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Legislações Previdenciárias e de

Seguridade social (saúde, assistência


social e previdência social)

UCS
Profa. Dra. Ivone Massola
Aula 3 – questões iniciais
Direito Previdenciário é um ramo do direito público. Ele é autônomo em relação aos demais ramos do
Direito.
Fontes materiais - sofrem influência econômica, política e social. São os fatores que interferem na
produção de suas normas jurídicas. Pode-se apontar, por fontes materiais do direito previdenciário as que
encontram os fundamentos do surgimento e da manutenção dos seguros sociais como estudamos na aula
1.
Fontes formais -bases do Direito Previdenciário estão na Constituição Federal e, consequentemente, as
outras normas jurídicas. Assim, são fontes do Direito Previdenciário: a Constituição Federal, a Emenda
Constitucional, a Lei Complementar, a Lei Ordinária, a Lei Delegada (até o momento nunca utilizada em
matéria previdenciária), a Medida Provisória, o Decreto Legislativo, a Resolução do Senado Federal, os
Atos Administrativos Normativos (Instrução Normativa, Ordem de Serviço, Circular, Orientação Normativa,
Portaria etc.), a jurisprudência dos Tribunais Superiores e da Turma Nacional de Uniformização dos
Juizados Especiais Federais.
Dentro das fontes formais
SEGURIDADE SOCIAL

ASSISTÊNCIA
SOCIAL PREVIDÊNCIA
SAÚDE “
“SOCIAL”
Assistência Social
Atender aos hipossuficientes
Não tem caráter contributivo

O benefício de prestação continuada é o benefício mais importante da assistência


social. Esse benefício, previsto no art. 203, V, da Constituição Federal, é
regulamentado pelos arts. 20, 20-A e 21 da LOAS e garante 1 salário mínimo à
pessoa com deficiência e ao idoso com 65 anos, ou mais, que comprovem não
possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua
família.

-LOAS - Lei 8.742/93


-Decreto 6.214/2007(RBPC) que regulamenta o benefício de prestação continuada da
assistência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso de que trata a Lei nº 8.742, de
7/12/1993
-Portaria Conjunta 03/2018 (MDS)
Assistência Social
Judicialização – se o pedido administrativo for negado

Um dos motivos de ser negado – art. 20 § 3º da LOAS – “renda familiar mensal per
capita igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo”.

o Tema 185 do STJ tem a seguinte tese firmada:

A limitação do valor da renda per capita familiar não deve ser considerada a única
forma de se comprovar que a pessoa não possui outros meios para prover a
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, pois é apenas um
elemento objetivo para se aferir a necessidade, ou seja, presume-se absolutamente
a miserabilidade quando comprovada a renda per capita inferior a 1/4 do salário
mínimo. 21/03/2014, Relator: NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Saúde
É um direito inclusivo e social, considerado fundamental, de responsabilidade do
Estado e de todos os entes federativos.

O art. 196 da Constituição a saúde é dever do Estado e Direito de todos. A CF


trata do Direito à saúde dos art. 196 a 200. A saúde fica numa dimensão de
direito fundamental social.

Lei 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e


recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes
Saúde
É um direito inclusivo e social, considerado fundamental, de responsabilidade do
Estado e de todos os entes federativos.
Dimensões:
Dimensão coletiva – pela criação de marcos mínimos de defesa e de fiscalização
da saúde pública (controle de vacinas, produção de alimentos,
medicamentos, etc.). Se aplica o Direito Público com a articulação de políticas
públicas. O órgão fiscalizador, no exemplo, das vacinas é a ANVISA (que tem
como responsabilidade criar marcos regulatórios).
Medicina social – objetiva não só a recuperação biológica, na manutenção da
saúde e na recuperação (prioritariamente deve-se atuar na saúde no viés
preventivo (art. 198, II da CF)
Dimensão individual – se a pessoa adoecer ela tem acesso universal dentro de
parâmetros da lei.
Saúde
Judicialização da saúde para conseguir medicamentos. Ver Lei 12.401/2011
Tema 500 do STF (04/12/2020) decidiu que:
1. O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais.
2. Em regra geral os medicamentos fornecidos pelo Estado precisam ter registro na ANVISA
3. É possível, excepcionalmente, a concessão judicial de medicamento sem registro sanitário,
em caso de mora irrazoável da ANVISA em apreciar o pedido (prazo superior ao previsto na
Lei nº 13.411/2016), quando preenchidos três requisitos: (i) a existência de pedido de registro do
medicamento no Brasil (salvo no caso de medicamentos órfãos para doenças raras e
ultrarraras); (ii) a existência de registro do medicamento em renomadas agências de regulação
no exterior; e (iii) a inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil.
4. As ações que demandem fornecimento de medicamentos sem registro na ANVISA deverão
necessariamente ser propostas contra a União.
Atente que a próxima lâmina é nova, não está na vídeoaula
A Lei 14.313/2022 alterou a Lei Orgânica da Saúde e incluiu o art. 19-T na mesma o qual dispõe que é
possível em alguns casos esse fornecimento:
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS:
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento, produto e procedimento clínico ou
cirúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária –
ANVISA;
II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento e produto, nacional ou
importado, sem registro na Anvisa. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo: (Incluído pela Lei nº 14.312, de 2022)
I - medicamento e produto em que a indicação de uso seja distinta daquela aprovada no registro
na Anvisa, desde que seu uso tenha sido recomendado pela Comissão Nacional de Incorporação
de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), demonstradas as evidências científicas
sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança, e esteja padronizado em protocolo
estabelecido pelo Ministério da Saúde; (Incluído pela Lei nº 14.312, de 2022)

II - medicamento e produto recomendados pela Conitec e adquiridos por intermédio de organismos


multilaterais internacionais, para uso em programas de saúde pública do Ministério da Saúde e suas
entidades vinculadas, nos termos do § 5º do art. 8º da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999.
(Incluído pela Lei nº 14.312, de 2022)
Saúde/SUS
Previdência social
A Previdência social visa amparar e proteger o trabalhador e seus
familiares em caso de algum risco social lhe gerando uma renda
caso ocorram situações em que ele seja obrigado a interromper sua
atividade, como por exemplo: acidente, doença, maternidade,
invalidez, prisão, morte ou aposentadoria.

A Constituição Federal de 1988 elegeu três regimes de Previdência:


RGPS (Regime Geral de Previdência Social); RPPS (Regime Próprio
de Previdência Social) e RPC (Regime de Previdência
Complementar).
Previdência social
Previdência social
Previdência social
A previdência se caracteriza na questão social e não pode rejeitar o risco.
Existem algumas vedações, como por exemplo as doenças preexistentes
antes da filiação, mas ainda assim como veremos no semestre, os
agravamentos podem ter cobertura.

Não se dá cobertura quando o segurado ingressa no sistema com a doença


consolidada. Mas a pessoa pode se vincular ao RGPS, com a ressalva de
que ela terá cobertura quanto aos demais riscos (contingências).
Os riscos estão no art. 201 da CF e seus parágrafos, mas não por um
problema já preexistente, somente o seu agravamento.
A questão do Direito Adquirido
LINDB - Lei de princípio:
Introdução às Prev. Social tempus
Normas do Direito O STF, desde pelo menos 2015, vem decidindo regit
Brasileiro que não há direito adquirido a regime jurídico actum
(julgamento do MS 26.646, Relator Ministro Luiz
lei nova, passa a vigorar 45 dias Fux.).
depois de oficialmente Os benefícios previdenciários são concedidos e
publicada calculados de acordo com as normas vigentes na
data em que foram cumpridos todos os requisitos
para a sua concessão. É por isso, por exemplo,
que na verificação da concessão de benefícios
previdenciários do regime geral se usa o marco de
11/11/2019 para verificar as regras de transição do
segurado.
A questão do Direito Adquirido – particularidades
para a Previdência Social
princípio:
2 tempus
no exercício de um direito é se se pode falar que regit
1 ele foi efetivamente adquirido. Ele faz parte do actum
patrimônio jurídico do cidadão e por isso se a
subjetivo – é adquirido mesmo pessoa tem todas as condições de exercício ela
que não haja o seu exercício pode fazê-lo a qualquer momento.
Bons estudos!
Professora Ivone

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