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Medos Normais na Infância

O medo da escuridão, de monstros, de insectos e de aranhas são comuns nas crianças


com 3 a 4 anos de idade. O medo da morte e o de se machucar são mais comuns em crianças
maiores. As histórias, filmes ou programas de televisão assustadores são frequentemente
desagradáveis para as crianças e podem aumentar os seus medos. Afirmações que os pais
podem fazer em momentos de raiva ou de brincadeira podem ser interpretadas literalmente
pelas crianças em idade pré-escolar e podem causar perturbações. As crianças tímidas podem
reagir a situações novas com medo ou isolamento.

Uma criança pode ser confortada por atitudes tranquilizadoras dos pais (por exemplo:
explicações de que monstros não existem, de que as aranhas são inofensivas e de que o que
foi visto na televisão não é real). Quando os pais fazem afirmações que perturbam a criança,
tanto em momentos de raiva como de brincadeira, elas devem ser explicadas para diminuir a
inquietação da criança. Os pais podem ajudar uma criança tímida a adaptar-se a uma situação
que lhe causa medo, expondo-a repetidamente à mesma situação, sem pressão, e oferecendo-
lhe segurança.

Os medos mais comuns nas diversas idades

O medo é uma emoção saudável, pois alerta o ser humano dos perigos que o rodeiam.
Muitos dos medos que aterrorizam adultos e crianças vêem do inconsciente colectivo. Por
exemplo, os medos de escuro, de trovões, da morte, sempre estiveram presentes no
quotidiano do Homem. O temor dos ladrões, de estranhos ou de fantasmas, entre outros, são
medos mais recentes na história evolutiva, mas que também despertam sentimentos de
ansiedade, devendo ser interpretados como uma resposta orgânica normal e adaptativa.
Todos os medos que permanecem durante bastante tempo no imaginário da criança ou do
adulto, que são persistentes, prematuros, não adaptados à idade e que condicionam a vida em
diferentes contextos, devem receber uma atenção especial. Muitos destes medos, no entanto,
podem tornar-se fóbicos. A criança não consegue eliminá-los de uma forma racional, por vezes
nega-os, necessitando, nestes casos, de acompanhamento por parte de um técnico
especializado, um psicólogo ou psiquiatra.
Podemos determinar e classificar os medos mais frequentes segundo as diversas fases da
infância e adolescência. A lista que se segue ajuda a enquadrá-los, embora não deva ser
analisada como estanque, porque cada criança é um caso, com o seu próprio ritmo de

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desenvolvimento e inserida num contexto único. Por isso, esta lista funciona apenas como
ponto de referência.

Medos mais comuns

De 0 a 6 meses: Perda do amparo/ Barulhos intensos

De 7 a 12 meses: Pessoas estranhas / Imprevistos / Objectos vagos

No primeiro ano de vida: Separação dos pais / Pessoas estranhas

No segundo ano de vida: Barulhos / Animais / Escuro / Objectos grandes / locais estranhos /
Separação dos pais

No terceiro e quarto anos de vida: Máscaras / Escuro / Animais / Separação dos pais

No quinto ano de vida: Separação dos pais / Animais / Pessoas más: ladrões / Dano físico

No sexto ano de vida: Seres sobrenaturais - monstros / Bruxas / Trovoadas / Dormir ou ficar
sozinho / Separação dos pais / Escuro

No sétimo e oitavo anos de vida: Seres sobrenaturais / Escuro / Ficar só / Filmes, notícias,
informações transmitidas pelos media / Ofensas corporais

Do nono ao 12º ano de vida: Medos relacionados com a escola: exames, professores,
reprovações / Aparência física: acne, gordura / Trovoada, relâmpagos e tremores de terra /
Morte / Conflitos entre os pais

Do 12º ao 18º ano de vida: Relações interpessoais / Perda da auto-estima / Medo de "falhar" /
Aparência física

Não subestime e nem os ridicularize os medos que a criança tenha. Aprenda a aceitá-los como
uma etapa natural de crescimento e responda de forma adequada, preparando o seu filho
para as situações que o possam aterrorizar. Lembre-se que muitos dos medos são aprendidos,
por isso, seja um bom modelo na educação dos seus filhos.

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