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Benefício de Prestação Continuada

BPC LOAS

AULA 2 - Parte 1

Professor Rodrigo Telles


SUMÁRIO

Prática Benefícios Assistenciais:

● Hipóteses de Acumulação com outros benefícios


● Óbito do requerente antes do pagamento do Benefício
● Informações e Dados Declaratórios
● Troca de Benefício Assistencial por Previdenciário
● Perícia em Benefícios Assistenciais (Médica e Social)
Hipóteses de acumulação com outros benefícios
● Lei 8.742/93 - LOAS

Art. 20. § 4º O benefício de que trata este artigo não pode ser acumulado
pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social ou
de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão especial de
natureza indenizatória.

● Decreto 6.214/07 RBPC

Art. 5º O beneficiário não pode acumular o Benefício de Prestação


Continuada com outro benefício no âmbito da Seguridade Social ou de
outro regime, inclusive o seguro-desemprego, ressalvados o de assistência
médica e a pensão especial de natureza indenizatória.
Óbito do requerente antes do
pagamento dos valores atrasados

● Decreto 6.214/07 RBPC

Art. 23. O Benefício de Prestação Continuada é intransferível, não gerando


direito à pensão por morte aos herdeiros ou sucessores.

Parágrafo único. O valor do resíduo não recebido em vida pelo


beneficiário será pago aos seus herdeiros ou sucessores, na forma da
lei civil.
Informações e Dados Declaratórios

● Portaria Conjunta nº 3, de 21 de setembro de 2018

Art. 13. As informações prestadas no requerimento deverão ser confrontadas com as


bases cadastrais disponíveis da Administração Pública, devendo o INSS verificar a
existência de registro de benefício previdenciário, de emprego e renda do requerente ou
beneficiário e dos integrantes de sua família.

§ 1º Havendo divergência quanto às rendas declaradas, será considerada a informação da


renda mais alta.

§ 2º Caso as informações declaradas quanto à composição do grupo familiar no


requerimento estejam em desacordo com o CadÚnico, o servidor do INSS deverá
cadastrar exigência de atualização das informações cadastrais, o que deverá ser
realizado pelo Responsável pela Unidade Familiar (RF), respeitadas as normas e
regulamentos do CadÚnico, no prazo de trinta dias, prorrogáveis por igual período.
Informações e Dados Declaratórios

● Portaria Conjunta nº 3, de 21 de setembro de 2018

Art. 13. [...] § 3º O processo de retificação ou complemento das informações do CadÚnico


deve ocorrer quando as informações forem passíveis de coleta no CadÚnico.

§ 4º As informações declaradas pelo requerente ou seu procurador são de sua inteira


responsabilidade (inserção de dados verdadeiros e falsos) e deverão ser consideradas para
tomada de decisão no reconhecimento do direito ao BPC.
Direito de Recebimento de
Pensão por Morte por Dependente

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CÔNJUGE. TITULAR DE BENEFÍCIO


ASSISTENCIAL. QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL. TRABALHADOR RURAL. VOLANTE OU
BOIA-FRIA. COMPROVAÇÃO. TERMO INICIAL. LEI 9.528/97. CONSECTÁRIOS LEGAIS.
HONORÁRIOS. TUTELA ESPECÍFICA. MULTA DIÁRIA.
1. A concessão do benefício de pensão por morte depende da ocorrência do evento morte,
da demonstração da qualidade de segurado do de cujus e da condição de dependente de
quem objetiva a pensão.
2. Incabível a transformação do benefício de amparo social em pensão por morte em favor
do cônjuge sobrevivente. Precedentes do STJ e desta Corte.
3. Contudo, a jurisprudência vem admitindo a concessão do benefício de pensão por morte
quando a parte interessada comprova que o Instituto Previdenciário incorreu em equívoco
ao conceder um benefício de natureza assistencial, quando o de cujus fazia jus a um
benefício previdenciário segundo a legislação de regência.
4. Comprovada a qualidade de segurado especial do de cujus à época da concessão do
benefício de prestação continuada, faz jus o dependente à pensão por morte.
(TRF4, AC 5005419-10.2018.4.04.9999, QUINTA TURMA, Relator OSNI CARDOSO FILHO, juntado
aos autos em 08/08/2018)
Conceito de deficiência

● Lei 8.742/93 (LOAS)


Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um
salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65
(sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de
prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família.
§ 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação continuada,
considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas.
Perícia Médica e Social

● Decreto 6.214/07 RBPC

Art. 16. A concessão do benefício à pessoa com deficiência ficará sujeita à


avaliação da deficiência e do grau de impedimento, com base nos princípios
da Classificação Internacional de Funcionalidades, Incapacidade e Saúde -
CIF, estabelecida pela Resolução da Organização Mundial da Saúde no 54.21,
aprovada pela 54ª Assembleia Mundial da Saúde, em 22 de maio de 2001.

§ 1º A avaliação da deficiência e do grau de impedimento será realizada por


meio de avaliação social e avaliação médica.

§ 2º A avaliação social considerará os fatores ambientais, sociais e pessoais, a


avaliação médica considerará as deficiências nas funções e nas estruturas do
corpo, e ambas considerarão a limitação do desempenho de atividades e a
restrição da participação social, segundo suas especificidades.
Perícia para acesso ao
Benefício de Prestação
Continuada
Deficiência Física

● Decreto 3.298/99

Art. 4º I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou


mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento
da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia,
paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou
ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com
deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas
e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções;
Deficiência Física
Deficiência Física

“A deficiência física refere-se ao comprometimento do aparelho


locomotor que compreende o sistema osteoarticular, o sistema
muscular e o sistema nervoso. As doenças ou lesões que afetam
quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem
produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade variáveis,
segundo(s) segmento(s) corpora(is) afetado(s) e o tipo de lesão
ocorrida.”

Fonte: Saberes e práticas da inclusão: Dificuldades de comunicação e sinalização:


Deficiência física. 4. ed. Brasília: Mec, Secretaria de Educação Especial, 2006.
Deficiência Sensorial Auditiva | CIF

“Funções auditivas - Funções sensoriais que permitem perceber sons e


discriminar sua localização, intensidade, ruído e qualidade.
Inclui: funções auditivas, discriminação auditiva, localização da fonte
sonora, lateralização do som, discriminação da fala; deficiências como
surdez, insuficiência auditiva e perda da audição.”

Fonte: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, 2008.


Deficiência Sensorial Gustativa | CIF

“Função Gustativa - Funções sensoriais que permitem sentir as


qualidades do sabor amargo, doce, ácido e salgado.
Inclui: funções gustativas; deficiências como ageusia e hipogeusia.”

Fonte: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, 2008.


Deficiência Sensorial Olfativa | CIF

“Função olfativa - Funções sensoriais que permitem sentir


odores e aromas.
Inclui: funções olfativas; deficiências como anosmia e hiposmia.”

Fonte: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, 2008.


Deficiência Sensorial Tátil | CIF

“Função tátil - Funções sensoriais que permitem sentir as superfícies


dos objetos, sua textura ou qualidade.
Inclui: funções táteis, sensação tátil; deficiências como
entorpecimento, anestesia, formigamento, parestesia e hiperestesia.”

Fonte: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, 2008.


Deficiência Sensorial Visual | CIF

“Funções da visão - Funções sensoriais relacionadas com a percepção


de luz e forma, tamanho, formato e cor de um estímulo visual.
Inclui: funções da acuidade visual; funções do campo visual; qualidade
da visão; funções relacionadas com a percepção de luz e cor, acuidade
visual da visão distante e próxima, visão monocular e binocular;
qualidade da imagem visual; deficiências como miopia, hipermetropia,
astigmatismo, hemianopsia, cegueira de cores, visão em túnel,
escotoma central e periférico, diplopia, cegueira noturna e
adaptabilidade à luz.”

Fonte: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, 2008.


Deficiência Sensorial Visual | Visão Monocular

LEI Nº 14.126, DE 22 DE MARÇO DE 2021

Classifica a visão monocular como


deficiência sensorial, do tipo visual.

Art. 1º Fica a visão monocular classificada como deficiência sensorial,


do tipo visual, para todos os efeitos legais. (Vide)

Parágrafo único. O previsto no § 2º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de


julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), aplica-se à visão
monocular, conforme o disposto no caput deste artigo.
Deficiência Intelectual

O Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais 5ª


edição (DSM-5) define:

“Deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento


intelectual) é um transtorno com início no período do
desenvolvimento que inclui déficits funcionais, tanto intelectuais
quanto adaptativos, nos domínios conceitual, social e prático.”

Fonte: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais 5ª edição, 2014.


Deficiência Intelectual

De acordo com a American Association on Intellectual and


Developmental Disabilities (AAIDD):

“Deficiência intelectual é uma deficiência caracterizada por


limitações significativas tanto no funcionamento intelectual quanto
no comportamento adaptativo, que envolve habilidades sociais
cotidianas e práticas. Essa deficiência origina-se antes dos 18 anos
de idade.” (tradução nossa)

Disponível em: <https://aaidd.org/intellectual-disability/definition>.


Deficiência Intelectual |
Imagem DSM-5
Deficiência Mental
● Diagnóstico de transtorno mental indicado por código da CID-10;
● Transtorno mental classificado e explicado pelo DSM-5;
● Essa condição de saúde pode ou não gerar deficiência;
● Diagnóstico não se enquadra nos critérios de deficiência intelectual;
● Se gerar impedimento de longo prazo e estiver associado com
barreiras é deficiência mental
Deficiência
Mental
Documentos
Barreiras

● Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146 de 2015):

Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: [...]


IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a
participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à
acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à
informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao
público ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de
informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação;
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a
participação social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com
as demais pessoas;
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às
tecnologias;
Rodrigo Telles
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