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TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA
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TEMA 1 – SINAIS DE ESPECTRO AUTISTA ASSOCIADO: FUNDAMENTO DA
MUDANÇA CONCEITUAL
Diferentes graus de
TGD
comprometimento
Espectro ou
transtorno? TEA
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detecta um maior número de traços e mais cedo, o que abre um diagnóstico mais
preciso e consequentemente um aumento no índice oficial de casos.
Considerando que o DSM-4 classificava de outra forma o autismo, percebe-
se que ainda prevalece uma confusão entre a compreensão atual do TEA e a
forma anterior como o autismo ou os autismos eram analisados. Observe o
organograma a seguir.
Figura 1 – Organograma
1 - Autismo Clássico
4 - Transtorno Global do
Desenvolvimento não
específico
5 - Síndrome de Asperger
1Estes três desvios, que ao aparecerem juntos caracterizam o autismo, foram chamados por Lorna
Wing e Judith Gould, em seu estudo realizado em 1979, de “Tríade”. A Tríade é responsável por
um padrão de comportamento restrito e repetitivo, mas com condições de inteligência que podem
variar do retardo mental a níveis acima da média (Mello, 2007, p. 15).
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• O TEA pode ser a síndrome principal, que coexiste com traços ou aspectos
de outras síndromes secundárias;
• O TEA pode ser a síndrome secundária, pois apenas alguns traços ou
aspectos se fazem presentes em relação a uma outra síndrome principal;
• O TEA pode ser a única síndrome, porém, com espectros variados
conforme cada indivíduo.
Figura 2 – Classificação
Severo
Moderado
Leve
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enquanto no primeiro a criança apresenta um desenvolvimento uniformemente
defasado, no autismo o perfil de desenvolvimento é irregular”.
Silva, Gaiato e Reveles (2012, p. 29) apresentam uma interessante
analogia para explicar o espectro autista:
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Figura 3 – Prioridades
• DEFICIÊNCIA
MUDANÇAS
CONCEITUAIS
- de doença à síndrome
• INCAPACIDADE
MUDANÇAS
CONCEITUAIS
- de causa afetiva à cognitiva
• DESVANTAGEM
MUDANÇAS
CONCEITUAIS
- de base psicogênica à base biológica
• PREVALÊNCIA
MUDANÇAS
CONCEITUAIS
- de quadros raros a quadros frequentes
• TERAPÊUTICAS
de tratamentos antipsicóticos ao tratamento de sintomas-alvo
MUDANÇAS
CONCEITUAIS de psicoterapia de base analítica a abordagens pedagógicas com base
cognitivo-comportamental
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Nesse sentido, um dos equívocos mais cometidos acontece durante a
avaliação de uma criança que apresenta um quadro grave de atraso de fala ou de
linguagem em geral: o profissional — tanto da área clínica, que faz o diagnóstico,
como da área institucional, que faz a avaliação cognitiva — pode chegar a uma
conclusão equivocada, pois os espectros do TEA possuem algumas
características que podem se confundir com Transtornos Específicos de
Linguagem (Specific Language Impairment – SLI), tais como: Transtorno
Semântico Pragmático, Transtorno de Aprendizagem não Verbal (TANV), entre
outros.
Um Transtorno Específico de Linguagem, na definição de Befi-Lopes (2004,
p. 989), é definido como
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1. Dificuldade de linguagem expressiva e/ou receptiva, sendo a compreensão
normalmente melhor do que a expressão.
2. Atraso na aquisição das primeiras palavras.
3. Falha na discriminação dos fonemas.
4. Frases mal elaboradas (algumas vezes sem artigos, preposições ou
concordância verbal).
5. Fonologia, semântica, sintaxe e pragmática são atingidas em graus
diferentes. Uma criança pode ter mais dificuldade para produzir os fonemas
da língua, enquanto outra tem mais dificuldade para construir frases
gramaticalmente corretas.
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TEMA 4 – O TRANSTORNO INVASIVO DO DESENVOLVIMENTO (TID)
Conforme análise realizada pelo Dr. Jair de Jesus Mari (2019) para a ONG
Autismo & Realidade, observa-se que
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Nova edição do DSM trouxe uma nova estrutura de sintomas, e a tríade
de sintomas que modela déficits de comunicação separadamente de
prejuízos sociais do DSM-IV, que foi substituído por um modelo de dois
domínios composto por um domínio relativo a déficit de comunicação
social e um segundo relativo a comportamentos/interesses restritos e
repetitivos. Além disso, o critério de atraso ou ausência total de
desenvolvimento de linguagem expressiva foi eliminado do DSM-5, uma
vez que pesquisas mostraram que esta característica não é universal,
nem específica de indivíduos com TEA.
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TEMA 5 – A TRÍADE COMPORTAMENTAL PRIORIZADA NA AVALIAÇÃO
Alterações de comportamento
Alterações de
Hiperatividade conduta: Ansiedade e
motora comportamento Depressão
disruptivo
o Esquizofrenia
o Transtorno Desafiador de Oposição
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Prezados cursistas, neste módulo foram elencados elementos para o
aprofundamento dos pressupostos básicos do TEA, tomando por base a
compreensão do TEA como uma síndrome pertencente ao grupo dos Transtornos
Globais do Desenvolvimento.
Para sintetizar esse debate, faz-se necessário retomar as questões que
orientaram a trajetória neste módulo:
Nesse sentido, infere-se ao desta aula que, embora definido por uma tríade
principal de sintomas, o fenótipo dos pacientes com TEA pode variar muito,
abrangendo desde indivíduos com deficiência intelectual (DI) grave e baixo
desempenho em habilidades comportamentais adaptativas até indivíduos com
quociente de inteligência (QI) normal, que levam uma vida independente. Esses
indivíduos também podem apresentar uma série de outras comorbidades, como
hiperatividade, epilepsia, distúrbios de sono e gastrintestinais.
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Leitura complementar
BRITES, L.; BRITES, C. Como saber do que seu filho precisa? São Paulo:
Gente, 2018.
Saiba mais
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REFERÊNCIAS
BRITES, L.; BRITES, C. Como saber do que seu filho precisa? São Paulo:
Gente, 2018.
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MELLO, A. M S. ROS de autismo: guia prático. São Paulo: AMA; Brasília: Corde,
2007.
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