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Transtorno de Ansiedade Generalizada
Gabriel Mangabeira

O Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG) tem como característica


uma preocupação crônica e excessiva em diversas situações do dia a dia de
crianças e adolescentes, como nas esferas sociais, escolares e familiares.
Essas crianças têm muita dificuldade de controlar suas preocupações, que
estão presentes na maior parte do tempo. Estas preocupações não se limitam
a um objeto ou situação específica.
Em relação a epidemiologia, há uma prevalência variada entre 0,5% e
7,1%, sendo mais comum no sexo feminino quando comparado ao masculino.
O transtorno de ansiedade pode ser resultado de uma variada apresentação
clínica, envolvendo: comportamento evitativo de atividades escolar e sociais
(como escola, festa, ou conversar com pessoas desconhecidas); sintomas
somáticos, como do de cabeça, náusea ou queixas abdominais; dificuldade no
sono (para iniciar o sono ou manutenção); necessidade de reasseguramento
de forma excessiva (busca de tranquilidade excessiva ao dormir, na escola,
tempestades); prejuízo escolar (com dificuldade de atenção nas aulas);
comportamento intempestivo (principalmente diante um estimulo que provoca a
ansiedade); e alteração em padrão alimentar (com restrição ou compulsão por
alimentos).
Muitas crianças demonstram muita preocupação com os estudos.
Relatam que tem dificuldade para controlar as preocupações. Muitas vezes se
mostram perfeccionistas na forma de pensar; pensam em executar
perfeitamente, mas se não conseguem esta perfeição, frustram -se muito. Tem
uma tendência a focar nos erros e fracassos, ao invés do sucesso. Algumas
crianças apresentam preocupações com sua segurança ou saúde pessoal ou
de seus familiares/amigos próximos.
Os critérios utilizados para o diagnóstico em crianças e adolescentes
são os mesmo para os adultos, de acordo com o DSM 5, exceto pelo falo de
precisar apenas de um dos sintomas associados (já em adultos é necessário
pelo menos três).

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As crianças e adolescentes apresentam uma ansiedade e preocupação
excessiva, na maioria dos dias por período mínimo de 6 meses, relacionado a
diversos aspectos, como social, familiar e escolar. É preciso estar associado a
pelo menos um desses sintomas:
• Fadiga;
• Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele;
• Irritabilidade;
• Tensão muscular;
• Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco”;
• Perturbação do sono.

Muitos estudos mostram que os jovens com TAG apresentam mais de


um sintoma associado, principalmente dificuldade no sono, cansaço,
incapacidade de sentar e relaxar e irritabilidade. Tendem a pensar que algo
ruim vai acontecer consigo ou com um familiar próximo, vivendo em estado de
alerta. As crianças geralmente buscam a proteção excessiva de seus pais para
tranquilizar seus medos.
É comum a comorbidade com outros transtornos psiquiátricos, como
transtorno de ansiedade de separação, transtorno de ansiedade social,
transtorno depressivo, transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno do pânico.
Crianças menores tem maior chance de desenvolver ansiedade de separação
como comorbidade comparado com os adolescentes e os meninos apresentam
maior probabilidade de ter transtorno de externalização comórbido quando
comparado com as meninas.
Deve-se diferenciar o transtorno de ansiedade generalizada das
preocupações recorrentes da vida diária. Para isto, é necessário avaliar,
principalmente, a frequência e a intensidade dos sintomas.
A maioria dos pacientes com TAG na fase adulta preenchia critérios
para o transtorno na infância. Geralmente, na criança, inicia-se na idade
escolar, por volta dos 7 anos de idade. É pouco comum surgir após os 20 anos
de idade. Aquelas crianças que apresentam comorbidade com depressão,
apresentam um pior prognóstico e maior gravidade.

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É fundamental a intervenção precoce dos transtornos ansiosos na
infância para evitar a cronificação do caso. A presença de um transtorno de
ansiedade na criança é forte indicador para um diagnóstico de ansiedade na
fase adulta.
O tratamento é baseado na psicoterapia cognitivo-comportamental,
envolvendo uma abordagem de controle do comportamento com objetivo de
mudar as cognições relacionadas à ansiedade do paciente; além de suporte
farmacológico quando necessário (se prejuízo significativo na vida). Em relação
às medicações, geralmente tem indicação de inibidores de recaptação de
serotonina e benzodiazepínicos (em situações especiais). Há comprovação em
estudos que o tratamento combinado (terapia e fármaco) é o mais eficiente.

Fobias Específicas
A Fobia Específica é caracterizada por um medo ou ansiedade em
relação à presença de uma situação ou objeto particular, que pode ser
chamado de estímulo fóbico. Muitos apresentam mais de um estímulo fóbico.
Acontece quase todas as vezes que a pessoa entre em contato com este
estímulo. Quase sempre provoca uma resposta imediata de medo, ansiedade e
sofrimento. A duração deve ser maior que seis meses de sintomas.
Cerca de 75% daqueles que apresentam a fobia específica tem receio de mais
de uma situação ou objeto: Fobia específica múltipla.
Devemos especificar o estímulo fóbico:
• Animal (p. ex., aranhas, insetos, cães);
• Ambiente natural (p. ex., alturas, tempestades, água);
• Sangue-injeção-ferimentos (p. ex., agulhas, procedimentos médicos
invasivos);
• Situacional:(p. ex., aviões, elevadores, locais fechados);
• Outro:(p. ex., em crianças, p. ex., sons altos ou personagens vestidos com
trajes de fantasia).

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Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser apresentado com choro,
ataques de raiva, imobilidade ou comportamento de se agarrar. A fobia
específica geralmente se desenvolve no início da infância, com a maioria dos
casos instalando antes dos 10 anos de idade.
A resposta emocional deve ser diferente dos medos normais transitórios
que geralmente acontecem ao longo da vida. De acordo com o DSM 5, o medo
ou ansiedade deve ser intenso ou grave para fazer o diagnóstico de fobia
específica.
O medo experimentado pode variar com a proximidade do objeto ou
situação temida e pode ocorrer com a antecipação da presença ou na presença
real do objeto ou situação. Este medo ou ansiedade pode assumir a
apresentação de um ataque de pânico com sintomas completos ou limitados.
O medo e a ansiedade são frequentemente expressos de formas
variadas entre crianças e adultos. Os comportamentos de esquiva são
geralmente óbvios, mas às vezes são menos óbvios. O medo ou ansiedade é
desproporcional em relação ao perigo real apresentado pelo objeto ou situação
ou mais intenso do que é considerado necessário.
Para o cuidado terapêutico, deve-se utilizar da psicoterapia, com terapia
de exposição / terapia cognitivo-comportamental. Para algumas situações e
casos isolados, tem indicação de uso limitado de benzodiazepínicos ou
betabloqueadores.

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