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DIREITO

TRIBUTÁRIO
Impostos Estaduais e Municipais

Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Estaduais e Municipais
Prof. George Firmino

SUMÁRIO
Impostos de Competência dos Estados / Impostos de Competência dos
Municípios..................................................................................................4
1. Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD)........................6
2. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS)................................ 23
3. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)...................... 53
Resumo.................................................................................................... 73
Questões de Concurso................................................................................ 76
Gabarito................................................................................................... 89
Gabarito Comentado.................................................................................. 90

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IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DOS ESTADOS / IMPOSTOS DE


COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS

Olá, caro(a) aluno(a)!

Estamos de volta para iniciar a nossa aula 05, na qual abordaremos, de forma

mais detalhada, os impostos previstos na Constituição Federal!

Nessa aula, veremos os tributos de competência dos Estados e Municípios.

Vamos lá!

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Impostos de Competência dos Estados

A Constituição Federal estabelece que:

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:


I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
as prestações se iniciem no exterior;
III – propriedade de veículos automotores.

Assim, podemos resumir que:

No que diz respeito aos impostos estaduais, devemos destacar o importante

papel que o Senado Federal cumpre.

Nos termos do art. 46 da Constituição, o Senado Federal é composto de repre-

sentantes dos Estados e do DF. Sendo assim, sua atuação visa ao desenvolvimento

dos Estados.

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Na esfera tributária, o Senado atua no sentido de evitar a guerra fiscal e na

imposição de limites às alíquotas dos impostos estaduais, conforme veremos em

cada caso.

1. Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD)

1.1. Base Econômica

É possível encontrarmos nos vários Estados nomes diversos para o imposto.

Até mesmo as bancas examinadoras utilizam siglas como: ITCD, ITDC ou ITC. Por

isso, não é raro encontrar um desses termos em provas de concursos. Nesta aula,

porém, utilizaremos a sigla completa, extraída do nome conferido pela própria

Constituição Federal: ITCMD.

A competência para a instituição do ITCMD está definida no art. 155, I, da

CF/1988. A base econômica cuja tributação irá incidir é a transmissão gratuita

de quaisquer bens ou direitos, seja causa mortis ou doação.

A transmissão causa mortis se dá quando ocorre a morte do proprietário dos

bens e estes são transferidos aos sucessores. De forma mais simples e direta:

quando há transferência dos bens por meio de herança ou testamento. As doações

restam configuradas sempre que o proprietário dos bens transferir essa proprieda-

de a outrem a título gratuito.

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1.2 Fato Gerador

Há muitos detalhes importantes no fato gerador do ITCMD, previsto no art. 35


do Código Tributário Nacional. Vejamos:

Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis


e de direitos a eles relativos tem como fato gerador:
I – a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis
por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;
II – a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos
reais de garantia;
III – a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II.
Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distin-
tos quantos sejam os herdeiros ou legatários.

Faz-se necessário analisar a evolução histórica do imposto para que possamos


compreender toda a estrutura definida no CTN.
A Constituição anterior previa a competência dos Estados para a criação de im-
posto sobre a transmissão de bens imóveis, não havendo previsão constitucional para
instituição de imposto sobre a doação e a transmissão causa mortis de bens móveis.
Por esta razão, o art. 35 do CTN prevê o fato gerador do imposto apenas para
a transmissão de bens imóveis. Acontece que, em consonância com a disciplina
constitucional vigente à época da sua edição, o Código prevê a incidência do im-
posto estadual sobre qualquer transmissão de imóvel, seja ela gratuita ou onerosa.
Assim, tínhamos:

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Com o advento da nova Constituição, a competência para instituir impostos so-

bre a transmissão foi repartida entre Estados e Municípios, de modo que coube aos

Estados o imposto sobre a transmissão gratuita de bens móveis e imóveis (ITCMD)

e aos Municípios o imposto sobre a transmissão onerosa (inter vivos) de bens imó-

veis (ITBI).

Dessa forma, atualmente temos a seguinte disciplina constitucional:

Podemos perceber que o CTN não acompanhou a evolução estrutural do impos-

to, não dispondo sobre a transmissão causa mortis de bens móveis. Por conseguin-

te, o Código Tributário Nacional não traz normas gerais relativas a essa hipótese

prevista na Constituição Federal, de modo que cabe aos Estados editarem suas

próprias leis, exercendo sua competência legislativa plena, pois só assim é possível

exercer sua competência tributária e instituir o ITCMD.

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Tomemos por base a Lei n. 8.821/1989, que instituiu o ITCMD no Rio Grande do

Sul, a fim de verificarmos o uso da competência plena dos Estados para definir o

fato gerador do imposto com fundamento na nova disciplina constitucional:

Art. 2º – O imposto tem como fato gerador a transmissão “causa mortis” e a doação,
a qualquer título, de:
I – Propriedade ou domínio útil de bens imóveis e de direitos a eles relativos;
II – Bens móveis, títulos e créditos, bem como dos direitos a eles relativos.

Perceba que já houve grande diferença em relação ao disposto no Código Tribu-

tário Nacional. Agora, há a incidência do imposto na transmissão de bens móveis.

De volta à disciplina do CTN, há que se observar alguns conceitos que são de

grande importância para a compreensão do fato gerador do ITCMD. Vejamos, no

inciso I do art. 35, há referência aos imóveis por natureza ou acessão física, con-

forme definidos na lei civil.

O novo Código Civil, Lei n. 10.406/2002, não classifica os imóveis em espécies,

definindo apenas que são bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar na-

tural ou artificialmente.

Sendo assim, devemos buscar os conceitos estabelecidos no CTN no Código Civil

vigente à época de sua edição, a saber: o Código Civil de 1916, Lei n. 3.071/2016.

Segundo o CC de 1916, os imóveis podem ser por (art. 43):

I – natureza: o solo com os seus acessórios e adjacências naturais, compre-

endendo a superfície, as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo.

II – acessão física: tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao

solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que não

se possa retirar sem destruição, fratura ou dano.

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III – acessão intelectual: tudo quanto no imóvel o proprietário mantiver

intencionalmente empregado em sua exploração industrial, aformoseamento ou

comodidade.

Ao estudarmos o ITR na aula anterior, vimos que o imposto incide apenas sobre

a terra nua, ou seja, sobre o imóvel por natureza, desconsiderando qualquer resul-

tado da ação humana (acessão física).

No caso do ITCMD, a situação é um pouco diferente, a transmissão que enseja

o fato gerador pode ser apenas do terreno ou de construção. Em outras palavras, o

ITCMD incide sobre as transmissões de imóveis por natureza ou por acessão física.

Assim, quando o pai doa um terreno para a filha que vai casar para que esta

construa sua casa, incide o ITCMD. Da mesma forma, quando um filho recebe um

apartamento de herança do pai, ocorre o fato gerador do imposto.

Para não restar dúvida: de acordo com o regramento constitucional inaugurado

com a CF/1988, o ITCMD incide sobre a transmissão gratuita de bens móveis

e bens imóveis, seja por causa mortis (herança ou testamento) ou por doação.

Por fim, devemos observar que o ITCMD incide também sobre a transmissão dos

direitos relativos aos bens móveis ou imóveis.

Como visto, o CTN prevê a incidência apenas sobre a transmissão de bens imó-

veis. Por isso, na disciplina do Código, ocorre o fato gerador do ITCMD na transmis-

são de direitos relativos a bens imóveis, exceto os direitos reais de garantia. Mas o

que isso significa?

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Os direitos reais estão previstos no Código Civil:

Art. 1.225. São direitos reais:


I – a propriedade;
II – a superfície;
III – as servidões;
IV – o usufruto;
V – o uso;
VI – a habitação;
VII – o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII – o penhor;
IX – a hipoteca;
X – a anticrese.
XI – a concessão de uso especial para fins de moradia;
XII – a concessão de direito real de uso.

Tomemos o exemplo de um imóvel financiado pelo Sistema Financeiro Habita-

cional (SFH). O comprador assume uma prestação junto à instituição bancária e o

próprio imóvel é dado em garantia na operação. Havendo inadimplemento, o banco

poderá reaver o imóvel. Essa é a inteligência do próprio CC:

Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em
garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação.

Assim, nessa situação, não há que se falar em fato gerador do ITCMD. Os direi-

tos previstos nos incisos VIII a X do art. 1.125 são direitos reais de garantia. Por

isso, sua transmissão não faz nascer a obrigação tributária relativa ao ITCMD.

Nas demais situações (que não constituam direitos reais de garantia), a trans-

missão de direitos enseja a ocorrência do fato gerador do imposto.

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1.2.1. Momento da Ocorrência do Fato Gerador

Conforme estudaremos mais adiante em nosso curso, o momento em que se

reputa ocorrido o fato gerador é de extrema importância, pois dele depende a le-

gislação que será aplicada, notadamente no que diz respeito à alíquota adotada e

aos dispositivos legais que serão observados no lançamento do imposto.

Precisamos, então, distinguir as diferentes hipóteses de incidência para definir

o momento da ocorrência do fato gerador do ITCMD, observando as disposições

do Código Civil, eis que o próprio CTN considera como fato gerador a transmissão

conforme definida na lei civil.

Na Transmissão Causa Mortis

Com a morte, é aberta a sucessão, ou seja, a partir daí, a propriedade de todos os

bens será transmitida aos sucessores, podendo estes serem reconhecidos por força

de lei (herdeiros legítimos) ou por ato de vontade do autor da herança (testamento).

De acordo com o disposto no art. 1.784 do Código Civil, temos que:

Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legí-
timos e testamentários.

Assim, com a abertura da sucessão, temos a ocorrência do fato gerador do IT-

CMD na transmissão causa mortis. Nessa esteira, o STF firmou o entendimento na

Súmula n. 112:

Súmula 112 do STF


O imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da
abertura da sucessão.

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O STF tem entendido que o ITCMD incide nos casos de inventário por morte

presumida:

Súmula 331 do STF


É legítima a incidência do imposto de transmissão causa mortis no inventário por morte
presumida.

Cumpre observar, ainda, que o Código Tributário Nacional estabelece que, nas

transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores quantos sejam os her-

deiros ou legatários.

Exemplo

Imaginemos um pai que faleceu e deixou três filhos. Após o processamento do

inventário, proferida a sentença de partilha, cada um recebeu um imóvel. Nessa

situação, teríamos três fatos geradores distintos.

Na Transmissão por Doação de Bens Móveis

De acordo com o Código Civil (art. 1.267), a propriedade das coisas não se

transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.

A tradição representa a entrega do bem. Assim, com a entrega do bem con-

sidera-se transferida a propriedade e, consequentemente, ocorrido o fato gerador

do ITCMD.

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Na Transmissão por Doação de Bens Imóveis

Nessa hipótese, há que se observar o disposto no art. 1.245, § 1º, do Código

Civil:

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título trans-


lativo no Registro de Imóveis.
§ 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido
como dono do imóvel.

1.2.2. Local da Ocorrência do Fato Gerador

Identificar o local da ocorrência do fato gerador do ITCMD significa identificar

também que Estado será competente para cobrar o imposto.

A Constituição Federal define as regras aplicáveis ao ITCMD no § 1º, do art. 155,

nos seguintes termos:

I – relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação


do bem, ou ao Distrito Federal;
II – relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se pro-
cessar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
III – terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário
processado no exterior.

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Assim, temos a seguinte regra relativa à competência para cobrança do ITCMD:

A partir das informações constantes no esquema acima (art. 155, § 1º, da CF),

há margem para a elaboração de diversas questões explorando caso práticos. E

assim foi feito pela FCC no concurso de Agente Fiscal de Rendas da SEFAZ/SP em

2013. Vejamos:

1. (FCC/AGENTE FISCAL DE RENDAS/SEFAZ/SP/2013) Perseu morava e trabalhava

na cidade de Natal-RN, era casado e tinha três filhos. Quando em férias com a famí-

lia na cidade de Angra dos Reis-RJ veio a falecer em razão de acidente de automó-

vel. A data do óbito foi 15/6/2012. Após sua morte, por ocasião do processamento

do inventário em Natal, apurou-se que Perseu era proprietário de uma casa em

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Angra dos Reis, de um apartamento em Natal e de uma coleção de moedas raras.

Com respeito ao ITCMD, em relação

I – à casa em Angra dos Reis, parcela de 50% do imposto é devida ao Estado do

Rio de Janeiro, local de falecimento de Perseu, e parcela de 50% ao Estado

do Rio Grande do Norte, local de processamento do inventário.

II – ao apartamento de Natal e à coleção de moedas raras, o imposto é devido ao

Estado do Rio Grande do Norte.

III – à coleção de moedas raras, o imposto é devido ao Estado do Rio de Janeiro,

por ter sido o local de falecimento de Perseu.

IV – à casa em Angra dos Reis, o imposto é devido ao Estado do Rio de Janeiro, o

Estado de situação do bem imóvel.

V – à coleção de moedas raras, o imposto não é devido, em razão de imunidade

constitucionalmente prevista.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) III e V.

d) II e IV.

e) IV e V.

Letra d.

Primeiramente, devemos observar que a transmissão dos bens ocorreu por causa

mortis.

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Em se tratando de bens imóveis, o ITCMD cabe aos respectivos Estados onde cada

bem estiver localizado.

Na transmissão de bens imóveis não haverá rateio. Cada Estado cobrará o imposto

sobre o bem que se encontra no seu território.

Com isso, assim ficará a competência para cobrar o imposto:

• Imóvel em Natal: Estado do Rio Grande do Norte.

• Imóvel de Angra dos Reis: Estado do Rio de Janeiro.

• Coleção de moedas: Estado do Rio Grande do Norte, onde foi processado o

inventário.

1.3. Participação do Senado na Definição das Alíquotas

A Constituição Federal estabelece, em seu art. 155, § 1º, IV, que o ITCMD terá

suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal.

Essa competência do Senado foi exercida por meio da Resolução n. 9/1992:

Art. 1° A alíquota máxima do imposto de que trata a alínea a, inciso I, do art. 155 da
Constituição Federal será de oito por cento, a partir de 1° de janeiro de 1992.

A partir daí, cada Estado define suas alíquotas, obedecido o limite máximo es-

tabelecido pelo Senado Federal, que é de 8%.

Há que se observar que a definição das alíquotas na lei instituidora deve ser

expressa, ou seja, não podem ser estabelecidas de forma genérica, vinculando ao

teto estabelecido pelo Senado.

O Estado de Pernambuco pretendeu fazer essa vinculação. A consequência disso

é que a alíquota exigida sempre seria a máxima, havendo qualquer elevação pelo

Senado, automaticamente estaria elevada a alíquota do imposto naquele Estado.

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Decidindo sobre o tema, o STF julgou inconstitucional a previsão:

TRIBUTA – FIXAÇÃO DE ALÍQUOTA X TETO – IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MOR-


TIS – LEI Nº 10.260/89, DO ESTADO DE PERNAMBUCO. Não se coaduna com o sistema
constitucional norma reveladora de automaticidade quanto à alíquota do imposto de
transmissão causa mortis, a evidenciar a correspondência com o limite máximo fixado
em resolução do Senado Federal. (STF – RE: 213266 PE, Relator: MARCO AURÉLIO, Data
de Julgamento: 20/10/1999, TRIBUNAL PLENO, Data de Publicação: DJ 17/12/1999 PP-
00030 EMENT VOL-01976-04 PP-00732)

Perceba que essa vinculação ofenderia dois princípios constitucionais tributá-

rios: a legalidade e a anterioridade. Imagine que o Estado edite uma lei estabe-

lecendo que a alíquota do ITCMD seja igual à máxima estabelecida pelo Senado

Federal, como tentou fazer o Estado de Pernambuco.

Suponha que o Senado edite uma Resolução elevando a alíquota máxima para

9%. Com isso, a alíquota no Estado de Pernambuco estaria automaticamente ma-

jorada para os mesmos 9%.

Sendo assim, a majoração no Estado de Pernambuco produziria efeitos de ime-

diato, eis que as alterações promovidas foram feitas de forma indireta, sem qual-

quer mudança na lei instituidora. Foi justamente essa situação que o STF desconsi-

derou por não se coadunar com o nosso sistema tributário constitucional.

Outro ponto importante sobre a definição de alíquotas máximas pelo Senado é

que na mesma Resolução há previsão para a progressividade:

Art. 2° As alíquotas dos impostos, fixadas em lei estadual, poderão ser progressivas em
função do quinhão que cada herdeiro efetivamente receber, nos termos da Constituição
Federal.

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Já estudamos que os impostos reais, que é o caso do ITCMD, tem na seletivida-

de a melhor forma de aplicação do princípio da capacidade contributiva.

Sendo assim, como vimos, a aplicação da progressividade aos impostos reais

apenas ocorre nos casos expressamente previstos na Constituição Federal. Esse é

o entendimento do STF.

Por esta razão, a própria Corte Suprema já decidiu que o Senado extrapolou sua

competência para definir a alíquota máxima do imposto ao prever a aplicação da

progressividade. Tal disciplina apenas poderia ser veiculada na própria Constituição

Federal.

1.4. Base de Cálculo

O Código Tributário Nacional define em seu art. 38 que a base de cálculo do IT-

CMD é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos.

Valor venal é aquele que o bem alcançaria se fosse posto à venda em condições

normais. Na lição de Kiyoshi Harada1, é o preço que seria alcançado em uma ope-

ração de compra e venda à vista, em condições normais do mercado imobiliário,

admitindo-se a diferença de até 10% para mais ou para menos.

Outros aspectos importantes acerca do fato gerador e da base de cálculo do

ITCMD foram objeto de julgamentos do STF, cujas decisões reiteradas resultaram

em Súmulas sobre o tema. Primeiramente, precisamos analisar toda a sequência

de fatos na transmissão causa mortis no curso de ação para a partilha dos bens.

Nessa situação, há uma série de etapas a serem cumpridas, previstas no Código de

Processo Civil.

1
HARADA, Kiyoshi. ITBI: doutrina e prática. Atlas, 2010, p. 144)

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Com a morte do proprietário, é aberta a sucessão e, a partir daí, considera-se

ocorrido o fato gerador do ITCMD, conforme visto na Súmula n. 112 do STF. Em se-

guida, tem início o inventário, que compreende uma série de procedimentos, desde

a nomeação do inventariante pelo juiz até a apresentação das declarações sobre a

situação dos bens e a qualificação dos herdeiros.

Concluído o inventário, o juiz designará um perito ou avaliador judicial para

que proceda à avaliação dos bens, que será seguida do cálculo do imposto após as

contestações porventura existentes sobre a avaliação. Somente após todas essas

etapas é que o ITCMD será calculado e exigido.

Há que se observar, contudo, que apesar de a cobrança do imposto depender de

todas essas etapas, o fato gerador ocorre desde a abertura da sucessão. Vejamos

todas essas etapas de forma esquematizada.

A partir dessa sequência de eventos, podemos entender as importantes deci-

sões proferidas pelo STF.

Súmula 113 do STF


O imposto de transmissão causa mortis é calculado sobre o valor dos bens na data da
avaliação.

Súmula 114 do STF


O imposto de transmissão causa mortis não é exigível antes da homologação do cálculo.

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Conforme exposto, apesar da ocorrência do ITCMD na data da abertura da su-

cessão, apenas depois da avaliação dos bens é possível apurar o imposto, que pas-

sará a ser exigível somente após a homologação dos cálculos.

Em relação à base de cálculo, o STF firmou entendimento de que poderão ser

deduzidos os honorários do advogado contratado pelo inventariante:

Súmula 115 do STF


Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a homologação do
juiz, não incide o imposto de transmissão causa mortis.

Vejamos uma questão aplicada no concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal,

exigindo o que acabamos de ver.

2. (ESAF/AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL/2012) Sobre o im-

posto de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos, de

competência dos Estados e do Distrito Federal, assinale a opção incorreta.

a) Sua incidência é legítima no caso de inventário por morte presumida.

b) Não incide sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com

a homologação do juiz.

c) Sua existência não obsta que se utilize o valor do monte-mor como base de

cálculo da taxa judiciária.

d) Não é exigível antes da homologação do cálculo do valor do bem transmitido.

e) É calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação.

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Letra c.

Monte-mor é a totalidade dos bens a serem partilhados, antes da incidência dos

encargos a que estão sujeitos. No julgamento do RE n. 394.376/RS, o STF vedou a

possibilidade de escolha do valor do monte-mor como base de cálculo da taxa judi-

ciária, por violação ao artigo 145, § 2º, da Constituição Federal, segundo o qual as

taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos, visto que o monte-mor

que contenha bens imóveis é também base de cálculo do imposto de transmissão

causa mortis (ITCMD) e inter vivos (ITBI).

a) Certa. Esse é entendimento fixado na Súmula n. 331 do STF.

b) Certa. Trata-se do enunciado da Súmula n. 115 do STF.

d) Certa. Este é o enunciado da Súmula n. 114 do STF.

e) Certa. Corresponde ao entendimento firmado na Súmula n. 113 do STF.

1.5. Contribuintes

O art. 42 do Código Tributário Nacional estabelece que o contribuinte do impos-

to é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.

Estudamos, no início da aula, que o CTN não trouxe por inteiro as normas gerais

em matéria de ITCMD. Por isso, cabe aos Estados editarem suas próprias leis a fim

de exercerem sua competência legislativa plena.

Nessa linha, ao remeter à disposição da lei, o CTN delega às leis estaduais o

papel de definir o contribuinte do imposto, podendo ser qualquer das partes.

Nos casos de doação, poderia ser o doador ou o donatário. Nas transmissões

causa mortis, os sucessores ou outros participantes da operação.

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A maioria dos Estados adota uma sistemática que facilita a cobrança do impos-

to, definindo, como regra geral, os seguintes contribuintes:

• o donatário – nas transmissões por doação;

• os sucessores – na transmissão por causa mortis.

No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, que instituiu o ITD (sigla utilizada no

Estado) por meio da Lei n. 1.427/1989, o contribuinte do imposto é o adquirente

do bem ou direito sobre imóvel, títulos, créditos, ações, quotas, valores e outros

bens móveis de qualquer natureza, bem como dos direitos a eles relativos, assim

entendida a pessoa em favor da qual se opera a transmissão, seja por doação ou

causa mortis.

2. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Trans-

porte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS)

2.1. Importância do Imposto no Cenário Nacional

A competência para instituição do ICMS está prevista no art. 155, II, da Cons-

tituição Federal.

Trata-se de um dos impostos de maior expressão no cenário tributário nacional,

tanto no que diz respeito ao volume da arrecadação, como no ponto referente à

complexidade da legislação.

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Não é difícil percebermos que o ICMS é um imposto preponderantemente fiscal.

Afinal, é responsável pela maior parcela da receita da grande maioria dos Estados.

Só para se ter uma ideia da importância desse imposto, vejamos alguns dados re-

ferentes ao Estado de São Paulo em maio de 2016:

TRIBUTO ARRECADAÇÃO %
ICMS 9.977.400.000,00 88,4
IPVA 469.200.000,00 4,2
TAXAS 493.400.000,00 4,4
ITCMD 218.800.000,00 1,9
PARCELAMENTOS 133.900.000,00 1,1
TOTAL 11.292.700.000,00 100,00
FONTE: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo

Dada essa importância do ICMS, não foi à toa que a Constituição Federal des-

tinou vários dispositivos para disciplinar o imposto. Veremos em maiores detalhes

mais à frente.

2.2. Normas Gerais

O Código Tributário Nacional foi editado na época do antigo ICM, cuja compe-

tência era repartida entre os Estados e os Municípios.

Assim, havia nos arts. 52 a 58 a disciplina do imposto estadual sobre opera-

ções relativas à circulação de mercadorias. Nos arts. 59 a 62, o Código trazia os

dispositivos referentes ao imposto municipal sobre operações relativas à circula-

ção de mercadorias.

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Os dispositivos que regulavam o imposto estadual foram revogados desde o De-

creto-Lei n. 406/1968. Atualmente, a lei de normas gerais em matéria de ICMS é

a lei complementar n. 87, de 13 de setembro de 1996, a famosa Lei Kandir. Essa

lei cumpre o papel definido no art. 146, III, a, e 155, § 2º, XII (exceto a alínea g),

da Constituição Federal.

A CF/1988 exige ainda a edição de lei complementar para regular a forma como,

mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e be-

nefícios fiscais serão concedidos e revogados.

Esse papel já vinha sendo cumprido pela lei complementar n. 24/1975.

2.3. Mecanismos para Evitar a Guerra Fiscal e a Bitributação

No sistema tributário brasileiro, o ICMS figura como um dos impostos de maior

complexidade. Devido à sua vasta gama de incidência sobre as mais variadas ope-

rações, exige um verdadeiro aparato normativo a fim de evitar a guerra fiscal e a

bitributação.

A Constituição Federal preceitua que o ICMS incide sobre a circulação de merca-

dorias, sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal

e sobre a prestação de serviços de comunicação. Além disso, prevê a incidência do

imposto quando houver fornecimento de mercadoria na prestação de serviços não

compreendidos na competência tributária dos municípios.

Como se pode observar, muitas vezes a incidência do ICMS pode gerar conflitos

de interesses entre os entes tributantes.

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Sendo amplo o campo de incidência, o que muitas vezes se vislumbra em ope-

rações interestaduais, torna-se necessária uma legislação rígida, que vise a evitar

que os Estados membros defendam exageradamente seus interesses em detrimen-

to dos demais. Nesse sentido, reza a Constituição Federal que os Estados, Distrito

Federal e Municípios não podem estabelecer diferença tributária em razão de pro-

cedência ou destino de bens ou serviços.

A fim de evitar a guerra fiscal, o próprio texto constitucional apresenta meca-

nismos de observância obrigatória pelos Estados ao se valer da sua competência

tributária, a saber: as alíquotas mínimas e máximas nas operações internas

e as alíquotas interestaduais são fixadas pelo Senado Federal.

Ademais, estabelece a nossa carta política que os incentivos, benefícios fis-

cais e isenções somente serão concedidos mediante deliberação em convênio,

remetendo à lei complementar a disciplina da matéria.

A definição de alíquotas do ICMS pode assim ser resumida:

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Há que se observar ainda o importante papel da lei complementar, necessária

para a veiculação das seguintes matérias reativas ao ICMS (CF, art. 155, § 2º, XII):

• definir seus contribuintes;

• dispor sobre substituição tributária;

• disciplinar o regime de compensação do imposto;

• fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável,

o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações

de serviços;

• excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e

outros produtos;

• prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro

Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;

• regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Fede-

ral, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

• definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma

única vez, qualquer que seja a sua finalidade;

• fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, tam-

bém na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.

Dessa forma, nosso ordenamento jurídico contempla instrumentos de combate

à guerra fiscal, previstos tanto no texto constitucional, como em leis e convênios.

Considerando a incidência do ICMS sobre a prestação de serviços, diversas si-

tuações poderiam ensejar a bitributação com os entes municipais, ao adentrar no

campo de incidência do ISS. No intuito de evitar esse conflito, ao disciplinar o dis-

posto na CF/1988, a lei complementar n. 87/1996 determina que, quando ocorrer

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a prestação de serviços e o fornecimento de mercadorias, incide o ICMS quando o

serviço não estiver compreendido na competência dos municípios ou, mesmo quan-

do compreendido, houver ressalva expressa em lei complementar.

Prevê a mesma lei que, nos demais casos, o ICMS incidirá apenas sobre o valor

das mercadorias, sendo o serviço tributado exclusivamente pelo ISS.

Vale observar, portanto, que o nosso ordenamento é rico em dispositivos que

regulam a matéria e, uma vez observados, configuram instrumentos eficazes de

combate à guerra fiscal e à bitributação.

2.3. Base Econômica e Fato Gerador: Mercadorias e Serviços

A Constituição Federal alargou a base econômica que representa o campo de

incidência do ICMS. Seu antecessor, o ICM, incidia apenas sobre mercadorias, vi-

gorando de 1967 até fevereiro de 1989, dando espaço à estrutura inaugurada com

a Constituição de 1988.

A partir daí, temos a estrutura atual do ICMS, cuja base econômica é composta

pela circulação de mercadorias e pelos serviços de transporte intermunicipal e

interestadual e de comunicação.

O fato gerador do ICMS está definido no art. 2º da Lei Kandir:

Art. 2° O imposto incide sobre:


I – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimen-
tação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;
II – prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer
via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores;
III – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a
geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a amplia-
ção de comunicação de qualquer natureza;

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IV – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na


competência tributária dos Municípios;
V – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre
serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expres-
samente o sujeitar à incidência do imposto estadual.
§ 1º O imposto incide também:
I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou
jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
finalidade;
II – sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;
III – sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrifi-
cantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando
não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações inte-
restaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente.
§ 2º A caracterização do fato gerador independe da natureza jurídica da operação que
o constitua.

Vamos, então, detalhar a incidência do ICMS, separando as hipóteses previstas

de acordo com o tipo de operação.

2.3.1. Mercadorias

Em primeiro lugar, faz-se necessário entender o conceito de mercadoria. Mas,

para isso, precisamos entender antes o conceito de coisas e de bens.

O conjunto das coisas compreende tudo aquilo que existe ou pode existir (ob-

jetos inanimados). Por exemplo, podemos dizer que estão compreendidas nesse

conceito uma casa, uma pedra ou uma placa de trânsito.

Bens são todas as coisas que podem ser avaliadas em dinheiro, ou seja, são as

coisas que possuem valor econômico. Como exemplos de bens, temos um auto-

móvel, um relógio ou uma camisa da seleção brasileira.

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Ocorre que nem todos os bens estão disponíveis para compra. Por exemplo, o

notebook ou o tablet que você utilizou para baixar essa aula tem um valor eco-

nômico, mas não está à venda (salvo se você já estiver de olho em um melhor e

anunciou o seu no Mercado Livre).

E é justamente aí que entra o conceito de mercadoria. Há bens que não estão

disponíveis para comercialização, eis que seus proprietários os adquiriram para uso

próprio, não tendo intenção (pelo menos momentânea) de se desfazer deles.

Mercadorias são, portanto, os bens móveis que estão disponíveis no mercado

para comercialização. É o caso de um livro exposto na livraria, dos pães que es-

tão à venda na padaria ou de uma roupa numa loja do shopping.

Francisco Rezek traduz perfeitamente esse conceito ao definir que:

(...) à margem do fator circulação, é preciso que o bem que circula seja mercadoria
porque é essa a palavra usada no texto constitucional e não entendo como mercadoria
senão o bem que se faz objeto de ato de comércio. A coisa não se transforma em mer-
cadoria senão quando circula mediante um ato mercantil de qualquer natureza. (REZEK,
Francisco. ICMS Conceito de mercadoria. Mesa de debates sobre tributos federais. RDT
n. 67. Malheiros, p. 97)

Assim, podemos resumir da seguinte forma:

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Como vimos, as mercadorias são bens móveis. Logo, devemos entender merca-

doria como bem tangível, ou seja, aquilo que podemos ver, tocar.

Ocorre que a Constituição Federal prevê a incidência do ICMS sobre energia

elétrica. Nessa linha, diante da expressa previsão constitucional, temos que acatar

a equiparação da energia elétrica a mercadoria para fins de incidência do imposto.

Essa é a única exceção constitucionalmente prevista, sendo aplicável o conceito

real de mercadoria para fins de incidência nos demais casos.

Entretanto, há mais um caso relevante julgado pelo STF: os softwares são con-

siderados mercadorias ou não?

Durante muito tempo, a Corte Suprema defendeu o entendimento de que os

softwares produzidos por encomenda não poderiam ser considerados mercadoria e

sim prestação de serviços (desenvolvimento de programa de computador). No en-

tendimento do STF, apenas os chamados “softwares de prateleira”, ou seja, aqueles

que são produzidos em série e comercializados no varejo (o Windows, o Office e o

Photoshop, por exemplo) seriam considerados mercadorias.

Na decisão, o mérito foi analisado quanto à questão do tipo de produto que

estava sendo oferecido ao consumidor final. O software em si não é mercadoria,

mas sim o meio físico no qual ele é veiculado (no caso os CDs ou DVDs). Por isso,

a decisão do STF se firmou no sentido que acabamos de ver.

Acontece que, atualmente, com a evolução tecnológica, até mesmo os softwa-

res produzidos em escala (software de prateleira) estão deixando de ser comercia-

lizado em meios físicos. É muito comum o usuário adquirir o produto por meio de

download. Nessa situação, o que teríamos? Uma mercadoria ou um serviço?

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O STF entende que, não obstante o produto ser veiculado por outro meio que

não a apresentação física em uma mídia palpável, o software “de prateleira” não

perde a condição de mercadoria, para fins de incidência do ICMS:

Ação direta de inconstitucionalidade. Direito tributário. (...) Lei estadual 7.098, de 30-
12-1998, do Estado de Mato Grosso. (...) ICMS. Incidência sobre softwares adquiridos
por meio de transferência eletrônica de dados (art. 2º, § 1º, item 6, e art. 6º, § 6º,
ambos da lei impugnada). Possibilidade. Inexistência de bem corpóreo ou mercadoria
em sentido estrito. Irrelevância. O Tribunal não pode se furtar a abarcar situações no-
vas, consequências concretas do mundo real, com base em premissas jurídicas que não
são mais totalmente corretas. O apego a tais diretrizes jurídicas acaba por enfraquecer
o texto constitucional, pois não permite que a abertura dos dispositivos da Constituição
possa se adaptar aos novos tempos, antes imprevisíveis. (ADI 1.945-MC, Rel. p/ o ac.
Min. Gilmar Mendes, julgamento em 26/05/2010, Plenário, DJE de 14/03/2011.)

Essa decisão foi objeto de uma questão aplicada pelo CESPE. Vejamos:

2. (CESPE/PROCURADOR/MINISTÉRIO PÚBLICO/TC-DF/2013) Julgue o item sub-

secutivo, referente aos impostos dos estados e do DF. Conforme o entendimento

do STF, o ICMS incide sobre a aquisição de software, ainda que a compra seja feita

mediante transferência eletrônica de dados, sem que haja uma base física que ca-

racterize o corpus mechanicum da criação intelectual.

Certo.

Independente do meio de apresentação, o STF entende que o ICMS incide sobre o

software adquirido por meio de transferência eletrônica de dados (download).

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Outra decisão importante do STF sobre o tema diz respeito ao consumo de água

por ocasião do fornecimento pela companhia concessionária:

O fornecimento de água potável por empresas concessionárias desse serviço público


não é tributável por meio do ICMS. As águas em estado natural são bens públicos e
só podem ser exploradas por particulares mediante concessão, permissão ou autori-
zação. O fornecimento de água tratada à população por empresas concessionárias,
permissionárias ou autorizadas não caracteriza uma operação de circulação de merca-
doria.” (RE 607.056, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 10/04/2013, Plenário, DJE de
16/05/2013.)

A jurisprudência dos tribunais superiores é farta em decisões sobre o ICMS. São

muitas súmulas e decisões importantes acerca do enquadramento de determinados

bens como mercadorias para fins de incidência do imposto.

Desde já, deixo o alerta de que em prova de Legislação Tributária é muito mais

comum o examinador ignorar a jurisprudência e exigir simplesmente os dispositi-

vos legais.

Contudo, em se tratando de prova de Direito Tributário, é extremamente impor-

tante conhecer as decisões dos tribunais superiores. Vejamos as mais relevantes:

Decisões e Súmulas do STF

O perfil constitucional do ICMS exige a ocorrência de operação de circulação de mer-


cadorias (ou serviços) para que ocorra a incidência e, portanto, o tributo não pode ser
cobrado sobre operações apenas porque elas têm por objeto ‘bens’, ou nas quais fique
descaracterizada atividade mercantil-comercial. (ADI 4.565-MC, Rel. Min. Joaquim Bar-
bosa, julgamento em 07/04/2011, Plenário, DJE de 27/06/2011.)

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O STF fixou entendimento no sentido de que o simples deslocamento da mercado-


ria de um estabelecimento para outro da mesma empresa, sem a transferência de
propriedade, não caracteriza a hipótese de incidência do ICMS. Precedentes. (RE
596.983-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 12/05/2009, Segunda Turma, DJE
de 29/05/2009.)

É legítima a incidência do ICMS na comercialização de exemplares de obras cinemato-


gráficas, gravados em fitas de videocassete. (Súmula n. 662)
* dada que é praticamente impossível ainda encontrarmos fitas de videocassete em
comercialização, deve-se atentar para a inteligência da Súmula, o que seria equiparado
à comercialização de DVD e Blu-ray, por exemplo.

O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. (Súmula
Vinculante n. 32)

Decisões e Súmulas do STJ

TRIBUTÁRIO – ICMS – COMERCIAL – SOCIEDADE COMERCIAL – TRANSFORMAÇÃO –


INCORPORAÇÃO – FUSÃO – CISÃO – FATO GERADOR – INEXISTÊNCIA. I – Transfor-
mação, incorporação, fusão e cisão constituem várias facetas de um só instituto: a
transformação das sociedades. Todos eles são fenômenos de natureza civil, envolvendo
apenas as sociedades objeto da metamorfose e os respectivos donos de cotas ou ações.
Em todo o encadeamento da transformação não ocorre qualquer operação comercial.
II – A sociedade comercial – pessoa jurídica corporativa pode ser considerada um con-
domínio de patrimônios ao qual a ordem jurídica confere direitos e obrigações diferentes
daqueles relativos aos condôminos (Kelsen). III – Os cotistas de sociedade comercial
não são, necessariamente, comerciantes. Por igual, o relacionamento entre a sociedade
e seus cotistas é de natureza civil. IV – A transformação em qualquer de suas facetas
das sociedades não é fato gerador de ICMS. (STJ, 1ª T., REsp 242.721/SC, Rel. Min.
Humberto Gomes de Barros, jun/2001)

Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para


outro estabelecimento do mesmo contribuinte. (Súmula n. 166)

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Nos termos da LC n. 87/1996, o ICMS incide sobre operações relativas à cir-

culação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em

bares, restaurantes e estabelecimentos similares (art. 2º, I).

Devemos perceber que a LC previu a hipótese de incidência, mas não insti-

tuiu o ICMS. Conforme já estudamos, a lei de normas gerais não cria tributos,

apenas uniformizam os preceitos para que os entes tributantes exerçam sua

competência tributária mediante edição de suas próprias leis instituidoras de

tributos.

Nessa linha, a Lei Kandir não está instituindo o ICMS, mas permitindo aos

Estados a edição de suas próprias leis instituidoras, observados os limites que

estabelece. Por esta razão, se alguma das hipóteses previstas na lei de normas

gerais não constar na lei estadual instituidora do ICMS, não poderá ocorrer o

fato gerador, pois estaremos diante de um caso de não incidência.

Na esteira desse entendimento, o STF editou a Súmula n. 574:

Súmula 574 do STF


Sem lei estadual que a estabeleça, é ilegítima a cobrança do imposto de circulação
de mercadorias sobre o fornecimento de alimentação e bebidas em restaurante ou
estabelecimento similar.

2.3.1.1. ICMS na Importação

A própria Constituição, ao conferir aos Estados e ao DF a competência para a

instituição do ICMS, permite a incidência do imposto ainda que as operações

e as prestações se iniciem no exterior.

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Em consonância com a disposição constitucional, a lei complementar n. 87/1996,

em seu art. 2º, § 1º, I, define que o imposto incide sobre a entrada de mercadoria

importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte

habitual do imposto, ainda quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo

permanente do estabelecimento.

Sobre esse aspecto, é importante analisarmos o histórico dessa incidência do

ICMS sobre as importações.

Na sua redação original, a Constituição previa, em seu art. 155, § 2º, IX, “a”,

que o ICMS incidiria sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda

quando se tratasse de bem destinado a consumo ou ativo fixo do estabelecimento,

assim como sobre serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde

estivesse situado o estabelecimento destinatário da mercadoria ou do serviço.

Podemos perceber que o texto constitucional não esclarecia se a incidência leva-

ria em conta apenas as pessoas jurídicas e, ainda assim, se era direcionada apenas

aos contribuintes habituais do imposto ou a qualquer empresa. A LC n. 87/1996 foi

além e detalhou o fato gerador, assegurando a incidência também sobre a impor-

tação efetuada por pessoas físicas e por empresas que não fossem contribuintes

habituais do imposto.

Desse modo, grande controvérsia foi levantada sobre a incidência do ICMS nas

importações.

O STJ, em 1997, editou a Súmula n. 198 com o seguinte enunciado:

Súmula 198 do STJ


Na importação de veículo por pessoa física, destinado a uso próprio, incide o ICMS.

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Podemos perceber que, no entendimento do STJ, o ICMS incidiria na importação

efetuada por pessoa física e sobre bens, não só para mercadorias.

Esse entendimento passou a ser definitivo a partir da Emenda Constitucional

n. 33 de 2001, que alterou a redação original do art. 155, § 2º, IX, “a”. Com isso,

passou a dispor da seguinte forma:

IX – Incidirá também:


a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou
jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Esta-
do onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria,
bem ou serviço;

O constituinte derivado buscou não deixar margem para qualquer controvérsia,

estabelecendo que o ICMS incide nas importações de bem ou mercadoria, para

qualquer tipo de pessoa, física ou jurídica, seja ela contribuinte habitual do

imposto ou não e seja qual for a finalidade (uso, consumo ou comercialização).

Desse modo, nas importações em geral incidirá o ICMS, salvo nos casos de imuni-

dade.

Ainda restou certa discussão após a edição da Súmula n. 660 do STF. Vejamos

o seu teor:

Súmula 660 do STF


Não incide ICMS na importação de bens por pessoa física ou jurídica que não seja con-
tribuinte do imposto.

Essa Súmula foi editada em 2003, portanto, após a EC n. 33/2001, o que vai de

encontro à redação atual da Constituição Federal. No entendimento defendido pelo

STF, os bens importados por quem não é contribuinte do imposto estariam fora do

campo de incidência do ICMS.

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A partir da sua publicação, que ocorreu em 24/09/2003, a Súmula 198 do STJ che-

gou a ter seus efeitos mitigados, em função do entendimento contrário firmado pelo STF.

Embora ainda não tenha declarado expressamente a superação da Súmula n.

660, o STF já firmou precedentes de que sua aplicação era válida apenas para os

fatos ocorridos antes da vigência da EC n. 33/2001, vide RE 439.796 (Informativo

STF n. 436, ago/2006).

Em recente decisão, a Corte aponta para seu novo entendimento:

Divergência entre as expressões “bem” e “mercadoria” (arts. 155, II, e 155, § 2, IX, a,
da Constituição). É constitucional a tributação das operações de circulação jurídica de
bens amparadas pela importação. A operação de importação não descaracteriza, tão
somente por si, a classificação do bem importado como mercadoria. Em sentido seme-
lhante, a circunstância de o destinatário do bem não ser contribuinte habitual do tributo
também não afeta a caracterização da operação de circulação de mercadoria. Ademais,
a exoneração das operações de importação pode desequilibrar as relações pertinentes
às operações internas com o mesmo tipo de bem, de modo a afetar os princípios da
isonomia e da livre concorrência.” (RE 474.267 e RE 439.796, rel. Min. Luiz Fux, julga-
mento em 06/11/2013, Plenário, DJE de 20/03/2014.)

Após a EC n. 33/2001, em consonância com a nova disciplina constitucional, a

Lei Kandir passou a prever como hipótese de incidência a entrada de mercadoria

ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja

contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade.

2.3.1.2. ICMS nas Exportações

O art. 155, § 2º, II, da Constituição Federal estabelece que:

II – a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:


a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou
prestações seguintes;

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Isso significa que, quando uma operação deixa de sofrer a incidência do im-

posto, não haverá compensação nas operações seguintes, fazendo valer, assim, a

lógica da não cumulatividade. Ou seja, se a operação foi desonerada, não há que

se falar em crédito para compensação nas operações seguintes.

Ocorre que a Constituição Federal concede imunidade do ICMS nas exportações

de mercadorias e serviços que, em condições normais, sofreriam a incidência do

imposto. Vejamos o que diz o art. 155, § 2º, X:

X – não incidirá:


a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços pres-
tados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do
montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;

Desse modo, além de ser desonerado na operação de exportação, o contribuinte

do ICMS irá se creditar do valor do imposto para compensação em outras opera-

ções.

2.3.1.3. ICMS nas Operações Interestaduais

Sendo o ICMS tributo de competência estadual, podemos verificar duas situa-

ções possíveis que ensejam a ocorrência do fato gerador nas operações com merca-

dorias: circulação dentro do mesmo Estado ou circulação de um Estado para outro.

Na primeira hipótese, aplica-se a alíquota interna do Estado onde ocorreu a ope-

ração. Já as operações interestaduais devem ser tributadas de acordo com o que

dispõe a Constituição Federal em seu art. 155, § 2º, VII, dispositivo que foi alterado

recentemente pela Emenda Constitucional n. 87/2015.

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Por isso, torna-se necessário entendermos como era a sistemática antes da EC

n. 87/2015 e como ficou a partir de 01/01/2016.

Antes, é importante observarmos que a Constituição Federal determina, de for-

ma expressa, que, salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito

Federal, as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias

e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as opera-

ções interestaduais. Assim, em regra, a alíquota interestadual é inferior à alíquota

interna.

Vejamos agora a disciplina constitucional para a tributação do ICMS nas opera-

ções interestaduais, antes da EC n. 87/2015:

VI – salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do
disposto no inciso XII, “g”, as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de
mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para
as operações interestaduais;
VII – em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor
final localizado em outro Estado, adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;
VIII – na hipótese da alínea “a” do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do des-
tinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual.

Logo, nas operações interestaduais, havia que se observar se o destinatário era

contribuinte do imposto ou não. Se o adquirente em outro Estado fosse contribuin-

te, aplicava-se a alíquota interestadual. Não sendo o destinatário contribuinte,

aplicava-se a alíquota interna do Estado de origem.

Nas operações interestaduais para uso ou consumo, quando o destinatário não

fosse contribuinte do ICMS, haveria apenas um fato gerador, que ocorre na saída do

estabelecimento. A alíquota aplicável era a interna do Estado do estabelecimento

vendedor, assim, o Estado da venda ficava com toda a arrecadação.

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Ou seja, imagine uma pessoa residente em Pernambuco que adquiriu um pro-

duto de São Paulo. Nessa situação, a tributação ocorria apenas no Estado de São

Paulo e fazia uso da alíquota interna.

Outro tratamento teria a situação em que o destinatário era contribuinte do im-

posto. Nesse caso, teríamos dois fatos geradores.

Suponha que um varejista da Paraíba adquiriu produtos de São Paulo para con-

sumo próprio. Nessa situação, o fato gerador 1 ocorreria na saída do Estado de

São Paulo, aplicando a alíquota interestadual e, por força do art. 155, § 2º, VII,

da Constituição Federal, surgiria um fato gerador 2, que ocorreria na entrada do

Estado destinatário e a tributação seria com base no chamado diferencial de alí-

quota, ou seja, a alíquota será o complemento entre a alíquota interna do Estado

consumidor e a alíquota interestadual que foi cobrada no fato gerador 1.

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Essa sistemática passou a ser alvo de críticas ferrenhas a partir da evolução do

e-commerce. Com o aumento substancial das vendas efetuadas pela internet, os

Estados consumidores passaram a perder uma parcela significativa da tributação.

Isso se explica pelo fato de que os consumidores pessoas físicas passaram a ad-

quirir diretamente de estabelecimentos em outros Estados, em vez de adquirir de

empresas físicas localizadas no seu próprio Estado.

A partir daí, diante do impacto negativo pela impossibilidade de tributação des-

sas operações, alguns Estados assinaram o Protocolo ICMS n. 21/2011, estabele-

cendo disciplina relacionada à exigência do ICMS nas operações interestaduais que

destinassem mercadoria ou bem a consumidor final, cuja aquisição ocorresse de

forma não presencial no estabelecimento remetente.

Embora o Protocolo firmado tenha sido declarado inconstitucional pelo STF, abriu

a discussão acerca da tributação das operações interestaduais com destinatário

não contribuinte do ICMS.

Toda essa situação, ensejou a modificação da disciplina constitucional. A partir

da EC n. 87/2015, a Constituição Federal passou a conferir um tratamento único

para as operações interestaduais, independentemente se o destinatário é ou não

contribuinte do ICMS:

VII  – nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final,
contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota in-
terestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente
à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 87, de 2015)
(revogada);
(revogada);
VIII – a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença en-
tre a alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída: (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 87, de 2015)

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a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; (Incluído pela Emenda


Constitucional n. 87, de 2015)
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 87, de 2015)

A partir da nova disciplina, para os fatos geradores ocorridos a partir de

01/01/2016, pouco importa se o destinatário é contribuinte do ICMS. Nas opera-

ções interestaduais, haverá a tributação no Estado de origem pela alíquota interes-

tadual e no Estado de destino haverá a cobrança do diferencial de alíquota.

Outro ponto que merece atenção nas operações interestaduais é a imunidade

conferida pela Constituição ao determinar que o ICMS não incidirá sobre operações

que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líqui-

dos e gasosos dele derivados, e energia elétrica.

Ocorre que a Lei Kandir estabelece que se considera ocorrido o fato gerador do

imposto no momento da entrada no território do Estado de lubrificantes e combus-

tíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro

Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização.

Ora, mas não há imunidade expressa na Constituição? Seria inconstitucional

este dispositivo da Lei Kandir? Vejamos.

Quando a CF/1988, em seu art. 155, § 2º, X, b, define que não incidirá ICMS

sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,

combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica, está afastando a

incidência para o fato gerador que ocorre na saída do Estado produtor. Assim, não

haveria o fato gerador 1 do esquema acima. Complementa a própria Constituição

que, nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o

imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo.

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Essa situação constitui o ICMS monofásico sobre combustíveis e lubrificantes, já


que incide apenas na entrada do Estado consumidor.

2.3.2. Serviços de transporte

A LC n. 87/1996 define que o ICMS incide sobre prestações de serviços de trans-


porte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercado-
rias ou valores.
Assim, o ICMS incide apenas nos transportes intermunicipais e interestaduais.
A tributação do transporte dentro de um mesmo município é feita pelo próprio mu-
nicípio, por meio do ISS.
Devemos observar que a incidência é sobre o transporte, sem distinção do que
está sendo transportado, seja pessoas, bens ou mercadorias. O que vale, para fins
de incidência do ICMS, é o aspecto geográfico, ou seja, se o transporte foi intermu-
nicipal ou interestadual.

2.3.3. Serviços de Comunicação

A Lei Kandir estabelece que o ICMS incide sobre prestações onerosas de servi-
ços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recep-
ção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de
qualquer natureza.

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O elemento mais importante a ser observado nessa hipótese é o aspecto one-

roso da prestação do serviço. Os serviços gratuitos não sofrem a tributação do

imposto.

Assim, quando você conversa com alguém via WhatsApp ou pelo Facebook, por

exemplo, não ocorre o fato gerador do ICMS. Da mesma forma ocorre quando você

liga de um computador para outro via Skype. Por outro lado, quando você liga do

seu aparelho celular para outro por meio de uma operadora de telefonia móvel,

sofrerá a incidência do imposto.

A prestação que está sujeita ao ICMS é o serviço de comunicação. Isso não se

confunde com outros serviços acessórios para que essa comunicação seja efetuada.

Sendo assim, os serviços de habilitação de telefone celular e aqueles prestados

pelos provedores de acesso à internet não podem ser considerados serviços de co-

municação para fins de incidência do ICMS.

Esse é o entendimento firmado pelo STJ em duas importantes Súmulas:

Súmula 334 do STJ


O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à internet.

Súmula 660 do STF


O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular.

2.4. Convênios (Lei Complementar n. 24/1975)

A Constituição Federal determina, em seu art. 155, § 2, XII, g, que cabe à lei

complementar regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distri-

to Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

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Observa-se que é mediante deliberação dos Estados e DF que haverá a conces-

são de incentivos. Essas deliberações são formalizadas mediante convênio.

A Lei Complementar n. 24/1976 normatiza que os convênios serão celebrados

em reuniões para as quais tenham sido convocados representantes de todos os

Estados e do Distrito Federal, sob a presidência de representantes do Governo Fe-

deral. A concessão de benefícios dependerá sempre de decisão unânime dos

Estados representados; a sua revogação total ou parcial dependerá de aprova-

ção de quatro quintos, pelo menos, dos representantes presentes.

O quórum para a concessão e revogação de benefícios fiscais do ICMS costuma

ser bastante exigido em provas de fiscos estaduais. Para fixar, vejamos de forma

esquematizada:

2.5. Mercadorias x Serviços

A LC n. 87/1996 estabelece que o ICMS incide sobre:

• o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendi-

dos na competência tributária dos Municípios; (art. 2º, IV)

• o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao im-

posto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei comple-

mentar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.

(Art. 2º, V)

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Ao conferir aos Municípios e DF a competência para sua instituição, a Constitui-


ção, em seu art. 155, III, remete à lei complementar a definição dos serviços que
estarão sujeitos à incidência do ISS, além de excluir aqueles sujeitos ao ICMS, a
saber: prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de co-
municação.
A lei complementar prevista no art. 155, III, da CF/1988 é taxativa, ou seja,
apenas os serviços ali elencados de forma expressa podem sofrer a incidência do
ISS.
Quando há prestação de serviços previstos na LC n. 116/2003, o ICMS incidirá
apenas sobre o valor das mercadorias empregadas. Por outro lado, quando o ser-
viço não estiver previsto na LC n. 116/2003, o ICMS incidirá sobre o valor total da
operação (mercadorias + serviços).
Assim, sobre a prestação de serviços podem incidir os seguintes impostos:

2.6. Princípios Específicos

Ao estudarmos o IPI, vimos que a Constituição determina a aplicação de dois


princípios específicos: seletividade e não cumulatividade. Esses princípios também
são aplicáveis ao ICMS, só que nesse caso a disciplina constitucional apresenta

uma pequena diferença.

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Enquanto o IPI deve obediência aos dois princípios, sem qualquer possibilidade

de escolha para o legislador, no ICMS apenas a não cumulatividade é obrigatória. O

princípio da seletividade tem sua aplicação facultativa.

Seletividade (art. 155, § 2º, III)

De acordo com o art. 155, § 2º, III, da CF/1988, o ICMS poderá ser seletivo

em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços.

Seletividade significa aplicar alíquotas distintas para diferentes produtos, a de-

pender da essencialidade de cada um. Para itens de primeira necessidade, alíquo-

tas menores. Para os mais supérfluos, alíquotas mais expressivas.

Não cumulatividade (art. 155, § 2º, I)

Outra determinação constitucional direcionada ao ICMS é a não cumulatividade,

que consiste em uma técnica para evitar o ônus tributário muito elevado naqueles

tributos que incidem em várias etapas. Assim, é compensado o que for devido em

cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com

o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito

Federal.

Sobre a não cumulatividade, vejamos uma questão aplicada pela FGV:

3. (FGV/AUDITOR DE CONTROLE INTERNO/SEFAZ-RJ/2011) Quanto ao aspecto da

não cumulatividade, característico do IPI e do ICMS, de acordo com a Constituição

Federal, é correto afirmar que

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a) permite a compensação do imposto devido a cada operação efetiva na cadeia

de produção, com o montante cobrado nas operações anteriores na mesma cadeia.

b) favorece a incidência “em cascata” sobre todas as operações tributadas em cada

etapa da circulação de bens produzidos e destinados à indústria nacional.

c) permite que a carga tributária incidente seja maior ou menor de acordo com a

essencialidade dos produtos.

d) se confunde com a vedação da tributação com efeitos confiscatórios.

e) se revela uma exceção ao princípio da imunidade recíproca, já que atinge os

produtos comercializados por empresas públicas imunes.

Letra a.

A assertiva retrata o que diz o princípio previsto no art. 155, § 2º, I, da Constituição

Federal.

b) Errada. A não cumulatividade visa exatamente a evitar a incidência em cascata,

ou seja, que o imposto incida sobre imposto.

c) Errada. Esse enunciado corresponde ao princípio da seletividade, não dizendo

respeito à não cumulatividade.

d) Errada. A não cumulatividade não se confunde com o princípio constitucional

tributário do não confisco.

e) Errada. O fato de o ICMS incidir sobre produtos comercializados por empresas

públicas não constitui exceção à imunidade recíproca. Primeiro porque, pela Cons-

tituição, a imunidade não abrange as empresas públicas. Apenas aquelas prestado-

ras de serviços públicos essenciais, de acordo com o STF. Além disso, a imunidade

recíproca abrange apenas os impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços. Ne-

nhum desses aspectos guarda relação com a não cumulatividade.

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2.7. Base de Cálculo

A Lei Complementar n. 87/1996 elenca uma série de possibilidades para a base

de cálculo do ICMS. Como regra geral, pode-se afirmar que a base de cálculo é o

valor da operação. De qualquer forma, faz-se necessário verificar as disposições do

art. 13 da Lei Kandir:

• na prestação de serviços (não previstos na LC n. 116/2003) com o

fornecimento de mercadorias: valor das mercadorias + valor do serviço.

• na prestação de serviço de transporte: o preço do serviço.

• na importação: valor das mercadorias + II + IPI + IOF + contribuições, ta-

xas, juros, seguro, frete e demais despesas aduaneiras.

• na aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens apreendi-

dos ou abandonados: valor das mercadorias ou bens + II + IPI + despesas.

Não integra a base de cálculo do imposto o montante do IPI, quando a opera-

ção, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização

ou à comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos.

Na saída de mercadoria para estabelecimento localizado em outro Estado, per-

tencente ao mesmo titular, a base de cálculo do imposto é:

• o valor correspondente à entrada mais recente da mercadoria;

• o custo da mercadoria produzida, assim entendida a soma do custo da ma-

téria-prima, do material secundário, da mão de obra e do acondicionamento;

• tratando-se de mercadorias não industrializadas, o seu preço corrente no

mercado atacadista do estabelecimento remetente.

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Um aspecto curioso do ICMS é que o valor do próprio imposto compõe a sua

base de cálculo. Por isso, é comum chamar o ICMS de imposto cobrado “por den-

tro”. Vamos entender a situação por meio de um exemplo:

Exemplo

Suponha uma mercadoria que custe R$100,00 para o consumidor final, com 17%

de ICMS. Assim, teríamos R$83,00 de mercadoria e R$17,00 de imposto.

Ocorre que, se a mercadoria sem o imposto custa R$83,00, ao aplicarmos a alí-

quota de 17%, o valor apurado do ICMS deveria ser de R$14,11 e não R$17,00.

Logo, percebe-se que o imposto é embutido no valor da mercadoria, incidindo

sobre ele mesmo. Vale dizer, o valor do próprio ICMS compõe a sua base de cál-

culo.

2.8. Contribuintes

A Lei Kandir define os contribuintes do ICMS em seu art. 4º:

Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitu-
alidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de
mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.
Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem
habitualidade ou intuito comercial:
I – Importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade;
II – Seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado
no exterior;
III – Adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados;
IV  – Adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e
energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou
à industrialização.

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O primeiro critério adotado pelo legislador para definir a condição de contribuin-

te do ICMS foi a habitualidade.

Assim, será contribuinte do imposto aquela pessoa, física ou jurídica, que pro-

mova, de forma regular, a circulação de mercadorias ou efetue a prestação dos

serviços que constituam fato gerador do imposto.

O segundo critério é o volume das operações. Se a quantidade de mercado-

rias configurar intuito comercial, ainda que a pessoa não pratique a operação com

habitualidade, será contribuinte do ICMS.

Assim, quando você vai ao shopping e adquire dois relógios, há que presumir

que são para uso pessoal, o que afasta o intuito comercial. Por outro lado, se você

sai do mesmo shopping com 328 relógios e é parado num posto fiscal da SEFAZ,

não há o que discutir: restaria configurado o intuito comercial e você seria conside-

rado contribuinte do ICMS, ainda que não realize o comércio habitualmente.

Essa é a regra geral para definição dos contribuintes do ICMS, fazendo uso dos

dois elementos centrais: a habitualidade ou a quantidade que configure intuito co-

mercial.

Entretanto, a lei prevê outras situações em que a condição de contribuinte será

caracteriza, independentemente da habitualidade ou da quantidade. São elas:

• o importador de mercadorias ou bens do exterior;

• o destinatário de serviços prestados no exterior ou iniciado no exterior;

• o adquirente de mercadorias apreendidas ou abandonadas em licitação;

• o adquirente de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de

petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando destinados a uso

ou consumo.

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3. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)

Conforme já estudamos, até o momento a União não editou normas gerais em


matéria tributária relativas ao IPVA, imposto não previsto na Constituição vigente
na época da edição do CTN.
Sendo assim, cada Estado deve se valer da sua competência legislativa plena,
definindo suas próprias normas gerais em matéria de IPVA e editando a lei insti-
tuidora do imposto, desde que respeitados os limites constitucionais e as demais
normas gerais previstas no CTN, comuns a todos os tributos.
Vejamos então os aspectos constitucionais do IPVA.

3.1. Fato Gerador e Base Econômica: Propriedade de Veículos


Automotores

A competência para instituir o IPVA é conferida aos Estados e DF no art. 155,


III. De início, devemos perceber que a Constituição Federal não faz qualquer dis-
tinção quanto aos tipos de veículos, definindo tão somente que a base econômica
é a propriedade de veículos automotores.
A grande questão é: onde os Estados irão buscar o conceito de veículo automo-
tor para fins de incidência do IPVA. Muito ainda se discute se esse conceito é amplo,
compreendendo, além dos automóveis, as embarcações e aeronaves.
O Código de Trânsito Brasileiro, Lei n. 9.503/1997, traz em seu Anexo I (Dos
Conceitos e Definições) o conceito de veículo automotor:

VEÍCULO AUTOMOTOR – todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios
meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para
a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O termo
compreende os veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos
(ônibus elétrico).

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É certo, contudo, que o Código de Trânsito não aplicaria o conceito para as ae-

ronaves nem para as embarcações, eis que o tráfego aéreo é regulado pela ANAC e

o fluxo de embarcações é regulado pela Capitania dos Portos. Entretanto, as defini-

ções do CTB parecem ter sido aquelas adotadas pelo STF. Senão, vejamos:

Não incide Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) sobre embarcações


(...). Precedentes. (RE 379.572, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 11/04/2007,
Plenário, DJ de 01/02/2008.)

3.2. Base de Cálculo

Conforme já estudamos, a base de cálculo do imposto representa o aspecto

quantitativo do fato gerador. Sendo assim, deve guardar estreita relação com a

manifestação de riqueza que está sendo tributada.

Por isso, no caso específico do IPVA, a base de cálculo deve representar uma

grandeza atrelada à propriedade do veículo automotor. A grandeza normalmente

utilizada pelos Estados é o valor venal do veículo.

Como o IPVA é tributo sujeito a lançamento de ofício, ou seja, a própria Fazenda

Pública já dispõe de todos os elementos suficientes para lançar e cobrar o imposto,

é comum as fazendas estaduais disporem de uma planta de valores para cada

modelo e ano de veículo. Os valores constantes nessa planta de valores são adota-

dos como base de cálculo do IPVA.

É oportuno destacar que esses valores podem se mostrar desatualizados com o

tempo em face da inflação. Por isso, é permitida a atualização dessa base de cálcu-

lo, desde que respeitado o princípio da anterioridade. De outro lado, a obediência à

anterioridade nonagesimal nesse caso não é obrigatória.

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Assim, os valores da base de cálculo do IPVA poderiam ser atualizados até

31/12 e já ser possível a cobrança com os novos valores a partir de 01/01 do exer-

cício seguinte.

Há que se observar, porém, que o IPVA não constitui exceção ao princípio da

legalidade. Por esta razão, sua base de cálculo deve constar em lei. Logo, ainda

que os valores sejam definidos em planta de valores (tabela) em que conste o va-

lor venal para cada modelo de veículo, é necessária previsão em lei instituindo tais

valores.

3.3. Contribuintes

Considerando que a base econômica sobre a qual incidirá o imposto é a proprie-

dade de veículos automotores, por óbvio a lei estadual não poderá desviar dessa

diretriz constitucional. Desse modo, há que se estabelecer como contribuinte do

IPVA o proprietário do veículo.

3.4. Alíquotas

O § 6º, do art. 155, da Constituição Federal, incluído pela EC n. 42/2003, traz

as definições acerca das alíquotas do IPVA:

§ 6º O imposto previsto no inciso III:


I – terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;
II – poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.

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A definição de alíquotas mínimas pelo Senado Federal visa ao combate à

guerra fiscal, de modo que os Estados não reduzam demais suas alíquotas e

atraiam veículos de outras UFs para emplacamento no local onde for mais van-

tajoso.

A permissão para a definição de alíquotas diferenciadas deve ser exercida

apenas em função do tipo e da utilização do veículo, não podendo o le-

gislador estabelecer diferenciação em função da origem do veículo. Assim, não

poderia haver tratamento diferenciado para o veículo nacional em detrimento

do veículo importado, por exemplo.

A autorização para a diferenciação das alíquotas deverá ser observada dian-

te de diferentes tipos de veículo (de passeio ou de transporte) ou em função

da utilização (pessoa física ou jurídica, por exemplo). Perceba que esses são

apenas exemplos de elementos diferenciadores. A lei pode adotar outros cri-

térios, desde que sejam baseados no tipo ou na utilização do veículo, confor-

me determina a Constituição Federal. Critérios diferenciadores que tomem por

base outros elementos, como a origem ou o preço, representariam ofensa ao

dispositivo constitucional.

Assim, temos a seguinte disciplina para as alíquotas do IPVA:

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Vejamos uma questão que trata exclusivamente das alíquotas do IPVA.

4. (FCC/PROCURADOR/PGE-AM/2010) Em relação às alíquotas do IPVA, a legisla-


ção tributária do Estado poderá estabelecer
a) alíquotas diferentes em função do tipo e utilização, desde que observe a alíquo-
ta mínima fixada pelo Senado Federal.
b) apenas a base de cálculo, devendo adotar a mesma alíquota dos demais Esta-
dos, em função do princípio da uniformidade geográfica.
c) alíquotas diferentes em função do tipo e utilização, desde que observe a alíquo-
ta máxima fixada pelo Senado Federal.
d) alíquotas em função do tipo, utilização e marca, aplicando- se apenas os limites
estabelecidos na Lei Orgânica do Estado.
e) apenas valores venais distintos, não podendo alterar as alíquotas.

Letra a.
Conforme dispõe o art. 155, § 6º, II, da Constituição, as alíquotas do IPVA poderão
ser diferenciadas em função do tipo e utilização do veículo.
b) Errada. Não há qualquer exigência de se adotar a mesma alíquota dos demais
Estados. A única exigência é de que seja observada a alíquota mínima definida pelo
Senado Federal.
c) Errada. O Senado é competente para definir as alíquotas mínimas do IPVA, mas
não as máximas.
d) Errada. Não é permitida a diferenciação das alíquotas de acordo com a marca
do veículo. Além disso, há que se observar o limite mínimo estabelecido pelo Sena-
do Federal e não em lei orgânica.
e) Errada. Se o ente é competente para instituir o IPVA, também o é para definir

suas alíquotas, desde que observada a alíquota mínima definida pelo Senado.

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Impostos de Competência dos Municípios

A Constituição Federal confere a competência para a instituição dos impostos

municipais no art. 156:

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I – propriedade predial e territorial urbana;
II – transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos a sua aquisição;
III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em
lei complementar.

Assim, podemos resumir que:

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1. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana


(IPTU)

1.1. Fato Gerador

A competência para instituição do IPTU está prevista no art. 156, I, da Cons-

tituição Federal e seu fato gerador foi definido no art. 32 do CTN, nos seguintes

termos:

Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e ter-


ritorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem
imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona
urbana do Município.

Mais uma vez, temos um fato gerador que remete aos conceitos de imóvel por

natureza ou acessão física. Conforme estudamos no início dessa aula, segundo o

CC de 1916, os imóveis podem ser por natureza: o solo com os seus acessórios e

adjacências naturais, compreendendo a superfície, as árvores e frutos pendentes, o

espaço aéreo e o subsolo; ou por acessão física: tudo quanto o homem incorporar

permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e constru-

ções, de modo que não se possa retirar sem destruição, fratura ou dano.

Já estudamos que o ITR também incide sobre a propriedade, o domínio útil ou

a posse de imóveis. A diferença é que o ITR incide apenas sobre a terra nua, ou o

valor fundiário, como determina o CTN. Assim, a incidência do ITR ocorre apenas

sobre o imóvel por natureza.

Outro ponto que diferencia o IPTU do ITR é que o primeiro tem como fato gera-

dor a propriedade de imóvel localizado na zona urbana, ao passo que o ITR ape-

nas atinge os imóveis rurais.

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Nessa linha, faz-se necessário entender qual é o critério para diferenciar o que

é imóvel urbano e imóvel rural, a fim de afastar qualquer conflito de competência

entre a União e os Municípios.

O próprio CTN cuidou de definir os critérios para identificação, no § 1º, do art. 32:

§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei
municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em
pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II – abastecimento de água;
III – sistema de esgotos sanitários;
IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros
do imóvel considerado.

1.2. Base de Cálculo

A base de cálculo do IPTU definida no art. 33 do Código Tributário Nacional é o

valor venal do imóvel.

Assim como ocorre com o IPVA, a atualização da base de cálculo do IPTU (planta

de valores dos imóveis) não se obriga à observância do princípio da anterioridade

nonagesimal.

1.3. Contribuintes

Os contribuintes do IPTU são aqueles definidos no art. 34 do CTN:

Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio


útil, ou o seu possuidor a qualquer título.

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Podemos perceber que o CTN prevê a condição de contribuinte não apenas para

o proprietário, mas também para o titular do domínio útil e para o possuidor

a qualquer título.

Contudo, há severas críticas a essa previsão do Código Tributário. Guardemos

a literalidade do CTN, eis que é muito importante para fins de prova de concurso.

Mas nos atentemos para relevantes decisões dos tribunais superiores, que afas-

tam a condição de contribuinte de pessoas que não sejam proprietárias do imóvel,

ainda que se enquadrem como titulares do domínio útil ou possuidores a qualquer

título.

O caso mais comum é o do locatário, que, não obstante firmar contrato de alu-

guel onde conste cláusula de responsabilidade pelo pagamento do IPTU, não pode

ser considerado contribuinte do imposto:

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO. CONTRIBUINTE. LOCATÁ-


RIO. Há um só contribuinte do imposto predial e territorial urbano, que pode ser o
proprietário do imóvel, o titular do domínio útil ou o possuidor, nesta ordem; embora
possuidor, o locatário é estranho à relação jurídico-tributária, se o Município identificou
o proprietário como contribuinte do imposto, e não tem, por isso, legitimidade para liti-
gar a respeito. Recurso especial não conhecido. (STJ – REsp 172.522/SP, Rel. Min. ARI
PARGENDLER, Data de Julgamento: 08/09/1998, T2 – SEGUNDA TURMA)

1.4. Progressividade das Alíquotas

A progressividade, de acordo com o que já estudamos, é aplicável aos im-

postos pessoais, em observância ao princípio da capacidade contributiva. Nos

impostos reais, o referido princípio se manifesta normalmente por meio da se-

letividade.

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Há casos, porém, em que há permissão constitucional para aplicação da pro-

gressividade aos impostos reais. Cumpre observar que isso somente será possível

quando houver expressa previsão constitucional nesse sentido. Assim entende o

STF:

Tratando-se de matéria sujeita a estrita previsão constitucional – CF, art. 153, § 2º,
I; art. 153, § 4º; art. 156, § 1º; art. 182, § 4º, II; art. 195, § 9º (contribuição social
devida pelo empregador) – inexiste espaço de liberdade decisória para o Congresso Na-
cional, em tema de progressividade tributária, instituir alíquotas progressivas em situ-
ações não autorizadas pelo texto da Constituição. (ADC 8-MC, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 13/10/1999, Plenário, DJ de 04/04/2003.)

Desde sua redação original, a Constituição Federal prevê a possibilidade de pro-

gressividade do IPTU no tempo:

§ 4º – É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída
no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento,
sob pena, sucessivamente, de:
(...)
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo.

Trata-se de progressividade com intuito extrafiscal, eis que o objetivo não é

cobrar mais de quem apresenta maior riqueza. A função da progressividade no

tempo para o IPTU visa ao adequado aproveitamento da propriedade.

A partir da Emenda Constitucional n. 29/2000, novas hipóteses de diferenciação

de alíquotas passaram a valer para o IPTU. Assim dispõe o art. 156, § 1º, da CF:

§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso
II, o imposto previsto no inciso I poderá:
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.

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Na hipótese do inciso I, temos a progressividade propriamente dita, aplicando

alíquotas mais elevadas à medida que aumenta também a base de cálculo.

No inciso II, temos a previsão para aplicação da seletividade. Perceba que não

estamos tratando de alíquotas mais elevadas para maiores bases de cálculo (pro-

gressividade). Nesse caso, a aplicação de alíquotas diferenciadas será em função

da localização e do uso do imóvel.

O STF firmou o entendimento de que tanto a progressividade como a seletivi-

dade do IPTU, hipóteses previstas no art. 156, § 1º, são válidas apenas a partir

da vigência da EC n. 29/2000. Nessa linha, qualquer previsão legal de aplicação

da progressividade anterior à EC n. 29 será declarada inconstitucional. Vejamos o

posicionamento da Corte:

Progressividade

É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da EC 29/2000, alíquo-
tas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função
social da propriedade urbana. (Súmula 668 do STF)

Imposto Predial e Territorial Urbano. (...) Surge legítima, sob o ângulo constitucio-
nal, lei a prever alíquotas diversas presentes imóveis residenciais e comerciais, uma
vez editada após a EC 29/2000. (RE 423.768, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em
01/12/2010, Plenário, DJE de 10/05/2011.)

Seletividade

O STF firmou entendimento no sentido de que não há inconstitucionalidade na diver-


sidade de alíquotas do IPTU no caso de imóvel edificado, não edificado, residencial
ou comercial. Essa orientação é anterior ao advento da EC 29/2000. Precedentes. (AI
582.467-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 22/06/2010, Segunda Turma, DJE
de 06/08/2010.) 

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É constitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel
ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro. (Súmula 539 do STF)

(...) a jurisprudência deste STF firmou-se no sentido de que a cobrança do Imposto Pre-
dial e Territorial Urbano em alíquotas diferenciadas em razão da destinação dos imóveis
não afronta a Constituição da República. (RE 457.482-AgR, voto da Min. Carmen Lúcia,
julgamento em 20/11/2007, Primeira Turma, DJE de 9-5-2008.)

2. Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis


(ITBI)

2.1. Fato Gerador

O ITBI apresenta vários aspectos muito semelhantes ao ITCMD, que estudamos

no início da aula. Diante da antiga previsão constitucional do imposto sobre trans-

missões, cuja competência era repartida entre Estados e Municípios, não foi à toa

que o CTN reuniu as disposições aplicáveis ao imposto que hoje se divide em ITCMD

e ITBI.

A competência para a instituição do ITBI está definida no art. 156, II, da

CF/1988. A base econômica cuja tributação irá incidir é a transmissão onero-

sa de bens imóveis. E esta é justamente a diferença entre o ITBI e O ITCMD.

Enquanto o ITBI incide sobre as transmissões onerosas, o ITCMD incide apenas

sobre as transmissões gratuitas. Outro ponto de diferenciação é o fato de que o

ITBI incide apenas sobre os bens imóveis, enquanto o ITCMD incide sobre quais-

quer bens.

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Seu fato gerador está previsto no art. 35 do CTN:

Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis


e de direitos a eles relativos tem como fato gerador:
I – a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis
por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;
II – a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos
reais de garantia;
III – a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II.

2.2. Base de Cálculo

O Código Tributário Nacional define em seu artigo 38 que a base de cálculo do

ITCMD é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos.

Assim, esta deve ser a base de cálculo aplicável também ao ITBI, eis que o fato

gerador e as respectivas bases do antigo ITCMD foram repartidos entre Estados

(ITCMD) e Municípios (ITBI).

Valor venal é aquele que o bem alcançaria se fosse posto à venda em condições

normais.

2.3. Contribuintes

O artigo 42 do Código Tributário Nacional estabelece que o contribuinte do im-

posto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.

Nessa linha, ao remeter à disposição da lei, o CTN delega às leis municipais o

papel de definir o contribuinte do imposto, podendo ser qualquer das partes.

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2.4. Momento da Ocorrência do Fato Gerador

Assim como no ITCMD, há que se observar o disposto no artigo 1.245, § 1º,

do Código Civil:

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título


translativo no Registro de Imóveis.
§ 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido
como dono do imóvel.

Muito ainda se discute acerca da constitucionalidade da cobrança do imposto

em momento anterior, considerando outros atos, como o compromisso de com-

pra e venda como fato gerador do ITBI. O STF, contudo, assim manifestou seu

entendimento:

(...) o STF assentou que os contratos de promessa não constituem fato gerador para
a incidência do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis. (RE 666.096-AgR,
voto da rel. min. Carmen Lúcia, julgamento em 30/10/2012, Segunda Turma, DJE
de 21/11/2012.)

2.5. Progressividade das Alíquotas

Conforme estudamos no IPTU, apenas é possível estabelecer alíquotas pro-

gressivas nos impostos reais quando houver expressa determinação constitu-

cional. No caso específico do ITBI, não há qualquer permissão no texto consti-

tucional.

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Por este motivo, o STF tem julgado inconstitucionais as leis municipais que es-

tabeleciam alíquotas progressivas para o imposto:

É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de trans-


missão inter vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal do imóvel. (Súmula
656 do STF)

Imposto de Transmissão de Imóveis, inter vivos – ITBI: alíquotas progressivas: a CF não


autoriza a progressividade das alíquotas, realizando-se o princípio da capacidade con-
tributiva proporcionalmente ao preço da venda. (RE 234.105, Rel. Min. Carlos Velloso,
julgamento em 15/04/2003, Plenário, DJ de 31/03/2000.)

3. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)

3.1. Base Econômica: a Prestação de Serviços

A Constituição Federal confere a competência para os municípios instituírem o

ISS no art. 156, III, remetendo à lei complementar a definição dos serviços que

estarão sujeitos à incidência do imposto, além de excluir aqueles sujeitos ao ICMS,

a saber: prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de

comunicação.

Vejamos como já foi cobrado pelo CESPE.

5. (CESPE/CONTADOR/MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO/2014) Com base

na legislação que disciplina o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS),

julgue o item subsequente. A prestação de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal está sujeita à incidência do ISS.

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Errado.

Apenas a prestação de serviço de transporte dentro dos limites do município está

sujeita à incidência do ISS, ou seja, o transporte intramunicipal.

Caso o transporte ultrapasse o limite do município, a competência passará a ser do

Estado, que tributará a operação por meio do ICMS.

A lei complementar prevista no artigo 155, III, da CF/1988 é taxativa, ou seja, ape-

nas os serviços ali elencados de forma expressa podem sofrer a incidência do ISS.

O STF já se manifestou a respeito:

O ISS é um imposto municipal. É dizer, ao Município competirá instituí-lo (CF, art. 156,
III). Todavia, está ele jungido à norma de caráter geral, vale dizer, à lei complementar
que definirá os serviços tributáveis, lei complementar do Congresso Nacional (CF, art.
156, III). Isto não quer dizer que a lei complementar possa definir como tributáveis
pelo ISS serviços que, ontologicamente, não são serviços. No conjunto de serviços
tributáveis pelo ISS, a lei complementar definirá aqueles sobre os quais poderá incidir
o mencionado imposto. (...) a lei complementar, definindo os serviços sobre os quais
incidirá o ISS, realiza a sua finalidade principal, que é afastar os conflitos de competên-
cia, em matéria tributária, entre as pessoas políticas (CF, art. 146, I). E isso ocorre em
obséquio ao pacto federativo, princípio fundamental do Estado e da República (CF, art.
1º) (...) não adoto a doutrina que defende que a lista de serviços é exemplificativa. (RE
361.829, voto do Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 13/12/2005, Segunda Turma,
DJ de 24/02/2006.)

3.2. Fato Gerador

O fato gerador do ISS está previsto na Lei Complementar n. 116/2003:

Art. 1º O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municí-


pios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes
da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do
prestador.

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§ 1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja


prestação se tenha iniciado no exterior do País.
§ 2º Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados
não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
– ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias.
§ 3º O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços pres-
tados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente
mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou
pedágio pelo usuário final do serviço.
§ 4º A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado.

Nos termos da legislação, pouco importa se o serviço prestado constitui a ativi-

dade principal do prestador ou se foi prestado em caráter eventual. Uma vez ocor-

rendo a prestação do serviço constante da lista anexa à lei complementar, restará

configurado o fato gerador do ISS.

Ademais, ocorre o fato gerador do ISS ainda que o serviço tenha sua prestação

iniciada no exterior.

Chamo a atenção para a locação de bens móveis, que não representa serviço

sujeito ao ISS. O STF decidiu reiteradas vezes sobre o tema, o que culminou na

edição da Súmula Vinculante n. 31:

Súmula Vinculante 31 do STF


É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS
sobre operações de locação de bens móveis.

A Súmula Vinculante 31 não exonera a prestação de serviços concomitante à locação de


bens móveis do pagamento do ISS. Se houver ao mesmo tempo locação de bem móvel
e prestação de serviços, o ISS incide sobre o segundo fato, sem atingir o primeiro. (ARE
656.709-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 14/02/2012, Segunda Turma,
DJE de 08/03/2012.)

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Por fim, é muito importante guardar o disposto no § 3º. Ainda que os serviços
sejam prestados por concessionárias, haverá a incidência do ISS. Esse dispositivo
pode render boas questões de prova...
Esse aspecto já foi cobrado pelo CESPE. Vejamos:

6. (CESPE/CONTADOR/POLÍCIA FEDERAL/2014) Acerca das contribuições sociais e


do imposto sobre serviços (ISS), julgue o item a seguir.
Se determinada empresa privada obtiver permissão ou concessão para a explo-
ração econômica de rodovia federal, ela será obrigada ao pagamento do ISS inci-
dente sobre os serviços de conservação de vias públicas e devido aos municípios
incluídos no curso da rodovia.

Certo.
O serviço público prestado por concessionárias está sujeito à incidência do ISS,
conforme dispõe o art. 1º, § 3º, da Lei Complementar n. 116/2003.

3.3. Base de Cálculo

A LC n. 116/2003 define de forma simples e direta que a base de cálculo do ISS


é o preço do serviço.
Nos termos da lei, quando os serviços de locação, sublocação, arrendamento,
direito de passagem ou permissão de uso, compartilhado ou não, de ferrovia, ro-
dovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer natureza forem prestados no
território de mais de um Município, a base de cálculo será proporcional, conforme o
caso, à extensão da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, ca-

bos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município.

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3.4. Contribuintes

A LC n. 116/2003 define que o contribuinte é o prestador do serviço.

Logo, não obstante em alguns serviços o custo do ISS ser repassado para o to-

mador, essa exigência do prestador do serviço não tem o condão de afastar a sua

condição de contribuinte.

3.5. Alíquotas

A Constituição Federal estabelece em seu art. 156, § 3º, que em relação ao ISS,

cabe à lei complementar:

• fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;

• excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.

• regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais

serão concedidos e revogados.

A fixação de alíquotas máximas foi estabelecida no art. 8º, II, da LC n. 116/2003,

a saber: 5%.

As alíquotas mínimas, porém, não foram definidas de imediato pela lei comple-

mentar, de modo que foi necessária a previsão no art. 88 do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias (ADCT):

Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do §
3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do caput
do mesmo artigo:
I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem os
itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro
de 1968;

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Uma importante modificação foi promovida pela Lei Complementar n. 157/2016,

que alterou a LC n. 116/2003, definindo a alíquota mínima para o ISS em 2%.

A alíquota mínima é fundamental para evitar a guerra fiscal entre os municípios,

que, na busca por atrair o maior número de empresas para o seu território, costu-

mavam conceder benefícios fiscais e alíquotas reduzidas para os estabelecimentos

que ali se instalassem.

Com a nova previsão legal para a alíquota mínima, a LC n. 116 passou a dispor,

inclusive, que a não observância da alíquota mínima constitui crime de improbidade

administrativa. Nos termos da nova legislação, o imposto não será objeto de con-

cessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive de

redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer

outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a

decorrente da aplicação da alíquota mínima estabelecida.

A lei, contudo, se apressa em excetuar dessa exigência os serviços atrelados à

construção civil e aos serviços de transporte.

Concluímos aqui a abordagem teórica da nossa aula e, por fim, teremos a nossa

bateria de questões, que serão apresentadas em forma de lista para você resol-

vê-las como um teste. Após a conclusão, verifique seu rendimento pelo gabarito e

pela correção e comentários apresentados.

Antes, porém, teremos um resumo esquematizado da aula, com os pontos

mais importantes para sua revisão.

Tudo pronto? Então, vamos lá!

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RESUMO

Principais pontos abordados na AULA 05.

ITCMD

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Definição de Alíquotas

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Incidência sobre Serviços

IPVA – Alíquotas

Meu(minha) amigo(a), chegamos ao final de mais uma aula.

Aguardo você em nosso próximo encontro.

Grande abraço,

Prof. George Firmino

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (CESPE/PROCURADOR/PGE-AM/2016) Em relação às espécies tributárias e às

características dessas espécies, julgue o item que se segue.

É inconstitucional a fixação de alíquota progressiva para o ITCMD.

2. (CESPE/PROCURADOR/FORTALEZA/2017) Julgue o item a seguir, em relação

aos impostos discriminados na CF.

O sujeito passivo do ICMS não pode, ainda que de boa-fé, aproveitar os créditos

decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea e emitida em virtude

de efetiva concretização do negócio jurídico de compra e venda.

3. (CESPE/PROCURADOR/PGE-AM/2016) Considerando os limites ao exercício do

poder de tributar, julgue o item seguinte.

Os convênios firmados pelos estados para dispor a respeito de isenções do ICMS

são qualificados como normas complementares, pois não inovam o ordenamento

jurídico.

4. (CESPE/PROCURADOR/PGE-AM/2016) Em relação às espécies tributárias e às

características dessas espécies, julgue o item que se segue.

Aplica-se o princípio da tributação na origem e no destino em caso de comerciali-

zação de mercadoria por contribuinte do ICMS localizado em estado diverso do es-

tado do consumidor final, o que enseja a repartição do crédito tributário mediante

o sistema de alíquotas interestaduais e internas.

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5. (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016) No que concerne ao ICMS e às disposições

constitucionais pertinentes à concessão de exonerações fiscais, julgue o item sub-

secutivo.

A concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais pelos estados depende de

prévia aprovação de convênio interestadual, o que abrange a concessão de diferi-

mento no pagamento de débitos de imposto sobre operações relativas à circulação

de mercadorias e prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal

e de comunicação, ainda que inexista redução do valor devido.

6. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2015) O ICMS é um tributo não-cumulativo, que

incide na cadeia de circulação de mercadorias. Diferentemente do IPI, o ICMS pode

ser seletivo, qualidade do tributo que é maior ou menor gravado diante de sua im-

portância e relevância para a economia nacional e bem-estar da população.

7. (CESPE/DELEGADO/PC-GO/2017) Instrução normativa expedida em dezembro

de 2015 pelo secretário de Fazenda do Estado de Goiás estabeleceu que, para ter

acesso ao sistema de informática de emissão de nota fiscal, relativa ao ICMS, o

contribuinte deve estar em dia com suas obrigações tributárias estaduais. Em ja-

neiro de 2016, a empresa Alfa Ltda., com pagamento de tributos em atraso, reque-

reu acesso ao sistema e teve o seu pedido indeferido. Nessa situação hipotética,

a) ainda que a emissão de notas fiscais seja obrigação acessória, o princípio da

legalidade estrita, vigente no direito tributário, impõe que tais deveres sejam pre-

vistos por lei ordinária, sendo inválida a restrição estabelecida por instrução nor-

mativa.

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b) o ICMS é tributo sujeito à anterioridade nonagesimal, de modo que, embora

válida a instrução normativa, o indeferimento é ato insubsistente, por ter aplicado

a instrução normativa antes do prazo constitucional.

c) a interdição de emissão de notas fiscais é meio indireto de cobrança do tributo,

já que inibe a continuidade da atividade profissional do contribuinte, o que torna a

instrução normativa em questão inválida.

d) o ICMS não é tributo sujeito à anterioridade nonagesimal, de modo que o inde-

ferimento é válido.

e) a emissão de notas fiscais é obrigação acessória, podendo ser regulada por ato

infralegal, sendo válida a restrição estabelecida.

8. (CESPE/AUDITOR/CGE-PI/2015) Aos estados e ao DF é atribuída competência

para instituir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e

sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de co-

municação (ICMS). Em relação a esse imposto, julgue o item subsequente.

O ICMS pode ser seletivo em função da essencialidade das mercadorias e dos ser-

viços ofertados em um estado ou no DF.

9. (CESPE/AUDITOR/CGE-PI/2015) Aos estados e ao DF é atribuída competência

para instituir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e

sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de co-

municação (ICMS). Em relação a esse imposto, julgue o item subsequente.

De acordo com lei complementar pertinente, os estados e o DF podem decidir sobre

a concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, e, no caso do ICMS, isso

deve ocorrer mediante convênio.

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10. (CESPE/AUDITOR/CGE-PI/2015) Aos estados e ao DF é atribuída competência

para instituir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e

sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de co-

municação (ICMS). Em relação a esse imposto, julgue o item subsequente.

Se houver pagamento indevido de ICMS, só será possível a restituição do tributo

pago ao sujeito passivo de direito se ele provar ter assumido o encargo financeiro

ou, no caso de ter havido repercussão econômica, ter expressa autorização do con-

tribuinte de fato.

11. (CESPE/ESPECIALISTA/ANATEL/2014) Acerca das limitações constitucionais ao

poder de tributar, das imunidades, das contribuições de intervenção no domínio

econômico e do ICMS, julgue o item subsequente.

O ICMS, conforme jurisprudência do STJ, não incide no serviço dos provedores de

acesso à Internet nem sobre o serviço de habilitação de telefone celular.

12. (CESPE/ESPECIALISTA/ANATEL/2014) Acerca das limitações constitucionais ao

poder de tributar, das imunidades, das contribuições de intervenção no domínio

econômico e do ICMS, julgue o item subsequente.

Nos termos da CF, o ICMS pode ser seletivo, característica que se traduz na inci-

dência de alíquotas variadas que aumentam na medida que a base de cálculo é

majorada.

13. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) Independentemente de

deliberação do CONFAZ, serão constitucionais as normas que concedam ou autori-

zem a concessão de benefícios fiscais de ICMS concernentes a créditos presumidos,

desde que estabelecidas mediante lei local do ente federado.

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14. (CESPE/PROCURADOR/PGE-BA/2014) Sendo o ICMS um tributo estadual, a

concessão de benefícios fiscais a ele relacionada deve ser feita por meio de atos

administrativos normativos, como decretos.

15. (CESPE/PROCURADOR/PGE-BA/2014) Por ser um tributo de importância nacio-

nal, o ICMS só pode ser concedido pelos entes da Federação mediante autorização

do Senado Federal, ao qual cabe, inclusive, prescrever suas alíquotas em determi-

nados casos.

16. (CESPE/ANALISTA/MPU/2013) Com referência à legislação dos diversos tribu-

tos, julgue o item subsequente.

A técnica de resolução legislativa dos conflitos de competência entre o ISS e o ICMS

e o IPI resultou na redação de lista taxativa dos serviços tributados pelos municí-

pios. Contudo, quando a prestação dos serviços é efetuada sem o emprego de mer-

cadorias, há incidência do ISS mesmo não contendo tais serviços da referida lista.

17. (CESPE/ANALISTA/ANTT/2013) A competência tributária do ICMS é somente

dos estados e do Distrito Federal.

18. (CESPE/ESPECIALISTA/ANP/2013) A instituição do ICMS é de competência dos

estados e do Distrito Federal, mesmo quando as operações se iniciarem no exterior,

incidindo, entre outros, sobre a entrada de petróleo no território do estado destina-

tário, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, sobre

entrada de energia elétrica, quando não destinada à comercialização ou à indus-

trialização, decorrente de operações interestaduais, cabendo o imposto ao estado

onde estiver localizado o adquirente.

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19. (CESPE/PROCURADOR/TC-DF/2013) Conforme o entendimento do STF, o ICMS

incide sobre a aquisição de software, ainda que a compra seja feita mediante trans-

ferência eletrônica de dados, sem que haja uma base física que caracterize o cor-

pus mechanicum da criação intelectual.

20. (CESPE/CONTADOR/TJ-RR/2012) A base de cálculo do ICMS é o valor da ope-

ração na saída, a qualquer título, de mercadoria de estabelecimento de contribuin-

te, ainda que seja para outro estabelecimento do mesmo titular.

21. (CESPE/CONTADOR/FUB/2015) Com relação ao Sistema Tributário Nacional

(STN), julgue o item subsecutivo.

Entre os impostos de competência estadual, incluem-se o ICMS e o IPVA.

22. (CESPE/ANALISTA/MPU/2015) Com referência a IRRF, contribuição previdenci-

ária (INSS), ICMS e ISS, julgue o seguinte item.

Na prestação de serviços com fornecimento de mercadoria, independentemente de

sua inclusão ou não em uma lista de serviços tributáveis pelo ISS, incidem conjun-

tamente o ISS e o ICMS.

23. (CESPE/ANALISTA/TC-DF/2014) julgue o item que se segue, relativos aos tri-

butos de ICMS e de ISS.

Não se considera fato gerador do ICMS a exclusiva movimentação física de merca-

dorias de determinada empresa, sendo necessária, para a incidência desse tributo,

a denominada circulação jurídica, ou seja, aquela proveniente de aquisições ou

vendas efetivadas mediante contratos mercantis que caracterizem transferência da

titularidade.

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24. (CESPE/PROCURADOR/TC-DF/2013) Constitui fato gerador do imposto sobre

propriedade de veículos automotores (IPVA) a propriedade de veículos automoto-

res, incluindo-se a de embarcações e aeronaves.

25. (CESPE/ESPECIALISTA/ANATEL/2014) No que concerne à sujeição tributária

ativa e passiva e a solidariedade e domicílio tributários, julgue o próximo item.

Suponha que uma lei municipal de natureza tributária permita que nos contratos de

aluguel seja transferida ao inquilino a obrigação de pagar o IPTU. Nessa situação,

a responsabilidade pelo referido pagamento será do inquilino, nos termos daquele

município.

26. (CESPE/CONTADOR/FUB/2015) Com relação ao Sistema Tributário Nacional

(STN), julgue o item subsecutivo.

O ISS e o ITBI são exemplos de impostos de competência municipal.

27. (CESPE/PROCURADOR/PGE-SE/2017) Os tributos cuja instituição compete aos

municípios incluem o

a) ITBI, o IPI e o IPVA.

b) ITR, o ITCMD e o IPI.

c) ITBI, o IPVA e o ITCMD.

d) IPTU, o ITR e o ISSQN.

e) IPTU, o ITBI e o ISSQN.

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28. (CESPE/PROCURADOR/BELO HORIZONTE/2017) No que se refere às normas

constitucionais aplicáveis aos tributos de competência municipal, assinale a opção

correta.

a) É possível a instituição de ISSQN sobre a prestação de serviços de transporte

intermunicipal, desde que observada a alíquota máxima relativa a operações inter-

municipais prevista em lei complementar.

b) No caso de subutilização do solo urbano, poderá o poder público municipal,

mediante lei específica para a área incluída no plano diretor, exigir a incidência de

IPTU progressivo no tempo.

c) Lei editada após a Emenda Constitucional n.º 29/2000 deverá ser declarada

inconstitucional caso institua cobrança de IPTU com alíquotas diferentes em razão

da localização do imóvel.

d) A cobrança do imposto municipal devido por transmissão de bens imóveis por

ato inter vivos, a título oneroso, compete ao município do domicílio tributário do

alienante.

29. (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016­) Julgue o item subsequente, relativos ao im-

posto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) e à certidão negativa.

O aspecto material da hipótese de incidência de ISSQN consiste na prestação de

serviços, conceito jurídico de direito privado que indica uma obrigação de fazer a

favor de terceiros mediante remuneração, de modo que abrange a atividade de

locação de bens móveis.

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30. (CESPE/AUDITOR/TCE-SC/2016) Considerando essa situação hipotética e os

artigos do CTN apresentados, julgue o item a seguir.

Caso a empresa exportasse para outros países serviços desenvolvidos no Brasil

e pagos por residentes no exterior, não haveria incidência do ISS, e não haveria,

também, impedimento à expedição da certidão negativa de débitos.

31. (CESPE/ANALISTA/STJ/2015) Acerca da legislação tributária básica aplicada à

administração pública, julgue o item que se segue.

No caso de empresa comercial regularmente registrada, o local da prestação de

serviços para efeito da aplicação do imposto sobre serviços de qualquer natureza

será a sede da empresa, independentemente do local onde o contribuinte desen-

volva sua atividade em caráter predominante.

32. (CESPE/CONTADOR/MPOG/2015) De acordo com a Lei Complementar n.º

116/2003, julgue o próximo item, referente ao imposto sobre serviços de qualquer

natureza (ISSQN).

Os valores pagos como gorjeta a um mecânico, quando incluídos no preço do ser-

viço prestado, estão sujeitos à incidência do ISSQN.

33. (CESPE/CONTADOR/MPOG/2015) De acordo com a Lei Complementar n.º

116/2003, julgue o próximo item, referente ao imposto sobre serviços de qualquer

natureza (ISSQN).

As exportações de serviços para o exterior são tributadas de acordo com o fato

gerador do serviço prestado.

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34. (CESPE/ANALISTA/TER-PE/ 2017) O ISS

a) é devido por serviços prestados que não constituam atividade preponderante do

prestador.

b) é de competência da União, com arrecadação destinada aos municípios.

c) exclui a cobrança sobre serviços cuja prestação se tenha iniciado no exterior.

d) pode ser cobrado em conjunto com o ICMS.

e) tem sua incidência condicionada à denominação dada ao serviço prestado.

35. (CESPE/ANALISTA/TJ-SE/2014) De acordo com a legislação vigente relaciona-

da com o processo tributário, julgue.

Suponha que determinado órgão público federal da administração direta precise

providenciar a demolição de prédio onde funcionava uma de suas unidades. Nessa

situação, esse órgão está isento do pagamento de ISS relativo ao serviço de demo-

lição, ainda que este seja realizado por empresa contratada.

36. (CESPE/CONTADOR/TEM/2014) Com base na legislação que disciplina o Im-

posto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), julgue o item subsequente.

A prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal está sujeita à

incidência do ISS.

37. (CESPE/CONTADOR/TEM/2014) Com base na legislação que disciplina o Im-

posto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), julgue o item subsequente.

A alíquota máxima do ISS é de 2%, de acordo com a Lei Complementar n.º 116/2003.

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38. (CESPE/CONTADOR/PF/2014) Acerca das contribuições sociais e do imposto

sobre serviços (ISS), julgue o item a seguir.

Se determinada empresa privada obtiver permissão ou concessão para a explo-

ração econômica de rodovia federal, ela será obrigada ao pagamento do ISS inci-

dente sobre os serviços de conservação de vias públicas e devido aos municípios

incluídos no curso da rodovia.

39. (CESPE/DEFENSOR/DPE-DF/2013) Considerando as limitações do poder de tri-

butar e os impostos dos estados e do DF, julgue o item que se segue.

De acordo com o STF, é constitucional a incidência do ISS sobre operações de lo-

cação de bens móveis.

40. (CESPE/ESPECIALISTA/TELEBRÁS/2013) Os serviços de telecomunicações e

de geração e fornecimento de energia elétrica não são tributados pelo ISSQN, pois

já são tributados pelos estados ou pela União.

41. (CESPE/ANALISTA/TRT 10ª/2013) Acerca do imposto sobre serviços (ISS), jul-

gue o item seguinte.

Na situação em que certa pessoa física preste serviços de informática a uma enti-

dade da administração pública federal, mediante remuneração, o contribuinte do

ISS será o prestador dos serviços

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42. (CESPE/ANALISTA/TRT 10ª/2013) Acerca do imposto sobre serviços (ISS), jul-

gue o item seguinte.

Considerando que certa pessoa jurídica preste serviços de montagem de máquinas

de grande porte e, esporadicamente, promova a manutenção dessas máquinas,

é correto afirmar que, nesse caso, a pessoa jurídica deverá efetuar o pagamento

do ISS sobre todos os serviços prestados, ainda que não constituam sua atividade

preponderante

43. (CESPE/AUDITOR/TCE-SC/2016) Por decreto do prefeito, de agosto de 2014,

o município de Manaus atualizou a base de cálculo do IPTU e sua planta de valores

imobiliários, para a cobrança do tributo em 2015. Na atualização, foi usada como

referência a taxa SELIC para títulos federais, índice oficial para cálculo dos encar-

gos pela mora dos tributos federais. Nessa situação hipotética,

a) o ato é válido, pois, tendo o decreto sido editado no ano de 2014 para surtir

efeitos em 2015, foi observado o princípio da anterioridade.

b) o ato é inválido, pois apenas lei municipal poderia indicar a SELIC como índice

de correção monetária no município.

c) o ato é inválido, por implicar acréscimo real, e não mera correção.

d) o ato é válido, pois sendo o IPTU um tributo extrafiscal, a ele não se aplica o

princípio da legalidade.

e) o ato é válido, pois a taxa SELIC é índice oficial, não constituindo a sua aplica-

ção, para correção da base de cálculo do IPTU, majoração de tributo.

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44. (CESPE/PROCURADOR/FORTALEZA/2017) Acerca de tributação e finanças pú-

blicas, julgue o item subsequente, conforme as disposições da CF e a jurisprudên-

cia do STF.

Os municípios e o DF têm competência para instituir contribuição para o custeio do

serviço de iluminação pública, tributo de caráter sui generis, diferente de imposto

e de taxa.

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GABARITO

1. E 23. C

2. E 24. E

3. E 25. E

4. C 26. C

5. E 27. E

6. C 28. b

7. E 29. E

8. C 30. E

9. C 31. E

10. C 32. C

11. C 33. E

12. E 34. a

13. E 35. E

14. E 36. E

15. E 37. E

16. E 38. C

17. C 39. E

18. C 40. C

19. C 41. C

20. E 42. C

21. C 43. C

22. E 44. C

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GABARITO COMENTADO

1. (CESPE/PROCURADOR/PGE-AM/2016) Em relação às espécies tributárias e às

características dessas espécies, julgue o item que se segue.

É inconstitucional a fixação de alíquota progressiva para o ITCMD.

Errado.

Não obstante a doutrina dominante apontar para a impossibilidade de aplica-

ção da progressividade aos impostos reais, salvo as exceções previstas ex-

pressamente na Constituição Federal, o STF tem entendido em decisões re-

centes que a aplicação da progressividade revela a observância do princípio

da capacidade contributiva e pode ser realizada em qualquer imposto, seja ele

real ou pessoal.

(...) todos os impostos podem e devem guardar relação com a capacidade contributiva
do sujeito passivo e não ser impossível aferir-se a capacidade contributiva do sujeito
passivo do ITCD. Ao contrário, tratando-se de imposto direto, a sua incidência poderá
expressar, em diversas circunstâncias, progressividade ou regressividade direta. To-
dos os impostos, repito, estão sujeitos ao princípio da capacidade contributiva, espe-
cialmente os diretos, independentemente de sua classificação como de caráter real ou
pessoal; isso é completamente irrelevante. Daí por que dou provimento ao recurso,
para declarar constitucional o disposto no art. 18 da Lei 8.821/1989 do Estado do Rio
Grande do Sul. (RE 562.045, rel. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, voto do min. Eros Grau,
julgamento em 06/02/2013, Plenário, DJE de 27/11/2013, com repercussão geral.) No
mesmo sentido: RE 542.485, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 19/02/2013, Pri-
meira Turma, DJE de 08/03/2013.

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2. (CESPE/PROCURADOR/FORTALEZA/2017) Julgue o item a seguir, em relação

aos impostos discriminados na CF.

O sujeito passivo do ICMS não pode, ainda que de boa-fé, aproveitar os créditos

decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea e emitida em virtude

de efetiva concretização do negócio jurídico de compra e venda.

Errado.

A questão foi fundamentada na Súmula n. 509 do STJ, contrariando o seu sentido:

Súmula 509 STJ


É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos do ICMS decorrentes de nota
fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da compra
e venda.

3. (CESPE/PROCURADOR/PGE-AM/2016) Considerando os limites ao exercício do

poder de tributar, julgue o item seguinte.

Os convênios firmados pelos estados para dispor a respeito de isenções do ICMS

são qualificados como normas complementares, pois não inovam o ordenamento

jurídico.

Errado.

Os convênios são atos celebrados entre as administrações tributárias, nos quais

conciliarão seus interesses. Os convênios em matéria tributária podem ser subdivi-

didos em convênios de cooperação e convênios subordinantes.

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Os convênios de cooperação estão previstos no art. 199 do CTN, segundo o qual

a Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos

e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico,

por lei ou convênio. São justamente esses convênios que compõem as normas

complementares.

A outra espécie de convênio subordina as administrações tributárias, eis que seu

fundamento de validade decorre diretamente da Constituição Federal, razão pela

qual constitui norma de natureza primária, com efeito normativo equiparado ao das

leis. Sendo assim, não constituem as normas complementares, integrando a legis-

lação tributária primária, em paridade com as leis. Trata-se das seguintes previsões

constitucionais para a regulamentação de certas matérias mediante convênio:

• art. 155, § 2º, XIII, g: concessão e revogação de isenções, incentivos e

benefícios fiscais do ICMS.

• art. 155, § 4º, IV: fixação da alíquota do ICMS aplicável à incidência mono-

fásica do imposto nas operações com lubrificantes.

• art. 155, § 5º: estabelecimento de regras para a apuração e a destinação do

ICMS na incidência monofásica nas operações com lubrificantes.

4. (CESPE/PROCURADOR/PGE-AM/2016) Em relação às espécies tributárias e às

características dessas espécies, julgue o item que se segue.

Aplica-se o princípio da tributação na origem e no destino em caso de comerciali-

zação de mercadoria por contribuinte do ICMS localizado em estado diverso do es-

tado do consumidor final, o que enseja a repartição do crédito tributário mediante

o sistema de alíquotas interestaduais e internas.

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Certo.

A partir da EC n. 87/2015, a Constituição Federal passou a conferir um tratamento

único para as operações interestaduais, independentemente se o destinatário é ou

não contribuinte do ICMS:

VII  – nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final,
contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota in-
terestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente
à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 87, de 2015)
a) (revogada);
b) (revogada);
VIII – a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença en-
tre a alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída: (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 87, de 2015)
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 87, de 2015)
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 87, de 2015)

A partir da nova disciplina, para os fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/2016,

pouco importa se o destinatário é contribuinte do ICMS. Nas operações interesta-

duais, haverá a tributação no Estado de origem pela alíquota interestadual e, no

Estado de destino, haverá a cobrança do diferencial de alíquota.

5. (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016) No que concerne ao ICMS e às disposições

constitucionais pertinentes à concessão de exonerações fiscais, julgue o item sub-

secutivo.

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A concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais pelos estados depende de

prévia aprovação de convênio interestadual, o que abrange a concessão de diferi-

mento no pagamento de débitos de imposto sobre operações relativas à circulação

de mercadorias e prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal

e de comunicação, ainda que inexista redução do valor devido.

Errado.

A Constituição Federal determina, em seu art. 155, § 2, XII, g, que cabe à lei com-

plementar regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito

Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

Observa-se que é mediante deliberação dos Estados e DF que haverá a concessão

de incentivos. Essas deliberações são formalizadas mediante convênio.

A Lei Complementar n. 24/1976 normatiza que os convênios serão celebrados em

reuniões para as quais tenham sido convocados representantes de todos os Esta-

dos e do Distrito Federal, sob a presidência de representantes do Governo Federal.

A concessão de benefícios dependerá sempre de decisão unânime dos Estados re-

presentados; a sua revogação total ou parcial dependerá de aprovação de quatro

quintos, pelo menos, dos representantes presentes.

A assertiva foi fundamentada na ADI n. 4.481, na qual foi definida que o mero di-

ferimento no pagamento de débitos, quando não há redução do valor devido, não

caracteriza benefício fiscal e, por conseguinte, poderia ser regulado sem necessi-

dade de convênio.

I – TRIBUTÁRIO. LEI ESTADUAL QUE INSTITUI BENEFÍCIOS FISCAIS RELATIVOS AO


ICMS. AUSÊNCIA DE CONVÊNIO INTERESTADUAL PRÉVIO. OFENSA AO ART. 155, § 2º,
XII, g, DA CF/88. II. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DOS EFEI-
TOS TEMPORAIS. 1. A instituição de benefícios fiscais relativos ao ICMS só pode ser

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realizada com base em convênio interestadual, na forma do art. 155, § 2º, XII, g, da
CF/88 e da Lei Complementar nº 24/75. 2. De acordo com a jurisprudência do STF,
o mero diferimento do pagamento de débitos relativos ao ICMS, sem a con-
cessão de qualquer redução do valor devido, não configura benefício fiscal, de
modo que pode ser estabelecido sem convênio prévio. 3. A modulação dos efeitos
temporais da decisão que declara a inconstitucionalidade decorre da ponderação entre
a disposição constitucional tida por violada e os princípios da boa-fé e da segurança
jurídica, uma vez que a norma vigorou por oito anos sem que fosse suspensa pelo STF.
A supremacia da Constituição é um pressuposto do sistema de controle de constitucio-
nalidade, sendo insuscetível de ponderação por impossibilidade lógica. 4. Procedência
parcial do pedido. Modulação para que a decisão produza efeitos a contatar da data da
sessão de julgamento. (ADI 4481, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno,
julgado em 11/03/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-092 DIVULG 18/05/2015 PUBLIC
19/05/2015)

6. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2015) O ICMS é um tributo não-cumulativo, que

incide na cadeia de circulação de mercadorias. Diferentemente do IPI, o ICMS pode

ser seletivo, qualidade do tributo que é maior ou menor gravado diante de sua im-

portância e relevância para a economia nacional e bem-estar da população.

Certo.

Ao estudarmos o IPI, vimos que a Constituição determina a aplicação de dois prin-

cípios específicos: seletividade e não cumulatividade. Esses princípios também são

aplicáveis ao ICMS, só que, nesse caso, a disciplina constitucional apresenta uma

pequena diferença.

Enquanto o IPI deve obediência aos dois princípios, sem qualquer possibilidade de

escolha para o legislador, no ICMS apenas a não cumulatividade é obrigatória. O

princípio da seletividade tem sua aplicação facultativa.

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7. (CESPE/DELEGADO/PC-GO/2017) Instrução normativa expedida em dezembro

de 2015 pelo secretário de Fazenda do Estado de Goiás estabeleceu que, para ter

acesso ao sistema de informática de emissão de nota fiscal, relativa ao ICMS, o

contribuinte deve estar em dia com suas obrigações tributárias estaduais. Em ja-

neiro de 2016, a empresa Alfa Ltda., com pagamento de tributos em atraso, reque-

reu acesso ao sistema e teve o seu pedido indeferido. Nessa situação hipotética,

a) ainda que a emissão de notas fiscais seja obrigação acessória, o princípio da

legalidade estrita, vigente no direito tributário, impõe que tais deveres sejam pre-

vistos por lei ordinária, sendo inválida a restrição estabelecida por instrução nor-

mativa.

b) o ICMS é tributo sujeito à anterioridade nonagesimal, de modo que, embora

válida a instrução normativa, o indeferimento é ato insubsistente, por ter aplicado

a instrução normativa antes do prazo constitucional.

c) a interdição de emissão de notas fiscais é meio indireto de cobrança do tributo,

já que inibe a continuidade da atividade profissional do contribuinte, o que torna a

instrução normativa em questão inválida.

d) o ICMS não é tributo sujeito à anterioridade nonagesimal, de modo que o inde-

ferimento é válido.

e) a emissão de notas fiscais é obrigação acessória, podendo ser regulada por ato

infralegal, sendo válida a restrição estabelecida.

Letra e.

A situação apresentada pela questão, embora relativa ao ICMS, não trata da co-

brança do tributo, mas de obrigação acessória. Por conseguinte, não estamos dian-

te de atendimento à anterioridade ou anterioridade nonagesimal na cobrança do

imposto.

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As obrigações tributárias acessórias, além da sua independência como espécie au-

tônoma de obrigação, são independentes em relação à própria existência da obri-

gação principal.

Por esta razão, há muitas críticas quanto à terminologia “acessória” adotada pelo

legislador do CTN. Muitos doutrinadores preferem usar expressões como “deveres”

administrativos, instrumentais ou formais.

Contudo, não obstante a imprecisão terminológica do Código Tributário Nacional

apontada pela doutrina, para fins de concurso público, suas disposições ainda têm

sido amplamente exigidas em questões de prova.

O CTN preceitua que:

§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as presta-


ções, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscali-
zação dos tributos.

Outro ponto bastante controverso no mesmo dispositivo do CTN é a definição de

que as obrigações acessórias decorrem da legislação tributária. A legislação tribu-

tária compreende as leis, os tratados e convenções internacionais, os decretos e

a normas complementares, que versem no todo ou em parte sobre tributos e as

relações a eles pertinentes.

E é aí que reside a controvérsia. O CTN é expresso em definir que a obrigação aces-

sória decorre da “legislação tributária”, o que leva à interpretação de que a institui-

ção de obrigação acessória é possível não apenas mediante lei em sentido estrito,

mas em qualquer ato normativo que constitua a legislação tributária, tal como as

normas complementares, por exemplo.

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Uma parcela da doutrina critica essa previsão do CTN, uma vez que, nos termos da

Constituição Federal, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão

em virtude de lei. Defendem esses doutrinadores que os atos infralegais apenas

poderiam regular a obrigação já prevista em lei. Sem tal previsão, haveria ilegali-

dade na instituição da obrigação acessória diretamente pelo ato infralegal.

Não obstante as críticas doutrinárias, o STJ vinha se posicionado reiteradamente

pela confirmação do disposto no CTN, permitindo a instituição de obrigações aces-

sórias por meio de decreto, por exemplo:

4. A análise conjunta dos arts. 96 e 100, I, do Codex Tributário, permite depreender-se


que a expressão “legislação tributária” encarta as normas complementares no sentido
de que outras normas jurídicas também podem versar sobre tributos e relações jurídi-
cas a esses pertinentes. Assim, consoante mencionado art. 100, I, do CTN, integram
a classe das normas complementares os atos normativos expedidos pelas autoridades
administrativas – espécies jurídicas de caráter secundário – cujo objetivo precípuo
é a explicitação e complementação da norma legal de caráter primário, estando sua
validade e eficácia estritamente vinculadas aos limites por ela impostos. 5. É cediço
que, nos termos do art. 113, § 2º, do CTN, em torno das relações jurídico-tributárias
relacionadas ao tributo em si, exsurgem outras, de conteúdo extrapatrimonial, con-
substanciadas em um dever de fazer, não-fazer ou tolerar. São os denominados deve-
res instrumentais ou obrigações acessórias, inerentes à regulamentação das questões
operacionais relativas à tributação, razão pela qual sua regulação foi legada à “legis-
lação tributária” em sentido lato, podendo ser disciplinados por meio de decretos e de
normas complementares, sempre vinculados à lei da qual dependem. 6. In casu, a nor-
ma da Portaria 90/92, em seu mencionado art. 23, ao determinar a consolidação dos
resultados mensais para obtenção dos benefícios da Lei 8.383/91, no seu art. 39, § 2º,
é regra especial em relação ao art. 94 do mesmo diploma legal, não atentando contra
a legalidade mas, antes, coadunando-se com os artigos 96 e 100, do CTN. 7. Deveras,
o E. STJ, quer em relação ao SAT, IOF, CSSL etc. tem prestigiado as portarias e sua
legalidade como integrantes do gênero legislação tributária, já que são atos normativos
que se limitam a explicitar o conteúdo da lei ordinária. (STJ, 1ª T., REsp 724.779/RJ,
Rel. Min. Luiz Fux, set/2006).

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Acontece que o próprio STJ já vem apresentando decisões em sentido contrário, o

que pode indicar uma possível mudança de entendimento:

3. A Instrução Normativa da Receita Federal 43/00, que instituiu o pedido de desis-


tência da ação judicial ou do contencioso administrativo como elemento essencial para
a manutenção do contribuinte no programa de parcelamento, carece de competência
legislativa para estabelecer obrigações acessórias... (STJ, 1ª T., REsp 1038724/RJ, Luiz
Fux, fev/2009)

Neste mesmo Acórdão, no voto do condutor, podemos perceber o entendimento

defendido:

(...) art. 113 do CTN não representa uma outorga ampla às normas infralegais, com
permissão para que sejam produzidas obrigações acessórias e até punitivas, ao arrepio
da Lei.

Essa posição tem sido adotada por doutrinadores que criticam a previsão do § 2º,

art. 113, do CTN. Celso Ribeiro de Bastos2 defende que a obrigação acessória cons-

titui uma obrigação positiva ou negativa (de fazer ou não fazer), que só pode ser

imposta mediante previsão legal. Sendo de natureza tributária, só se torna legítima

a obrigação que resultar de lei. O Poder Público não poderá instituí-la por meio de

decreto, se a seu respeito nada dispõe a lei específica. Na lição do autor, será in-

constitucional a criação de obrigação acessória por meio de resolução ou qualquer

ato normativo.

2
(BASTOS, Celso Ribeiro. In: Comentários ao Código Tributário Nacional, vol. 2, coord. Ives Gandra da Silva
Martins, ed. Saraiva, 1998, p. 147

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Devemos, então, separar esses posicionamentos e destacar o que, com maior pro-

babilidade, será objeto de prova. Para fins de questões de concurso, vale espe-

cificamente o que consta no CTN, ou seja, que a obrigação acessória decorre da

legislação tributária. Esse tem sido o entendimento defendido pelo STJ na maioria

das suas decisões.

A ESAF, no concurso de AFRFB em 2012, considerou errada a seguinte assertiva:

“A criação de obrigação acessória sem a específica e  expressa autorização legal

importa em usurpação da competência legislativa do Poder Legislativo.”

Em concursos jurídicos ou naqueles que exigem do candidato posicionamentos

mais recentes do STF e STJ, o candidato deve estar a par das críticas doutrinárias

acerca do tema, que, muitas vezes, fundamentam a mudança de entendimento dos

tribunais.

8. (CESPE/AUDITOR/CGE-PI/2015) Aos estados e ao DF é atribuída competência

para instituir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e

sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de co-

municação (ICMS). Em relação a esse imposto, julgue o item subsequente.

O ICMS pode ser seletivo em função da essencialidade das mercadorias e dos ser-

viços ofertados em um estado ou no DF.

Certo.

De acordo com o art. 155, § 2º, III, da CF/1988, o ICMS poderá ser seletivo em

função da essencialidade das mercadorias e dos serviços.

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Seletividade significa aplicar alíquotas diferentes para diferentes produtos, a de-

pender da essencialidade de cada um. Para itens de primeira necessidade, alíquo-

tas menores. Para os mais supérfluos, alíquotas mais expressivas.

9. (CESPE/AUDITOR/CGE-PI/2015) Aos estados e ao DF é atribuída competência

para instituir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e

sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de co-

municação (ICMS). Em relação a esse imposto, julgue o item subsequente.

De acordo com lei complementar pertinente, os estados e o DF podem decidir sobre

a concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, e, no caso do ICMS, isso

deve ocorrer mediante convênio.

Certo.

A Constituição Federal determina, em seu art. 155, § 2, XII, g, que cabe à lei com-

plementar regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito

Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

Observa-se que é mediante deliberação dos Estados e DF que haverá a concessão

de incentivos. Essas deliberações são formalizadas mediante convênio.

10. (CESPE/AUDITOR/CGE-PI/2015) Aos estados e ao DF é atribuída competência

para instituir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e

sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de co-

municação (ICMS). Em relação a esse imposto, julgue o item subsequente.

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Se houver pagamento indevido de ICMS, só será possível a restituição do tributo

pago ao sujeito passivo de direito se ele provar ter assumido o encargo financeiro

ou, no caso de ter havido repercussão econômica, ter expressa autorização do con-

tribuinte de fato.

Certo.

Conforme já estudamos, os tributos indiretos são aqueles em que ocorre a trans-

ferência do encargo financeiro dos tributos, embutido no preço, do contribuinte de

direito para o contribuinte de fato.

Nos termos do art. 166 do CTN, a restituição de tributos que comportem, por sua

natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem

provar haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a tercei-

ro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.

11. (CESPE/ESPECIALISTA/ANATEL/2014) Acerca das limitações constitucionais ao

poder de tributar, das imunidades, das contribuições de intervenção no domínio

econômico e do ICMS, julgue o item subsequente.

O ICMS, conforme jurisprudência do STJ, não incide no serviço dos provedores de

acesso à Internet nem sobre o serviço de habilitação de telefone celular.

Certo.

A prestação que está sujeita ao ICMS é o serviço de comunicação. Isso não se con-

funde com outros serviços acessórios para que essa comunicação seja efetuada.

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Sendo assim, os serviços de habilitação de telefone celular e aqueles prestados

pelos provedores de acesso à internet não podem ser considerados serviços de co-

municação para fins de incidência do ICMS.

Esse é o entendimento firmado pelo STJ em duas importantes Súmulas:

Súmula 334 do STJ


O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à internet.

Súmula 660 do STF


O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular.

12. (CESPE/ESPECIALISTA/ANATEL/2014) Acerca das limitações constitucionais ao

poder de tributar, das imunidades, das contribuições de intervenção no domínio

econômico e do ICMS, julgue o item subsequente.

Nos termos da CF, o ICMS pode ser seletivo, característica que se traduz na inci-

dência de alíquotas variadas que aumentam na medida que a base de cálculo é

majorada.

Errado.

Questão semelhante à 8, cujos comentários reproduzimos:

De acordo com o art. 155, § 2º, III, da CF/1988, o ICMS poderá ser seletivo em

função da essencialidade das mercadorias e dos serviços.

Seletividade significa aplicar alíquotas distintas para diferentes produtos, a depen-

der da essencialidade de cada um. Para itens de primeira necessidade, alíquotas

menores. Para os mais supérfluos, alíquotas mais expressivas.

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13. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) Independentemente de

deliberação do CONFAZ, serão constitucionais as normas que concedam ou autori-

zem a concessão de benefícios fiscais de ICMS concernentes a créditos presumidos,

desde que estabelecidas mediante lei local do ente federado.

Errado.

Somente mediante deliberação dos Estados e DF que haverá a concessão de incen-

tivos. Essas deliberações são formalizadas por meio de convênio, assim determina

a CF, art. 155, § 2º, XII, g.

14. (CESPE/PROCURADOR/PGE-BA/2014) Sendo o ICMS um tributo estadual, a

concessão de benefícios fiscais a ele relacionada deve ser feita por meio de atos

administrativos normativos, como decretos.

Errado.

Valem os mesmos comentários da questão anterior:

Somente mediante deliberação dos Estados e DF que haverá a concessão de incen-

tivos. Essas deliberações são formalizadas por meio de convênio, assim determina

a CF, art. 155, § 2º, XII, g.

15. (CESPE/PROCURADOR/PGE-BA/2014) Por ser um tributo de importância nacio-

nal, o ICMS só pode ser concedido pelos entes da Federação mediante autorização

do Senado Federal, ao qual cabe, inclusive, prescrever suas alíquotas em determi-

nados casos.

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Errado.

A competência para instituição do ICMS decorre diretamente da Constituição Fede-

ral e não por ato do Senado Federal.

No que diz respeito às alíquotas, não cabe ao Senado defini-las para cada ente da

federação, mas sim estabelecer o máximo e o mínimo. De acordo com a determina-

ção constitucional, as alíquotas mínimas e máximas nas operações internas

e as alíquotas interestaduais são fixadas pelo Senado Federal.

16. (CESPE/ANALISTA/MPU/2013) Com referência à legislação dos diversos tribu-

tos, julgue o item subsequente.

A técnica de resolução legislativa dos conflitos de competência entre o ISS e o ICMS

e o IPI resultou na redação de lista taxativa dos serviços tributados pelos municí-

pios. Contudo, quando a prestação dos serviços é efetuada sem o emprego de mer-

cadorias, há incidência do ISS mesmo não contendo tais serviços da referida lista.

Errado.

A LC n. 87/1996 estabelece que incide o ICMS sobre:

• fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos

na competência tributária dos Municípios; (art. 2º, IV)

• o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao im-

posto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei comple-

mentar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.

(Art. 2º, V)

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Ao conferir aos Municípios e DF a competência para sua instituição, a Constituição,

em seu art. 155, III, remete à lei complementar a definição dos serviços que esta-

rão sujeitos à incidência do ISS, além de excluir aqueles sujeitos ao ICMS, a saber:

prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.

A lei complementar prevista no art. 155, III, da CF/1988 é taxativa, ou seja, ape-

nas os serviços ali elencados de forma expressa podem sofrer a incidência do ISS.

Quando há prestação de serviços previstos na LC n. 116/2003, o ICMS incidirá

apenas sobre o valor das mercadorias empregadas. Por outro lado, quando o ser-

viço não estiver previsto na LC n. 116/2003, o ICMS incidirá sobre o valor total da

operação (mercadorias + serviços).

17. (CESPE/ANALISTA/ANTT/2013) A competência tributária do ICMS é somente

dos estados e do Distrito Federal.

Certo.

A Constituição Federal confere aos Estados e DF a competência para instituição do

ICMS em seu art. 155, II.

18. (CESPE/ESPECIALISTA/ANP/2013) A instituição do ICMS é de competência dos

estados e do Distrito Federal, mesmo quando as operações se iniciarem no exterior,

incidindo, entre outros, sobre a entrada de petróleo no território do estado destina-

tário, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, sobre

entrada de energia elétrica, quando não destinada à comercialização ou à indus-

trialização, decorrente de operações interestaduais, cabendo o imposto ao estado

onde estiver localizado o adquirente.

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Certo.

A Lei Kandir, Lei Complementar n. 87/1996, estabelece que se considera ocorrido

o fato gerador do imposto no momento da entrada no território do Estado de lubri-

ficantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica

oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industria-

lização.

19. (CESPE/PROCURADOR/TC-DF/2013) Conforme o entendimento do STF, o ICMS

incide sobre a aquisição de software, ainda que a compra seja feita mediante trans-

ferência eletrônica de dados, sem que haja uma base física que caracterize o cor-

pus mechanicum da criação intelectual.

Certo.

As mercadorias são bens móveis. Logo, devemos entender mercadoria como bem

tangível, ou seja, aquilo que podemos ver, tocar.

Ocorre que a Constituição Federal prevê a incidência do ICMS sobre energia elétri-

ca. Nessa linha, diante da expressa previsão constitucional, temos de acatar a equi-

paração da energia elétrica à mercadoria para fins de incidência do imposto. Essa

é a única exceção constitucionalmente prevista, sendo aplicável o conceito real de

mercadoria para fins de incidência nos demais casos.

Entretanto, há mais um caso relevante julgado pelo STF: os softwares são conside-

rados mercadorias ou não?

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Durante muito tempo, a Corte Suprema defendeu o entendimento de que os sof-

twares produzidos por encomenda não poderiam ser considerados mercadoria e

sim prestação de serviços (desenvolvimento de programa de computador). No en-

tendimento do STF, apenas os chamados “softwares de prateleira”, ou seja, aqueles

que são produzidos em série e comercializados no varejo (o Windows, o Office e o

Photoshop, por exemplo) seriam considerados mercadorias.

Na decisão, o mérito foi analisado quanto à questão do tipo de produto que estava

sendo oferecido ao consumidor final. O software em si não é mercadoria, mas sim

o meio físico no qual ele é veiculado (no caso os CDs ou DVDs). Por isso, a decisão

do STF se firmou no sentido que acabamos de ver.

Acontece que, atualmente, com a evolução tecnológica, até mesmo os softwares

produzidos em escala (software de prateleira) estão deixando de ser comerciali-

zado em meios físicos. É muito comum o usuário adquirir o produto por meio de

download. Nessa situação, o que teríamos, uma mercadoria ou um serviço?

O STF entende que, não obstante o produto ser veiculado por outro meio que não

a apresentação física em uma mídia palpável, o software “de prateleira” não perde

a condição de mercadoria, para fins de incidência do ICMS:

Ação direta de inconstitucionalidade. Direito tributário. (...) Lei estadual 7.098, de 30-
12-1998, do Estado de Mato Grosso. (...) ICMS. Incidência sobre softwares adquiridos
por meio de transferência eletrônica de dados (art. 2º, § 1º, item 6, e art. 6º, § 6º,
ambos da lei impugnada). Possibilidade. Inexistência de bem corpóreo ou mercadoria
em sentido estrito. Irrelevância. O Tribunal não pode se furtar a abarcar situações
novas, consequências concretas do mundo real, com base em premissas jurídicas
que não são mais totalmente corretas. O apego a tais diretrizes jurídicas acaba por
enfraquecer o texto constitucional, pois não permite que a abertura dos dispositivos
da Constituição possa se adaptar aos novos tempos, antes imprevisíveis. (ADI 1.945-
MC, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 26/05/2010, Plenário, DJE de
14/03/2011.)

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20. (CESPE/CONTADOR/TJ-RR/2012) A base de cálculo do ICMS é o valor da ope-

ração na saída, a qualquer título, de mercadoria de estabelecimento de contribuin-

te, ainda que seja para outro estabelecimento do mesmo titular.

Errado.

Muito embora a legislação aponte para autonomia dos estabelecimentos e para a

ocorrência do fato gerador na saída de mercadorias de qualquer dos estabeleci-

mentos, segundo a jurisprudência do STF, não incide o ICMS no deslocamento de

mercadoria entre estabelecimentos do mesmo titular.

O STF fixou entendimento no sentido de que o simples deslocamento da mercado-


ria de um estabelecimento para outro da mesma empresa, sem a transferência de
propriedade, não caracteriza a hipótese de incidência do ICMS. Precedentes. (RE
596.983-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 12/05/2009, Segunda Turma, DJE
de 29/05/2009.)

21. (CESPE/CONTADOR/FUB/2015) Com relação ao Sistema Tributário Nacional

(STN), julgue o item subsecutivo.

Entre os impostos de competência estadual, incluem-se o ICMS e o IPVA.

Certo.

Os Estados detêm a competência para instituição dos seguintes impostos: IPVA,

ICMS e ITCMD, todos previstos no art. 155 da Constituição Federal.

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22. (CESPE/ANALISTA/MPU/2015) Com referência a IRRF, contribuição previdenci-

ária (INSS), ICMS e ISS, julgue o seguinte item.

Na prestação de serviços com fornecimento de mercadoria, independentemente de

sua inclusão ou não em uma lista de serviços tributáveis pelo ISS, incidem conjun-

tamente o ISS e o ICMS.

Errado.

Questão semelhante à questão 16:

A LC n. 87/1996 estabelece que o ICMS incide sobre:

• o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendi-

dos na competência tributária dos Municípios; (art. 2º, IV)

• o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto

sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar apli-

cável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual. (Art. 2º, V)

Ao conferir aos Municípios e DF a competência para sua instituição, a Constituição,

em seu art. 155, III, remete à lei complementar a definição dos serviços que esta-

rão sujeitos à incidência do ISS, além de excluir aqueles sujeitos ao ICMS, a saber:

prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.

A lei complementar prevista no art. 155, III, da CF/1988 é taxativa, ou seja, ape-

nas os serviços ali elencados de forma expressa podem sofrer a incidência do ISS.

Quando há prestação de serviços previstos na LC n. 116/2003, o ICMS incidirá

apenas sobre o valor das mercadorias empregadas. Por outro lado, quando o ser-

viço não estiver previsto na LC n. 116/2003, o ICMS incidirá sobre o valor total da

operação (mercadorias + serviços).

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23. (CESPE/ANALISTA/TC-DF/2014) Julgue o item que se segue, relativos aos tri-

butos de ICMS e de ISS.

Não se considera fato gerador do ICMS a exclusiva movimentação física de merca-

dorias de determinada empresa, sendo necessária, para a incidência desse tributo,

a denominada circulação jurídica, ou seja, aquela proveniente de aquisições ou

vendas efetivadas mediante contratos mercantis que caracterizem transferência da

titularidade.

Certo.

A assertiva reproduz a decisão do STF proferida na ADI n. 4.565:

O perfil constitucional do ICMS exige a ocorrência de operação de circulação de mer-


cadorias (ou serviços) para que ocorra a incidência e, portanto, o tributo não pode ser
cobrado sobre operações apenas porque elas têm por objeto “bens”, ou nas quais fique
descaracterizada atividade mercantil-comercial. (ADI 4.565-MC, Rel. Min. Joaquim Bar-
bosa, julgamento em 07/04/2011, Plenário, DJE de 27/06/2011.)

24. (CESPE/PROCURADOR/TC-DF/2013) Constitui fato gerador do imposto sobre

propriedade de veículos automotores (IPVA) a propriedade de veículos automoto-

res, incluindo-se a de embarcações e aeronaves.

Errado.

A competência para instituir o IPVA é conferida aos Estados e DF no art. 155, III.

De início, devemos perceber que a Constituição Federal não faz qualquer distinção

quanto aos tipos de veículos, definindo tão somente que a base econômica é a pro-

priedade de veículos automotores.

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A grande questão é: onde os Estados irão buscar o conceito de veículo automotor

para fins de incidência do IPVA. Muito ainda se discute se esse conceito é amplo,

compreendendo, além dos automóveis, as embarcações e aeronaves.

O Código de Trânsito Brasileiro, Lei n. 9.503/1997, traz em seu Anexo I (Dos Con-

ceitos e Definições) o conceito de veículo automotor:

VEÍCULO AUTOMOTOR – todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios
meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para
a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O termo
compreende os veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos
(ônibus elétrico).

É certo, contudo, que o Código de Trânsito não aplicaria o conceito para as aerona-

ves nem para as embarcações, eis que o tráfego aéreo é regulado pela ANAC e o

fluxo de embarcações é regulado pela Capitania dos Portos. Entretanto, as defini-

ções do CTB parecem ter sido aquelas adotadas pelo STF. Senão, vejamos:

Não incide Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) sobre embarcações


(...). Precedentes. (RE 379.572, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 11/04/2007,
Plenário, DJ de 01/2/2008.)

25. (CESPE/ESPECIALISTA/ANATEL/2014) No que concerne à sujeição tributária

ativa e passiva e a solidariedade e domicílio tributários, julgue o próximo item.

Suponha que uma lei municipal de natureza tributária permita que nos contratos de

aluguel seja transferida ao inquilino a obrigação de pagar o IPTU. Nessa situação,

a responsabilidade pelo referido pagamento será do inquilino, nos termos daquele

município.

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Errado.

Os contribuintes do IPTU são aqueles definidos no art. 34 do CTN:

Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio


útil, ou o seu possuidor a qualquer título.

Podemos perceber que o CTN prevê a condição de contribuinte não apenas para o

proprietário, mas também para o titular do domínio útil e para o possuidor a

qualquer título.

Contudo, há severas críticas a essa previsão do Código Tributário. Guardemos a

literalidade do CTN, eis que é muito relevante para fins de prova de concurso. Mas

atentemos para importantes decisões dos tribunais superiores, afastando a condi-

ção de contribuinte de pessoas que não sejam proprietárias do imóvel, ainda que

se enquadrem como titulares do domínio útil ou possuidores a qualquer título.

O caso mais comum é o do locatário, que, não obstante firmar contrato de aluguel

onde conste cláusula de responsabilidade pelo pagamento do IPTU, não pode ser

considerado contribuinte do imposto:

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO. CONTRIBUINTE. LOCATÁ-


RIO. Há um só contribuinte do imposto predial e territorial urbano, que pode ser o
proprietário do imóvel, o titular do domínio útil ou o possuidor, nesta ordem; embora
possuidor, o locatário é estranho à relação jurídico-tributária, se o Município identificou
o proprietário como contribuinte do imposto, e não tem, por isso, legitimidade para liti-
gar a respeito. Recurso especial não conhecido. (STJ – REsp 172.522/SP, Rel. Min. ARI
PARGENDLER, Data de Julgamento: 08/09/1998, T2 – SEGUNDA TURMA)

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26. (CESPE/CONTADOR/FUB/2015) Com relação ao Sistema Tributário Nacional

(STN), julgue o item subsecutivo.

O ISS e o ITBI são exemplos de impostos de competência municipal.

Certo.

Os Municípios são competentes para instituir os seguintes impostos: ISS, IPTU e

ITBI, todos previstos no art. 156 da Constituição Federal.

27. (CESPE/PROCURADOR/PGE-SE/2017) Os tributos cuja instituição compete aos

municípios incluem o

a) ITBI, o IPI e o IPVA.

b) ITR, o ITCMD e o IPI.

c) ITBI, o IPVA e o ITCMD.

d) IPTU, o ITR e o ISSQN.

e) IPTU, o ITBI e o ISSQN.

Letra e.

A Constituição Federal confere a competência para a instituição dos impostos mu-

nicipais no art. 156:

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I – propriedade predial e territorial urbana;
II – transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos a sua aquisição;
III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em
lei complementar.

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28. (CESPE/PROCURADOR/BELO HORIZONTE/2017) No que se refere às normas

constitucionais aplicáveis aos tributos de competência municipal, assinale a opção

correta.

a) É possível a instituição de ISSQN sobre a prestação de serviços de transporte

intermunicipal, desde que observada a alíquota máxima relativa a operações inter-

municipais prevista em lei complementar.

b) No caso de subutilização do solo urbano, poderá o poder público municipal,

mediante lei específica para a área incluída no plano diretor, exigir a incidência de

IPTU progressivo no tempo.

c) Lei editada após a Emenda Constitucional n.º 29/2000 deverá ser declarada

inconstitucional caso institua cobrança de IPTU com alíquotas diferentes em razão

da localização do imóvel.

d) A cobrança do imposto municipal devido por transmissão de bens imóveis por

ato inter vivos, a título oneroso, compete ao município do domicílio tributário do

alienante.

Letra b.

Desde sua redação original, a Constituição Federal prevê a possibilidade de pro-

gressividade do IPTU no tempo:

§ 4º – É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída
no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento,
sob pena, sucessivamente, de:
(...)
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo.

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a) Errada. A Constituição Federal confere a competência para os municípios insti-

tuírem o ISS no art. 156, III, remetendo à lei complementar a definição dos servi-

ços que estarão sujeitos à incidência do imposto, além de excluir aqueles sujeitos

ao ICMS, a saber: prestação de serviços de transporte interestadual e intermuni-

cipal e de comunicação.

c) Errada. O STF firmou o entendimento de que tanto a progressividade como a

seletividade do IPTU, hipóteses previstas no art. 156, § 1º, são válidas apenas a

partir da vigência da EC n. 29/2000. Nessa linha, qualquer previsão legal de aplica-

ção da progressividade anterior à EC n. 29 será declarada inconstitucional.

d) Errada. Em relação à imposto incidente sobre operação com bens imóveis, o

tributo compete ao Município de localização do bem.

29. (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016) Julgue o item subsequente, relativos ao im-

posto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) e à certidão negativa.

O aspecto material da hipótese de incidência de ISSQN consiste na prestação de

serviços, conceito jurídico de direito privado que indica uma obrigação de fazer a

favor de terceiros mediante remuneração, de modo que abrange a atividade de

locação de bens móveis.

Errado.

A locação de bens móveis, que não representa serviço sujeito ao ISS. O STF decidiu

reiteradas vezes sobre o tema, o que culminou na edição da Súmula Vinculante n. 31:

Súmula Vinculante 31 do STF


É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS
sobre operações de locação de bens móveis.

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A Súmula Vinculante 31 não exonera a prestação de serviços concomitante à locação de


bens móveis do pagamento do ISS. Se houver ao mesmo tempo locação de bem móvel
e prestação de serviços, o ISS incide sobre o segundo fato, sem atingir o primeiro. (ARE
656.709-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 14/02/2012, Segunda Turma,
DJE de 08/03/2012.)

30. (CESPE/AUDITOR/TCE-SC/2016) Considerando essa situação hipotética e os

artigos do CTN apresentados, julgue o item a seguir.

Caso a empresa exportasse para outros países serviços desenvolvidos no Brasil

e pagos por residentes no exterior, não haveria incidência do ISS, e não haveria,

também, impedimento à expedição da certidão negativa de débitos.

Errado.

A Lei complementar n. 116/2003 afasta a incidência do ISS para os serviços expor-

tados para o exterior. Segundo o legislador complementar, para que se caracterize

o serviço exportado, se faz necessário que a conclusão do serviço ocorra no exte-

rior, ou seja, o serviço tem início no país, mas é concluído no exterior.

Do contrário, teremos um serviço totalmente prestado no país, ainda que pago por re-

sidente no exterior. Nessa situação, a LC n. 116/2003 determina a incidência do ISS:

Art. 2º O imposto não incide sobre:


I – as exportações de serviços para o exterior do País;
II – a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos
diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fun-
dações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados;
III – o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos de-
pósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de
crédito realizadas por instituições financeiras.
Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos no
Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente
no exterior.

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31. (CESPE/ANALISTA/STJ/2015) Acerca da legislação tributária básica aplicada à

administração pública, julgue o item que se segue.

No caso de empresa comercial regularmente registrada, o local da prestação de

serviços para efeito da aplicação do imposto sobre serviços de qualquer natureza

será a sede da empresa, independentemente do local onde o contribuinte desen-

volva sua atividade em caráter predominante.

Errado.

Nos termos do art. 3º, da LC n. 116/2003, o serviço considera-se prestado, e o im-

posto, devido, no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimen-

to, no local do domicílio do prestador. Complementa em seu art. 4º que considera-se

estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolve a atividade de

prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade eco-

nômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de

sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou

contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.

32. (CESPE/CONTADOR/MPOG/2015) De acordo com a Lei Complementar n. º

116/2003, julgue o próximo item, referente ao imposto sobre serviços de qualquer

natureza (ISSQN).

Os valores pagos como gorjeta a um mecânico, quando incluídos no preço do ser-

viço prestado, estão sujeitos à incidência do ISSQN.

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Certo

Nos termos da Lei Complementar n. 116/2003, estão sujeitos ao ISS os serviços

de hospedagem de qualquer natureza em hotéis, apart-service condominiais, flat,

apart-hotéis, hotéis residência, residence-service, suite service, hotelaria maríti-

ma, motéis, pensões e congêneres; ocupação por temporada com fornecimento

de serviço (o valor da alimentação e gorjeta, quando incluído no preço da

diária, fica sujeito ao Imposto Sobre Serviços).

33. (CESPE/CONTADOR/MPOG/2015) De acordo com a Lei Complementar n.º

116/2003, julgue o próximo item, referente ao imposto sobre serviços de qualquer

natureza (ISSQN).

As exportações de serviços para o exterior são tributadas de acordo com o fato

gerador do serviço prestado.

Errado.

A Constituição Federal estabelece em seu art. 156, § 3º, II, que compete à lei com-

plementar excluir da incidência do ISS exportações de serviços para o exterior.

34. (CESPE/ANALISTA/TER-PE/2017) O ISS

a) é devido por serviços prestados que não constituam atividade preponderante do

prestador.

b) é de competência da União, com arrecadação destinada aos municípios.

c) exclui a cobrança sobre serviços cuja prestação se tenha iniciado no exterior.

d) pode ser cobrado em conjunto com o ICMS.

e) tem sua incidência condicionada à denominação dada ao serviço prestado.

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Letra a.

Nos termos da legislação, pouco importa se o serviço prestado constitui a atividade

principal do prestador ou se foi prestado em caráter eventual. Uma vez ocorrendo

a prestação do serviço constante da lista anexa à lei complementar restará confi-

gurado o fato gerador do ISS.

b) Errada. O ISS é imposto de competência municipal.

c) Errada. Ocorre o fato gerador do ISS ainda que o serviço tenha sua prestação

iniciada no exterior, conforme dispõe a LC n. 116/2003, art. 1º, § 1º.

d) Errada. Embora em algumas operações possa incidir os fatos geradores do ISS

e do ICMS, a cobrança não é conjunta, o ISS incide sobre os serviços e o ICMS so-

bre as mercadorias empregadas.

e) Errada. Pouco importa a denominação dada ao serviço. Para que constitua fato

gerador do ISS, se faz necessário que a atividade esteja contemplada na LC n. 116.

O STF já se manifestou a respeito:

O ISS é um imposto municipal. É dizer, ao Município competirá instituí-lo (CF, art. 156,
III). Todavia, está ele jungido à norma de caráter geral, vale dizer, à lei complementar
que definirá os serviços tributáveis, lei complementar do Congresso Nacional (CF, art.
156, III). Isto não quer dizer que a lei complementar possa definir como tributáveis
pelo ISS serviços que, ontologicamente, não são serviços. No conjunto de serviços
tributáveis pelo ISS, a lei complementar definirá aqueles sobre os quais poderá incidir
o mencionado imposto. (...) a lei complementar, definindo os serviços sobre os quais
incidirá o ISS, realiza a sua finalidade principal, que é afastar os conflitos de competên-
cia, em matéria tributária, entre as pessoas políticas (CF, art. 146, I). E isso ocorre em
obséquio ao pacto federativo, princípio fundamental do Estado e da República (CF, art.
1º) (...) não adoto a doutrina que defende que a lista de serviços é exemplificativa. (RE
361.829, voto do Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 13/12/2005, Segunda Turma,
DJ de 24/02/2006.)

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35. (CESPE/ANALISTA/TJ-SE/2014) De acordo com a legislação vigente relaciona-

da com o processo tributário, julgue.

Suponha que determinado órgão público federal da administração direta precise

providenciar a demolição de prédio onde funcionava uma de suas unidades. Nessa

situação, esse órgão está isento do pagamento de ISS relativo ao serviço de demo-

lição, ainda que este seja realizado por empresa contratada.

Errado.

A LC n. 116/2003 define que o contribuinte é o prestador do serviço.

Logo, não obstante em alguns serviços o custo do ISS ser repassado para o to-

mador, essa exigência do prestador do serviço não tem o condão de afastar a sua

condição de contribuinte. Nesse caso, o órgão público imune não transfere essa

condição para a empresa prestadora do serviço.

36. (CESPE/CONTADOR/TEM/2014) Com base na legislação que disciplina o Im-

posto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), julgue o item subsequente.

A prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal está sujeita à

incidência do ISS.

Errado.

Os serviços de transporte interestadual e intermunicipal estão sujeitos à incidência

do ICMS. Apenas o transporte realizado dentro do território do próprio município

sofre a incidência do ISS.

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37. (CESPE/CONTADOR/TEM/2014) Com base na legislação que disciplina o Im-


posto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), julgue os itens subsequentes.
A alíquota máxima do ISS é de 2%, de acordo com a Lei Complementar n.º 116/2003.

Errado.
A Constituição Federal estabelece em seu art. 156, § 3º, que, em relação ao ISS,
cabe à lei complementar:
• fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
• excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.
• regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais
serão concedidos e revogados.

A fixação de alíquotas máximas foi estabelecida no art. 8º, II, da LC n. 116/2003,


a saber: 5%.

38. (CESPE/CONTADOR/PF/2014) Acerca das contribuições sociais e do imposto


sobre serviços (ISS), julgue o item a seguir.
Se determinada empresa privada obtiver permissão ou concessão para a explo-
ração econômica de rodovia federal, ela será obrigada ao pagamento do ISS inci-
dente sobre os serviços de conservação de vias públicas e devido aos municípios
incluídos no curso da rodovia.

Certo.
Ainda que os serviços sejam prestados por concessionárias, haverá a incidência
do ISS. O serviço público prestado por concessionárias está sujeito à incidência do

ISS, conforme dispõe o art. 1º, § 3º, da Lei Complementar n. 116/2003.

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39. (CESPE/DEFENSOR/DPE-DF/2013) Considerando as limitações do poder de tri-

butar e os impostos dos estados e do DF, julgue os itens que se seguem.

De acordo com o STF, é constitucional a incidência do ISS sobre operações de lo-

cação de bens móveis.

Errado.

A locação de bens móveis não representa serviço sujeito ao ISS. O STF decidiu rei-

teradas vezes sobre o tema, o que culminou na edição da Súmula Vinculante n. 31:

Súmula Vinculante 31 do STF


É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS
sobre operações de locação de bens móveis.

40. (CESPE/ESPECIALISTA/TELEBRÁS/2013) Os serviços de telecomunicações e

de geração e fornecimento de energia elétrica não são tributados pelo ISSQN, pois

já são tributados pelos estados ou pela União.

Certo.

Uma vez tributados pelo ICMS, o fornecimento de energia elétrica e o serviço de

telecomunicações não sofrem a incidência do ISS. Caso contrário, teríamos uma

bitributação, situação vedada pela Constituição Federal.

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41. (CESPE/ANALISTA/TRT 10ª/ 2013) Acerca do imposto sobre serviços (ISS),

julgue o item seguinte.

Na situação em que certa pessoa física preste serviços de informática a uma enti-

dade da administração pública federal, mediante remuneração, o contribuinte do

ISS será o prestador dos serviços

Certo.

A LC n. 116/2003 define que o contribuinte é o prestador do serviço.

Logo, não obstante em alguns serviços o custo do ISS ser repassado para o to-

mador, essa exigência do prestador do serviço não tem o condão de afastar a sua

condição de contribuinte.

42. (CESPE/ANALISTA/TRT 10ª/2013) Acerca do imposto sobre serviços (ISS), jul-

gue o item seguinte.

Considerando que certa pessoa jurídica preste serviços de montagem de máquinas

de grande porte e, esporadicamente, promova a manutenção dessas máquinas,

é correto afirmar que, nesse caso, a pessoa jurídica deverá efetuar o pagamento

do ISS sobre todos os serviços prestados, ainda que não constituam sua atividade

preponderante

Certo.

Nos termos da legislação, pouco importa se o serviço prestado constitui a atividade

principal do prestador ou se foi prestado em caráter eventual. Uma vez ocorrendo

a prestação do serviço constante da lista anexa à lei complementar, restará confi-

gurado o fato gerador do ISS.

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43. (CESPE/AUDITOR/TCE-SC/2016) Por decreto do prefeito, de agosto de 2014,

o município de Manaus atualizou a base de cálculo do IPTU e sua planta de valores

imobiliários, para a cobrança do tributo em 2015. Na atualização, foi usada como

referência a taxa SELIC para títulos federais, índice oficial para cálculo dos encar-

gos pela mora dos tributos federais. Nessa situação hipotética,

a) o ato é válido, pois, tendo o decreto sido editado no ano de 2014 para surtir

efeitos em 2015, foi observado o princípio da anterioridade.

b) o ato é inválido, pois apenas lei municipal poderia indicar a SELIC como índice

de correção monetária no município.

c) o ato é inválido, por implicar acréscimo real, e não mera correção.

d) o ato é válido, pois sendo o IPTU um tributo extrafiscal, a ele não se aplica o

princípio da legalidade.

e) o ato é válido, pois a taxa SELIC é índice oficial, não constituindo a sua aplica-

ção, para correção da base de cálculo do IPTU, majoração de tributo.

Letra c.

Assim como ocorre com o IPVA, a atualização da base de cálculo do IPTU (planta

de valores dos imóveis) não se obriga à observância do princípio da anterioridade

nonagesimal.

Por se tratar de atualização da base de cálculo, em decorrência da valorização dos

imóveis ao longo do tempo, não constitui majoração de tributo e, por conseguin-

te, não necessita de observância do princípio da legalidade, podendo ser efetuada

mediante decreto.

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A jurisprudência dos tribunais superiores tem se posicionado nesse sentido.

Súmula 160 do STJ


É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao
índice oficial de correção monetária.

A base de cálculo do IPTU é o VALOR VENAL do imóvel (art. 33 do CTN). Os Municípios


não podem alterar ou majorar, por decreto, a base de cálculo do IPTU, sob pena de
violação ao art. 150, I, da CF/88. A simples atualização do valor monetário da base de
cálculo poderá ser feita por decreto do Prefeito. Assim, os Municípios podem atualizar,
anualmente, o valor dos imóveis, com base nos índices oficiais de correção monetária,
visto que a atualização não constitui aumento de tributo (art. 97, § 1º, do CTN) e, por-
tanto, não se submete à reserva legal imposta pelo art. 150, I, da CF/88. Conclusão:
é inconstitucional a majoração, sem edição de lei em sentido formal, do valor venal de
imóveis para efeito de cobrança do IPTU acima dos índices oficiais de correção mone-
tária. STF. Plenário. RE 648245/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 01/08/2013
(repercussão geral) (Info 713).

No que diz respeito ao índice de correção, como vimos acima, a atualização da base

de cálculo deve ter como teto o índice oficial de inflação. A taxa SELIC é utilizada

como índice oficial dos tributos federais para cobrança de juros de mora. Não se

trata de índice de inflação.

44. (CESPE/PROCURADOR/FORTALEZA/2017) Acerca de tributação e finanças pú-

blicas, julgue o item subsequente, conforme as disposições da CF e a jurisprudên-

cia do STF.

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Os municípios e o DF têm competência para instituir contribuição para o custeio do

serviço de iluminação pública, tributo de caráter sui generis, diferente de imposto

e de taxa.

Certo.

Não sendo possível a tributação do serviço de iluminação pública mediante taxa,

a Constituição Federal outorgou a competência para DF e Municípios tributarem o

serviço mediante contribuição específica, a COSIP, definida no art. 149-A.

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