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SUMÁRIO
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• Constituição Federal com 125 Emendas
- Do Sistema Tributário Nacional (artigos n. 145 a 162)
1. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
- Da Seguridade Social (artigos n. 194 a 204)
O sistema tributário nacional é formando por um conjunto de normas • Leis Ordinárias - Federais, Estaduais, DF e Municipais
organizadas hierarquicamente e que define as diretrizes acerca da • Medidas Provisórias e Tratados Internacionais
a Constituição Federal que, por meio do Sistema Constitucional - Decretos (chefe do poder executivo)
Tributário, define as competências tributárias dos entes Federativos e - Instruções normativas/Pareceres normativos
O Sistema Constitucional Tributário está prescrito no capítulo I, do A competência tributária é estabelecida pela Constituição Federal e
título VI, da Constituição Federal e estabelece precipuamente: não pode ser delegada, sendo exclusiva de cada ente nos termos por
ela estabelecidos. Assim, por exemplo, a União não pode delegar ao
a. Repartição das competências tributárias entre os entes Estado a competência para legislar sobre o imposto sobre a renda.
federativos: União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Competência, contudo, não se confunde com capacidade tributária.
b. Os princípios tributários e as limitações ao poder de tributar. Essa última pode ser objeto de delegação. Vejamos as diferenças
Composição Até 15/08/2022 Constituição Federal aos entes políticos (União, Estados,
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Distrito Federal e Município) para instituir e legislar sobre Impostos de competência • Importação de produtos estrangeiros
privativa da Unição • Exportação, para o exterior, de produtos nacionais
tributos. Embora seja uma faculdade (o ente político não é ou nacionalizados
• Renda e proventos de qualquer natureza
obrigado a exercer a competência), ela não pode ser delegada
• Produtos industrializados
a outro ente político. • Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas
a títulos ou valos mobiliários
• Capacidade Tributária Ativa: é a aptidão para cobrar os • Propriedade territorial rural
• GRandes fortunas, nos termos da lei complementar
tributos delegada pelo ente político competente. Exemplos: Impostos de competência • Transmissão causa mortis de doação de quaisquer
privativa dos Estados bens ou direitos
ITR, SESI, SENAI, SEBRAI, SESC, SENAC etc.. • Operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação,
Podemos representar a divisão de competência tributária, conforme ainda que as operações e as prestações se iniciem
no exterior
Constituição Federal, da seguinte forma: • Propriedades de veículo automotores
Impostos de competência • Propriedades predial e territorial urbana
privativa dos Municipios • Transmissão intervivos, a qualquer título, por ato
oneoroso, de bens imóveis, por natureza ou adesão
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os
de garantia, bem como cessão de direitos a sua
aquisição
• Servições de qualquer natureza, não compreendidos
no artigo 155, II, definidos em lei complemetar
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• Anterioridade Nonagesimal ou Noventena (Artigo 150, III, “c”
da CF)
2. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR • Não Confisco (Artigo 150, IV, da CF)
• Liberdade de Tráfego (Artigo 150, V, “c” da CF)
2.1. Princípios Constitucionais Tributários • Seletividade (Artigo 153, § 3º, inciso I da CF)
• Não cumulatividade (Artigos 153, § 3º, inciso II e 155 § 2º,
Além de delimitar as competências tributárias, a Constituição Federal inciso I da CF)
estabelece limitações com o intuito de proteger o contribuinte do • Uniformidade Geográfica (Artigo 151, inciso I da CF)
exercício excessivo desse poder. Essas limitações, em geral, são
estabelecidas por meio de princípios constitucionais. Passaremos a analisar cada um deles, de forma a melhor compreender
o alcance dessas limitações:
Conceito
• Capacidade Contributiva
Os princípios são normas basilares que orientam a aplicação das
demais normas tributárias, dando-lhes condição de validade. Limitam o
poder de tributar dos entes federativos, protegendo os contribuintes de
excessos. Qualquer tributo criado à margem destes princípios deverá
ser declarado inconstitucional.
• São eles:
• Capacidade Contributiva (Artigo 145, § 1º da CF)
Encontra-se previsto no artigo 145, § 1º da Constituição Federal.
• Legalidade (Artigo 150, I da CF)
Estabelece que os impostos devem ser calibrados de forma a
• Isonomia (Artigo 150, II da CF)
considerar a capacidade econômica do contribuinte, inclusive para que
• Irretroatividade (Artigo 150, III, “a” da CF)
não tenham um efeito de confisco. Confira:
• Anterioridade (Artigo 150, III, “b” da CF)
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Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei.
poderão instituir os seguintes tributos: Vejamos:
(...)
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
facultado à administração tributária, especialmente para conferir aos Municípios:
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos I – Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte. Importante notar que o princípio da legalidade pode ser mitigado. O
Artigo 153, §1º da CF excepciona alguns impostos que possuem, além
Conforme veremos adiante, outro princípio importante do direito do seu caráter fiscal (arrecadatório), uma função extrafiscal, como,
tributário é o da isonomia o qual normalmente é aplicado em conjunto por exemplo, regular a economia. Por conta disso, há mitigação do
com o princípio da capacidade contributiva. Isso porque o princípio princípio da legalidade, de forma que o aumento da alíquota pode ser
da isonomia determina que os contribuintes sejam tratados de forma realizado pelo Poder Executivo, não ficando à mercê do longo processo
isonômica, sendo o critério de distinção permitido a capacidade legislativo. Vejamos abaixo quais são:
contributiva. Assim, o que justifica a aplicação de uma alíquota majorada
para um contribuinte é justamente sua maior capacidade contributiva II – Imposto sobre Importação
IE – Imposto sobre Exportação
quando comparado aos demais.
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
IOF – Imposto sobre Operações Financeiras
• Legalidade
Vejamos, nesse sentido, o disposto no artigo 153 da CF:
Previsto no artigo 150, inciso I da Constituição Federal, reforçando o
princípio genérico contido no inciso II do Artigo 5º, de que ninguém
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Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: O princípio da isonomia está previsto no artigo 150, inciso II da
I - importação de produtos estrangeiros; Constituição Federal. Notem a figura. Esse princípio NÃO determina
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou que todas as pessoas sejam tratadas igualmente, mas sim que elas
nacionalizados; sejam tratadas de forma igual, porém na medida de sua desigualdade.
(...) Um milionário, por exemplo, não pode ser tratado igual a uma pessoa
IV - produtos industrializados; desprovida de posses, pagando o mesmo montante de tributos, pois
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou a lei estaria estabelecendo tratamento idêntico para pessoas em
valores mobiliários; condições diferentes. Vejamos o que diz o artigo 150, inciso II da CF:
(...)
§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
enumerados nos incisos I, II, IV e V. aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
• Isonomia encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção
em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos.
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• Irretroatividade após o início de sua vigência, conforme dispõe o artigo 150 da CF a
conferir:
aos Municípios:
Para ilustrar, vamos imaginar que, após alguns anos, o Governo Federal excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos
diferença correspondente à renda adquirida no passado. Isso traria II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
enorme insegurança jurídica aos negócios dos contribuintes, tendo a) quando deixe de defini-lo como infração;
em vista que desconheceriam o custo tributário sobre eles incidentes, b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de
dada a possibilidade de mudança posterior da carga fiscal. Em razão ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha
disso, a lei tributária aplica-se em relação a fatos tributários ocorridos implicado em falta de pagamento de tributo;
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c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei O princípio, contudo, comporta exceções. Notem que, novamente,
vigente ao tempo da sua prática. a CF faz exceção àqueles tributos que possuem caráter extrafiscal.
Confiram:
Atenção para a retroatividade da lei para os casos em que a lei
deixe de definir um ato como infração ou a penalidade seja reduzi- Art. 150. (...)
da, hipótese em que, tratando-se de ato ainda não definitivamente § 1º: A vedação do inciso III, b (i), não se aplica aos tributos previstos
julgado, os novos dispositivos são aplicados preteritamente em nos arts. 148, I (ii), 153, I (iii), II (iv), IV (v) e V (vi); e 154, II (vii);
i. Mesmo exercício financeiro
benefícios ao contribuinte.
ii. Empréstimo Compulsório (EC)
iii. Imposto de Importação (II)
• Anterioridade
iv. Imposto de Exportação (IE)
v. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
O princípio da anterioridade está previsto no artigo 150, inciso III, “b”
vi. Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
da Constituição Federal. Novamente, trata-se de uma garantia de
vii. Imposto Extraordinário (IExt)
segurança jurídica, de forma a impedir que o tributo seja cobrado no
mesmo ano que tenha sido instituído, com o objetivo de possibilitar ao
• Anterioridade Nonagesimal ou Noventena
contribuinte se preparar para a nova exação tributária. Confira:
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O objetivo do princípio da anterioridade que acabamos de ver é de Art. 150. (...)
que o contribuinte não seja surpreendido com alterações repentinas na § 1º: (...) e a vedação do inciso III, c (i), não se aplica aos tributos
carga tributária. Ocorre que, como o princípio da anterioridade permite previstos nos arts. 148, I (ii), 153, I (iii), II (iv), III (v) e V (vi); e 154,
a cobrança “no ano seguinte”, uma lei que preveja o aumento de II (vii), nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos
alíquota de tributo publicada em 31 de dezembro já teria vigência no dia arts. 155, III (viii), e 156, I (ix).
seguinte, haja vista, tratar-se de um novo ano. Por conta disso, a CF foi i. Antes de decorridos noventa dias
emendada para prever o princípio da anterioridade nonagesimal para ii. Empréstimo Compulsório (EC)
alguns tributos, de forma que, além da alteração ter vigência apenas iii. Imposto de Importação (II)
no ano seguinte, faz-se necessário aguardar 90 dias da publicação da iv. Imposto de Exportação (IE)
lei para sua vigência. O princípio está previsto no artigo 150, inciso III, v. Imposto sobre a Renda (IR)
“c” da Constituição Federal: vi. Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
vii. Imposto Extraordinário (IExt)
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao viii. Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotores
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e (IPVA)
aos Municípios: ix. Imposto Predial e Territorial Urbana (IPTU)
III - cobrar tributos:
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido Note que no caso das contribuições destinadas à seguridade
publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto social (art. 190, §6º, CF) também é aplicado o prazo de 90 dias.
na alínea b.
• Não Confisco
Tal qual ocorre com o princípio da anterioridade anual, há exceções
para a aplicação do nonagesimal. Vejamos o que diz a CF: O princípio da proibição ao confisco está previsto no artigo 150, inciso IV,
da Constituição Federal. Os tributos não devem ser cobrados de forma
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exagerada que signifiquem o confisco do patrimônio do contribuinte, • Liberdade de Tráfego
reduzindo significativamente sua riqueza.
Esse princípio, previsto no artigo 150, inciso V, da Constituição Federal,
gera algumas controvérsias, especialmente no que é pertinente à
cobrança de pedágios. A CF veda a limitação ao tráfego de pessoas
ou bens por meio de tributos. Isso faz com que algumas pessoas, não
atentas ao disposto no inciso, entendam que a cobrança do pedágio é
inconstitucional. Ocorre que, conforme expressamente consignado no
texto constitucional, há ressalva acerca da cobrança de pedágios.
aos Municípios:
Imagem retirada da Internet. V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
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que a hipótese está abrangida pelo dispositivo constitucional acima • Uniformidade Geográfica
mencionado.
O princípio da uniformidade geográfica está previsto no artigo 151,
• Não Cumulatividade e Seletividade inciso I, da Constituição Federal. Ele dispõe sobre a instituição
uniforme de tributos em todo o Brasil, evitando-se tratamento distinto
Os princípios da não cumulatividade e da seletividade serão debatidos entre as regiões brasileiras, excetuada a promoção do equilíbrio
mais detidamente oportunamente conforme o andamento do curso, socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
especialmente por estarem atrelados aos impostos que incidem sobre
a receita ou consumo. No momento, é importante apenas mencioná- Art. 151. É vedado à União:
los como princípios constitucionais, estando previstos no artigo 153, § I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional
3º, incisos I e II, da Constituição Federal: ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio
(...)
II - será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada Trata-se de uma limitação do poder de tributar dos entes
operação com o montante cobrado nas anteriores. federativos, representando uma hipótese de não incidência tributária
constitucionalmente prevista. Portanto, a CF impede a imposição de
impostos nos casos que expressamente prevê.
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• Imunidade dos jornais, livros (inclusive eletrônicos), periódicos
e o papel destinado à sua impressão (artigo 150, VI, “d” da CF).
• Imunidade do patrimônio, renda e serviços das Autarquias e
Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público (artigo
150, §2º da CF).
Imunidades Específicas
(...)
Referem-se a todos os impostos de forma geral:
IV - produtos industrializados;
(...)
• Imunidade recíproca às pessoas políticas (artigo 150, VI, “a”
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
da CF).
(...)
• Imunidade do patrimônio, da renda e dos serviços dos templos
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior
de qualquer culto (artigo 150, VI, “b” da CF).
• Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos dos empregados,
• Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR):
Instituições assistenciais e educacionais sem fins lucrativos
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
(artigo 150, VI, “c” da CF).
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(...) lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de
quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel *Utilizado como ativo financeiro ou instrumento cambial.
• Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS): • Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI):
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
sobre: (...)
(...) (...)
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados
sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre
manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação,
nas operações e prestações anteriores; cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos,
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda
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desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil*;
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e. cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada: a cobrança se dá por meio de atividade administra-
3. CONCEITO DE TRIBUTO tiva que observará os ditames legais, não sendo uma atividade
discricionária por parte da administração pública.
Coube ao artigo 3º do Código Tributário Nacional traçar as características
do tributo, o que fez da seguinte forma: 3.1. Conceitos Importantes
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda Alguns conceitos são fundamentais para o entendimento da matéria
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato de legislação tributária. Dentre eles, destacamos os seis abaixo,
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa aprofundados nas Indicações de Leitura:
plenamente vinculada.
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• Sujeito ativo: é a pessoa jurídica de direito público, titular da • EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
competência para exigir o seu cumprimento. (artigo 119 do • CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
CTN). • CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
• Sujeito passivo: é a pessoa física ou jurídica obrigada ao • CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
pagamento do tributo (artigo 121 do CTN). O sujeito passivo da • CIDE
obrigação principal diz-se: I - contribuinte, quando tenha relação • CIP
pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato
gerador; II - responsável, quando, sem revestir a condição de
contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de
lei.
ATENÇÃO
Impostos
É preciso ficar claro que tributos e impostos não são sinônimos. Tributo
é gênero do qual imposto, por exemplo, é espécie. Há uma série de
• Os impostos estão previstos no inciso I do artigo 145 da CF e
espécies de tributos, conforme veremos a seguir:
no artigo 16 do Código Tributário Nacional.
• É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
• IMPOSTOS
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa
• TAXAS
ao contribuinte.
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• Distingue-se entre si pelos respectivos fatos geradores. Contribuição de Melhoria
• Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade contributiva do contribuinte • A contribuição de melhoria está prevista no inciso III do artigo
(artigo 145, § 1º da CF). 145 da CF e no artigo 81 do Código Tributário Nacional.
• É o tributo cuja obrigação tem como fato gerador a valorização
Taxas de imóveis decorrente de obra pública.
• O valor cobrado referente à contribuição de melhoria encontra
• As taxas estão previstas no inciso II do artigo 145 da CF e no o seu valor máximo no valor gasto para a realização da obra
artigo 77 do Código Tributário Nacional. pública e/ou na valorização do imóvel.
• É o tributo que tem como fato gerador o exercício regular
do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial, de Empréstimo Compulsório
serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte.
É por isso que, por exemplo, é inconstitucional a instituição O empréstimo compulsório está previsto no artigo 148 da Constituição
de taxa de iluminação pública, pois não se trata de serviço Federal, que assim dispõe:
público específico e divisível, mas sim de caráter geral, a ser
financiamento por meio de impostos. Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir
• É de competência comum, ou seja, aquele que presta o serviço empréstimos compulsórios:
tem competência para legislar e cobrar o tributo. É um tributo I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
vinculado que somente será devido pelo contribuinte se houver calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
contraprestação por parte do ente federativo que a constituiu. II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
• A taxa não poderá ter a mesma base de cálculo ou fato gerador interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”.
idênticos aos impostos. Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou
sua instituição.
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• Depende, portanto, de lei complementar e votação por
maioria absoluta
• O que diferencia o empréstimo compulsório de outros tributos
é ser ele restituível, o que deve ser feito após o término das
causas que originaram sua cobrança.
Contribuições Especiais
Resumindo:
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Tributo Vinculação Contraprestação
Imposto Não -
Taxa Exercício regular do poder de polícia.
Sim
Utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível.
Contribuição de Melhoria Sim Valorização de imóveis decorrente de obra pública.
Contribuições Sociais Contribuições de intervenção no domínio econômico - financiar a própria atividade interventiva.
Contribuições de interesses de categorias profissionais ou econômicas - vinculadas a entidades representativas de
Em parte
atividades profissionais.
Contribuições de seguridade social - destinadas a financiar a seguridade social.
Empréstimos Compulsórios Custeio de despesas extraordinárias da União, decorrentes da calamidade pública, guerra ou iminência de guerra.
Sim
Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
Retirado de: REZENDE, Amaury José; PEREIRA, Carlos Alberto; ALENCAR, Roberta Carvalho de. Contabilidade tributária: entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos
Destinação da Receita
Afetada a atuação da União nas respectivas
Afetada a serviços públicos Afetada a investimento público,
Não Afetada a obra áreas (ordem social, intervenção sobre
específicos ou ao exercício calamidade ou guerra externa,
Afetada pública o Domínio Econômico ou interesse de
do poder de polícia. devendo ser restituída
categoria profissional.
Não vinculado Imposto n/a n/a Empréstimo compulsório - Imposto Contribuição social.
Vinculado
n/a Taxa n/a Empréstimo compulsório - Taxa n/a
diretamente
Hipótese
Tributária
(Fato
Gerador) Vinculado Contribuição Empréstimo compulsório -
n/a n/a Contribuições especiais.
indiretamente de Melhoria contribuição
Retirado de: SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 185.
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Dispositivo
Espécie Tributária Competência
Constitucional
Privativa: União, estados, Distrito Federal e Municípios.
Residual: União
Taxa 145 Comum: União, estados, Distrito Federal e municípios (competência anexa).
Contribuição de Melhoria 145 Comum: União, estados, Distrito Federal e municípios (competência anexa).
Empréstimo Compulsório 158 Privativa: União.
Privativa: União (cobrada)
b) Receita ou faturamento;
c) Lucro;
Contribuição Social 149 e 195
II - do trabalhador e demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidos pelo
regime geral de previdência social (exceção, demais pessoas jurídicas de direito público, para seu sistema próprio de previdência, sobre
seus funcionários).
Residual: União
Contribuições Especiais
(intervenção no Domínio
Econômico e interesse de 149 Privativa: União
categoria profissional ou
econômica
Privativa: Municípios
Contribuição de Iluminação
149-A
Pública
Cumulativa: União (territórios não divididos em municípios) e distrito federal
Retirado de: SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015. pp. 269 - 270.
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3.3. Funções do tributo • Principal: a obrigação principal surge com a ocorrência do fato
gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade
Precipuamente, os tributos têm função de arrecadação para fazer pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela
frente as despesas dos entes federativos. Contudo, alguns deles decorrente. PAGAMENTO!
se destacam, igualmente, por terem, além do caráter arrecadatório, • Acessória: a obrigação acessória decorre da legislação
função extra, como, por exemplo, regulação da economia. São três as tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas,
funções dos tributos: nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização
dos tributos. CONTROLE E FISCALIZAÇÃO!
• Parafiscal: há um terceiro arrecadando e administrando
o produto do tributo, em interesse de determinada classe Obs.: a obrigação acessória, pelo simples fato da sua
profissional, por exemplo: OAB, CRM, CRC, CREA, etc. inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente
• Fiscal: possui caráter eminentemente arrecadatório (IRPF, à penalidade pecuniária.
IRPJ, ICMS, etc.)
• Extrafiscal: o tributo possui outras funções que não apenas 3.5. Lançamento
arrecadar. É o caso, por exemplo, de regulação da balança
comercial, modificando alíquotas do Imposto de Importação e O nascimento da obrigação tributária decorre da ocorrência da
Exportação (II, IE, IOF, IPI, CIDE, etc.) hipótese de incidência. Por sua vez, o lançamento é o procedimento
administrativo praticado pela autoridade fiscal, que visa constatar a
3.4. Obrigação tributária ocorrência do fato gerador e a matéria tributária, definindo o montante
devido e o sujeito ativo, conforme definição do artigo 142 do CTN:
A obrigação tributária (art. 113 do CTN) se divide em duas, principal e
acessória. Assim, vejamos: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa
constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o
procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do
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fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito
ATENÇÃO
passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é No LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO há
vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. necessidade de antecipação do pagamento,
condicionada a ulterior verificação por parte da
autoridade administrativa. O contribuinte faz tudo!
Há três modalidades de lançamento (art. 147 a 150 do CTN):
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emanada pelo Poder Legislativo da Pessoa de Direito Público
competente. Exemplificando: somente a União pode prever a
4. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO isenção do imposto de renda.
Isenção
• A isenção quanto a suas formas será:
Enquanto a imunidade é uma vedação Constitucional à competência • Condicionada: para usufruir a isenção, o contribuinte se
tributária, a isenção refere-se à exclusão do crédito tributário por meio sujeita a condições determinadas em Lei. Não tem caráter
de legislação infraconstitucional. Na doutrina, é debatido se a isenção geral, está condicionada ao preenchimento dos requisitos
impede o nascimento da obrigação tributária ou apenas dispensa o legais. Exemplo: o Município pode conceder isenção do
seu pagamento. Independentemente do entendimento que prevaleça ISS às empresas prestadoras de serviço de auditoria que
sobre o tema, o contribuinte é isentado do pagamento. possuam em seu quadro de funcionários mais de cinco
• A lei que institui a isenção, obrigatoriamente tem que ser auditores.
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• Incondicionada: não há qualquer exigência específica para Anistia
usufruir do benefício, condicionada a um ato positivo do
contribuinte. Exemplo: faixa de rendimento do contribuinte Benefício estipulado por lei específica prevendo a possibilidade de o
está abaixo de R$ 900,00. contribuinte quitar a obrigação tributária com exclusão das penalidades
• Por prazo certo: a lei determina um prazo em que os pecuniárias que lhe foram impostas.
contribuintes terão direito ao benefício. A concessão da
isenção pode ser retirada, porém, a sua revogação não • Perdão da penalidade imposta ao contribuinte por um
produz efeitos para aqueles que obtiveram o benefício na descumprimento de mandamento legal.
vigência da lei, desde que ela também seja condicionada. • A anistia poderá ser:
• Por prazo indeterminado: a lei não fixa prazo de • Expressa: quando a lei expressamente indica os ilícitos
concessão, a isenção poderá ser revogada a qualquer tributários a serem anistiados.
tempo, tendo efeito imediato, conforme entendimento • Tácita: ocorrendo modificação na ordem jurídica por força
majoritário da jurisprudência. A doutrina diverge, em parte, de lei, em que as novas normas deixem de definir certos
desse entendimento, sustentando que a revogação da atos como infração, seguindo os ditames do artigo 106
isenção importaria na instituição de nova exação, devendo, CTN.
portanto, observar-se o princípio da anterioridade.
ATENÇÃO
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• Conversão de depósito em renda: vencido o contribuinte, o
depósito realizado em garantia é convertido em renda, o que
5. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO não deixa de ser uma forma de pagamento.
• Pagamento antecipado e a homologação do lançamento
• FORMAS DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º:
esse lançamento é feito na sua totalidade pelo sujeito passivo
O Artigo 156 do Código Tributário Nacional define as formas de extinção e possui como característica o pagamento do tributo antes de
do crédito tributário. Vejamos cada uma delas: qualquer procedimento por parte da autoridade administrativa.
A homologação pode ser expressa ou tácita, extinguindo o
• Pagamento: é a prestação pecuniária que o devedor ou alguém crédito tributário.
faz por ele ao sujeito ativo. • Consignação em pagamento: depósito em juízo por parte do
• Compensação: a compensação de débitos ocorre na hipótese contribuinte. Ao final, o magistrado determina quem é o sujeito
de duas pessoas serem ao mesmo tempo devedoras e ativo da relação e o crédito tributário é extinto. Exemplo: ISS.
credoras uma da outra ao mesmo tempo, e a possibilidade de • Decisão administrativa definitiva: decisão administrativa
suas obrigações serem extintas até onde se contrabalançarem. favorável ao contribuinte, por exemplo, anulando auto de
• Transação: é um “acordo” que ocorre quando as partes fazem infração e, consequentemente, extinguindo o crédito tributário
concessões recíprocas para evitar ou terminar um litígio, nele contido.
extinguindo com a obrigação. Depende de lei expressa. • Decisão judicial passada em julgado: decisão judicial
• Remissão: é o perdão da dívida, total ou parcial e só poderá ser favorável ao contribuinte, por exemplo, anulando certidão de
veiculada por lei e a autoridade administrativa que a conceder dívida ativa e, portanto, extinguindo o crédito tributário inscrito.
deverá fazer por decisão fundamentada. • Dação em pagamento em bens imóveis: hipótese em que
• Prescrição e a Decadência: veremos com mais detalhes a o pagamento é feito por meio da entrega de imóveis. Exige lei
seguir. específica.
27
• DECADÊNCIA: II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado,
por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Decadência é uma das formas de extinção do crédito tributário. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se
Ocorre em razão da inércia da autoridade administrativa em proceder definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da
o lançamento tributário. Está definido no artigo 150, § 4º do Código data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário
pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória
Tributário Nacional e Artigo 173, I do Código Tributário Nacional.
indispensável ao lançamento.
o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera- conceito tão abstrato:
28
Fonte: SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 7ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2015. pp. 700-701. Fonte: SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 7ª ed. São Paulo:
• PRESCRIÇÃO:
Outra forma de extinção do crédito tributário é a prescrição. É muito
comum a confusão entre decadência e prescrição. Contudo, a
decadência ocorre pela inércia da autoridade fiscal em efetuar o
lançamento do tributo, ao passo que a prescrição se refere à perda do
direito de cobrar o tributo devido, sendo que a omissão da autoridade
causa a extinção do crédito tributário.
29
Compete ao artigo 174 do Código Tributário Nacional tratar da
prescrição. Vejamos: INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
III - por qualquer ato inequívoco, ainda que extra judicial que constitua
em mora o devedor
30
medida liminar e tutela antecipada, em outras espécies de
ação judicial.
6. SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO • Parcelamento: trata-se de moratória específica, prevendo o
pagamento em prestações do tributo devido.
A suspensão do crédito tributário não causa a extinção da dívida
tributária do contribuinte, mas, como o próprio nome revela, suspende
sua exigibilidade.
31
7. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
32
• pais • tabeliões/escrivães
• tutores • sócios
• curadores • os mandatários, prepostos e empregados
• administradores de bens de terceiro • os diretores, gerentes ou representantes de pessoas
• inventariantes jurídicas de direito privado
• síndico
• comissários • Responsabilidade Por Infrações: a responsabilidade por
• tabeliões/escrivães infrações da legislação tributária independe da intenção do
• os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão
dos efeitos do ato (Art. 136 a 138, CTN)
• Responsabilidade Pessoal de Terceiro: são pessoalmente
responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações
tributárias resultantes de atos praticados com excesso de
poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos (Art.
135, CTN):
• pais
• tutores
• curadores
• administradores de bens de terceiro
• inventariantes
• síndico
• comissários
33
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34
LEGISLAÇÃO E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Prof. Fabio Pereira da Silva
Revisão: Prof. Ms. Leonardo Theon de Moraes
PIS E COFINS
2
SUMÁRIO
1. Introdução
2. A contabilização
3
§ 1º Dos recursos mencionados no “caput” deste artigo, pelo
participantes.
Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o
Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº § 3º Aos empregados que percebam de empregadores que
7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do contribuem para o Programa de Integração Social ou para o Programa
Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois salários
de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta mínimos de remuneração mensal, é assegurado o pagamento de
Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa um salário mínimo anual, computado neste valor o rendimento
do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo. das contas individuais, no caso daqueles que já participavam dos
(Regulamento) referidos programas, até a data da promulgação desta Constituição.
4
§ 4º O financiamento do seguro-desemprego receberá uma III - poderão ter alíquotas:
contribuição adicional da empresa cujo índice de rotatividade da a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o
força de trabalho superar o índice médio da rotatividade do setor, na valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro;
forma estabelecida por lei.
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. mesmo sem vínculo empregatício;
5
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei
a ele equiparar.
6
1.1. O regime cumulativo
Pessoas Receitas
- Tributadas pelo Lucro Presumido - Contratos Públicos anteriores à não
O regime de apuração cumulativa está disciplinado na Lei nº 9.718, de - Instituições Financeiras cumulatividade
- Cooperativas - Transporte de passageiros
27 de novembro de 1998. A esse regime estão submetidas, de modo - Venda de jornais
- Hotelaria e eventos
geral, as pessoas jurídicas de direito privado que são tributadas pelo - Transporte aéreo
- Serviços postais
lucro presumido, na forma prevista na legislação do imposto de renda. - Rodovias
- Agências de viagens
Além disso, por meio da regulação legislativa, existem receitas que se - Consignação de veículos
sujeitam à incidência do PIS e COFINS em regime cumulativo, ainda - Jornalismo e rádio difusão
- Telecomunicações
que a empresa esteja sujeita a apuração do regime do lucro real. - Construção civil
7
COFINS já tenham sido recolhidos anteriormente por substituto
• Isentas, não tributadas ou tributadas à alíquota zero; Sobre a base de cálculo, no regime cumulativo, devem ser aplicadas
as alíquotas de 0,65% do PIS e 3,0% da COFINS, de forma que o
• Não operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente;
cálculo do regime cumulativo não deve possuir grande complexidade.
• Auferidas pelo revendedor, na revenda de produtos cujo PIS e
8
Para exemplificar, considere que uma empresa esteja com a seguinte Observe que o cálculo do montante devido deve excluir o total da receita
situação: submetida ao regime monofásico, ou seja, receitas que sofreram a
incidência das contribuições de forma monofásica, não sendo mais
• Receita de Vendas de Mercadorias: R$ 500.000 tributada no decorrer da cadeia. Resta, portanto, 80% da receita
auferida da empresa e que fica sujeita à incidência das contribuições
• Devolução de vendas: R$ 10.000
nessa etapa do ciclo produtivo.
• Descontos incondicionais: R$ 20.000
9
cumulativo busca aproximação da tributação sobre o valor agregado • Optantes pelo Simples;
ao oferecer créditos sobre compras de insumos e outras despesas • Imunes a impostos;
que deverão ser descontados no momento da venda ou prestação de • Órgãos públicos, autarquias e fundações públicas federais,
serviços. estaduais e municipais e as fundações referidas no art. 61 do
ADCT da CF;
O que se pretendia desonerar teve como consequência, em alguns • Cooperativas, exceto as de produção agropecuária e as de
casos, o aumento da carga tributária para algumas empresas, visto consumo.
que a legislação não admitiu créditos irrestritos a serem abatidos
no momento da venda ou prestação dos serviços. Mais que isso, a Além disso, em conformidade com o art. 10º da Lei 10.833/2003, as
legislação do regime não cumulativo é vasta e extremamente complexa, seguintes receitas, detre outras exceções, ainda que a empresa esteja
aumentando o custo de complexidade das empresas. sujeita a apuração do IRPJ e CSLL pelo lucro real, ficam sujeitas ao
regime cumulativo das contribuições:
Estão sujeitos ao regime não cumulativo, como regra geral, as • Hotelaria e eventos
empresas que apuram o imposto de renda na modalidade de lucro • Transporte aéreo
real. Entretanto, ficam excluídas desse regime as seguintes empresas: • Serviços postais
• Rodovias
• Instituições financeiras; • Agências de viagens
10
• Jornalismo e rádio difusão O cálculo das contribuições que são devidas pelo regime não cumulativo
• Telecomunicações é mais complexo do que aquele referente ao sistema cumulativo. Veja
11
• Isentas, não tributadas ou tributadas à alíquota zero; Uma vez delimitada a base de cálculo, devem ser aplicadas as alíquotas
• Não operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente; do PIS e da COFINS, no caso, 1,65% e 7,6%, respectivamente. Observe
• Auferidas pelo revendedor, na revenda de produtos cuja que o resultado não será o valor devido pelas contribuições, tendo em
COFINS já tenha sido recolhida anteriormente por substituto vista que ainda existe a necessidade de ser calculado o crédito sobre
• Reversões de provisões e recuperação de créditos que não Por meio da regra geral, a empresa que estiver sujeita à apuração
representem ingresso de novas receitas; pelo regime não cumulativo tem o direito ao desconto de créditos
sobre a aquisição de insumos. Insumo é considerado tudo aquilo que
• Resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do
for essencial para o “exercício estatutário da atividade econômica”,
patrimônio líquido;
conforme o REsp 1.221.170, julgado paradigmático e recentemente do
• Lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo
STJ. Confira a seguir a ementa da decisão:
custo de aquisição (computados como receita);
integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem denominadas PIS e COFINS, a definição restritiva da compreensão
reservas ou condições”. Em caso de dúvidas acerca da tributação ou de insumo, proposta na IN 247/2002 e na IN 404/2004, ambas da
não da receita, essa decisão do STF pode servir como guia, posto que SRF, efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3o., II, da
deve ser considerar como receita bruta apenas aquilo que é novo e Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol exemplificativo.
positivo, conforme foi mencionado. 2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios
12
da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerando-se a
13
utilizados como insumos na fabricação de produtos destinados Em relação às máquinas, equipamentos e outros bens incorporados
à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e ao ativo imobilizado adquiridos ou fabricados para locação a terceiros,
lubrificantes; ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na
• dos bens recebidos em devolução, no mês, cuja receita prestação de serviços (Lei nº 11.774/2008):
14
IX – no prazo de 3 (três) meses, no caso de aquisições ocorridas Deve ser ressalvada a vedação da tomada de créditos sobre as
em abril de 2012; despesas financeiras.
15
1.4. O regime monofásico
• Cervejas e refrigerantes;
• Veículos, máquinas e autopeças (regra geral: 2,0% para o PIS
e 9,6% para a COFINS);
• Importadores de cigarros.
16
2. A CONTABILIZAÇÃO
17
18
19
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REFERÊNCIAS
A FIPECAFI assegura a proteção das informações contidas nesse
PEGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade material pelas leis e normas que regulamentam os direitos autorais,
Tributária. 9ª edição. São Paulo: Atlas, 2017. pp. 223 marcas registradas e patentes. Todos os textos, imagens, sons,
a 266. vídeos e/ou aplicativos exibidos nesse volume são protegidos pelos
direitos autorais, não sendo permitidas modificações, reproduções,
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária.
transmissões, cópias, distribuições ou quaisquer outras formas de
16ª edição. São Paulo: Gen/Atlas, 2017. pp. 342 a 375.
utilização para fins comerciais ou educacionais sem o consentimento
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LEGISLAÇÃO E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Prof. Fabio Pereira da Silva
Atualização: Prof. Fabio Pereira da Silva e Prof. Leonardo T. de Moraes
ISS – IMPOSTO
SOBRE SERVIÇOS
2
SUMÁRIO
2. Definições gerais
3. Competência
6. Responsabilidade
8. Casos polêmicos
9. Contabilização do ISS
3
Após anos de controvérsia a respeito de pontos polêmicos contidos no
Decreto-Lei nº 406/1968, mormente no que dizia respeito ao local de
1. INTRODUÇÃO E CONTEXTO HISTÓRICO recolhimento do imposto, foi promulgada a Lei Complementar 116/03,
alterando diversos pontos da disciplina do ISS.
O ISS – Imposto sobre Serviços, de competência municipal, foi
introduzido no Brasil em 1965 por meio da Emenda Constitucional Recentemente, a LC 116/03 foi alterada pela Lei Complementar
nº 18. Coube ao CTN – Código Tributário Nacional disciplinar o ISS 157/16, cujo ponto de destaque foram: a polêmica inclusão da
na parte que lhe competia, trazendo nos artigos 71 a 73 definições possibilidade de tributação do streaming (Spotify, Netflix etc.); a
gerais, tratando de competência, o que se considerava serviços, base confirmação da alíquota mínima de 2%; e a previsão de competência
de cálculo e contribuinte. “cambiante” nas hipóteses em que os municípios não atenderem o
patamar mínimo fixado.
Não demorou muito para o CTN, na parte que disciplinava o imposto,
fosse revogado, o que aconteceu por meio do Decreto-Lei nº 406/1968,
ao qual, por sua vez, sofreu diversas alterações legislativas no decorrer INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
dos anos.
Primeiro passo para compreensão do ISS compreende
a leitura da Lei Complementar 116/03, que pode ser
A Constituição Federal de 1998 (artigo 156, inciso III) manteve a acessada no link a seguir:
4
e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito
realizadas por instituições financeiras.
2. DEFINIÇÕES GERAIS
5
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
6
sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer
outras que venham a ser utilizadas.
3. COMPETÊNCIA
7
§ 3° A nulidade a que se refere o § 2o deste artigo gera, para
o prestador do serviço, perante o Município ou o Distrito
Federal que não respeitar as disposições deste artigo, o direito
à restituição do valor efetivamente pago do Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza calculado sob a égide da lei
nula.
8
7.02 - Execução, por administração, empreitada ou
subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou
4. CONFLITO DE COMPETÊNCIA COM O ICMS elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem,
perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação,
Há casos em que podem surgir dúvidas sobre a incidência do ISS ou terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação
do ICMS, haja vista que os serviços são prestados conjuntamente com e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o
o fornecimento de mercadorias. fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de
serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica
Nesses casos, deve-se consultar a lista de serviços, verificando se o sujeito ao ICMS).
serviço está listado. Caso esteja listado, a competência é municipal,
incidindo o ISS. Caso contrário, confirmada a previsão na Lei 7.05 - Reparação, conservação e reforma de edifícios,
Complementar 87/1996, que dispõe sobre o ICMS, será devido imposto estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento
estadual pelo fornecimento de mercadorias. Há também casos em que de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora
a lista de serviços ressalva que os materiais fornecidos ficam sujeitos do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).
à incidência do ICMS. Vejamos exemplos:
9
§ 1º Quando se tratar de prestação de serviços sob a forma
de trabalho pessoal do próprio contribuinte, o imposto será
5. O ISS DAS SOCIEDADES UNIPROFISSIONAIS calculado por meio de alíquotas fixas ou variáveis, em função
da natureza do serviço ou de outros fatores pertinentes, nestes
Trata-se de sistemática de cálculo que considera que não há receita do não compreendida a importância paga a título de remuneração
serviço, mas sim a quantidade de profissionais prestadores de serviço. do próprio trabalho.
Exemplo:
10
Para exemplificar: estabelecimento situado em Santos, presta serviços
para tomador sediado em São Paulo. Se o município de São Paulo
6. RESPONSABILIDADE determinar a retenção na fonte pelo tomador, a empresa sediada em
Santos, considerando tratar-se dos serviços cuja regra é pelo recolhi-
A LC nº 116/03 prevê, no artigo 6º, a possibilidade de atribuição de mento no local do estabelecimento prestador, ficará sujeita a exação
responsabilidade tributária à terceira pessoa, conforme verificamos dúplice, sendo retido o ISS para recolhimento para São Paulo, bem
abaixo: como tendo como obrigação recolher o tributo para Santos.
Art. 6º Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, Para evitar essa tributação duplicada, os municípios, sendo São Paulo
poderão atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo pioneiro nessa iniciativa, criaram o cadastro municipal de prestadores
crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador de serviços não localizados na cidade, conforme consta do artigo 69
da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do do Decreto nº 53.151/2012:
contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do
cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive
Art. 69º O prestador de serviços que emitir nota fiscal ou outro
no que se refere à multa e aos acréscimos legais.
documento fiscal equivalente autorizado por outro município ou
pelo Distrito Federal, para tomador estabelecido no Município
Dessa forma, grande parte dos municípios acaba por atribuir a de São Paulo, referente aos serviços descritos nos itens 1, 2,
responsabilidade pelo recolhimento do ISS ao tomador dos serviços. 3 (exceto o subitem 3.04), 4 a 6, 8 a 10, 13 a 15, 17 (exceto
Ocorre que, muitas vezes o tomador está sediado em município que os subitens 17.05 e 17.09), 18, 19 e 21 a 40, bem como nos
não é competente para tributar aquele serviço específico, haja vista subitens 7.01, 7.03, 7.06, 7.07, 7.08, 7.13, 7.18, 7.19, 7.20,
ser ele devido ao município da sede do estabelecimento prestador. 11.03 e 12.13, todos constantes da lista do “caput” do artigo
1° deste regulamento, fica obrigado a proceder à sua inscrição
11
em cadastro, na forma e demais condições estabelecidas pela
Secretaria Municipal de Finanças. INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
12
Sendo assim, serviços como o Spotify e Netflix ficam sujeitos à tributação
do ISS, a depender de cada município exercer sua competência.
7. A QUESTÃO DO SERVIÇOS DE STREAMING
Por se tratar de um tema novo, o caso ainda será avaliado pelo Poder
Adicionou-se o Subitem 1.09 à Lista de Serviços Anexa à LC 116, que
Judiciário, estando longe de uma definição. Na prática, contudo, o
introduziu as operações de streaming como passíveis de incidência de
tributo vem sendo cobrado em atendimento ao quanto contido na lei
ISS, o qual restou assim redigido:
complementar.
13
Tributação ISS Locação de Bens
8. CASOS POLÊMICOS
A inclusão da locação de bens na lista do ISS foi vetada. Abaixo a
mensagem de veto:
É oportuna a menção de alguns casos polêmicos, para além do que já
indicado anteriormente, por merecerem especial atenção no estudo do
ISS. Vejamos alguns:
Locação de Bens Móveis: o STF concluiu julgamento de
recurso extraordinário interposto por empresa de locação
Tributação ISS no contrato de franquia:
de guindastes, em que se discutia a constitucionalidade da
cobrança do ISS sobre a locação de bens móveis, decidindo
Previsto no item 17.08 da lista de serviços da LC 116/03. o contrato que a expressão “locação de bens móveis” constante do item
de franquia sempre foi considerado polêmico no que se refere a sua 79 da lista de serviços a que se refere o Decreto-Lei nº 406, de
subsunção ao conceito de serviço. O tema foi recentemente definido 31 de dezembro de 1968, com a redação da Lei Complementar
pelo Supremo Tribunal Federal, por meio do julgamento do Tema 300, nº 56, de 15 de dezembro de 1987, é inconstitucional (noticiado
sendo fixada a seguinte tese: no Informativo do STF nº 207). O Recurso Extraordinário
116.121/SP, votado unanimemente pelo Tribunal Pleno, em
“É constitucional a incidência de Imposto sobre Serviços de Qual- 11 de outubro de 2000, contém linha interpretativa no mesmo
quer Natureza (ISS) sobre contratos de franquia (franchising) (itens sentido, pois a “terminologia constitucional do imposto sobre
10.04 e 17.08 da lista de serviços prevista no Anexo da Lei Comple- serviços revela o objeto da tributação. Conflita com a Lei Maior
mentar 116/2003).” dispositivo que imponha o tributo a contrato de locação de bem
móvel. Em direito, os institutos, as expressões e os vocábulos
têm sentido próprios, descabendo confundir a locação de
14
serviços com a de móveis, práticas diversas regidas pelo sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão
Código Civil, cujas definições são de observância inafastável.” de uso, compartilhado ou não, de ferrovia, rodovia, postes,
Em assim sendo, o item 3.01 da Lista de serviços anexa ao cabos, dutos e condutos de qualquer natureza. Interpretação
projeto de lei complementar ora analisado, fica prejudicado, conforme. Necessidade de as situações descritas integrarem
pois veicula indevida (porque inconstitucional) incidência do operação mista ou complexa. Local da ocorrência do fato
imposto sob locação de bens móveis. gerador. Ausência de violação dos princípios da razoabilidade
ou da proporcionalidade. 1. Nas relações mistas ou complexas
Ocorre, contudo, que o STF, consoante súmula vinculante nº 31, em que não seja possível claramente segmentar as obrigações
definiu ser “inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de de dar e de fazer – “seja no que diz com o seu objeto, seja no
qualquer natureza - ISS sobre operações de locação de bens móveis”, que concerne ao valor específico da contrapartida financeira”
desde que a obrigação assumida seja dissociada da prestação de (Rcl nº 14.290/DF-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Rosa Weber)
serviços. Em outras palavras, o entendimento é aplicável aos casos –, estando a atividade definida em lei complementar como
em que há locações puras de bens móveis, não havendo prestação de serviço de qualquer natureza, nos termos do art. 156, III, da
15
permissão de uso, compartilhado ou não. Existência de unidade
econômica, para fins de tributação, em cada uma dessas urbes,
ainda que o sujeito passivo não tenha nelas instalado unidade
de gerenciamento de atividades, filial ou mesmo infraestrutura
operacional para calcular ou pagar o imposto.
16
Reconhecimento da Despesa de ISS:
9. CONTABILIZAÇÃO DO ISS
Débito:
Despesas de ISS (Resultado) R$ 100,00
Vamos agora contabilizar a prestação de serviços no valor de R$ Crédito:
2.000,00, com alíquota de ISS de 5%, com retenção na fonte1. Confira: ISS a Pagar (Passivo) R$ 100,00
Débito: Débito:
Contas a Receber (Ativo) R$ 1.900,00 ISS a Pagar (Passivo) R$ 100,00
ISS a Compensar (Ativo) R$ 100,00 Crédito:
Crédito: ISS a Compensar (Ativo) R$ 100,00
Receita de Serviços (Resultado) R$ 2.000,00
1
PEGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade 2
PEGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade
Tributária. 9ª Edição. São Paulo: Atlas, 2017.
Tributária. 9ª Edição. São Paulo: Atlas, 2017.
17
Reconhecimento da Receita:
Débito:
Contas a Receber (Ativo) R$ 2.000,00
Crédito:
Receita de Serviços (Resultado) R$ 2.000,00
Débito:
Despesas de ISS (Resultado) R$ 100,00
Crédito:
ISS a Pagar (Passivo) R$ 100,00
Encerramento do Período:
Débito:
ISS a Pagar (Passivo) R$ 100,00
Crédito:
Bancos (Ativo) R$ 100,00
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA
A FIPECAFI assegura a proteção das informações contidas nesse
PEGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade material pelas leis e normas que regulamentam os direitos autorais,
Tributária. 9ª edição. São Paulo: Atlas, 2017. P. 211 - marcas registradas e patentes. Todos os textos, imagens, sons,
219. vídeos e/ou aplicativos exibidos nesse volume são protegidos pelos
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KFOURI JÚNIOR, A. Curso de Direito Tributário. 3ª
transmissões, cópias, distribuições ou quaisquer outras formas de
edição. São Paulo: Saraiva, 2016. P. 479 - 485
utilização para fins comerciais ou educacionais sem o consentimento
prévio e formal da FIPECAFI.
19
LEGISLAÇÃO E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Prof. Fabio Pereira da Silva
Atualização: Prof. Fabio Pereira da Silva e Leonardo T. de Moraes
ICMS – IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO
DE MERCADORIAS E SERVIÇOS
2
SUMÁRIO
1. Contexto Histórico
2. Não Cumulatividade
6. Alíquotas do ICMS
8. Crédito
3
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
1. CONTEXTO HISTÓRICO (...)
4
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente
República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria à diferença entre a alíquota interna e a interestadual de que trata
absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às o inciso VII será atribuída: (Redação dada pela Emenda
operações e prestações, interestaduais e de exportação; Constitucional nº 87, de 2015) (Produção de efeito)
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do
resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta imposto;
de seus membros; IX - incidirá também:
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por
conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual
resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre
terços de seus membros; o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da
nos termos do disposto no inciso XII, “g”, as alíquotas internas, nas mercadoria, bem ou serviço;
operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem
serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações fornecidas com serviços não compreendidos na competência
interestaduais; tributária dos Municípios;
VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a X - não incidirá:
consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem
outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a
Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado
diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota nas operações e prestações anteriores;
interestadual;
5
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão
energia elétrica; concedidos e revogados.
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; em que não se aplicará o disposto no inciso X, b;
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a
sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou
comercialização, configure fato gerador dos dois impostos; § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste
XII - cabe à lei complementar: artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre
6
destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem;
7
A literatura jurídica revela que há muitas formas de não
cumulatividade. No caso do ICMS brasileiro, o método escolhido
2. NÃO CUMULATIVIDADE é o “imposto sobre imposto”. Vale dizer que há relação direta
entre o imposto cobrado na operação de aquisição de mercadoria
Para compreender o ICMS, é necessário se aprofundar no conceito da e o imposto devido na saída dessa mesma mercadoria. Trata-
não cumulatividade. Além de ser a principal característica desse tributo, se de um sistema periódico de apuração de créditos, referente ao
a não cumulatividade é a razão de grande parte das controvérsias montante recolhido na etapa anterior, no momento da entrada de
e discussões jurídicas, inclusive de natureza contenciosa, que o mercadorias, e débitos do tributo, referente à saída de mercadorias.
envolvem. Assim, recolhe-se eventual saldo ao final do período.
O ICMS é um imposto plurifásico, o que significa dizer que incide, regra Mais especificamente, no caso brasileiro, o método é chamado de
geral, desde a produção da matéria-prima até a venda ao consumidor
“nota crédito”, em razão de o vendedor recolher o imposto sobre
final. Difere da incidência monofásica, em que a exação ocorre em
o valor das vendas subtraído do valor do imposto pago na etapa
uma única etapa.
econômica anterior, que deverá ser destacado na nota fiscal da
mercadoria adquirida.
Ocorre que a incidência plurifásica traz consigo o indesejável efeito
cascata, que se refere à cobrança de tributos de forma cumulativa
Observe que esse método faz com que nosso ICMS destoe do típico
em cada etapa de operação, ocasionando a oneração das cadeias
IVA - Imposto Sobre Valor Agregado. Isso porque, no caso do IVA,
produtivas mais longas e, consequentemente, prejudicando o
a base de cálculo do tributo incide sobre o montante agregado em
consumidor, que é o contribuinte de fato do ICMS. A não cumulatividade
cada etapa da produção. Vejamos um exemplo numérico para pleno
surge, justamente, para evitar esse efeito cascata, tendo em vista
a possibilidade de compensação do montante recolhido nas etapas entendimento do conceito:
anteriores.
8
IVA - IMPOSTO SOBRE VALOR AGREGADO ICMS
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4
Valor da Operação R$ 1.000,00 R$ 1.400,00 R$ 1.800,00 R$ 2.500,00 Valor da Operação R$ 1.000,00 R$ 1.400,00 R$ 1.800,00 R$ 2.500,00
Valor Agregado R$ 1.000,00 R$ 400,00 R$ 400,00 R$ 700,00 Imposto Total R$ 180,00 R$ 252,00 R$ 324,00 R$ 450,00
Imposto a Recolher R$ 180,00 R$ 72,00 R$ 72,00 R$ 126,00 Crédito Etapa Anterior Não Há R$ 180,00 R$ 252,00 R$ 324,00
Imposto a Recolher R$ 180,00 R$ 72,00 R$ 72,00 R$ 126,00
cada etapa gera crédito para as etapas seguintes, conforme imposto na decisão dos agentes econômicos. A política fiscal adotada não
destacado na nota fiscal da compra de mercadorias e serviços. deveria influenciar nas decisões dos contribuintes, a serem tomadas,
Vejamos um exemplo semelhante: idealmente, rem razão de regras de livre mercado. Muito embora uma
completa neutralidade tributária pareça utópica, é desejável que o
Poder Público busque esse ideal tanto quanto possível.
9
Nesse sentido, a não cumulatividade do ICMS, em algumas Vejamos o que ocorre, agora, no caso do ICMS. Observe que o
oportunidades, afeta a neutralidade tributária, o que não ocorre com montante recolhido na cadeia, ainda que seja concedida a isenção na
o IVA típico. Vamos avaliar alguns exemplos numéricos para melhor primeira etapa, não é modificado, mantendo-se a carga fiscal de 18%.
retenção desses conceitos. Vejamos:
10
IVA - IMPOSTO SOBRE VALOR AGREGADO Isso acontece porque a isenção tem como consequência a anulação
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 do crédito do imposto recolhido nas etapas anteriores, em atendimento
Valor da Operação R$ 1.000,00 R$ 1.400,00 R$ 1.800,00 R$ 2.500,00
Valor Agregado R$ 1.000,00 R$ 400,00 R$ 400,00 R$ 700,00 ao que dispõe o inciso II do § 2.º do art. 155 da CF. Vejamos:
Imposto a Recolher R$ 180,00 Isento R$ 72,00 R$ 126,00
11
prestação se tenha iniciado no exterior;
• adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou
3. FATO GERADOR E CONTRIBUINTE abandonados;
• adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos
O fato gerador do ICMS é a circulação de mercadorias e prestação derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro
de serviços de transporte interestaduais e intermunicipais e de Estado, quando não destinados à comercialização ou à
comunicações, ainda que as operações se iniciem no exterior, conforme industrialização.
artigo 2º da Lei Complementar 87/96. Embora haja alguma controvérsia
a respeito do conceito de circulação, bem como a insistência por parte
ATENÇÃO para o conceito de estabelecimento como contribuinte
de alguns legisladores de considerar mera circulação física como fato
autônomo, trazido pela Lei Complementar 87/96 que dita o regramento
gerador do ICMS, grande parte da doutrina adota o termo “circulação”
fundamental do ICMS. Segundo a lei, cada estabelecimento da
como relacionado à transferência de propriedade jurídica ou posse.
empresa é autônomo, ou seja, cada um é um contribuinte para fins de
ICMS, sendo que é a saída do estabelecimento que configura o fato
Contribuinte do ICMS é qualquer pessoa, física ou jurídica, que: gerador do tributo.
• realize, com habitualidade ou em volume que caracterize Nesse passo, retornamos à discussão prévia sobre circulação física
intuito comercial, operações de circulação de mercadoria e jurídica. Há intensa controversa sobre se a circulação meramente
ou prestações de serviços de transporte interestadual e física de mercadoria é fato gerador do ICMS. O STJ, por meio da
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as súmula 166 dispôs: “Não constitui fato gerador do ICMS o simples
prestações se iniciem no exterior. deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do
• importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a mesmo contribuinte”. Esse entendimento foi confirmado pelo STF, por
sua finalidade; meio da Ação Declaratória de Constitucionalidade 49!
• seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja
12
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
13
Dizendo de outro modo:
14
Vamos exemplificar o cálculo nessas duas hipóteses:
15
5. CONFLITO DE COMPETÊNCIA ICMS X ISS
16
Bebidas alcóolicas Farinha de trigo
6. ALÍQUOTAS DO ICMS
17
Obs.: sujeito a alterações de alíquotas. Sempre consultar para
• ALÍQUOTAS INTERESTADUAIS:
18
• A QUESTÃO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO • EXEMPLIFICAÇÃO DE CÁLCULOS - OPERAÇÕES
• O comércio eletrônico acarretou queda de arrecadação INTERESTADUAIS:
19
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
20
7. DO PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE
21
• VEDAÇÃO DO CRÉDITO (Artigo 155, 155, § 2°, II, “a” e “b” da
CF):
8. CRÉDITO
• A isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário
da legislação:
a. A apuração deverá ser registrada no Livro de Apuração do - Entrada: não implicará crédito para compensação com o
ICMS, o qual consolidará as informações contidas nos livros montante devido nas operações ou prestações seguintes.
Registro de Entrada e Registro de Saída.
- Saída: acarretará a anulação do crédito relativo às
operações anteriores.
22
Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou • CRÉDITO DE USO E CONSUMO (Artigo 33 da LC 87/96):
utilização de serviços resultantes de operações ou prestações
isentas ou não tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou Art. 33. Na aplicação do Art. 20, observar-se-á o seguinte:
serviços alheios a atividade do estabelecimento.
I - somente darão direito de crédito as mercadorias
destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento, nele
• A apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos entradas a partir de 1º de janeiro de 1998;
por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em - a partir de 1º de janeiro de 2000; (LCP nº 92, de 23.12.1997)
que ocorrer a entrada do bem no estabelecimento. - a partir de 1o de janeiro de 2003; (LCP nº 99, de 20.12.1999)
• Em caso de venda do bem, os créditos não apropriados não - a partir de 1o de janeiro de 2007; (Lcp 114, de 16.12.2002)
poderão ser aproveitados.
- a partir de 1o de janeiro de 2011; (Lcp nº 122, de 2006)
• Em cada período de apuração do imposto, não será admitido
- a partir de 1o de janeiro de 2020; (Lcp nº 138, de 2010)
o creditamento em relação à proporção das operações de
- a partir de 1o de janeiro de 2033; (Lcp nº 171, de 2019)
saídas ou prestações isentas ou não tributadas sobre o total
das operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo
• CRÉDITO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE:
período , exceto no caso de exportação:
• Sempre que a circulação de mercadoria gerar tributação do
ICMS, a quantia do tributo poderá ser recuperada pelo tomador
Crédito Total x Saídas não Tributadas = Crédito a ser apropriado
de serviço a título de crédito. Poderá contratar o serviço de
48 Total de Saídas
transporte tanto na aquisição de mercadoria, quanto na saída
destas.
23
• CRÉDITO DE ENERGIA ELÉTRICA: prestação para o exterior, na proporção desta sobre as
• Somente dará direito a crédito a entrada de energia elétrica saídas ou prestações totais
• CRÉDITO DE COMUNICAÇÃO:
24
subsequentes, sendo a mais comum a substituição tributária
“para frente”.
9. O REGIME DA SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA DO ICMS
• CONTRIBUINTE SUBSTITUÍDO: é aquele cujo imposto,
relativo as suas operações, é retido e recolhido pelo contribuinte
• SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA: regime pelo qual a substituto.
responsabilidade pelo ICMS devido em relação às operações
ou prestações de serviços é atribuída a outro contribuinte que
Importante
não praticou o fato gerador do tributo. Compete ao responsável
• No caso do ICMS, somente se aplica se houver
a retenção e recolhimento do tributo. Regime utilizado
operações subsequentes, caso contrário, não há
especialmente com intuito de facilitar a fiscalização. Exemplo:
substituição tributária. Exemplo: venda de material de
veículos.
uso e consumo não está sujeita à substituição, pois não
• SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PARA FRENTE: quando o
haverá operação subsequente.
substituto paga o ICMS antecipadamente, antes mesmo da
• Atenção: há casos em que, em operações
ocorrência dos fatos geradores subsequentes.
interestaduais, paga-se o ICMS-ST ainda que material
• CONTRIBUINTE SUBSTITUTO: é aquele que a lei atribui
para destinação final (uso e consumo, ativo imobilizado),
de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário.
desde que o destinatário seja contribuinte. Porém,
Trata-se de pessoa vinculada ao fato gerador da respectiva
nesse caso, não é aplicada o MVA, sendo pago apenas
obrigação. Nesse caso, ocorre a exclusão da responsabilidade
o diferencial de alíquota.
do contribuinte ou atribui-se a este em caráter supletivo do
• Também não se aplica se houver mudança no produto
cumprimento total ou parcial da referida obrigação. No caso
na operação subsequente. Exemplo: industrialização.
do ICMS, a responsabilidade pela retenção e o recolhimento
• Não se aplica na venda para estabelecimento paulista,
do imposto pode envolver operações antecedentes ou
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• SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA - Exemplos de produtos (sujeito a
cuja operação subsequente foi isenta ou não tributada.
alteração):
Ex.: exportação.
26
• BASE DE CÁLCULO DO ICMS - ST: • SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA - MVA: a margem de valor agregado,
que é determinada de acordo com preços usualmente praticados
BASE DE CÁLCULO pelo mercado. É divulgado por cada Estado. No caso de operação
Valor da Mercadoria interestadual, o MVA é divulgado por Convênio ou Protocolo. Exemplo:
(+)
Frete
(+)
IPI
(+)
Outras Despesas
(x)
Margem de Lucro (MVA)
27
• Ciclo do ICMS: Lançamento por Homologação:
28
10. RESUMO DA CONTABILIZAÇÃO DOS TRIBUTOS
SOBRE RECEITA
29
30
31
32
33
INDICAÇÃO DE LEITURA OBRIGATÓRIA
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CRÉDITOS
Autoria:Fabio Pereira da Silva
Atualização: Fabio Pereira da Silva e Leonardo T. de Moraes
Coordenação de Operações: Juliana Nascimento
Design Instrucional: Patricia Brasil
Design Gráfico e Diagramação: Dejailson Markes
Captação e Produção de Mídias: Erika Alves, Gabriel Rodrigues,
Gabel dos Santos e Maurício Leme
Revisão de Texto: Patricia Brasil
35
LEGISLAÇÃO E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Prof. Fabio Pereira da Silva
IPI – IMPOSTO
SOBRE PRODUTOS
INDUSTRIALIZADOS
2
SUMÁRIO
2. Fato gerador
3. Base de cálculo
6. Interdependência
8. Cálculo do IPI
9. Contabilização do IPI
3
cessário aguardar o primeiro dia do ano seguinte para a vigência das
alterações nas alíquotas, mas sim 90 dias.
1. INTRODUÇÃO E CONTEXTO HISTÓRICO
IV - produtos industrializados;
Conceitualmente, o IPI é considerado um imposto com características
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
extrafiscais. Vale dizer que, muito embora preste-se para arrecadação
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
tributária, também é utilizado como mecanismo de regulação
econômica, sendo utilizado pelo Poder Executivo para intervir na II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada
exterior.
Em razão dessa extrafiscalidade, o princípio da legalidade não se apli-
ca integralmente ao IPI, ou seja, ele é mitigado. Em outras palavras, IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital
muito embora o tributo seja instituído por lei, o chefe do Poder Executi- pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.
4
I – SERÁ SELETIVO, EM FUNÇÃO DA ESSENCIALIDADE DO II – SERÁ NÃO CUMULATIVO, COMPENSANDO-SE O QUE FOR
PRODUTO DEVIDO EM CADA OPERAÇÃO COM O MONTANTE COBRADO
NAS ANTERIORES
5
No caso de remanescer saldo credor, após efetuada a compensação,
será adotado o seguinte procedimento:
6
III – NÃO INCIDIRÁ SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS possuem alíquota zero ou alíquota reduzida, incentivando a renovação
DESTINADOS AO EXTERIOR do parque industrial das empresas e, como consequência, a produção.
7
I - a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos
intermediários, importe na obtenção de espécie nova
2. FATO GERADOR (transformação);
8
Exceções
9
3. BASE DE CÁLCULO
10
4. ALÍQUOTAS, SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO
ALÍQUOTAS
SUJEITO ATIVO
11
O importador ou quem a lei a ele equiparar; I - os estabelecimentos importadores de produtos de
procedência estrangeira, que derem saída a esses produtos;
O industrial ou quem a lei a ele equiparar; II - os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem,
para comercialização, diretamente da repartição que os liberou,
O comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça
produtos importados por outro estabelecimento da mesma
aos contribuintes definidos no inciso anterior;
firma;
O arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, III - as filiais e demais estabelecimentos que exercerem
levados a leilão. o comércio de produtos importados, industrializados ou
mandados industrializar por outro estabelecimento da mesma
firma, salvo se aqueles operarem exclusivamente na venda a
Convém extrapolarmos essa definição do CTN e indicar algumas varejo e não estiverem enquadrados na hipótese do inciso II;
características adicionais do estabelecimento industrial: IV - os estabelecimentos comerciais de produtos cuja
industrialização tenha sido realizada por outro estabelecimento
• Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das da mesma firma ou de terceiro, mediante a remessa, por
operações consideradas industrialização, resultando produto eles efetuada, de matérias-primas, produtos intermediários,
tributado, ainda que de alíquota zero ou isento. embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos;
• Cada estabelecimento da empresa é autônomo para fins de V - os estabelecimentos comerciais de produtos do Capítulo
caracterização como estabelecimento industrial. 22 da TIPI, cuja industrialização tenha sido encomendada a
estabelecimento industrial, sob marca ou nome de fantasia
A legislação (artigo 9º do RIPI), ademais, considera estabelecimento de propriedade do encomendante, de terceiro ou do próprio
12
VI - os estabelecimentos comerciais atacadistas dos produtos X - os estabelecimentos atacadistas dos produtos da Posição
classificados nas Posições 71.01 a 71.16 da TIPI; 87.03 da TIPI;
c) engarrafadores dos mesmos produtos; a estabelecimento industrial, sob marca ou nome de fantasia
procedência estrangeira, classificados nas Posições 33.03 a XIV - os estabelecimentos comerciais atacadistas dos produtos
adquirirem produtos de procedência estrangeira, importados da TIPI, de procedência estrangeira, sujeitos ao imposto
por encomenda ou por sua conta e ordem, por intermédio de conforme regime geral de tributação de que trata o art. 222; e
13
os produtos de que trata o inciso XIV, diretamente de sujeita-se ao recolhimento do tributo. Podem se equiparar por opção:
estabelecimento importador. I - os estabelecimentos comerciais (atacadista que efetuar
vendas de bens de produção, exceto a particulares em
Vamos exemplificar o caso do inciso III, ou seja, as filiais e demais quantidade que não exceda a normalmente destinada ao
estabelecimentos que exercerem o comércio de produtos importados, seu próprio uso) que derem saída a bens de produção, para
da mesma firma, salvo se aqueles operarem exclusivamente na venda II - as cooperativas, constituídas nos termos da Lei no 5.764,
a varejo e não estiverem enquadrados na hipótese do inciso II; de 16 de dezembro de 1971, que se dedicarem à venda em
comum de bens de produção, recebidos de seus associados
14
se a aquisição for de estabelecimento equiparado, caso contrário, o
crédito será reduzido pela metade, conforme abaixo:
15
direito ao crédito presumido, sendo essa venda equiparada, para os
fins legais, a uma exportação.
5. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI
Aplica-se tão somente às receitas sujeitas à incidência cumulativa da Valor dos materiais adquiridos: R$ 1.000.000,00
contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS. Isso ocorre porque a lei
tem como objetivo ressarcir a empresa exportadora do custo (ou parte Valor da % da Receita de Exportação: 40%
dele) do PIS e COFINS acumulado na cadeia produtiva.
Valor do Crédito do IPI = R$ 1.000.000 x 40% x 5,37% =
R$ 21.480,00
Ainda que o produto industrializado esteja sujeito à alíquota zero, o
crédito presumido é garantido. O mesmo ocorre para as vendas a
empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação.
Por exemplo: uma indústria que realize a venda para uma empresa
comercial exportadora de produto cujo destino será a exportação, terá
16
mais de cinquenta por cento, nos demais casos, do volume
das vendas dos produtos tributados, de sua fabricação ou
6. INTERDEPENDÊNCIA importação;
II - quando, de ambas, uma mesma pessoa fizer parte, na Sendo caracterizada a interdependência, a empresa fica sujeita ao
qualidade de diretor, ou sócio com funções de gerência, ainda arbitramento do valor tributável do IPI, nos termos do artigo 195 do
que exercidas sob outra denominação; RIPI, conforme verificamos a seguir:
III - quando uma tiver vendido ou consignado à outra, no ano
anterior, mais de vinte por cento no caso de distribuição com
Art. 195. O valor tributável não poderá ser inferior:
exclusividade em determinada área do território nacional, e
I - ao preço corrente no mercado atacadista da praça do reme-
17
tente quando o produto for destinado a outro estabelecimento
do próprio remetente ou a estabelecimento de firma com a qual
mantenha relação de interdependência;
18
14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga,
19
Valor Sem Tributos 820,00
R$ 820,00 / (1-Alíquota)
8. CÁLCULO DO IPI =
R$ 820,00 / (1-0,18)
=
R$ 820,00 / 0,82
O cálculo do IPI não traz as mesmas dificuldades que vimos no caso
=
Cálculo do ICMS
do ICMS. Ele é realizado “por fora”, ou seja, ao contrário do que ocorre R$ 1.000,00
(Preço da Mercadoria com ICMS)
com o ICMS, o IPI não compõe sua própria base de cálculo. Dessa =
forma, basta aplicarmos a alíquota do IPI sobre o valor da mercadoria, R$ 1.000,00 x 18%
=
que inclui o valor do ICMS. R$ 180,00 (ICMS)
Preço da Mercadoria x 10%
=
Para que não reste nenhuma dúvida, vamos imaginar um produto cujo Cálculo do IPI R$ 1.000,00 x 10%
valor, sem ICMS e IPI, seja R$ 820,00. Assim se daria a composição do =
R$ 100,00 (IPI)
preço final, incluindo o ICMS e o IPI com alíquotas, respectivamente,
de 18% e 10%:
Nesse caso, a nota fiscal, resumidamente, conteria as seguintes
informações:
NOTA FISCAL
Produto (ICMS Incluso) R$ 1.000,00
ICMS Destacado R$ 180,00
IPI R$ 100.00
VALOR TOTAL R$ 1.100,00
20
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
21
Importante destacar que, nesse caso, a venda está sendo realizada
para contribuinte do ICMS que vai revender essa mercadoria. Caso
9. CONTABILIZAÇÃO DO IPI contrário, teríamos que incluir o IPI na base de cálculo do ICMS,
conforme vimos no material anterior.
Vamos agora contabilizar a compra à vista do produto, conforme
nota fiscal contida na sessão anterior. Considere que a Empresa
Vamos, agora, contabilizar, essa venda:
compradora, XYZ, é uma companhia industrial e, portanto, toma crédito
de IPI. Vejamos: Débito:
Banco (Ativo) R$ 1.650,00
Débito: Crédito:
Estoque (Ativo) R$ 820,00 Receita Bruta (Resultado) R$ 1.500,00
ICMS a Recuperar (Ativo) R$ 180,00 IPI a Recolher R$ 150,00
IPI a Recuperar (Ativo) R$ 100,00
Crédito: Débito:
Banco (Ativo) R$ 1.100,00 ICMS sem a Venda (Resultado) R$ 270,00
Crédito:
ICMS a Recolher (Passivo) R$ 270,00
Feita a contabilização da compra, vamos simular a contabilização da
venda desse produto. Vejamos a Nota Fiscal:
Débito:
CPV (Resultado) R$ 820,00
NOTA FISCAL Crédito:
Produto (ICMS Incluso) R$ 1.500,00 Estoque (Ativo) R$ 820,00
ICMS Destacado R$ 270,00
IPI R$ 150.00
VALOR TOTAL R$ 1.650,00
22
Vamos, por fim, contabilizar o pagamento dos tributos: Débito:
IPI sobre o Faturamento
R$ 150,00
Bruto (Resultado)
Débito:
Crédito:
ICMS a Recolher (Passivo) R$ 270,00
IPI a Recolher R$ 150,00
Crédito:
ICMS a Recuperar (Ativo) R$ 180,00
Banco (Ativo) R$ 90,00 Vejam que nesse caso foi contabilizada uma etapa a mais, incluindo o
IPI no faturamento bruto, o que não é indispensável.
Débito:
IPI a Recolher R$ 150,00
Crédito: É oportuno, por fim, trazer um exemplo de nota fiscal, onde pode-se
IPI a Recuperar (Ativo) R$ 100,00 observar os campos relacionados aos tributos que incidem sobre a
Banco (Ativo) R$ 50,00 operação de venda de um produto industrializado. Confira:
Débito:
Banco (Ativo) R$ 1.650,00
Crédito:
Faturamento Bruto (Resultado) R$ 1.650,00
23
INDICAÇÕES DE LEITURA OBRIGATÓRIA INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
PEGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária.
Tributária. 9ª edição. São Paulo: Atlas, 2017. 16ª edição. São Paulo: Atlas, 2017 Páginas. 223 - 228.
• Páginas 166 - 174.
REZENDE, Amaury José; PEREIRA, Carlos Alberto
KFOURI JÚNIOR, A. Curso de Direito Tributário. 3ª Pereira; ALENCAR, Roberta Carvalho. Contabilidade
edição. São Paulo: Saraiva, 2016. Tributária. São Paulo: Atlas, 2010. pp. 84 - 87.
• Páginas 423 - 433.
24
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Gabriel dos Santos e Mauricio Leme
Revisão de Texto: Patricia Brasil
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LEGISLAÇÃO E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Prof. Fabio Pereira da Silva
IMPOSTOS DIVERSOS
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SUMÁRIO
1. Introdução
2. IPTU – Imposto sobre propriedade territorial urbana
3. ITBI – Imposto sobre transmissão de bens imóveis
4. IPVA – Imposto sobre propriedade de veículos automotores
5. ITCMD – Imposto sobre transmissão causa mortis e doações
6. ITR – Imposto territorial rural
3
esses impostos, conforme trataremos a seguir.
1. INTRODUÇÃO
Antes de adentrar na análise individual de cada um deles, não é
despiciendo mencionar que a instituição desse tipo de exação tributária,
Neste material, trataremos dos seguintes tributos: IPTU, ITBI, ITCMD,
leva em conta a moldagem do sistema tributário nacional focado em
IPVA e ITR. São impostos que não representam grande arrecadação
fluxo ou estoque de patrimônio, conforme verificamos a seguir:
tributária para os entes competentes, conforme podemos verificar no
gráfico abaixo, em comparação ao Imposto sobre a Renda:
4
No caso do sistema tributário nacional, temos a incidência de tributos
sobre o fluxo e sobre o estoque, de modo que não há uma política
fiscal baseada unicamente em apenas uma das hipóteses.
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Curioso notar que há duas progressividades mencionadas na
Constituição Federal. Uma delas se refere à progressividade em razão
2. IPTU – IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL
URBANA do valor do imóvel e a outra, prevista no artigo 182, § 4º, inciso II, que
assim dispõe:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
I - propriedade predial e territorial urbana. desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir
o bem-estar de seus habitantes.
§ 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
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do artigo 182 da CF. Isso porque consta no texto que, conforme
destacamos, a aplicação refere-se a uma “pena”. Ora, considerando referida obrigação, garantida a prerrogativa prevista no art.
que o artigo 3º do CTN afirma que tributo não constitui sanção por ato 8.
ilícito, então, a progressividade do artigo 182 não se refere às questões § 3º É vedada a concessão de isenções ou de anistia
Art. 7. Em caso de descumprimento das condições e dos O fato gerador do IPTU é a propriedade, domínio útil ou a posse de
prazos previstos na forma do caput do art. 5 desta Lei, ou bem imóvel localizado em zona urbana ou extensão da urbana. O CTN
não sendo cumpridas as etapas previstas no § 5º do art. 5 define o que é área urbana, em seu artigo 32, assim dispondo:
progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota a propriedade predial e territorial urbana tem como fato
pelo prazo de cinco anos consecutivos. gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem
§ 1º O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será imóvel por natureza ou por acessão física, como definido
fixado na lei específica a que se refere o caput do art. 5 na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
desta Lei e não excederá a duas vezes o valor referente ao § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona
ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por urbana a definida em lei municipal; observado o requisito
§ 2º Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou
não esteja atendida em cinco anos, o Município manterá mantidos pelo Poder Público:
a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas
pluviais;
II - abastecimento de água;
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III - sistema de esgotos sanitários; Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento das obrigações tributárias correspondentes.
máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. locatário não é sujeito passivo do IPTU. Confira:
Assim, para a incidência do IPTU, é necessário que a lei de zonea- DIREITO TRIBUTÁRIO E FISCAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO
mento urbano do município decida quais as áreas urbanas da cidade, FISCAL. IPTU E TAXAS. SUJEITO PASSIVO. COMODATÁRIO.
bem como os locais, que se sirvam de ao menos dois melhoramentos AUSÊNCIA DE ANUMUS DOMINI. QUESTÃO PASSÍVEL DE
O sujeito ativo do IPTU é o município do local do imóvel. Já o sujeito IMPOSSIBILIDADE. DESACOLHIMENTO DOS EMBARGOS.
passivo é o proprietário ou quem mantém o domínio útil ou a posse com O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil
ânimo definitivo. Ressalte-se que o locatário não é contribuinte, ainda ou a posse do bem imóvel, sendo contribuinte do imposto o
que haja previsão contratual nesse sentido, isso porque, convenções proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu
particulares somente se impõe sobre as partes contratantes, não possuidor a qualquer título. No tocante à posse, o sujeito
afetando o Poder Público, conforme consta do artigo 123 do CTN: passivo do IPTU é aquele que pode ser proprietário, com
ânimo de dono, insuficiente a posse despida de tal requisito,
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as como a do locatário ou a do comodatário, podendo a questão
convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo ser dirimida nos próprios autos da execução. (...) Apelação
pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda desprovida. (Apelação Cível Nº 70021810908, Vigésima
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Faixas de Valor Venal (R$) Multipicar por Subtrair
Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Até R$ 150.000,00 0,011 R$ 0,00
Carlos Eduardo Zietlow Duro, julgado em 22/11/2007) De R$ 150.001,00 a R$ 300.000,00 0,013 R$ 300,00
De R$ 300.001,00 a R$ 600.000,00 0,015 R$ 900,00
De R$ 600.001,00 a R$ 1.200.000,00 0,017 R$ 2.100,00
Em relação à alíquota, é estabelecida pelo legislador municipal, Acima de R$ 1.200.000,00 0,019 R$ 4.500,00
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Posteriormente, a cada mês, é necessário registrar a despesa do IPTU,
a crédito do Ativo IPTU a apropriar:
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atividade preponderante do adquirente for a compra e
3. ITBI – IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO DE BENS IMÓ-
venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou
VEIS
arrendamento mercantil;
II - compete ao Município da situação do bem.
O ITBI – Imposto de Transmissão de Bens Imóveis é um imposto de
competência municipal, previsto no artigo 156, inciso II da Constituição
Federal, que assim dispõe: Reparem na parte destacada no texto constitucional. Trata-se de
imunidade que impede a incidência do ITBI nos casos em que o imóvel
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: é transferido para pessoa jurídica em realização de capital, ou seja,
e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses
bem como cessão de direitos a sua aquisição; bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.
(...)
Outro ponto que é importante mencionar é a tese de que a imunidade
§ 2º - O imposto previsto no inciso II: está limitada ao montante de capital realizado. Para não ficarmos na
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos aridez da teoria, vamos exemplificar. Imaginemos que uma pessoa
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em física subscreva R$ 200.000,00 do capital de uma pessoa jurídica.
realização de capital, nem sobre a transmissão de bens Para realizar esse capital, ele integraliza um bem imóvel, cujo valor que
ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou consta de sua declaração de ajustes do imposto de renda da pessoa
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Ocorre que o valor venal de referência desse imóvel, segundo
consta no site da Prefeitura local, é de R$ 300.000,00. Nesse caso, INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
há entendimento no sentido de que a imunidade do ITBI se limita ao
A Imunidade do ITBI e o Entendimento do STF
montante do capital realizado, ou seja, R$ 200.000,00, cabendo ao
contribuinte recolher a diferença considerando a base de cálculo de
R$ 100.000,00.
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§ 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante
referida neste artigo quando mais de 50% (cinquenta o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
por cento) da receita operacional da pessoa jurídica
adquirente, nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2 (dois) Equivale dizer que a transferência imobiliária se perfaz mediante registro
anos subsequentes à aquisição, decorrer de transações do título translativo no Registro de Imóveis. Sendo assim, somente
mencionadas neste artigo. podemos considerar ocorrido o fato gerador do ITBI no momento do
registro, haja vista a hipótese de incidência ser a transferência de
§ 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades propriedade.
após a aquisição, ou menos de 2 (dois) anos antes dela,
apurar-se-á a preponderância referida no parágrafo anterior A despeito desse entendimento, as Prefeituras costumam entender que
levando em conta os 3 (três) primeiros anos seguintes à mera promessa de compra e venda é suficiente para a incidência do
data da aquisição. ITBI, o que, segundo a melhor doutrina e jurisprudência, não subsiste
juridicamente, conforme, inclusive, já decidiu o STF.
O fato gerador do ITBI é a transmissão “inter vivos” a qualquer título,
por ato oneroso, de bens imóveis por natureza ou acessão física, e
direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como a cessão
de direitos à sua aquisição.
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onde se discute a base de cálculo a ser adotada para fins de incidência
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débito de despesa. O montante do desembolso do ITBI será registrado
no resultado por meio da depreciação do imóvel.
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proprietário. Nesse sentido, o STF, nos autos do Recurso Extraordinário
nº 1016605 assim decidiu:
4. IPVA – IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE DE VEÍCULOS
AUTOMOTORES
Tese (tema 708 da repercussão geral): “A Constituição autoriza a
cobrança do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
O IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores - é
(IPVA) somente pelo Estado em que o contribuinte mantém sua sede
tributo de competência estadual, previsto no artigo 155, inciso III da
ou domicílio tributário”
Constituição Federal, que assim dispõe:
§ 6º O imposto previsto no inciso III: I - 1,5% (um inteiro e cinquenta centésimos por cento) para
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; veículos de carga, tipo caminhão;
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e II - 2% (dois por cento) para:
utilização. a) ônibus e micro-ônibus;
b) caminhonetes cabine simples;
O sujeito ativo é o Estado onde o veículo é licenciado, em geral, local c) motocicletas, ciclomotores, motonetas, triciclos e
do domicílio do proprietário. É preciso atenção por haver controvérsias quadriciclos;
se o IPVA é devido no local do licenciamento nas hipóteses em que d) máquinas de terraplenagem, empilhadeiras, guindastes,
o local não corresponde a efetiva residência ou estabelecimento do locomotivas, tratores e similares;
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Lado outro, o sujeito passivo é o proprietário do veículo automotor.
III - 4% (quatro por cento) para qualquer veículo automotor
não incluído nos incisos I e II deste artigo. A base de cálculo do IPVA é o valor venal do veículo, conforme divulgado
§ 1º - A alíquota dos veículos automotores a que se refere o pelo Estado competente. Importante mencionar, nesse sentido, que, no
inciso III deste artigo, destinados à locação, de propriedade caso do IPVA, especificamente no que diz respeito à base de cálculo,
de empresas locadoras, ou cuja posse estas detenham em não se aplica o princípio da anterioridade nonagesimal, somente o
decorrência de contrato de arrendamento mercantil, desde anual.
que registrados neste Estado, será reduzida a 1% (um por
cento). O fato gerador do IPVA considera-se ocorrido no 1º de janeiro de cada
§ 2º - Considera-se empresa locadora de veículos, para ano ou no momento da compra do veículo.
os efeitos do § 1º, a pessoa jurídica cuja atividade de
locação de veículos represente no mínimo 50% (cinquenta O lançamento do IPVA é de ofício, o que significa dizer que o Estado
por cento) de sua receita bruta, mediante reconhecimento, verifica a ocorrência do fato gerador, calcula o tributo e envia ao
segundo disciplina estabelecida pelo Poder Executivo. contribuinte o boleto para pagamento.
§ 3º - Será aplicada, excepcionalmente, a alíquota de
3% (três por cento) para veículos fabricados até 31 de Uma polêmica a respeito do IPVA é se ele seria devido por proprietários
dezembro de 2008 que utilizarem motor especificado para de aeronaves e embarcações (RE 134.509/AM; RE 255.111/SP; e RE
funcionar exclusivamente a gasolina, quando adaptado 379.572/RJ). Tal discussão foi encerrada pelo STF, que considerou
para funcionar de maneira combinada com gás natural inconstitucional qualquer iniciativa de cobrança de IPVA desse tipo de
veicular ou gás natural comprimido, ficando convalidados propriedade.
os procedimentos anteriormente adotados.
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Por fim, vamos avaliar o registro contábil do evento econômico Posteriormente, a cada mês, é registrada a despesa à crédito do ativo:
relacionado ao IPVA. Remetemos, aqui, ao quanto, já dito no caso do
IPTU. Nesse sentido, independentemente do pagamento à vista ou
parcelado, a despesa de IPVA deve ser dividida no período contábil.
Suponha, por exemplo, R$ 2.100,00 de despesa de IPVA. Uma vez
identificado o montante a pagar: No momento do pagamento, é necessário registrar o evento econômico
relacionado ao pagamento do tributo. Vejamos:
Notem que aqui utilizamos a expressão “despesa Nesse caso, a conta “Despesa Antecipada” (IPVA a Apropriar) teria um
antecipada”, haja vista que é comum verificarmos o uso saldo de R$ 1.050,00. Ao vender o veículo, há necessidade de fazer
dela pelas empresas. Contudo, o correto é, conforme o registro do evento econômico e “baixar” esse ativo. Sendo assim,
demonstramos no registro contábil do IPTU, “IPVA a debita-se a despesa e credita-se o Ativo, da seguinte forma:
Apropriar”. A menção é importante para exemplificar as
hipóteses que, na prática, é possível encontrar.
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Evidentemente que deve ser registrada, ainda, a baixa do veículo e a
entrada do valor da venda, apurando-se o eventual ganho de capital.
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5. ITCMD – IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA
MORTIS E DOAÇÕES
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• No caso de bens imóveis: competente é o Estado da situação Especial atenção merece tais casos envolvendo participações
do bem, conforme artigo 155, § 1º, I, da Constituição Federal. societárias, em razão da previsão expressa em dispositivos legais
• No caso de bens móveis, títulos e créditos: competente estabelecendo que, conforme mencionado, a base de cálculo
é o Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, corresponde ao valor patrimonial. Vejamos o que dispõe a lei paulista:
ou tiver domicílio o doador, conforme artigo 155, § 1º, II, da
Constituição Federal. Lei n. 10.705/2000 de SP: Artigo 14 - No caso de bem móvel ou
direito não abrangido pelo disposto nos artigos 9°, 10 e 13, a base
A alíquota do ITCMD varia conforme decisão do Estado competente, de cálculo e o valor corrente de mercado do bem, título, crédito ou
sendo a alíquota máxima de 8% conforme definido pelo artigo 155, § direito, na data da transmissão ou do ato translativo. ... § 2º - O valor
1º, IV, da Constituição Federal. Em São Paulo, por exemplo, é de 4% das ações representativas do capital de sociedades é determinado
do valor do bem. segundo a sua cotação média alcançada na Bolsa de Valores, na
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mas sim o valor do patrimônio considerando o valor de mercado dos c) de ferramenta e equipamento agrícola de uso manual, roupas,
bens e direitos que compõe o acervo societário. Confira: aparelho de uso doméstico e demais bens móveis de pequeno valor
Resposta à Consulta Nº 20115 DE 06/08/2019 (SEFAZ – SP): valor total não ultrapassar 1.500 (mil e quinhentas) UFESPs;
ITCMD – Transmissão causa mortis de quotas societárias – Base de não ultrapassar 1.000 (mil) UFESPs;
I. Para efeitos de cálculo do ITCMD, o valor a ser atribuído às quotas de Seguro Social e Previdência, oficiais ou privados, verbas e
sociais de empresas deve refletir o seu valor de mercado. prestações de caráter alimentar decorrentes de decisão judicial em
II. Admite-se o valor patrimonial, desde que se leve em conta o valor processo próprio e o montante de contas individuais do Fundo de
patrimonial real, ou seja, aquele que mais se aproxima do valor de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participações PIS-
mercado (valor com que as referidas quotas de patrimônio seriam PASEP, não recebido em vida pelo respectivo titular;
passíveis de ser negociadas no mercado - preço de venda). f) na extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o
instituidor;
a) de imóvel de residência, urbano ou rural, cujo valor não ultrapassar social; (Redação dada à alínea pela Lei 16.050, de 15-12-2015; DOE
5.000 (cinco mil) Unidades Fiscais do Estado de São Paulo - UFESPs 16-12-2015);
e os familiares beneficiados nele residam e não tenham outro imóvel; c) de bem imóvel para construção de moradia vinculada a programa
b) de imóvel cujo valor não ultrapassar 2.500 (duas mil e quinhentas) de habitação popular;
UFESPs, desde que seja o único transmitido; d) de bem imóvel doado por particular para o Poder Público.
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O sujeito ativo do ITR é a União, contudo, a capacidade tributária
ativa pode ser delegada para os Municípios, conforme inciso III, do
6. ITR – IMPOSTO TERRITORIAL RURAL
parágrafo 4º do artigo 153 da CF, acima mencionado. Nesses casos,
a arrecadação do tributo pode ser atribuída ao município do local da
O ITR é um imposto de competência da União Federal, previsto na
propriedade.
Constituição no artigo 153, inciso VI, abaixo reproduzido:
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• Meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
PROCURADOR: ANDREA ALIONIS BANZATTO E OUTRO(S)
• Abastecimento de água;
• Sistema de esgotos sanitários;
EMENTA
• Rede de iluminação pública;
TRIBUTÁRIO. IMÓVEL NA ÁREA URBANA. DESTINAÇÃO
• Escola primária ou posto de saúde, até 3 km de distância do
RURAL. IPTU. NÃO INCIDÊNCIA. ART. 15 DO DL 57/1966.
imóvel.
RECURSO REPETITIVO. ART. 543-C DO CPC.
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Art. 32. O Valor da Terra Nua - VTN é o valor de mercado Art. 33. O Valor da Terra Nua Tributável - VTNT é obtido
do imóvel, excluídos os valores de mercado relativos a (Lei mediante a multiplicação do VTN pelo quociente entre a
nº 9.393, de 1996, art. 8º, § 2º, art. 10, §1º, inciso I): área tributável, definida no art. 10, e a área total do imóvel
I - construções, instalações e benfeitorias; (Lei nº 9.393, de 1996, art. 10, § 1º, inciso III).
II - culturas permanentes e temporárias;
III - pastagens cultivadas e melhoradas; Art. 34. A alíquota utilizada para cálculo do ITR é
IV - florestas plantadas. estabelecida para cada imóvel rural, com base em sua área
total e no respectivo grau de utilização, conforme a tabela
§ 1º O VTN refletirá o preço de mercado de terras, apurado seguinte (Lei nº 9.393, de 1996, art. 11 e Anexo):
em 1º de janeiro do ano de ocorrência do fato gerador, e
será considerado autoavaliação da terra nua a preço de
mercado (Lei nº 9.393, de 1996, art. 8º, § 2º).
Assim, para o cálculo do tributo, precisamos encontrar o valor da terra Vamos trazer um exemplo para esclarecer o cálculo. Imaginemos os
nua, nos modos definidos nos artigos 33 e 34 do Regulamento do ITR, seguintes dados:
que abaixo reproduzimos:
• Área da propriedade: 80ha
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• Percentagem de uso: 82%
• Área Mecanizada: - 30ha: R$ 400.00,00
• Reserva Legal: - 10ha: R$ 20.000,00
• Área de Pastagem: 20ha: R$ 80.000,00
• Área de Instalações: 2 ha: R$ 120.000,00
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INDICAÇÕES DE LEITURA OBRIGATÓRIA INDICAÇÕES DE LEITURA COMPLEMENTAR
PEGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade LOPES FILHO, Juraci Mourão; Imposto Predial e
Tributária. 9ª edição. São Paulo: Atlas, 2017. pp. 284 Territorial Urbano (IPTU) e Imposto Territorial Rural
a 296. (ITR) / Juraci Mourão Lopes Filho. – São Paulo: Atlas,
2015.
ANIS; Kfouri Jr. Curso de Direito Tributário. 3ª edição.
São Paulo: Saraiva, 2016. pp. 430 a 433/437 a 446/467
REZENDE, Amaury José; PEREIRA, Carlos Alberto
a 470/471 a 479.
Pereira; e ALENCAR, Roberta Carvalho. Contabilidade
Tributária. São Paulo: Atlas, 2010. pp. 107 a 116.
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© FIPECAFI - Todos os direitos reservados.
CRÉDITOS
Autoria: Leonardo T. de Moraes e Fabio Silva
Coordenação de Operações: Juliana Nascimento
Design Instrucional: Patricia Brasil
Design Gráfico e Diagramação: Dejailson Markes
Captação e Produção de Mídias: Erika Alves, Gabriel Rodrigues,
Gabriel dos Santos e Mauricio Leme
Revisão de Texto: Patricia Brasil
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LEGISLAÇÃO E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Prof. Fabio Pereira da Silva
IMPOSTO DE RENDA DA
PESSOA FÍSICA
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SUMÁRIO
1. Introdução
2. Regramento básico
3. Progressividade
4. Obrigatoriedade da declaração de imposto de renda
5. Bens a declarar
6. Declaração simplificada
7. Declaração completa
8. Declaração conjunta ou separada
9. Ganho de capital
10. Carnê-leão
3
1. INTRODUÇÃO
4
doenças graves. Contudo, nesse caso, não temos uma exceção ao
primado da igualdade, mas, ao contrário, a sua confirmação, inclusive
2. REGRAMENTO BÁSICO
em razão da própria constituição proteger a saúde dos cidadãos, o que
autoriza o tratamento diferenciado nessas hipóteses.
O imposto de renda está previsto no artigo 153 da Constituição Federal,
que abaixo, reproduzimos:
A universalidade, por sua vez, está relacionada ao fato de que a
tributação deve alcançar todas as espécies de renda, submetendo-
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
as ao mesmo tratamento, inclusive aquelas auferidas fora do território
(...)
nacional. Há exceções, como o caso das imunidades e isenções, além
III- renda e proventos de qualquer natureza;
de encontrarmos na lei dispositivos legais que nem sempre se moldam
com perfeição a essa diretriz.
§ 2º O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da
Por fim, a progressividade, que informa que quanto maior a base de
universalidade e da progressividade, na forma da lei;
cálculo do IR, maior deverá ser a alíquota aplicável na determinação
do valor devido. Muito se discute na doutrina se a progressividade é
decorrência do princípio da capacidade contributiva ou apenas uma
Generalidade significa que a tributação deve alcançar todas as
técnica que permite uma melhor distribuição de renda. A par de ser
pessoas físicas e jurídicas que aufiram renda, de modo que ninguém
discussão de relevância e interessantíssima, para nossos fins práticos
será eximido de pagar o imposto em razão de critérios pessoais,
devemos entender como se aplica a progressividade, o que veremos
não importando o caráter do sujeito, sua nacionalidade, sexo, raça,
adiante.
idade etc., confirmando o primado da igualdade. Evidentemente que
o legislador pode criar situações de não-incidência do tributo, como é
o caso, por exemplo, de isenções para contribuintes acometidos por
5
Além dessas três diretrizes, em materiais anteriores, já tivemos a
oportunidade de discutir as limitações constitucionais ao poder de Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda
tributar, contidos na nossa carta magna, especialmente, por meio de e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a
princípios. Não trataremos de cada um deles, remetendo aos conceitos aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
discutidos anteriormente. Porém, é conveniente citar aqueles princípios I - de renda, assim entendido o produto do capital, do
que se aplicam, de forma específica, ao imposto sobre a renda. São trabalho ou da combinação de ambos; e
eles: II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos
os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso
anterior.
§ 1° - A incidência do imposto independe da denominação
da receita ou do rendimento, da localização, condição
jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma
de percepção.
§ 2° - Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do
exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em
Notem que o princípio da anterioridade nonagesimal (noventena) não
que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do
se aplica ao imposto de renda, que fica sujeito apenas à anterioridade
imposto referido neste artigo.
anual.
6
Paulo de Barros Carvalho1 é quem melhor resume essas teorias, De plano, descartamos a teoria legalista. Ora, se o legislador pudesse
pensamento que reproduzimos a seguir: delimitar, ao seu exclusivo alvedrio, o que é renda, todos os princípios
e dispositivos constitucionais perderiam a razão de existir, autorizando
A. Teoria da Fonte: “para a qual, renda é o produto de uma definições amplas de renda, inclusive sobre gastos necessários, como,
fonte estável, suscetível de preservar sua reprodução por exemplo, despesas com saúde.
periódica, exigindo que haja riqueza nova (produto)
derivada de fonte produtiva durável, devendo esta subsistir Restariam, portanto, as teorias do acréscimo patrimonial e da fonte.
ao ato de reprodução” Grande parte da doutrina se filia à teoria do acréscimo patrimonial,
B. Teoria Legalista: “que considera renda um conceito entendendo que renda é o ingresso líquido que, ao final de determinado
normativo, a ser estipulado pela lei: renda é aquilo que a lei período, represente acréscimo de patrimônio do contribuinte.
estabelecer que é”
C. Teoria do acréscimo patrimonial: “renda é todo ingresso Parte minoritária, porém, fundamentada de forma sólida, entende que
líquido, em bens materiais, imateriais ou serviços avaliáveis nosso sistema tributário permite a aplicação da Teoria da Fonte, na
em dinheiro, periódico, transitório ou acidental, de caráter qual renda também é o produto de uma fonte durável. Quem melhor
oneroso ou gratuito, que importe um incremento líquido do defende essa ideia é Luís Eduardo Schoueri2, que afirma que o artigo
patrimônio de determinado indivíduo, em certo período de 43 do CTN permite a tributação do acréscimo patrimonial e, também,
tempo do fruto decorrente de fonte estável, conforme figura abaixo:
7
Sem adentrar na discussão teórica, fato é que, atualmente, o imposto
sobre a renda é baseado na fonte e no acréscimo patrimonial. É bem
verdade que a declaração de ajuste anual da pessoa física busca
captar acréscimo líquida de patrimônio. Porém, o que dizer, por
exemplo, da tributação exclusiva na fonte? O exemplo é suficiente
para verificarmos que a lei impõe a tributação não apenas quando
há acréscimo patrimonial, mas também por conta da fonte de produto
constante.
8
3. PROGRESSIVIDADE
9
Para facilitar o cálculo do contribuinte, a Receita Federal dispõe de Concluímos, consequentemente, que o aumento proposto pelo Sr.
tabela prática, abaixo reproduzida: Almeida, não terá como consequência a aplicação da alíquota de 22,5%
sobre todo o montante do novo salário de R$ 3.851,05. A alíquota de
Base de cálculo mensal Parcela a deduzir do
Alíquota % 22,5% será aplicada somente aos R$ 100,00 adicionais.
em R$ imposto em R$
Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15,0 354,80
Utilizando a tabela prática, teremos: R$ 3.851,05 x 22,5% - parcela
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 a deduzir de R$ 636,13, totalizando R$ 230,35 reais de imposto de
Acima de 4.664,68 27,5 869,36
renda.
ATENÇÃO
10
b) pretendam compensar, no ano-calendário de 2017 ou
posteriores, prejuízos de anos-calendário anteriores;
4. OBRIGATORIEDADE DA DECLARAÇÃO DE IMPOSTO
DE RENDA
• tiveram, em 31 de dezembro, a posse ou a propriedade de
bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a
Vistas as questões gerais sobre o imposto de renda, vamos agora
R$ 300.000,00 (trezentos mil reais);
concentrar nossos esforços na apuração do IRPF.
• passaram, à condição de residente no Brasil em qualquer mês
e nessa condição se encontrava em 31 de dezembro;
Iniciamos confirmando que estão obrigados à declaração do imposto
• optaram pela isenção do imposto sobre a renda incidente sobre
de renda, as pessoas que:
o ganho de capital auferido na venda de imóveis residenciais,
cujo produto da venda seja destinado à aplicação na aquisição
• receberam rendimentos tributáveis na declaração, cuja soma
de imóveis residenciais localizados no País, no prazo de 180
foi superior a R$ 28.559,70
(cento e oitenta) dias contados da celebração do contrato
• receberam rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados de venda, nos termos do art. 39 da Lei nº 11.196, de 21 de
exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40.000,00 novembro de 2005.
(quarenta mil reais)
• obtiveram, em qualquer mês, ganho de capital na alienação Confira a seguir a tabela sobre limites de valor que indicam a
de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou obrigatoriedade de declaração consoante legislação vigente3:
operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e
assemelhadas
• relativamente à atividade rural:
3. Disponível em https://www.gov.br/receitafederal/pt-
a) obtiveram receita bruta em valor superior a R$ 142.798,50; br/assuntos/meu-imposto-de-renda/quem. Acesso em
12 de setembro de 2022.
11
Limites de valor
Veja a seguir os limites de valor que obrigam à entrega da
declaração.
ATENÇÃO
12
5. BENS A DECLARAR
13
Para a devida escolha de qual modelo optar, o contribuinte deve avaliar
as deduções permitidas no modelo completo e, então, cotejar com o
6. DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA
desconto padrão do regime simplificado.
14
Base de cálculo mensal em Parcela a deduzir do • Prêmios em dinheiro de loterias, concursos ou sorteios (alíquota
Alíquota %
R$ imposto em R$
de 30%)
Até 22.847,76 - -
De 22.847,77 até 33.919,80 7,5 1.713,58 • Décimo terceiro salário
De 33.919,81 até 45.012,60 15,0 4.257,57 • Rendimentos de aplicação financeira
De 45.012,61 até 55.976,16 22,5 7.633,51
• Juros sobre o capital próprio
Acima de 55.976,16 27,5 10.432,32
• PLR, utilizando tabela progressiva específica da Lei nº
12.832/2013
Vamos exemplificar:
Observações:
*R$ 48.000,00 x 22,5% - R$ 7.633,51
**R$ 93.245,66 x 27,5% - R$ 10.432,32
***R$ 3.166,49 / 60.000,00
****R$ 15.210,23 / 110.000,00
15
Como podemos verificar, os rendimentos isentos ficam de fora do
cálculo do imposto de renda. Abaixo, listamos exemplos de rendimentos
isentos: Em relação aos dividendos é importante observar que, desde 1996,
a distribuição de dividendos ao sócio ou acionista encontra-se isenta
do imposto de renda, por força do quanto disposto no artigo 10º da
Lei nº 9.249/1995. A isenção se aplica ao sócio ou acionista PF ou PJ,
residente ou não no Brasil e alcança não apenas o IR, mas também, no
caso de sócio pessoa jurídica, A CSLL, PIS e a COFINS.
16
• Despesas com educação: o limite individual anual é de R$
3.561,50 por pessoa ou dependente. Entretanto, não são
7. DECLARAÇÃO COMPLETA
permitidas deduções de uniforme, material e transporte escolar,
cursos de idiomas ou informática etc.
Em relação à declaração completa, aplica-se tudo o que vimos
• Contribuição à Previdência Privada, ao Fundo de
anteriormente, excetuado o desconto padrão, que é substituído pelas
Aposentadoria Programada Individual (FAPI) e ao Plano
despesas dedutíveis permitidas pela legislação. São elas:
Gerador de Benefícios Livres (PGBL): as contribuições que
corresponderem a até 12% da sua renda tributável podem ser
• Contribuição à previdência oficial.
deduzidas.
• Livro-caixa: poderão ser deduzidas as despesas escrituradas
• Dedução de incentivos: incluindo doações para fundos
no livro-caixa por profissionais autônomos, como remuneração
controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional
de terceiros com vínculo empregatício e os respectivos encargos
dos Direitos da Criança e do Adolescente, incentivo à cultura
trabalhistas e previdenciários, emolumentos, e despesas de
e incentivo à atividade audiovisual. A soma dessas deduções
custeio necessárias à percepção da receita e à manutenção
está limitada a 6% do imposto apurado.
da fonte produtora.
• Contribuição à Previdência Oficial do Empregado
• Despesas médicas: são dedutíveis todos os gastos relativos
Doméstico: limitada a R$ 1.093,77 (incluindo 13º salário e
a tratamento próprio, dos dependentes e de alimentandos.
férias).
Porém, não poderão ser incluídos gastos com remédios, com
enfermeiros, na compra de óculos, aparelhos de surdez etc.
• Pensão Alimentícia: desde que por decisão judicial ou
escritura registrada.
• Despesas com dependentes: o limite anual é de R$ 2.275,08
por dependente.
17
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
8. DECLARAÇÃO CONJUNTA OU SEPARADA
Declaração Separada ou Conjunta: qual a melhor opção
É opção do contribuinte apresentar declaração em separado ou em para a declaração de imposto de renda da pessoa
conjunto com o cônjuge, companheiro ou dependente. física?
□ Declaração em Separado:
18
bens comuns, compensando 50% do imposto pago ou retido com cláusula de incomunicabilidade ou inalienabilidade, e das
sobre esses rendimentos, independentemente de qual dos pensões de gozo privativo.
cônjuges tenha sofrido a retenção ou efetuado o recolhimento. 2. Somente é considerada declaração em conjunto aquela em que
2. No caso de propriedade em condomínio, cada condômino tributa estejam sendo oferecidos à tributação rendimentos sujeitos ao
a parcela do rendimento que lhe cabe, mas somente aquele ajuste anual do cônjuge ou filho, desde que este se enquadre
em cujo nome foi efetuado o recolhimento pode compensar como dependente, nos termos da legislação do Imposto sobre
o imposto em sua declaração, a não ser que seja retificado o a Renda.
Darf (carnê-leão) ou a Dirf (no caso de fonte). 3. A declaração em conjunto supre a obrigatoriedade da
3. Opcionalmente, um dos cônjuges inclui na sua declaração seus apresentação da declaração a que porventura estiver sujeito
rendimentos próprios e o total dos rendimentos produzidos o cônjuge ou filho dependente para fins do Imposto sobre a
pelos bens comuns, compensando o valor do imposto pago ou Renda.
retido na fonte, independentemente de qual dos cônjuges tenha
sofrido a retenção ou efetuado o recolhimento: Esta situação é
vantajosa quando um dos cônjuges tiver menor tributação (em
% do imposto) do que outro.
4. Os dependentes comuns não podem constar simultaneamente
nas declarações de ambos os cônjuges: ou é feita a divisão
dos dependentes ou eles contam em apenas uma declaração
□ Declaração em Conjunto:
19
ATENÇÃO ao benefício conferido pela Lei nº 11.196/05
9. GANHO DE CAPITAL que isenta o imposto de renda se o produto da alienação
for utilizado em até 180 dias para aquisição de imóvel
O ganho de capital é tributado de forma separada dos demais residencial. Para maiores informações, além da leitura
da lei indicada, é oportuno a análise da INSTRUÇÃO
rendimentos da pessoa física. Equivale dizer que não adentra no
NORMATIVA SRF Nº 599, DE 28 DE DEZEMBRO DE
cálculo na forma esquematizada anteriormente, mas sim está sujeita 2005.
a alíquotas específicas, sendo o montante de imposto de renda
encontrado somado ao quanto calculado em relação aos demais As alíquotas que se aplicam ao ganho de capital são as seguintes:
rendimentos tributáveis, inclusive tributados exclusivamente na fonte.
20
possibilidade de integralização ao capital social de pessoas jurídicas
de bens e direitos pelo valor constante da respectiva declaração de
bens ou pelo valor de mercado. Confira a previsão legislativa nesse
sentido (Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, art. 23):
Situação semelhante temos no de transferência por sucessão (Lei nº
Art. 23. As pessoas físicas poderão transferir a pessoas 9.532, de 10 de dezembro de 1997, art. 23; Instrução Normativa SRF
jurídicas, a título de integralização de capital, bens e direitos nº 84, de 11 de outubro de 2001, art. 3º, inciso II). Confira:
21
jurídica, exceto quando forem remunerados exclusivamente
pelos cofres públicos.
10. CARNÊ-LEÃO
• importâncias a título de pensão alimentícia.
• rendimentos recebidos por residentes no Brasil que prestem
O Carnê-Leão é o instrumento pelo qual os contribuintes efetuam
serviços a embaixadas, repartições consulares, missões
o pagamento do imposto de renda devido mensalmente a título de
diplomáticas ou técnicas ou a organismos internacionais de
antecipação. Estão obrigados ao pagamento do imposto de renda por
que o Brasil faça parte.
meio do Carne-Leão os seguintes casos:
• 40%, no mínimo, do rendimento de transporte de carga e de
serviços com trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira
• rendimentos de outras pessoas físicas que não tenham
e assemelhados.
sido tributados na fonte no Brasil, tais como decorrentes de
• 60%, no mínimo, do rendimento de transporte de passageiros.
arrendamento, subarrendamento, locação e sublocação de
móveis ou imóveis, e os decorrentes do trabalho não assalariado,
O não pagamento do imposto de renda por meio do Carnê-Leão, nas
assim compreendidas todas as espécies de remuneração por
hipóteses acima mencionadas, sujeita o contribuinte a multa diária de
serviços ou trabalhos prestados sem vínculo empregatício.
0,33%, até o limite de 20% do valor devido, acrescidos de juro mensal,
• rendimentos ou quaisquer outros valores recebidos de fontes
proporcional à taxa Selic.
do exterior, tais como trabalho assalariado ou não assalariado,
uso, exploração ou ocupação de bens móveis ou imóveis,
transferidos ou não para o Brasil, lucros e dividendos. Atenção
para tratados para evitar dupla tributação.
• emolumentos e custas dos serventuários da Justiça, como
tabeliães, notários, oficiais públicos e demais servidores,
independentemente de a fonte pagadora ser pessoa física ou
22
INDICAÇÕES DE LEITURA COMPLEMENTAR
23
© FIPECAFI - Todos os direitos reservados.
CRÉDITOS
Autoria: Fabio Pereira da Silva
Coordenação de Operações: Juliana Nascimento
Design Instrucional: Patricia Brasil
Design Gráfico e Diagramação: Dejailson Markes
Captação e Produção de Mídias: Erika Alves, Gabriel Rodrigues,
Gabriel dos Santos e Mauricio Leme
Revisão de Texto: Patricia Brasil
24
LEGISLAÇÃO E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Prof. Fabio Pereira da Silva
Atualização: Prof. Leonardo T. de Moraes
IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA
JURÍDICA E CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO
2
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Regramento Básico
4. Exemplos Práticos
3
1. INTRODUÇÃO
4
Regra geral, todos os tipos de receita da empresa integrarão a base de
cálculo do imposto, conforme esquema abaixo:
2. REGRAMENTO BÁSICO
5
Art. 257. Ficam obrigadas à apuração do lucro real as pessoas V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado
jurídicas: pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma
I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao estabelecida no art. 219;
limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e
proporcional ao número de meses do período, quando inferior contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica,
a doze meses; gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas
II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultante
de investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços
de fomento, caixas econômicas, sociedades de crédito, (factoring);
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, VII - que explorem as atividades de securitização de créditos
sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, imobiliários, financeiros e do agronegócio;
sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de VIII - que tenham sido constituídas como sociedades de
pequeno porte, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, propósito específico, formadas por microempresas e empresas
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, de pequeno porte, observado o disposto no art. 56 da Lei
empresas de seguros privados e de capitalização e entidades Complementar nº 123, de 2006; e
abertas de previdência complementar; IX - que emitam ações nos termos estabelecidos no art. 16 da
III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital Lei nº 13.043, de 2014
oriundos do exterior; § 1º As pessoas jurídicas não enquadradas no disposto no
IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de caput poderão apurar os seus resultados tributáveis com base
benefícios fiscais relativos à isenção ou à redução do imposto nas disposições deste Título.
sobre a renda; § 2º As pessoas jurídicas de que tratam os incisos I, III, IV e V
do caput poderão optar, durante o período em que submetidas
6
ao Programa de Recuperação Fiscal - Refis, pelo regime de III - dos rendimentos produzidos por aplicações financeiras de
tributação com base no lucro presumido, observado o disposto renda fixa e de renda variável;
no art. 523. IV - das demais receitas e ganhos de capital;
V - das parcelas de receitas auferidas nas exportações às
Sobre o limite de enquadramento do lucro real, há observações pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida
pertinentes: que excederem o valor já apropriado na escrituração da
empresa, na forma prevista na Instrução Normativa RFB nº
• No ano de início das atividades da empresa, o limite 1.312, de 28 de dezembro de 2012; e
é proporcional aos meses em funcionamento (i.e., R$ VI - dos juros sobre o capital próprio que não tenham sido
6.500.000,00 x nº de meses). Não há fracionamento de dias. contabilizados como receita, conforme disposto no parágrafo
• É considerada a receita do ano anterior. Caso a empresa único do art. 76
ultrapasse o limite durante o ano, deverá, obrigatoriamente,
adotar o lucro real para o ano seguinte. Devem também ser deduzidos da receita total para cálculo do limite:
Para cálculo do limite, considera-se como receita total (§ 1º do Artigo • Vendas canceladas.
59 da IN 1700/2017): • Descontos incondicionais.
• Tributos não cumulativos cobrados, destacadamente, do
I - da receita bruta mensal; comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo
II - dos ganhos líquidos obtidos em operações realizadas em prestador dos serviços na condição de mero depositário.
bolsa de valores, de mercadorias e futuros e em mercado de • Valores decorrentes do ajuste a valor presente, das operações
balcão organizado; vinculas à receita bruta.
7
Lucro real é o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições,
O conceito de lucro real difere do de lucro líquido contábil, conforme Portanto, o lucro líquido é ajustado por adições e exclusões. As adições
mencionado pelo Regulamento do Imposto de Renda . Confira: estão previstas no artigo 260 do RIR, conforme abaixo:
Lucro líquido é a soma algébrica do lucro operacional, das Art. 260. Na determinação do lucro real, serão adicionados
demais receitas e despesas, e das participações e deverá ser ao lucro líquido do período de apuração:
determinado aos preceitos lei comercial. (artigo 259). I - os custos, despesas, encargos, perdas, provisões,
participações e quaisquer outros valores deduzidos na
8
correspondentes ao bem já integralmente depreciado em
apuração do lucro líquido que, de acordo com disposto
virtude de gozo de incentivos fiscais;
neste Regulamento, não sejam dedutíveis na determinação
• as perdas incorridas em operações iniciadas e encerradas no
do lucro real;
mesmo dia (day trade), realizadas em mercado de renda fixa;
II - os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer
• as despesas com alimentação de sócios, acionistas e
outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido
administradores, quando não fornecida indistintamente a
que, de acordo disposto neste Regulamento, devem ser
todos os empregados, salvo se tributada como remuneração
computados na determinação do lucro real.
da pessoa física;
• as contribuições não compulsórias, exceto as destinadas
Exemplificaremos algumas adições ao lucro líquido, nos termos da
a custear seguros e planos de saúde, e benefícios
legislação:
complementares assemelhados aos da previdência social,
instituídos em favor dos empregados e dirigentes da pessoa
• os pagamentos efetuados à sociedade civil de profissão
jurídica;
regulamentada quando esta for controlada, direta ou
• as doações, exceto as realizadas para escolas públicas
indiretamente, por pessoas físicas que sejam diretores,
(instituições de ensino e pesquisa), entidades civis,
gerentes, controladores da pessoa jurídica que pagar ou
legalmente constituídas no Brasil, sem fins lucrativos, que
creditar os rendimentos, bem como pelo cônjuge ou parente
prestem serviços gratuitos em benefício de empregados
de primeiro grau das referidas;
da pessoa jurídica doadora e respectivos dependentes, ou
• perdão de dívida não pode ser deduzido do lucro líquido
em benefício da comunidade onde atuem, além de doações
para fins fiscais. Se deduzida pela contabilidade deve ser
(Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC; OSCIP
adicionada, por se tratar de mera liberalidade;
- Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, Lei
• despesas de viagem sem comprovação;
Rouanet, Fundo da Criança e do Adolescente);
• os encargos de depreciação, apropriados contabilmente,
9
• as despesas com brindes; Para ser dedutível, é necessário observar a necessidade
• o valor da contribuição social sobre o lucro líquido, registrado e usualidade da despesa!
como custo ou despesa operacional;
• multas de trânsito (multas contratuais são dedutíveis); Abaixo, um quadro resumindo as regras gerais de dedução:
• as perdas apuradas nas operações realizadas nos mercados
de renda variável e de swap, que excederem os ganhos 1ª Regra Serem consideradas despesas necessárias.
2ª Regra Haver comprovação e escrituração.
auferidos nas mesmas operações. 3ª Regra Debitadas no período-base competente.
4ª Regra Não estarem adicionadas ao custo
Todas essas despesas são consideradas, pela norma tributária, como
indedutíveis. Para serem consideradas dedutíveis, há certos requisitos Exemplos de despesas dedutíveis:
que devem ser observados. Basicamente, são dedutíveis as despesas
necessárias à atividade da PJ e à manutenção da respectiva fonte Gastos gerais de
Matéria-prima Mão de obra
produtora de rendimentos. São requisitos para serem consideradas fabricação
Despesas de bens
dedutíveis: Perdas Encargos financeiros
do Imobilizado
Royalties e Remuneração
Tributos
• Adequar-se aos conceitos de despesa operacional, não assistência técnica (sócios e dirigentes)
10
• Valores cuja dedução seja autorizada pelo RIR e que não Além das exclusões, para finalmente chegarmos à base de cálculo
tenham sido computados na apuração do lucro líquido do do imposto de renda, devemos realizar a compensação de eventuais
período de apuração. prejuízos fiscais sofridos pela empresa no passado. É que, no lucro real,
• Resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores quando a empresa possui prejuízos fiscais, ela pode compensá-los
incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com o com lucro fiscal que obtenha em período posterior. Essa compensação,
RIR, não sejam computados no lucro rea. contudo, possui limitações, conforme abaixo:
legislação fiscal, comprobatórios do prejuízo fiscal utilizado • Não pode ser atualizado;
• Os rendimentos e os ganhos de capital nas transferências de • Não é possível compensar prejuízo não operacional com
imóveis desapropriados para fins de reforma agrária, quando operacional, exceto no próprio ano de sua ocorrência.
11
Situação 2:
12
• Cada trimestre é considerado um período autônomo, CIA. LAPA 1o. Trim 2o. Trim 3o. Trim 4o. Trim
apurando-se o valor “real” do trimestre e efetuando-se o Lucro Antes do IR 150.000 50.000 - 40.000 100.000
(-) Compens. Prej. Fiscal - - - - 30.000
recolhimento. Lucro Tributável 150.000 50.000 - 70.000 TOTAL
• Períodos de apuração encerram-se em 31/03, 30/06, 30/09 CSL - 9% 13.500 4.500 - 6.300 24.300
IR - Alíquota Básica - 15% 22.500 7.500 - 10.500 40.500
e 31/12.
IR - Adicional - 10% 9.000 - 1.000 10.000
• O lucro do trimestre anterior não pode ser compensado com TOTAL DE IR + CSL 45.000 12.000 - 17.800 74.800
13
• Lucro real pelos balancetes de suspensão ou redução: • Deve se acrescer ganhos de capital, variações monetárias
apura-se efetivamente o lucro real mediante levantamento ativas, receitas de locação (exceto empresas que exercem
de balanços ou balancetes periódicos, com base nos quais esta atividade) e receitas financeiras quando não houver
poderá reduzir ou suspender os pagamentos mensais do retenção na fonte.
imposto.
Portanto, ao chegar ao final do ano, a empresa deverá levantar balanço
Vejamos as regras gerais da base estimada: e apurar o lucro real. Nesse caso, o saldo do imposto apurado em 31
de dezembro do ano calendário, obtido do confronto entre o valor do
• Tendo sido utilizada a base estimada em todos os meses, imposto devido com base no lucro real anual e das estimativas pagas
no final do exercício, deve ser feito o ajuste, apurando-se no decorrer do período:
eventual diferença a recolher ou restituição de imposto
recolhido a maior durante o ano. • Se positivo, será pago em quota única, até o último dia útil
• Há a vantagem de não necessitar de apuração real mensal, do mês de março do ano subsequente. O saldo do imposto
estimando-se a base de cálculo, o que é mais simples e será acrescido de juros equivalentes à taxa Selic, acumulada
menos custoso. Além disso, pode influenciar no fluxo de mensalmente, a partir de 1º de fevereiro até o último dia do
caixa da empresa, na medida em que o recolhimento poderá mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês
ser menor durante o ano, sendo eventual saldo corrigido pela do pagamento;
SELIC. • Se negativo, poderá ser objeto de restituição ou de compensação
• Receitas financeiras não compõe a base quando houver nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, e será acrescido de
retenção na fonte. juros equivalentes à taxa Selic para títulos federais, acumulada
• Pode se deduzir o IR pago ou retido na fonte sobre as receitas mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao do
que integram a base de cálculo. encerramento do período de apuração até o mês anterior ao
14
da restituição ou da compensação e de 1% (um por cento) Receita
Percentual
Atividades Anual até R$
relativamente ao mês em que for efetuada. Importante alertar (%)
120.000,00
que, segundo o artigo 28 da IN nº 2055/2021 da RFB, o pedido Comércio e indústria 8,0 -
Serviços de transporte de cargas 8,0 -
de restituição e a declaração de compensação relativos ao
Sobre a receita bruta dos serviços hospitalares 8,0 -
saldo negativo de IRPJ ou de CSLL serão recepcionados pela Sobre a receita bruta de construção por
empreitada, quando houver emprego de
RFB somente depois da confirmação da transmissão da ECF, 8,0 -
materiais em qualquer quantidade (Ato
Declaratório Normativo COSIT nº 06/97)
na qual esteja demonstrado o direito creditório, de acordo com
Serviços de transporte de passageiros 16 -
o período de apuração. Revenda de combustíveis derivados de
1,6 -
petróleo e álcool, inclusive gás
Prestação de serviços que dependem de
32 -
habilitação profissional (S/C 2.397)
Intermediação de negócios 32 16
Para o cálculo da estimativa, devemos utilizar os seguintes percentuais: Administração, locação ou cessão de bens
32 16
imóveis e móveis
Construção por administração ou por
empreitada unicamente de mão de obra (Ato 32 16
Declaratório Normativo COSIT nº 06/97)
Prestação de serviços de suprimento de água
tratada e coleta de esgoto e exploração de
32 16
rodovia mediante cobrança de pedágio (Ato
Declaratório COSIT nº 16/2000)
Prestação de serviços em geral não
32 16
especificados anteriormente
15
CIA. CASCADURA SET. OUT. NOV. DEZ.
Receita de Vendas 350.000 400.000 350.000 350.000 Art. 47. A pessoa jurídica poderá:
Base de Cálculo - 8% 28.000 32.000 28.000 28.000
IR - Alíquota Básica - 15% 4.200 4.800 4.200 4.200
IR - Alíquota Adicional - 10% 800 1.200 800 800 I - suspender o pagamento do IRPJ, desde que demonstre
Imposto de Renda a Pagar 5.000 6.000 5.000 5.000
que o valor devido, calculado com base no lucro real do
período em curso, é igual ou inferior à soma do imposto
Caso não queira pagar sobre a estimativa, a empresa poderá efetuar a
sobre a renda devido por estimativa, correspondente aos
apuração do imposto devido no mês por meio de balancete de redução
meses do mesmo ano-calendário anteriores àquele a que
ou suspensão. Assim, a pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir
se refere o balanço ou balancete levantado, observado o
o recolhimento do IRPJ e da CSLL, caso, no período de apuração
disposto no art. 49;
acumulado, comprove ter pagado valor igual ou superior ao devido.
16
Considerando a base real, ou seja, o levantamento de balancete, Para se encontrar a base de cálculo do tributo, portanto, aplica-se
vamos exemplificar com mais um cálculo retirado do livro Manual de percentual de presunção definida em lei dependendo da atividade da
Contabilidade Tributária3: empresa sobre o total das receitas do trimestre.
de um regime mais simplificado que o lucro real, em que a base de seguintes itens:
17
• Descontos incondicionais. Receita Bruta
• Reversões de provisões. (x) Percentual de Presunção
(+) Ganhos de Capital
Com relação às alíquotas, temos a mesma regra do lucro real. Aplica- (+) Demais Receitas e Rendimentos
se a alíquota básica, no percentual de 15% e há alíquota adicional de (=) Lucro Presumido
10% sobre o montante da base de cálculo se exceder R$ 20.000,00/ (x) 15% (+ adicional 10%)
18
junho; 30 de setembro; 31 de dezembro. As apurações são definitivas, Receita
Percentual
Atividades Anual até R$
sem acerto de diferenças na DIPJ (ECF), cuja declaração é meramente (%)
120.000,00
informativa. Comércio e indústria 8,0 -
Serviços de transporte de cargas 8,0 -
Sobre a receita bruta dos serviços hospitalares 8,0 -
A opção pelo lucro presumido é irretratável e manifestada com o Sobre a receita bruta de construção por
empreitada, quando houver emprego de
pagamento da primeira ou única quota do imposto do primeiro período 8,0 -
materiais em qualquer quantidade (Ato
Declaratório Normativo COSIT nº 06/97)
de apuração do ano-calendário (código DARF), não sendo permitida
Serviços de transporte de passageiros 16 -
REDARF para alterar regime. Revenda de combustíveis derivados de
1,6 -
petróleo e álcool, inclusive gás
Prestação de serviços que dependem de
32 -
O pagamento se dá por meio de quota única, até o último dia útil do habilitação profissional (S/C 2.397)
Intermediação de negócios 32 16
mês subsequente ao do encerramento do período ou em três quotas Administração, locação ou cessão de bens
32 16
imóveis e móveis
mensais, vencíveis no último dia útil dos três meses subsequentes
Construção por administração ou por
ao do encerramento do período atualizadas pela SELIC a partir da empreitada unicamente de mão de obra (Ato 32 16
Declaratório Normativo COSIT nº 06/97)
segunda quota. Prestação de serviços de suprimento de água
tratada e coleta de esgoto e exploração de
32 16
rodovia mediante cobrança de pedágio (Ato
Ao contrário do que ocorre no lucro real, no lucro presumido o regime Declaratório COSIT nº 16/2000)
Prestação de serviços em geral não
de competência é opcional, sendo permitido a adoção do regime 32 16
especificados anteriormente
de caixa, de modo que o IRPJ e a CSLL sejam pagos somente no
momento do efetivo recebimento da receita. Vamos exemplificar o cálculo do lucro presumido:
19
CIA. VIRADOURO SERVIÇOS 1o. Trim 2o. Trim 3o. Trim 4o. Trim se tenha elevados prejuízos fiscais dos exercícios anteriores,
Receita 180.000 50.000 100.000 80.000 dada a impossibilidade de compensação;
Receitas Financeiras 10.000 - - 8.000
Base de Cálculo 67.600 16.000 32.000 33.600
IR - Alíquota Básica - 15% 10.140 2.400 4.800 5.040 Optar pelo lucro real: quando a margem de lucro estiver
IR - Adicional - 10% 760
abaixo das presumidas em lei (32%, por exemplo), houver
TOTAL DE IR 10.900 2.400 4.800 5.040
muita despesa a descontar, houver significativa receita não-
operacional5, por conta da obrigatoriedade de escolha pelo
2.3. Lucro real ou presumido?
regime de competência, caso se tenha elevados prejuízos
fiscais dos exercícios anteriores, dada a possibilidade de
Para a opção entre Lucro Real ou Presumido, além dos casos
compensação.
obrigatórios previstos em lei, recomenda-se que, para os demais,
sejam realizadas análises e simulações de acordo com a realidade
2.4. Lucro Arbitrado
operacional da empresa. Alguns critérios podem auxiliar nesta escolha,
sendo eles:
O Lucro Arbitrado é uma exceção à regra, sendo aplicado, de modo
exemplificado, nas seguintes hipóteses, conforme estabelece o artigo
Optar pelo lucro presumido: quando a margem de lucro
604 do RIR:
estiver acima das presumidas em lei (32%, por exemplo),
houver pouca despesa a descontar, não houver significativa
• Escrituração em desacordo com as leis comerciais e fiscais
receita não-operacional4, neste regime podem ser excluída da
ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas
base de cálculo os valores inadimplidos de clientes, por conta
pela legislação fiscal;
da possibilidade de escolha pelo regime de caixa, caso não
4. Tem tributação mais alta do que a receita operacional. 5. Tem tributação mais alta do que a receita operacional.
20
• Ausência de escritura ou deixar de apresentar à autoridade Trata-se, portanto, de hipótese excepcional, tendo lugar quando o
tributária os livros ou registros auxiliares; Fisco não tiver possibilidade de apurar o efetivo lucro real.
• Escrituração com indícios de fraude ou com vícios, erros ou
deficiências que a tornem imprestável para identificar efetiva Destaca-se que o conselho de Contribuintes tem reiteradamente
movimentação financeira, inclusive a bancária ou determinar decidido que essa modalidade de tributação é excepcional e deve
o lucro real; ser aplicada somente quando esgotadas de fato as possibilidades de
• Recusa, por parte do contribuinte, de apresentar livros e
apuração do lucro real da pessoa jurídica. Assim, ao contribuinte é
documentos de escrituração comercial e fiscal, ou o livro-
assegurado o direito de impugnar o arbitramento.
caixa;
• O contribuinte optar indevidamente pela tributação com base
Em relação às alíquotas, aplica-se as mesmas regras dos regimes
no lucro presumido;
tradicionais: alíquota básica, no percentual de 15% e há alíquota
• O comissário ou o representante da pessoa jurídica
adicional de 10% sobre o montante da base de cálculo se exceder R$
estrangeira deixar de escriturar e apurar o lucro da sua
20.000,00/mês (R$ 60.000,00 no trimestre e R$ 240.000,00 no ano).
atividade separadamente do lucro do comitente residente ou
domiciliado no exterior;
Por sua vez, no que diz respeito à base de cálculo, há duas regras. A
• O contribuinte não mantiver, em boa ordem e de acordo com
as normas contábeis recomendadas, livro-razão ou fichas primeira é aplicada quando se conhece a receita bruta da empresa.
utilizadas para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os Nesse caso, o arbitramento se dá pela aplicação dos seguintes
21
Atividade Percentual
Prestação de serviço 38,4%
Venda de mercadoria 9,6%
Revenda de combustível 1,92%
Transporte de carga 9,6%
Caso a receita bruta não seja conhecida, aplica-se uma das alternativas
abaixo, a critério do fisco, multiplicado pelo número de meses de
apuração, conforme estabelece o artigo 51 da Lei nº 8981/95:
Percentual Atividade
1,5% Lucro real do último período conhecido
0,04% Ativo constante do último balanço conhecido
0,07% Capital e reserva de capital no último balanço
0,05% Patrimônio líquido do último balanço conhecido
0,4% Valor das compras
0,4% Mão de obra e compras de materiais
0,8% Folha de pagamento
0,9% Aluguel devido
22
da publicação da lei que as houver instituído ou modificado,
3. CSLL – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO LÍQUI-
não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.
DO
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda do lucro real, a base de cálculo será o lucro líquido antes dos tributos
a sociedade (...), nos termos da lei, mediante recursos ajustado pelas adições, exclusões e compensações; no caso do lucro
provenientes (...) das seguintes contribuições sociais: presumido, será a base de cálculo presumida conforme percentuais já
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que Algumas deduções e exclusões diferem do Imposto de
lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; Renda, de modo que o lucro fiscal do IR, geralmente,
c) o lucro;
... A alíquota da CSLL é de 9% sobre o resultado ajustado ou base
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só presumida (15% para instituições financeiras e equiparadas, tais quais
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data seguradoras, empresas de capitalização e entidades de previdência
privada).
23
No caso de tributação pelo lucro real, a base estimada é calculada Atividade Percentual
conforme os percentuais abaixo: Receita bruta nas atividades comerciais,
industriais, serviços hospitalares e de 12%
transporte
Atividade Percentual
Prestação de serviços em geral, exceto a de
Revenda de combustível 12% 32%
serviços hospitalares e de transporte
Prestação de serviços de transporte, exceto Intermediação de negócios 32%
12%
carga
Administração, locação ou cessão de bens,
Serviços hospitalares e de transporte de carga 12% imóveis, móveis e direitos de qualquer 32%
Prestação de serviços cuja receita remunere natureza.
essencialmente o exercício pessoal, por parte
32%
dos sócios, de profissões que dependam de
habilitação Por fim, para cálculo, basta aplicar a mesma sistemática do lucro real
Intermediação de negócios 32%
ou presumido, conforme o regime da empresa, aplicando-se a alíquota
Administração, cessão, locação de bens
32%
imóveis de 9% da CSLL sobre a base encontrada.
Móveis e direitos de qualquer natureza,
32%
factoring
Demais atividades 12%
24
(-) Despesas com Salários -150.000
(+) Receitas Financeiras 140.000
4. EXEMPLOS PRÁTICOS (-) Despesas Financeiras -300.000
(+) Receitas de Aluguel 0
(+) Ganho de Capital 0
Vejamos dois exemplos práticos que servirão de fixação dos conceitos Lucro Antes do IRPJ e da CSLL 619.900
25
Adicional de
48.000,00
IRPJ Percentual de Lucro
IRPJ Valor
Total do IRPJ Presunção Presumido
129.000,00
devido Receita de
Comercialização de 180.000,00 8% 14.400,00
Mercadorias
Posteriormente, calculamos a CSLL pelo regime de
Receita de Prestação
competência: de Serviços
850.000,00 32% 272.000,00
26
Total 323.600,00
CSLL (9%) 29.124,00
EXEMPLO 2
Total da CSLL
29.124,00
devida
Lukako Entretenimento Ltda optou pela apuração do
imposto de renda pelo lucro real, regime trimestral.
Apresentou os seguintes resultados nos trimestres:
27
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Anual
Lucro Real R$ (400.000,00) R$ 200.000,00 R$ 350.000,00 R$ 85.000,00 R$ 235.000,00
(-)Compensação de Prejuízo R$ 60.000,00 R$ 105.000,00 R$ 25.500,00
Lucro Após Compensações R$ 140.000,00 R$ 245.000,00 R$ 59.500,00 R$ 235.000,00
IRPJ Alíquota Básica R$ 21.000,00 R$ 36.750,00 R$ 8.925,00 R$ 35.250,00
IRPJ Alíquota Adicional R$ 8.000,00 R$ 18.500,00
Total IR R$ 29.000,00 R$ 55.250,00 R$ 8.925,00 R$ 35.250,00
Nota-se que o cálculo do IRPJ trimestral gera uma carga tributária de R$ 93.175,00, ao passo que na sistemática anual o valor total é
de R$ 35.250,00 (refere-se exclusivamente ao IRPJ). Isso ocorre porque, nesse exemplo, na sistemática anual a pessoa jurídica não é
prejudicada pela “trava” de 30% de compensação de prejuízo fiscal, ao contrário do que ocorre com a sistemática trimestral, em que a
empresa não consegue aproveitar todo o prejuízo fiscal de R$ 400.000,00.
É bem verdade que no caso da sistemática trimestral a empresa ainda terá um saldo de R$ 209.500,00 de prejuízo fiscal para aproveitar
no futuro, ao contrário do que ocorre quando comparamos com o lucro real anual, onde não resta saldo de prejuízo fiscal. Na pior das
hipóteses, entretanto, essa pessoa jurídica está prejudicando seu fluxo de caixa atual, pagando mais imposto de renda do que pagaria
caso optasse pela sistemática anual.
28
INDICAÇÕES DE LEITURA OBRIGATÓRIA INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
PEGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade ANDRADE FILHO, Edmar Oliveira. Imposto de renda
Tributária. 9ª edição. São Paulo: Atlas, 2017. Páginas das empresas. 12ª edição. São Paulo: Atlas, 2016.
313 a 425.
29
© FIPECAFI - Todos os direitos reservados.
CRÉDITOS
Autoria: Fabio Silva
Atualização: Leonardo Theon de Moraes
Coordenação Operacional: Juliana Nascimento
Design Instrucional: Patricia Brasil
Design Gráfico e Diagramação: Dejailson Markes
Captação e Produção de Mídias: Erika Alves, Gabriel Rodrigues,
Gabriel dos Santos e Mauricio Leme
Revisão de Texto: Patricia Brasil e Nicolas Casal
30
LEGISLAÇÃO E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Prof. Fabio Pereira da Silva
Atualização: Prof. Leonardo T. de Moraes
TRIBUTOS DIFERIDOS CPC 32
2
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Os tributos correntes
3. Os tributos diferidos
4. O reconhecimento e manutenção do ativo fiscal diferido
3
1. INTRODUÇÃO
4
reduzir o lucro contábil, a mesma não reduzirá o lucro fiscal. Some-se Quando se fala em receita de dividendos, o que se tem é uma forma
a isso o fato de que esse tipo de despesa não é dedutível no período e de receita que aumenta o lucro contábil, mas que não é tributável.
nem será dedutível futuramente, devendo ser considerada uma forma Nesse caso, existe a necessidade de se realizar uma exclusão para
de adição definitiva. Essa situação pode ser visualizada da seguinte que ela se torne definitiva, visto que esses dividendos não devem ser
maneira: tributados:
Por outro lado, qualquer provisão, como crédito de liquidação, por Agora, imaginando uma situação em que uma receita venha a ser
exemplo, que tenha caráter duvidoso e que também possa reduzir o recebida em longo prazo, por exemplo, e que decorra de serviços
lucro contábil, não será considerada dedutível para a fazenda pública. prestados ao próprio poder público. De forma excepcional, essa
Todavia, ao contrário da despesa de brindes de fim de ano, essa receita será tributada a partir do recebimento: quando entrar, portanto,
provisão irá ser considerada dedutível no futuro próximo, quando no caixa da empresa. Mesmo que para efeitos contábeis essa receita
presentes alguns requisitos legais. Desse modo, ela é considerada, esteja aumentando o lucro diretamente, ela deve ser excluída para
uma forma de adição temporária: fins tributários. Essa exclusão, diferentemente do que ocorreu com
os dividendos, é meramente temporária, posto que a receita deva ser
tributada no futuro próximo, quando for efetivado o percebimento:
5
Em razão da relação entre tributos sofrer ajustes, de forma temporária
ou definitiva, outros conceitos devem ser conhecidos, especialmente
os referentes aos tributos correntes e aos tributos diferidos, abordados
nos tópicos adiante.
6
2. OS TRIBUTOS CORRENTES
7
Receita Bruta 20.000 LAIR 7.200
(-) Deduções da Receita (+) Adições
ICMS (3.600) Multa 150
Receita Líquida 16.400 (-) Exclusões
(-) CMV (4.500) Receita REP (1.200)
Lucro Bruto 11.900 Lucro Real 6.350
Despesas Operacionais IR (25%) 1.587,50
Administrativas (2.000)
Vendas (3.600)
Despesas Financeiras (500)
REP (Equiv. Patrim.) 1.200
Tome-se como exemplo uma Empresa X que obtenha um lucro pretérito
Outras Receitas 200
ao imposto sobre a renda de R$ 7.200,00. Considere que ela possua LAIR 7.200
uma despesa de R$ 350,00 de multa que não é dedutível hoje e nem Desp. IR (1.587,50)
Lucro Líquido 5.612,50
no futuro, necessitando ser realizada uma adição definitiva. Considere
também que exista uma receita, de equivalência patrimonial, de R$
1.200,00 que não é tributável, nem hoje e nem futuro. Essa será uma
forma de exclusão definitiva.
8
* IR Corrente: IR a pagar no período, registrado no passivo circulante
* IR Diferido: IR a pagar no futuro, registrado no passivo não circulante
3. OS TRIBUTOS DIFERIDOS
9
* IR Corrente: IR a pagar no período, registrado no passivo circulante Adicionalmente, é gerado um ativo fiscal diferido nos períodos em que
* IR Diferido: IR a recuperar no futuro, registrado no ativo não circulante o resultado seja de prejuízo fiscal. Mesmo que cause estranheza, o
prejuízo de natureza fiscal gera um direito de compensação no futuro.
Nas tabelas acima, é constante um LAIR de R$ 500,00, para que se Em períodos subsequentes, a empresa poderá reduzir a base de
alcance um lucro real de R$ 650,00. Esse aumento ocorreu pelo fato recolhimento da obrigação tributária por meio da compensação, ou
que, na contabilidade, a despesa a partir da depreciação foi de R$ seja: deverá pagar menos tributo em razão do prejuízo sofrido. Sendo
200,00. A receita federal, porém, só admite, nesse período, a dedução um direito do contribuinte, ele deve ser registrado no ativo da empresa,
do montante de R$ 50,00, o que representa um volume de aumento como se pode ver abaixo:
em R$ 150,00.
DRE Imposto de Renda
Receitas 1.000 Receitas 1.000
Esse aumento é meramente temporário. No futuro, a empresa poderá
(-) Despesas (1.500) (-) Despesas (1.500)
deduzir essa despesa de R$ 150,00, ou seja, terá o direito de reduzir (=) LAIR (500) (=) Base de Cálculo IR (500)
a base tributável e, portanto, o montante a ser recolhido à título de (-) IR Diferido 125 25% sobre Prejuízo
125
(=) Prejuízo do Fiscal
imposto sobre a renda. Por se tratar de um direito do contribuinte, Exercício
(375)
10
diferido). Contabilmente, o registro deve ser realizado por meio de
débito no ativo e crédito em resultado, como consequência gera a
redução do prejuízo.
11
• Apresentar o histórico de rentabilidade empresarial;
• Expectativa de geração futura de lucros, fundada em estudo
4. O RECONHECIMENTO E MANUTENÇÃO DO ATIVO
FISCAL DIFERIDO técnico, possibilitando a realização do ativo em 10 anos no
máximo;
O item 34 do CPC 32 afirma: • Lucros futuros devem ser calculados por meio de valores no
presente.
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INDICAÇÃO DE LEITURA OBRIGATÓRIA INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
PEGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade ANDRADE FILHO, Edmar Oliveira. Imposto de renda
Tributária. 9ª edição. São Paulo: Atlas, 2017. das empresas. 12ª edição. São Paulo: Atlas, 2016.
• Páginas 429 a 445.
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REFERÊNCIAS
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ANDRADE FILHO, Edmar. Imposto de renda das material pelas leis e normas que regulamentam os direitos autorais,
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Tributária. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2017. (p. 429-
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