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Direito Previdenciário

Prestações da Previdência Social: Benefícios em


Espécie I

Aula 4
Aposentadoria especial da pessoa
com deficiência
• A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 determina
que “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e
direitos” e que “todos têm direito a igual proteção contra qualquer
discriminação”.

• Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil:
(...)
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
• Lei 7.853/89 - Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência

• Lei 8.742/93 – “a pessoa portadora de deficiência é aquela


incapacitada para a vida independente e para o trabalho” (art. 20, §
2º redação original)
(...) a análise da deficiência partia de uma visão estritamente
médica e, portanto, unidimensional dos problemas que afligiam os
requerentes do amparo social. No exame pericial médico, não eram
avaliadas as condições pessoais ou sociais que pudessem
exacerbar as dificuldades daqueles que possuíssem deficiências
físicas, psíquicas, mentais, intelectuais ou sensoriais (...) é de se
ponderar que a visão médica preponderante na autarquia
previdenciária relativamente à constatação de uma incapacidade
para a vida independente era bem mais restritiva do que a da
incapacidade para o labor, sendo guiada pela impossibilidade de
realização de atividades de auto-cuidado, tais como higiene
pessoal, autonomia para vestir-se e andar, etc.
Súmula 29 TNU – “Para os efeitos do art. 20, § 2º, da Lei n. 8.742,
de 1993, incapacidade para a vida independente não é só aquela
que impede as atividades mais elementares da pessoa, mas
também a impossibilidade de prover ao próprio sustento.”

• Decreto 3.298/99 – Lei 7.853/89: deficiência física, auditiva ou


visual.

• Decreto 5.296/2004 – Ampliação: deficiência física, auditiva,


visual, mental e múltipla.
Art. 4 É considerada pessoa portadora de deficiência a que se
enquadra nas seguintes categorias:

I.deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais


segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da
função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia,
paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação
ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com
deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades
estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho
de funções;
II. deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta
e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências
de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz;

III. deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual


ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a
baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor
olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória
da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor
que 60º; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições
anteriores;
IV - deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente
inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações
associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais
como:
a) comunicação;
b) cuidado pessoal;
c) habilidades sociais;
d) utilização dos recursos da comunidade;
e) saúde e segurança;
f) habilidades acadêmicas;
g) lazer; e
h) trabalho;

V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências.


• Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde (CIF), emitida pela Organização Mundial de Saúde (OMS);

Entende-se que as funções mentais e as estruturas do corpo não


são suficientes para a identificação de uma deficiência. É preciso,
além disso, verificar os chamados fatores contextuais, divididos em:

a) fatores pessoais (...)


b) fatores ambientais (...)

• Saúde – Proteção Social


• Art. 201, § 1º, da CF/88;

• Lei Complementar 142/2013;

• Lei 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência: art. 41;

• Art. 201, § 1º, I, da CF/88;

• EC 103/2019;

• Ausência de nova Lei Complementar – art. 22 EC 103/2019.


Art. 22. Até que lei discipline o § 4º-A do art. 40 e o inciso I do § 1º do
art. 201 da Constituição Federal, a aposentadoria da pessoa com
deficiência segurada do Regime Geral de Previdência Social ou do
servidor público federal com deficiência vinculado a regime próprio de
previdência social, desde que cumpridos, no caso do servidor, o tempo
mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço público e de 5
(cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria,
será concedida na forma da Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de
2013, inclusive quanto aos critérios de cálculo dos benefícios.
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de
Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma
da lei, a:
§1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para
concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a
possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da
regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos
segurados:
I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar;
• Instrução Normativa INSS/PRES 77/2015 - art. 409, § 4°;
Art. 409. Os recursos técnicos utilizados pelo Assistente Social são, entre
outros, o parecer social, a pesquisa social, o estudo exploratório dos
recursos sociais, a avaliação social da pessoa com deficiência aos
requerentes do Benefício de Prestação Continuada - BPC/LOAS,
estabelecida pelo Decreto n° 6.214, de 26 de setembro de 2007, e a
avaliação social da pessoa com deficiência em cumprimento ao disciplinado
na LC n° 142, de 2013.
§ 4º A avaliação social, em conjunto com a avaliação médica da pessoa
com deficiência, consiste num instrumento destinado à caracterização da
deficiência, e considerará os fatores ambientais, sociais, pessoais, a
limitação do desempenho de atividades e a restrição da participação social
dos requerentes do Benefício de Prestação Continuada da Assistência
Social
Conceito: “Art. 2º - Para o reconhecimento do direito à aposentadoria
de que trata esta Lei Complementar, considera-se pessoa com
deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com
diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”. (LC
142/2013)

Art. 20, § 2º Lei 8.742/93 (LOAS)


Os impedimentos de longo prazo serão definidos por Ato Conjunto do
Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Recursos Humanos da
Presidência da República, dos Ministros de Estado da Previdência Social,
da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Advogado-Geral
da União;

Portaria Interministerial AGU/MPS/MF/SEDH/MP n. 1, de 27/01/2014 –


“aquele que produza efeitos de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos, contados de forma
ininterrupta”.
• Avaliação da condição de deficiência;
• Grau;
• Aspectos médicos e funcionais;
• Perícia médica do INSS;
• Conceito de funcionalidade - Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde — CIF;

• Índice de Funcionalidade Brasileiro Aplicado para Fins de


Aposentadoria — IFBrA;
• Perícia complexa: CIF + CID-10
• Fatores ambientais e pessoais – funcionalidade e incapacidade;

• Deficiência preexistente - § 1º do art. 6º da LC/142: “a existência


de deficiência anterior à data da vigência desta Lei
Complementar deverá ser certificada, inclusive quanto ao seu
grau, por ocasião da primeira avaliação, sendo obrigatória a
fixação da data provável do início da deficiência”.

• Comprovação.
• Portaria Conjunta INSS/MDS 2, de 30 de março de 2015

Art. 5º Compete ao Assistente Social avaliar e qualificar os seguintes componentes e


domínios da Avaliação Social:
I - Fatores Ambientais, por meio dos domínios:
a) Produtos e Tecnologia;
b) Condições de Habitabilidade e Mudanças Ambientais;
c) Apoio e Relacionamentos;
d) Atitudes; e
e) Serviços, Sistemas e Políticas;
II - Atividades e Participação, por meio dos domínios:
a) Vida Doméstica;
b) Relações e Interações Interpessoais;
c) Áreas Principais da Vida; e
d)Vida Comunitária, Social e Cívica, com distintos pontos de corte para análise,
detalhados no Anexo III desta Portaria.
Art. 6º Compete ao Perito Médico Previdenciário avaliar e qualificar os seguintes
componentes e domínios da avaliação médica, com base na CIF:
I - Funções do Corpo, por meio dos domínios:
a) Funções Mentais;
b) Funções Sensoriais da Visão;
c) Funções Sensoriais da Audição;
d) Funções Sensoriais Adicionais e Dor;
e) Funções da Voz e da Fala;
f) Funções do Sistema Cardiovascular;
g) Funções do Sistema Hematológico;
h) Funções do Sistema Imunológico;
i) Funções do Sistema Respiratório;
j) Funções do Sistema Digestivo;
k) Funções do Sistema Metabólico e Endócrino;
l) Funções Geniturinárias e Reprodutivas;
m) Funções Neuromusculoesqueléticas e Relacionadas ao Movimento; e
n) Funções da Pele e Estruturas Relacionadas;
II - Atividades e Participação, por meio dos domínios:
a) Aprendizagem e Aplicação de Conhecimento;
b) Tarefas e Demandas Gerais;
c) Comunicação;
d) Mobilidade; e
e)Cuidado Pessoal, com distintos pontos de corte para análise, detalhados no Anexo
III desta Portaria.
Art. 7º - Se o segurado, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa
com deficiência, ou tiver seu grau de deficiência alterado, os
parâmetros mencionados no art. 3º serão proporcionalmente
ajustados, considerando-se o número de anos em que o segurado
exerceu atividade laboral sem deficiência e com deficiência,
observado o grau de deficiência correspondente, nos termos do
regulamento a que se refere o parágrafo único do art. 3º desta Lei
Complementar. (LC 142)
Aposentadoria especial por tempo de contribuição

• Não é exigida idade mínima;


• Comprovação do grau de deficiência;
• Tempo de contribuição:

Deficiência grave - 25 anos (HOMEM) e 20 anos (MULHER).


Deficiência moderada - 29 anos (HOMEM) e 24 anos (MULHER).
Deficiência leve - 33 anos (HOMEM) e 28 anos (MULHER).
ATENÇÃO
• Aposentadoria Especial x Aposentadoria Especial da Pessoa com
Deficiência;
• Art. 70-F do Decreto 3.048/99 - atividades exercidas sob
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física;
• Art. 70-F, § 1º do Decreto 3.048/99 – conversão do tempo;
• Carência – Decreto 8.145/13: exclusivamente para efeito de
cálculo do valor da renda mensal;
• Art. 70-F, § 2º do Decreto 3.048/99 – aposentadoria especial –
vedação.
MULHER
MULTIPLICADORES
TEMPO A CONVERTER Para 15 Para 20 Para 24 Para 25 Para 28
De 15 anos 1,00 1,33 1,60 1,67 1,87
De 20 anos 0,75 1,00 1,20 1,25 1,40
De 24 anos 0,63 0,83 1,00 1,04 1,17
De 25 anos 0,60 0,80 0,96 1,00 1,12
De 28 anos 0,54 0,71 0,86 0,89 1,00
HOMEM
MULTIPLICADORES
TEMPO A CONVERTER
Para 15 Para 20 Para 25 Para 29 Para 33
De 15 anos 1,00 1,33 1,67 1,93 2,20
De 20 anos 0,75 1,00 1,25 1,45 1,65
De 25 anos 0,60 0,80 1,00 1,16 1,32
De 29 anos 0,52 0,69 0,86 1,00 1,14
De 33 anos 0,45 0,61 0,76 0,88 1,00
Aposentadoria especial por idade

• 60 anos de idade (HOMEM) ou 55 anos de idade (MULHER);

• 15 anos de contribuição e comprove a situação de deficiência em


igual período;

• Independe do grau de deficiência;


ATENÇÃO

• Vagas especiais (PCDs)?

• Perícia

• Carência: 180 meses;

• Lei não faz distinção entre as classes de segurado;

• Segurado especial - art. 199 e § 2º do art. 200 do Decreto


3.048/99;
Cálculo:
• Por tempo de contribuição: média aritmética simples de todos os salários
de contribuição (100%) do período contributivo a partir da competência
julho/1994 (art. 26 EC 103/2019);

• Por idade: 70% mais 1% do salário de benefício por grupo de 12


contribuições mensais até o máximo de 30% + art. 26 EC 103/2019;

• Não entra na regra dos pontos;

• Fator previdenciário;
Ofício Circular nº 64/2019 – “Ficam mantidas as concessões da
aposentadoria por idade rural – agora chamada de aposentadoria
do trabalhador rural e do garimpeiro – e as aposentadorias da
pessoa com deficiência da Lei Complementar nº 142, de 08 de maio
de 2013, nas mesmas condições anteriormente previstas, inclusive
quanto ao seu valor observadas, no entanto, as novas regras
quanto à formação do Período Base de Cálculo – PBC tratadas
neste Ofício-Circular”.
Visão monocular – Decreto nº 10.654/2021: Art. 1º Este Decreto
dispõe sobre a avaliação biopsicossocial da visão monocular para
fins de reconhecimento da condição de pessoa com deficiência.

Art. 2º A visão monocular, classificada como deficiência sensorial,


do tipo visual, pelo art. 1º da Lei nº 14.126, de 22 de março de 2021,
será avaliada na forma prevista nos § 1º e § 2º do art. 2º da Lei nº
13.146, de 6 de julho de 2015, para fins de reconhecimento da
condição de pessoa com deficiência.
Visão monocular – Lei nº 14.126/2021: Art. 1º Fica a visão
monocular classificada como deficiência sensorial, do tipo visual,
para todos os efeitos legais.

Parágrafo único. O previsto no § 2º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6


de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), aplica-se à
visão monocular, conforme o disposto no caput deste artigo.
Súmula 377 STJ: “O portador de visão monocular tem direito de
concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos
deficientes”.

Súmula 552 STJ: “O portador de surdez unilateral não se qualifica


como pessoa com deficiência para o fim de disputar as vagas
reservadas em concursos públicos”.
Para que seja considerada deficiência auditiva, o Decreto nº
3.298/99 exige que a surdez seja bilateral (art. 4º, II).

E ao definir deficiência visual (art. 4º, III), o Decreto não exige


que a cegueira seja nos dois olhos.
Aposentadoria especial
Aposentadoria Especial
Histórico

• Tempus regit actum – NÃO ESQUECER

• Nasceu no direito brasileiro com a Lei 3.807/60 (Lei Orgânica da


Previdência Social - LOPS) – Art. 31;

• Decreto 48.959-A/60;

• Decreto 53.831/64;

• Lei 5.440-A/68 - excluiu a expressão “50 anos de idade”;


Aposentadoria Especial

• Decreto 63.230/68;

• Lei 5.527/68;

• Lei 5.890/73 - carência foi reduzida para 5 anos;

• CLPS de 1976 – Decreto 77.077/76 (Arts. 38, 39 e 40);

• Decreto 83.080/79;

• Lei 6.887/80 - alterou o art. 9º da Lei 5.890/73 - conversão de


tempo especial em comum;
Aposentadoria Especial
• Decreto 87.374/82 - alterou o Decreto 83.080/79 - a conversão do
tempo comum em especial;

• Decreto 89.312/84 - aposentadoria especial, aeronauta, jornalista


profissional e do professor;

• CF/88: art. 202, II (redação original);

• Lei 8.213/91 – arts. 57 e 58;

• Lei 9.032/95 – enquadramento por categoria profissional - presunção


juris et jure de exposição a agentes nocivos, relativamente às categorias
profissionais relacionadas na legislação previdenciária;
Aposentadoria Especial
• Súmula 49 TNU: “Para reconhecimento de condição especial de
trabalho antes de 29/04/1995, a exposição a agentes nocivos à saúde
ou à integridade física não precisa ocorrer de forma permanente.”
• Comprovação do tempo em condições especiais passou a ser feita na
forma do § 1º do art. 58 da Lei 8.213/91 – formulário;

• Lei 9.528/97 – PPP;

• Decreto 2.172/97 – Anexo IV classificou os agentes nocivos em agentes


químicos, físicos e biológicos;

• Decreto 3.048/99 – arts. 64 a 69;


Aposentadoria Especial
• EC 103/2019
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime
Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação
obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, na forma da lei, a:
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para
concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a
possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da
regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos
segurados (...)
II — cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
Aposentadoria Especial
Comprovação do tempo de serviço/contribuição especial
• Tempus regit actum;

• Até o advento da Lei 9.032/95 - a comprovação do exercício de


atividade especial por categoria profissional do segurado, observada a
classificação nos Anexos I e II do Decreto 83.080/79 e Anexo do
Decreto 53.831/64;

• Súmula 198 TFR: “Atendidos os demais requisitos, é devida a


aposentadoria especial, se perícia judicial constata que a atividade
exercida pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa, ainda que não
inscrita em Regulamento”.
Aposentadoria Especial

“(...) 1. ‘É que o fato das atividades enquadradas serem


consideradas especiais por presunção legal não impede, por óbvio,
que outras atividades, não enquadradas, sejam reconhecidas como
insalubres, perigosas ou penosas por meio de comprovação
pericial’ (REsp 600.277/RJ, Sexta Turma, Rel. Min. HAMILTON
CARVALHIDOD, J 10/5/04) (...).”
(AGA 200501541697, 5ª Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe
19.10.2009).
Aposentadoria Especial
Instrução Normativa nº 77/2015 - PPP é “um documento histórico
laboral do trabalhador”

Art. 258 - IMPORTANTE

1) IS SSS-501.19/71 – Anexo I da Seção I do BS/DS º 38 de


26/02/1971
2) ISS-132 – Anexo IV da parte II do BS/DG nº 231 de 06/12/1977
3) SB-40
4) DISES – BE 5235
5) DSS 8030
6) DIRBEN 8030
7) PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
“(…) Em relação a atividades exercidas a partir de 29/04/95, inclusive, é preciso prova da efetiva
exposição, de forma permanente, não ocasional, nem intermitente, a agentes prejudiciais à saúde ou
à integridade física, mediante: (a) até 05-03-97 (véspera da publicação do Decreto nº 2.172/97),
apresentação de formulário preenchido pela empresa (SB-40, DSS-8030 ou DIRBEN-8030), exceto
para ruído, frio e calor, em que sempre necessária a aferição do nível de decibéis ou da temperatura
por meio de perícia técnica carreada aos autos ou noticiada no referido formulário; (b) a partir de
06/03/97 (data da entrada em vigor do Decreto nº 2.172/97, que regulamentou as disposições
introduzidas no artigo 58 da Lei nº 8.213/91 pela Medida Provisória nº 1.523/96, convertida na Lei nº
9.528/97), apresentação de formulário preenchido pela empresa (SB-40, DSS-8030 ou DIRBEN-
8030), desde que embasado em laudo técnico de condições ambientais de trabalho; (c) a partir de
01/01/2004, apresentação do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), desde que devidamente
preenchido, inclusive com a indicação dos profissionais responsáveis pelos registros ambientais e
pela monitoração biológica. O PPP também pode ser aceito em juízo como prova do caráter especial
da atividade no período anterior a 01/01/2004, em substituição aos antigos formulários e ao laudo
técnico, mas desde que também esteja assinado por médico ou engenheiro do trabalho. Se estiver
assinado apenas pelo representante legal da empresa, tem o seu valor probante equivalente ao de
um formulário, não dispensando a apresentação de laudo nos casos em que este for indispensável
ao reconhecimento do caráter especial da atividade, como, por exemplo, nos casos de exposição ao
agente ruído. (…)”. (TRF4, AG 5034682-14.2018.4.04.0000, SEXTA TURMA, Relator ARTUR
CÉSAR DE SOUZA, 13/09/2018)
Aposentadoria Especial
Agente físico ruído

Súmula 32 TNU: “O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é


considerado especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes
níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64;
superior a 90 decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência do
Decreto n. 2.172/97; superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto
n. 4.882, de 18 de novembro de 2003”.

NÍVEIS DE RUÍDO PARA FINS DE TEMPO ESPECIAL


■ Decreto 53.831/64 ■ Superior a 80 decibéis
■ Decreto 2.172/97 ■ Superior a 90 decibéis
■ Decreto 4.882/2003 ■ Superior a 85 decibéis
Aposentadoria Especial
“(...) 1. Conforme jurisprudência do STJ, em observância ao princípio
dotempus regit actum, ao reconhecimento de tempo de serviço especial
deve-se aplicar a legislação vigente no momento da efetiva atividade
laborativa. 2. É considerada especial a atividade exercida com exposição a
ruídos superiores a 80 decibéis até a edição do Decreto n. 2.171/97, sendo
considerado prejudicial, após essa data, o nível de ruído superior a 90
decibéis. A partir da entrada em vigor do Decreto n. 4.882, em 18.11.2003,
o limite de tolerância de ruído ao agente físico foi reduzido a 85 decibéis. 3.
A exposição de modo habitual e permanente a solventes derivados tóxicos
do carbono, contendo hidrocarbonetos aromáticos e inflamáveis, são
fatores caracterizadores de agentes nocivos para fins de aposentadoria
especial (...)” (AGRESP 1.452.778, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins,
DJe 24.10.2014).
Aposentadoria Especial
“PREVIDENCIÁRIO. COMPROVAÇÃO O DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL.
RUÍDO. PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO (PPP).
APRESENTAÇÃO SIMULTÂNEA DO RESPECTIVO LAUDO TÉCNICO DE
CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO (LTCAT). DESNECESSIDADE
QUANDO AUSENTE IDÔ̂NEA IMPUGNAÇÃO AO CONTEÚDO DO PPP.
Em regra, trazido aos autos o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP),
dispensável se faz, para o reconhecimento e contagem do tempo de serviço especial
do segurado, a juntada do respectivo Laudo Técnico de Condições Ambientais de
Trabalho (LTCAT), na medida que o PPP já é elaborado com base nos dados
existentes no LTCAT, ressalvando-se, entretanto, a necessidade da também
apresentação desse laudo quando idoneamente impugnado o conteúdo do PPP.
No caso concreto, conforme destacado no escorreito acórdão da TNU, assim como
no bem lançado pronunciamento do Parquet, não foi suscitada pelo órgão
previdenciário nenhuma objeção específica às informações técnicas constantes do
PPP anexado aos autos, não se podendo, por isso, recusar-lhe validade como meio
de prova apto à comprovação da exposição do trabalhador ao agente nocivo ‘ruído’.
3. Pedido de uniformização de jurisprudência improcedente”.
Aposentadoria Especial
Conversão do tempo especial para comum

• Súmula 50 TNU: “É possível a conversão do tempo de serviço


especial em comum do trabalho prestado em qualquer período”.

• Súmula 55 TNU: “A conversão do tempo de atividade especial


em comum deve ocorrer com aplicação do fator multiplicativo em
vigor na data da concessão da aposentadoria”.
Aposentadoria Especial
“1. Permanece a possibilidade de conversão do tempo de serviço exercido em atividades especiais para
comum após 1998, pois a partir da última reedição da MP n. 1.663, parcialmente convertida na Lei n.
9.711/1998, a norma tornou-se definitiva sem a parte do texto que revogava o referido § 5º do art. 57 da Lei
n. 8.213/1991. 2. Precedentes do STF do STJ. (...) 1. A teor do § 1º do art. 70 do Decreto n. 3.048/99, a
legislação em vigor na ocasião da prestação do serviço regula a caracterização e a comprovação do tempo
de atividade sob condições especiais. Ou seja, observa-se o regramento da época do trabalho para a prova
da exposição aos agentes agressivos à saúde: se pelo mero enquadramento da atividade nos anexos dos
Regulamentos da Previdência, se mediante as anotações de formulários do INSS ou, ainda, pela existência
de laudo assinado por médico do trabalho. 2 O Decreto n. 4.827/2003, ao incluir o § 2º no art. 70 do Decreto
n. 3.048/99, estendeu ao trabalho desempenhado em qualquer período a mesma regra de conversão. Assim,
no tocante aos efeitos da prestação laboral vinculada ao Sistema Previdenciário, a obtenção de benefício
fica submetida às regras da legislação em vigor na data do requerimento. 3. A adoção deste ou daquele fator
de conversão depende, tão somente, do tempo de contribuição total exigido em lei para a aposentadoria
integral, ou seja, deve corresponder ao valor tomado como parâmetro, numa relação de proporcionalidade, o
que corresponde a um mero cálculo matemático e não de regra previdenciária. 4. Com a alteração dada pelo
Decreto n. 4.827/2003 ao Decreto n. 3.048/1999, a Previdência Social, na via administrativa, passou a
converter os períodos de tempo especial desenvolvidos em qualquer época pela regra da tabela definida no
artigo 70 (art. 173 da Instrução Normativa n. 20/2007). 5. Descabe à autarquia utilizar da via judicial para
impugnar orientação determinada em seu próprio regulamento, ao qual está vinculada. Nesse compasso, a
Terceira Seção desta Corte já decidiu no sentido de dar tratamento isonômico às situações análogas, como
na espécie (EREsp 412.351/RS)” (REsp 1.151.363/MG, 3ª Seção, Rel. Min. Jorge MussiD, Je 05.04.2011).
Aposentadoria Especial
• Conversão de tempo em mais de uma atividade especial:
CONVERTER PARA 15 ANOS PARA 20 ANOS PARA 25 ANOS
De 15 anos - 1.33 1.67
De 20 anos 0.75 - 1.25
De 25 anos 0.60 0.80 -

• Conversão de tempo especial em comum:

CONVERTER MULHER (COMUM) HOMEM (COMUM)


(ESPECIAL)
De 15 anos 2.00 2.33
De 20 anos 1.50 1.75
De 25 anos 1.20 1.40
Aposentadoria Especial
Conversão do tempo especial para comum

• Atenção! O tempo especial trabalhado após a entrada em vigor


da EC 103/2019 não poderá mais ser objeto de conversão.

Art. 25, § 2º Será reconhecida a conversão de tempo especial em comum,


na forma prevista na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, ao segurado do
Regime Geral de Previdência Social que comprovar tempo de efetivo
exercício de atividade sujeita a condições especiais que efetivamente
prejudiquem a saúde, cumprido até a data de entrada em vigor desta
Emenda Constitucional, vedada a conversão para o tempo cumprido após
esta data.
Aposentadoria Especial
Atividade de professor

• A EC 18/81 retirou a atividade de professor do rol das atividades


especiais;

(...) 1. É firme o entendimento da Corte no sentido de que, para efeito de


aposentadoria, não é possível a conversão do tempo de magistério em
tempo de exercício comum. 2. Ressalva-se do entendimento apenas o
período anterior à Emenda Constitucional 18/81, uma vez que nessa
reside o marco temporal a partir do qual a aposentadoria do professor
deixou de ser aposentadoria especial para caracterizar-se como espécie
de benefício por tempo de contribuição, com o requisito etário reduzido.
(...)” (RE 787.582 AgR/RS, 1ª Turma, Rel Min. Dias Toffoli, DJe
04.11.2014).
Aposentadoria Especial
Regras de transição e hipóteses de direito adquirido

A) Direito adquirido: requisitos cumpridos até 13/11/2019;

Art. 65. Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é


exercido de forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do
empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja
indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço. (Decreto
3.048/99)

• Anexo IV do Decreto 3.048/99;


Aposentadoria Especial
Equipamento de proteção

• Coletiva (EPC) e individual (EPI);

• Súmula 9 TNU: “O uso de Equipamento de Proteção Individual


(EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a
ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado”.

• ARE 664.335 (DJe 12.02.2015);


Aposentadoria Especial
“(...) 2. A eliminação das atividades laborais nocivas deve ser a meta maior da Sociedade —
Estado, empresariado, trabalhadores e representantes sindicais —, que devem voltar-se
incessantemente para com a defesa da saúde dos trabalhadores, como enuncia a Constituição
da República, ao erigir como pilares do Estado Democrático de Direito a dignidade humana (art
1º, III, CRFB/88), a valorização social do trabalho, a preservação da vida e da saúde (art. 3º 5º e
196, CRFB/88), e o meio ambiente de trabalho equilibrado (art. 193 e 225, CRFB/88).
1. A aposentadoria especial prevista no artigo 201, § 1º, da Constituição da República,
significa que poderão ser adotados, para concessão de aposentadorias aos beneficiários do
regime geral de previdência social, requisitos e critérios diferenciados nos ‘casos de atividades
exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, e quando
se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar’.
2. A aposentadoria especial possui nítido caráter preventivo e impõe-se para aqueles
trabalhadores que laboram expostos a agentes prejudiciais à saúde e a fortiori possuem um
desgaste naturalmente maior, por que não se lhes pode exigir o cumprimento do mesmo tempo
de contribuição que aqueles empregados que não se encontram expostos a nenhum agente
nocivo.
(...)
Aposentadoria Especial
8. O risco social aplicável ao benefício previdenciário da aposentadoria especial é o exercício de
atividade em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física (CRFB/88, art. 201, 1º), de forma
que torna indispensável que o indivíduo trabalhe exposto a uma nocividade notadamente capaz de
ensejar o referido dano, porquanto a tutela legal considera a exposição do segurado pelo risco
presumido presente na relação entre agente nocivo e o trabalhador.
9. A interpretação do instituto da aposentadoria especial mais consentânea com o texto
constitucional é aquela que conduz a uma proteção efetiva do trabalhador, considerando o benefício
da aposentadoria especial excepcional, destinado ao segurado que efetivamente exerceu suas
atividades laborativas em ‘condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física’.
10. Consectariamente, a primeira tese objetiva que se firma é: o direito à aposentadoria especial
pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a agente nocivo à sua saúde, de modo que, se o EPI
for realmente capaz de neutralizar a nocividade, não haverá respaldo constitucional à aposentadoria
especial.
11. A Administração poderá, no exercício da fiscalização, aferir as informações prestadas pela
empresa, sem prejuízo do inafastável judicial review. Em caso de divergência ou dúvida sobre a real
eficácia do Equipamento de Proteção Individual, a premissa a nortear a Administração e o Judiciário
é pelo reconhecimento do direito ao benefício da aposentadoria especial. Isto porque o uso de EPI,
no caso concreto, pode não se afigurar suficiente para descaracterizar completamente a relação
nociva a que o empregado se submete.
Aposentadoria Especial
12. In casu, tratando-se especificamente do agente nocivo ruído, desde que em limites acima do
limite legal, constata-se que, apesar do uso de Equipamento de Proteção Individual (protetor auricular)
reduzir a agressividade do ruído a um nível tolerável, até no mesmo patamar da normalidade, a
potência do som em tais ambientes causa danos ao organismo que vão muito além daqueles
relacionados à perda das funções auditivas. O benefício previsto neste artigo será financiado com os
recursos provenientes da contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei n. 8.212, de 24 de julho
de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a
atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria
especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente.
13. Ainda que se pudesse aceitar que o problema causado pela exposição ao ruído relacionasse
apenas à perda das funções auditivas, o que indubitavelmente não é o caso, é certo que não se pode
garantir uma eficácia real na eliminação dos efeitos do agente nocivo ruído com a simples utilização
de EPI, pois são inúmeros os fatores que influenciam na sua efetividade dentro dos quais muitos são
impassíveis de um controle efetivo, tanto pelas empresas, quanto pelos trabalhadores.
14. Desse modo, a segunda tese fixada neste Recurso Extraordinário é a seguinte: na hipótese de
exposição do trabalhador a ruído acima dos limites legais de tolerância, a declaração do empregador,
no âmbito do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), no sentido da eficácia do Equipamento de
Proteção Individual (EPI), não descaracteriza o tempo de serviço especial para aposentadoria.
Aposentadoria Especial
• Carência: 180 contribuições mensais.

• Sujeito ativo: o segurado empregado, o trabalhador avulso e o


contribuinte individual filiado à cooperativa de trabalho ou de produção
que tenha trabalhado pelo período de 15, 20 ou 25 anos, conforme o
caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem sua saúde ou sua
integridade física (art. 64 do Decreto 3.048/99 e art. 1º da Lei 10.666/2003).

Atenção: não têm direito à aposentadoria especial os segurados


empregados domésticos, os segurados especiais e os segurados
facultativos
Aposentadoria Especial
• Súmula 62 TNU: “O segurado contribuinte individual pode obter reconhecimento
de atividade especial para fins previdenciários, desde que consiga comprovar
exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física”.
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE
SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. CÔMPUTO DE TEMPO ESPECIAL. SEGURADO CONTRIBUINTE
INDIVIDUAL. POSSIBILIDADE. 1. O artigo 57 da Lei 8.213/1991 não traça qualquer
diferenciação entre as diversas categorias de segurados, permitindo o reconhecimento da
especialidade da atividade laboral exercida pelo segurado contribuinte individual. 2. O artigo 64
do Decreto 3.048/1999 ao limitar a concessão do benefício aposentadoria especial e, por
conseguinte, o reconhecimento do tempo de serviço especial, ao segurado empregado,
trabalhador avulso e contribuinte individual cooperado, extrapola os limites da Lei de Benefícios
que se propôs a regulamentar, razão pela qual deve ser reconhecida sua ilegalidade. 3.
Destarte, é possível o reconhecimento de tempo de serviço especial ao segurado contribuinte
individual não cooperado, desde que comprovado, nos termos da lei vigente no momento da
prestação do serviço, que a atividade foi exercida sob condições especiais que prejudiquem a
sua saúde ou sua integridade física. 4. Recurso Especial não provido. (RESP - RECURSO
ESPECIAL - 1793029 2019.00.02659-2, HERMAN BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE
DATA:30/05/2019 ..DTPB:.)
Aposentadoria Especial

• Salário de benefício: a média aritmética simples 80% dos maiores


salários de contribuição a partir da competência julho/1994;

• RMI: 100% do salário de benefício (art. 57, § 1º da Lei 8.213/91 e art.


67 do Decreto 3.048/99);

• Exercício da atividade de natureza especial após aposentadoria


especial: art. 57, § 8º da Lei 8.213/91;
Aposentadoria Especial
Regras de transição e hipóteses de direito adquirido

B) Regras de transição: aplicáveis aos filiados ao RGPS até a edição da lei


complementar que não cumpriram os requisitos para a aposentadoria
especial

1. Requisitos cumulativos - Idade + Tempo (art. 19, § 1º, I, da EC


103/2019):

• 55 anos de idade: atividade especial de 15 anos de contribuição;


• 58 anos de idade: atividade especial de 20 anos de contribuição;
• 60 anos de idade: atividade especial de 25 anos de contribuição;
Aposentadoria Especial
2. Requisitos cumulativos - Pontos + Tempo (art. 21 da EC 103/2019):

Pontos e tempo de contribuição para ambos os sexos:

• 66 pontos e 15 anos de efetiva exposição;


• 76 pontos e 20 anos de efetiva exposição;
• 86 pontos e 25 anos de efetiva exposição.

Salário de benefício: a média aritmética simples de todos os salários de


contribuição (100%) do período contributivo a partir da competência
julho/94, ou desde o início, caso o período contributivo seja posterior.
RMI: 60% do salário de benefício, acrescidos de 2% para cada ano de
contribuição que exceder o tempo de 15 anos (art. 26, § 2º, IV, e § 5º, da EC
103/2019).
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
Finalidade: Art. 265, IN 77/2015
(...)
I - comprovar as condições para obtenção do direito aos benefícios e serviços
previdenciários;
II - fornecer ao trabalhador meios de prova produzidos pelo empregador perante a
Previdência Social, a outros órgãos públicos e aos sindicatos, de forma a garantir
todo direito decorrente da relação de trabalho, seja ele individual, ou difuso e
coletivo;
III - fornecer à empresa meios de prova produzidos em tempo real, de modo a
organizar e a individualizar as informações contidas em seus diversos setores ao
longo dos anos, possibilitando que a empresa evite ações judiciais indevidas
relativas a seus trabalhadores; e
IV - possibilitar aos administradores públicos e privados acessos a bases de
informações fidedignas, como fonte primária de informação estatística, para
desenvolvimento de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como definição de
políticas em saúde coletiva.
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
• Art. 264, IN 77/2015

O PPP constitui-se em um documento histórico laboral do


trabalhador, segundo modelo instituído pelo INSS, conforme
formulário do Anexo XV, que deve conter as seguintes informações
básicas:
I - Dados Administrativos da Empresa e do Trabalhador;
II - Registros Ambientais;
III - Resultados de Monitoração Biológica; e
IV - Responsáveis pelas Informações.
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
I-SEÇÃO DE DADOS ADMINISTRATIVOS
1-CNPJ do Domicílio Tributário/CEI: 2-Nome Empresarial: 3-CNAE:
4-Nome do Trabalhador 5-BR/PDH 6-NIT
7-Data do Nascimento 8-Sexo (F/M) 9-CTPS (Nº, Série e UF) 10-Data de Admissão 11-Regime Revezamento

12-CAT REGISTRADA
12.1 Data do Registro 12.2 Número da CAT 12.1 Data do Registro 12.2 Número da CAT

13-LOTAÇÃO E ATRIBUIÇÃO
13.4
13.1 Período 13.2 CNPJ/CEI 13.3 Setor 13.5 Função 13.6 CBO 13.7 Cód. GFIP
Cargo
__/__/__ a __/__/__

__/__/__ a __/__/__
14–PROFISSIOGRAFIA
14.1 Período 14.2 Descrição das Atividades
__/__/__ a __/__/__
__/__/__ a __/__/__
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE
ESPECIAL. REQUISITOS PREENCHIDOS. REVISÃO. 1. Uma vez exercida atividade enquadrável como especial,
sob a égide da legislação que a ampara, o segurado adquire o direito ao reconhecimento como tal e ao acréscimo
decorrente da sua conversão em tempo de serviço comum no âmbito do Regime Geral de Previdência Social. 2.
Constando dos autos a prova necessária a demonstrar o exercício de atividade sujeita a condições especiais,
conforme a legislação vigente na data da prestação do trabalho, o respectivo tempo de serviço deve ser
computado, juntamente com os períodos de labor urbano reconhecidos pelo INSS, para fins de revisão do
benefício de aposentadoria por tempo de contribuição. Direito adquirido do autor à concessão do melhor benefício
(RE nº 630.501/RS, Relatora Ministra Ellen Gracie, Plenário, DJE 26/08/2013). 3. É absolutamente inadequado
aferir-se a existência de um direito previdenciário a partir da forma como resta formalizada determinada obrigação
fiscal por parte da empresa empregadora. A realidade precede à forma. Se os elementos técnicos contidos nos
autos demonstram a natureza especial da atividade, não guardam relevância a informação da atividade na GFIP ou
a ausência de recolhimento da contribuição adicional por parte da empresa empregadora. 4. Inadequada é a
compreensão que condiciona o reconhecimento da atividade especial às hipóteses que fazem incidir previsão
normativa específica de recolhimento de contribuição adicional (art. 57, §§ 6º e 7º, da Lei nº 8.213/91). 5. O direito
do trabalhador à proteção de sua saúde no ambiente do trabalho emana da realidade das coisas vis a vis a
legislação protetiva – compreendida desde uma perspectiva constitucional atenta à eficácia vinculante dos direitos
fundamentais sociais. Deve-se, aqui também, prestigiar a realidade e a necessidade da proteção social correlata,
de modo que suposta omissão ou inércia do legislador, quanto à necessidade de uma contribuição específica, não
implica a conclusão de que a proteção social, plenamente justificável, estaria a violar o princípio constitucional da
precedência do custeio. (TRF4, APELREEX 5020368-50.2011.404.7100, Quinta Turma, Relator p/ Acórdão Paulo
Afonso Brum Vaz, juntado aos autos em 15/04/2016)
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
II-SEÇÃO DE REGISTROS AMBIENTAIS
15-EXPOSIÇÃO A FATORES DE RISCOS
15.2 15.3 Fator de 15.8 CA
15.1 Período 15.4 Itens./Conc 15.5 Técnica Utilizada 15.7 EPI Eficaz (S/N)
Tipo Risco EPI
__/__/__ a __/__/__

__/__/__ a __/__/__

15.9 Atendimento aos requisitos das NR-06 e NR-09 do MTE pelos EPI informados (S/N)
Foi tentada a implementação de medidas de proteção coletiva, de caráter administrativo ou de organização do trabalho, optando-se
pelo EPI por inviabilidade técnica, insuficiência ou interinidade, ou ainda em caráter complementar ou emergencial.
Foram observadas as condições de funcionamento e do uso ininterrupto do EPI ao longo do tempo, conforme especificação técnica do
fabricante, ajustada às condições de campo.
Foi observado o prazo de validade, conforme Certificado de Aprovação-CA do MTE.
Foi observada a periodicidade de troca definida pelos programas ambientais, comprovada mediante recibo assinado pelo usuário em
época própria.
Foi observada a higienização.
16-RESPONSÁVEL PELOS REGISTROS AMBIENTAIS
16.3 Registro Conselho de
16.1 Período 16.2 NIT 16.4 Nome do Profissional Legalmente Habilitado
Classe
__/__/__ a __/__/__
__/__/__ a __/__/__
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
• Art. 278, IN 77/2015
(...)
I – nocividade: situação combinada ou não de substâncias,
energias e demais fatores de riscos reconhecidos, presentes no
ambiente de trabalho, capazes de trazer ou ocasionar danos à
saúde ou à integridade física do trabalhador; e
II – permanência: trabalho não ocasional nem intermitente no qual
a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do
contribuinte individual cooperado ao agente nocivo seja
indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço, em
decorrência da subordinação jurídica a qual se submete.
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
DIREITO PREVIDENCIÁRIO. TEMPO ESPECIAL. AGENTES NOCIVOS. RUÍDO. AGENTES
QUÍMICOS. RECONHECIMENTO. AVERBAÇÃO. CABIMENTO. […] 5. Os riscos ocupacionais
gerados pela exposição a agentes químicos, especialmente hidrocarbonetos, não requerem a
análise quantitativa de concentração ou intensidade máxima e mínima no ambiente de
trabalho, dado que são caracterizados pela avaliação qualitativa. […] (TRF4 5042303-
49.2011.404.7100, Sexta Turma, Relator p/ Acórdão (auxílio Kipper) Paulo Paim da Silva,
juntado aos autos em 29/01/2015)

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. PREVIDENCIÁRIO. EXPOSIÇÃO A


HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS (ÓLEOS MINERAIS). PERÍODO POSTERIOR À
MEDIDA PROVISÓRIA 1.729, DE 03/12/1998. POSSIBILIDADE. ANÁLISE QUALITATIVA.
INCIDENTE CONHECIDO E DESPROVIDO. 1. A análise da especialidade em decorrência da
exposição a agentes químicos previstos no Anexo 13 da Norma Regulamentadora 15, como é o
caso dos hidrocarbonetos aromáticos, é qualitativa e não se sujeita a limites de tolerância,
independentemente do período em que prestada a atividade. 2. Incidente conhecido e
desprovido. (5011032-95.2011.404.7205, Turma Regional de Uniformização da 4ª Região,
Relator p/ Acórdão João Batista Lazzari, juntado aos autos em 27/10/2014)
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
• A partir de 19 de novembro de 2003 - obrigatória a utilização das metodologias
contidas na NHO-01 da Fundacentro ou na NR-15, que reflitam a medição de
exposição durante toda a jornada de trabalho, vedada a medição pontual;

• Em caso de omissão ou dúvida - o PPP não deve ser admitido como prova da
especialidade, devendo ser apresentado o respectivo laudo técnico (LTCAT),
para fins de demonstrar a técnica utilizada na medição, bem como a respectiva
norma.

• Empresa extinta - art. 270, §1º da IN 77/2015: “§1º No caso de empresa


legalmente extinta, a não apresentação do formulário de reconhecimento de
períodos laborados em condições especiais ou PPP não será óbice ao
enquadramento do período como atividade especial por categoria profissional
para o segurado empregado, desde que conste a função ou cargo, expresso e
literal, nos documentos relacionados no inciso I deste artigo, idêntica às
atividades arroladas em um dos anexos legais indicados no art.269, devendo ser
observada, nas anotações profissionais, as alterações de função ou cargo em
todo o período a ser enquadrado”.
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
IRDR nº 5054341-77.2016.4.04.0000/SC (Tema nº15): “mera juntada do
PPP referindo a eficácia do EPI não elide o direito do interessado em
produzir prova em sentido contrário”.

Tema 1.031 STJ: "o reconhecimento da especialidade da atividade de


vigilante, com ou sem o uso de arma de fogo, em data posterior à Lei
9.032/1995 e ao Decreto 2.172/1997, desde que haja a comprovação da
efetiva nocividade da atividade, por qualquer meio de prova, até 5 de
março de 1997, momento em que se passa a exigir apresentação de laudo
técnico ou elemento material equivalente para comprovar a permanente,
não ocasional nem intermitente, exposição à atividade nociva, que coloque
em risco a integridade física do segurado".
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
III-SEÇÃO DE RESULTADOS DE MONITORAÇÃO BIOLÓGICA

17-EXAMES MÉDICOS CLÍNICOS E COMPLEMENTARES (Quadros I e II, da NR-07)

17.1 Data 17.2 Tipo 17.3 Natureza 17.4 Exame (R/S) 17.5 Indicação de Resultados

( ) Alterado
( ) Estável
__/__/___ ( ) Normal ( ) Agravamento
( ) Ocupacional
( ) Não Ocupacional

18-RESPONSÁVEL PELA MONITORAÇÃO BIOLÓGICA

18.1 Período 18.2 NIT 18.3 Registro Conselho de Classe 18.4 Nome do Profissional Legalmente Habilitado

__/__/___
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
IV-RESPONSÁVEIS PELAS INFORMAÇÕES

Declaramos, para todos os fins de direito, que as informações prestadas neste documento são verídicas e foram transcritas fielmente dos
registros administrativos, das demonstrações ambientais e dos programas médicos de responsabilidade da empresa. É de nosso conhecimento
que a prestação de informações falsas neste documento constitui crime de falsificação de documento público, nos termos do artigo 297 do
Código Penal e, também, que tais informações são de caráter privativo do trabalhador, constituindo crime, nos termos da Lei nº 9.029/95,
práticas discriminatórias decorrentes de sua exigibilidade por outrem, bem como de sua divulgação para terceiros, ressalvado quando exigida
pelos órgãos públicos competentes.

19-Data Emissão PPP 20-REPRESENTANTE LEGAL DA EMPRESA

20.1NIT 20.2 Nome

____/___/___
________________________________________
(Carimbo)
(Assinatura)

OBSERVAÇÕES
Direito Previdenciário
Prestações da Previdência Social: Benefícios em
Espécie I

Obrigada

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