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AULA 3

DEFICIÊNCIA VISUAL

Prof. Amaury Dudcoschi Junior


CONVERSA INICIAL

Olá, amigos e amigas. Sejam bem-vindos!


Nossa terceira aula tem como objetivo a compreensão de como se
desenvolve a alfabetização da criança com deficiência visual.
Para podermos atingir esse objetivo, vamos primeiramente compreender o
processo de desenvolvimento da criança, os recursos e metodologias utilizados
que possibilitam à criança com deficiência visual o domínio da leitura e da escrita.
O tema da aula foi organizado nos seguintes tópicos:

 o processo alfabetização e a criança com deficiência visual;


 o sistema braille;
 mãos que leem;
 a alfabetização por meio do sistema braille;
 mais recursos para auxiliar a alfabetização em braille.

Esperamos que, ao final da aula, esse conhecimento possa acrescentar na


formação de cada um, contribuindo para a reflexão sobre a importância da
alfabetização da criança com deficiência visual, como forma de instrumentalizá-la
para uma vida independente, de plena realização.

CONTEXTUALIZANDO

A aquisição da escrita é um processo que acontece num ritmo próprio, o


qual deve ser respeitado. Com as inferências necessárias, será alcançada pela
criança, e pode ser assimilada em qualquer idade. Porém, deve haver um cuidado
especial para que a cobrança imposta, a partir da educação formal, esteja
adequada à fase de desenvolvimento da criança.
Pesquisando as teorias do desenvolvimento e suas relações,
principalmente com a escrita, percebemos que o estágio de desenvolvimento é
uma construção, num processo contínuo do desenvolvimento humano, e que o
estímulo a essa prática é de essencial importância para o êxito, com o crédito do
conhecimento prévio do aprendiz.
Com base nessa percepção, entendemos que, durante o processo de
alfabetização, o professor deve criar oportunidades que possibilitem que a criança
com deficiência visual seja estimulada a partir de suas necessidades e saberes.
O investimento em métodos, recursos e o planejamento de atividades,
adequados às necessidades da criança/aluno com deficiência visual, e um

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professor comprometido a considerar as particularidades desse aluno
proporcionarão uma aprendizagem significativa.

TEMA 1 – O PROCESSO ALFABETIZAÇÃO E A CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA


VISUAL

Estudos sobre o desenvolvimento da criança nas últimas décadas


ressaltam que, nos primeiros anos de vida, se forma a base para o futuro da
criança.

As ciências que se debruçaram sobre a criança nos últimos cinquenta


anos, investigando como se processa o seu desenvolvimento, coincidem
em afirmar a importância dos primeiros anos de vida para o
desenvolvimento e aprendizagem posteriores. E têm oferecido grande
suporte para a educação formular seus propósitos e atuação (Brasil,
2001).

As teorias construtivista e histórico-social postulam que é necessário


respeitar o repertório comportamental da criança e seus propósitos, sem impor-
lhe maneiras de agir e de pensar que não correspondam a suas necessidades e
competências atuais, afirmando que a aprendizagem ocorre pela contínua
interação entre as estruturas orgânicas e as condições sociais em que a criança
vive.
Assim, por meio do contato com outras pessoas e com o meio social, a
criança vai se apropriando do conhecimento e tem orientada a sua interação mais
para a afetividade ou para a cognição. Embora ocorra essa alternância, a criança,
organiza as conquistas de cada função (cognitiva ou afetiva), incorporando-as à
fase seguinte, fazendo as regulações necessárias (Galvão, 1995).
Diante disso, podemos perceber que estimular a criança desde cedo é
fundamental para seu desenvolvimento e, com a criança com deficiência visual,
não é diferente, pois ela também é capaz de perceber seu meio social e aprender
com essa interação por meio dos outros sentidos.
Nesse sentido, Mosquera (2010) afirma a importância da família nesse
processo.

A família tem um papel importante nessa primeira fase e a estimulação


da criança cega também passa por atividades que tenham alguma
semelhança com a forma da escrita braille. Se esse cuidado for atendido,
a criança sofrerá um atraso menor que o previsto quando ingressar nas
séries iniciais do ensino fundamental. (Mosquera, 2010, p. 81)

A principal diferença entre a criança com deficiência visual e a criança


vidente reside no fato de que, esta forma conceitos sobre leitura por meio do
contato com a escrita, que ocorre desde muito cedo, na rua, na TV, jornais e em

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diversas situações, ao passo que a criança com deficiência visual só tem esse
contato bem mais tarde, pois o sistema de leitura e escrita braille ainda é muito
restrito ao uso somente do deficiente visual, dificultando o acesso a essa
comunicação antes de seu ingresso na escola.
O processo de alfabetização da criança com deficiência visual deve ser
baseado em atividades que explorem os sentidos senso-motores, ou seja, o tato,
a audição, o olfato, pois é por meio desses sentidos que ela enxerga o mundo e
constrói conhecimento. Portanto, como já dissemos, a estimulação sensorial e
motora é fundamental para a alfabetização da criança com deficiência visual.
De acordo com Bruno (2006, p. 48), “Os jogos de construção, o fazer,
desfazer, a curiosidade pela construção e elaboração do outro em argila, massas,
pinturas e desenhos em relevo é que permitem a criança perceber, compreender,
apreciar e utilizar diferentes linguagens representativas”.
Assim como a criança vidente, a criança com deficiência visual também
necessita de um ambiente alfabetizador que lhe oportunize compreender e
elaborar sua percepção do mundo, por meio de recursos táteis. Nesse sentido,
“Um ambiente alfabetizador é aquele que promove um conjunto de situações reais
de leitura e escrita nas quais as crianças têm oportunidade de participar”. (Bruno,
2006, p. 56).
A criança com deficiência visual precisa da experiência física com os
objetos, para que ocorra o processo de alfabetização, e de metodologias que
proporcionem significado concreto ao seu aprendizado. Para isso, são
importantes a criatividade e o comprometimento do professor no sentido de
considerar as particularidades desse aluno.
Mosquera (2010) sugere a adoção da Teoria Sistêmica como
fundamentação de qualquer método de educação inclusiva, pois contempla as
diversas áreas do conhecimento. “A Teoria Sistêmica, ou enfoque interdisciplinar,
é uma teoria que consegue dialogar com os diversos saberes na escola inclusiva”
(Mosquera, 2010, p. 85).
Poderíamos, aqui, discorrer sobre diversas teorias e métodos de
alfabetização, no entanto, alfabetizar crianças com ou sem deficiência visual é um
processo que exige adaptações, “propostas criativas e interessantes que
diversifiquem as formas de aprendizagem” (Mosquera, 2010, p. 86). Não há uma
fórmula pronta!
No processo de alfabetização de uma criança com deficiência visual, o mais
importante é o professor compreender o aluno na sua totalidade, e não somente
pela deficiência.

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TEMA 2 – O SISTEMA BRAILLE
Como vimos na aula anterior, o sistema braille foi elaborado com base em
um código militar de comunicação noturna, formado por pontos em relevo, criado
por um oficial francês. Louis Braille adaptou e simplificou o código de Barbier e,
em 1825, criou o método, também conhecido como leitura tátil.

O Sistema Braille é conhecido universalmente como código ou meio de


leitura e escrita das pessoas cegas. Baseia-se na combinação de 63
pontos que representam as letras do alfabeto, os números e outros
símbolos gráficos. A combinação dos pontos é obtida pela disposição de
seis pontos básicos, organizados espacialmente em duas colunas
verticais com três pontos à direita e três pontos à esquerda de uma cela
básica denominada cela Braille. (Carvalho; Custodio; Carvalho, 2010, p.
12).

Com base na criação desse sistema, abriu-se uma nova possibilidade para
a educação da criança com deficiência visual, que possibilitaria a aprendizagem
também da leitura e escrita, sendo, atualmente, o sistema usado em todo o mundo
para esse fim.
O primeiro livro escrito em braille Procedimento para escrita de palavras,
música e canto com pontos, data de 1829 e foi escrito por Louis Braille com o
objetivo de divulgar o alfabeto por ele criado (Figura 1).

Figura 1 – Livro de 1829 de Louis Braille: “Procédé pour écrire les paroles, la
musique et le plain-chant au moyen de point” (procedimento para escrita de
palavras, música e canto com pontos – em tradução literal)

Fonte: Winter, 2016.

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A Fundação Dorina Nowill foi a responsável pela difusão de livros em braille
no Brasil, sendo que, atualmente, o contato com esse tipo de leitura – livros,
revistas, cardápios e até avisos em locais públicos como nos ônibus, teclados de
caixa eletrônico – está mais presente no dia a dia das pessoas.

TEMA 3 – MÃOS QUE LEEM

A partir da criação do sistema braille, a compreensão de que a criança


deficiente visual também poderia ser alfabetizada trouxe uma nova postura em
relação ao que deveria ser estimulado no período de pré-alfabetização, ou seja,
no período que hoje conhecemos como pré-escolar.
Nessa fase, a ênfase é na aprendizagem lúdica, concreta, na qual a criança
aprende por meio do contato e da manipulação de objetos, da interação com
outras crianças, da percepção do próprio esquema corporal, da brincadeira.
Portanto, como já vimos anteriormente, se a criança com deficiência visual
receber esses estímulos, principalmente tátil e sinestésico, terá menos
dificuldades no processo de alfabetização.
Mosquera (2010) aponta os aspectos que devem ser desenvolvidos nessa
fase, a qual ele denomina iniciação ao braille.

Para iniciar o braille, é necessário que o aluno esteja apto a movimentar


os dedos com certa precisão e coordenação. Além do sistema tátil, que
encontra consonância com o que se está sentindo, há também outro
sistema em ação: o sistema háptico, uma interpretação que fazemos
com nossos músculos e outros sistemas para reconhecer o que estamos
tocando. É uma sensibilidade mais profunda. Por esse motivo, a criança
cega deve ser estimulada a exercitar a coordenação motora fina
(Mosquera, 2010, p. 71)

As atividades lúdicas favorecem qualquer processo de aprendizagem, tanto


para crianças com deficiência visual quanto para as videntes.
A formação de conceitos para uma criança com deficiência visual ocorre
por intermédio do que ela percebe com os outros sentidos, assim, proporcionar
atividades como pintura com os dedos, construção de maquetes, utilizar materiais
como areia, terra, plantas, instrumentos musicais são atividades que contribuem
para aprimorar a sensibilidade das mãos, excitar o reconhecimento dos espaços
físicos, provocando reflexões e a compreensão sobre o mundo que a cerca
(Mosquera, 2010).
Existe uma infinidade de recursos de baixo custo que podem ser utilizados
em inúmeras atividades sensório-motoras:

 tocar em objetos suspensos com as mãos e pés;

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 colar (grãos, bolinhas de papel, palito, barbante);
 pintura a dedo;
 massa de modelar;
 amassar papel;
 corda, barbante, palitos de sorvete, para criar formas e traçados;
 rolar a bola;
 bater a bola no chão e agarrar em seguida;
 jogar bola de mão e mão;
 jogos de encaixar;
 blocos lógicos;
 enfileirar, empurrar sem desfazer.

Mosquera (2010) fornece alguns exemplos de atividades que podem ser


desenvolvidas com esse tipo de matérias:

Com palitos de fósforos ou de sorvetes, podemos pedir que organizem


quadrados, retângulos, linhas paralelas, cruzamentos, etc. Isso vai
ajudar o aluno a compreender o que é uma quadra, um cruzamento de
ruas, a entender o que queremos dizer sobre ruas paralelas etc.
Com barbantes, podemos formar círculos de diversos tamanhos,
montagens que representem a realidade da criança ou aluno. Sugerimos
que o aluno fique dentro e fora dos círculos, pois é aí que se dá o início
da representação mental sobre conceitos abstratos (Mosquera, 2010, p.
74)

Independentemente do método, dos materiais e da forma como são


desenvolvidas essas atividades com crianças com deficiência visual, é preciso
conhecer o aluno, compreender suas necessidades e propor um planejamento
visando o manuseio dos materiais do braille, e consequentemente a alfabetização.

TEMA 4 – A ALFABETIZAÇÃO POR MEIO DO SISTEMA BRAILLE

Para entender melhor como funciona o sistema braille, vamos fazer uma
comparação com o sistema alfabético de forma bastante simples.
A alfabetização ocorre quando a criança domina o conhecimento do
alfabeto e suas combinações para formar letras e palavras e passa a interpretá-
las, dando-lhes significados – usa o sentido da visão. Para a criança com
deficiência visual, o processo é o mesmo, o que muda é o sistema de leitura e
escrita. Em vez do alfabeto, ela aprende por meio do sistema braille, que combina
seis pontos para formar as letras, sílabas e palavras e, também, passa a
interpretá-las, dando-lhes significados – usa o sentido do tato.

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A escrita braille é feita em relevo, em um espaço chamado cela braille,
composto por seis espaços alinhados em duas colunas (Figura 2).

Figura 2 – Representação da cela usada para escrita em braille

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Com uma punção, dentro de uma espécie de régua, a raglete (Figura 3),
são pressionadas as áreas dentro das celas, para criar os pontos que ficarão em
relevo.

Figura 3 – Raglete e as celas para perfuração. Cada retângulo da imagem


representa uma cela

Fonte: Mosquera, 2010, p. 74.

O papel utilizado para a escrita em braille possui uma espessura maior que
o papel comum, pois a pressão feita com a punção cria pequenas saliências, que
no papel de menor gramatura não seria possível perceber.
Outro recurso para iniciar a alfabetização em braille é o giro-braille,
composto por três cubos giratórios com pontos em relevo representando o
alfabeto braille (Figura 4)

Figura 4 – Giro-braille

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Fonte: Adaptafácil, 2018.

O alfabeto braille é uma combinação dos seis pontos, que compõem a cela
braille. São possíveis 64 combinações diferentes e assim formam o alfabeto, os
números, sinais gráficos como podemos ver na Figura 5.

Figura 5 – Alfabeto, números e sinais gráficos em braille

Fonte: Araújo, 2018.

A compreensão do sistema braille vai se formando a partir de exercícios


que auxiliam no domínio da técnica para a utilização dos instrumentos para a
escrita, como furar isopor ou papelão com lápis, enrolar papel, brincar com
massinha, são atividades que auxiliam no desenvolvimento da coordenação
motora fina e do sentido tátil. “[...] porque as celas em braille são muito pequenas;

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depois porque as formas de manipular a punção e as ragletes exigem do aluno
um mínimo de maturidade psicomotora. O aluno também vai precisar de uma
sensibilidade maior na mão para a leitura dos relevos no papel” (Mosquera, 2010,
p. 79).
A leitura em braille é realizada pela percepção tátil das combinações do
alfabeto braille. Assim, percorrendo os pequenos pontos em relevo o aluno vai
decifrando a escrita (Figura 6).

Figura 6 – Leitura braille

Fonte: http://ares.hosbos.com.br/blog/materias/conheca-o-sistema-braille/

Atualmente, existem livros que podem ser lidos tanto por leitores videntes
como por pessoas com deficiência visual (Figura 7).

Figura 7 – Livros do Acervo da Fundação Cultural de Curitiba com fonte ampliada


e braille.

Fonte: Casas, 2015.

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Como vimos, o sistema braille, mesmo sendo bastante específico, é um
sistema de escrita e leitura que guarda as mesmas características de dificuldade
e aprendizagem que os sistemas alfabéticos, sua singularidade reside na forma
de leitura que utiliza o sentido do tato e não da visão.

TEMA 5 – MAIS RECURSOS PARA AUXILIAR A ALFABETIZAÇÃO EM BRAILLE

Além da raglete para a escrita em braille, existe a Perkins-Brailler, uma


máquina criada por Frank Hall, em 1882, sendo a mais utilizada para esse fim.
“Essa máquina possui seis teclas, uma para cada ponto da cela braille. Além das
seis teclas, possui também uma tecla usada como espaçador, localizada no centro
do teclado, outra para mudança de linha e uma para retrocesso” (Mosquera, 2010,
p. 82).
As teclas devem ser pressionadas sozinhas ou juntas, dependendo da letra
que deverá ser gravada (Figura 8).

Figura 8 – Maquina Perkins-Brailler para escrita em braille

Fonte: Electric, 2018.

A utilização da máquina é semelhante à uma máquina de escrever, na qual


o papel é enrolado em um lugar próprio. A digitação também é semelhante as
máquinas de escrever ou teclado do computador e também utiliza o mesmo papel
usado com a raglete.
Por ser um equipamento que demanda um custo relativamente alto, são
poucas as escolas que a utilizam na alfabetização de crianças, usando
inicialmente a raglete.
Como vimos até aqui, o sistema braille possibilita a alfabetização da criança
com deficiência visual, ou seja, é um sistema no qual ela passa a conhecer as
letras e os números e assim formar palavras e frases e ler o que está escrito,

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assim como a criança que aprende o alfabeto por meio do sistema alfabético
convencional.
Com uma proposta de aprendizagem dos números e cálculos matemáticos,
o soroban ou ábaco (Figura 9) é um instrumento bastante antigo que ficou
conhecido a partir do trabalho de um professor japonês que, em 1662, publicou o
livro Embrião do soroban, tomando por base um ábaco que trouxera da China
(Mosquera, 2010).

O soroban é um material simples de confeccionar em formato de


retângulo, com uma moldura de madeira ou qualquer material resistente,
dividido por uma régua de numeração, que separa a parte superior da
inferior. A régua é dividida em seis partes iguais, com pontos salientes
de três em três hastes, que representam as unidades, dezenas e
centenas de cada classe.
A parte inferior do soroban é composta por quatro pontos salientes em
cada haste, podendo, assim, ser realizadas quatro contas. Na parte
superior, temos apenas um ponto saliente, responsável por uma conta.
(Mosquera, 2010, p. 95)

Figura 9 – Soroban

Fonte: Tecnologia, 2018.

Para usar o soroban, os pontos em relevo são movimentados em direção à


régua, formando os números. Quando todos os relevos estão afastados da régua
(Figura 9) temos o número zero. É dessa forma que ele deve começar a ser usado.
Para formação dos números, as contas são movidas na direção da régua da
seguinte forma: cada conta da parte inferior é igual a um, assim se movermos três
contas em direção à régua, teremos o número 3. Na parte superior, onde há
somente uma conta, esta equivale a cinco unidades, então se na mesma haste
subimos as três contas, baixarmos a que se encontra na parte superior, teremos
o número 8.
No soroban os números são escritos e lidos a esquerda para a direita, ou
seja, a partir da ordem mais elevada
Além desses recursos, fundamentais para leitura e escrita da pessoa com
deficiência visual, os avanços na área de tecnologias trouxeram várias outras

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formas que contribuem para que essas pessoas tenham acesso ao conhecimento,
como os áudio-livros, programas de computadores com sintetizador de voz, e as
tecnologias assistivas de educação.

FINALIZANDO

Chegamos ao final de nossa aula e, com o que tivemos oportunidade de


estudar, pudemos entender um pouco mais sobre a alfabetização da criança com
deficiência visual.
Como falamos no início, todo processo de alfabetização de crianças deve
ser precedido por estímulos que possibilitarão o seu amadurecimento sensorial,
motor e cognitivo. Esses aspectos são importantes no desenvolvimento do ser
humano, para que a aquisição da leitura e da escrita ocorram de forma mais
natural possível.
Vimos que a alfabetização da criança com deficiência visual possui
características distintas, pois usa um sistema de escrita próprio, no qual ela lê
com o tato – o sistema braille, que pudemos conhecer e aprender como utilizá-lo
e, também, aprendemos como funciona o soroban.
Ficou evidente a importância de conhecer as necessidades primordiais da
criança com deficiência visual, e os recursos adequados, para, assim, orientar
melhor a ação educativa no processo de alfabetização, sem impor-lhe maneiras
de agir e de pensar que não correspondam às suas necessidades e competências.

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LEITURA OBRIGATÓRIA

Aprendizagem dos alunos com deficiência visual


SILVEIRA, C. M. Professores de alunos com deficiência visual: saberes,
competências e capacitação. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade
de Educação, PUCRS, Porto Alegre, 2010. Disponível em:
<http://meriva.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/2898/1/000421421-
Texto%2BCompleto-0.pdf>. Acesso em: 23 maio 2018.

Outros métodos para leitura e escrita


MOSQUERA, C. F. F. Deficiência visual na escola inclusiva. Curitiba: Ibpex, 2010.
p. 97-98.

PARA aprender braille na internet: software público e gratuito que pode ser usado
online e instalado no computador. Braille Virtual, 2004. Disponível em:
<http://www.braillevirtual.fe.usp.br/pt/index.html>. Acesso em 23 maio 2018.

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REFERÊNCIAS

ADAPTAFÁCIL. Diversos. Disponível em:


<http://adaptafacil.com.br/acessibilidade-individual/deficiencia-visual/diversos>.
Acesso em: 23 maio 2018.

ARAÚJO, A. P. Braille. InfoEscola. Disponível em:


<https://www.infoescola.com/portugues/braille/>. Acesso em: 23 maio 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014. Diário


Oficial da União, Brasília, DF, 26 jun. 2014. Disponível em:
<http://fne.mec.gov.br/images/doc/pne-2014-20241.pdf>. Acesso em: 23 maio
2018.

BRUNO, M. M. G. Educação Infantil: saberes e práticas da inclusão: dificuldades


de comunicação sinalização: deficiência visual. Brasília: Secretaria de Educação
Especial, 2006.

CARVALHO, L. R.; CUSTODIO, W. G.; CARVALHO, S. D. de. Atendimento


Educacional Especializado AEE: perspectivas para a educação inclusiva em
Goiás. Caderno 2. Goiás: Secretaria da Educação, Coordenação de Ensino
Especial, 2010.

CASAS da Leitura e Tubotecas têm livros falados e em braille para empréstimo.


Prefeitura de Curitiba, 10 jul. 2015. Disponível em:
<http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/casas-da-leitura-e-tubotecas-tem-livros-
falados- e-em-braille-para-emprestimo/36970>. Acesso em: 23 maio 2018.

ELECTRIC Blue Perkins Brailler. Perkins school for the blind. Disponível em:
<http://www.perkinsproducts.org/store/en/braillers/242-electric-blue-perkins-
brailler.html>. Acesso em: 23 maio 2018.

GALVÃO, I. Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil.


São Paulo: Vozes, 1995.

MOSQUERA, C. F. F. Deficiência visual na escola inclusiva. Curitiba: Ibpex,


2010.

TECNOLOGIA assistiva. Disponível em:


<http://marioramaobenevides.blogspot.com.br/2012/10/a-tecnologia-assistiva-e-
um-termo-para.html>. Acesso em: 23 maio 2018.

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WINTER, B. Braille’s most famous book. Perkins school for the blind. Disponível
em: <http://www.perkins.org/stories/brailles-most-famous-book>. Acesso em: 23
maio 2018.

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