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CENTRO UNIVERSITARIO BRASÍLIA DE GOIÁS

SÂMELLA VITÓRIA NERES SALDANHA PIMENTA

TODA HISTÓRIA PRECISA DE UM FINAL

São Luís de Montes Belos- GO


2023

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SÂMELLA VITÓRIA NERES SALDANHA PIMENTA

TODA HISTÓRIA PRECISA DE UM FINAL

Resenha do livro a morte é um dia que


vale a pena viver de Ana Claudia
Quintana, apresentado ao Centro
Universitário Brasília de Goiás

Prof. Wagner Gomes

São Luís de Montes Belos- GO


2023
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“Esperar alguma coisa significa não fazer porque o resultado não depende de nós”

A morte é um dia que vale a pena viver é um livro que nos mostra que a única
certeza que nós temos é que um dia vamos morrer, planejamos tantas coisas para
nossa vida como por exemplo nos casar, ter filhos, ter uma carreira de sucesso,
comprar uma casa, mas não é garantido que vamos conquistar essas coisas, e a
única certeza que temos da vida é que ela chega ao fim.

Quando criança a autora presenciou de perto a dor de sua avó diagnosticada


com doença arterial periférica, e com isso ela sentiu o desejo de tirar a dor das
pessoas, decidiu que queria ser medica, não foi fácil o caminho que ela percorreu,
na faculdade notou a frieza dos profissionais com a dor do paciente, viu que não se
tratava apenas da dor física, mas também do emocional, no internato com o primeiro
contato com um paciente, conheceu o senhor Antônio que estava com muita dor e
em estado terminal, sentiu que se tocasse ele durante a anamnese sentiria sua dor
também, não houve nada que ela pudesse fazer para aliviar a dor ou o medo de
morrer.

Com o peso de tantas mortes trágicas e ver tantos idosos morrendo sozinhos
em uma maca do pronto socorro, ela não aguentou e trancou a faculdade no 4
período, durante esse tempo que permaneceu afastada começou a terapia, se viu
em uma situação onde não poderia fazer nada para aliviar o paciente, quando
retornou a faculdade começou a trabalhar com a obstetrícia no tempo em que o
governo não fornecia anestesia para parto natural, pelo menos a dor das
parturientes era recompensada ao final. Começou a ser motivo de chacota entre
outros profissionais, como pode uma medica que não suporta ver sofrimento do
paciente. Na faculdade não se fala sobre a morte, nem como é morrer, não te
prepara para lidar com um paciente em estado terminal, como conversar com ele.
Ao final da graduação escolheu geriatria, pois pesou que se ficasse com as pessoas
mais próximas da morte talvez viesse a vê-la com mais leveza.

Cuidar de pessoas que morrem, como lidar com a dor do outro sem toma-la
para mim, após a morte de um paciente de 23 anos ela fez essa indagação. Levou
isso para a terapia e descobriu que com a terapia a gente se encontra com mais
abismos do que pontes. Estar com pacientes em estado terminal, não existe algo
mais sagrado do que estar com um paciente que está morrendo, pois não haverá
próxima vez, não tem ensaio, você pode ter três filhos, se casar mais de uma vez,
mas morrer é apenas uma única vez.

Todos nós merecemos sentir que temos valor, para estar com uma pessoa no
leito de morte é preciso cuidar de si mentalmente, para que não façamos a outra
pessoa se sentir um peso, ser mais um incômodo do que ajudar. O desafio de quem
quer estar ao lado de uma pessoa que esta morrendo é saber transformar o
sentimento dela em algo de valor, o sentimento de fracasso pela doença, em um
sentimento de orgulho pela coragem de enfrentar o sofrimento de finitude,
compreender que não há fracasso quando acontece a morte.
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“A honestidade de encarar o fim é algo que aperfeiçoamos durante a vida” as
pessoas não costumam falar sobre os fins, mas passamos grande parte da nossa
vida em sofrimento, quando perdemos alguém, um relacionamento, ou um sonho.
Saber perder é a arte de quem conseguiu viver plenamente que ganhou um dia,
cada morte simbólica, seja de uma realidade que conhecemos, deixando uma marca
que agora ficará fora de nossas vidas. A morte é uma realidade dura, mas para a
vida ter seu sentido é necessário ter um fim, e a melhor forma de ter esse fim é viver
como se fosse o ultimo dia, sem arrependimentos, sem mortes diárias.

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