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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

JOZENI MARIA DA SILVA

O ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

TABOÃO DA SERRA
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

JOZENI MARIA DA SILVA

O ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de conclusão de curso de Artes


Segunda Licenciatura apresentado como
requisito parcial à obtenção do título
especialista em Artes.

TABOÃO DA SERRA
2022
O ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Jozeni¹

Declaro que sou autor (a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial
ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO

O presente estudo tem como principal objetivo demonstrar aos futuros


educadores a importância do ensino da arte no ambiente escolar, o qual deve ser
estimulado desde a infância, proporcionando as crianças formas diferenciadas de
cultura e aprendizagem. Questiona-se como o educador pode contribuir de maneira
lúdica para que se amplie esta prática no âmbito escolar auxiliando na melhoria da
qualidade de vida, do desenvolvimento social, da inclusão social e da superação de
barreiras e discriminações. Quais as mudanças na comunidade escolar que podem
ocorrer com a presença da arte. Salienta-se a importância da atuação pedagógica do
educando como articulador do processo de ensino aprendizagem que deve nortear o
aluno para que o mesmo abra um leque de possibilidades em demonstrar sua
criatividade ampliando sua cultura e conhecendo diversos meios artísticos.

Palavras chaves: Arte, Educação infantil e Cultura.

Email: jozy.ni@hotmail.com
Introdução

A arte é uma obra universal que há milhares de anos os povos utilizam para se
comunicar e que está presente na vida do ser humano antes mesmo do seu
nascimento. A arte é o elo entre o criar e o sentir, entre os movimentos e as relações
que se estabelecem com eles.
A sociedade costuma dizer que a presença da arte na vida dos seres humanos é
incontestável. Ela tem acompanhado a história da humanidade ao logo dos tempos,
está presente em todas as regiões, em todas as culturas, em todas as épocas; ela
ultrapassa as barreiras do tempo e do espaço. A arte é uma expressão artística que
contém um forte poder de comunicação, principalmente quando se difunde pelo
ambiente urbano, alcançando ampla dimensão da realidade social. Ela pode ser
compreendida como parte constitutiva de uma trama repleta de contradições e tensões
em que os sujeitos sociais, com suas relações e práticas coletivas e individuais e por
meio dos sons, vão (re) construir partes do tecido social e cultural.
A arte atinge os sentidos do receptor, estando no universo da sensibilidade. Por
tratar-se de um material marcado por objetivos essencialmente estéticos e artísticos,
destinado à fruição pessoal e/ou coletiva, ela também assume inevitavelmente a
singularidade e as características especiais próprias do autor e de seu universo cultural.
E, finalmente, o receptor faz sua (re) leitura da obra, às vezes trilhando caminhos
inesperados para o criador.
A cultura é compreendida como um campo onde se estabelecem os conflitos, e
que coexistem processos de dominação, apropriação, resistência e (re) apropriação,
num movimento dialético e contraditório entre os setores hegemônicos e subalternos. O
sujeito é produtor/receptor/consumidor de cultura.

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Pensar na arte como elemento que une de forma complementar faz com que o
indivíduo tenha uma relação intrínseca com a capacidade de perceber o mundo à sua
volta, permitindo-lhe, a partir disso, construir e produzir sua própria história de
diferentes maneiras.
O presente trabalho consiste em aprofundar os conhecimentos na prática da
arte no âmbito escolar, tendo como objeto central do estudo a educação infantil de
quatro á seis anos, sendo o tema principal: A presença da arte na educação infantil:
olhares e intenções.
Na realização deste estudo serão abordadas propostas metodológicas com
base em pesquisas bibliográficas, buscando informações e comprovações do assunto
abordado. O principal objetivo da arte na educação é formar o ser criativo e reflexivo
que possa relacionar-se como pessoa.
Por mais que a oralidade e a escrita sejam as maiores atenções por parte dos
teóricos da educação Infantil e também pelos professores que colocam como meta
primordial em seus planos de aula, as linguagens artísticas estão sempre enquadradas
em todos os trabalhos desenvolvidos pelos alunos que se expressam criativamente a
todo o momento, oportunidade ideal para o professor estimular o interesse da pela arte
no educando mostrando outros horizontes e ampliando suas possibilidades de
aprendizagem
As linguagens artísticas atribuem diferentes significados e intenções no
cotidiano da Educação Infantil. Este trabalho fará um resgate das intenções que
orientam as ações dos professores, ao proporem atividades com linguagens artísticas
na escola e identificam os significados dessas ações em relação à estrutura da área de
Arte, às demandas do trabalho com crianças de quatro à seis anos e à dinâmica
pedagógica da escola.

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É possível identificar a arte, conscientemente ou não, têm mediado situações
de contato com as linguagens artísticas usando cinco tipos de intenções: Arte para
desenvolver habilidades, Arte como recurso ao trabalho com outras áreas, Arte como
expressão, Arte como acesso a padrões estéticos e Arte como conhecimento.
A partir dessas dimensões, identificamos duas grandes entradas para a Arte na
Educação Infantil. Esta pode aparecer como linguagem essencial à comunicação e
expressão infantil e como um repertório de conhecimentos construídos culturalmente e
ao qual a criança pode ter acesso através das ações dos professores.
Pretende-se mostrar que a educação por meio da arte é, na verdade, um
movimento educativo e cultural que busca a constituição de ser um ser humano
completo, total, dentro dos moldes do pensamento democrático e valorizando no ser
humano os aspectos intelectuais, morais e estéticos. Visando refletir sobre o papel da
arte na educação infantil.
E desta forma, procurar evidenciar que, lançando mão da arte o educando pode
desenvolver seu intelecto pelo lúdico e assim trabalhar de maneira mais produtiva
Contudo o intuito deste trabalho é realizar estudos à cerca do desenvolvimento
expressivo e representacional em seu envolvimento com o meio educacional e suas
relações com o mundo das artes.
Preparando-se para ver, observar e refletir sobre as experiências artísticas
infantis, os educadores, os professores de artes e mesmo os pais poderão
compreendê-las melhor e, principalmente, encontrar caminhos para auxiliar a
manifestação da criatividade e imaginação da criança em arte.
Espera-se que o tema abordado possa mobilizar reflexões, discussões,
pesquisas que contribuam para o fortalecimento e democratização da educação escolar
também na área artística.

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I- A arte e a Educação Infantil

A criança de quatro á seis anos está em uma fase de amplo desenvolvimento


onde se comunica usando frases completas para dizer o que deseja e sente, dar
opiniões, escolher o que quer.
A criança é muito criativa, gosta de inventar histórias, faz brincadeira de faz-de-
conta que ajuda a desenvolver o pensamento, que agora se apóia nas idéias e
palavras. Ela já é capaz de imaginar além do que está vendo.
A família deve convidar a criança a contar suas histórias. Pois os pequenos já
possuem mais domínio sobre suas ações e movimentos, permanecem mais tempo
brincando em atividades que exigem atenção, como encaixe de pequenas peças,
recorte, colagem, desenho.
Já sabem segurar lápis, gravetos e desenhar formas que parecem sol, bonecos,
casas. Por meio do desenho, ela expressa o que vê e o que sente. Desenhar ajuda a
criança a, mais tarde, aprender a ler e escrever.
O pensamento e a linguagem da criança estão tornando-se mais complexos. A
criança se expressa com mais clareza. Sua habilidade de ouvir e sua atenção
aumentam
A arte tem uma grande importância na educação escolar e em geral ela tem
função indispensável na vida das pessoas desde o início das civilizações, tornando-se
um fator essencial de humanização. “Cada um de nós, combinando percepção,
imaginação, repertório cultural e histórico, lê o mundo e o representa à sua maneira,
sob o seu ponto de vista, utilizando formas, cores, sons, movimentos, ritmo, cenário...”
(MARTINS, M. et al, 1998, p.57).

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De acordo com Ferraz e Fusari (1999, p. 16), “a arte se constitui de modos
específicos de manifestação da atividade criativa dos seres humanos ao interagirem
com o mundo em que vivem, ao se conhecerem e ao conhecê-lo”.
A arte é vista e sentida de maneiras diferentes por crianças e adultos. Para o
adulto está associada ao belo, às exposições, a museus, à estética. Já para a criança,
a arte é uma forma de se expressar, pois “a natureza da criança é lidar com o mundo
de modo lúdico, fazer o que lhe dá prazer e satisfação. Por isso gosta tanto de brincar e
desenhar” (SANS, 1995, p. 21).
Seu pensamento se dá na ação, na sensação, na percepção,
sempre regado pelo sentimento. Convive, sente, reconhece e repete os
símbolos do seu entorno, mas não é, ainda, um criador intencional de
símbolos. Sua criação focaliza a própria ação, o exercício, a repetição
(MARTINS, PICOSQUE e GUERRA, 1998, p. 96).

Para Lowenfeld e Brittain (1970, p. 115) “a arte pode contribuir imensamente


para esse desenvolvimento, pois é na interação entre a criança e seu meio que se inicia
a aprendizagem”. A interação é importante, pois a criança gosta de imitar o que o adulto
faz, ela observa seus gestos e ações e tenta reproduzir, ela se interessa pela ação e
não pelo que o adulto está fazendo. Por isso é fundamental o incentivo, tanto da família
como da escola, oferecendo-lhe repertório suficiente para que possa ampliar seus
conhecimentos e suas ações.

O jogo do faz de conta está muito presente na vida da criança quando uma
vassoura pode ser seu cavalinho, ou uma caixa de papelão pode representar seu carro.
No desenho os seus rabiscos vão, aos poucos, depois de inúmeras tentativas, se
tornando letras e ela passa a diferenciar a escrita do desenho. Seus traços começam a
ser controlados e, geralmente, o primeiro símbolo que a criança constrói é a figura
humana.

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Rhoda Kellogg, indaga que figuras nascem dos sóis e, em algumas ocasiões, a
figura humana é representada por um círculo com olhos, nariz e boca. Para Sans
(1995, p. 28), “depois que a criança desenha o sol irradiante, parece descobrir um tipo
de fórmula para representar o rosto humano. Geralmente, ela desenha dois pequenos
círculos representando os olhos, um ponto como se fosse o nariz e um risco horizontal
como boca”.
Ela não se preocupa em organizar as cenas no papel, seus desenhos são
dispostos de forma aleatória, os objetos podem aparecer acima, abaixo, ou nos cantos
do papel, pois a criança os desenha da forma como os compreende e não conforme a
realidade. Procede da mesma maneira com as cores. Um cachorro pode ser azul ou
rosa, uma vez que não se incomoda com o aspecto visual e sim o afetivo que a cor
proporciona.
Os desenhos das crianças, assim como todas as suas formas de expressão
pode ser considerados um reflexo da sua criatividade infantil, pois são os registros dos
seus sentimentos e das suas percepções do meio, o que proporciona ao professor um
modo de compreender melhor seu aluno e assim ajudá-lo, pois:
“a arte infantil faculta-nos não só a compreensão da
criança, mas também a oportunidade de estimular seu
desenvolvimento, através da educação artística”
(LOWENFELD e BRITTAIN, 1970, p. 176)

É através das aulas de Arte que o professor irá estimular seu aluno a investigar,
inventar, explorar e, mesmo cometendo erros, ele não terá medo de liberar sua
criatividade. O professor deve apresentar a atividade como algo essencial para a
criança, e também deve estar motivado com o trabalho, não apenas orientando de
forma mecânica, mas fazendo a criança sentir sua importância para que a atividade
seja significativa para o aluno.
[...] é comum, também, a criança desenhar o que sabe existir,
mesmo que esteja escondido. Ao desenhar uma casa, ela pode colocar,
no mesmo plano das linhas de contorno, os móveis que estão dentro
dela. (BUORO, 2000, p. 36)
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Nessa fase também tem início o interesse por trabalhos em grupos, em todas as
linguagens artísticas (teatro, dança, música e artes visuais) e essa necessidade será
ainda maior na próxima fase do seu desenvolvimento expressivo.
Ainda de acordo com Martins, Picosque e Guerra (1998, p. 114) podemos levar
“desse terceiro movimento expressivo a invenção de relações e regras que geram
critérios próprios, na busca de soluções criativas que vão alimentando um pensamento
criador com maior autonomia”.

Durante todo o seu desenvolvimento expressivo a criança conhece e aprimora


saberes, técnicas e sensações, construindo assim, sua poética pessoal. É nesse
aprimorar/construir que se faz necessária uma boa prática pedagógica desenvolvida
pelo professor. Podemos concordar com Ferraz e Fusari (1999, p. 49)

Quando explicam que “no encontro que se faz entre cultura e criança situa-se o
professor cujo trabalho educativo será o de intermediar os conhecimentos existentes e
oferecer condições para novos estudos”. O papel do professor é mediar os
conhecimentos, apresentar novos saberes aos que a criança já possui

[...] valorizar o repertório pessoal de imagens, gestos,


“falas”, sons, personagens, instigar para que os aprendizes
persigam idéias, respeitar o ritmo de cada um no despertar de
suas imagens internas são aspectos que não podem ser
esquecidos pelo ensinante de arte. Essas atitudes poderão abrir
espaço para o imaginário (MARTINS, PICOSQUE e GUERRA,
1998, p. 118).

O professor de Arte precisa estar atento ao trabalho que está desenvolvendo


com seus alunos, analisar se está ajudando a desenvolver mais sua percepção,
buscando assim a construção de sua poética pessoal. É necessário que o educador
analise e valorize o processo e não o produto final, incentive o aluno a buscar e criar, a
se sensibilizar com as cores, gestos e sons.
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O trabalho do professor é incentivar e valorizar a imaginação dos alunos, ouvir e
ver o que já sabem fazer.
Após essas definições podemos dizer que o bom professor é aquele que se
empenha no que faz e que tem como objetivo o crescimento e o desenvolvimento de
seus alunos.
O professor nas aulas de Arte deve visar o desenvolvimento da poética do aluno
e do seu modo de se expressar, não de forma impositiva, mas incentivando suas
produções. É preciso estar atento, pois de acordo com os autores Lowenfeld e Brittain
(1970, p. 78) “um mau professor é pior do que não haver professor algum”.
Contudo o conduzir o aluno a si mesmo, o professor pode trabalhar estimulando
o desenvolvimento de sua criatividade, o que facilitará a construção de sua poética
pessoal e de sua forma de ver, sentir e se expressar no mundo.

O Referencial Nacional para Educação Infantil

No Referencial Nacional para Educação Infantil (RNC), a criança é vista como


um ser social, psicológico e histórico e seu universo, como ponto de partida para o
trabalho.
Além disso, defende-se uma educação democrática e transformadora da
realidade, que objetiva a formação de cidadãos críticos, estabelecendo uma integração
curricular na qual os objetivos gerais para a Educação Infantil norteiam a definição de
objetivos específicos para os diferentes eixos de trabalho. Destes decorrem
os conteúdos que possibilitam concretizar as intenções educativas, garantindo a
coerência entre objetivos e conteúdos por meio das orientações didáticas.
Para o RCN, a Educação Infantil tem como principal objetivo criar condições para
o desenvolvimento integral de todas as crianças, considerando, também, as
possibilidades de aprendizagem que apresentam nas diferentes faixas etárias. Mas,
para que isso ocorra, faz-se necessário uma atuação que propicia o desenvolvimento
de capacidades, envolvendo aquelas de ordem física, afetiva, cognitiva, ética, estética,
de relação interpessoal e inserção social.
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Por isso a estrutura funcional do RCN organiza-se por idades — crianças
de zero a três anos e crianças de quatro a seis anos — e se concretiza em dois âmbitos
de experiências — Formação Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo — que são
constituídos pelos seguintes eixos de trabalho: Identidade e autonomia, Movimento,
Artes visuais, Música, Linguagem oral e escrita, Natureza e sociedade, e Matemática.

No entanto, as diferentes aprendizagens somente ocorrerão por meio de


sucessivas reorganizações do conhecimento, concretizadas pelas crianças quando
estas vivenciam experiências que lhes forneçam conteúdos apresentados de forma não
simplificada e associados a práticas sociais reais, bem como ao contexto a qual estão
inseridas. Afinal, não há aprendizagem sem conteúdos.

O Referencial acabou sendo um marco, em termos de reforçar a importância da


Educação Infantil. É necessário ressaltar que todas as idéias e propostas contidas no
Referencial são tão-somente sugestões. Não há obrigação de segui-las. As Diretrizes
são obrigatórias. O Referencial foi organizado em três volumes, sendo que o primeiro
livro, denominado de Introdução, apresenta uma reflexão sobre creches e pré-escolas
no Brasil.
Sobre “As aprendizagens em situações orientadas”, o Referencial apresenta as
seguintes condições gerais relativas às aprendizagens infantis: interação; diversidade e
individualidade; aprendizagem significativa e conhecimentos prévios; resolução de
problemas; proximidade com as práticas sociais reais; educar crianças com
necessidades especiais.
Na parte “O professor de Educação Infantil”, afirma-se que muitos dos
profissionais ainda têm formação adequada, recebem remuneração baixa e trabalham
sob condições bastante precárias. A estrutura do Referencial Curricular Nacional foi
pensada na intenção de tornar visível esta articulação, relacionando objetivos gerais e
específicos, conteúdos e orientações didáticas.

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De acordo com o RCN para a Educação Infantil (1998, p. 23)

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras


e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o
desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser, e estar
com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito, confiança, aos
conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.

O educar tem um papel fundamental na Educação Infantil, pois na maioria das


vezes vemos as crianças como seres indefesos e inocentes e, até mesmos incapazes,
mas isso são formas errôneas de se ver as crianças.
Ao contrário do que pensamos, elas são surpreendentes e capazes de ações e
atitudes inesperadas pelo adulto; é por meio das capacidades de pensar, agir, sentir
das crianças que o educar deve ser fortalecido cada vez mais.

Segundo Ferreira (1989, p. 146) cuidar significa: “[...] imaginar, meditar, cogitar,
julgar, supor. Aplicar atenção, o pensamento, a imaginação. Ter cuidado. Fazer os
preparativos. Prevenir-se. Ter cuidado consigo mesmo”, ou seja, o cuidar busca
através, da atenção e da prevenção, meios para que a pessoa sinta-se bem consigo
mesma e com os outros. Apresenta, portanto, uma preocupação com os cuidados
básicos e necessários a uma vida saudável.

Cuidar, no entanto, exige estarmos prevenidos para qualquer imprevisto que


possa vir a acontecer com as crianças.

Na Educação Infantil existe uma preocupação muito grande com os cuidados


necessários ao desenvolvimento da criança, afinal ela precisa se alimentar, adquirir
hábitos de higiene e precisa de atenção para que não se machuque. A criança
necessita ser bem tratada e atendida pelos profissionais, principalmente no que diz
respeito aos cuidados indispensáveis para a sua vida, pois eles são fundamentais para
o seu desenvolvimento.

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Entender o papel da música na Educação Infantil e possibilitar ao educando a
vivência dessa prática constitui o primeiro passo para a construção do fazer musical, no
ambiente escolar, permitindo que o canto deixe de ser uma ação mecânica, sem uma
intencionalidade definida.
Dessa maneira, as escolas devem proporcionar situações em que a criança
possa ampliar seu potencial criativo, favorecendo o desenvolvimento do seu gosto
estético e aumentando sua visão de mundo. Quando a criança ouve uma música,
aprende uma canção, brinca de roda, participa de brincadeiras rítmicas ou de jogos de
mãos recebe estímulos que a despertam para o gosto musical, introduzindo no seu
processo de formação um elemento fundamental do próprio ser humano.

A expressão e a criação mediante o conhecimento da música acompanham o ser


humano ao longo de sua vida. É própria da natureza humana a ação de criar, que é
resultado de reflexão e de leitura sobre o mundo. Nesse sentido, o trabalho pedagógico
é aquele que proporciona a educação crítica e reflexiva, desenvolvendo ações que
possibilitem ao educando agir criticamente e refletir diante das situações novas e
desafiadoras do dia a dia.
De acordo com o RCNEI (BRASIL, 1998), na Educação Infantil a música tem
servido de suporte para atender a vários propósitos, como a formação de hábitos,
atitudes e comportamentos, a realização de festas comemorativas, a memorização de
conteúdos relativos a números, letras do alfabeto e cores, entre outros. As canções
utilizadas são acompanhadas, ordinariamente, por gestos, que são imitados pelas
crianças de forma mecânica e sem sentido. O RCNEI, no entanto, faz uma crítica ao
ensino da música por imitação. Segundo esse parâmetro, muitas instituições encontram
dificuldades para integrar a linguagem musical ao contexto educacional.
Constata-se uma defasagem entre o trabalho realizado na área de música e
aquele efetuado nas demais áreas de conhecimento, evidenciada pela realização de
atividade de reprodução e imitação, em detrimento de atividades voltadas à criação e
elaboração musical. Assim, a música é tratada como um produto pronto, apenas
reproduzido, e não como conhecimento construído (BRASIL, 1998, p. 47)

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Algumas práticas musicais têm sido utilizadas na Educação Infantil para atender
a propósitos diferenciados, os quais variam de acordo com os interesses do grupo e as
propostas contidas em seus currículos. Segundo Hentschke (1995, apud JOLY, 2003,
p. 117):
Algumas razões são importantes para justificar a inserção da educação
musical no currículo escolar. Entre elas, estão proporcionar à criança: o
desenvolvimento das suas sensibilidades estéticas e artísticas, o
desenvolvimento da imaginação e do potencial criativo, um sentido histórico da
nossa herança cultural, meios de transcender o universo musical de seu meio
social e cultural, o desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor, o
desenvolvimento da comunicação não-verbal.

Em contrapartida, em todas as práticas musicais utilizadas na Educação Infantil


se verifica a ligação da música com o brincar, que, presente em todas as culturas, é
transmitido de geração para geração, constituindo parte das tradições a serem
preservadas. Embora a música já seja reconhecida como fundamental na formação do
educando e necessária dentro dos currículos, na Educação Infantil ainda há muito que
fazer para que esta prática deixe de ser utilizada apenas como suporte para aquisição
de conhecimento.
Com tantas possibilidades de utilização da música no cotidiano escolar, as
atividades que hoje são desenvolvidas devem atender a propósitos mais específicos no
que se refere à musicalização infantil. A escola deve incentivar a criança a produzir
musicalmente, permitindo que experimente, componha, interprete, manipule e crie a
partir do material sonoro disponível, proporcionando um senso crítico que resulte no
fazer musical.
Mediante a música a criança tem elementos para descobrir e reencontrar seu
corpo físico, reconhecendo-se como ser que pode perceber, ouvir, movimentar e
interagir, adquirindo habilidades e comportamentos criativos e críticos que irão
contribuir para o seu desenvolvimento integral.

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Os PCN’s e a LDB

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) encontram-se entre os documentos


oficiais elaborados pós-LDB pelo Ministério da Educação (Oliveira 1998), e é uma
referência nacional para o ensino fundamental; estabelecendo uma meta educacional
para a qual devem convergir as ações políticas do Ministério da Educação. Tais ações
estão relacionadas, principalmente, com a formação inicial e continuada para o
magistério, com uma política para o livro didático e com a criação de um sistema de
avaliação nacional para o ensino fundamental. (Brasil 1997).
Seu objetivo é o de “propiciar aos sistemas do ensino, particularmente aos
professores, subsídios à elaboração e/ou reelaboração do currículo, visando a
construção do projeto pedagógico, em função da cidadania do aluno” (Brasil 1997).

Os livros, cada dedicado a uma das disciplinas ministradas no ensino


fundamental, estão agrupados em dois grupos: Primeiro Volume -Primeiro e Segundo
Ciclos, abrangendo da primeira à quarta série; Segundo Volume - Terceiro e Quarto
Ciclos, abrangendo da quinta à oitava série. As discussões relacionadas à elaboração
dos PCNs remontam ao ano de 1995, mas o Primeiro Volume só foi publicado em 1997,
enquanto que o Segundo Volume foi publicado posteriormente, em 1998.
A estrutura dos volumes dedicados ao ensino das Artes diferem pouco, sendo
basicamente divididos em duas partes. Na Primeira Parte há uma caracterização geral
da área de Artes, abrangendo a uma perspectiva histórica das Artes na sociedade
ocidental e no Brasil, assim como uma visão diacrônica das diferentes perspectivas
relacionadas ao ensino das Artes nas escolas regulares, e os objetivos gerais para Arte
no Ensino Fundamental.
Na Segunda Parte, cada área (Artes visuais. Dança, Música, Teatro) recebe
atenção individualizada, com objetivos específicos, e sugestões de atuação específicas.

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Por fim, há um capítulo relativo aos valores, normas e atitudes direcionadoras do
ensino de Artes na escola regular, sem esquecer de mencionar sugestões de formas de
avaliação. É importante lembrarmos que, após vinte e cinco anos de um ensino de
Artes polivalente, após a Lei 5692/71, que instituiu a Arte-Educação nas escolas
brasileiras (Oliveira 1998), onde um único professor era o responsável pelo ensino de
todas as áreas artísticas, a LDB de 1996, traz uma grande mudança, tornando
obrigatório o ensino de Artes, porém dividida em cada uma das modalidades artísticas
já especificadas.

E nesse contexto que surgem os PCNs, como uma forma de orientair a ação
pedagógica de cada uma das áreas de Artes, nas salas de aula. No texto referente à
área de música dos PCNs-Artes, há visíveis progressos em relação à visão do que seja
música, e de como pensar a prática pedagógica em música, se comparados com a
visão tradicional. Apesar de, de forma oculta, estar baseado na proposta tríplice de Ana
Mae Barbosa, uma linha teórica que foi inicialmente pensada para as artes plásticas, é
possível encontrar possíveis relações entre a proposta tríplice, e o método TECLA
desenvolvido pelo educador Keith Swanwick.
Nessa proposta, as três ações pedagógicas estão relacionadas com: Fazer
musical, que inclui tanto execução musical (E) através da interpretação e improvisação
sobre peças musicais, quanto a composição (C); Fruição, que engloba a apreciação
ativa, e informada, de obras musicais; e Reflexão/Contextualização, que tem como
intenção abordar os aspectos da história e literatura musical (L).

Não há, no entanto, explicitamente, espaço para o estudo da técnica instrumental


(T), que mesmo sendo considerado secundário por Swanwick, ainda, assim é um fator
essencial para o desenvolvimento das capacidades de expressão individual e coletiva
através da música. Entre os principais pontos positivos constantes nos
PCN-Arte/Música, está a aceitação da pluralidade musical, sugerindo a utilização da
música de forma indiscriminada, a contextualização das aulas de música com a
realidade da escola, incentivando músicas e produtos culturais da cultura local e
músicas do cotidiano (como há algum tempo vem defendendo a prof Jussamara
Souza).
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Há, no entanto, uma série de críticas gerais e específicas feitas por profissionais
da área. A primeira crítica veio do próprio Conselho Nacional de Educação, no Parecer
N. 03/97-CNE, que “não aceitou tornar os PCN obrigatórios, como era intenção do MEC
(Pena 1998: 71), condicionando-os ao nível de sugestões. Este mesmo parecer aponta
outros problemas, como a falta de consulta do público alvo, com elaboração do texto
centrada na mio de poucas pessoas, a falta de preparação adequada dos docentes
atuantes na área, assim como a falta de infra-estrutura mínima para fazer valer tais
diretrizes (Pena 1998).

Essa falta de materiais, juntamente com a falta de preparo pedagógico em


música, e a profusão de conteúdos voltados para a “discussão e habilidades correlatas,
pode vir a favorecer uma prática pedagógica centrada no falar sobre música, sem a
presença concreta do sonoro-musical em sala de aula” (Pena 1998: 67).
Esse pode ser também um reflexo da não contemplação do estudo da técnica
instrumental (T) já discutido anteriormente, em nenhum momento da ação pedagógica
em música. Mas provavelmente os principais motivos da dificuldade de se implantar tais
parâmetros curriculares, sejam:

1) A não realização das políticas públicas, constantes no próprio documento, que


favoreçam a formação continuada dos professores, principalmente os arte-educadores,
atuantes na área, cuja formação polivalente impossibilita a compreensão e realização
das diretrizes sugeridas;
2) A falta de concursos com vagas suficientes para preencher a lacuna de
professores das disciplinas específicas de Arte; 3)

A deficiência na quantidade de educadores musicais formados em número


suficiente para atender à demanda que tais concursos exigiriam. Carvalho (2006), por
exemplo, em recente pesquisa sobre as escolas públicas de ensino fundamental na
cidade de Salvador, Bahia, nos fornece os dados de que somente 13% das escolas
possuem professores de música em seu quadro.
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Se hoje fosse aberto um concurso público com um número suficiente de vagas
para atender toda essa demanda de escolas sem professores de música, certamente
não haveria licenciados em música em número suficiente, assim como em qualquer das
demais áreas artísticas, com exceção das artes plásticas, que de todas, é a mais
contemplada.
Uma outra questão diz respeito à definição de como todas as áreas de Artes
serão organizadas no percurso de aprendizado formal na Educação Básica. Segundo o
texto dos PCNs:
Tendo em vista não haver definições para a presença das
diversas formas artísticas no currículo e o professor das séries iniciais
não ter vivenciado uma formação mais acurada nesta área, optou-se por
unia proposição de conteúdos sem diferenciação por ciclos escolares, A
critério das escolas e respectivos professores, é preciso variar as formas
artísticas propostas ao longo da escolaridade, quando serão trabalhadas
artes visuais, dança, música ou teatro. (Brasil 1997)

Por fim, percebe-se que apesar de haver boas idéias e boas intenções, há uma
impossibilidade de ordem prática para a implantação dos PCN-Arte nas escolas.

A maior parte das críticas dirigidas a esse documento está relacionada com a
falta de compreensão da realidade das escolas, principalmente as escolas públicas,
brasileiras, Para Souza, isso ocorreu porque o texto preliminar não foi amplamente
debatido e divulgado.
Para a autora, uma das possíveis soluções seria contrapor outro projeto, mais
articulado e melhor preparado. Porém, outra solução, talvez utópica nesse momento,
seja exigir que o governo cumpra com suas metas de investir na formação inicial e
continuada para o magistério, facilite o acesso a livros didáticos para os profissionais da
área, e contrate novos professores para atuar nas suas respectivas áreas de habilitação
especifica
De qualquer forma, medidas precisam ser pensadas e ações precisam ser
tomadas, pois, oito anos após publicação do segundo volume dos PCNs pouca coisa
mudou na pratica do dia-a-dia de sala de aula.
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II - A Arte e o Desenvolvimento Infantil

A arte é um espaço interno para a construção do processo de autonomia, a arte


é um instrumento e meio propício para o funcionamento do meio ambiente, uma
espécie de ateliê interno, onde é possível experimentar, em diferentes níveis de
consciência, a formação do si mesmo, dos diversos aspectos da personalidade.
Espaço continente que facilita o reconhecimento e a experimentação das mais
diferentes possibilidades de “vir a ser”, manifestadas em todas as expressões. Neste
sentido, o que aqui é denominado arte, não qualifica um padrão estético, não está
sujeito a uma norma douta, nem a qualquer conceito pré estabelecido. Não está
aprisionada, ao contrário, é a via libertária que conduz à própria essência.
É a oportunidade da vivência, da experimentação. Por isso mesmo não será
aqui considerada como a única possibilidade, mas como um dos espaços facilitadores
que permite:

Reconhecer a própria grandeza... O que há de único em cada


ser que lhe permite realizar algo que ninguém mais pode fazer.
(MATTOS, 2008 pg. 48)

Ana Angélica (1993) nos fala da ação organizativa da criança. Enquanto brinca
ou desenha, a criança está o tempo todo ordenando sua realidade. Organizando o seu
dia a dia. Mais do que organizar, ela pode experimentar uma nova maneira de
vivenciar, alterar a realidade, experimentar-se em outros eus. Cria uma nova realidade
e se recria.
Descobre o mundo e organiza-se nele. Lança-se para frente com a certeza de
suas marcas, livre para construir e reconstruir, num diálogo fruído entre pensamento e
sentimento. Tudo está carregado de significado.
Fayga (1977, pg 147) nos fala da importância do indivíduo “integrar-se em
sua personalidade”, de alcançar a auto realização. É preciso garantir o espaço desta
vivência, da ação criadora que recria e se renova constantemente.
25

Fayga reforça a importância desse mecanismo auto organizativo quando diz:


Ao indivíduo criativo torna-se possível dar forma aos fenômenos, porque
ele parte de uma coerência interior que absorve os múltiplos aspectos da
realidade externa e interna, os contém e os „compreende‟ coerentemente, e os
ordena em novas realidades significativas para o indivíduo. (FAYGA, 1977
pg.132)

A descoberta da vontade em si próprio, faz o indivíduo se perceber como sujeito


vivo, capaz de escolhas e mudanças. Descobrir o potencial de expansão interior e de
ação exterior, confere senso de integridade. Mas é preciso cultivar e fortalecer cada
pequena realização a fim de sedimentar este potencial a ser utilizado mais amplamente.

A vontade tem função diretriz e reguladora; equilibra e utiliza


construtivamente todas as demais energias do ser humano sem nunca
reprimir nenhuma delas. A função da vontade é semelhante à do
timoneiro de um navio. (ASSAGIOLI, 2005)

Necessário ressaltar que este movimento só pode ser vivido de maneira


saudável tendo como meta alcançar a auto identificação. Como meta porque é uma
construção constante. O caminho é contínuo. Cada pequeno passo é uma mudança.

Contudo é de suma importância ter garantido os espaços de construção do


sujeito, salvaguardando suas diferenças, preservando e auxiliando na construção de
sua identidade

O Benefício da arte na aprendizagem

A arte, ou expressão artística, é um dos maiores instrumentos de avaliação que o


educador pode contar. Através dela, pode-se avaliar o grau de desenvolvimento mental
das crianças, suas predisposições, seus sentimentos, além de estrutura a capacidade
criadora, desenvolver o raciocínio, imaginação, percepção e domínio motor.

26
A criança, mesmo antes de aprender a ler e a escrever, reage positivamente aos
estímulos artísticos, pois ela é criadora em potencial. Nesta fase, as atividades de artes
fornecerão ricas oportunidades para o desenvolvimento das crianças, uma vez que
põem ao seu alcance os mais diversos tipos de material para manipulação.

(...) Antes de ser preparado para explicar a importância da arte na educação, o


professor deverá estar preparado para entender a explicar a função da arte para o
indivíduo e a sociedade.

Nas escolas de Educação Infantil e de Ensino Fundamental a organização do


trabalho de professores e alunos com a arte implica necessariamente a explicação, do
que se entende por arte e por sua importância no cotidiano escolar.

Quando praticamos o ensino e aprendizagem da arte e por sua presença na


escola surgem também questões que se referem ao seu processo educacional.

A formulação de uma proposta de trabalhar a arte na escola exige que se


esclareça quais posicionamentos sobre arte e sobre educação escolar estão sendo
assumidos. Por sua vez, tais posicionamentos implicam, também, na seleção de linhas
teóricos-metodológicos.

Com relação à arte, existem teorias que podem contribuir para o


desenvolvimento estético e crítico dos alunos, principalmente no que se refere aos
processos de apreciação artística. São teorias que incorporam o relacionamento com
as práticas e o acesso ao conhecimento da arte, mas sem a pretensão de atingir uma
verdade única. O próprio conceito de arte tem sido objeto de diferentes interpretações:
arte como técnica, materiais artísticos, lazer, processo intuitivo, liberação de impulsos
reprimidos, expressão, linguagem, comunicação e outros.

A concepção de arte que pode auxiliar na fundamentação de uma proposta de


ensino e aprendizagem artísticos, estéticos, e atende a essa mobilidade conceitual, é a
que aponta para uma articulação do fazer, do conhecer e do exprimir.

27
A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que
caracteriza um modo particular de dar sentido à experiências das pessoas: por meio
dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a linguagem. Aprender
arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles.
Envolve, também, conhecer, refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções
artísticas individuais e coletivas de distintas épocas e culturas.

A arte é um fazer, é um conjunto de atos pelos quais se muda a forma, se


transforma. A matéria oferecida pela natureza e pela cultura. Nesse sentido, qualquer
atividade humana, desde que conduzida a um fim, pode chamar-se artística.

A arte é produção; logo supõe trabalho. Movimento que arranca o ser do não ser,
a forma do amorfo, o ato da potência, o cosmo do caos.

É difícil a tarefa de encontrar um a definição geral para a arte. Todas essa


definições de arte envolvendo beleza, verdade, forma, expressão são sempre
históricas, uma vez que estão ligadas a um universo de valores culturais. Cada cultura
acaba criando a sua concepção de arte.

Parece-nos impossível a uma definição geral e única da que dê conta da própria


universalidade da arte e de toda experiência artística em todos os tempos, porque a
mesma exige uma situação no espaço e no tempo.

A arte fundamenta-se numa visão do ser humano como criador e na relação que
este tem com a natureza. O ato criador relaciona-se com a capacidade de inventar
novas formas, buscando novas ordenações e novos significados presentes, até mesmo,
na sociedade atual.

Desenvolver um projeto de arte proporciona aos educandos ampliar suas


habilidades artísticas: a sensibilidade, a reflexão, a percepção e a imaginação. Através
de algumas dinâmicas e técnicas de pintura, os educandos se expressam livremente,
manifestando suas emoções, seu ritmo interior e seus interesses, pois a expressão
plástica é a linguagem que constitui a comunicação com o mundo.

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Os alunos passam, então, a conhecer, apreciar e a refletir sobre as formas da
natureza e o que foi produzido artisticamente em diferentes épocas.

A arte é uma atividade íntegra de personalidade. Fazendo arte a pessoa usa seu
corpo, sua percepção, seus conceitos, sua emoção, sua intuição, tudo em uma
atividade que não divide em compartimentos, mas, ao contrário, integra os vários
aspectos da personalidade.

A Arte e a Formação da criança

A arte na infância propicia a criança, a dar início à coordenação das


expressões partindo da composição do seu mundo, por meio da percepção. A criança,
por meio do fazer, reordena elementos extraídos da realidade, organiza-os, cria
situações imaginárias, elaborando seu conhecimento sobre o mundo físico e social.
O contato com a arte por meio do desenho, da pintura dos jogos, do lúdico
faz com que a criança selecione os aspectos de sua experiência e articulado com o
legado cultural e quando estimulado a criança desenvolve-a de forma progressiva e
completa.
Apesar da importância da arte para criança em seu desenvolvimento, existe
a questão da desvalorização da disciplina de artes sendo inferiorizada em relação às
outras disciplinas. A formação de professores de artes é atípico, diferente de outras
licenciaturas, pois ela só foi considerada realmente uma disciplina no currículo escolar
com a designação na última LDB, em 1996.
Bose (2000, p.12) Cita que a arte é um fazer- A arte é um conjunto de atos pelos
quais se muda a forma, se transforma a matéria oferecida pela natureza e pela cultura.
Nesse sentido, qualquer atividade humana, desde que conduzida regularmente a um
fim, pode chama- se artística.

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Para GODOY (2003), as pessoas participam de vários meios que se entrelaçam
algumas vezes se sobrepõem e outras podem se conflitar, possibilitando, com esse
movimento, o desenvolvimento das linguagens expressivas.

Os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 1998)


sugerem, no âmbito de experiência de conhecimento de mundo, eixos de trabalho
orientados para a construção das diferentes linguagens pelas crianças e para as
relações que estabelecem com os objetos de conhecimento: movimento, música, artes
visuais, linguagem oral e escrita, natureza, sociedade e matemática.

A arte evolucionou e ocupando um ambiente amplo em nossa sociedade, sendo


algumas representações da arte imprescindíveis como é a música.
Moura (2011, p.10) relata a importância da música no desenvolvimento dos
educandos.
A disposição do professor e dos alunos em círculo, sentados preferencialmente no
chão, para o desenvolvimento de grande parte das atividades gera aproximação e
contribui para uma aprendizagem efetiva em atmosfera descontraída.

Assim, além dessas a dispersão é minimizada pois todos tem condições de


observa tudo e o professor pode assumir seu papel de líder de maneira natural, já que
faz parte do grupo. É preciso incentivar a participação ativa do aluno. Da mesma forma
que por meio de movimentar o corpo, a criança concretiza elementos e idéias musicais
ao trazer as vivenciam de seu mundo, ela contribui criativamente para o enriquecimento
das atividades desenvolvidas na classe.

A arte como prática pedagógica deve valorizar a arte, e suas vertentes artísticas,
desenvolvendo a criatividade individual da criança.

30
No contexto das acepções na educação, a Arte refere-se à competência que
induze o indivíduo a compreender e então desvendar e desenvolver habilidades
Muitas vezes não é compreendido pelos educandos que interrogam o porquê aprender
determinados conteúdos, mas acabam se deparando no cotidiano com um mundo
visual, onde até as combinações das roupas depende do equilíbrio.

As expressões artísticas é um fator decisivo para a construção do saber, para o


desenvolvimento humano individual e social. Através das diferentes dinâmicas o
educador artístico pode trabalhar as sensibilizações, as expressões orais e corporais,
interpretações, comunicações enfim a criatividade.

Bosi (2000 p. 50) aponta a idéia de expressão:

“ A idéia de expressão está intimamente ligada a um nexo que se pressupõe


existir entre uma fonte de energia e um signo que a veicula ou a encerra, uma
força que se exprime a uma forma que a exprime. Força e forma remetem- se a
compreendem-se mutuamente. A relação constante entre força e forma permite a
constituição de um saber que investiga as correspondências entre as expressões
corporais e a sua qualidade subjetiva”. (BOSI, 2000)

Além disso, a Arte nos ajuda a compreender as condições íntimas dos


indivíduos, uma vez que, através dos seus sentimentos expressam por múltiplos meios
das diversas linguagens artísticas , seja ela a música, dança teatro e artes visuais.
Uma das mais antigas formas de expressão artística é realizada por meio dos
movimentos, a linguagem corporal reflete isso. O ser humano em grande parte de sua
existência na terra, além de expressar através da fala, manifestavam- se também
através de movimentos corporal diversos.

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A área de Arte que se está delineando neste documento visa a destacar
os aspectos essenciais da criação e percepção estética dos alunos e o modo de tratar a
apropriação de conteúdos imprescindíveis para a cultura do cidadão contemporâneo.
As oportunidades de aprendizagem de arte, dentro e fora da escola, mobilizam a
expressão e a comunicação pessoal e ampliam a formação do estudante como
cidadão, principalmente por intensificar as relações dos indivíduos tanto com seu
mundo interior como com o exterior.

O aluno desenvolve sua cultura de arte fazendo, conhecendo e apreciando


produções artísticas, que são ações que integram o perceber, o pensar, o aprender, o
recordar, o imaginar, o sentir, o expressar, o comunicar. A realização de trabalhos
pessoais, assim como a apreciação de seus trabalhos, os dos colegas e a produção de
artistas, se dá mediante a elaboração de idéias, sensações, hipóteses e esquemas
pessoais que o aluno vai estruturando e transformando, ao interagir com os diversos
conteúdos de arte manifestados nesse processo dialógico.
Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo essa produção nas outras
culturas, o aluno poderá compreender a diversidade de valores que orientam tanto seus
modos de pensar e agir como os da sociedade. Trata-se de criar um campo de sentido
para a valorização do que lhe é próprio e favorecer o entendimento da riqueza e
diversidade da imaginação humana. Além disso, os alunos tornam-se capazes de
perceber sua realidade cotidiana mais vivamente, reconhecendo e decodificando
formas, sons, gestos, movimentos que estão à sua volta. O exercício de uma percepção
crítica das transformações que ocorrem na natureza e na cultura pode criar condições
para que os alunos percebam o seu comprometimento na manutenção de uma
qualidade de vida melhor (1998, pg. 19)

32
A arte da criança, desde cedo, sofre influência da cultura, seja por meio de
materiais e suportes com que faz seus trabalhos, seja pelas imagens e atos de
produção artística que observa na TV, em revistas, em gibis, rótulos, estampas, obras
de arte, trabalhos artísticos de outras crianças etc.

Embora seja possível identificar espontaneidade e autonomia na exploração e no


fazer artístico das crianças, seus trabalhos revelam: o local e a época histórica em que
vivem; suas oportunidades de aprendizagem; suas idéias ou representações sobre o
trabalho artístico que realiza e sobre a produção de arte23 à qual têm acesso, assim
como seu potencial para refletir sobre ela. (PCN p. 87 e 88)
A criança se expressa através da arte com facilidade, pois em sua produção
artística, que é sua invenção, não há certo ou errado. De acordo com Lowenfeld e
Brittain (1970), a criatividade é uma ação, é um comportamento em que a criança
produz e constrói continuamente.

Todas as crianças se expressam através do esboço ou desenhos. Por meio do


lápis e papel ou com caco de tijolo na parede. Agir com um riscador sobre um suporte é
algo que ela aprende por imitação ao observarem os adultos escrevendo. Com a prática
desses movimentos em papéis variados, ela adquire coordenação dando o prazer de
produzir um traço sobre o papel faz agir.
A principal função do desenho no desenvolvimento infantil é a possibilidade que oferece
de representação da realidade. Trazer os elementos vistos no mundo para o papel.

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III - A arte, a criança e o Professor


A questão da educação gira sempre em torno da criação e da criatividade: ao
aprender, estamos criando um esquema de significados que permite interpretar nossa
situação e desenvolver nossa ação numa certa direção.A arte deve extrapolar as
dimensões da escola ultrapassando a teoria do pensamento artístico.
Toda cultura e todo o meio em que se vive têm suas próprias características,
seus padrões, valores, normas, ideias e objetivos, que são transmitidos e reforçados
para as gerações que vivem nela. De modo geral, a cultura na qual a criança cresce
prescreve conteúdos, métodos e modos em que ela deverá ser treinada,
estabelecendo, assim, atitudes e valores a serem implantados.
Dessa forma, o ensino da arte deve ser voltado à parte intelectual e social do
indivíduo, fazendo com que ele ultrapasse suas próprias barreiras do conhecimento.

Assim sugere Lima (2001) :

“A inteligência vai se construindo na medida em que vai se descobrindo


e inventando. Para a criança, o mundo deve ser reinventado e, na medida em que
a criança reinventa o mundo, desenvolve a sua inteligência”. (LIMA, 2001)

É a função primordial a Arte de objetivar o sentimento de modo que possamos


contemplá-lo e entendê-lo. Por meio do ponto de vista da pessoa que cria, em termos
de fisiologia e temperamento, hábitos e valores também podem ser processados
mentalmente com motivação, percepção, aprendizado, pensamento, comunicação e
potencialidade. É necessário despertar nas crianças sentimento de amor pela arte.

Na realidade, muito freqüentemente, a sociedade não utiliza toda a


potencialidade da criança, e fecha os caminhos para a utilização de todas as suas
possibilidades. É importante que a sala de aula seja um local agradável, gerador
espontâneo de motivação ao conhecimento.

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Todo educador tem um grande obstáculo, um desafio, cada criança tem a sua
própria personalidade, gostos, inquietações e dificuldades, nem sempre um método de
ensino e aprendizagem que envolva a arte serve para toda a turma, é preciso que o
educador esteja preparado para diferenciar os seus métodos.

A criança nesta fase inicial vive em constante mudança, mas nem sempre pensar
igual para todas elas, assim conseguirá fazer da criança uma peça a mais para a
construção do seu próprio aprendizado. É preciso dar oportunidade para a criança
fazer, e que perca o medo de errar, pois, muitas vezes, o “medo” prejudica a criança a
aprender.

Conhecimentos Específicos e Estratégias de Ensino

Algumas pesquisas feitas nas escolas mostraram que os educadores do ensino


da Arte têm ciência que ela ajuda na capacidade de aprendizagem para outras
disciplinas e, segundo elas, o ensino da Arte torna as crianças mais observadoras,
despertando a imaginação e estimulando o conhecimento.

Nesse processo, configura-se, diante do professor, um conjunto de desafios a


serem enfrentados para que o trabalho educativo seja embasado na inclusão. Nesse
sentido, é importante que o ensino de arte tenha seu espaço. Na atual sociedade do
conhecimento, só há uma maneira de incluir: conseguir que as crianças adquiram o
conhecimento.
A pior discriminação, a pior forma de exclusão, é deixar que o aluno saia da
escola sem ter adquirido as ferramentas mínimas e vivido diferentes experiências para
se integrar e participar da sociedade com direitos iguais. Assim, é necessário que o
professor assuma seu papel fundamental no processo.

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Nesse contexto, as aulas de arte poderiam ser um momento de conhecimento e
desenvolvimento de inúmeros canais de relacionamento e afetividade entre professor e
aluno. Infelizmente não é o que normalmente ocorre. Fica visível o papel de controle do
professor, observando atentamente o desenho, uma das principais linguagens
utilizadas, na sua forma, cor e espaço.
Nas atividades de desenho assim conduzidas, falta a liberdade e o estímulo à
criatividade de cada criança, quando este momento poderia ser de grande significado
para ela, já que é aquele no qual ela pode se expressar com todo o seu corpo.
A arte possibilita, conforme sinaliza Martins, Picosque e Guerra (1998), um modo
único de despertar a consciência e novos modos de sensibilidade. O fazer artístico,
aliado à educação dos sentidos e ao saber ver e apreciar, pode resultar na construção
de uma consciência estética capaz de captar mudanças e até mesmo de impulsioná-
las.
O encontro da criança com a arte deve ser uma ação de corpo inteiro, é um
“estar em”, é integrar-se. Os indicadores, que podemos denominar de pensamento e
ações divergentes, além de outros, tais como sensibilidade em relação aos problemas,
elaboração, redefinição e síntese, fazem parte da base teórica das investigações sobre
criatividade.
O papel do professor é preponderante para que a arte seja pensada como algo
importante na formação humana. Essa consciência ainda está longe do esperado e
esse princípio, na prática da arte na Educação Infantil, requer ainda, para que essa
realidade se altere, muitas pesquisas e ações políticas.

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Conclusão
O trabalho consiste em realizar um estudo abrangente sobre as diversas
possibilidades de inserção da arte e cultura dentro do cotidiano escolar, tendo em vista
o alto grau de vulnerabilidade, pautados pelos desafios pré estabelecidos e dificuldades
em captar recursos e parcerias para tal empreitada.

O primeiro passo do trabalho foi identificar as temáticas abordadas sobre a


educação infantil especificamente de 4 á 6 anos.
Seguindo parâmetros pedagógicos e referencias bibliográficas renomadas, de
iniciativas bem sucedidas, pode-se compreender que com parcerias adequado de
projetos bem estruturados se tornam referência dentro do âmbito escolar.

A partir destas especificidades consegue-se organizar metodologias


diversificadas como o referencial padrão a qual seguirá esta comunidade com o objetivo
de um direcionamento social inserindo uma realidade antes vista como algo distante
para tal público.

A família com função de agente sociabilizador trabalhando em conjunto com a


escola que tem papel fundamental na construção da cidadania destas crianças em
situações de vulnerabilidade, pois a inserção da arte, cultura e musica vai além de um
simples aspecto social, é padrão de formação educacional que torna um ser humano
pleno, que goze de todos os seus direitos e deveres, conforme prevê nossa
constituição.
A pesquisa é pautada na importância do ensino da arte no desenvolvimento
pleno da criança na educação infantil tendo como propósito analisar as dificuldades
enfrentadas pela comunidade com analise em autores que tem prioridade em questões
culturais, econômicas e sociais .

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Ao final da pesquisa pode-se analisar que independente do contexto social
inserido as limitações não devem ser práticas em comunidades vulneráveis, com
investimento econômico e parcerias adequadas, podemos ofertar cultura, música e arte
de maneira prazerosa em ambientes restritos, levando em conta as possibilidades de
compreendermos as singularidades, necessidades, contexto e história de cada criança,
procurando formas diversificadas de aprendizagem de maneira adaptada a cada
situação, a qual nos depararmos, não se limitando apenas a vivenciar estes problemas,
mas sendo capaz de acrescentar à cidadania destes jovens uma dimensão social e
política que é mais do que um direito atribuído á eles, é o nosso dever enquanto
cidadão.

Apontamos no decorrer desta análise a importância do professor estabelecer


uma prática pedagógica que valorize a arte, assim como suas linguagens artísticas,
procedimentos, desenvolvimento da criatividade e poética pessoal da criança como
conteúdos que devem estar presentes constantemente. Também um ambiente
adequado, o domínio por parte do professor do que está sendo ensinado e o
conhecimento sobre o desenvolvimento expressivo da criança, seu entusiasmo e,
acima de tudo, conhecer cada aluno e trabalhar com a sua realidade, sempre de forma
contextualizada, proporcionarão aulas de Arte significativas.

Podemos concluir dizendo que para a arte ter o mesmo valor das outras
disciplinas e ser considerada importante para o desenvolvimento da criança, será
necessária uma conscientização e tomada de atitude por parte do professor e de toda a
escola.

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Referências Bibliográficas
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Brasília, 1997.

FUSARI, Maria F. R; FERRAZ, Maria H.C.T. Arte na educação escolar. São Paulo:
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LARROSA, Jorge. Pedagogia Profana: danças, piruetas e mascaradas. 4. ed. Tradução


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LOWENFELD, V.; BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da Capacidade Criadora. São


Paulo: Mestre Jou, 1970.

MARTINS, Mirian C.; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles. Didática do


ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD,
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MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de


Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya; revisão técnica de Edgard de Assis
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SANS, Paulo de Tarso Cheida. A criança e o artista: Fundamentos para o ensino das
artes plásticas. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 1995. (Coleção Ágere).

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