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Transtorno de

Ansiedade na Infância
de Adolescência - TAIA

Dra. Roberta Parker Nicolau


CRM/SC 15145 | RQE 10939 | RQE 14080
Psiquiatria da infância e adolescência.
Declaro não estar submetido a qualquer
tipo de conflito de interesse junto aos
participantes ou a qualquer outro
colaborador, direto ou indireto, para o
desenvolvimento desta aula.
ANSIEDADE
Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, caracterizado por
tensão ou desconforto, derivado da antecipação de perigo ou de algo
desconhecido.

ANSIEDADE PATOLÓGICA

EXAGERADA E FREQUENTE DESPROPORCIONAL AO ESTÍMULO

CAUSA INTERFERÊNCIA NO FUNCIONAMENTO SOCIAL, OCUPACIONAL


OU ACADÊMICO.

NÃO CONDIZ COM O


DURAÇÃO DE 6 MESES
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

• Prevalência de 5%
• Manifestação precoce e Continuidade na vida adulta (continuidade homotípica)
• Sobreposição com quadros de depressão (30% dos adolescentes – 10-15% em crianças)
• Risco de 2 – 3x de TRANSTORNO DE ANSIEDADE ou DEPRESSÃO na vida adulta.
• 2º transtorno psiquiátrico mais frequente após transtornos disruptivos

1º LUGAR 2º LUGAR
3º LUGAR
transtornos de Transtornos de
Depressão
conduta e TOD ansiedade
(1%)
(7%) (5%)
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

• Comorbidade com outros transtornos de ansiedade (75% - Mais de um TAIA);


• Baixa remissão espontânea;
• Transmissão familiar genética (40%) e ambiental (modelo de parentagem/enfrentamento
e apego);
• Temperamento marcado por inibição / retração / timidez / medo;
• Neuroticismo (Tendência a expressar emoções negativas aos eventos comuns da vida)
• Característica principal: Evitação;
• Critérios diagnósticos semelhantes aos adultos (DSM-5);
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE (DSM-5)

• Transtorno de Ansiedade de Separação


• Mutismo Seletivo
• Fobia Específica
• Transtorno de Ansiedade Social
• Transtorno de Pânico
• Agorafobia
• Transtorno de Ansiedade Generalizada
• Transtorno de Ansiedade induzido por substância/medicamento
• Transtorno de Ansiedade Devido a Outra Condição Médica
• Outro Transtorno de Ansiedade Especificado
• Transtorno de Ansiedade Não especificado.

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE (MUDANÇAS DSM-5)

TEPT está em uma nova seção chamada Transtornos Relacionados a Trauma e a Estressores

TOC está na seção Transtorno Obsessivo-compulsivo e Transtornos Relacionados

Transtorno de Ansiedade Social (substitui Fobia Social)

Transtorno de Pânico com Agorafobia - Agora 2 diagnósticos e não mais 1 único.

Transtorno de Ansiedade de Separação - saiu da seção dos Transtornos que iniciam na


infância..

Ataque de pânico como especificador para demais transtornos.

DSM-5 apresenta os TAIA em uma perspectiva ao longo da vida.


MEDOS E PREOCUPAÇÃO NO TEMPO
TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html
TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO

Fator de risco
Início entre os 7-9 Prevalência de 3- Mais comum em para TP,
anos 5% meninas Agorafobia e
depressão

1/3 persiste na
Herdabilidade de
idade adulta se + de 4 semanas Recusa escolar
73%
não tratado

Pais ansiosos 5x mais chance Temperamento


Presença de 3 dos de crianças Ansiosas (pais
Desencadeantes com com TP – filhos com (inibição
8 sintomas ansiedade de separação) comportamental)

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html 2. Assumpção Jr, FB. Tratado de Psiquiatria da Infância e Adolescência; 4ª edição. Atheneu; 2022
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO (DSM-5) - TAS

A. Medo ou ansiedade impróprios e excessivos em relação ao estágio de desenvolvimento,


envolvendo a separação daqueles com quem o indivíduo tem apego, evidenciados por três (ou
mais) dos seguintes aspectos:
1. Sofrimento excessivo e recorrente ante a ocorrência ou previsão de afastamento de casa ou
de figuras importantes de apego.
2. Preocupação persistente e excessiva acerca da possível perda ou de perigos envolvendo figuras
importantes de apego, tais como doença, ferimentos, desastres ou morte.
3. Preocupação persistente e excessiva de que um evento indesejado leve à separação de uma figura
importante de apego (p. ex., perder-se, ser sequestrado, sofrer um acidente, ficar doente).
4. Relutância persistente ou recusa a sair, afastar-se de casa, ir para a escola, o trabalho ou a qualquer
outro lugar, em virtude do medo da separação.

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO (DSM-5) - TAS

5. Temor persistente e excessivo ou relutância em ficar sozinho ou sem as figuras importantes de apego em casa
ou em outros contextos.
6. Relutância ou recusa persistente em dormir longe de casa ou dormir sem estar próximo a uma figura importante
de apego.
7. Pesadelos repetidos envolvendo o tema da separação.
8. Repetidas queixas de sintomas somáticos (p. ex., cefaleias, dores abdominais, náusea ou vômitos) quando a
separação de figuras importantes de apego ocorre ou é prevista.

B. O medo, a ansiedade ou a esquiva é persistente, durando pelo menos quatro semanas em crianças e
adolescentes e geralmente seis meses ou mais em adultos.
C. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social,
acadêmico, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
D. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental, como a recusa em sair de casa
devido à resistência excessiva à mudança no transtorno do espectro autista; delírios ou alucinações
envolvendo a separação em transtornos psicóticos; recusa em sair sem um acompanhante confiável na
agorafobia; preocupações com doença ou outros danos afetando pessoas significativas no transtorno de
ansiedade generalizada; ou preocupações envolvendo ter uma doença no transtorno de ansiedade de doença.

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
FOBIAS ESPECÍFICAS

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html
FOBIAS ESPECÍFICAS

Surge na infância ou cedo na O medo da situação fóbica


vida adulta tende a não flutuar

Fobias de ferimentos com Atentar para medos de doenças


sangue levam a bradicardia e as específicas (hipocondria,
vezes a síncope transtorno delirante)

3. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10. Artmed, 1993 4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html 2. Assumpção Jr, FB. Tratado de Psiquiatria da Infância e Adolescência; 4ª edição. Atheneu; 2022
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO (DSM-5) – FOBIAS ESPECÍFICAS

A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (p. ex., voar, alturas,
animais,tomar uma injeção, ver sangue).
Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso por choro, ataques de raiva, imobilidade ou comportamento
de agarrar-se.

B. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de medo ou
ansiedade.

C. O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou


sofrimento.

D. O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou


situação específica e ao contexto sociocultural.

E. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração mínima de seis meses.

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO (DSM-5) – FOBIAS ESPECÍFICAS

F. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no


funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

G. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental, incluindo
medo, ansiedade e esquiva de situações associadas a sintomas do tipo pânico ou outros sintomas
incapacitantes (como na agorafobia); objetos ou situações relacionados a obsessões (como no
transtorno obsessivo-compulsivo); evocação de eventos traumáticos (como no transtorno de
estresse pós-traumático); separação de casa ou de figuras de apego (como no transtorno de
ansiedade de separação); ou situações sociais (como no transtorno de ansiedade social).

Especificar se: Código baseado no estímulo fóbico: 300.29 (F40.218) Animal (p. ex., aranhas, insetos, cães).
300.29 (F40.228) Ambiente natural (p. ex., alturas, tempestades, água).
300.29 (F40.23x) Sangue-injeção-ferimentos (p. ex., agulhas, procedimentos médicos invasivos).

Nota para codificação: Escolher o código específico da CID-10-MC como segue:


F40.230 medo de sangue; F40.231 medo de injeções e transfusões; F40.232 medo de outros cuidados médicos; ou
F40.233 medo de ferimentos. 300.29 (F40.248) Situacional:(p. ex., aviões, elevadores, locais fechados). 300.29
(F40.298) Outro:(p. ex., situações que podem levar a asfixia ou vômitos; em crianças, p. ex., sons altos ou
personagens vestidos com trajes de fantasia).

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO (DSM-5) – MUTISMO SELETIVO

A. Fracasso persistente para falar em situações sociais específicas nas quais existe
a expectativa para tal (p. ex., na escola), apesar de falar em outras situações.

B. A perturbação interfere na realização educacional ou profissional ou na


comunicação social.

C. A duração mínima da perturbação é um mês (não limitada ao primeiro mês de


escola).

D. O fracasso para falar não se deve a um desconhecimento ou desconforto com o


idioma exigido pela situação social.

E. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno da comunicação (p.


ex., transtorno da fluência com início na infância) nem ocorre exclusivamente durante o
curso de transtorno do espectro autista, esquizofrenia ou outro transtorno psicótico.

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
MUTISMO SELETIVO

Incidência
Início dos 2 Prevalência Mais frequente
aumentada de
aos 5 anos menos de 1%; em meninas
pais com TA

Temperamento – Gatilho – Troca de Espera-se 1 mês


Persistir por 1
Inibição escola / novo quando em nova
mês
comportamental idioma escola

Descartar Avaliar a linguagem Necessidade de


Causar prejuízo problemas não-verbal e habilidade ambiente seguro e
auditivos; de raciocínio; confortável;

Elo entre mutismo e fobia social em Atrasos no desenvolvimento ou


adultos (90% dos casos) transtorno da fala/linguagem podem
estar presentes.
4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html 2. Assumpção Jr, FB. Tratado de Psiquiatria da Infância e Adolescência; 4ª edição. Atheneu; 2022
RECUSA ESCOLAR

• Representa um sintoma.
• Faltas frequentes (resistência a ir para a escola com conhecimento dos
pais e sem comportamentos antissociais associados)
• Pico de idade 5-6 anos e 10-11 anos.
• Causa mais comum é TAS na infância
• Causa mais comum na adolescência é fobia social, TP, TAG, TOC,
Depressão, transtornos somatoformes, dependência de eletrônicos e
violência doméstica.
• Causa sofrimento emocional importante.

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html 2. Assumpção Jr, FB. Tratado de Psiquiatria da Infância e Adolescência; 4ª edição. Atheneu; 2022
TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html
TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL

Idade dos 11 aos


13 anos Familiares de Toda Preocupação,
_________ Mais 1º grau com
expectativa ruminação
comum em Transtorno de
7 aos 8 anos ansiedade social é vista negativista e
meninas como ameaça antecipação
(pior social
prognóstico)

Risco de
transtorno de
Risco para Presença de Associação humor, uso de
Curso
personalidade bullying ou com evasão substância e
evitativa provocações? crônico suicídio
escolar
(comorbidade
sequencial).

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CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO (DSM-5) – TRANSTORNO
DE ANSIEDADE SOCIAL

A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto
a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais (p. ex., manter uma conversa,
encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) e situações de
desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras).
Nota: Em crianças, a ansiedade deve ocorrer em contextos que envolvem seus pares, e não apenas em
interações com adultos.

B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente (i.e.,
será humilhante ou constrangedor; provocará a rejeição ou ofenderá a outros).

C. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade.

Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso chorando, com ataques de raiva, imobilidade,
comportamento de agarrar-se, encolhendo-se ou fracassando em falar em situações sociais.

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO (DSM-5) – TRANSTORNO DE
ANSIEDADE SOCIAL

D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade.


E. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e o contexto
sociocultural. F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses.
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento
social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
H. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex.,
droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica.
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental, como
transtorno de pânico, transtorno dismórfico corporal ou transtorno do espectro autista.
J. Se outra condição médica (p. ex., doença de Parkinson, obesidade, desfiguração por queimaduras ou
ferimentos) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente não relacionado ou é excessivo.

Especificar se: Somente desempenho: Se o medo está restrito à fala ou ao desempenhar em público.

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG)

Temor que os
Dificuldade em pensamentos
Picos: Início Mais controlar negativos Dificuldade em
precoce
• (7 anos) preocupações,
COMPLETAR
e início da idade
comum em necessidade de
sejam parar o
adulta. meninas reasseguramen realidade pensamento
to contínuo (Medo de
errar)

TAG e FOBIA Duloxetina é uma


Baixa do Características SOCIAL – medicação
Prejuízo na de aprovada pelo
rendimento perfeccionismo,
maior relação FDA para tratar
atenção
escolar inibição. com TAG em crianças
depressão e adolescentes

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html 2. Assumpção Jr, FB. Tratado de Psiquiatria da Infância e Adolescência; 4ª edição. Atheneu; 2022
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO (DSM-5) – TAG

A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo
menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional).
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação.
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo
menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses).

! Nota: Apenas um item é exigido para crianças.


1.Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele.
2. Fatigabilidade.
3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente.
4. Irritabilidade.
5. Tensão muscular.
6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto).

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO (DSM-5) – TAG

D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no


funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento)
ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo).

F. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou preocupação
quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno de ansiedade social
[fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo-compulsivo, separação das figuras de
apego no transtorno de ansiedade de separação, lembranças de eventos traumáticos no transtorno de estresse
pós-traumático, ganho de peso na anorexia nervosa, queixas físicas no transtorno de sintomas somáticos,
percepção de problemas na aparência no transtorno dismórfico corporal, ter uma doença séria no transtorno de
ansiedade de doença ou o conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou transtorno delirante).

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
TRANSTORNO DE PÂNICO (TP)

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html
TRANSTORNO DE PÂNICO (TP)

Maior
incidência Pré- Processamento
inadequado de Interpretação
Mais comum após disposição +
estímulos de perigo
em meninas puberdade fator externos e iminente
(pico entre 20 estressor internos
e 24 anos)

Altas taxas de
Parente de 1º comorbidades Curso crônico/
Herdabilidad
grau aumenta (TAS – 89% | TAG – 86% oscilações se não
e de 32 a 46% tratado
o risco em 8x. AGORAFOBIA – 45% | FE – 43%
| TDAH – 81% | TOD – 57%)

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html 2. Assumpção Jr, FB. Tratado de Psiquiatria da Infância e Adolescência; 4ª edição. Atheneu; 2022
TRANSTORNO DE PÂNICO (TP)

ALTERAÇÕES NEUROQUÍMICAS

1. HIPERATIVIDADE ADRENÉRGICA
2. DISFUNÇÃO SEROTONINÉRGICA
3. FUNÇÃO ANORMAL DOS RECEPTORES GABA
4. HIPERSENSIBILIADE DOS RECEPTORES CO²
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO (DSM-5) – TP

• A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto
intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas:
Nota: O surto abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso.

• 1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia. • 7. Náusea ou desconforto abdominal.

• 2. Sudorese. • 8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.

• 3. Tremores ou abalos. • 9. Calafrios ou ondas de calor.

• 4. Sensações de falta de ar ou sufocamento. • 10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).


• 11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou
• 5. Sensações de asfixia.
despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo).
• 6. Dor ou desconforto torácico.
• 12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”.
• 13. Medo de morrer.

Nota: Podem ser vistos sintomas específicos da cultura (p. ex., tinido, dor na nuca, cefaleia, gritos ou choro incontrolável). Esses
sintomas não devem contar como um dos quatro sintomas exigidos.

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO (DSM-5) – TP

B. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características:
• 1. Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências (p. ex.,
perder o controle, ter um ataque cardíaco, “enlouquecer”).
• 2. Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques (p. ex., comportamentos que
têm por finalidade evitar ter ataques de pânico, como a esquiva de exercícios ou situações desconhecidas).

C. A perturbação não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso,
medicamento) ou de outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares).

D. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., os ataques de pânico não ocorrem
apenas em resposta a situações sociais temidas, como no transtorno de ansiedade social; em resposta a objetos
ou situações fóbicas circunscritas, como na fobia específica; em resposta a obsessões, como no transtorno
obsessivo-compulsivo; em resposta à evocação de eventos traumáticos, como no transtorno de estresse pós-
traumático; ou em resposta à separação de figuras de apego, como no transtorno de ansiedade de separação).

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
AGORAFOBIA

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html
AGORAFOBIA

1% nas crianças
2x mais
• comum
COMPLETAR Herdabilidade Condutas Medo de sair
/ 3-4% nos
em mulheres de 61% evitativas de casa
adolescentes

Evitação fóbica de
Medo de estar Piora locais ou situações
fora de casa em prognóstico onde seja difícil
Medo de ter
Medo de ficar situações que escapar ou obter
pode se sentir
sintomas tipo quando ajuda (Transporte
sozinho pânico.
ameaçado ou associado a coletivos, lugares
TP. públicos, carros em
desamparado;
vias expressas)

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html 2. Assumpção Jr, FB. Tratado de Psiquiatria da Infância e Adolescência; 4ª edição. Atheneu; 2022
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO (DSM-5) – AGORAFOBIA

A. Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou mais) das cinco situações
seguintes:
• 1. Uso de transporte público (p. ex., automóveis, ônibus, trens, navios, aviões).

• 2. Permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de estacionamentos, mercados, pontes).

• 3. Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, cinemas).

• 4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão.


• 5. Sair de casa sozinho.

B. O indivíduo tem medo ou evita essas situações devido a pensamentos de que pode
ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de
desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou
constrangedores (p. ex., medo de cair nos idosos; medo de incontinência).
C. As situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade.
D. As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, requerem a presença de uma
companhia ou são suportadas com intenso medo ou ansiedade.

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO (DSM-5) – AGORAFOBIA

E. O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto
sociocultural.
F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses.
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento
social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
H. Se outra condição médica (p. ex. doença inflamatória intestinal, doença de Parkinson) está presente, o medo,
ansiedade ou esquiva é claramente excessivo.
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental – por
exemplo, os sintomas não estão restritos a fobia específica, tipo situacional; não envolvem apenas situações
sociais (como no transtorno de ansiedade social); e não estão relacionados exclusivamente a obsessões (como no
transtorno obsessivo-compulsivo), percepção de defeitos ou falhas na aparência física (como no transtorno
dismórfico corporal) ou medo de separação (como no transtorno de ansiedade de separação).
Nota: A agorafobia é diagnosticada independentemente da presença de transtorno de pânico. Se a apresentação
de um indivíduo satisfaz os critérios para transtorno de pânico e agorafobia, ambos os diagnósticos devem ser
dados.

1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª edição. Artmed, 2014.
TRATAMENTO

Tratar criança com TA implica em uma série de procedimentos


• História sobre o início dos sintomas
• Fatores desencadeantes (ex. crise conjugal, perda por morte ou separação, doença na família e nascimento de
irmãos)
• Desenvolvimento da criança;
• Estabelecimento de um vínculo com a criança;
• Suporte e orientação familiar
• Temperamento da criança (ex. presença de comportamento inibido)
• Tipo de apego com pais (ex. segurança)
• Estilo dos cuidados paternos (ex. superproteção)
• Fatores implicados na etiologia.
• Presença de comorbidade.

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html 2. Assumpção Jr, FB. Tratado de Psiquiatria da Infância e Adolescência; 4ª edição. Atheneu; 2022
TRATAMENTO

Intervenções psicossociais
Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Orientações aos pais/cuidadores
Orientações escolares

Farmacoterapia
Tratamento combinado (Combo)

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TRATAMENTO

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

Pensamentos disfuncionais → Comportamento disfuncional

Reestruturação de pensamentos e crenças distorcidos

Reconhecimento e manejo de pensamentos ansiosos - estratégias de coping (cognição)

Exposição + Prevenção de respostas (comportamento)

Treino de relaxamento, técnicas de reforço positivo.

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html 2. Assumpção Jr, FB. Tratado de Psiquiatria da Infância e Adolescência; 4ª edição. Atheneu; 2022
4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html
4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html
SOBRE O TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

• Iniciar em dose baixa – Orientação sobre efeitos colaterais/tolerabilidade


• Reavaliações frequentes e especial atenção nas duas primeiras semanas do uso de
antidepressivo.
• Questões sobre metabolismo devem ser consideradas (doses mais altas que adulto)
• Início dos efeitos de 2-4 semanas (aguardar 12 semanas)
• Se não houver benefícios em 8 semanas, optar por troca de medicamento
• Não há consenso sobre o tempo do uso das medicações
• Sugere-se manter o tratamento por pelo menos 12 meses após a remissão completa dos
sintomas.

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html
Farmacoterapia dos Transtornos de Ansiedade em crianças e adolescentes

Se um paciente não melhorar depois de um programa de tratamento realizado por um clínica


competente e por tempo suficiente (12-20 semanas), se recusa de tratamento com base em
competências ou TCC não disponível, considerar medicação.

Quando pacientes são tratados com medicação (isolada ou em combinação com TCC) tem que ter
em conta que:

• Nenhuma medicação está aprovada pelo FDA para pacientes com menos de 6 anos de idade (evitar
medicação em crianças mais novas – menos de 10 anos.)

• Evitar uso de benzodiazepinas (Tem mais efeitos secundários em pessoas jovens e potencial para
dependência).

• Rever regularmente, no inicio semanalmente e mais tarde mensalmente.

•Monitorizar a resposta utilizando escala de avaliação apropriada e mudar para outro ISRS se não
existir melhoria ou se ainda não foi tentada, adicionar TCC.

4. IACAPAP – https://www.iacapap.org/resources/e-textbook.html 2. Assumpção Jr, FB. Tratado de Psiquiatria da Infância e Adolescência; 4ª edição. Atheneu; 2022
Obrigada.

Dra. Roberta Parker Nicolau


CRM/SC 15145 | RQE 10939 | RQE 14080
Psiquiatria da infância e adolescência.

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