito de neurose atual foi deixando de aparecer
em seus trabalhos, como que sendo colocado à parte do campo propriamente
psicanalítico. No entanto, é interessante observar-se, hoje em dia, como muitos
dos aspectos por ele descritos como peculiares às neuroses atuais podem se
articular com aquilo que se compreende atualmente como campo da
psicossomática (FERRAZ, 2005).
Ferraz (2005) diz ainda que a neurose é classificada em dois grandes
grupos: Neuroses atuais (neurastenia, neurose de angústia e hipocondria) e da
psiconeurose (histeria e obsessões), existindo ainda a ocorrência, muito
freqüente, de casos em que os sintomas de ambos os grupos aparecem
combinados.
Para Freud, a principal diferença entre as neuroses atuais e as
psiconeuroses podia ser estabelecida por meio da etiologia: enquanto as
primeiras eram tidas como conseqüência, por interferência química, de
impedimentos da satisfação sexual na vida atual, as psiconeuroses eram vistas
como conseqüência, por intermediação psíquica, de fixações e desvios da
libido na infância (JUNQUEIRA, 2006).
Segundo Andrade (1995), fica evidente que a causa é sem dúvida de
natureza sexual em ambos os casos, mas enquanto na neurose atual a causa
deve ser buscada nas desordens da vida sexual atual, nas psiconeuroses a
origem está na vida passada. Por outro lado, enquanto na neurose atual a
etiologia é de natureza somática, na histeria e na obsessão ela se encontra no
domínio psíquico. Na neurose de angústia este fator somático seria a ausência
de descarga da excitação sexual, enquanto na neurastenia seria sua satisfação
inadequada (pela masturbação, por exemplo).
Do ponto de vista etiológico e no que concerne ao seu mecanismo interno,
a neurose atual tem a sua origem não em conflitos psíquicos, mas em
acontecimentos do tempo presente. Isto é, seus sintomas resultam diretamente
da ausência ou da inadequação da satisfação sexual atual, e não de eventos
importantes da vida passada. Eles não são, portanto, nem uma expressão
simbólica de um desejo recalcado, nem sobre determinados por uma
motivação inconsciente (ANDRADE, 1995).
Interessante pensar como Freud pontua, nesses mecanismos das
neuroses atuais, que uma ação psíquica produz efeitos fisiológicos e vice-
versa. Pois diante de uma ação inadequada nas formas de conduzir a vida
sexual, uma resposta corporal se impõe ao implicar que a energia sexual
somática encontre vias de escoamento secundárias através do corpo. Porem,
tal escoamento acaba por produzir efeitos psíquicos como o cansaço, a
irritação, a angústia difusa, etc. (PINHEIRO, 2008).
Nas psiconeuroses os sintomas provêm do recalcado num processo de
insucesso do recalcamento e de retorno do recalcado, enquanto que nas
neuroses atuais não há mediação psíquica e a patologia reflete, diretamente,
uma economia sexual perturbada, conseqüência de um excesso ou
insuficiência de descarga, seria a realidade a tomar maior importância, ficando
o conflito fora do acesso do sujeito. (CARDOSO, 1995).
Clinicamente, as neuroses atuais e as psiconeuroses aparecem
mescladas, simultaneamente. De acordo com o dizer de Freud, a neurose atual
está contida na psiconeurose, configura-se como “grão de areia no centro da
pérola”, seu núcleo. Ou seja, através da manifestação de uma neurose atual,
alcança-se uma complexidade psiconeurótica, rastreando-se os seus sintomas.
Portanto, as neuroses atuais e as psiconeuroses, intrinsecamente ligadas,
aparecem simultaneamente sem qualquer problema de contradição
fenomenológica (QUINTELLA, 2003).
De acordo com Trombini (2004), os sintomas das Neuroses atuais
basicamente são:

1. Neurastenia: Caracterizada pelo cansaço, pela cefaléia, digestão difícil, prisão de


ventre e diminuição da atividade sexual pelo uso excessivo da masturbação.
2. Sintomas hipocondríacos. Dores, mal-estares e preocupações como
conseqüência de uma falta de energia sexual dos órgãos.
3. Neurose de angústia: Dominada por um contínuo estado de ansiedade,
acompanhada de seus equivalentes somáticos (respiração difícil, alterações do
ritmo cardíaco, vertigens, sudorese)

E das Psiconeuroses:

1. Histeria: Alterações da sensibilidade, paralisia de um membro, cegueira, desmaio


ou crise convulsiva.
2. Neurose obsessiva: Pensamentos obsessivos e rituais compulsivos
Os distúrbios da neurose atual são caracterizados por sintomas de
natureza corpórea, sem lesões orgânicas. Freud, porém, acreditava que a sua
causa não fosse psicológica, como no caso das psiconeuroses, mas somática,
sempre de origem sexual. Pensava que os sintomas derivassem do acúmulo
de mal estar físico e de toxinas para problemáticas de natureza “atual”, ou seja,
não ligadas ao passado, mas ao presente. Eles eram resultado de uma
alteração do metabolismo, devido a uma vida sexual inadequado (TROMBINI,
2004).
A diferença entre a neurose de angústia e a histeria é que a conversão
nesta última se dá no plano psíquico que, não encontrando outro caminho para
a excitação, reverte-se no corpo, enquanto que na neurose de angústia a
tensão física não encontra meios para passar para o psíquico conservando-se
no plano físico. Acrescenta-se que a causa desencadeante da neurose de
angústia não seria de uma patologia psíquica e se reverteria ao somático, “não
dependeria do recalcamento de uma representação e do deslocamento de seu
afeto” (CHEMAMA,1995).

Conclusão
As contribuições da psicanálise para a teoria psicossomática são valiosas,
no sentido de que qualquer que seja o momento de sua elaboração, a teoria
psicossomática permanece estreitamente ligada à psicopatologia e mais
especificamente à noção de psiconeurose. Nesse contexto, podemos destacar
a relevância dos benefícios que a visão psicossomática trouxe para a
compreensão dos pacientes somatizadores, auxiliando os profissionais da
psicologia e da área da saúde o entendimento da etiologia das doenças
psicossomáticas, dos pacientes e das queixas trazidas pelos mesmos. O
estudo mais moderno da psicossomática apresenta uma visão integrada, ou
seja, um olhar voltado para o indivíduo e não á doença.
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