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DIREITO CONSTITUCIONAL:
Direito à saúde.
• Fundamentos constitucionais:
• Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
• Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
• Fundamento convencional (art. 10 do Protocolo de San Salvador). Ver Caso Poblete Vilches vs. Chile (Corte IDH).
• 1. Toda pessoa tem direito à saúde, entendida como o gozo do mais alto nível de bem‑estar físico, mental e social.
• 2. A fim de tornar efetivo o direito à saúde, os Estados Partes comprometem‑se a reconhecer a saúde como bem público e, especialmente, a adotar as
seguintes medidas para garantir este direito:
Introdução:
• Dimensões subjetiva e objetiva do direito à saúde:
• “No tocante à primeira categoria, o direito à saúde é
tido como direito subjetivo a políticas públicas de
assistência à saúde, sendo ofensa a direito individual a
falta ou falha injustificada na sua prestação” (André de
Carvalho Ramos)
• Em complemento: É ilegítima a recusa dos pais à vacinação compulsória de filho menor por motivo de convicção filosófica.
Aspectos teóricos e práticos sobre a judicialização do direito à saúde:
• MPEPR / Banca própria / 2021: “O Ministério Público é parte legítima para pleitear tratamento médico ou entrega
de medicamentos nas demandas de saúde propostas contra os entes federativos, mesmo quando se tratar de feitos
contendo beneficiários individualizados, porque se refere a direitos individuais indisponíveis, na forma do art. 1º da
Lei 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público).” CERTO!
• Falta do serviço na localidade e/ou descumprimento de decisão judicial pelo Poder Público - custeio na iniciativa
privada:
• Na doutrina: Dirley da Cunha Júnior. Mais recentemente, na jurisprudência: STF. Plenário. RE 666094/DF, Rel.
Min. Roberto Barroso, julgado em 30/09/2021 (Repercussão Geral – Tema 1033) (Info 1032).
Determinação pelo Poder Judiciário de fornecimento de medicamentos
não registrados pela ANVISA (STF):
• “Fornecimento pelo Poder Judiciário de medicamentos não registrados pela ANVISA
• 2. A ausência de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impede, como regra geral, o
fornecimento de medicamento por decisão judicial.
• 3. É possível, excepcionalmente, a concessão judicial de medicamento sem registro sanitário, em caso de [1]
mora irrazoável da Anvisa em apreciar o pedido (prazo superior ao previsto na Lei 13.411/2016), quando
preenchidos três requisitos:
• a) a existência de [1] pedido de registro do medicamento no Brasil (salvo no caso de medicamentos órfãos
para doenças raras e ultrarraras);
• b) a existência de [2] registro do medicamento em renomadas agências de regulação no exterior; e
• c) a [3] inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil.
• (STF. Plenário. RE 657718/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
22/5/2019 - repercussão geral - Info 941).
• Exigência em provas: MPETO / Cespe / 2022; MPEPR / Banca própria / 2021 (2x); MPERS / Banca própria /
Requisitos para a concessão judicial de medicamentos não previstos
pelo SUS (STJ):
• “A concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a
presença cumulativa dos seguintes requisitos:
• a) Comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e circunstanciado expedido por
médico que assiste o paciente, da imprescindibilidade ou necessidade do medicamento,
assim como da ineficácia, para o tratamento da moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS;
• b) incapacidade financeira de arcar com o custo do medicamento prescrito;
• c) existência de registro do medicamento na ANVISA, observados os usos autorizados pela
agência.”
• (STJ. 1ª Seção. EDcl no REsp 1657156-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
12/09/2018 - recurso repetitivo - Info 633).
• Mas cuidado!
• A operadora de plano de saúde não pode negar o fornecimento de tratamento prescrito
pelo médico sob o pretexto de que a sua utilização em favor do paciente está fora das
indicações descritas na bula/manual registrado na ANVISA (uso off-label).
• STJ. 3ª Turma. REsp 1721705-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/08/2018 (Info
632).
• Críticas.
Produtos sem registro na Anvisa, mas com importação autorizada (STF):
• Tese fixada:
• “Cabe ao Estado fornecer, em termos excepcionais, medicamento que, embora
não possua registro na Anvisa, tem a sua importação autorizada pela agência
de vigilância sanitária, desde que [1] comprovada a incapacidade econômica do
paciente, [2] a imprescindibilidade clínica do tratamento, e [3] a impossibilidade
de substituição por outro similar constante das listas oficiais de dispensação de
medicamentos e os protocolos de intervenção terapêutica do SUS.”
• STF. Plenário. RE 1165959/SP, Rel. Marco Aurélio, redator do acórdão Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 18/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1161)
(Info 1022).
• 2. A operadora de plano ou seguro de saúde não é obrigada a arcar com tratamento não constante do
rol da ANS se existe, para a cura do paciente, outro procedimento eficaz, efetivo e seguro já
incorporado ao rol;
• 4. Não havendo substituto terapêutico ou esgotados os procedimentos do rol da ANS, pode haver, a
título excepcional, a cobertura do tratamento indicado pelo médico ou odontólogo assistente, desde
que (i) não tenha sido indeferido expressamente, pela ANS, a incorporação do procedimento ao rol da
saúde suplementar; (ii) haja comprovação da eficácia do tratamento à luz da medicina baseada em
evidências; (iii) haja recomendações de órgãos técnicos de renome nacionais (como Conitec e Natjus) e
estrangeiros; e (iv) seja realizado, quando possível, o diálogo interinstitucional do magistrado com
entes ou pessoas com expertise técnica na área da saúde, incluída a Comissão de Atualização do Rol de
Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar, sem deslocamento da competência do julgamento
do feito para a Justiça Federal, ante a ilegitimidade passiva ad causam da ANS.
• EREsp 1886929 e EREsp 1889704, da 2ª Seção, com julgamentos concluídos em 8 de junho de 2022.