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Dar+ Curso de Ludoterapia

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Princípios Básicos da Ludoterapia


Axline sistematizou o agir terapêutico em oito princípios básicos que serão
descritos a seguir.

1. Rapport
Axline (1984) caracteriza este princípio pela preocupação do terapeuta em
manifestar consideração e respeito pela criança, a fim de realizar uma aproximação
suave e sensível, permitindo “tocar” os sentimentos da criança e estar ser “tocada”
por eles. No rapport, o contrato com a criança vai ser firmado.

2. Aceitar a criança como ela é


Axline (1984) afirma que este princípio transparece nas atitudes do terapeuta
mediante uma postura firme, calma e amigável. Aceitar, considerar e acolher a
criança da maneira que ela pode e consegue manifestar-se. É importante ressaltar
que o terapeuta não deve julgar as atitudes do cliente.

3. Permissividade no relacionamento entre terapeuta e cliente:


De acordo com a mesma autora, a hora da terapia é a hora da criança, sendo ela
quem escolhe o que será feito durante este espaço de tempo e que o terapeuta a
acompanhará. A criança é estimulada na sua autonomia, na medida em que não
necessita da ajuda do terapeuta para encontrar o que deseja. Por isso, é muito
importante a disposição dos materiais, na sala onde será realizado o trabalho com a
criança. Esta vai aprendendo que com o terapeuta ela é livre para expressar toda e
qualquer acção, pensamento e sentimento. As possibilidades de expressão livre são
configuradas pela aprendizagem do uso da liberdade com responsabilidade,
cuidando e protegendo para que o agir, tanto da criança como do terapeuta não
firam a tranquilidade e a segurança da relação, que deve ser de confiança. Sobre

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este princípio, Dorfman (1992) expõe que uma das coisas que a criança vivencia na
Ludoterapia, é a possibilidade de encontrar formas de descarga aceitáveis para seus
sentimentos, não sendo necessário negá-los.

4. Identificar e reflectir sentimentos


Axline (1984) relata que " O terapeuta fica em alerta para reconhecer os sentimentos
que a criança está a exprimir e reflecte-os de tal maneira que possibilita, a ela, uma
visão interior do seu comportamento". É uma escuta activa e empática, e a
expressão do terapeuta, com a intenção de promover na criança o auto-
conhecimento, que lhe permitirá amadurecer afectivamente e decidir por ela
mesma.

5. Profundo respeito pela capacidade da criança


Este princípio diz respeito à crença na tendência actualizante. Axline (1984) afirma
que desta forma a criança é responsável pelas suas escolhas e o terapeuta não deve
indicar o caminho que julga ser o melhor, mas acreditar no potencial da criança de
encontrar as suas próprias soluções.

6. A criança indica o caminho


Complementando o princípio anterior, Axline descreve que " O terapeuta não tenta
dirigir os actos ou a conversa da criança. De maneira alguma. É ela quem o faz. O
terapeuta acompanha." (Axline, 1984). Ou seja, o terapeuta permite que a criança
exerça e se exercite na capacidade de escolher e tomar decisões.

7. O processo é gradativo
Axline (1984) afirma que o processo vivido pela criança não deve ser apressado pelo
terapeuta. Na medida em que este segue o caminho percorrido pela criança, deve
esperar o seu tempo. Querer apressar este tempo é o mesmo que não aceitar os

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sentimentos e o desejo do cliente. Estas atitudes colocam em risco o vínculo com o


terapeuta.

8. Os limites da realidade externa


São os limites necessários para que a terapia não se distancie da realidade. Axline
(1984) refere que os limites estabelecidos são aqueles que são necessários para a
criança situar a terapia no mundo da realidade e para que tome consciência da sua
responsabilidade em tal ambiente.

“A relação estabelecida entre terapeuta e a criança é de extrema importância.”

Kottman e Schaefer (1993) afirmam que:

"O objectivo é criar uma relação na qual a criança se sinta protegida e segura o
suficiente para experienciar todas as suas emoções. A criança tem a mesma
necessidade básica do adulto, a necessidade de auto-realização. Então, o terapeuta
deve proporcionar uma relação terapêutica na qual ela possa experienciar
completamente todas as partes do seu Eu."

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