Na fobia, o que importa é saber que o psiquismo do sujeito comporta-
se de forma reticular, isto é, um determinado estímulo – tal qual um circuito em uma rede – conecta-se com primitivas lembranças traumáticas que foram significadas com terror pela criança de então
1- Além da clássica responsabilização atribuída à angústia de castração, no
presente existe um consenso de que em qualquer tipo de fobia sempre está presente alguma forma de ansiedade de aniquilamento e, sobretudo, de desamparo. EIS A PERGUNTA: Qual foi o desemparo aqui?
2- A patologia da fase de separação-individuação promove uma dupla
ansiedade: a de engolfamento (resultante do medo do sujeito de chegar perto demais e absorver ou ser absorvido pelo outro) e a angústia de separação (pelo risco imaginário de perder o objeto), de tal sorte que é característico da fobia essa pessoa criar um delimitado e restrito espaço fóbico, para a sua movimentação, que não pode ser nem perto demais e, tampouco, longe demais das pessoas de que ele necessita- Ver sobre essa questão da aproximação
3- Assim, adquire uma importância na etiologia da fobia o tipo de discurso
dos pais, repletos com os respectivos significados fóbicos, nos quais, acima de tudo, prevalecem as palavras: “cuidado”; “é perigoso”; “faz mal”; “evita chegar perto”, etc., etc., que refletem uma excessiva carga de identificações projetivas dos temores dos pais na mente da criança.
4- Assim, é fundamental que esse paciente desenvolva uma
capacidade egóica de fazer discriminações entre as distintas e diferentes partes de sua personalidade, de sorte a lhe possibilitar estabelecer um diálogo entre a sua parte infantil, amedrontada diante de certas situações, e a sua parte adulta que possa tranquiliza àquela.
5- Critérios diagnósticos:
Critérios diagnósticos:
Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em
que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais (p. ex., manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras).
As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade.
D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou
ansiedade.
E. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela
situação social e o contexto sociocultural.
F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de
seis meses.
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo
ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
H. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos
de uma substância p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica.
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de
outro transtorno mental, como transtorno de pânico, transtorno dismórfico corporal ou transtorno do espectro autista.
J. Se outra condição médica (p. ex., doença de Parkinson, obesidade,
desfiguração por queimaduras ou ferimentos) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente não relacionado ou é excessivo