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Legislação e Ética

Empresarial

Fábio Meger
Professor
Noções de Cidadania

• Ubi homo ibi societas; ubi societas, ibis jus.

• Onde há homem, há sociedade; onde há sociedade, há Direito.

• O que significa ser um cidadão?


Noções de Cidadania
• Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
• I - a soberania;
• II - a cidadania;
• III - a dignidade da pessoa humana;
• IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº
13.874, de 2019)
• V - o pluralismo político.
• Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Noções de Cidadania
• Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
• Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil:
• I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
• II - garantir o desenvolvimento nacional;
• III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
• IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Uma introdução ao Direito

• O que é uma Lei?

• A Constituição de 1988
Uma introdução ao Direito
Os Direitos Fundamentais

• O artigo 5º

• O Direito Fundamental ao Livre Exercício Profissional


Como se organiza o Sistema Único de
Saúde?
• A atenção primária refere-se, segundo Giovanella e Mendonça
(2008, p. 575), a um “[...] conjunto de práticas em saúde,
individuais e coletivas que, no Brasil, durante o processo de
implementação do SUS, passou a ser denominado de atenção
básica de saúde”. É definida pelas autoras como atenção
ambulatorial de primeiro contato que tem diferentes concepções
em sua implementação, direcionada a cobrir as afecções e
condições mais comuns e a resolver a maioria dos problemas de
saúde de uma população.
Como se organiza o Sistema Único de
Saúde?
• A Lei nº 8.080/1990
• Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema
Único de Saúde (SUS):
• I - a execução de ações:
• a) de vigilância sanitária;
• b) de vigilância epidemiológica;
• c) de saúde do trabalhador; e
Como se organiza o Sistema Único de
Saúde?
• A Lei nº 8.080/1990
• Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS)
compete:
• (...)
• III - definir e coordenar os sistemas:
• a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
• b) de rede de laboratórios de saúde pública;
• c) de vigilância epidemiológica; e
• d) vigilância sanitária;
Como se organiza o Sistema Único de
Saúde?
• A Lei nº 8.080/1990
• Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:
• (...)
• IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:
• a) de vigilância epidemiológica;
• b) de vigilância sanitária;
• c) de alimentação e nutrição; e
• d) de saúde do trabalhador;
Como se organiza o Sistema Único de
Saúde?
• A Lei nº 8.080/1990
• Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:
• (...)
• IV - executar serviços:
• a) de vigilância epidemiológica;
• b) vigilância sanitária;
• c) de alimentação e nutrição;
• d) de saneamento básico; e
• e) de saúde do trabalhador;
Como se organiza o Sistema Único de
Saúde?
O que faz um Optometrista?
• O Optometrista é o profissional da área da saúde, responsável pela avaliação primária da
saúde visual e ocular.
• Formado em Optometria por instituições devidamente autorizadas, está capacitado para
avaliar as anomalias do estado refrativo, sensório motor perceptual e ocular do paciente
através da aplicação de provas não invasivas pertinentes.
• Detectar as alterações da acuidade visual, sensibilidade ao contraste, visão cromática,
disfunções e alterações da visão binocular e campo visual.
• Realizar avaliação optométrica integral, avaliação ortóptica, exames para adaptação de
lentes de contato, filtros terapêuticos, lentes prismáticas, lentes oftálmicas e próteses
oculares para a análise, definição e execução de tratamentos, condutas terapêuticas não
invasivas e não medicamentosas também estão dentro do seu campo de atuação.
• Sua formação permite ainda identificar alterações visuais de ordem patológica ocular (ex.
catarata, glaucoma) ou sistêmica (ex. hipertensão, diabetes), nesses casos, encaminhando
prontamente o paciente ao profissional médico competente.
• Em todo o mundo integra a equipe de cuidado com os olhos e sua atuação é fundamental
no combate a cegueira evitável.
O que faz um Optometrista?
• “Cegueira prevenível é um dos mais trágicos e desgastantes problemas
globais. A optometria é parte essencial da equipe que vai eliminar esta
tragédia, ao compreender as necessidades mundiais do cuidado com o
olho e entregando tratamento visual efetivo e sustentável às pessoas
necessitadas, deste modo garantindo seu direito fundamental à visão.”
• http://www.cehjournal.org/article/the-role-of-optometry-in-vision-
2020/: “Preventable blindness is one of our most tragic and wasteful
global problems. Optometry is an essential part of the team that will
eliminate this tragedy, by understanding global eyecare needs and
delivering effective and sustainable vision care to people in need,
thereby ensuring their fundamental right to sight.”
Decreto 20.931/1932
Decreto 20.931/1932

Art. 3º Os optometristas, práticos de farmácia, massagistas e duchistas estão


tambem sujeitos à fiscalização, só podendo exercer a profissão respectiva se
provarem a sua habilitação a juizo da autoridade sanitária.

Art. 38 É terminantemente proibido aos enfermeiros, massagistas, optometristas


e ortopedistas a instalação de consultórios para atender clientes, devendo o
material aí encontrado ser apreendido e remetido para o depósito público, onde
será vendido judicialmente a requerimento da Procuradoria dos leitos da Saude
Pública e a quem a autoridade competente oficiará nesse sentido. O produto do
leilão judicial será recolhido ao Tesouro, pelo mesmo processo que as multas
sanitárias.
Decreto 20.931/1932

Art. 39 É vedado às casas de ótica confeccionar e vender lentes de grau sem


prescrição médica, bem como instalar consultórios médicos nas dependências
dos seus estabelecimentos.

Art. 41 As casas de ótica, ortopedia e os estabelecimentos eletro, rádio e


fisioterápicos de qualquer natureza devem possuir um livro devidamente
rubricado pela autoridade sanitária competente, destinado ao registo das
prescrições médicas.
Decreto 24.492/1934
Decreto 24.492/1934
Art. 1º A fiscalização dos estabelecimentos que vende lentes da gráu em todo o
território da República é regula na forma dos arts. 38, 39, 41 e 42 do decreto n.
20.931, de janeiro de 1932, e exercida, no Distrito Federal, pela Inspetoria de
Fiscalização do Exercício da Medicina, da Diretoria Nacional de Saúde e
Assistência Médico-Social, por intermédio do Serviço de Profiláxia das Molestias
Contagiosas dos Olhos, e nos Estados ficará a cargo das repartições sanitárias
estaduais competentes. (Vide Decreto nº 8.829, de q946)
Art. 2º Os especialistas do Serviço de Profiláxia das Molestias Contagiosas dos
Olhos, da Diretoria Nacional de Saúde e Assistência Médico-Social, no Distrito
Federal, e a autoridade sanitária, competente nos Estados, são os agentes dessa
fiscalização e orgãos consultivos sôbre os assuntos concernentes á venda de
lentes de gráu.
Art. 3º Dos atos e decisões das autoridades sanitárias cabe recurso para o
inspetor de Fiscalização do Exercício da Medicina, quanto aos autos de infração,
e, nos demais atos, ao diretor da Diretoria Nacional de Saúde e Assistencia
Médico-Social e ao ministro de Educação e Saúde Pública, na forma da lei.
Decreto 24.492/1934
Art. 3º Dos atos e decisões das autoridades sanitárias cabe recurso para o
inspetor de Fiscalização do Exercício da Medicina, quanto aos autos de infração,
e, nos demais atos, ao diretor da Diretoria Nacional de Saúde e Assistencia
Médico-Social e ao ministro de Educação e Saúde Pública, na forma da lei.
Art. 4º Será permitido, a quem o requerer, juntando provas de competição e de
idoneidade, habilitar-se a ser registrado como ótico prático na Diretoria
Nacional de Saúde e Assistencia Médico-Social ou nas repartições de Higiene
Estaduais, depois de prestar exames perante peritos designados para êsse fim,
pelo diretor da Diretoria Nacional de Saúde e Assistência Médico-Social, no
Distrito Federal, ou pela autoridade sanitária competente, nos Estados.
§ 1º - O registro feito na Diretoria Nacional de Saúde e Assistência Médico-Social
dá direito ao exercício da profissão de ótico prático em todo o território da
República e o feito nas repartições estaduais competentes é válido sómente
dentro do Estado em que o profissional se habilitou.
Decreto 24.492/1934
§ 2º Todo aquêle que, na data da publicação do presente decreto fizer prova de
que tem mais de 10 anos de exercício como otico prático no país, e comprovar
sua idoneidade profissional, poderá requerer para, independente de exame, ser
registrado na Diretoria Nacional de Saúde e Assistência Médico-Social ou nos
Serviços Sanitários Estaduais, a juizo da autoridade sanitária competente.
Art. 5º A autorização para o comércio de lentes de gráu será solicitada á
autoridade sanitária competente, em requerimento assinado pelo proprietário
ou sócio, ficando o requerente responsável pelo fiel cumprimento dêste
decreto.
Art. 6º Para a obtenção da autorização ou licença respectiva, o estabelecimento
comercial é obrigado a possuir:
1º - No mínimo um ótico prático, de acôrdo com o artigo 4º deste decreto.
Decreto 24.492/1934
2º - As seguintes lentes, no mínimo duas, de cada espécie :
a) esféricas positivas, em gráu crescente, de 0,25 D em 0,25 D, desde 0,25 D até
10 D, e, daí por diante de 1 D em 1D até 20D;
b) esféricas negativas, em gráu crescente, de 0,25D a 0,25D, desde 0,25D até
10D, e daí por diante de 1D em 1D até 20D;
c) cilíndricas simples, positivas, em gráu crescente, desde 0,25 D até 4D;
d) cilíndricas simples negativas, em gráu crescente, desde 0,25D até 4D;
e) esféro-cilíndricas positivas, desde 0,25D, cilíndricas combinada com 0,25D
esférica e progressivamente até 2D cil. com 6D esféricas ;
f) esfero-cilíndricas negativas dêsde 0,25D cil. com 0,25D esf. e
progressivamente até 2,50D cil. com 10 esf.;
g) vidros em bruto incolores e conservas que habilitem o aviamento das receitas
de ótica.
Decreto 24.492/1934
Parágrafo único. A exigência do número I e II só se tornará efetiva para os
estabelecimentos já instalados, decorridos seis meses da publicação do presente
decreto.
3º - Os aparelhos seguintes:
Máquina para centrar cristais, máquina para talhar superfícies, com uma série
de moldes para lentes esféricas, outra série para lentes cilíndricas, que habilitem
ao preparo de lentes combinadas; aparelhamento para o controle e retificação
dos moldes; pedra para rebaixar cristais; aparelho para verificação de grau das
lentes e respectiva montagem de lentes. Uma caixa completa de lentes de
ensaio.
4º - Um livro para o registro de tôdas as receitas de ótica legalizado com têrmo
de abertura e encerramento com tôdas as fôlhas numeradas e devidamente
rubricadas pela autoridade sanitária competente.
Decreto 24.492/1934
5º - Na localidade em que não houver estabelecimento comercial que venda
lentes de gráu na forma do art. 6º, será permitido, a título precário, ás farmácias
ou a outro estabelecimento devidamente licenciado pelas autoridades
sanitárias, a venda de lentes de gráu, cessando, porém, esta licença seis meses
depois da instalação do estabelecimento licenciado na forma do presente
decreto.
Art. 7º - No livro de registo serão transcritas textualmente as receitas de ótica
aviadas, originais ou cópias, com o nome e residência do paciente bem como do
médico oculista receitante.
Art. 8º - O livro registo das prescrições óticas ficará sujeito ao exame da
autoridade sanitária sempre que esta entender conveniente.
Art. 9º Ao ótico prático do estabelecimento compete:
Decreto 24.492/1934
a) a manipulação ou fabrico das lentes de gráu;
b) o aviamento perfeito das fórmulas óticas fornecidas por médico oculista;
c) substituir por lentes de gráu idêntico aquelas que lhe forem apresentadas
danificadas:
d) datar e assinar diariamente o livro de registro do receituário de ótica.
Art. 10 O ótico prático assinará, na Diretoria Nacional de Saúde e Assistência
Médico-Social, no Districto Federal, ou repartição competente nos Estados,
juntamente com o requerente, de acôrdo com o art. 5º, um têrmo de
responsabilidade, como técnico do estabelecimento, e, com o proprietário,
ficará solidàriamente responsável por qualquer infração dêste decreto na parte
que lhe for afetada.
Art. 11 O ótico registrado não poderá ser responsavel por mais de um
estabelecimento de venda de lentes de gráu.
Decreto 24.492/1934
Art. 12 Nenhum médico oculista, na localidade em que exercer a clínica, nem a
respectiva espôsa, poderá possuir ou ter sociedade para explorar o comércio de
lentes de gráu.
Art. 13 E' expressamente proibido ao proprietário, sócio gerente, ótico prático e
demais empregados do estabelecimento, escolher ou permitir escolher, indicar
ou aconselhar o uso de lentes de gráu, sob pena de processo por exercício ilegal
da medicina, além das outras penalidades previstas em lei.
Art. 14 O estabelecimento de venda de lentes de gráu só poderá fornecer lentes
de gráu mediante apresentação da fórmula ótica de médico, cujo diploma se
ache devidamente registrado na repartição competente.
§ 2º E' proibido aos médicos oftalmologistas, seja por que procesco fôr, indicar
determinado estabelecimento de venda de lentes de gráu para o aviamento de
suas prescrições.
Decreto 24.492/1934
Art. 15 Ao estabelecimento de venda de lentes de gráu só é permitido,
independente da receita médica, substituir por lentes de gráu idêntico aquelas
que forem apresentadas danificadas, vender vidros protetores sem gráu,
executar concertos nas armações das lentes e substituir as armações quando
necessário.
Art. 16 O estabelecimento comercial de venda de lentes de gráu não pode ter
consultório médico, em qualquer de seus compartimentos ou dependências,
não sendo permitido ao médico sua instalação em lugar de acesso obrigatório
pelo estabelecimento.
§ 1º E' vedado ao estabelecimento comercial manter consultorio médico mesmo
fora das suas dependências; indicar médico oculista que dê aos seus
recomendados vantagens não concedidos aos demais clientes e a distribuir
cartões ou vales que deem direito a consultas gratuitas, remuneradas ou com
redução de preço.
§ 2º E' proibido aos médicos oftalmologistas, seja por que procesco fôr, indicar
Decreto 24.492/1934
§ 2º E' proibido aos médicos oftalmologistas, seja por que procesco fôr, indicar
determinado estabelecimento de venda de lentes de gráu para o aviamento de
suas prescrições.
Art. 17 E' proibida a existência de câmara escura no estabelecimento de venda
de lentes de gráu, bem assim ter em pleno funcionamento aparêlhos próprios
para o exame dos olhos, cartazes e anúncios com oferecimento de exame da
vista.
Art. 18 Os estabelecimentos comerciais que venderem por atacado lentes da
gráu, só poderão fornecer as mesmas aos estabelecimentos licenciados na
forma do presente decreto e mediante pedido por escrito, datado e assinado,
que será arquivado na casa atacadista.
Art. 19 A Diretoria Nacional de Saúde e Assistência Médico-Social, fará publicar
mensalmente no Diário Oficial a relação dos estabelecimentos devidamente
licenciados.
Decreto 24.492/1934
Art. 20 A infração de qualquer dos díspositivos do presente decreto será punida
com a multa de 50$000 a 5:000$000 conforme a sua natureza, cobrada
executivamente no caso de falta do pagamento da mesma no prazo da lei, sem
prejuízo das demais penas criminais.
Art. 21. As multas previstas neste decreto serão impostas, no Distrito Federal,
pelo chefe do Serviço de Profilaxia das Moléstias Contagiosas dos Olhos, ou por
quem suas vezes fizer, obedecido todo o disposto na parte sexta; capítulo I, do
Regulamento aprovado pelo decreto n. 16.300; de 31 de dezembro de 1923, e,
nos Estados, pelo diretor dos respectivos Serviços Sanitários ou pela autoridade
por êste designada.
Art. 22. A verificação das infrações dêste decreto poderá ser requerida à
autoridade competente; por quem se considerar por elas prejudicado, sendo os
autos de infração nestes casos, como nos demais, lavrados de acôrdo com o
artigo anterior.
Art. 23. Os casos omissos no presente decreto serão resolvidos por instruções
Decreto 24.492/1934
Art. 23. Os casos omissos no presente decreto serão resolvidos por instruções
do diretor da Diretoria Nacional de Assistência Médico-Social, aprovadas pelo
Ministério da Educação e Saúde Pública.
Art. 24 O presente decreto entrará em vigôr no prazo da lei.
Art. 25 Revogam-se as disposições em contrário.
Lei nº 12.842/2013
Lei nº 12.842/2013
Art. 1º O exercício da Medicina é regido pelas disposições desta Lei.

(...)

Art. 4º São atividades privativas do médico:


I - (VETADO);
II - indicação e execução da intervenção cirúrgica e prescrição dos cuidados
médicos pré e pós-operatórios;
III - indicação da execução e execução de procedimentos invasivos, sejam
diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, incluindo os acessos vasculares
profundos, as biópsias e as endoscopias;
IV - intubação traqueal;
Lei nº 12.842/2013

V - coordenação da estratégia ventilatória inicial para a ventilação mecânica


invasiva, bem como das mudanças necessárias diante das intercorrências clínicas,
e do programa de interrupção da ventilação mecânica invasiva, incluindo a
desintubação traqueal;
VI - execução de sedação profunda, bloqueios anestésicos e anestesia geral;
VII - emissão de laudo dos exames endoscópicos e de imagem, dos
procedimentos diagnósticos invasivos e dos exames anatomopatológicos;
VIII - (VETADO);
IX - (VETADO);
X - determinação do prognóstico relativo ao diagnóstico nosológico;
Lei nº 12.842/2013
XI - indicação de internação e alta médica nos serviços de atenção à saúde;
XII - realização de perícia médica e exames médico-legais, excetuados os exames
laboratoriais de análises clínicas, toxicológicas, genéticas e de biologia molecular;
XIII - atestação médica de condições de saúde, doenças e possíveis sequelas;
XIV - atestação do óbito, exceto em casos de morte natural em localidade em que
não haja médico.
§ 1º Diagnóstico nosológico é a determinação da doença que acomete o ser
humano, aqui definida como interrupção, cessação ou distúrbio da função do
corpo, sistema ou órgão, caracterizada por, no mínimo, 2 (dois) dos seguintes
critérios:
I - agente etiológico reconhecido;
II - grupo identificável de sinais ou sintomas;
III - alterações anatômicas ou psicopatológicas.
Lei nº 12.842/2013
§ 4º Procedimentos invasivos, para os efeitos desta Lei, são os caracterizados por
quaisquer das seguintes situações:
I - (VETADO);
II - (VETADO);
III - invasão dos orifícios naturais do corpo, atingindo órgãos internos.
§ 5º Excetuam-se do rol de atividades privativas do médico:
I - (VETADO);
II - (VETADO);
III - aspiração nasofaringeana ou orotraqueal;
IV - (VETADO);
V - realização de curativo com desbridamento até o limite do tecido subcutâneo,
sem a necessidade de tratamento cirúrgico;
Lei nº 12.842/2013
VI - atendimento à pessoa sob risco de morte iminente;
VII - realização de exames citopatológicos e seus respectivos laudos;
VIII - coleta de material biológico para realização de análises clínico-laboratoriais;
IX - procedimentos realizados através de orifícios naturais em estruturas
anatômicas visando à recuperação físico-funcional e não comprometendo a
estrutura celular e tecidual.
Mensagem de Veto nº 287/2013
Incisos VIII e IX do art. 4º
“VIII - indicação do uso de órteses e próteses, exceto as órteses de uso temporário;
IX - prescrição de órteses e próteses oftalmológicas;”
Razões dos vetos
“Os dispositivos impossibilitam a atuação de outros profissionais que usualmente já prescrevem,
confeccionam e acompanham o uso de órteses e próteses que, por suas especificidades, não
requerem indicação médica. Tais competências já estão inclusive reconhecidas pelo Sistema
Único de Saúde e pelas diretrizes curriculares de diversos cursos de graduação na área de saúde.
Trata-se, no caso do inciso VIII, dos calçados ortopédicos, das muletas axilares, das próteses
mamárias, das cadeiras de rodas, dos andadores, das próteses auditivas, dentre outras. No caso
do inciso IX, a Organização Mundial da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde já
reconhecem o papel de profissionais não médicos no atendimento de saúde visual,
entendimento este que vem sendo respaldado no País pelo Superior Tribunal de Justiça. A
manutenção do texto teria um impacto negativo sobre o atendimento à saúde nessas
hipóteses.”
Lei de Introdução às normas do Direto
Brasileiro - Decreto-Lei nº 4.857/1942
Lei de Introdução às normas do Direto
Brasileiro - Decreto-Lei nº 4.857/1942

Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que
tratava a lei anterior.
A Classificação Brasileira de Ocupações
• Portaria de Ministério do Trabalho e do Emprego
• 3223: Ópticos optometristas 3223-05 – Técnico em óptica – Contatólogo, Óptico contatólogo, Óptico
esteticista, Óptico montador de óculos, Óptico oftálmico, Óptico refracionista, Óptico surfaçagista,
Ténico contatólogo.
• 3223-10 – Técnico em optometria – Óptico, Óptico optometrista, Óptico protesista, Técnico
optometrista.
• Descrição sumária Realizam exames optométricos; confeccionam lentes; adaptam lentes de contato;
montam óculos e aplicam próteses oculares. Promovem educação em saúde visual; vendem produtos
e serviços ópticos e optométricos; gerenciam estabelecimentos. Responsabilizam-se tecnicamente por
laboratórios ópticos, estabelecimentos ópticos básicos ou plenos e centros de adaptação de lentes de
contato. Podem emitir laudos e pareceres ópticos-optométricos.
• 3223: Ópticos optometristas Condições gerais de exercício Exercem suas funções em laboratórios
ópticos, em estabelecimentos ópticos básicos e plenos, em centros de adaptação de lentes de
contato, podendo, ainda, atuar no ramo de vendas e em atividades educativas na esfera da saúde
pública. São contratados na condição de trabalhadores assalariados, com carteira assinada e,
também, na condição de empregador. Atuam de forma individual e em equipe, sem supervisão, em
ambientes fechados e também em veículos, no período diurno.
A Classificação Brasileira de Ocupações
• Portaria de Ministério do Trabalho e do Emprego
• Formação e experiência O exercício dessas ocupações requer curso técnico de nível
médio, oferecido por instituições de formação profissional. O pleno desempenho
das atividades profissionais se dá após o período de três a quatro anos de
experiência.
• 3223: Ópticos optometristas Áreas de atividades A) Realizar exames optométricos
1) Fazer anamnese 2) Medir acuidade visual 3) Analisar estruturas externas e
internas do olho 4) Mensurar estruturas externas e internas do olho 5) Medir
córnea (queratometria, paquimetria e topografia) 6) Avaliar fundo de olho
(oftalmoscopia) 7) Medir pressão intra-ocular (tonometria) 8) Identificar
deficiências e anomalias visuais 9) Encaminhar casos patológicos, a médicos. 10)
Realizar testes motores e sensoriais 11) Realizar exames complementares 12) Medir
refração ocular (refratometria e retinoscopia) 13) Prescrever compensação óptica
14) Recomendar auxílios ópticos 15) Realizar perícias optométricas e em auxílios
ópticos
A Classificação Brasileira de Ocupações
• Portaria de Ministério do Trabalho e do Emprego
• Formação e experiência O exercício dessas ocupações requer curso técnico de nível
médio, oferecido por instituições de formação profissional. O pleno desempenho
das atividades profissionais se dá após o período de três a quatro anos de
experiência.
• 3223: Ópticos optometristas Áreas de atividades A) Realizar exames optométricos
1) Fazer anamnese 2) Medir acuidade visual 3) Analisar estruturas externas e
internas do olho 4) Mensurar estruturas externas e internas do olho 5) Medir
córnea (queratometria, paquimetria e topografia) 6) Avaliar fundo de olho
(oftalmoscopia) 7) Medir pressão intra-ocular (tonometria) 8) Identificar
deficiências e anomalias visuais 9) Encaminhar casos patológicos, a médicos. 10)
Realizar testes motores e sensoriais 11) Realizar exames complementares 12) Medir
refração ocular (refratometria e retinoscopia) 13) Prescrever compensação óptica
14) Recomendar auxílios ópticos 15) Realizar perícias optométricas e em auxílios
ópticos
A Optometria e as Decisões Judiciais
• ADPF 131

• Resp 975.833/RS – Ministro Luiz Fux

• REsp n° 1.807.516/SP
A Optometria e as Decisões Judiciais
REsp n° 975.322 – Luiz Fux

“(...) Deveras, o optometrista não trata de enfermidades dos olhos, não realiza cirurgias nem prescreve medicamentos,
porque na verdade, cuida do ato visual, não do globo ocular. (...) Por sua vez, entende-se que o ato médico se exaure
naquilo que por sua natureza é reconhecidamente privativo do médico. Cite-se, por exemplo, a administração de
medicamentos ou a prática cirúrgica por se tratar de procedimentos invasivos, como o implante de lente intra-ocular,
prática que envolve não apenas conhecimentos de anatomia e fisiologia do olho, do sistema respiratório, circulatório, mas
também técnica de procedimento cirúrgico e pós-operatório. Diversa é a situação do optometrista, que apenas adapta
lentes de contato, que não passam de órteses não invasivas, cujo objetivo final é compensar opticamente as ametropias
(miopia, hipermetropia, astigmatismo) quando se faz necessário. Destaca-se que a prática da optometria, compreende
uma série de testes visuais com intuito de avaliar e melhorar, quando necessário, a performance visual do interessado.
Neste sentido, entendo que o profissional em Optometria que lida com a saúde visual, poderá identificar, diagnosticar,
corrigir e prescrever soluções ópticas, excetuadas aquelas exclusivas dos médicos oftalmologista que além destas
poderá tratar terapeuticamente, através de cirurgias e/ou medicamentos, porquanto único legitimado para tratar
enfermidades oculares e sistêmicas (...)”(STJ, REsp 975322, Rel. Min. Luiz Fux, D.J. 03/11/2008)
A Optometria e as Decisões Judiciais
• REsp n° 1.807.516/SP
Ora, se é assim, é evidente a falta de justa causa para o prosseguimento da ação
penal contra o paciente, pois ainda que os Decretos n° 20.931/32 e 24.492/34
proíbam a prescrição de órteses e próteses oftalmológicas por técnicos em
optometria, o certo é que a Portaria n° 397/2002 do Ministério do Trabalho e
Emprego, bem como a Lei n° 12.842/13 diplomas legais mais recentes e posteriores
aos decretos regulamentam a atividade do técnico em optometria e não
estabelecem a prescrição de lentes corretivas (órtese oftalmológica) como
atividade privativa do médico. [...] No caso em questão, a existência de normas
conflitantes acerca do tema não pode ser interpretada em prejuízo do paciente, que
busca exercer a sua profissão que possui regulamentação legal e não invade o
campo de atividade do médico oftalmologista que, de fato, é o profissional
habilitado para o tratamento de patologias que acometem o globo ocular e a visão,
tanto que, ao optometrista compete '(A.5 - Encaminhar casos patológicos, a
médicos)', conforme item 3223-05 da Classificação Brasileira de Ocupações CBO.
A Optometria e as Decisões Judiciais
• REsp n° 1.807.516/SP
Ora, se é assim, é evidente a falta de justa causa para o prosseguimento da ação
penal contra o paciente, pois ainda que os Decretos n° 20.931/32 e 24.492/34
proíbam a prescrição de órteses e próteses oftalmológicas por técnicos em
optometria, o certo é que a Portaria n° 397/2002 do Ministério do Trabalho e
Emprego, bem como a Lei n° 12.842/13 diplomas legais mais recentes e posteriores
aos decretos regulamentam a atividade do técnico em optometria e não
estabelecem a prescrição de lentes corretivas (órtese oftalmológica) como
atividade privativa do médico. [...] No caso em questão, a existência de normas
conflitantes acerca do tema não pode ser interpretada em prejuízo do paciente, que
busca exercer a sua profissão que possui regulamentação legal e não invade o
campo de atividade do médico oftalmologista que, de fato, é o profissional
habilitado para o tratamento de patologias que acometem o globo ocular e a visão,
tanto que, ao optometrista compete '(A.5 - Encaminhar casos patológicos, a
médicos)', conforme item 3223-05 da Classificação Brasileira de Ocupações CBO.
A Optometria e as Decisões Judiciais
• REsp n° 1.807.516/SP
• Assim, como a questão é controversa e não cabe ao Direito Penal definir o campo de atuação do
optometrista e do médico oftalmologista, considerando que o paciente comprovou documentalmente
que é técnico em óptica e optometria e exerce suas funções em estabelecimento empresarial,
devidamente autorizado pela Prefeitura da Cidade de Barretos/SP (fls. 146 e 169/170), falta justa
causa para a ação penal e, portanto, é evidente o constrangimento ilegal, a ponto de justificar a
concessão da ordem para o trancamento da ação penal. Diante do exposto, CONCEDE-SE a ordem de
habeas corpus para o trancamento da ação penal n° 1500071-94.2018.8.26.0066, da 1ª Vara Criminal
da Comarca de Barretos, por falta de justa causa, nos termos do art. 648, inciso I, do Código de
Processo Penal." Como se vê, nas razões do apelo nobre, não foi infirmado o fundamento do aresto
objurgado segundo o qual a Lei n.º 12.842/2013, que dispõe sobre a atividade da medicina e é
posterior aos Decretos n.os 20.931/32 e 24.492/34, não contém determinação no sentido de que a
prescrição de órteses e próteses oftalmológicas é ato privativo de médico, porquanto o Presidente
da República vetou o dispositivo que preconizava tal restrição inciso IX do art. 4.º e, por
conseguinte, a existência de normas conflitantes não pode ser interpretada em desfavor do
Acusado, não cabendo ao direito penal estabelecer o campo de atuação do optometrista e do
oftalmologista, não havendo, portanto, justa causa para a ação penal. (...)”
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