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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 1988 (ARTIGOS

196-200)

Art. 196. direito garantido por meio de políticas sociais e econômicas; acesso universal e igualitário à
ações de promoção, proteção e recuperação;

Art. 197. cabe ao poder público regulamentar, fiscalizar e controlar as ações e serviços de saúde,
devendo sua execução diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de
direito privado;

Art. 198. rede organizada e hierarquizada, de acordo com as seguintes diretrizes: descentralização,
com direção única em cada esfera de governo; atendimento integral, com foco na prevenção;
participação da comunidade.

- § 1º Financiado, nos termos do art. 195, com recursos da seguridade social, da União, dos
Estados, do DF e dos Municípios, além de outras fontes.

- § 4º Os gestores locais poderão admitir ACS e agentes de combate às endemias por meio de
processo seletivo público.

- § 5º Lei federal disporá o piso salarial nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a
regulamentação das atividades de ACS e ACE, competindo à União prestar assistência
financeira complementar aos Estados, DF e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso
salarial.

- § 6º O servidor que exerça funções equivalentes às de ACS ou ACE poderá perder o cargo em
caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício.

- § 7º Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer incentivos, auxílios,
gratificações e indenizações, a fim de valorizar o trabalho desses profissionais.

- § 8º Os recursos do vencimento dos ACSs e dos ACEs serão consignados no orçamento geral
da União com dotação própria e exclusiva.

- § 12. Lei federal instituirá pisos salariais profissionais nacionais para o enfermeiro, o técnico de
enfermagem, auxiliar de enfermagem e a parteira, a serem observados por pessoas jurídicas de
direito público e de direito privado.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

- § 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do SUS, tendo


preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

- § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílio às instituições privadas com fins
lucrativos.
- § 4º A lei disporá sobre as condições e requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como coleta,
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de
comercialização.

Art. 200. Ao SUS compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e


participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e
outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica e de saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a


inovação;

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem


como bebidas e águas para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de


substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde e sobre as


transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.

Art. 1°. O SUS contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo,
com as seguintes instâncias colegiadas: Conferência de Saúde e Conselho de Saúde.

- § 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários
segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da
política de saúde nos níveis correspondentes.

- § 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, atua em formulação de


estratégias e controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive
em aspectos financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente
constituído em cada esfera do governo. É um órgão colegiado composto por representantes do
governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários.
- § 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e de Secretários Municipais de
Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde.

- § 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em


relação ao conjunto dos demais segmentos.

- § 5° As Conferências e Conselhos terão sua organização e normas de funcionamento definidas


em regimento próprio.

Art. 2°. Os recursos do FNS serão alocados como:

I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração


direta e indireta;

II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo


Congresso Nacional;

III - investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde;

IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e
Distrito Federal (investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e
às demais ações de saúde).

Art. 3°. Os recursos referidos no inciso IV do Art. 2° serão repassados de forma regular e automática
para os Municípios, Estados e DF, de acordo com critérios previstos no Art. 35 da Lei n° 8.080.

- § 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos 70%, aos Municípios,
afetando-se o restante aos Estados.

Art. 4°. Para receberem os recursos, de que trata o Art. 3°, os Municípios, Estados e o DF deverão
contar com:

I - Fundo de Saúde;

II - Conselho de Saúde, com composição paritária;

III - plano de saúde;

IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de
setembro de 1990;

V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;

VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois
anos para sua implantação.

Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, Estados ou DF, dos requisitos implicará em que
os recursos concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos Estados ou pela União.
DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011

Regulamenta a Lei nº 8.080 para dispor sobre a organização do SUS, o planejamento da saúde,
a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências.

CAPÍTULO II: DA ORGANIZAÇÃO DO SUS

Art. 3º. É constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da
saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta, com participação complementar
da iniciativa privada.

Seção I: Das Regiões de Saúde

Art. 4º. As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em articulação com os Municípios.

- § 1º Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, compostas por Municípios


limítrofes, por ato conjunto dos respectivos Estados em articulação com os Municípios.

- § 2º A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de fronteira com outros países deverá
respeitar as normas que regem as relações internacionais.

Art. 5º. Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de: atenção
primária; urgência e emergência; atenção psicossocial; atenção ambulatorial especializada e hospitalar;
e vigilância em saúde.

Art. 7º. As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou
de várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores.

Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes elementos em relação às Regiões de


Saúde:

I - limites geográficos;

II - população usuária e serviços;

III - ações e serviços que serão ofertados; e

IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para conformação dos serviços.

Seção II: Da Hierarquização

Art. 9º. São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os
serviços: atenção primária; atenção de urgência e emergência; atenção psicossocial; e especiais de
acesso aberto.
Parágrafo único. Mediante justificativa técnica os entes federativos poderão criar novas Portas de
Entrada aos serviços de saúde, considerando as características da Região de Saúde.

Art. 10. Serviços de maior complexidade serão referenciados pelas Portas de Entrada.

Art. 11. O acesso universal e igualitário será ordenado pela atenção primária, fundamentado na
avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronológico.

Parágrafo único. A população indígena contará com regramentos diferenciados de acesso,


compatíveis com suas especificidades.

Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em saúde, em todas as suas
modalidades e em outras unidades integrantes da rede de atenção da respectiva região.

Art. 13. Para assegurar o acesso universal, igualitário e ordenado, caberá aos entes federativos:

I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso;

II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde;

III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e

IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde.

Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, diretrizes, procedimentos e demais medidas que
auxiliem os entes federativos.

CAPÍTULO III: DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE

Art. 15. O planejamento será ascendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos os
respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando as necessidades com a disponibilidade de recursos
financeiros.

- § 1º O planejamento da saúde é obrigatório para os entes públicos e será indutor de políticas


para a iniciativa privada.

- § 3º O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes para elaboração dos planos de


saúde, de acordo com as características epidemiológicas.

Art. 16. No planejamento devem ser considerados os serviços prestados pela iniciativa privada, de
forma complementar ou não ao SUS, e deverão compor os Mapas da Saúde.

Art. 17. O Mapa da Saúde servirá para identificar necessidades de saúde e orientar o planejamento
integrado dos entes federativos, contribuindo para o estabelecimento de metas de saúde.

Art. 18. O planejamento da saúde em nível estadual deve ser realizado de maneira regionalizada, a
partir das necessidades dos Municípios, considerando o estabelecimento de metas de saúde.
Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB pactuar as etapas e os prazos do
planejamento municipal em consonância com os planejamentos estadual e nacional.

CAPÍTULO IV: DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde,
mediante referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas
Comissões Intergestores.

Seção I: Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES

Art. 21. RENASES compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece.

Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em âmbito nacional.

Parágrafo único. Atualização a cada dois anos pelo Ministério da Saúde.

Seção II: Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME

Art. 25. RENAME - seleção e padronização de medicamentos indicados para atendimento no SUS.

Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do Formulário Terapêutico Nacional - FTN que
subsidiará a prescrição, a dispensação e o uso dos seus medicamentos.

Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para dispor sobre a RENAME.

Parágrafo único. O Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualizações:

I - da RENAME, a cada dois anos, e disponibilizará lista de tecnologias incorporadas, excluídas e


alteradas pela CONITEC e com a responsabilidade de financiamento pactuada de forma tripartite, até
que haja a consolidação da referida lista;

II - do FTN, à medida que sejam identificadas novas evidências sobre as tecnologias constantes na
RENAME vigente; e

III - de protocolos clínicos/diretrizes terapêuticas, quando da incorporação, alteração ou exclusão de


tecnologias em saúde no SUS e da existência de novos estudos e evidências científicas.

Art. 27. O Estado, DF e Município poderão adotar relações específicas e complementares de


medicamentos, em consonância com a RENAME.

Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pressupõe, cumulativamente:

I - usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS;

II - medicamento prescrito por profissional de saúde, no exercício de suas funções no SUS;

III - prescrição em conformidade com a RENAME e Protocolos Clínicos/Diretrizes Terapêuticas ou com


a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e
IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS.

- § 2º O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras diferenciadas de acesso a medicamentos


de caráter especializado.

Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar de medicamentos somente poderão conter
produtos com registro na ANVISA.

CAPÍTULO V: DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA

Seção I: Das Comissões Intergestores

Art. 30. Comissões Intergestores pactuarão a organização/funcionamento das ações/serviços, sendo:

I - a CIT, âmbito da União, vinculada ao Ministério da Saúde;

II - a CIB, âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde - SES; e

III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, âmbito regional, vinculada à SES, devendo observar as
diretrizes da CIB.

Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão:

I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS, aprovados


pelos respectivos conselhos de saúde;

II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de limites geográficos, referência e


contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os
entes federativos;

III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e interestadual, a respeito da organização das
redes de atenção à saúde;

IV - responsabilidades dos entes federativos na RAS, de acordo com porte demográfico e


desenvolvimento financeiro, estabelecendo as responsabilidades individuais e as solidárias; e

V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais de atenção à saúde.

Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT a pactuação:

I - diretrizes gerais para a composição da RENASES;

II - critérios para planejamento integrado das ações/serviços da Região de Saúde; e

III - diretrizes nacionais, financiamento e questões operacionais das Regiões de Saúde situadas em
fronteiras com outros países

Seção II: Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde


Art. 33. O acordo de colaboração entre entes federativos para organização da rede interfederativa será
firmado por meio de Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde.

Art. 34. O objeto é a organização e integração das ações/serviços, com a finalidade de garantir a
integralidade da assistência aos usuários.

Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde definirá as responsabilidades individuais e
solidárias dos entes federativos com relação às ações/serviços de saúde, indicadores e metas, os
critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros, a forma de controle/fiscalização da sua
execução e demais elementos necessários.

Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde conterá as seguintes disposições
essenciais:

I - identificação das necessidades de saúde locais e regionais;

II - oferta de ações/serviços de vigilância em saúde, promoção, proteção e recuperação da saúde em


âmbito regional e inter-regional;

III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos;

IV - indicadores e metas de saúde;

V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de saúde;

VI - Diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e interestadual a respeito da organização da RAS;

VIII - Responsabilidade dos entes federativos na RAS;

IX - Referência das regiões intraestaduais e interestaduais de atenção à saúde.

Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir formas de incentivo ao cumprimento de metas.

Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde observará as seguintes diretrizes básicas
para fins de garantia da gestão participativa:

I - estabelecimento de estratégias de avaliação do usuário, como ferramenta de melhoria;

II - apuração permanente das necessidades do usuário; e

III - publicidade dos direitos e deveres do usuário nas USs do SUS e nas privadas que participem de
forma complementar do SUS.

Art. 38. A humanização do atendimento será fator determinante para estabelecimento das metas.

Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do SUS fará controle e fiscalização do Contrato
Organizativo de Ação Pública da Saúde.
Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a execução do Contrato Organizativo de Ação Pública
de Saúde.

Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados no sistema de informações em saúde do Ministério da


Saúde e encaminhará ao respectivo Conselho de Saúde para monitoramento.

CAPÍTULO VI: DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 42. O Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle interno e externo:

I - o descumprimento injustificado de responsabilidades na prestação de serviços de saúde;

II - a não apresentação do Relatório de Gestão;

III - a não aplicação, malversação ou desvio de recursos financeiros; e

IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhecimento.

LEI 8080

TÍTULO I : DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º. § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste em formular e executar políticas
econômicas e sociais visando redução de riscos de doenças e agravos e estabelecer condições que
assegurem acesso universal e igualitário aos serviços.

- § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.

Art. 3º. Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica, tendo como determinantes e
condicionantes a alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação,
atividade física, transporte, lazer e acesso aos bens e serviços essenciais.

TÍTULO II: DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

CAPÍTULO I: Dos Objetivos e Atribuições

Art. 5º. São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:

III - assistência às pessoas por meio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde.

Art. 6º. Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):

I - executar ações de: vigilância sanitária e epidemiológica, saúde do trabalhador e de assistência


terapêutica integral, inclusive farmacêutica;

II - participar na formulação e execução da política e ações de saneamento básico;


IV - vigilância nutricional e orientação alimentar;

VI - formular política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos e participar na


sua produção;

VIII - fiscalizar alimentos, água e bebidas para consumo humano;

IX - participar na fiscalização de produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos


psicoativos, tóxicos e radioativos;

X - o incremento do desenvolvimento científico e tecnológico;

XI - formular e executar a política de sangue e seus derivados.

- § 3º Saúde do trabalhador é promoção e recuperação da saúde de trabalhadores submetidos a


riscos e agravos das condições de trabalho, abrangendo:

I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes/portador de doença profissional;

II - participar em pesquisas, avaliação e controle de riscos potenciais no processo de trabalho;

III - normatizar e fiscalizar as condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição


e manuseio de produtos e equipamentos que apresentam riscos à saúde;

IV - avaliar o impacto que as tecnologias provocam à saúde;

V - informar ao trabalhador, entidade sindical e empresas sobre riscos de acidentes, doença profissional
e resultados de fiscalizações ambientais e exames de saúde, admissão, periódicos e demissão,
respeitados os preceitos da ética profissional;

VII - revisar, com colaboração das entidades sindicais, lista de doenças originadas do trabalho;

VIII - garantia ao sindicato de requerer interdição de máquina, setor de serviço ou todo ambiente de
trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde.

CAPÍTULO II: Dos Princípios e Diretrizes

Art. 7º. Os serviços públicos e privados que integram o SUS, são desenvolvidos de acordo com as
diretrizes do art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:

XIV – atendimento especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica, que garanta
atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras (conforme Lei nº 12.845, 01/08/13).

CAPÍTULO III: Da Organização, da Direção e da Gestão

Art. 9º. A direção do SUS é única e exercida em cada esfera pelos seguintes órgãos: união - Ministério
da Saúde; estados e DF - respectiva Secretaria de Saúde; municípios: respectiva Secretaria de Saúde.
Art. 14. Criação de Comissões Permanentes de integração entre serviços de saúde e instituições de
ensino profissional e superior.

Art. 14-A. Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são foros de negociação entre gestores.

CAPÍTULO IV: Da Competência e das Atribuições

Seção I: Das Atribuições Comuns

Art. 15. A União, os Estados, DF e Municípios exercerão as seguintes atribuições:

I - definição das instâncias, avaliação e fiscalização dos serviços de saúde;

II - administração dos recursos financeiros;

III - avaliar e divulgar o nível de saúde da população e condições ambientais;

IV - coordenação do sistema de informação de saúde;

V - elaborar normas e padrões de qualidade e de custos que caracterizam a assistência à saúde;

VI - elaborar normas e de padrões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador;

VII - formular e executar política de ações de saneamento básico e proteção do meio ambiente;

VIII - elaborar e atualizar periodicamente o plano de saúde;

IX - formular e executar a política de formação de recursos humanos;

X - elaborar a proposta orçamentária do SUS, conforme plano de saúde;

XI - elaborar normas para regular atividades de serviços privados de saúde;

XII - realizar operações externas financeiras, autorizadas pelo Senado Federal;

XIII - a esfera administrativa poderá requisitar bens/serviços, para necessidades coletivas, urgentes e
transitórias, decorrentes de perigo iminente, calamidade pública ou epidemias, de pessoas naturais ou
jurídicas, sendo assegurada indenização;

XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;

XV - propor convênios, acordos e protocolos internacionais sobre saúde, saneamento e meio ambiente;

XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação da saúde;

XVII - promover articulação com órgãos de fiscalização profissional e entidades representativas da


sociedade civil para definir e controlar padrões éticos de pesquisa e serviços de saúde;

XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde;

XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;


XX - definir instâncias e mecanismos de controle e fiscalização inerentes a polícia sanitária;

XXI - fomentar, coordenar e executar programas estratégicos e de atendimento emergencial.

Seção II: Da Competência

Art. 16. À direção nacional do SUS compete:

III - definir e coordenar os sistemas de: redes integradas de assistência de alta complexidade, rede de
laboratórios de saúde pública, vigilância epidemiológica e sanitária;

V - participar de normas e critérios para controle de condições e ambientes de trabalho e coordenar a


política de saúde do trabalhador;

VI - coordenar e participar das ações de vigilância epidemiológica;

VIII - estabelecer controle da qualidade sanitária de produtos e serviços de consumo humano;

IX - articular com órgãos educacionais, de fiscalização profissional e entidades representativas de


formação de recursos humanos;

XI - identificar serviços estaduais e municipais de referência nacional para estabelecimento de padrões


técnicos de assistência à saúde;

XII - fiscalizar procedimentos e produtos de interesse para a saúde;

XIII - cooperação técnica e financeira aos Estados, DF e Municípios para aperfeiçoamento da atuação
institucional;

XIV - regular as relações entre o SUS e serviços privados contratados de assistência à saúde;

XV - promover descentralização para UFs e Municípios dos serviços saúde;

XVI - coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;

XVII - controlar e avaliar os serviços de saúde, respeitadas as competências;

XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional, junto dos Estados, Municípios e DF;

XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar avaliação técnica e financeira do SUS no
Território Nacional junto dos Estados, Municípios e Distrito Federal.

Art. 17. À direção estadual do SUS compete:

I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços de saúde;.

II - acompanhar e avaliar as redes hierarquizadas do SUS;

III - apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente serviços de saúde;
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta
complexidade, de referência estadual e regional;

X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros;

XI - em caráter suplementar, controlar e avaliar serviços de saúde;

XII - criar normas, caráter suplementar, de controle qualidade produtos de consumo humano;

XIV - avaliar e divulgar indicadores de morbidade e mortalidade na unidade federada.

Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:

II - planejar a rede regionalizada e hierarquizada do SUS, em articulação com direção estadual;

VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;

VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;

X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades
prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;

Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios.

CAPÍTULO V: DO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE INDÍGENA (Incluído pela Lei nº 9.836/99)

Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do SUS, definido por
esta Lei, e pela Lei nº 8.142 com o qual funcionará em perfeita integração.

Art. 19-C. A União, com seus recursos próprios, financiará o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.

Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não-governamentais poderão


atuar complementarmente no custeio e execução das ações.

- § 2º Em situações emergenciais e de calamidade pública:

I - a União assegurará adicional de recursos não previstos nos planos de saúde dos Distritos Sanitários
Especiais Indígenas (Dseis);

II - será garantida inclusão dos povos indígenas nos planos emergenciais para atendimento dos
pacientes graves das Secretarias Municipais e Estaduais.

Art. 19-F. Se levará em consideração a realidade local e especificidades culturais dos povos indígenas
e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena.

Art. 19-G. A Atenção à Saúde Indígena deverá ser descentralizada, hierarquizada e regionalizada.

- § 1º-A. O SUS deverá registrar e notificar a declaração de raça ou cor, identificando os


indígenas atendidos nos sistemas públicos de saúde.
CAPÍTULO VI: DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR

Art. 19-I. § 1º No atendimento e internação domiciliares incluem-se procedimentos médicos,


enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e assistência social, entre outros necessários;

- § 2º O atendimento e internação domiciliares serão realizados por equipes multidisciplinares que


atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora;

- § 3º O atendimento e internação domiciliares deverão ter indicação médica, com expressa


concordância do paciente e de sua família.

CAPÍTULO VII: DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO,


PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO

Art. 19-J. Os serviços de saúde do SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a
presença de 1 acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.

- § 1º O acompanhante será indicado pela parturiente.

- § 3º Os hospitais devem manter visível aviso informando sobre este direito.

CAPÍTULO VIII: ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE

Art. 19-M. A assistência terapêutica integral consiste em:

I - dispensação de medicamentos ou produtos de interesse à saúde com prescrição conforme diretrizes


terapêuticas ou, na falta do protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P;

II - procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar, realizados no território


nacional por serviço próprio, conveniado ou contratado.

Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adotadas as seguintes definições:

I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas coletoras e equipamentos médicos;

II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento com critérios para diagnóstico, tratamento
preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, posologias recomendadas,
mecanismos de controle clínico e o acompanhamento e verificação dos resultados

Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou diretriz, a dispensação será realizada:

I - baseado na relação de medicamentos instituídas pelo gestor federal do SUS e a responsabilidade


pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite;

II - cada Estado e no DF, de forma suplementar e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada
na Comissão Intergestores Bipartite;
III - cada Município, de forma suplementar e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no
Conselho Municipal de Saúde.

Art. 19-Q. A incorporação, exclusão ou alteração de medicamentos, produtos e procedimentos e a


constituição ou alteração de protocolo clínico ou diretriz, são atribuições do Ministério da Saúde,
assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC).

- § 1º A CONITEC contará com 1 representante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e 1


representante especialista na área indicado pelo CFM.

- § 2º O relatório da CONITEC levará em consideração:

I - evidências científicas da eficácia, acurácia, efetividade e segurança do medicamento, produto ou


procedimento, acatadas pelo órgão competente para registro ou autorização de uso;

II - avaliação econômica dos benefícios e custos em relação às tecnologias já incorporadas.

Art. 19-R. incorporação, exclusão e alteração que se refere o art. 19-Q serão efetuadas por instauração
de processo administrativo, a ser concluído em prazo não superior a 180 dias, contado da data de
protocolo do pedido, admitida prorrogação por 90 dias corridos.

- § 1º O processo de que trata o caput deste artigo observará o disposto na Lei no 9.784 e as
seguintes determinações especiais:

IV - realização de audiência pública, antes de decisão, se relevância da matéria justificar evento.

Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS:

I - pagamento, ressarcimento ou reembolso de medicamento/produto e procedimento clínico ou


cirúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela ANVISA;

II - dispensação, pagamento, ressarcimento ou reembolso de medicamento/produto sem registro na


Anvisa.

Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo:

I - medicamento/produto em que o uso seja distinto do aprovada no registro na Anvisa, desde que
recomendado pela Conitec, demonstradas evidências de eficácia, acurácia, efetividade e segurança, e
esteja padronizado em protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde;

II - medicamento/produto recomendados pela Conitec e adquiridos por organismos multilaterais


internacionais, para programas de saúde pública do Ministério da Saúde e entidades vinculadas, nos
termos do § 5º do art. 8º da Lei nº 9.782.

Art. 19-U. A responsabilidade financeira do fornecimento de medicamentos/produtos ou procedimentos


de que trata este Capítulo será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite.
TÍTULO III: DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE

CAPÍTULO I: DO FUNCIONAMENTO

Art. 20. Os serviços privados caracterizam-se pela atuação de profissionais liberais, legalmente
habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde.

Art. 22. Nos serviços privados, serão observados princípios éticos e normas expedidas pelo órgão de
direção do SUS quanto às condições para seu funcionamento.

Art. 23. É permitida participação direta ou indireta de empresas ou capital estrangeiro na assistência à
saúde nos seguintes casos:

I - doações de organismos internacionais vinculados à ONU, de entidades de cooperação técnica e de


financiamento e empréstimos;

II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar: hospital geral, inclusive


filantrópico, hospital especializado, policlínica, clínica geral e clínica especializada; ações e pesquisas
de planejamento familiar;

III - serviços de saúde mantidos, sem fins lucrativos, por empresas, para atendimento de empregados e
dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; e

IV - demais casos previstos em legislação específica.

CAPÍTULO II: DA PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR

Art. 24. Quando a disponibilidade for insuficiente para garantir cobertura assistencial em determinada
área, o SUS poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.

Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e sem fins lucrativos terão preferência.

Art. 26. Os critérios e valores de remuneração de serviços e parâmetros de cobertura assistencial serão
estabelecidos pela direção nacional do SUS, aprovados no Conselho Nacional de Saúde.

- § 2° Os serviços se submeterão às normas técnicas e administrativas e princípios e diretrizes do


SUS, mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato.

- § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades/serviços contratados é vedado


exercer cargo de chefia ou função de confiança no SUS.

TÍTULO III-A: TELESSAÚDE

Art. 26-A. abrange a prestação remota de serviços de todas profissões da saúde regulamentadas e
obedecerá aos seguintes princípios:

I - autonomia do profissional de saúde;


II - consentimento livre e informado do paciente;

III - direito de recusa da telessaúde, garantindo atendimento presencial sempre que solicitado;

IV - dignidade e valorização do profissional de saúde;

V - assistência segura e com qualidade ao paciente;

VI - confidencialidade dos dados;

VII - promoção da universalização do acesso dos brasileiros às ações e aos serviços de saúde;

VIII - observância das atribuições legais de cada profissão;

IX - responsabilidade digital.

Art. 26-B. considera-se telessaúde prestação de serviços utilização tecnologias que envolvem a
transmissão segura de dados e informações, por textos, sons, imagens ou outras formas adequadas.

Art. 26-C. Ao profissional são asseguradas liberdade e independência de decidir a utilização ou não da
telessaúde, com relação à primeira consulta, atendimento ou procedimento, podendo indicar
atendimento presencial ou optar por ele, sempre que entender necessário.

Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de fiscalização profissional a normatização ética da
prestação de serviços previstos neste Título, aplicando-se padrões normativos adotados na modalidade
presencial, no que não colidirem com os preceitos desta Lei.

Art. 26-E. Os serviços de telessaúde observarão as normas da direção do SUS quanto às condições de
funcionamento, observada a competência dos demais órgãos reguladores.

Art. 26-F. O ato normativo que pretenda restringir a prestação de telessaúde deverá demonstrar a
imprescindibilidade da medida para evitar danos à saúde dos pacientes.

Art. 26-G. A telessaúde deve seguir as seguintes determinações:

I - ter consentimento do paciente/representante legal, sob responsabilidade do profissional;

II - prestar obediência aos ditames das Leis nº s 12.965 - Marco Civil da Internet, 12.842 - Lei do Ato
Médico, 13.709 - Lei Geral de Proteção de Dados, 8.078 - Código de Defesa do Consumidor e, quando
cabível, nº 13.787 - Lei do Prontuário Eletrônico.

Art. 26-H. É dispensada inscrição secundária quando atuando em outra jurisdição exclusivamente por
telessaúde.

TÍTULO IV: DOS RECURSOS HUMANOS

Art. 27. Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o SUS constituem campo de prática para
ensino e pesquisa, mediante normas elaboradas conjuntamente com o sistema educacional.
Art. 28. Os cargos de chefia e assessoramento no SUS, deverão ser exercidos em tempo integral.

- § 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos poderão exercer suas atividades em
mais de um estabelecimento do SUS.

TÍTULO V: DO FINANCIAMENTO

CAPÍTULO I: Dos Recursos

Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao SUS de acordo com a receita estimada, os
recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua
direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo
em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes de:

III - ajuda, contribuições, doações e donativos;

IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;

V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do SUS; e

VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.

- § 2° As receitas geradas no SUS serão creditadas em contas especiais, movimentadas pela sua
direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.

- § 5º Pesquisa e desenvolvimento científico/tecnológico serão co-financiadas pelo SUS,


universidades e orçamento fiscal, além de recursos de instituições de fomento e financiamento
ou de origem externa e receita própria das instituições executoras.

CAPÍTULO II: DA GESTÃO FINANCEIRA

Art. 33. Recursos financeiros do SUS são depositados em conta especial, em cada esfera de atuação, e
movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde.

- § 1º Esfera federal: recursos do Orçamento da Seguridade Social e outros Orçamentos da


União, serão administrados pelo Ministério da Saúde, pelo Fundo Nacional de Saúde.

- § 4º O Ministério da Saúde acompanhará, via sistema de auditoria, a conformidade da aplicação


dos recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não
aplicação dos recursos, o Ministério aplicará medidas previstas em lei.

Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efetivamente arrecadada transferirão
automaticamente ao FNS os recursos financeiros correspondentes às dotações consignadas no
Orçamento da Seguridade Social, a projetos e atividades a serem executados no SUS.
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos da Seguridade Social será observada a mesma
proporção da despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social.

Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, DF e Municípios, será
utilizada combinação dos seguintes critérios:

I - perfil demográfico da região;

II - perfil epidemiológico da população;

III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área;

IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior;

V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais;

VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede;

VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo.

CAPÍTULO III: DO PLANEJAMENTO E DO ORÇAMENTO

Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do SUS será ascendente, do nível local ao federal,
ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a
disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios, Estados, DF e da União.

- § 1º Os planos de saúde serão a base das atividades de cada nível de direção do SUS, e seu
financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária.

- § 2º É vedada transferência de recursos para financiamento de ações não previstas no plano de


saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública.

Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes para elaboração dos planos de
saúde, em função da epidemiologia e organização dos serviços em cada jurisdição administrativa.

Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a instituições prestadoras de
serviços de saúde com finalidade lucrativa.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 41. As ações da Fundação das Pioneiras Sociais e INCA, supervisionadas pela direção nacional do
SUS, permanecerão como referencial de prestação de serviços, formação de recursos humanos e
transferência de tecnologia.

Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários integram-se ao SUS, mediante convênio,
preservada autonomia administrativa, em relação ao patrimônio, recursos humanos e financeiros,
ensino, pesquisa e extensão nos limites conferidos pelas instituições a que estejam vinculados.
Art. 46. O SUS, estabelecerá incentivos à participação do setor privado no investimento em ciência e
tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia das universidades e institutos de pesquisa aos
serviços de saúde nos Estados, DF e Municípios, e às empresas nacionais.

Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e municipais do SUS,
organizará, no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações em saúde, integrado em todo o
território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de prestação de serviços.

A EXPERIÊNCIA DA DIRETRIZ DA AMBIÊNCIA DA POLÍTICA NACIONAL DE


HUMANIZAÇÃO – PNH

1 A DIRETRIZ DA AMBIÊNCIA NA PNH

A PNH e gestão do SUS afirma a valorização da ambiência, como organização de espaços


saudáveis e acolhedores de trabalho, tendo como proposta a mudança de práticas, processos e
relações de trabalho pautada na construção coletiva. Esta perspectiva é diferente da visão autoritária
que se satisfaz em associar saúde à manutenção de condições biológicas e ambientais.

Espaços saudáveis e acolhedores não podem ser pensados sem o protagonismo de quem neles
e com eles convivem: os trabalhadores, usuários e gestores. O conceito proposto se refere à Ambiência
como espaço físico, social, profissional e de relações, articulado a um projeto de saúde e a um modo de
fazer: método da tríplice inclusão da PNH. A intercessão de diferentes campos do saber, como
arquitetos, engenheiros, médicos, nutricionistas, enfermeiros, usuários, etc, valoriza o processo de
construção coletiva a partir de diferentes olhares.

Na PNH, suas diretrizes são a Clínica Ampliada; Cogestão; Acolhimento; a Ambiência;


Valorização do Trabalho e Trabalhador; Defesa dos Direitos do Usuário; Fomento das Grupalidades,
Coletivos e Redes; Memória do SUS que dá Certo.

2 EIXOS PRINCIPAIS

Destacam-se três eixos principais que devem ser trabalhados de forma articulada:

- Ambiência como espaço de encontros entre sujeitos, produção de saúde e subjetividades;


- Espaço como ferramenta facilitadora do processo de trabalho.
- Espaço que visa à confortabilidade.

3 A AMBIÊNCIA COMO ESPAÇO DE ENCONTROS ENTRE SUJEITOS, PRODUÇÃO DE SAÚDE E


SUBJETIVIDADES

Apresenta-se como dispositivo que potencializa a capacidade de ação e reflexão dos envolvidos
nos processos de trabalho, possibilitando a produção de subjetividades protagonistas e corresponsáveis
no processo de saúde. A construção do espaço deve garantir integralidade do cuidado, inclusão das
pessoas e suas singularidades, na perspectiva da equidade.

Um Projeto Cogerido de Ambiência deve especialistas em edificações e profissionais que atuam


na ponta do serviço (enfermeiros, médicos, recepcionistas…) para discussão e construção do projeto. É
preciso trazer para a discussão a opinião dos trabalhadores e usuários do SUS, suas reclamações e a
indicação do tipo de ambiente em que se sentem melhor.

4 O ESPAÇO COMO FERRAMENTA FACILITADORA DO PROCESSO DE TRABALHO

A ambiência pode ser uma ferramenta que propicia processo de mudança, como instrumento de
construção do espaço desejado pelos profissionais e usuários, com garantia de biossegurança e
prevenção de acidentes biológicos, um ambiente que vai além da arquitetura normativa.

5 O ESPAÇO QUE VISA À CONFORTABILIDADE

Entre os componentes, podemos citar:

- Morfologia das edificações: formas, dimensões e volumes que configuram espaços e podem
ser mais ou menos agradáveis;

- Luz: contribui para Ambiência aconchegante. A iluminação artificial pode garantir privacidade ao
paciente com focos individuais nas enfermarias, facilitando as atividades dos trabalhadores e
pacientes. A iluminação natural deve ser garantida aos ambientes que a permitirem;

- Cor: estimulam os sentidos e podem levar ao relaxamento, trabalho, divertimento ou movimento.


Podem refletir ou absorver luz, podendo compensar sua falta ou minimizar seu excesso;

- Cheiro: considerar os odores que podem interferir no bem-estar das pessoas;

- Som: utilizar meios para reduzir incômodo por ruídos que causam desconforto aliado à
possibilidade do uso de som ambiente com o objetivo de criar uma atmosfera mais agradável.

- Sinestesia: percepção do espaço por meio dos movimentos, superfícies e texturas.

- Arte: utilizada como meio de inter-relação e expressão das sensações humanas.

- Implantação e entorno: condições topográficas de implantação do edifício devem favorecer o


vínculo do edifício com seu entorno.

- Áreas externas: além de ser a porta de entrada, também é local de espera ou descanso de
trabalhadores, pacientes ou acompanhantes.

- Privacidade e individualidade: a privacidade diz respeito à proteção da intimidade dos


cidadãos; pensar em confortabilidade é, também, valorizar questões de pertencimento, pois ao
entrar em um ambiente de trabalho em saúde tanto usuários como trabalhadores se arriscam a
deixar de fora o que é relativo ao seu mundo, perdendo as referências do seu cotidiano, cultura
e desejos. Confortabilidade no conceito de Ambiência é resgatar esse vínculo para, junto da
produção de saúde, construir um território onde usuários e trabalhadores identifiquem seu
mundo e suas referências nos espaços de cuidado e atenção à saúde.

A confortabilidade também deve possibilitar acesso à pessoa com necessidades


especiais, como acesso por rampas, sinalização para deficientes visuais e auditivos, bebedouros
e instalações sanitárias com acessibilidade. Ao criar a Ambiências é importante respeitar valores
culturais, privacidade, autonomia e modos de vida da comunidade em que se está atuando. É
fundamental se atentar à sustentabilidade socioambiental ao alterar ou compor novos espaços
físicos.

- Desenho Universal e Acessibilidade: a sensibilidade às necessidades é o primeiro passo para


favorecer a inclusão dos diferentes sujeitos. Ao projetar espaços de Saúde, utilizar o conceito
arquitetônico de Desenho Universal que propõe o espaço com uso democrático para os
diferentes usuários. De crianças a idosos, com ou sem limitações físicas (temporária ou
permanente) devem ter condições igualitárias na qualidade de uso de um ambiente construído.

Acessibilidade é definida como “condição de alcance, percepção e entendimento para


utilização com segurança e autonomia de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos…”.
Usabilidade é o conjunto de facilidades para utilização e aprendizagem, alcançando eficácia,
eficiência e satisfação do usuário. A diferença entre acessibilidade e usabilidade é que a
primeira está relacionada à “aproximação” e a segunda ao “uso”.

A legibilidade dos espaços oferece segurança, por reduzir o estresse e ansiedade no


deslocamento de usuários e trabalhadores. Garante bom planejamento para manutenção predial
e rotas de fuga em situações emergenciais de assistência e evacuação de edifícios.

6 A AMBIÊNCIA E SUAS INTERFACES COM OUTROS DISPOSITIVOS DA PNH

- Trabalho com equipe de referência: a ambiência deve favorecer a integralidade da assistência


com a atenção por avaliação de necessidades e níveis de complexidade.

- Visita aberta: incorporação de espaços que sejam capazes de acolher os visitantes. Visitantes e
acompanhantes devem ter acesso a sanitários e bebedouros. Pode-se pensar em salas onde o
paciente possa receber visitas fora do leito.

- Direito ao acompanhante: além do direito a acompanhante, é preciso ter espaços que


acolham, de forma que possam ter encontros, diálogos, relaxamento e entretenimento.

- Trabalhador nos serviços de saúde: os espaços de estar, como copa e banheiros, devem
estar bem alocadas e em número suficiente.

- Respeito à cultura e às diferenças: É preciso considerar os valores e os costumes da


comunidade em que se está atuando.
- Acolhimento: espaços de escuta e recepção proporcionam interação entre usuários e
trabalhadores, entre a equipe e entre os usuários. Devem ser acolhedores no conforto produzido
pela vegetação, iluminação e ventilação naturais, cores, artes, etc. Favorecem o acolhimento
mobiliários confortáveis e suficientes dispostos de forma a promover interação entre os usuários;
balcão baixo, sem grades (não intimidadores), que possibilitem atendimento do paciente sentado
e permita privacidade ao usuário para falar do seu problema sem que os demais ouçam.

7 O MÉTODO E O DISPOSITIVO: ELABORAÇÃO DE PROJETOS CO GERIDOS DE AMBIÊNCIA

As Oficinas de Ambiência são encontros coletivos para construção de projetos para alterar o
espaço físico, analisar o modo como se ocupa os espaços e os processos de trabalho. Possibilita-se
explicitar conflitos, disputas de relações de poder, seja pelos trabalhadores seja pelos usuários.

8 PISTAS PARA CONDUÇÃO DE UMA OFICINA DE AMBIÊNCIA

A oficina é um dispositivo para concretizar a diretriz Ambiência na intervenção dos espaços da


saúde, tendo alguns passos como guias para a condução do processo:

- Criar espaço coletivo para discussão e decisão com diferentes sujeitos (trabalhadores, gestores,
representantes do usuário, arquitetos…);

- Trabalhar com facilitador, podendo ser profissional de saber específico da arquitetura ou não;

- Promover discussão sobre modelo assistencial e processos de trabalho, descrevendo por meio
de fluxogramas/diagramas;

- Discutir a adequação da normatização à proposta assistencial e processos de trabalho. Se


houver divergência entre o obrigatório e a necessidade do serviço, é indicado negociar a partir
da proposta assistencial, já que a norma vigente (RDC nº 50, de 21/02/02) possibilita.

9 INSTRUMENTO PARA REFLEXÃO EM UMA OFICINA DE AMBIÊNCIA

Pensar a importância do ambiente de trabalho tanto para o trabalhador da Saúde quanto para o
usuário do serviço. Na situação em que cada participante se insere, considerar as seguintes questões.

1. Como é o ambiente de trabalho?

2. Como a Ambiência tem interferido nas relações de trabalho?

3. A Ambiência contribui na promoção de encontro entre trabalhadores e entre esses e usuários?

4. Quais ações necessárias para garantir conforto, informação, sinalização e acessibilidade?

5. Propostas de reformas são discutidas com trabalhadores e usuários? Como acontece?

6. Como a Ambiência tem contemplado a diversidade cultural?

7. Quais principais dificuldades, no seu espaço de trabalho, no que se refere à Ambiência?


8. Que elementos são modificadores e qualificadores do ambiente na produção de saúde
(iluminação, cores, cheiro, som, plantas...)?

9. Como os trabalhadores e usuários se apropriam do espaço físico para “reinventar” Ambiências


que tragam satisfação no trabalho, sem a necessidade de grandes reformas?

POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE (PNPS)

INTRODUÇÃO

Para a organização dos serviços de saúde, o SUS é formado por rede regionalizada e
hierarquizada com diferentes densidades tecnológicas, denominada de Rede de Atenção à Saúde. De
forma complementar, a PNPS articula suas ações com as demais redes, como de proteção social, da
qual a saúde faz parte, com a assistência e com a previdência social.

A Política Nacional de Promoção da Saúde visa provocar mudanças nos modos de organizar,
planejar, realizar, analisar e avaliar o trabalho em saúde. A PNPS traz a necessidade de estabelecer
relação com as demais políticas públicas, como: a Pnab, Pnan, Política Nacional de Educação Popular
em Saúde (Pnep-SUS), HumanizaSUS, Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa
(ParticipaSUS), Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), Política Nacional
de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências, Política Nacional de Atenção às
Urgências, e Políticas Nacionais de Populações Específicas, como população negra e população LGBT.

OBJETIVOS

- Geral: Promover equidade e melhoria das condições e modos de viver, ampliando a potencialidade da
saúde individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes
sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais.

DIRETRIZES

I. Estímulo à cooperação e articulação intra e intersetorial para ampliar a atuação sobre determinantes e
condicionantes da saúde.

II. Fomento ao planejamento de ações territorializadas com base no contexto local e na diversidade,
construindo espaços de produção social, ambientes saudáveis e equidade, garantia dos direitos
humanos e justiça social.

VIII. Organização do processo de gestão e planejamento das ações intersetoriais, para fortalecer e
promover a PNPS na RAS, de modo transversal e integrado, com compromissos para reduzir a
vulnerabilidade e riscos à saúde vinculados a determinantes sociais.

TEMAS TRANSVERSAIS

I. Determinantes Sociais da Saúde (DSS), equidade e respeito à diversidade: identifica diferenças


nas condições e oportunidades, buscando esforços para reduzir desigualdades injustas e evitáveis.
II. Desenvolvimento sustentável: dar visibilidade aos modos de consumo e produção do tema
priorizado, adequando tecnologias e potencialidades de acordo com as especificidades locais, sem
comprometer as necessidades futuras.

III. Produção de saúde e cuidado: incorporar o tema na lógica de redes que favoreçam práticas de
cuidado humanizadas, pautadas nas necessidades locais, de modo que reforcem a ação comunitária e
o controle social, e que promovam reconhecimento e diálogo entre as formas do saber. Vincular o tema
a uma concepção de saúde ampliada, considerando o papel dos diferentes setores que, por meio de
objetivos comuns, atuem na promoção da saúde.

IV. Ambientes e territórios saudáveis: relacionar o tema priorizado com os ambientes e territórios de
vida e trabalho das coletividades, identificando oportunidades de inclusão da promoção da saúde nas
ações e atividades desenvolvidas.

V. Vida no trabalho: interrelacionar tema priorizado com trabalho formal e não formal e com distintos
setores da economia, considerando espaços urbano e rural e identificando oportunidades de
operacionalização da promoção da saúde para ações e atividades desenvolvidas nos distintos locais.

VI. Cultura da paz e direitos humanos: criar oportunidades de convivência, solidariedade, respeito à
vida e fortalecimento de vínculos, desenvolvendo tecnologias sociais que favoreçam a mediação de
conflitos diante de situações de tensão social, garantindo os direitos humanos e as liberdades
fundamentais, reduzindo as violências e construindo práticas solidárias e da cultura de paz.

TEMAS PRIORITÁRIOS

I. Formação e educação permanente: sensibilizar e promover capacitações para gestores,


trabalhadores da Saúde e de outros setores.

II. Alimentação adequada e saudável: Promover ações de alimentação adequada e saudável para
promoção da saúde e segurança alimentar e nutricional, contribuindo com a redução da pobreza, com
inclusão social e garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável.

III. Práticas corporais e atividades físicas: Promover ações, aconselhamento e divulgação de


práticas corporais e de atividades físicas, incentivando a melhoria das condições dos espaços públicos,
considerando a cultura local e incorporando brincadeiras, jogos, danças populares, entre outras
práticas.

IV. Enfrentamento ao uso do tabaco e seus derivados: Promover ações (educativas, legislativas,
econômicas, ambientais, culturais, sociais) para redução e controle do tabaco .

V. Enfrentamento do uso abusivo de álcool e outras drogas: Promover ações para redução do
consumo abusivo de álcool e outras drogas, com corresponsabilização e autonomia da população,
incluindo ações educativas, legislativas, econômicas, ambientais, culturais e sociais.
VI. Promoção da mobilidade segura: articulação intersetorial e intrassetorial, envolvendo a vigilância
em saúde, atenção básica e redes de urgência/emergência no cuidado e redução da morbimortalidade
decorrente do trânsito. Orientar ações integradas, incluindo ações de saúde, educação, trânsito,
fiscalização, ambiente e demais setores.

VII. Promoção da cultura da paz e dos direitos humanos: Promover ações que estimulem a
convivência, solidariedade, respeito à vida e o fortalecimento de vínculos. Desenvolver tecnologias
sociais para mediação de conflitos, respeito às diversidades e diferenças de gênero, orientação sexual,
identidade de gênero, étnico-raciais, culturais, territoriais, de classe social e PCDs, garantindo os
direitos humanos e as liberdades fundamentais. Promover articulação da Rede de Atenção à Saúde
com demais redes de proteção social, produzindo informação qualificada para gerar intervenções
individuais e coletivas.

VIII. Promoção do desenvolvimento sustentável: Promover ações governamentais e não


governamentais nos diferentes cenários (cidades/municípios, campo, floresta, águas, comunidades,
escolas, igrejas, empresas, etc), permitindo interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento
sustentável na produção social da saúde.

PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 2, DE 28 DE SETEMBRO DE 2017

- Consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde

CAPÍTULO I

DA POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE

Art. 4º. A PNPS adota como princípios: equidade; participação social; empoderamento, estimulando
sujeitos a terem controle dos modos de vida adequado às suas condições sócio-econômico-culturais;
intersetorialidade; sustentabilidade; integralidade; territorialidade.

CAPÍTULO II

DO COMITÊ GESTOR DA POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE

Art. 17. Fica instituído o Comitê Gestor da Política Nacional de Promoção da Saúde (CGPNPS).

Art. 18. Compete ao CGPNPS:

I e II - consolidar e coordenar a implementação da PNPS;

IV - promover a integração das ações de promoção da saúde no âmbito do SUS;

VI - monitorar e avaliar as estratégias de implantação e implementação da PNPS e o impacto na


qualidade de vida de sujeitos e coletividades

VII - viabilizar parcerias com organismos internacionais.


Art. 19. O CGPNPS será composto por representantes dos seguintes órgãos e entidades: 4 da
Secretaria de Vigilância em Saúde, que o coordenará; 4 da Secretaria de Atenção à Saúde; 3 da
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa; 2 da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação
na Saúde; 1 da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos; 1 da Secretária-Executiva; 1
da Secretaria Especial de Saúde Indígena; 1 da Fundação Nacional de Saúde; 1 da FIOCRUZ; 1 da
ANVISA; 1 da Agência Nacional de Saúde Suplementar; 1 do INCA; 1 do Conselho Nacional de
Secretários de Saúde; 1 do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde; 1 do CNS; 1 da
OPAS; 1 do Grupo Temático de Promoção da Saúde e Desenvolvimento Sustentável da Associação
Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO).

- § 1º Os representantes, titulares e suplentes, serão indicados formalmente pelos dirigentes de


seus respectivos órgãos à Coordenação do CGPNPS.

Art. 20. O CGPNPS reunir-se-á, ordinariamente, com regularidade bimestral.

PORTARIA Nº 4.279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010

- Estabelece diretrizes para a organização da RAS no âmbito do SUS.

ANEXO
DIRETRIZES PARA ORGANIZAÇÃO DA RAS DO SUS

O debate na busca por maior integração adquiriu nova ênfase a partir do Pacto pela Saúde, que
contempla o acordo firmado entre os gestores do SUS e a relevância do processo de regionalização e
organização do sistema de saúde sob forma de Rede como estratégias para consolidar os princípios de
Universalidade, Integralidade e Equidade, se efetivando em três dimensões:

- Pacto Pela Vida: compromisso com as prioridades que apresentam impacto sobre a situação de
saúde da população brasileira;

- Pacto em Defesa do SUS: compromisso com a consolidação dos fundamentos políticos e


princípios constitucionais do SUS;

- Pacto de Gestão: compromisso com os princípios e diretrizes para a descentralização,


regionalização, financiamento, planejamento, programação pactuada e integrada, regulação,
participação social, gestão do trabalho e da educação em saúde.

RESOLUÇÃO RDC Nº 560

- Dispõe sobre a organização das ações de vigilância sanitária.

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º São premissas para a organização das ações de vigilância sanitária:

II - cabe à União a coordenação nacional do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e aos
Estados, DF e Municípios a coordenação dos componentes estadual, distrital e municipal;

IV - as ações relacionadas a estabelecimentos, produtos e serviços de alto risco sanitário devem ser
pactuadas entre Estados e Municípios, observando critérios definidos nesta Resolução e requisitos
pactuados nas respectivas Comissões Intergestores Bipartite (CIB);

V - as ações relacionadas a estabelecimentos, produtos e serviços de baixo risco sanitário devem ser
realizadas pelos municípios;

CAPÍTULO II
DEFINIÇÕES

Art. 3º São adotadas as seguintes definições:

III - fiscalização sanitária: ações de verificação do cumprimento de normas sanitárias de proteção da


saúde e gerenciamento do risco sanitário, exercido na cadeia de produção, transporte, armazenamento,
importação, distribuição e comercialização de produtos e serviços;

IV - gerenciamento de risco sanitário: aplicação contínua de procedimentos e recursos, com vistas à


análise qualitativa e quantitativa dos potenciais eventos adversos que podem afetar a segurança
sanitária, a saúde humana, a integridade profissional e o meio ambiente, a fim de identificar, avaliar e
propor medidas sanitárias apropriadas à minimização dos riscos;

CAPÍTULO III
ORGANIZAÇÃO DA AÇÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Seção I
Autorização de Funcionamento

Art. 4º São responsabilidades da União: emitir e cancelar a Autorização de Funcionamento de


Empresas - AFE; editar normas ordenadoras; criar base de dados das AFEs, disponível aos Estados,
DF e Municípios e disponibilizar solução tecnológica para alimentação dos dados; realizar auditoria.

Art. 5º Cabe aos Estados, DF e Municípios alimentar a base de dados.

Seção II
Licenciamento

Art. 6º O Licenciamento dos estabelecimentos é competência dos Estados, DF e Municípios.

Art. 8º Compete ao Município licenciar estabelecimentos de atividade de baixo risco sanitário.

Seção III
Registro
Art. 10. O registro de produtos sujeitos à vigilância sanitária é competência da União, bem como a as
normas desse processo.

Art. 11. Cabe à União criar base de dados sobre produtos registrados e dispensados de registro.

Seção IV
Certificação de Boas Práticas

Art. 12. Emissão e cancelamento da certificação de boas práticas de fabricação, distribuição e/ou
armazenagem são competências da União

Art. 13. Verificar o cumprimento de boas práticas na fabricação de Insumos farmacêuticos Ativos - IFA,
Medicamentos e Produtos para a Saúde de Classe de Risco III e IV é responsabilidade da União.

Art. 14. Verificar o cumprimento de boas práticas de fabricação, distribuição e armazenagem de


estabelecimentos com atividade de alto risco, exceto as constantes no art. 13 será pactuada entre
Estados e Municípios, no âmbito das CIB.

Seção V
Fiscalização

Art. 15. A fiscalização é competência da União, Estados, DF e Municípios, no exercício das ações de
vigilância sanitária.

Art. 16. Estados e Municípios pactuarão em CIB a responsabilidade de fiscalizar estabelecimentos,


produtos, substâncias, veículos destinados a transporte de produtos e serviços, de alto risco sanitário.

Art. 17. Compete aos Municípios fiscalizar estabelecimentos, produtos, substâncias, veículos
destinados a transporte de produtos e serviços, de baixo risco sanitário.

Seção VI
Inspeção

Art. 20. Realizar inspeções que subsidiam ações de vigilância sanitária é responsabilidade de União,
Estados, DF e Municípios.

Seção VII
Normatização

Art. 21. Compete à União a edição de normas de vigilância sanitária.

Art. 22. Compete aos Estados, DF e Municípios a edição de normas de vigilância sanitária, em caráter
suplementar às normas editadas pela Anvisa.

Art. 24. A Anvisa promoverá a participação de Estados e Municípios na discussão de iniciativas


regulatórias que impactam a prestação de serviços de saúde.

CAPÍTULO IV
REQUISITOS DA PACTUAÇÃO DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Art. 25. As ações observarão classificação do grau de risco sanitário para licenciamento e atendimento
de requisitos cognitivos, estruturantes e operacionais para a qualificação da ação.

- § 1º Requisitos cognitivos: formação profissional, capacitação teórica e prática, exposição,


mediante ação de inspeção, ao objeto de atuação.

- § 2º Requisitos estruturantes: equipe de vigilância sanitária, adoção de procedimentos


operacionais padrão estabelecidos no SNVS, designação de profissional fiscal sanitário e
ausência de conflito de interesse.

- § 3º Requisitos operacionais: acompanhamento das ações corretivas, em resposta às exigências


apontadas pela equipe inspetora e a adoção de ações administrativas pertinentes.

Art. 26. A definição dos parâmetros para ações de alto risco sanitário, a serem instituídos no SNVS por
meio de ato específico da Anvisa, será objeto de construção tripartite.

PORTARIA Nº 529

- Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP).

Art. 2º. Objetivo de contribuir na qualificação do cuidado em estabelecimentos de saúde no país.

Art. 3º. Constituem-se objetivos específicos do PNSP:

I - promover iniciativas de segurança do paciente nas áreas da atenção da saúde, por meio da gestão
de risco e Núcleos de Segurança do Paciente nos estabelecimentos;

IV - produzir e difundir conhecimentos sobre segurança do paciente;

Art. 4º. Para fins desta Portaria, são adotadas as seguintes definições:

I - Segurança do Paciente: redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário;

II - Dano: comprometimento da estrutura/função do corpo, incluindo-se doenças, lesão, sofrimento,


morte, incapacidade, podendo ser físico, social ou psicológico;

III - Incidente: evento que poderia resultar ou resultou em dano desnecessário ao paciente;

IV - Evento adverso: incidente que resulta em dano ao paciente;

VI - Gestão de risco: aplicação sistêmica de iniciativas de avaliação e controle de riscos e eventos


adversos que afetam a saúde humana, integridade profissional, meio ambiente.

Art. 6º. Fica instituído o Comitê de Implementação do PNSP (CIPNSP), instância colegiada, de caráter
consultivo, para promover ações de melhoria da segurança em saúde por processos de construção
consensual entre os atores que dele participam.
Art. 7º. Compete ao CIPNSP:

I - propor e validar protocolos voltados à segurança do paciente em diferentes áreas, como: infecções
relacionadas à assistência à saúde; procedimentos cirúrgicos e de anestesiologia; prescrição,
dispensação e administração de medicamentos/sangue/hemoderivados; identificação do paciente;
comunicação no ambiente de serviços de saúde; prevenção de quedas; úlceras por pressão;
transferência de pacientes; uso seguro de equipamentos;

V - analisar quadrimestralmente os dados do Sistema de Monitoramento e propor melhorias;

Art. 8º. O CIPNSP é composto por representantes: do Ministério da Saúde (1 da Secretaria-Executiva


- SE/MS, 1 da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS; 1 da Secretaria de Gestão do Trabalho e da
Educação na Saúde - SGTES/MS; 1 da Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS/MS; 1 da Secretaria
de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos - SCTIE/MS); 1 da FIOCRUZ; 1 da ANVISA; 1 da
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); 1 do Conselho Nacional de Secretários de Saúde
(CONASS); 1 do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS); 1 do CFM; 1
do COFEN; 1 do CFO; 1 do CFF; 1 da OPAS; 3 de Instituições Superiores de Ensino e Pesquisa com
notório saber no tema Segurança do Paciente.

- § 1º A coordenação do CIPNSP será realizada pela ANVISA, que fornecerá junto à SAS/MS e a
FIOCRUZ os apoios técnico e administrativo necessários para o seu funcionamento.

PROTOCOLO DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE

Erros de identificação do paciente podem ocorrer, desde a admissão até a alta, em todas as
fases do diagnóstico e tratamento. Alguns fatores podem potencializar os riscos na identificação como:
estado de consciência do paciente, mudanças de leito, setor ou profissional e circunstâncias
ambientais.

O protocolo de identificação do paciente inclui as seguintes intervenções:


1. Identificar o paciente: é necessário pelo menos dois identificadores em pulseira branca
padronizada, colocada num membro do paciente para ser conferida antes do cuidado. No adulto,
normalmente se usa no punho, em recém-nascidos, preferencialmente no tornozelo, contendo
minimamente o nome da mãe e o número do prontuário do recém-nascido, bem como outras
informações padronizadas. O serviço deve prever o que fazer se a pulseira cair ou ficar ilegível.

2. Educar paciente/acompanhante/cuidador: necessário explicar os propósitos dos 2 identificadores


da pulseira e que a conferência da identificação seja obrigatória antes do cuidado.

3. Confirmar a identificação do paciente antes do cuidado: Inclui a orientação da administração de


medicamentos, do sangue e hemoderivados, da coleta de material para exame, da entrega da
dieta e da realização de procedimentos invasivos.

Definições Institucionais:
- A instituição deve definir um membro preferencial para a colocação de pulseiras como dispositivo de
identificação.

- O serviço deve definir o que deve acontecer se a pulseira de identificação estiver danificada, ou for
removida ou se tornar ilegível.

- Paciente morador de rua, de ILPI, desabrigado, proveniente de catástrofes, de localidades na periferia


e interior, com endereço sem número ou rua, o serviço de saúde determinará o identificador adicional.

- O número do quarto não pode ser usado como identificador, pelo risco de trocas no decorrer da
estada do paciente no serviço.

CASOS ESPECIAIS:
- O serviço de saúde deve definir como identificar pacientes que não possam utilizar a pulseira, tais
como grandes queimados, mutilados e politraumatizados.

- Nos casos em que a identidade do paciente não está disponível na admissão e quando não houver a
informação do nome completo, poderão ser utilizados o número do prontuário e as características
físicas mais relevantes do paciente, incluindo sexo e raça.

Estratégias de monitoramento e indicadores: incidentes com identificação incorreta devem ser


notificados de acordo com a legislação e investigado pelo serviço.

Especificações da Pulseira de Identificação do Paciente


I. Cor: deve ser de cor branca.

II. Tamanho: devem se adequar ao perfil dos pacientes, sendo compridas o suficiente para pacientes
obesos, com linfedema ou com acessos venosos e curativos; pequenas o suficiente para serem
confortáveis e seguras em recém-nascidos, bebês e crianças.

DIRETRIZES BRASILEIRAS PARA TRATAMENTO HOSPITALAR DO


PACIENTE COM COVID-19
Assistência hemodinâmica e medicamentos vasoativos
A Lei n° 12.401, que alterou a Lei nº 8.080, dispõe sobre assistência terapêutica e incorporação
de tecnologias em saúde e define ao Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias - Conitec, a atribuições de incorporar, excluir ou alterar novos
medicamentos, produtos e procedimentos e alterar Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas-
PCDT.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE: CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os Sistemas de informação em saúde (SIS) são um conjunto de componentes inter relacionados


que coletam, processam, armazenam e distribuem informação de apoio para decisão e no controle das
organizações de saúde.

Como finalidades principais, um SIS deve gerenciar a informação que os profissionais de saúde
precisam para desempenhar as atividades com efetividade e eficiência, facilitar a comunicação, integrar
a informação e coordenar as ações entre os múltiplos membros da equipe profissional de atendimento.

O modelo de SIS que mais tem sido buscado é o que possui maior integração, onde o
atendimento primário e ambulatorial são dominantes, em contraste com o atendimento hospitalar puro.
A organização é baseada na informação e a solução informatizada é o Prontuário Eletrônico do
Paciente (PEP). O PEP surgiu como uma proposta para unir os diferentes tipos de dados produzidos
em variados formatos, épocas diferentes, diferentes profissionais da equipe.

Outro fator importante é a comunicação. Boa parte do tempo dos profissionais é usado em
processos de comunicação escrita/falada. Médicos usam ± 38% e enfermeiros 50% do tempo
escrevendo. De 35-39% dos custos de um hospital são devido à comunicação entre os profissionais e
destes com pacientes. 12-45% do custo em saúde estão associados ao manuseio da informação.

PORTARIA Nº 3.390, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2013

Institui a Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) no SUS, estabelecendo-se


diretrizes para organização do componente hospitalar RAS.

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º Esta Portaria se aplica a todos hospitais, públicos ou privados, que prestem ações e serviços de
saúde no âmbito do SUS.

Art. 5º Para efeito desta Portaria, considera-se:

III - apoio matricial: suporte técnico especializado ofertado a uma equipe interdisciplinar para ampliar o
campo de atuação e qualificar suas ações, invertendo a lógica da fragmentação dos saberes;

CAPÍTULO II
DAS DIRETRIZES

II - regionalização da atenção hospitalar, com abrangência territorial e populacional, em consonância


com as pactuações regionais;

X - financiamento tripartite pactuado entre as três esferas de gestão;


CAPÍTULO III
DOS EIXOS ESTRUTURANTES

Eixo de Assistência Hospitalar

Art. 14. Os usuários internados, especialmente idosos, gestantes, crianças, adolescentes e indígenas,
possuem direito a acompanhante 24h/dia.

Eixo de Gestão Hospitalar

Art. 19. § 2º A gestão participativa e democrática, a atuação da ouvidoria e as pesquisas de satisfação


do usuário serão dispositivos de avaliação da gestão interna do hospital e da atenção.

Eixo de Formação, Desenvolvimento e Gestão da Força de Trabalho

Art. 23. Todos espaços de serviços de saúde no SUS constituem-se em campo de prática para ensino,
pesquisa e incorporação tecnológica em saúde, devendo os hospitais integrantes do SUS desempenhar
papel na formação, tanto de suas equipes como para o matriciamento dos trabalhadores dos demais
pontos de atenção da RAS, de acordo com o pactuado com os gestores.

- § 1º Os hospitais integrantes do SUS deverão participar tanto de ações de formação de novos


profissionais de saúde, quanto de educação permanente em saúde, com prioridade para as
áreas estratégicas do SUS, devendo integrar programas prioritários de formação em saúde.
- § 2º Os hospitais podem ter uma missão específica de ensino para graduação e pós-graduação
na saúde, podendo receber a Certificação como Hospital de Ensino (HE).

Eixo de Financiamento

Art. 26. O financiamento da assistência hospitalar é tripartite, pactuado entre as três esferas de gestão.

Eixo de Contratualização

Art. 31. O gestor local levará em consideração os seguintes critérios de priorização para a
contratualização hospitais: públicos; direito privado sem fins lucrativos, que prestam 100% dos serviços
ao SUS; direito privado sem fins lucrativos com, no mínimo, 60% dos seus serviços para o SUS; demais
hospitais privados sem fins lucrativos; e privados com fins lucrativos.

Do Eixo de Responsabilidades das Esferas de Gestão

Art. 32.

- § 1º Compete ao Ministério da Saúde:

I - definir, implementar, monitorar e avaliar a PNHOSP;

III - definir, monitorar e avaliar a contratualização da atenção hospitalar;

IV - co-financiar a atenção hospitalar, de forma tripartite;


VIII - articular com o Ministério da Educação mudanças curriculares para os cursos de
graduação e pós-graduação nas áreas da saúde;

- § 2° Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e do Distrito Federal:

I - coordenar, no âmbito estadual ou do Distrito Federal, a implantação, o monitoramento e a


avaliação da PNHOSP, de forma pactuada na CIB e na CIR;

III - estabelecer, de forma pactuada com os Municípios, o desenho da RAS, definindo os pontos
de atenção hospitalar e suas atribuições;

- § 3º Compete às Secretarias Municipais de Saúde e do Distrito Federal:

I - coordenar, no âmbito municipal e do Distrito Federal, a implantação, execução,


monitoramento e avaliação da PNHOSP, de acordo com o pactuado na CIB e na CIR;

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