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Fobia específica

O termo fobia refere-se a um medo excessivo de objeto, circunstância ou


situação específicos.
A fobia específica é um medo intenso e persistente de um objeto ou de
uma situação.

Desenvolvimento:
 Pode ser desenvolvido após um evento traumático
(ex: ficar preso em um elevador)
 Por observação de outras pessoas que viveram um evento
traumático.
(ex: ver alguém se afogar)
 Por um ataque de pânico inesperado na situação a ser temida
(ex: um ataque de pânico inesperado no transporte público)
 Por transmissão de informações (ex: noticiários e jornais contando
de um ataque a mão armada em uma escola).

Importante:
 Muitas pessoas com fobia específica não conseguem se lembrar do
porque começaram a ter suas fobias.
Ela se desenvolve normalmente na infância, antes dos 10 anos que é o
resultado da média entre 7 e 11 anos
 As fobias que se desenvolvem na infância e adolescência tem
probabilidade de remissão ao longo desse período.
 Mas, as fobias que persistem ate a idade adulta provável que não
tenha remissão na maioria das pessoas.
 A idade de pico para o início das fobias do tipo ambiente natural e
do tipo sangue-injeção-ferimentos é dos 5 aos 9 anos, ainda que
possa ocorrer mais tarde.
 No entanto, a idade de pico para o início das fobias do tipo
situacional (exceto para medo de altura) é mais alta, em torno dos
20 anos, idade mais próxima daquela para princípio de agorafobia.
Prevalência
 São de aproximadamente 5% em crianças e de 16% em jovens de 13
a 17 anos.
 São mais baixas em indivíduos mais velhos (de 3 a 5%),
possivelmente refletindo diminuição da gravidade para níveis
subclínicos.
 Indivíduos do sexo feminino costumam ser mais afetados do que os
do masculino, em uma razão de cerca de 2:1, embora as taxas variem
entre os diferentes estímulos fóbicos.
Ou seja, as fobias específicas de animais, ambiente natural e
situacionais sao predominantemente experimentadas por indivíduos do
sexo feminino, enquanto a fobia por sangueinjeção-ferimentos é
experimentada quase de forma igual por ambos os gêneros

Diagnóstico:
O diagnóstico de fobia específica requer o desenvolvimento de:
 ansiedade intensa, mesmo a ponto de pânico, quando da exposição
ao objeto temido.
 Pessoas com essa fobia podem antecipar lesões
ex: como serem mordidas por um cão
 ou podem ficar em pânico ante o pensamento de perder o
controle; por exemplo, se têm medo de andar de elevador, também
podem se preocupar com a possibilidade de desmaiar após a porta se
fechar

Tipos:
DSM-5 inclui tipos distintos de fobia específica:
 tipo animal,
 tipo ambiente natural (p. ex., tempestades),
 tipo sangue-injeção-ferimentos (p. ex., agulhas),
 tipo situacional (p. ex., carros, elevadores, aviões)
 e outro tipo (para fobias específicas que não se enquadram nos
quatro tipos anteriores).
O aspecto fundamental de cada tipo de fobia é que os sintomas de
medo ocorrem apenas na presença de um objeto específico.
Critérios diagnósticos – DSM-5
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (p.
ex., voar, alturas, animais, tomar uma injeção, ver sangue).
Nota: Êm crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso por choro,
ataques de raiva, imobilidade ou comportamento de agarrar-se.
B. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma
resposta imediata de medo ou ansiedade.
C. 0 objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com
intensa ansiedade ou sofrimento.
D- O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real
imposto pelo objeto ou situação específica e ao contexto sociocultural.
E- O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração
mínima de seis meses.
F. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente
significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em
outras áreas importantes da vida do indivíduo.
G. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro
transtorno mental, incluindo medo, ansiedade e esquiva de situações
associadas a sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes
(como na agorafobia); objetos ou situações relacionados a obsessões (como
no transtorno obsessivo-compulsivo); evocação de eventos traumáticos
(como no transtorno de estresse pós-traumático); separação de casa ou de
figuras de apego (como no transtorno de ansiedade de separação); ou
situações sociais (como no transtorno de ansiedade social).

Fatores de Risco e Prognóstico


Temperamentais. Os fatores de risco temperamentais para fobia
específica, como afetividade negativa (neuroticismo) ou inibição
comportamental, também são fatores de risco para outros transtornos de
ansiedade.
Ambientais. Os fatores de risco ambientais para fobias específicas, como
superproteção, perda e separação parentais e abuso físico e sexual, também
tendem a predizer outros transtornos de ansiedade. Conforme observado
anteriormente, encontros negativos ou traumáticos com o objeto ou
situação temidos ocasionalmente (mas nem sempre) precedem o
desenvolvimento de fobia específica
Genéticos e fisiológicos. Pode haver suscetibilidade genética para certa
categoria de fobia específica (p. ex., um indivíduo com um parente de
primeiro grau com uma fobia específica de animais tem probabilidade
significativamente maior de ter a mesma fobia específica do que qualquer
outra categoria de fobia). Indivíduos com fobia de sangue-injeção-
ferimentos apresentam propensão peculiar a síncope vasovagal (desmaio)
na presença de estímulos fóbicos.

Diagnóstico Diferencial
Agorafobia.
A fobia específica situacional pode se parecer com a agorafobia na sua
apresentação clínica, dada a sobreposição nas situações temidas (p. ex.,
voar, locais fechados, elevadores).
Mas como diferenciar?
 Se um indivíduo teme apenas uma das situações da agorafobia,
então fobia específica, situacional, pode ser diagnosticada.
 Se duas ou mais situações agorafóbicas são temidas, um
diagnóstico de agorafobia é provavelmente justificado.

 Por exemplo, um indivíduo que tem medo de aviões e elevadores


(uma situação agorafóbica: do "transporte público"), mas não tem
medo de outras situações : agorafóbicas, seria diagnosticado com
fobia específica, situacional.

 enquanto um indivíduo que tem: medo de aviões, elevadores e


multidões (duas situações agorafóbicas: "uso de transporte público" e
"ficar em uma fila e estar em uma multidão") seria diagnosticado
com agorafobia.
O Critério B da agorafobia (as situações são temidas ou evitadas "devido a
pensamentos de que escapar poderia ser difícil ou de que o auxílio pode
não estar disponível no caso de desenvolvimento de sintomas do tipo
pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores") também
pode ser útil na diferenciação entre agorafobia e fobia específica.

Termos importantes:
- Estimulo fóbico: é quando o medo e a ansiedade está ligado diretamente à
presença de uma situação ou objeto particular (critério A)
- Esquiva ativa: Quer dizer que o individuo se comporta de forma
intencional para evitar ou minimizar o contato com os objetos ou situações
fóbicas. Ex: pegar uber ao invés de ônibus por medo de multidões, evitar
entrar no quarto escuro por medo de aranha.
“os comportamentos de esquiva ou a recusa persistente de se engajar
em atividades que envolveriam exposição ao objeto ou situação fóbica
(p. ex., recusa repetida em aceitar ofertas para viagens a trabalho
devido ao medo de voar) podem ser úteis para a confirmação do
diagnóstico na ausência de ansiedade ou pânico explícito.”

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