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SAúDE MENTAL

E O DIREITO AO
TRABALHO DIGNO
ÍNDICE
1. ENLOUCRESCER......................................................5
2. COOPERTEIA...........................................................7
3. AS PESSOAS COM SOFRIMENTO MENTAL TÊM
DIREITO AO TRABALHO.............................................9
4. CARACTERIZAÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS..............12
5. DEFICIÊNCIA MENTAL/PSICOSSOCIAL:...............13
5.1. Transtorno do Espectro Autista.............................13
5.2. Deficiência Mental (Psicossocial)..........................14
5.3. Síndromes Epilépticas............................................14
5.4. Déficits cognitivos originados após 18 anos........15
5.5. Deficiência Múltipla.................................................15
5.6. Reabilitado...............................................................15
6. EMPREGO APOIADO/ TRABALHO DIGNO:
ORIENTAÇÃO PARA EMPRESAS CONTRATANTES...16
7. OUTRAS FORMAS DE INCLUSÃO PELO
TRABALHO: ECONOMIA SOLIDÁRIA E SAÚDE
MENTAL......................................................................17
8. ORIENTAÇÕES PARA PREENCHIMENTO LAUDO
CARACTERIZADOR...................................................18
9. PREENCHIMENTO DO LAUDO/ATESTADO............20
10. ATESTADO............................................................21

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Executores:

Enloucrescer - Associação dos Familiares, Amigos e


Usuários do Serviço de Saúde Mental do Município de
Blumenau

SUS
PMB - Prefeitura Municipal de Blumenau
Secretaria Municipal de Promoção da Saúde

Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares -


ITCP
COOPERTEIA - Cooperativa de Trabalho, Educação,
Inclusão e Autogestão

Apoiadores:
Ministério da Economia (antigo Ministério do
Trabalho)
Ministério Publico do Trabalho
Rede de Inclusão da Pessoa com Deficiência no
Mercado de trabalho

Elaboradores:
Alessandra Maria de Sousa
Marina Schiochet
Valmor Schiochet

Projeto Gráfico:
Midiã Fraga

Ilustração:
Camila Betoni

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Enloucrescer - Associação de Familiares, Amigos e
Usuários do Serviço de Saúde Mental do Município de
Blumenau, SC

A Enloucrescer tem como objetivo, possibilitar aos


usuários da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de
Blumenau/SC, o exercício pleno da cidadania, bem
como, o fortalecimento dos princípios da Reforma
Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial, através de ações
de reabilitação psicossocial.

É um espaço de promoção de saúde, de luta pelos


direitos dos associados e também um lugar de
propostas e criação de projetos que possibilitem a
geração de trabalho e renda e inclusão social.

Mediante a participação dos associados na Enloucrescer


podemos contemplar as questões da saúde mental em
outros espaços privados ou coletivos que contribuem
para a desconstrução do imaginário social acerca da
loucura.

Historicamente a associação esteve envolvida em


conquistas importantes na efetivação da reforma
psiquiátrica em Blumenau/SC.

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COOPERTEIA - Cooperativa de Trabalho, Educação,
Inclusão e Autogestão

A COOPERTEIA, constitui-se de integrantes do


movimento de Economia Solidária de Blumenau,
atuantes em projetos e atividades assessorados pela
Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares
(ITCP) da Universidade Regional de Blumenau (FURB).

A COOPERTEIA é uma cooperativa de trabalho que


visa fomentar por meio de sua atuação iniciativas de
educação, inclusão e autogestão para empreendimentos
e instituições, com base nos princípios e valores da
Economia Solidária.

A dinâmica de trabalho da cooperativa conta com


uma equipe multidisciplinar oriunda de formações em:
Ciências Sociais, Serviço Social, Psicologia, Ciências
Econômicas, Ciências Contábeis, Direito e Arquitetura e
Urbanismo.

O grupo compartilha uma noção de sociedade, na


qual “um outro mundo é possível”, onde se juntam
experiências e expectativas que promovem a
emancipação socioeconômica.

A COOPERTEIA atua junto aos Empreendimentos


Econômicos Solidários, Movimentos Sociais,
Organizações da Sociedade Civil organizada, Poder
Público e outros, buscando ser referência em apoio
a iniciativas de Economia Solidária das mais diversas
formas de organização e atuação, incluindo a promoção
da cidadania através do apoio a ações de saúde mental.

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As pessoas com
sofrimento mental
têm direito ao trabalho
“No campo da saúde mental, tendo como
referencia o processo da reforma
psiquiátrica brasileira, ancorado nos
pressupostos de desinstitucionalização e
cidadania, o trabalho é demandado
como um direito.”
Tathiana Meyre da Silva Gomes

Esta cartilha foi elaborada com a intenção de informar


os profissionais de saúde e sensibilizar empregadores
sobre o direito ao acesso às vagas de emprego por parte
das pessoas em sofrimento psíquico, especialmente as
diagnosticadas com um transtorno mental. Este texto é
fruto de uma discussão ocorrida entre profissionais da
saúde mental, associados da Enloucrescer (Associação
de Familiares, Amigos e Usuários do serviço de Saúde
Mental do Município de Blumenau) e da Rede de
Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de
Trabalho, e só foi possível por recursos provenientes do
Ministério Público do Trabalho.

Portanto, trata-se de um trabalho de divulgação


das formas de inserção pelo trabalho para pessoas
caracterizadas com “deficiência psicossocial”, conforme
a Lei Brasileira de Inclusão (13.146/15). Muita gente
desconhece o que vem a ser “deficiência psicossocial”.
Um conceito ainda novo para muitos profissionais da
saúde, bem como para aqueles envolvidos no campo
da inclusão no mercado de trabalho.

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No Brasil existe a Lei de Cotas para pessoas com
deficiência - PCD que exige que toda empresa
de grande porte – com cem ou mais empregados
– deverá preencher de 2% a 5% dos seus cargos,
com beneficiários reabilitados ou pessoas
portadoras de deficiência.

O conceito de deficiência, caracterizada como


impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma
ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena
e efetiva na sociedade em igualdade de condições com
as demais pessoas (13.146/15)1

A deficiência psicossocial se trata, portanto, de


um impedimento decorrente de um transtorno ou
sofrimento mental grave e crônico.

A deficiência psicossocial é uma categoria de deficiência


como outras já tradicionalmente conhecidas como:
deficiência física, visual, auditiva, intelectual e múltipla.
Vale esclarecer que a deficiência psicossocial não é
equivalente à deficiência intelectual. No Brasil pessoas
com deficiência psicossocial fazem parte do segmento
das pessoas com deficiência e podem ser incluídas nas
mesmas políticas públicas asseguradas na Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2012)2

1 BRASIL. Lei 13.146, de julho de 2015 que institui a Lei Brasileira de


Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência),
Brasília, DF, jul. 2015. Acesso em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
2 BRASIL. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,
Brasília, DF, 2012. Acesso em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/
app/sites/default/files/publicacoes/convencaopessoascomdeficiencia.pdf

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O reconhecimento da pessoa com sofrimento mental
severo como pessoa com deficiência é uma questão
de justiça, como refere o Artigo 1º da Lei Brasileira
de Inclusão da Pessoa com Deficiência (13.146/15),
destinada a assegurar e a promover, em condições de
igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades
fundamentais por pessoa com deficiência, visando à
sua inclusão social e cidadania.

Considerando os preceitos fundamentais do Movimento


de Reforma Psiquiátrica no Brasil, acredita-se que a
inserção das pessoas com transtorno mental no Mercado
de Trabalho, não deve necessariamente se colocar
como uma via de normalização. Isto se torna possível
na medida em que se consiga garantir determinados
direitos no acesso e manutenção ao trabalho formal
dessas pessoas, tais como flexibilidade na carga horária,
garantia de continuidade no tratamento médico e
terapêutico.
Para o campo da saúde mental, trata-se de, em primeiro
lugar, garantir acesso a um direito social negado
historicamente (Gomes, 2017). 3

3 GOMES, T. M. S. Trabalho e saúde mental: reflexões sobre a categoria


deficiência psicossocial e a metodologia do emprego apoiado. In:
CORREIA, L. C.; PASSOS, R. G. Dimensão jurídico-política da reforma
psiquiátrica brasileira: limites e possibilidades. 1 ed. Editora Gramma. Rio
de Janeiro, 2017.

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CARACTERIZAÇÃO
DAS DEFICIÊNCIAS4
Considerando que o Brasil é signatário da Convenção
da ONU sobre os direitos das Pessoas com Deficiência
desde 2009, a avaliação da deficiência está sendo
adaptada de seu modelo muito voltado para
critérios médicos, presente nos Decretos 3.298/99 e
5.296/2004, para um modelo biopsicossocial, em que
a pessoa deve ser avaliada no contexto em que vive, de
modo a compreender-se até que ponto o impedimento
corporal se torna deficiência por limitar suas atividades
e participação na sociedade em função das barreiras
existentes e da falta de apoios. A deficiência é um
reflexo da sociedade e do ambiente, não é somente
uma alteração no corpo.

Estamos em uma fase de transição entre os critérios


antigos e os que serão adotados após a regulamentação
do Instrumento de Funcionalidade Brasileiro IF-Br para
a Lei de Cotas.

Segundo a Lei 13.146/2015 – Lei Brasileira de Inclusão


da Pessoa com Deficiência (LBI):

Art 2°: §1º A avaliação da deficiência, quando


necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar e considerará:

4 MINISTÉRIO DO TRABALHO. Caracterização das deficiências -


orientações para fins de cumprimento do art. 93 da Lei nº 8.213/91
(documento elaborado pela Auditora-Fiscal do trabalho Lailah Vieira).
Brasília, DF, 2018.

12
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do
corpo;
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III - a limitação no desempenho de atividades; e
IV - a restrição de participação.

São consideradas como pessoa com Deficiência Mental/


Psicossocial àquelas que apresentem as características
abaixo, (as características das demais deficiências pode
ser consultado junto ao Ministério do Trabalho):

Deficiência Mental/
Psicossocial:
1. Transtorno do Espectro Autista: (conforme Lei 12.764/12)

1.1 deficiência persistente e clinicamente significativa


da comunicação e da interação sociais, manifestada
por deficiência marcada de comunicação verbal e
não verbal usada para interação social; ausência de
reciprocidade social; falência em desenvolver e manter
relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;

1.2 padrões restritivos e repetitivos de comportamentos,


interesses e atividades, manifestados por
comportamentos motores ou verbais estereotipados
ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva
aderência a rotinas e padrões de comportamento
ritualizados; interesses restritos e fixos.

Antes dessa Lei, não entravam para a cota, pois


inteligência é até superior à média. Foi importante haver
uma lei específica. Autismo de alto débito, Síndrome de
Asperger e outros diagnósticos entram neste item.

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2. Deficiência Mental (Psicossocial)

Conforme Convenção ONU, que faz a separação entre


deficiência Mental e Intelectual e trata das deficiências
“Psicossociais”, podemos enquadrar situações como a
Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos, excluindo
aqueles de curta duração, como o Transtorno Psicótico
Breve, e as que não trazem alterações duradouras nas
relações sociais e ocupacionais.

Importante observar que certas doenças mentais,


como depressão, ansiedades, síndrome do pânico,
podem até trazer limitações, mas como são curáveis a
partir dos conhecimentos de saúde atuais, não podem
ser enquadradas como deficiência, pelo menos até que
se tenha um instrumento de avaliação.

O laudo deverá informar se há outras doenças


associadas (comorbidades) e data de início de
manifestação da doença. Também assinalar
as habilidades adaptativas afetadas tais
como a) Comunicação; b) Cuidado pessoal; c)
Habilidades sociais; d) Utilização de recursos
da comunidade; e) Saúde e segurança; f)
Habilidades acadêmicas; g) Lazer; h) Trabalho.

3. Síndromes Epilépticas

Englobadas no código CID 10 G40.0 temos a epilepsia


em suas diversas apresentações. Um percentual
significativo, conhecido como Epilepsia Refratária,

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não pode ser controlada mesmo com uso massivo de
medicamentos e cirurgias neurológicas. Casos desse
tipo cursam com rebaixamento cognitivo, limitações
significativas de funcionalidade, efeitos colaterais
importantes dos medicamentos, assim como ocorre
nos transtornos psicóticos. Se houver presença de
rebaixamento cognitivo, comorbidades com alterações
motoras, é possível realizar o enquadramento como
deficiência mental ou até múltipla.

4. Déficits cognitivos originados após 18 anos

Engloba as pessoas que sofrem traumatismos cranianos,


acidentes vasculares cerebrais ou outros transtornos que
produzem sequelas cognitivas após os 18 anos de idade.

5. Deficiência Múltipla

Associação de duas ou mais deficiências. A empresa


deve marcar quais deficiências a pessoa apresenta
e comprovar cada uma delas com os documentos
descritos anteriormente.

6. Reabilitado

Pessoa que passou por processo de reabilitação junto


ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e recebeu
um Certificado de Reabilitação Profissional. Seja qual
for a doença de base e limitações funcionais a época
de reabilitação, mesmo que em outra empresa ou para
função diversa da que vai exercer, a reabilitação é
válida. Nenhum laudo de saúde é necessário.

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EMPREGO APOIADO/
TRABALHO DIGNO:
ORIENTAÇÃO PARA
EMPRESAS CONTRATANTES
Como já vimos, o direito às vagas de cotas por parte
de pessoas em sofrimento psíquico, com diagnóstico
de transtorno mental, é previsto em lei, mas cabe às
empresas contratantes se sensibilizarem quanto a
importância do acesso delas ao emprego. É necessário
que a empresa tenha disponibilidade para garantir
que a vaga em questão possa ser viável também às
necessidades do trabalhador, por vezes demandando
apoio e suporte para que este possa se manter no
trabalho.

“O suporte não está previsto como uma exigência


legal, mas pode promover benefícios, em especial
nas questões relacionadas a superação do estigma
acerca do transtorno. Para garantir a manutenção no
trabalho formal de parte desse público, a organização
do processo no trabalho precisa dispor de alguns níveis
de flexibilidade e adaptação” (Gomes, 2017).

IMPORTANTE: Caso necessário, procure suporte


junto às equipes de saúde mental do município,
nos Centros de Atenção Psicossocial, para
auxiliar neste importante processo de inclusão.

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OUTRAS FORMAS DE
INCLUSÃO PELO TRABALHO:
ECONOMIA SOLIDÁRIA
E SAÚDE MENTAL
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência da ONU também reconhece o direito das
pessoas com deficiência ao trabalho por meio da
promoção de oportunidades de trabalho autônomo,
empreendedorismo, desenvolvimento de cooperativas
e estabelecimento de negócio próprio. (CDPD -Art. 27,
letra “e”)

No Brasil nas últimas décadas surgiram inúmeras


experiências de inserção laboral de usuários da
saúde mental por meio da economia solidária ou
cooperativismo social.

As cooperativas sociais que são grupos de geração de


trabalho e renda organizados na forma de cooperativas,
com o objetivo de promover a inserção social, laboral
e econômica de pessoas em desvantagem, nos termos
do art. 3° da Lei n° 9.867, de 10 de novembro de 1999.

Também fazem parte do cooperativismo social os


empreendimentos econômicos solidários constituídos
por pessoas em situação de desvantagem em
organizações de caráter associativo que realizam
atividades econômicas, cujos participantes sejam
trabalhadores que exercem democraticamente a
gestão das atividades e a alocação dos resultados.

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Para a Saúde Mental o trabalho é uma importante
estratégia de reabilitação psicossocial na medida em
que o trabalho envolve práticas que visam promover
o protagonismo para o exercício dos direitos de
cidadania de usuários e familiares por meio da criação
e desenvolvimento de iniciativas produtivas articuladas
com os recursos do território e com as políticas de
habitação, educação, cultura e saúde, produzindo novas
possibilidades de projetos para a vida dos usuários da
saúde mental.

IMPORTANTE: Uma das formas de apoio


ao cumprimento dos dispositivos relativos
a inserção laboral da Saúde Mental é o
apoio das empresas e do setor público aos
empreendimentos cooperativos e associativos
de usuários de saúde mental.

ORIENTAÇÕES PARA
PREENCHIMENTO LAUDO
CARACTERIZADOR5
O trabalhador deverá concordar expressamente com
sua inclusão na cota da empresa e com o fornecimento
dos documentos à fiscalização. Para tanto, deverá
assinar o termo de consentimento ao final do laudo
5 MINISTÉRIO DO TRABALHO. Caracterização das deficiências-
orientações para fins de cumprimento do art. 93 da Lei nº 8.213/91
(documento elaborado pela Auditora-Fiscal do trabalho Lailah Vieira).
Brasília, DF, 2018.

18
caracterizador. Caso seja trabalhador reabilitado pelo
INSS, essa concordância também deverá ser registrada
por escrito (§2º do artigo 4º da LBI).

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA, DEFICIÊNCIA


MENTAL (PSICOSSOCIAL): deve ser anexado laudo,
com a conclusão sobre o diagnóstico e alterações das
habilidades adaptativas existentes.

DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA: cada uma deve ser


comprovada conforme descrito, com marcação dos
itens correspondentes no laudo.

REABILITADO PELO INSS: basta apresentar o certificado


de reabilitação emitido pelo INSS/Previdência Social
e a concordância do trabalhador em ser considerado
para a cota da Lei 8.213/91.

Ao final, há a conclusão de que a pessoa avaliada


está enquadrada legalmente nos critérios para o
enquadramento na reserva legal, o local para assinatura
do examinador e carimbo.

PREENCHIMENTO DO LAUDO/
ATESTADO
O Laudo deve ser legível e preferencialmente digitado.

Cabeçalho: é fundamental o preenchimento dos dados


que identifiquem o trabalhador, tais como o nome e
CPF.

19
Origem da deficiência: assinalar a opção correspondente
e anotar a CID. Quando decorrente de acidente de
trabalho, ocorrido na vigência do presente contrato,
anexar a CAT.

Descrição das alterações físicas, sensoriais,


intelectuais e mentais: este campo deve trazer o
detalhamento das alterações funcionais verificadas.

Descrição das limitações funcionais para atividades


da vida diária e social e dos apoios necessários:
fundamental a descrição de quais as dificuldades que
a pessoa apresenta para as atividades da vida diária.
Lembrar que não são necessariamente limitações para
o trabalho, mas dificuldades que ela apresenta em
comparação com alguém que não tenha as alterações
corporais. Não podem ser descrições genéricas.
Informar quando a pessoa necessita de apoios para as
atividades da vida diária.

Em seguida, o avaliador deverá marcar o tipo de


deficiência. Observar que, em caso de deficiência
múltipla, deve-se assinalar, descrever e apresentar
os documentos comprobatórios de cada uma das
deficiências que a compõem.

Observações: O laudo deverá conter o nome do


médico, a assinatura, e, ainda, o número do CRM
desse especialista na área de deficiência/doença do
(a) candidato(a) e o carimbo; caso contrário, o laudo
não terá validade. Este, também, deverá ser legível, sob
pena de não ser considerado válido.

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ATESTADO

Atesto para os devidos fins de direito que o (a) Sr.(a)

é portador Código Internacional de Doença (CID 10)


.

(tem direito as vagas de trabalho através das cotas os


diagnósticos de esquizofrenia, transtorno bipolar e
outros transtornos psicóticos)

Possuindo limitações associadas e habilidades


adaptativas nas seguintes áreas: (enumerar duas ou
mais habilidades adaptativas comprometidas)

a) - Comunicação;
b) - Cuidado pessoal;
c) - Habilidades sociais;
d) - Utilização de recursos da comunidade;
e) - Saúde e segurança;
f) - Habilidades acadêmicas;
g) - Lazer;
h) - Trabalho.

Pode ser incluído se identificado, data de inicio, grau


de autonomia.
Se deficiente com deficiência múltipla: especificar a
associação de duas ou mais deficiências:

Data da emissão deste Laudo:

Nome do médico/Especialidade/CRM/Carimbo

21
PARA SABER MAIS
BRASIL. Decreto 8.163, de 20 de novembro de
2013 (Institui o Programa Nacional de Apoio ao
Associativismo e Cooperativismo Social - Pronacoop
Social)

BRASIL. Lei 8.213, de 24 de julho de 1991 (Lei de Cotas


para Deficientes e Pessoas com Deficiência dispõe
sobre os Planos de Benefícios da Previdência e dá
outras providências a contratação de portadores de
necessidades especiais)

BRASIL. Lei 9.867, de 10 de novembro de 1999 (Dispõe


sobre criação e funcionamento de Cooperativas Sociais)

BRASIL, Lei Nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012.


(Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista);

BRASIL. Lei 13.146, de julho de 2015 que institui a


Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), Brasília, DF,
jul. 2015. Acesso em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm

BRASIL. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com


Deficiência, Brasília, DF, 2012. Disponível em: http://
www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/
files/publicacoes/convencaopessoascomdeficiencia.
pdf>.

Convenção sobre os Direitos das Pessoas


com Deficiência. Disponível em: https://www.
pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/
publicacoes/convencaopessoascomdeficiencia.pdf

22
GOMES, T. M. S. Trabalho e saúde mental: reflexões sobre
a categoria deficiência psicossocial e a metodologia
do emprego apoiado. In: CORREIA, L. C.; PASSOS, R.
G. Dimensão jurídico-política da reforma psiquiátrica
brasileira: limites e possibilidades. 1 ed. Editora Gramma.
Rio de Janeiro, 2017.

MINISTÉRIO DO TRABALHO. Caracterização das


deficiências-orientações para fins de cumprimento do
art. 93 da Lei nº 8.213/91 (documento elaborado pela
Auditora-Fiscal do trabalho Lailah Vieira). Brasília,
DF, 2018. Disponível em: http://sinicesp.org.br/
inclusao/publica%C3%A7%C3%B5es/orientacoes%20_
pcd_2018.pdf>

Rede de Saúde Mental e Economia Solidária. <http://


saudeecosol.org/biblioteca/>

SDH/SNPD. Novos Comentários à Convenção sobre


Direitos das Pessoas com Deficiência. Brasília, 2014.

SEVERO, A. A.; MALAGUEZ, F. D.; FERNANDES,


I. Nota técnica sobre o conceito de deficiência
psicossocial. Porto Alegre, 2016. Disponível em:
h t t p : //w w w. p o r t a l d e a c e s s i b i l i d a d e . r s . g ov. b r/
u p l o a d s / 1 5 0 9 0 3 8 4 5 4 N o t a _ Te c n i c a _ S o b r e _
Deficiencia_Psicossociall_2017_ _Versao_FINAL_com_
capa_1.pdf

23
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