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Aula 03

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais)


Legislação Tributária Estadual - parte II -
2023 (Pós-Edital)

Autor:
Eduardo Da Rocha

10 de Março de 2023

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Eduardo Da Rocha
Aula 03

Sumário

1 – Base de Cálculo .................................................................................................................................................................... 3

1.1 Regras Gerais .................................................................................................................................................................. 3

1.2 Base de Cálculo com Serviços ........................................................................................................................................... 4

1.3 Base de Cálculo em Licitações .......................................................................................................................................... 6

1.4 Base de Cálculo do DIFAL ................................................................................................................................................ 7

1.5 Base de Cálculo na Importação ........................................................................................................................................ 8

1.6 Base de Cálculo x IPI...................................................................................................................................................... 12

1.7 Reajuste de Preço .......................................................................................................................................................... 13

1.8 Ausência de Valor de Operação .................................................................................................................................... 14

1.9 Supervalorização do Frete ............................................................................................................................................. 16

1.10 Arbitramento................................................................................................................................................................ 17

2 - Não Cumulatividade ........................................................................................................................................................... 19

2.1 Creditamento de Material de Uso e Consumo, Energia Elétrica e Comunicações.............................................................. 21

2.2 Creditamento de Ativo Permanente ................................................................................................................................ 22

2.3 Vedações ao Crédito ..................................................................................................................................................... 25

2.4 Estorno do Crédito ......................................................................................................................................................... 27

2.5 Disposições Gerais ......................................................................................................................................................... 28

3 – Portal das Operações e Prestações Interestaduais .............................................................................................................. 33

4 – Essencialidade de Mercadorias e Serviços .......................................................................................................................... 35

Questões Comentadas ................................................................................................................................................................... 38

Lista de Questões .......................................................................................................................................................................... 60

Gabarito....................................................................................................................................................................................... 68

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INTRODUÇÃO
Fala, galera! Tudo na mais perfeita paz? Correria danada, né? A prova se aproxima! Vamos estudar para
colhermos nossos frutos em breve.

Iniciaremos hoje com os dispositivos da Lei Kandir que tratam da Base de Cálculo (BC) do ICMS e
finalizaremos com as normas sobre o Crédito Tributário (CT).

Não deixem de revisar tudo que vimos até agora! Refaça os exercícios que você errou e mantenha sempre a
Legislação em mãos. Após o entendimento dos dispositivos, o melhor caminho é sempre fixar os conceitos
através da revisão da lei seca.

Ressalto que a aula se encontra atualizada de acordo com as recentes LC 190/2022 e LC 194/2022.

Vamos lá!

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1 – Base de Cálculo

1.1 Regras Gerais

Juntamente com a alíquota, a base de cálculo compõe o elemento quantitativo da Regra Matriz de Incidência
Tributária. É através da multiplicação desses 2 fatores que conseguimos mensurar o quantum devido aos
cofres públicos.

Para realizar essa mensuração precisamos entender e obedecer às regras impostas pela lei Kandir a respeito
da BC. Vamos a elas.

Art. 13. A base de cálculo do imposto é:

I - na saída de mercadoria prevista nos incisos I, III e IV do art. 12, o valor da operação;

III - na prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de


comunicação, o preço do serviço;

VIII - na hipótese do inciso XII do art. 12, o valor da operação de que decorrer a entrada;

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

I - da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro


estabelecimento do mesmo titular;

III - da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em


depósito fechado, no Estado do transmitente;

IV - da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, quando


a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente;

XII – da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos


derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não
destinados à comercialização ou à industrialização;

Os incisos I, III e VIII do art. 13 trazem a regra geral da BC: o valor da operação. Assim, na saída de mercadoria
de estabelecimento de contribuinte, na transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém
geral ou em depósito fechado, na transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a
represente, na prestação de serviço de transporte intermunicipal ou interestadual, ou mesmo na entrada
no território do Estado de lubrificantes e combustíveis (para consumo) a base de cálculo será o próprio
valor da operação/prestação.

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Se uma mercadoria for vendida por R$ 100, essa será a base de cálculo que se multiplicada por uma alíquota
hipotética de 18% resultará em um débito de ICMS de R$ 18. Se uma prestação de serviço de transporte
interestadual for contratada por R$ 5.600, essa será a base de cálculo, que se multiplicada por uma alíquota
hipotética de 10% resultará em um débito de R$ 560.

Veja que essas bases de cálculo são bem simples! Não tem mistério, né pessoal?

1.2 Base de Cálculo com Serviços

Art. 13. A base de cálculo do imposto é:

II - na hipótese do inciso II do art. 12, o valor da operação, compreendendo mercadoria e


serviço;

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

II - do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer


estabelecimento;

O inciso II do art. 13 traz a primeira peculiaridade em relação à BC: em operações de fornecimento de


alimentação e bebidas deve-se incluir o valor dos serviços descritos na conta (couvert, gorjetas etc.).

Exemplo 71) Em seu aniversário de casamento, Dimulé levou Dona Maria para jantar no famoso restaurante
RANCHODIBORDO em Cuiabá-MT. Após beber bons, whiskys e comer muito camarão a conta chegou: R$
770. Desse valor, R$ 70 eram a título de gorjeta (10%). A BC foi tudo que estava na conta, ou seja, os R$ 700
das comidas e bebidas mais os R$ 70 de gorjeta.

Curiosidade: O Convênio 125/2011 autorizou, dentre outros, os Estados do Ceará, Acre, Alagoas, Amazonas,
Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins e o Distrito Federal a excluir a gorjeta da base de
cálculo do ICMS incidente no fornecimento de alimentação e bebidas promovido por bares, restaurantes,
hotéis e estabelecimentos similares, desde que limitada a 10% (dez por cento) do valor da conta.

Art. 13. A base de cálculo do imposto é:

IV - no fornecimento de que trata o inciso VIII do art. 12;

a) o valor da operação, na hipótese da alínea a;

b) o preço corrente da mercadoria fornecida ou empregada, na hipótese da alínea b;

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Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

VIII - do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços:

a) não compreendidos na competência tributária dos Municípios;

b) compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressa


de incidência do imposto de competência estadual, como definido na lei complementar
aplicável;

Apesar de parecer um pouco confuso, o inciso IV é bem simples. Falei em aulas anteriores sobre o
fornecimento de mercadoria conjuntamente com prestação de serviços, lembram?

A Base de Cálculo do ICMS será:

1) Se incidir ICMS sobre serviço e mercadoria, o valor total da operação (valor do serviço + valor da
mercadoria).
2) Se Incidir ICMS sobre a mercadoria e ISS sobre o serviço, somente o preço da mercadoria.
3) Se incidir ISS sobre a mercadoria e sobre o serviço, zero.

Serviço previsto na BC ICMS


LC 116/03, sem ISS sobre o valor total =
ressalva autorize (mercadoria + serviço)
cobrança do ICMS 0

Serviço previsto na BC ICMS


LC 116/03, com ISS sobre o serviço e ICMS =
ressalva para sobre a mercadoria
cobrança do ICMS Preço da
Mercadoria
BC ICMS
Serviço não previsto ICMS sobre o valor total
na LC 116/03 (mercadoria + serviço) =

Valor Total da
Operação

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ISS Sobre
Serviço e
Sim ICMS sobre
Possui Material
Serviço
Sim Ressalva
?
está na ISS Sobre
LC Não Serviço e
116/03? Material
ICMS Sobre Serviço
Não e Mercadorias

1.3 Base de Cálculo em Licitações

Art. 13. A base de cálculo do imposto é:

VII - no caso do inciso XI do art. 12, o valor da operação acrescido do valor dos impostos
de importação e sobre produtos industrializados e de todas as despesas cobradas ou
debitadas ao adquirente;

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

XI – da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados do exterior e


apreendidos ou abandonados;

Existem casos que mercadorias importadas vão a leilão, seja por apreensão, seja por abandono. Quem
arrematar a mercadoria nesses leilões deve pagar o ICMS e em sua BC deve figurar tanto o IPI quanto o II,
assim como demais despesas que vierem a ser cobradas do arrematante por ocasião do leilão. Repare que
não é porque o arrematante não importou a mercadoria que ele não irá pagar II. A arrematação em leilão de
mercadorias ou bens importados é considerada como uma importação indireta.

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1.4 Base de Cálculo do DIFAL

Art. 13. A base de cálculo do imposto é:

IX - nas hipóteses dos incisos XIII e XV do caput do art. 12, desta Lei Complementar:

a) o valor da operação ou prestação no Estado de origem, para o cálculo do imposto


devido a esse Estado;

b) o valor da operação ou prestação no Estado de destino, para o cálculo do imposto


devido a esse Estado;

X - nas hipóteses dos incisos XIV e XVI do caput do art. 12 desta Lei Complementar, o valor
da operação ou o preço do serviço, para o cálculo do imposto devido ao Estado de origem
e ao de destino.

§ 3º No caso da alínea “b” do inciso IX e do inciso X do caput deste artigo, o imposto a pagar
ao Estado de destino será o valor correspondente à diferença entre a alíquota interna do
Estado de destino e a interestadual.

§ 6º Utilizar-se-á, para os efeitos do inciso IX do caput deste artigo:

I - a alíquota prevista para a operação ou prestação interestadual, para estabelecer a base


de cálculo da operação ou prestação no Estado de origem;

II - a alíquota prevista para a operação ou prestação interna, para estabelecer a base de


cálculo da operação ou prestação no Estado de destino.

§ 7º Utilizar-se-á, para os efeitos do inciso X do caput deste artigo, a alíquota prevista para
a operação ou prestação interna no Estado de destino para estabelecer a base de cálculo
da operação ou prestação.

Art. 20-A. Nas hipóteses dos incisos XIV e XVI do caput do art. 12 desta Lei Complementar,
o crédito relativo às operações e prestações anteriores deve ser deduzido apenas do débito
correspondente ao imposto devido à unidade federada de origem.

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

XIII - da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro
Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subsequente.

XIV - do início da prestação de serviço de transporte interestadual, nas prestações não


vinculadas a operação ou prestação subsequente, cujo tomador não seja contribuinte do
imposto domiciliado ou estabelecido no Estado de destino;

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XV - da entrada no território do Estado de bem ou mercadoria oriundos de outro Estado


adquiridos por contribuinte do imposto e destinados ao seu uso ou consumo ou à
integração ao seu ativo imobilizado;

XVI - da saída, de estabelecimento de contribuinte, de bem ou mercadoria destinados a


consumidor final não contribuinte do imposto domiciliado ou estabelecido em outro
Estado.

Tratemos agora do diferencial alíquota (DIFAL) para mercadorias e serviços cujos dispositivos foram
recentemente alterados pela LC 190/2022.

Sempre que um serviço for iniciado em outro Estado e não for vinculado a uma outra operação a ser
realizada subsequentemente, caberá o DIFAL e a BC será o valor da prestação. Então, se o transporte for de
mercadorias para consumo (não vinculados a uma operação subsequente pois as mercadorias não serão
comercializadas), caberá o DIFAL sobre as mercadorias e sobre o transporte também.

Devemos ter em mente o que aprendemos na Aula 00 a respeito da EC 87/2015. Veremos com mais detalhes
o assunto quando do estudo da nossa legislação, uma vez que cada Estado escolhe uma maneira diferente
de cálculo do DIFAL.

1.5 Base de Cálculo na Importação

Art. 13. A base de cálculo do imposto é:

V - na hipótese do inciso IX do art. 12, a soma das seguintes parcelas:

a) o valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação, observado o


disposto no art. 14;

b) imposto de importação;

c) imposto sobre produtos industrializados;

d) imposto sobre operações de câmbio;

e) quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras;

§ 1º Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput deste


artigo:

I - o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação


para fins de controle;

II - o valor correspondente a:

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a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como


descontos concedidos sob condição;

b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem
e seja cobrado em separado.

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

IX – do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior;

Art. 14. O preço de importação expresso em moeda estrangeira será convertido em


moeda nacional pela mesma taxa de câmbio utilizada no cálculo do imposto de
importação, sem qualquer acréscimo ou devolução posterior se houver variação da taxa
de câmbio até o pagamento efetivo do preço.

Parágrafo único. O valor fixado pela autoridade aduaneira para base de cálculo do
imposto de importação, nos termos da lei aplicável, substituirá o preço declarado.

Os artigos acima apresentados trazem regras para um caso muito peculiar da formação da base de cálculo.
Na importação a BC será formada por diversas parcelas, que, somadas, resultarão na BC das mercadorias
importadas. Essa BC é, como regra, composta por quase tudo que foi agregado ao custo do importador.

Antes de mostrar uma tabela resumo é preciso entender a diferença entre um desconto condicionado e um
desconto incondicionado. Vamos a 2 exemplos que irão facilitar o seu entendimento.

Exemplo 72) Dimulé, em um dia de jogo do Flamengo, foi à cervejaria do seu bairro comprar algumas
Erdinger para beber. O preço de cada cerveja era R$ 10 e Dimulé levou 20 unidades, totalizando R$ 200. Ao
realizar o pagamento, o Dr. Tremelique cobrou apenas R$ 180 e afirmou: “Pô, Dimulé, você é cliente VIP.
Tenho a obrigação de lhe conceder esse desconto”. Dimulé agradeceu e foi assistir a vitória do Flamengo
sobre o Vasco por 4x0. Pergunto: esse desconto foi submetido a alguma condição? Não! Ele simplesmente
foi dado porque o dono quis! É o chamado desconto incondicional, que não integra a base de cálculo do
ICMS.

Exemplo 73) Dimulé acordou no outro dia com uma baita ressaca e resolveu comprar uma camisa do
Flamengo pela internet pois estava feliz com a vitória. Ao escolher o modelo, escolheu a opção de pagar em
boleto bancário em 2 vezes, uma vez que havia perdido a carteira com seu cartão de crédito na noite anterior.
A camisa custava R$ 300, porém o site concedia um desconto de R$ 30 (10% do valor total) no segundo
boleto caso o mesmo fosse pago até o dia 05 do mês. Pergunto: esse desconto foi submetido a alguma
condição? Sim! A condição para receber os R$ 30 de desconto era pagar até o dia 05. Esse tipo de desconto
chamamos de condicional e integra a BC do ICMS.

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Desconto • Não integra a BC


Incondicional do ICMS

Desconto • Integra a BC do
Condicional ICMS

Agora que você já sabe a diferença entre os tipos de desconto vamos seguir para outro ponto importante.
Na importação o produto chega valorado em moeda estrangeira (dólar, normalmente) e por isso devemos
convertê-lo para a moeda nacional. Para a conversão deve-se utilizar a mesma taxa utilizada no cálculo do II,
sem qualquer alteração posterior por variação do câmbio.

Exemplo 74) Lembram que Dimulé importou um drone? Por aquele drone ele pagou $300. O Auditor, ao
calcular o ICMS sobre a operação verificou que a taxa de câmbio utilizada para o cálculo do Imposto de
Importação foi de $1 = R$ 3. Assim, utilizou a mesma taxa do II para converter o valor da mercadoria para
Real e calcular o ICMS: $ 300 x R$ 3 = R$ 900. Entretanto, Dimulé efetuou o pagamento apenas 10 dias depois,
onde o câmbio já se encontrava em $ 1 = R$ 2. Conhecedor da legislação, Dimulé sabe que infelizmente não
poderá pleitear uma devolução.

Vamos seguindo...E se o valor declarado não for condizente com a realidade? A lei Kandir, tentando se
resguardar nesses casos, fez previsão para que, caso exista uma fixação de preço por parte da Receita Federal
para o valor da mercadoria este valor passe a ser o considerado para efeitos de formação da BC da
importação, não importando o valor descrito no documento de importação. Isso significa que se você
importar uma Ferrari por $ 40.000 e a Receita federal tiver fixado o valor de $ 100.000 para esse veículo,
será esse último que valerá para fins de BC do ICMS. Assim, conforme o parágrafo único do art. 14, o valor
fixado pela autoridade aduaneira para base de cálculo do imposto de importação, nos termos da lei
aplicável, substituirá o preço declarado.

Exemplo 75) Safão, amigo de copo de Dimulé, importou um computador de última geração tendo sido
declarado um valor de apenas $ 10. Ora, é óbvio que um computador não custa esse valor. Diante disso a
autoridade aduaneira fixou o valor de $ 3.000 para essa mercadoria e o auditor no Mato Grosso utilizou esse
valor para fins de BC do ICMS.

Feitas essas explanações, vamos destrinchar todas as parcelas da BC do ICMS na importação?

Vejamos:

COMPONENTES DA BC OBS
Valor da mercadoria 1. Valor do produto importado que, geralmente vem expresso em moeda
(Aduaneiro) estrangeira e deve ser convertido para real, aplicando-se a taxa de

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câmbio utilizada no cálculo do II, ou na sua falta, a taxa do dia do


desembaraço aduaneiro (FG);
2. Se este valor for FOB (default), então deverá ser acrescido ainda o Frete
e Seguro;
3. Caso seja CIF, o Frete e seguro já estão inclusos e não devem ser
somados novamente;
4. Caso haja um valor arbitrado pela RFB, este prevalecerá sobre o valor
declarado.

Imposto de Importação
Tributo federal cobrado pela RFB
(II)
IPI Tributo federal cobrado pela RFB
IOF Tributo federal cobrado pela RFB
Taxa SISCOMEX Taxa sobre a utilização do SISCOMEX por ocasião do despacho aduaneiro
PIS e COFINS Tributo federal cobrado pela RFB
CIDE Nos casos em que for devida, também faz parte da BC do ICMS
Adicional de Frete para Parte da doutrina o classifica como sendo uma Contribuição o que faz com que
renovação da Marinha a AFRMM faça parte da BC do ICMS na importação. Na prática alguns Estados
mercante (AFRMM) o incluem e outros não.
São as despesas pagas à RFB, antes do desembaraço aduaneiro, inclusive
Despesas Aduaneiras
multas
Frete e Seguro Quando o Valor Aduaneiro for FOB
Descontos condicionais Descontos dados com condições impostas
O próprio ICMS faz parte da sua base cálculo – imposto por dentro! Ou seja,
ICMS devemos somar todas as componentes acima e dividir por (1 - %ICMS) para se
chegar a verdadeira BC

Visto o quadro com os possíveis itens que compõe a BC do ICMS na importação, preciso falar especificamente
do próprio ICMS que a compõe. Diz o inciso I do § 1º do art. 13 que o montante do próprio ICMS integra a
base de cálculo do imposto para efeito de importação. Como é isso?

Exemplo 76) Dona Maria importou uma mercadoria da China por $ 1.000. A taxa de conversão do II era de $
1 = R$ 3. A soma de todos os tributos federais incidentes foi de R$ 500. Supondo a alíquota interna de 18%,
a BC da importação será:

BC ICMS NA IMPORTAÇÃO
Mercadoria ($ 1.000 x R$ 3) R$ 3.000
Tributos Federais + R$ 500
Subtotal = R$ 3.500
ICMS + ???
BCIMP = ???

Se o ICMS integra a sua própria base de cálculo na importação, como calculá-lo? Simples! Basta utilizar a
fórmula abaixo:

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Subtotal
BCIMP =
1−alíquota

Por subtotal entende-se todas as parcelas da BC exceto o próprio ICMS, beleza? Então vamos lá calcular:

3500
BCIMP =
1−18%

Logo a BCIMP será 3.500/82% = R$ 4.268,29. ==22dd0==

Agora que achamos a BC conseguimos achar o valor do ICMS de duas formas:

1) Subtraindo o Subtotal do valor da BCIMP: R$ 4.268,29 – R$ 3.500 = R$ 768,29.

Ou

2) Aplicando-se a alíquota sobre a BCIMP: 18% x R$ 4.268,29 = R$ 768,29.

De posse desses valores agora podemos preencher a planilha da importação de Dona Maria.

BC ICMS NA IMPORTAÇÃO
Mercadoria ($ 1.000 x R$ 3) R$ 3.000
Tributos Federais + R$ 500
Subtotal = R$ 3.500
ICMS + R$ 768,29
BCIMP = R$ 4.268,29

Caso seja feita uma contratação de um serviço do exterior (importação de serviços), todos os encargos e
valores pagos que tenham relação com o serviço devem ser contabilizados na BC do ICMS, ou seja, devemos
utilizar a mesma sistemática de cálculo para a importação de mercadorias.

1.6 Base de Cálculo x IPI

XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos


industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto

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destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois


impostos;

Já vimos isso na Constituição, lembra? Relembre:

Industrialização
ou
Comercialização

+
IPI não integra Entre
BC do ICMS contribuintes

+
FG dos 2
impostos

1.7 Reajuste de Preço

§ 5º Nas operações e prestações interestaduais entre estabelecimentos de contribuintes


diferentes, caso haja reajuste do valor depois da remessa ou da prestação, a diferença fica
sujeita ao imposto no estabelecimento do remetente ou do prestador.

Pessoal, existem certos contratos que possuem previsão de reajuste do preço mesmo após a saída da
mercadoria. Nesses casos, em se tratando de operações interestaduais, deve-se emitir uma nova nota fiscal
para complementar o imposto e recolher a diferença.

Exemplo 77) A empresa CABOBELI, localizada em Cáceres-MT, efetuou venda de 10 microfones para a
empresa ISSOÉQUETEDÓI, localizada em Recife-PE. No contrato de compra e venda havia uma cláusula de
reajuste no mesmo percentual do aumento do dólar entre a data da saída e a data do pagamento. Realizadas
as contas, a ISSOÉQUETEDÓI pagou os R$ 500 reais relativos ao preço inicial mais R$ 35 a título de variação
do dólar. Como na Nota Fiscal inicial constava apenas o valor de R$ 500, a CABOBELI deverá recolher para o
Mato Grosso o ICMS referente aos R$ 35 de reajuste (12% x R$ 35 = R$ 4,2).

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1.8 Ausência de Valor de Operação

Art. 15. Na falta do valor a que se referem os incisos I e VIII do art. 13, a base de cálculo
do imposto é:

I - o preço corrente da mercadoria, ou de seu similar, no mercado atacadista do local da


operação ou, na sua falta, no mercado atacadista regional, caso o remetente seja
produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia;

II - o preço FOB estabelecimento industrial à vista, caso o remetente seja industrial;

III - o preço FOB estabelecimento comercial à vista, na venda a outros comerciantes ou


industriais, caso o remetente seja comerciante.

§ 1º Para aplicação dos incisos II e III do caput, adotar-se-á sucessivamente:

I - o preço efetivamente cobrado pelo estabelecimento remetente na operação mais


recente;

II - caso o remetente não tenha efetuado venda de mercadoria, o preço corrente da


mercadoria ou de seu similar no mercado atacadista do local da operação ou, na falta
deste, no mercado atacadista regional.

§ 2º Na hipótese do inciso III do caput, se o estabelecimento remetente não efetue vendas


a outros comerciantes ou industriais ou, em qualquer caso, se não houver mercadoria
similar, a base de cálculo será equivalente a setenta e cinco por cento do preço de venda
corrente no varejo.

Art. 16. Nas prestações sem preço determinado, a base de cálculo do imposto é o valor
corrente do serviço, no local da prestação.

Existem situações em que o preço da mercadoria ou do serviço é desconhecido, seja por não estar destacado
na nota, seja por ser doação ou bonificação...Faz-se, portanto, necessário estipular um preço para que seja
realizada a cobrança do ICMS.

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Falta de valor da
operação

Produtor,
Comerciante Industrial extrator ou
gerador

Preço FOB à vista Preço corrente no


Preço FOB à vista
1ª Opção (Preço em mercado atacadista
(Preço em operação local. Na falta,
mais recente) operação mais
recente) regional

Preço corrente no Preço corrente no


mercado atacadista mercado atacadista
2ª Opção local. Na falta, local. Na falta,
regional regional

75% do preço
3ª Opção corrente no
varejo

O que é um preço FOB? O preço FOB, ao contrário do preço CIF, não inclui o frete nem o seguro. No preço
CIF o custo do frete e o seguro já estão inclusos no valor da mercadoria. Assim, se falarmos que uma
mercadoria custou R$ 100 CIF, quer dizer que esse preço inclui tanto o preço da mercadoria quanto o frete
e seguro.

Mas como achar esse preço FOB? Primeiramente deve-se verificar se o remetente efetuou outras vendas da
mesma mercadoria anteriormente. Caso sim, basta pegar o preço de venda mais recente. Caso não, deve-se
utilizar o valor da mercadoria (ou similar) no mercado atacadista local ou, caso não se consiga no mercado
local, no mercado atacadista regional (passa a ser a mesma regra que para produtor, extrator ou gerador).

No caso em que o comerciante não realizar vendas para outros comerciantes ou industriais (um varejista),
deve-se utilizar como BC o valor de 75% do preço corrente de venda no varejo.

Exemplo 78) A empresa VENDETUDO doa 100 computadores para uma escola no dia 8 de abril. Nos livros
fiscais da empresa constavam 3 vendas de computadores no mesmo mês. No dia 02 havia uma venda de 10
computadores por R$ 2.000 cada. No dia 04 havia outra venda de 20 computadores por R$ 2.100 cada.

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Finalmente, no dia 07 havia uma venda de 5 computadores por R$ 2.500 cada. O valor a ser utilizado para
fins de base de cálculo na doação será de R$ 2.500 tendo em vista ser a operação mais recente.

Exemplo 79) A empresa CRF doa 100 computadores para uma escola no dia 8 de abril. Nos livros fiscais da
empresa não foram encontrados registros de vendas de computadores uma vez que a empresa possuía
apenas 2 meses de funcionamento. Assim, verificou-se que o preço corrente dos computadores no mercado
atacadista local era de R$ 3.000 e no mercado atacadista regional era de R$ 3.200. O valor a ser utilizado
para fins de base de cálculo na doação será de R$ 3.000 tendo em vista que primeiro deve-se utilizar o preço
no mercado atacadista local e, somente na falta deste, utilizar o preço no mercado atacadista regional.

Exemplo 80) A empresa varejista TXK doa 100 computadores para uma escola no dia 8 de abril. Nos livros
fiscais da empresa não foram encontrados registros de vendas de computadores uma vez que a empresa não
comercializa esse tipo de mercadoria para outros comerciantes ou industriais. Assim, verificou-se que o
preço corrente dos computadores no mercado atacadista local era de R$ 3.000 e no mercado atacadista
regional era de R$ 3.200. Constatou-se também que o preço dos computadores no varejo era de R$ 3.400.
O valor a ser utilizado para fins de base de cálculo na doação será de R$ 2.550 (75% x R$ 3.400) tendo em
vista que como a empresa não realiza operações de venda para outros comerciantes ou industriais deve-se
utilizar como BC o valor de 75% do preço corrente no varejo.

Por fim, nos casos de serviços, o valor a ser considerado como base de cálculo será o valor corrente que for
verificado no local da prestação. Aliás, isso é muito comum na fiscalização de trânsito, onde os Postos Fiscais
possuem acesso a um sistema onde se verifica o preço do frete entre duas cidades, em uma espécie de banco
de dados de preço do frete.

1.9 Supervalorização do Frete

Art. 17. Quando o valor do frete, cobrado por estabelecimento pertencente ao mesmo
titular da mercadoria ou por outro estabelecimento de empresa que com aquele mantenha
relação de interdependência, exceder os níveis normais de preços em vigor, no mercado
local, para serviço semelhante, constantes de tabelas elaboradas pelos órgãos
competentes, o valor excedente será havido como parte do preço da mercadoria.

Parágrafo único. Considerar-se-ão interdependentes duas empresas quando:

I - uma delas, por si, seus sócios ou acionistas, e respectivos cônjuges ou filhos menores,
for titular de mais de cinquenta por cento do capital da outra;

II - uma mesma pessoa fizer parte de ambas, na qualidade de diretor, ou sócio com funções
de gerência, ainda que exercidas sob outra denominação;

III - uma delas locar ou transferir a outra, a qualquer título, veículo destinado ao transporte
de mercadorias.

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Galera, este artigo é importantíssimo para sua prova. Na tentativa de burlar o Fisco, algumas empresas
transferem o preço das mercadorias para o preço do frete para com isso pagar menos imposto. Entretanto,
quando essas empresas são consideradas interdependentes e o valor do frete exceder níveis normais este
(o frete) será incorporado ao valor da mercadoria. Como isso funciona?

Exemplo 81) Imagine que a empresa CRF venda 10 camisas por R$ 100 cada para um consumidor final dentro
do mesmo Estado. Além do preço, o frete custou R$ 200, tendo a venda totalizado R$ 1.200. Tendo em vista
que o ICMS neste Estado possui alíquota de 25% para essa mercadoria e 12% para o frete, como forma de
pagar menos tributo, a CRF fundou a CRF Transportes, com os mesmos diretores. Assim, ao invés de pagar
25% sobre os R$ 1.200, desmembra em duas operações: uma Nota Fiscal das mercadorias no valor de R$
1.000 incidindo 25% e um Conhecimento de Transporte no valor de R$ 200, incidindo 12%. Repare que antes
da fundação da CRF Transportes a empresa iria recolher na mesma operação R$ 300 (25% x R$ 1200). Após
o desmembramento o ICMS a recolher será de R$ 250 pela CRF (25% de R$ 1.000) mais R$ 24 pela CRF
Transportes (12% de R$ 200), totalizando R$ 274. Perceba que antes da fundação da CRF Transportes o valor
a recolher a título de ICMS seria de R$ 300 e após a fundação o valor passou para R$ 274. Até agora nada se
tem de ilegal: isso se chama planejamento tributário! Entretanto, querendo burlar o Fisco, a CRF decide
desmembrar a operação de maneira incorreta. Ao invés de fazer o relatado, colocando o real valor do frete
no Conhecimento de Transporte, decide desmembrar os R$ 1.200 do valor total da operação em R$ 300 de
mercadoria e R$ 900 de transporte. Ora, se a alíquota do transporte é menor, quanto maior for sua BC (e
consequentemente menor a BC da mercadoria) menor será o valor recolhido de ICMS. Nessa situação a CRF
pagaria R$ 75 (25% x 300) e a CRF Transportes pagaria R$ 108, totalizando apenas R$ 183. Nesse caso, ao
verificar que o preço do frete está superfaturado, pode o Fisco “realocar” o valor do frete para a mercadoria,
autuar e cobrar o imposto correto devido.

Apenas um último detalhe em relação a isso: é importante gravar as regras que permitem considerar as
empresas como interdependentes, no parágrafo único. Repare que não estão inclusas, por exemplo,
contratos de franquia, exclusividade e/ou representação. Não deixe o examinador te confundir!

1.10 Arbitramento

Art. 18. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou
o preço de mercadorias, bens, serviços ou direitos, a autoridade lançadora, mediante
processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não
mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos
pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de
contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.

O arbitramento é uma técnica muito comum utilizada pelos Estados. Toda vez que o auditor verificar que um
determinado documento fiscal é inidôneo ou ocorra omissão, por exemplo, deverá arbitrar um valor para as
mercadorias de acordo com a legislação de cada Estado.

Exemplo 82) No curso de uma fiscalização, Dimulé encontrou um caminhão de uma empresa com uma Nota
Fiscal de filé mignon com um custo de R$ 3 o quilo. Ora, mas é óbvio que esse valor não merece fé. Quem é

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que vende filé mignon por esse preço? Dimulé fez o auto de infração e arbitrou (de acordo com a legislação
estadual) o valor do filé em R$ 35 o quilo.

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2 - Não Cumulatividade

A não cumulatividade do ICMS é um princípio constitucional visto na Aula 00 que se repete na Lei Kandir.

Art. 19. O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual
e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo
ou por outro Estado.

Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao sujeito
passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que
tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive
a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação.

Quando o estabelecimento compra uma mercadoria, a empresa tem direito ao crédito do ICMS (ICMS a
recuperar) e quando a mercadoria é vendida a empresa tem um débito de ICMS ou ICMS a pagar. Esse débito
e esse crédito são compensados, gerando-se o valor real a ser recolhido aos cofres públicos. Assim, se a
empresa apurou um débito de ICMS de R$ 100 e um crédito de R$ 20, deverá recolher aos cofres públicos
efetivamente R$ 80.

Ressalto aqui que o direito ao crédito referente às operações anteriores de aquisição dos produtos está
vinculado a algumas obrigações acessórias, como, por exemplo, a regular escrituração destes créditos pelo
contribuinte.

Para efeitos de fixação repito o exemplo da Aula 00. (Supondo uma alíquota de ICMS de 10% em todas as
operações)

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Exemplo 8 da Aula 00)

ICMS devido pela fábrica na venda por R$ 1.000:

ICMS = R$ 1.000 x 10% = R$ 100. Ou seja, a fábrica tem um ICMS a Pagar de R$ 100.

ICMS da venda por R$ 1.300 pela primeira loja:

ICMS = R$ 1.300 x 10% = R$ 130. Ou seja, a primeira loja tem um débito de R$ 130. Entretanto, pelo princípio
da não-cumulatividade, ela pode se creditar de R$ 100 da operação anterior. Sendo assim:

ICMS a recolher = R$ 130 – R$ 100 = R$ 30.

ICMS da venda por R$ 1.700 pela segunda loja ao consumidor final:

ICMS = R$ 1.700 x 10% = 170. Ou seja, a segunda loja tem um débito de R$ 170. Entretanto, pelo princípio
da não-cumulatividade, ela pode se creditar de R$ 130 da operação anterior. Sendo assim:

ICMS a recolher = R$ 170 – R$ 130 = R$ 40.

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2.1 Creditamento de Material de Uso e Consumo, Energia Elétrica e


Comunicações

Nem tudo dá direito a crédito. Algumas regras são impostas pela lei Kandir para haver o creditamento. Vamos
ver?

Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte:

I – somente darão direito de crédito as mercadorias destinadas ao uso ou consumo do


estabelecimento nele entradas a partir de 1º de janeiro de 2033;

Na lição do glorioso mestre José Rosa em sua obra Curso Básico de ICMS, é mercadoria de uso e consumo
“aquela que não integra o produto final e não se consome imediata e integralmente no processo produtivo e
não é diretamente utilizado na comercialização”. São exemplos de mercadorias para bens de uso e consumo:
canetas e todo material de escritório, sabonete líquido para o banheiro e todo material de limpeza etc.

Essas mercadorias que tenham por destinação o uso e consumo só gerarão direito ao crédito a partir de
2033. Essa regra vem sendo constantemente postergada. Inicialmente a lei Kandir previa a utilização de
crédito para materiais de uso e consumo em 1998, mas depois postergou para 2000, 2003, 2007, 2011 e
2020 para então, em 2019, postergar para 2033.

II – somente dará direito a crédito a entrada de energia elétrica no estabelecimento:

a) quando for objeto de operação de saída de energia elétrica;

b) quando consumida no processo de industrialização;

c) quando seu consumo resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na


proporção destas sobre as saídas ou prestações totais; e

d) a partir de 1º de janeiro de 2033 nas demais hipóteses;

As operações com energia elétrica possuem um tratamento especial quanto ao crédito. Assim como as
mercadorias para uso ou consumo, a lei Kandir sofreu diversas alterações quanto a possibilidade de utilização
de créditos em operações com energia elétrica. A partir de 2033 elas terão o mesmo tratamento para
qualquer tipo de operação: darão direito ao crédito assim como as mercadorias para uso e consumo. Antes
de 2033 só darão direito a crédito em 3 situações específicas: se derem entrada para uma posterior saída
(comercialização de energia), se forem consumidas dentro de um processo produtivo ou se forem utilizadas
em algum processo que resulte em exportação (de maneira proporcional como veremos adiante).

Exemplo 83) Imagine que uma empresa do setor energético adquira energia de um campo de geração eólico.
Durante um determinado mês essa empresa utilizou 10% da energia para manter suas instalações e
revendeu 90%. Sobre essa revenda de 90% será devido o crédito, entretanto não poderá se creditar do valor
de ICMS devido referente aos 10% que ela utilizou como consumo.

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Exemplo 84) Imagine agora que a empresa ALIADO, fabricante do ramo de jogos de tabuleiro utilizados por
Dimulé, adquira R$ 2.500 em energia elétrica no mês de maio. Desses R$ 2.500, apenas R$ 2.000 foram
utilizados na linha de produção sendo o restante utilizado pela área administrativa da empresa (escritório da
diretoria, refeitório etc.). Sendo a alíquota do Estado onde a ALIADO está localizada de 25% para energia
elétrica, a empresa poderá se creditar de R$ 500 (25% x R$ 2.000). O ICMS incidente sobre os R$ 500
utilizados na área administrativa não gerarão direito ao crédito.

Exemplo 85) A empresa PIRIRI consumiu R$ 1.000 em energia elétrica durante o mês de abril. No mesmo
mês a PIRIRI conseguiu realizar vendas no valor total de R$ 20.000 sendo R$ 15.000 para a sua cidade e R$
5.000 para a Inglaterra. Com isso, verificou que exportou 25% do total de suas vendas (R$ 5.000 / R$ 20.000
= 25%). Como a alíquota interna de seu Estado era de 20% para energia elétrica, se creditou de R$ 50 (R$
1.000 x 25% x 20%). Repare que ele não se creditou do valor total de ICMS, mas sim de apenas 25%, valor
proporcional às suas exportações.

IV – somente dará direito a crédito o recebimento de serviços de comunicação utilizados


pelo estabelecimento:

a) ao qual tenham sido prestados na execução de serviços da mesma natureza;

b) quando sua utilização resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na


proporção desta sobre as saídas ou prestações totais;

c) a partir de 1º de janeiro de 2033 nas demais hipóteses.

O tratamento dado aos serviços de comunicação é bem parecido com o do crédito para a energia elétrica. A
partir de 2033 será devido o crédito independentemente de qualquer outro fator. Hoje, só é possível o
crédito se for realizado na utilização de uma nova prestação de serviço (revenda) ou quando o serviço for
utilizado para realizar exportações, sendo o cálculo realizado de maneira proporcional da mesma forma que
o demonstrado no exemplo anterior.

2.2 Creditamento de Ativo Permanente

III - somente darão direito de crédito as mercadorias destinadas ao ativo permanente do


estabelecimento, nele entradas a partir da data da entrada desta Lei Complementar em
vigor.

Com o intuito de incentivar o setor produtivo, a lei Kandir trouxe a possibilidade de haver creditamento de
operações com a aquisição de material para o ativo permanente, porém impôs algumas regras. Vejamos:

§ 5º Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos créditos decorrentes
de entrada de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente, deverá
ser observado:

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I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira
fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento;

II – em cada período de apuração do imposto, não será admitido o creditamento de que


trata o inciso I, em relação à proporção das operações de saídas ou prestações isentas ou
não tributadas sobre o total das operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo
período;

III – para aplicação do disposto nos incisos I e II deste parágrafo, o montante do crédito a
ser apropriado será obtido multiplicando-se o valor total do respectivo crédito pelo fator
igual a 1/48 (um quarenta e oito avos) da relação entre o valor das operações de saídas e
prestações tributadas e o total das operações de saídas e prestações do período,
equiparando-se às tributadas, para fins deste inciso, as saídas e prestações com destino
ao exterior ou as saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos;

Demonstrarei como fazer os cálculos para se chegar ao valor a ser creditado na aquisição de ativo
permanente. Para isso devemos ter em mente a seguinte fórmula:

𝑂𝑝. 𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 + 𝐸𝑥𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎çã𝑜 + 𝑃𝑎𝑝𝑒𝑙


𝐶𝑟é𝑑𝑖𝑡𝑜 𝐴𝑃 = 𝐼𝐶𝑀𝑆 𝑥 1⁄48 𝑥 ( )
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑆𝑎í𝑑𝑎𝑠

Repare que, apesar de a exportação e as operações com papéis destinados à impressão de livros, jornais e
periódicos serem imunes (não tributadas), são consideradas para efeitos do crédito do ativo permanente.

Exemplo 86) A empresa CAVERNOSA, fabricante do ramo de calçados localizada no Mato Grosso, adquiriu
em 01 de maio (em uma operação interna) uma máquina para realizar a cola da sola dos seus sapatos por
R$ 200.000. Supondo uma alíquota de 18%, o ICMS destacado na nota fiscal foi de R$ 36.000. No referido
mês a CAVERNOSA obteve os seguintes números:

- Vendas tributadas dentro do país: R$ 400.000;

- Vendas não tributadas dentro do país: R$ 250.000;

- Vendas para o exterior: R$ 350.000;

- Valor total de vendas: R$ 1.000.000.

Aplicando-se a fórmula que expus temos:

Crédito AP = 36.000 x 1/48 x (400.000 + 350.000)/(1.000.000)

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Crédito AP = R$ 562,50.

Desta forma, a empresa poderá se creditar no mês de maio de R$ 562,50 referente à aquisição do ativo fixo.

IV – o quociente de um quarenta e oito avos será proporcionalmente aumentado ou


diminuído, pro rata die, caso o período de apuração seja superior ou inferior a um mês;

Normalmente a apuração do ICMS (confrontamento entre débitos e créditos) se dá mensalmente.


Entretanto, em algumas situações o contribuinte deve realizar, por força legal, apurações bimestrais ou
então quinzenais do ICMS. Nada mais justo que, para ele, a regra seja diferente.

Exemplo 87) A empresa ZICO que, por força de lei, apura o ICMS bimestralmente, adquiriu em 01 de maio
(em uma operação interna) uma máquina para realizar o fechamento de garrafas por R$ 200.000. Supondo
uma alíquota de 18%, o ICMS destacado na nota fiscal foi de R$ 36.000. No referido bimestre a empresa
obteve os seguintes números:

- Vendas tributadas dentro do país: R$ 400.000;

- Vendas não tributadas dentro do país: R$ 250.000;

- Vendas para o exterior: R$ 350.000;

- Valor total de vendas: R$ 1.000.000.

Como a empresa apura o ICMS de maneira bimestral, ela terá apenas 24 bimestres para se creditar (para
completar 4 anos) e não 48 meses conforme previsto na fórmula da regra geral. Assim, adaptando-se a
fórmula que expus temos:

Crédito AP = 36.000 x 1/24 x (400.000 + 350.000)/(1.000.000)

Crédito AP = R$ 1.125,00.

Desta forma, a empresa poderá se creditar no bimestre de R$ 1.125,00 referente à aquisição do ativo fixo.

De forma análoga, caso a empresa apurasse o ICMS quinzenalmente, teria 96 apurações até completar 4
anos (período autorizado pela lei Kandir para o creditamento.

Assim, teríamos a seguinte fórmula:

Crédito AP = 36.000 x 1/96 x (400.000 + 350.000)/ (1.000.000)

Crédito AP = R$ 281,25.

V – na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente, antes de decorrido o prazo


de quatro anos contado da data de sua aquisição, não será admitido, a partir da data da

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alienação, o creditamento de que trata este parágrafo em relação à fração que


corresponderia ao restante do quadriênio;

VII – ao final do quadragésimo oitavo mês contado da data da entrada do bem no


estabelecimento, o saldo remanescente do crédito será cancelado.

E se a empresa que vinha se creditando de um ativo imobilizado o vender antes de completar o prazo total
de creditamento? Ora, é simples: ela deve parar de se creditar!

Agora suponha que ainda existam créditos após os 48 meses. O que se deve fazer? Cancelá-los. Como assim?

Exemplo 88) A empresa ZICO adquiriu em uma operação interna uma máquina para realizar a colagem de
estampas por R$ 200.000. Supondo uma alíquota de 18%, o ICMS destacado na nota fiscal foi de R$ 36.000.
Durante os 48 meses que a lei permite, realizou o crédito de acordo com a fórmula apresentada. Ocorre que
48 meses após tal aquisição o crédito total aproveitado, se somado todos os meses, era de R$ 32.000, valor
inferior ao destacado por ocasião da aquisição (R$ 36.000). Conhecedores da legislação que são, os
contadores da empresa fizeram o cancelamento dos R$ 4.000 de crédito que não haviam sido utilizados.

VI – serão objeto de outro lançamento, além do lançamento em conjunto com os demais


créditos, para efeito da compensação prevista neste artigo e no art. 19, em livro próprio
ou de outra forma que a legislação determinar, para aplicação do disposto nos incisos I a V
deste parágrafo;

Além da apuração normal, determina a lei Kandir que seja feita uma apuração dos créditos específicos do
ativo permanente. Isso deve ser feito em um livro chamado CIAP (Controle de Crédito do ICMS do Ativo
Permanente).

2.3 Vedações ao Crédito

§ 1º Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços


resultantes de operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que se refiram a
mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento.

§ 2º Salvo prova em contrário, presumem-se alheios à atividade do estabelecimento os


veículos de transporte pessoal.

Ora, se a mercadoria veio amparada por isenção ou não tributação nem destaque de ICMS ocorreu, não
podendo dar direito à crédito.

Ativos que não possuem relação com a produção também não geram direito a crédito. Em regra, os veículos
de transporte pessoal não fazem parte da atividade operacional da empresa não podendo assim gerar
crédito de ICMS a ser compensado por esta operação. Uma fábrica que adquire uma Van para buscar seus

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empregados todo dia em uma estação do metrô e levá-los ao local de trabalho não poderá se creditar do
ICMS relativo à compra da Van.

Como exemplo, geram direito a crédito: caminhão adquirido por uma transportadora, máquina para
produção de calçados adquirida por uma fábrica e máquina de costura para uma empresa de confecção de
roupas.

Não geram direito a crédito: aquisição de automóveis para diretores, aquisição de máquina de café para
empregados e aquisição de computadores para o escritório.

§ 3º É vedado o crédito relativo a mercadoria entrada no estabelecimento ou a prestação


de serviços a ele feita:

I - para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural,


quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto,
exceto se tratar-se de saída para o exterior;

II - para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação


subsequente não forem tributadas ou estiverem isentas do imposto, exceto as
destinadas ao exterior.

§ 4º Deliberação dos Estados, na forma do art. 28, poderá dispor que não se aplique, no
todo ou em parte, a vedação prevista no parágrafo anterior.

Exceto se houver deliberações dos Estados através de Convênio CONFAZ ou se forem destinadas para o
exterior, não se pode aproveitar créditos de mercadorias adquiridas que forem consumidas em processo de
industrialização ou produção rural cuja saída não gere débito do imposto.

Tal inciso reforça o dispositivo constitucional que vimos na aula 00. Se a operação subsequente não for
tributada (isenção, imunidade ou não-incidência), isto é, se não houver cobrança de imposto na operação
seguinte, não se deve realizar o creditamento e, se por algum motivo ele tenha sido feito, deverá ser anulado
já que não existe razão para compensar, exceto nas exportações e nos casos expressos em que a legislação
estadual permitir. Veja (CF, Art. 155, 2º, II):

II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:

a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou
prestações seguintes;

b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;

Agora vejamos uma outra exceção a essa regra que explicarei com um exemplo:

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§ 6º Operações tributadas, posteriores a saídas de que trata o § 3º, dão ao estabelecimento


que as praticar direito a creditar-se do imposto cobrado nas operações anteriores às isentas
ou não tributadas sempre que a saída isenta ou não tributada seja relativa a:

I - produtos agropecuários;

II - quando autorizado em lei estadual, outras mercadorias.

Exemplo 89) Conforme ilustração abaixo, uma loja vendeu produtos agropecuários por R$ 150 para uma
fábrica, incidindo ICMS no valor de R$ 15. A fábrica por sua vez vendeu por R$ 200 com isenção para uma
outra loja, não podendo se creditar dos R$ 15 pois sua operação de saída se deu amparada pela isenção. A
outra loja então vendeu com tributação de R$ 30 para o Da Rochinha. Em regra, não poderia a loja se creditar
dos R$ 15 do início da cadeia uma vez que o crédito ocorreu em uma fase anterior e a sua entrada se deu
por isenção. Entretanto, quis a lei Kandir que, quando se tratar de produtos agropecuários ou quando a lei
estadual assim autorizar, possa-se “buscar” o crédito de operações anteriores desde que a saída seja
tributada.

2.4 Estorno do Crédito

Art. 21. O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver creditado
sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento:

I - for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta
circunstância imprevisível na data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço;

II - for integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída do


produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto;

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III - vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento;

IV - vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se.

§ 2º Não se estornam créditos referentes a mercadorias e serviços que venham a ser


objeto de operações ou prestações destinadas ao exterior ou de operações com o papel
destinado à impressão de livros, jornais e periódicos.

Existem casos em que não podemos prever que a mercadoria sairá sem tributação, como por exemplo nos
casos de uma isenção superveniente. Reforçando o dispositivo constitucional do art. 155, 2º, II, b, nesses
casos deve-se anular o crédito da entrada. O mesmo deve ocorrer caso ela seja utilizada em um processo de
industrialização ou mesmo na utilização em um fim diverso da atividade do estabelecimento.

Existem casos ainda em que a mercadoria sequer realiza uma saída posterior. São os casos em que a
mercadoria se deteriora, estraga, perece ou é perdida, em que o crédito de entrada também deve ser
estornado.

Entretanto, a lei Kandir trouxe exceções para a manutenção do crédito. Quando se tratar de exportações ou
de operações com papéis destinados à impressão de livros, jornais e periódico o crédito é mantido, não
importando o que ocorrer.

Exemplo 90) O Supermercado DORUSO decidiu pegar mercadorias de sua prateleira para fazer um churrasco
de fim de ano para seus funcionários. Os créditos de entrada dessas mercadorias somavam R$ 2.000, que
foram estornados tendo em vista que foram utilizados em fim alheio à atividade do estabelecimento.

Exemplo 91) O Supermercado DORUSO adquiriu 500 Kg de arroz para revender. Na entrada, se creditou de
R$ 3.000. Entretanto, devido à péssima condição de armazenagem toda a mercadoria estragou. Muito
consternado, o Sr. Ruso, dono do supermercado, jogou toda a mercadoria fora e foi obrigado a estornar o
crédito que havia aproveitado por ocasião da entrada.

Exemplo 92) O Supermercado DORUSO adquiriu 500 Kg de feijão para revenda. Na entrada, se creditou de
R$ 4.000. Logo no dia seguinte foi concedida uma isenção para feijão. Assim, como a venda futura será isenta,
o Sr. Ruso foi obrigado a estornar o crédito que havia aproveitado por ocasião da entrada.

2.5 Disposições Gerais

Art. 23. O direito de crédito, para efeito de compensação com débito do imposto,
reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual
tenham sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade da documentação e,
se for o caso, à escrituração nos prazos e condições estabelecidos na legislação.

Parágrafo único. O direito de utilizar o crédito extingue-se depois de decorridos cinco anos
contados da data de emissão do documento.

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É um tanto quanto óbvio que só terá direito a crédito se a documentação for idônea. Se diferente fosse,
qualquer um poderia emitir um documento fiscal inidôneo e se aproveitar dos créditos, não é mesmo?

O mais importante desses dispositivos é saber que o contribuinte só tem direito de se creditar de um crédito
destacado em uma nota fiscal até cinco anos contados da data de sua emissão. Repare que não são 5 anos
da entrada da mercadoria ou da saída da mercadoria: são cinco anos da data de emissão da Nota Fiscal.
Não deixe o examinador te confundir!

Pode ainda a lei estabelecer condições e prazos para a escrituração dos créditos tributários.

Art. 24. A legislação tributária estadual disporá sobre o período de apuração do imposto.
As obrigações consideram-se vencidas na data em que termina o período de apuração e
são liquidadas por compensação ou mediante pagamento em dinheiro como disposto
neste artigo:

I - as obrigações consideram-se liquidadas por compensação até o montante dos créditos


escriturados no mesmo período mais o saldo credor de período ou períodos anteriores,
se for o caso;

II - se o montante dos débitos do período superar o dos créditos, a diferença será


liquidada dentro do prazo fixado pelo Estado;

III - se o montante dos créditos superar os dos débitos, a diferença será transportada para
o período seguinte.

Dispositivos simples, porém, de suma importância para o entendimento da sistemática de não


cumulatividade. Existem 3 resultados possíveis para a apuração do imposto no período determinado pela
legislação (normalmente mensal):

1) Crédito superior ao débito: nesses casos acumula-se crédito para o mês seguinte.

2) Débito superior ao crédito: deverá ser recolhida a diferença aos cofres públicos.

3) Créditos iguais aos débitos: não há transferência de crédito para mês seguinte e também não há
imposto a recolher.

Exemplo 93) A empresa MAYDAY no mês de janeiro apresentou um total de débitos de ICMS no valor de R$
15.000 e um total de créditos do ICMS no valor de R$ 13.000. A diferença é um débito de R$ 2.000 (R$ 15.000
– R$ 13.000) que deverá ser recolhido no prazo disposto pela legislação estadual.

Débito Crédito
R$ 15.000 R$ 13.000
15.000 – 13.000 =

R$ 2.000 (Saldo devedor)

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Exemplo 94) A empresa MAYDAY no mês de fevereiro apresentou um total de débitos de ICMS no valor de
R$ 20.000 e um total de créditos no valor de R$ 23.000. A diferença é um crédito de R$ 3.000 (R$ 23.000 –
R$ 20.000) que deverá ser repassado para o mês subsequente.

Débito Crédito
R$ 20.000 R$ 23.000
23.000 - 20.000 =

R$ 3.000 (Saldo credor)

Exemplo 95) A empresa MAYDAY no mês de março apresentou um total de débitos de ICMS no valor de R$
33.000 e um total de créditos do ICMS no valor de R$ 30.000. Deve-se somar a esse crédito do mês o valor
referente ao saldo credor que foi passado do mês de fevereiro (R$ 3.000). Assim, tem-se um total de débitos
de R$ 33.000 e um total de créditos de igual valor (R$ 30.000 do mês + R$ 3.000 de saldo do mês anterior).
Como o débito é igual ao crédito não há transferência de crédito para mês seguinte e tampouco há imposto
a recolher.

Débito Crédito
R$ 33.000 Saldo credor anterior =

R$ 3.000
- R$ 30.000
R$ 33.000 – R$ 3.000 - 30.000= 0

Art. 25. Para efeito de aplicação do disposto no art. 24, os débitos e créditos devem ser
apurados em cada estabelecimento, compensando-se os saldos credores e devedores
entre os estabelecimentos do mesmo sujeito passivo localizados no Estado.

Sabemos do Direito Tributário que cada estabelecimento é autônomo. Por isso a apuração do débito x
crédito deverá ser realizada de maneira individualizada. No caso de uma filial A ter apurado crédito de R$
500 e uma filial B ter apurado débito de R$ 500, eles podem se compensar se estiverem localizados dentro
do mesmo Estado.

Exemplo 96) A empresa MAYDAY possui duas filiais na mesma cidade. No mês de abril apresentou um total
de débitos e créditos de ICMS conforme a seguir:

-Matriz: débitos de R$ 40.000 e créditos de R$ 30.000 = Saldo devedor de R$ 10.000.

-Filial A: débitos de R$ 40.000 e créditos de R$ 25.000 = Saldo devedor de R$ 15.000.

-Filial B: débitos de R$ 30.000 e créditos de R$ 45.000 = Saldo credor de R$ 15.000.

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Assim, após ter apurado o ICMS estabelecimento por estabelecimento verificou que deveria recolher a título
de ICMS apenas R$ 10.000 pois possuía um saldo devedor de R$ 25.000 (R$ 10.000 da matriz e R$ 15.000 da
filial A) e um saldo credor de R$ 15.000 da filial B. R$ 25.000 – R$ 15.000 = R$ 10.000 devedor (débitos).

§ 1º Saldos credores acumulados a partir da data de publicação desta Lei Complementar


por estabelecimentos que realizem operações e prestações de que tratam o inciso II do
art. 3º e seu parágrafo único podem ser, na proporção que estas saídas representem do
total das saídas realizadas pelo estabelecimento:

I - imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado;

II - havendo saldo remanescente, transferidos pelo sujeito passivo a outros contribuintes


do mesmo Estado, mediante a emissão pela autoridade competente de documento que
reconheça o crédito.

§ 2º Lei estadual poderá, nos demais casos de saldos credores acumulados a partir da
vigência desta Lei Complementar, permitir que:

I - sejam imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado;

II - sejam transferidos, nas condições que definir, a outros contribuintes do mesmo


Estado.

Você lembra que os créditos decorrentes de exportação não precisam ser estornados? Mas de que adiantaria
uma empresa exportadora ficar acumulando crédito indefinidamente se não os pode utilizar? Repare no
inciso I que os saldos credores acumulados de exportadores podem ser transferidos a qualquer
estabelecimento da empresa do Estado. Já o inciso II do parágrafo primeiro traz a possibilidade de o
exportador transferir créditos para outros contribuintes mediante o reconhecimento do crédito pelo Fisco.

Exemplo 97) A empresa exportadora RAGNAR, localizada em Sinop-MT, adquiriu R$ 200.000 de roupas de
empresa localizada em Cuiabá-MT. Em maio exportou toda essa mercadoria por R$ 500.000 para a Noruega.
Por ocasião da aquisição creditou-se de R$ 36.000 (18% de alíquota interna hipotética x R$ 200.000).
Terminado o mês verificou que sua filial possuía um débito contabilizado no mesmo mês de R$ 20.000 e por
isso realizou a transferência de parte de seu saldo credor para a filial. Como ainda sobraram R$ 16.000 de
crédito, negociou e transferiu para a empresa VIK, localizada em Cáceres-MT.

Art. 26. Em substituição ao regime de apuração mencionado nos arts. 24 e 25, a lei estadual
poderá estabelecer:

I - que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço dentro de
determinado período;

II - que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço em cada
operação;

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III - que, em função do porte ou da atividade do estabelecimento, o imposto seja pago em


parcelas periódicas e calculado por estimativa, para um determinado período, assegurado
ao sujeito passivo o direito de impugná-la e instaurar processo contraditório.

§ 1º Na hipótese do inciso III, ao fim do período, será feito o ajuste com base na
escrituração regular do contribuinte, que pagará a diferença apurada, se positiva; caso
contrário, a diferença será compensada com o pagamento referente ao período ou
períodos imediatamente seguintes.

§ 2º A inclusão de estabelecimento no regime de que trata o inciso III não dispensa o sujeito
passivo do cumprimento de obrigações acessórias.

Existem situações especiais em que o Fisco pode determinar que a apuração do ICMS (débito x crédito) seja
realizada de maneira distinta da normal. O usual é que as empresas somem todos os créditos e todos os
débitos de todas as mercadoria e serviços de um determinado período para achar o resultado. Entretanto,
prevê a lei Kandir que esse cotejo possa ser realizado segregado por mercadoria ou serviço operação por
operação ou por um determinado período. Seria algo como se o Fisco afirmasse que todas as madeiras, por
exemplo, deveriam ter seus créditos e débitos confrontados de forma separada dos demais materiais
durante um período de um mês. Ou então que se determinasse que as operações com madeira devessem
ter o cotejo realizado operação por operação.

Também pode ser realizado uma apuração por estimativa devido ao porte do estabelecimento. Nesses casos
o contribuinte faz o recolhimento estimado e posteriormente, ao ser realizada a apuração regular, faz o
acerto. Se a empresa recolher R$ 200 de forma estimada, mas posteriormente apurar que deveria ter
recolhido R$ 250, deve recolher a diferença. Se a empresa recolher R$ 200 por estimativa, mas
posteriormente apurar que deveria ter recolhido R$ 120, deve se compensar de R$ 80 no mês posterior.

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3 – Portal das Operações e Prestações Interestaduais

Com a entrada em vigor da LC 190/22 e consequente inclusão de dispositivos a respeito do DIFAL, o art. 24-
A determinou a criação de um portal para divulgação de informações necessárias ao cumprimento das
obrigações tributárias nas operações e prestações interestaduais.

Art. 24-A. Os Estados e o Distrito Federal divulgarão, em portal próprio, as informações


necessárias ao cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, nas
operações e prestações interestaduais, conforme o tipo.

§ 1º O portal de que trata o caput deste artigo deverá conter, inclusive:

I - a legislação aplicável à operação ou prestação específica, incluídas soluções de


consulta e decisões em processo administrativo fiscal de caráter vinculante;

II - as alíquotas interestadual e interna aplicáveis à operação ou prestação;

III - as informações sobre benefícios fiscais ou financeiros e regimes especiais que possam
alterar o valor a ser recolhido do imposto; e

IV - as obrigações acessórias a serem cumpridas em razão da operação ou prestação


realizada.

§ 2º O portal referido no caput deste artigo conterá ferramenta que permita a apuração
centralizada do imposto pelo contribuinte definido no inciso II do § 2º do art. 4º desta Lei
Complementar, e a emissão das guias de recolhimento, para cada ente da Federação, da
diferença entre a alíquota interna do Estado de destino e a alíquota interestadual da
operação.

§ 3º Para o cumprimento da obrigação principal e da acessória disposta no § 2º deste artigo,


os Estados e o Distrito Federal definirão em conjunto os critérios técnicos necessários para
a integração e a unificação dos portais das respectivas secretarias de fazenda dos Estados
e do Distrito Federal.

§ 4º Para a adaptação tecnológica do contribuinte, o inciso II do § 2º do art. 4º, a alínea “b”


do inciso V do caput do art. 11 e o inciso XVI do caput do art. 12 desta Lei Complementar
somente produzirão efeito no primeiro dia útil do terceiro mês subsequente ao da
disponibilização do portal de que trata o caput deste artigo.

§ 5º A apuração e o recolhimento do imposto devido nas operações e prestações


interestaduais de que trata a alínea “b” do inciso V do caput do art. 11 desta Lei
Complementar observarão o definido em convênio celebrado nos termos da Lei
Complementar nº 24, de 7 de janeiro de 1975, e, naquilo que não lhe for contrário, nas
respectivas legislações tributárias estaduais.”

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O objetivo do portal é facilitar que o contribuinte conheça as regras para recolhimento do DIFAL. Perceba
que a lei Kandir exige que os Estados forneçam dados que serão importantes na hora da apuração do DIFAL,
como por exemplo a legislação aplicável, incluindo soluções de consulta e decisões em processo
administrativo fiscal de caráter vinculante, alíquotas aplicáveis e informações de benefícios fiscais ou
financeiros que modifiquem o cálculo do imposto e as obrigações acessórias a serem cumpridas bem como
seus respectivos prazos.

Perceba que as informações sempre se voltam à facilitação do correto cumprimento das obrigações
tributárias. Veja, por exemplo, a obrigatoriedade da publicação de soluções de consultas de caráter
vinculante. Essas soluções trazem à tona o pensamento do Fisco em relação à determinada matéria, que
deve ser obedecido pelos contribuintes e, por isso, deverão estar compiladas no portal para facilitar a leitura
e aplicação por parte dos sujeitos passivos.

Ainda nessa linha de pensamento, exige-se que os Estados possuam ferramentas nesse portal para calcular
o imposto devido e fornecer a guia de recolhimento ao contribuinte de outro Estado quando da remessa de
mercadoria ou prestação de serviço a não contribuinte em operações ou prestações interestaduais.

Por fim, reza o § 2º que a obrigatoriedade de recolhimento do DIFAL por parte do remetente quando o
destinatário for não contribuinte somente produzirá efeito no primeiro dia útil do terceiro mês subsequente
ao da disponibilização do portal pelos Estados/DF.

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4 – Essencialidade de Mercadorias e Serviços

A LC 194/2022 acrescentou o importante artigo 32-A. Vamos ver?

Art. 32-A. As operações relativas aos combustíveis, ao gás natural, à energia elétrica, às
comunicações e ao transporte coletivo, para fins de incidência de imposto de que trata
esta Lei Complementar, são consideradas operações de bens e serviços essenciais e
indispensáveis, que não podem ser tratados como supérfluos.

§ 1º Para efeito do disposto neste artigo:

I - é vedada a fixação de alíquotas sobre as operações referidas no caput deste artigo em


patamar superior ao das operações em geral, considerada a essencialidade dos bens e
serviços;

II - é facultada ao ente federativo competente a aplicação de alíquotas reduzidas em


relação aos bens referidos no caput deste artigo, como forma de beneficiar os
consumidores em geral; e

III - é vedada a fixação de alíquotas reduzidas de que trata o inciso II deste parágrafo,
para os combustíveis, a energia elétrica e o gás natural, em percentual superior ao da
alíquota vigente por ocasião da publicação deste artigo.

§ 2º No que se refere aos combustíveis, a alíquota definida conforme o disposto no § 1º


deste artigo servirá como limite máximo para a definição das alíquotas específicas (ad rem)
a que se refere a alínea b do inciso V do caput do art. 3º da Lei Complementar nº 192, de
11 de março de 2022.

Após intensas discussões, aprovou-se a LC 194/2022, com modificações importantes!

Os Estados são livres para fixar suas alíquotas internas do ICMS, desde que superiores à alíquota
interestadual (12%). Ainda assim, podem os Estados, se autorizados pelo CONFAZ, estipular alíquotas abaixo
de 12%.

Como a CF/88 atribui faculdade aos Estados para optarem ou não pela essencialidade. Segundo o princípio
da seletividade (essencialidade), tributam-se os produtos mais supérfluos de maneira mais gravosa e os
produtos mais essenciais de maneira mais branda.

Os estados fixam normalmente uma alíquota geral de 17% ou 18% e atribuem alíquotas superiores a esses
patamares para produto/serviços supérfluos e abaixo desses patamares para produtos/serviços essenciais,
externando a opção pela seletividade.

Ocorre que muitas vezes os Estados atribuam à energia elétrica, por exemplo, o caráter supérfluo, atribuindo
muitas vezes alíquota superiores à 30%, o que ajudava a encarecer a mercadoria.

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A partir da LC 194, os combustíveis, o gás natural, a energia elétrica, as comunicações e o transporte coletivo
foram considerados essenciais. Isso significa que os Estados não podem fixar alíquotas, no que tange a essas
mercadorias/serviços, superiores à alíquota geral. Permite-se, porém que os Estados reduzam as alíquotas
abaixo do patamar geral.

Para os combustíveis, a energia elétrica e o gás natural, tomou-se um cuidado a mais, não se permitindo que
a redução da alíquota abaixo do patamar geral ficasse inferior à alíquota vigente na data da publicação da LC
194. Assim, por exemplo, se a alíquota da gasolina fosse 15% no Estado X na data da publicação da LC 104,
não poderia ser aumentada para 16%, mesmo sendo 16% inferior ao percentual geral (17% ou 18%).

Por sim, segundo a LC 192, também de 2022, a alíquota dos combustíveis será ad rem, ou seja, por unidade
(R$ 0,10 por litro, por exemplo) e não mais ad valorem (18% x valor). Assim, o valor ad rem não pode ser tal
que supere a alíquota máxima (geral). Não pode, então, ser superior a R$ 0,18 o litro, se o livro custar R$ 1).

Vejamos agora os art. 3º a 6º da LC 194/22, que, apesar de não alterarem a lei Kandir, são de grande
relevância.

LC 194/2022. Art. 3º A União deduzirá do valor das parcelas dos contratos de dívida do
Estado ou do Distrito Federal administradas pela Secretaria do Tesouro Nacional,
independentemente de formalização de aditivo contratual, as perdas de arrecadação dos
Estados ou do Distrito Federal ocorridas no exercício de 2022 decorrentes da redução da
arrecadação do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
(ICMS) que exceda ao percentual de 5% (cinco por cento) em relação à arrecadação deste
tributo no ano de 2021.

§ 1º (VETADO).

§ 2º As perdas de arrecadação dos Estados ou do Distrito Federal que tiverem contrato de


refinanciamento de dívidas com a União previsto no art. 9º-A da Lei Complementar nº 159,
de 19 de maio de 2017, decorrentes da redução da arrecadação do ICMS serão
compensadas integralmente pela União.

§ 3º A dedução a que se referem o caput e o § 2º deste artigo limitar-se-á às perdas de


arrecadação de ICMS incorridas até 31 de dezembro de 2022 ou dar-se-á enquanto
houver saldo de dívida contratual do Estado ou do Distrito Federal administrada pela
Secretaria do Tesouro Nacional, o que ocorrer primeiro.

§ 4º (VETADO).

§ 5º (VETADO).

§ 6º (VETADO).

§ 7º Ato do Ministro de Estado da Economia regulamentará o disposto neste artigo.

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Art. 4º As parcelas relativas à quota-parte do ICMS, conforme previsto no inciso IV


do caput do art. 158 da Constituição Federal, serão transferidas pelos Estados aos Municípios
na proporção da dedução dos contratos de dívida dos Estados administrada pela
Secretaria do Tesouro Nacional.

§ 1º Na hipótese em que não houver compensação na forma do caput do art. 3º desta Lei
Complementar, o Estado ficará desobrigado do repasse da quota-parte do ICMS para os
Municípios, conforme previsto no inciso IV do caput do art. 158 da Constituição Federal.

§ 2º (VETADO).

§ 3º Os Estados deverão proceder à transferência de que trata o caput deste artigo nos
mesmos prazos e condições da quota-parte do ICMS, mantendo a prestação de contas
disponível em sítio eletrônico da internet, sob pena de serem cessados as deduções e os
repasses de que trata o art. 3º desta Lei Complementar, sem prejuízo da responsabilização
administrativa e criminal dos responsáveis pela omissão.

Art. 5º (VETADO).

Art. 6º Ficam cessadas as deduções por perdas de arrecadação de ICMS, não se aplicando
o disposto no art. 3º desta Lei Complementar, caso as alíquotas retornem aos patamares
vigentes anteriormente à publicação desta Lei Complementar.

Com a obrigatoriedade de as alíquotas das mercadorias essenciais se limitem à 17% ou 18%, conforme o
Estado, muitos sofrerão perda significativa de arrecadação ao reduzir suas alíquotas.

Para diminuir o impacto na arrecadação dos Estados no exercício de 2022, caso a perda de ICMS seja superior
a 5% se comparado ao ano anterior, o que ultrapassar esse valor (os 5%) será abatido das parcelas dos
contratos de dívida do Estado ou do Distrito Federal administradas pela Secretaria do Tesouro Nacional.

Já se o Estado/DF possuir dívidas referente ao refinanciamento do Regime de Recuperação Fiscal aprovado,


as perdas de arrecadação serão integralmente compensadas pela União até o fim de 2022 ou até que não
haja mais a dívida.

Os municípios continuarão recebendo os 25% de ICMS do valor descontado das dívidas do Estado/DF com a
União. Caso não haja desconto (variação menor que 5%), não há que se falar em repasse.

Bom pessoal, fechamos mais uma aula! Espero que tenham gostado! Contem comigo no fórum ou em
qualquer outro canal.

Forte Abraço!

Eduardo da Rocha

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Aula 03

QUESTÕES COMENTADAS

01. (SEFAZ-SP/FCC/2006) Determinado contribuinte do ICMS importou um equipamento do exterior para


o seu ativo permanente, com os seguintes dados da operação:

- Valor da importação convertido em moeda nacional: R$ 200.000,00;

- Imposto de importação: R$ 10.000,00;

- Despesas pagas a repartição alfandegária: R$ 5.000,00;

- Frete interno do porto até o estabelecimento: R$ 6.000,00;

- Data do desembaraço aduaneiro: 30/11;

- Data da entrada física da mercadoria no estabelecimento: 2/12;

- Alíquota interna relativa à mercadoria: 18%.

Considerando que o montante do ICMS integra sua própria base de cálculo, inclusive na importação, o
valor do ICMS devido e o momento da ocorrência do fato gerador são, nessa ordem,

a) R$ 39.780,00 e 30/11.

b) R$ 39.780,00 e 02/12.

c) R$ 47.195,12 e 30/11.

d) R$ 47.195,12 e 02/12.

e) R$ 262.195,12 e 02/12.

Comentários:

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De cara já podemos eliminar 3 alternativas. Estudamos em aulas anteriores que na importação o momento
da ocorrência do fato gerador é o desembaraço aduaneiro (30/11). Com isso eliminamos as alternativas (b),
(d) e (e).

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:


IX – do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior;


Agora vamos achar o valor do imposto.

BC ICMS NA IMPORTAÇÃO
Mercadoria R$ 200.000
Tributos Federais (II) + R$ 10.000
Despesas Alfandegárias + R$ 5.000
Subtotal = R$ 215.000
ICMS + ???
BCIMP = ???

Precisamos então utilizar a fórmula apresentada.

Subtotal
BCIMP =
1−alíquota

Logo a BCIMP será 215.000/82% = R$ 262.195,12.

Diminuindo-se esse valor de R$ 215.000 temos R$ 47.195,12.

De posse desses valores agora podemos preencher a planilha da importação.

BC ICMS NA IMPORTAÇÃO
Mercadoria ($ 1.000 x R$ 3) R$ 200.000
Tributos Federais + R$ 10.000
Despesas Alfandegárias + R$ 5.000
Subtotal = R$ 215.000
ICMS + R$ 47.195,12
BCIMP = R$ 262.195,12.

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Obs: Poderíamos também ter achado o ICMS aplicando-se a alíquota de 18% sobre a BC encontrada, porém
como tempo é curto na hora da prova, sugiro que você faça a subtração que fiz.

Obs2: o frete do porto até o estabelecimento não faz parte da importação! A própria questão afirmou que o
frete é interno!

Gabarito: Letra C.

02. (SEFAZ-SP/FCC/2006) Zeus, experiente AFR, notou as seguintes situações no estabelecimento de


Plácido e Silva, industrial de utensílios domésticos, estabelecido em São Paulo, capital:

I. Nas vendas para atacadistas, não incluía na base de cálculo das operações os descontos concedidos,
desde que o pagamento fosse efetivado em 30 dias.

II. Nas vendas para grandes consumidores, dava bonificações em mercadorias e incluía o valor de tais
bonificações na base de cálculo do ICMS.

III. Nas vendas a consumidores finais, não incluía o valor do IPI na base de cálculo do ICMS.

IV. Nas vendas para contribuintes de Belo Horizonte/MG e Feira de Santana/BA, destacava o ICMS com
alíquota de 7%.

Nessas condições, o AFR corretamente impugnou APENAS os procedimentos

a) I, II e III.

b) I, III e IV.

c) I e II.

d) II e III.

e) III e IV.

Comentários:

(I) Deve impugnar. Os descontos concedidos sob condição devem integrar a BC do ICMS.

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Desconto • Não integra a


Incondicional BC do ICMS

Desconto • Integra a BC
Condicional do ICMS

(II) Não deve impugnar. As bonificações não são isentas. Falei durante a aula que existem situações em que
o preço da mercadoria ou do serviço é desconhecido, seja por não estar destacado na nota, seja por ser
doação ou bonificação...Nesses casos é necessário estipular um preço para que seja realizada a cobrança do
ICMS.

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Falta de valor da
operação

Produtor,
Comerciante Industrial extrator ou
gerador

Preço FOB à vista Preço FOB à vista Preço corrente no


mercado atacadista
1ª Opção (Preço em operação (Preço em operação local. Na falta,
mais recente) mais recente)
regional

Preço corrente no Preço corrente no


2ª Opção mercado atacadista mercado atacadista
local. Na falta, local. Na falta,
regional regional

75% do preço
3ª Opção corrente no varejo

(III) Deve impugnar. O IPI só não integra a BC do ICMS quando operação for fato gerador dos 2 impostos,
entre contribuintes e para comercialização ou industrialização. No caso deste item a operação envolve um
consumidor final (não é para comercialização nem industrialização).

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Industrialização
ou
Comercialização

+
IPI não integra Entre
BC do ICMS contribuintes

+
FG dos 2
impostos

(IV) Deve impugnar. Nas operações interestaduais entre São Paulo e Minas, dois Estados ricos, a alíquota
utilizada deve ser 12%. A alíquota interestadual de São Paulo para a Bahia está correta: 7%.

Gabarito: Letra B.

03. (SEFAZ-SP/FCC/2009) A empresa Zidefonte, fabricante de máquinas para indústria metalúrgica, vende
uma lingoteira para uma siderurgia, por R$ 100.000,00, cobrando, ainda, do cliente, com base em cláusula
contratual, os seguintes valores: R$ 30.000,00 a título de serviços de montagem; R$ 10.000,00 de despesas
de frete; R$ 12.000,00 de despesas de guindaste; R$ 3.000,00 de escolta e R$ 5.000,00 de seguros.
Considerando que o IPI destacado na NF foi de R$ 10.000,00, o valor da base de cálculo é, em R$,

a) 140.000,00.

b) 145.000,00.

c) 155.000,00.

d) 160.000,00.

e) 170.000,00.

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Comentários:

A Lei Kandir em seu art. 13, § 1º expõe as parcelas que compões a BC do ICMS. Vejamos:

Art. 13. § 1º Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput
deste artigo:

II - o valor correspondente a:

a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como


descontos concedidos sob condição;

b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem
e seja cobrado em separado.

Em regra, tudo que é cobrado pelo remetente faz parte da BC do ICMS. Na questão temos:

- R$ 100.000,00 da lingoteira;

- R$ 30.000,00 a título de serviços de montagem;

- R$ 10.000,00 de despesas de frete;

- R$ 12.000,00 de despesas de guindaste;

- R$ 3.000,00 de escolta;

- R$ 5.000,00 de seguros; e

- R$ 10.000 de IPI.

Duas observações precisam ser feitas.

1) Repare que a questão falou que tais despesas foram cobradas do contribuinte e assim devem fazer parte
da BC.

2) O IPI integrará a BC uma vez que a lingoteira será utilizada como material permanente da siderúrgica (não
será para comercialização ou industrialização).

Portanto, somadas todas as parcelas temos que a BC será R$ 170.000.

Gabarito: Letra E.

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04. (SEFAZ-RJ/FGV/2010) Sociedade empresária "X" importou da França uma máquina para seu ativo
permanente. O preço constante dos documentos de importação foi de US$ 1.000,00.

A importadora suportou as seguintes despesas:

I. US$ 100,00 de imposto de importação, à taxa de câmbio de R$ 2,00;

II. R$ 250,00 de IPI;

III. R$ 50,00 de despesas aduaneiras diversas;

IV. R$ 40,00 de frete pelo transporte do porto até seu estabelecimento.

O pagamento da máquina ao exportador estrangeiro foi feito ao câmbio de R$ 2,10 e a alíquota do ICMS
aplicável na importação foi de 18%.

Assinale a alternativa que indique corretamente a base de cálculo do ICMS.

a) igual a R$ 2.600,00.

b) inferior a R$ 2.500,00.

c) igual a R$ 2.540,00.

d) igual a R$ 2.500,00.

e) superior a R$ 3.000,00.

Comentários:

Mais uma questão que trata do ICMS sobre as importações.

Vamos achar o valor do imposto.

BC ICMS NA IMPORTAÇÃO
Mercadoria ($ 1.000 x R$ 2) R$ 2.000
Tributos Federais (II = $ 100 x R$ 2) + R$ 200
Tributos Federais (IPI) + R$ 250
Despesas Alfandegárias + R$ 50
Subtotal = R$ 2.500
ICMS + ???
BCIMP = ???

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Precisamos então utilizar a fórmula apresentada.

Subtotal
BCIMP =
1−alíquota

Logo a BCIMP será R$ 2.500/82% = R$ 3.048,78

Diminuindo-se esse valor de R$ 2.500 temos R$ 548,78.

De posse desses valores agora podemos preencher a planilha da importação.

BC ICMS NA IMPORTAÇÃO
Mercadoria ($ 1.000 x R$ 2) R$ 2.000
Tributos Federais (II = $ 100 x R$ 2) + R$ 200
Tributos Federais (IPI) + R$ 250
Despesas Alfandegárias + R$ 50
Subtotal = R$ 2.500
ICMS + 548,78
BCIMP = 3.048,78

Obs: O câmbio a ser utilizado deve ser o mesmo utilizado para a conversão do II, não importando o câmbio
da data do pagamento.

Gabarito: Letra E.

05. (SEFAZ-RJ/FGV/2010) Sociedade empresária industrial, com relação aos produtos que fabrica e vende,
sofre incidência de IPI à alíquota de 15% e concede desconto de 10% apenas para os clientes que firmarem
contrato de financiamento com outra empresa do mesmo grupo.

Com relação à base de cálculo do ICMS, assinale a alternativa que apresenta incorreção referente à
incidência de IPI e à concessão de desconto.

a) O valor do IPI não é incluído na base de cálculo do ICMS, no caso de as vendas destinarem-se à
industrialização por adquirentes contribuintes / O valor correspondente ao desconto inclui-se na base de
cálculo do ICMS, eis que concedido de maneira condicionada.

b) O valor do IPI é incluído na base de cálculo do ICMS, no caso de as vendas destinarem-se à comercialização
por adquirentes contribuintes / O valor correspondente ao desconto não se inclui na base de cálculo do
ICMS, eis que concedido de maneira condicionada.

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c) O valor do IPI não é incluído na base de cálculo do ICMS, no caso de as vendas destinarem-se a órgão da
Administração Pública Municipal / O valor correspondente ao desconto inclui-se na base de cálculo do ICMS,
salvo se concedido de maneira não condicionada.

d) O valor do IPI é incluído na base de cálculo do ICMS, no caso de as vendas destinarem-se ao consumo por
adquirentes não contribuintes / O valor correspondente ao desconto não se inclui na base de cálculo do
ICMS, eis que concedido de maneira condicionada.

e) O valor do IPI não é incluído na base de cálculo do ICMS, no caso de as vendas destinarem-se à
comercialização ou à industrialização por adquirentes contribuintes / O valor correspondente ao desconto
inclui-se na base de cálculo do ICMS, eis que concedido de maneira condicionada.

Comentários:

O IPI não integrará a BC do ICMS se a operação for fato gerador dos dois impostos, entre contribuintes e
destinado a comercialização ou industrialização.

O desconto narrado pela questão é um desconto condicional, que integra a BC do ICMS.

Desconto • Não integra a


Incondicional BC do ICMS

Desconto • Integra a BC
Condicional do ICMS

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Industrialização
ou
Comercialização

+
IPI não integra BC Entre
do ICMS contribuintes

+
FG dos 2
impostos

Vamos às alternativas:

(a) Correto, o IPI não integra a BC tendo em vista se tratar de operação destinada a contribuinte para
industrialização / Correto, o desconto é condicional e se inclui na BC.

(b) Falso, o IPI não integra a BC tendo em vista se tratar de operação destinada a contribuinte para
comercialização / Falso, o desconto é condicional e se inclui na BC.

(c) Falso, o IPI integra a BC tendo em vista se tratar de operação destinada a não contribuinte para uso e
consumo / Correto, o desconto é condicional e se inclui na BC.

(d) Correto, o IPI integra a BC tendo em vista se tratar de operação destinada a não contribuinte / Falso, o
desconto é condicional e se inclui na BC.

(e) Correto, o IPI não integra a BC tendo em vista se tratar de operação destinada a contribuinte para
comercialização ou industrialização / Correto, o desconto é condicional e se inclui na BC.

Assim, a única alternativa que possui 2 quesitos errados é a letra (b).

Gabarito: Letra B.

06. (SEFAZ-RJ/FGV/2010) Sociedade empresária com atividade comercial, vende e transporta as


mercadorias que aliena até o domicílio do comprador, cobrando R$ X pela mercadoria e acrescentando R$
Y a título de frete.

Com relação ao ICMS devido por tal contribuinte, assinale a afirmativa correta.

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a) O ICMS deve ser calculado apenas sobre R$ Y.

b) O ICMS deve ser calculado apenas sobre R$ X.

c) O ICMS deve ser calculado sobre o resultado da diferença entre R$ X e R$ Y.

d) O ICMS deve ser calculado sobre o resultado da soma de R$ X e R$ Y.

e) O ICMS deve ser calculado sobre o resultado da soma de R$ X e R$ Y, apenas se este último valor constar
da competente nota fiscal.

Comentários:

Questão bem fácil que não podemos errar na prova, hein?

Art. 13. § 1º Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput
deste artigo:

II - o valor correspondente a:

a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como


descontos concedidos sob condição;

b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem
e seja cobrado em separado.

A única alternativa que poderia gerar um pouco mais de dúvida é a (e). Não é pelo fato de o frete não estar
na nota fiscal que não incidirá ICMS. Mesmo o frete sendo cobrado em separado haverá a cobrança do
imposto.

Gabarito: Letra D.

07. (SEFAZ-AC/CESPE/2006/Adaptada) A base de cálculo do ICMS assume diferentes contornos, de acordo


com a operação tributável. Quando a operação consistir na importação de mercadorias, a base de cálculo
vai além do valor dessas mercadorias, pois acrescentam-se outros componentes em sua formação.

Nesse sentido, os componentes acrescidos à base de cálculo no caso de importação de mercadorias não
incluem o valor pago ou devido a título de

a) imposto de importação.

b) taxas de armazenagem.

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c) imposto sobre produtos industrializados.

d) imposto sobre operações de câmbio.

e) todas os anteriores são incluídos na BC.

Comentários:

Outra questão bem tranquila! As despesas portuárias, taxas de armazenagem não compõem a BC do ICMS
na importação.

Gabarito: Letra B.

08. (SEFAZ-CE/ESAF/2007) A indústria de tecidos A, situada em Fortaleza, deu saída a 12 peças de tecido
vendidas ao estabelecimento industrial B, de outra pessoa jurídica, situado em outro município no Estado
do Ceará, para serem utilizadas na industrialização de outros produtos. O transporte correu por conta e
ordem do remetente. (Considerar alíquota interna de 17%).

Indique, nas opções abaixo, qual o valor calculado do imposto, considerando os seguintes dados
relacionados com a operação:

Preço total de venda - R$ 6.000,00

IPI - R$ 300,00

Frete, não cobrado em separado - R$ 80,00

Seguro - debitado ao comprador - R$ 20,00

a) R$ 1.074,40.

b) R$ 1.023,40.

c) R$ 1.088,00.

d) R$ 722,40.

e) R$ 1.037,00.

Comentários:

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Primeiramente devemos nos atentar que o IPI não integrará a BC do ICMS uma vez que a operação é realizada
entre contribuinte para industrialização. Em segundo lugar vemos que o frete não foi cobrado em separado
(já está incluído no preço total de venda e não devemos somá-lo à BC). Por fim, temos que o seguro foi
cobrado do comprador, devendo ser incluído na BC. Repare que o seguro foi debitado do comprador:

Art. 13. § 1º Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput
deste artigo:

II - o valor correspondente a:

a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como


descontos concedidos sob condição;

b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem
e seja cobrado em separado.

Então temos como BC o preço total de venda + seguro debitado do comprador (R$ 6.000 + R$ 20 = R$ 6.020).
Logo o ICMS a recolher é de R$ 1.023,40 (17% x R$ 6.020).

Gabarito: Letra B.

09. (SEFAZ-GO/UEG/2004) Sobre a base de cálculo do ICMS, à luz do regulamento do ICMS vigente no
Estado de Goiás, é INCORRETO afirmar:

a) A base de cálculo do imposto na operação relativa à circulação de mercadoria é o valor da operação.

b) A base de cálculo do imposto na prestação de serviço de transporte ou de comunicação é o valor da


prestação.

c) Na importação do exterior, a base de cálculo do imposto é o valor da mercadoria ou do bem constante do


documento de importação.

d) No fornecimento de alimentação, bebida ou outra mercadoria em bar, restaurante e estabelecimento


similar, o valor da operação compreende mercadoria e serviço.

e) Integra a base de cálculo do imposto o valor do correspondente ao montante do próprio imposto,


constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle.

Comentários:

Questão bem literal a respeito da BC do ICMS.

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As alternativas (a) e (b) estão corretas e tratam da regra geral da BC: o valor da operação e da prestação.

Art. 13. A base de cálculo do imposto é:

I - na saída de mercadoria prevista nos incisos I, III e IV do art. 12, o valor da operação;

III - na prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de


comunicação, o preço do serviço;

(c) Falso. Já deu pra perceber o quanto o examinador gosta da BC do ICMS na importação, né? Na importação
não é só o valor da mercadoria que forma a BC. Temos as despesas aduaneiras, os tributos federais, o valor
da mercadoria, o montante do próprio imposto etc.

(d) Correto. Falamos durante a aula que as gorjetas, por exemplo, estão inclusas na BC do ICMS no
fornecimento de alimentação e bebidas. Vejamos:

Art. 13. A base de cálculo do imposto é:

II - na hipótese do inciso II do art. 12, o valor da operação, compreendendo mercadoria e


serviço;

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

II - do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer


estabelecimento;

(e) Correto. Transcrição literal do § 1º, I, do art. 13.

Art. 3º. § 1º Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput
deste artigo:

I - o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação


para fins de controle;

Gabarito: Letra C.

10. (SEFAZ-MS/ESAF/2001) Determinado estabelecimento contribuinte deu saída, para outro


estabelecimento contribuinte situado em outro município no Estado do Mato Grosso do Sul, a produto
tributado pelo ICMS, destinado à comercialização. A operação teve as seguintes características:

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a) Valor normal da mercadoria: R$ 10.300,00 (dez mil e trezentos reais)

b) Desconto incondicional concedido: R$ 300,00 (trezentos reais)

c) Seguro debitado ao adquirente: R$ 200,00 (duzentos reais)

d) IPI: R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais)

e) Frete destacado na nota fiscal e cobrado do adquirente: R$ 200,00 (duzentos reais)

f) Prazo para pagamento: 30 dias

g) Desconto para pagamento antecipado: 5%

Sabendo-se que o pagamento foi efetuado dez dias antes do vencimento, assinale, entre as opções abaixo,
a que corresponde à base de cálculo do ICMS.

a) R$ 10.700,00.

b) R$ 10.150,00.

c) R$ 9.900,00.

d) R$ 10.650,00.

e) R$ 10.400,00.

Comentários:

O IPI não integrará a BC do ICMS uma vez que a operação se dá entre contribuintes para comercialização.
Além disso, não se inclui na base de cálculo o desconto incondicional concedido. Os demais itens devem
compor a BC.

Então temos a seguinte BC = R$ 10.300 (valor normal da mercadoria) – 300 (desconto incondicional) + 200
(seguro) + 200 (frete) = R$ 10.400.

Gabarito: Letra E.

11. (SEFAZ-MS/ESAF/2006) Uma indústria vende para outra uma mercadoria no valor de R$ 2.000,00. Essa
segunda indústria vende para um varejista a mesma mercadoria por R$ 3.000,00. O varejista, por sua vez,
vende tal mercadoria ao consumidor final por R$ 4.300,00.

Considerando que em todas as operações há incidência de ICMS à alíquota de 10%, qual é o valor de tal
tributo a ser efetivamente recolhido no momento da venda ao consumidor final?

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a) R$ 100,00.

b) R$ 130,00.

c) R$ 230,00.

d) R$ 300,00.

e) R$ 430,00.

Comentários:

O varejista vendeu por R$ 4.300 com alíquota de 10%, devendo se debitar de R$ 430 (10% x R$ 4.300).
Entretanto a operação de entrada veio com destaque de ICMS no valor de R$ 300 (10% x R$ 3.000). Cotejando
o débito de R$ 430 com o crédito de R$ 300 da operação anterior tem-se um débito de R$ 130 (R$ 430 – R$
300) para ser efetivamente recolhido.

Gabarito: Letra B.

12. (SEFAZ-MS/ESAF/2006) A base de cálculo do ICMS em operação sem valor pode ser:

a) o custo da mercadoria em estabelecimento industrial.

b) o custo da mercadoria em estabelecimento comercial, mesmo que ela seja destinada a estabelecimento
industrial.

c) o preço da mercadoria em estabelecimento comercial do domicílio do destinatário.

d) o custo da mercadoria em estabelecimento industrial, caso o remetente seja comerciante.

e) o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista do local da operação.

Comentários:

Perceba que na ausência de valor da operação ou utilizaremos o preço FOB (comerciante ou industrial) ou o
preço corrente no mercado atacadista local ou na falta, regional. Em nenhum momento será o custo da
mercadoria, o que nos faz eliminar as alternativas (a), (b) e (d). A letra (c) também está incorreta uma vez
que o preço sempre terá como base o local onde está localizado o remetente. Ademais, não existe essa
previsão descrita na letra (c) na lei Kandir. A letra (e) é nossa resposta, conforme podemos verificar no nosso
esqueminha.

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Gabarito: Letra E.

13. (SEFAZ-RN/ESAF/2005) Estabelecimento industrial situado no Rio Grande do Norte deu saída, para
estabelecimento de terceiro, contribuinte do ICMS, situado em outro Estado, a uma máquina para ser
comercializada. O preço da máquina era de R$ 20.000,00, mas foi concedido um desconto promocional de
R$ 1.000,00. A pedido do adquirente, foi feito seguro, sendo-lhe debitado o valor correspondente, de R$
200,00. O IPI incidente na operação foi de R$ 200,00 e o prazo para pagamento foi de 30 dias, com previsão
de desconto para pagamento antecipado. A máquina foi transportada do Rio Grande do Norte para o
estabelecimento do adquirente por empresa por ele contratada em seu próprio Estado, e à qual pagou
frete no valor de R$ 100,00. O adquirente liquidou a fatura antes do vencimento, obtendo o desconto de
2%.

Considerando a situação descrita, assinale, entre as opções abaixo, a que corresponde ao valor do ICMS
destacado na nota fiscal.

a) R$ 2.304,00.

b) R$ 3.264,00.

c) R$ 2.316,00.

d) R$ 3.281,00.

e) R$ 2.257,29.

Comentários:

O IPI não integrará a BC do ICMS uma vez que a operação se dá entre contribuintes para comercialização.
Além disso, não se inclui na base de cálculo o desconto incondicional concedido. Já o desconto condicional
entra normalmente na BC. Repare também que o frete foi contratado por fora pelo adquirente. Assim, o
remetente não tem qualquer relação com quem vai realizar o transporte e por isso o frete FOB também não
comporá a BC.

Então temos a seguinte BC = R$ 20.000 (valor normal da mercadoria) – R$ 1.000 (desconto incondicional) +
200 (seguro) = R$ 19.200.

Assim, o valor destacado na nota fiscal será de R$ 2.304 (12% de alíquota interestadual x R$ 19.200).

Gabarito: Letra A.

14. (SEFAZ-RS/FUNDATEC/2009) Não integra a base de cálculo do ICMS nas operações com mercadorias:

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a) O valor correspondente a seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como
descontos concedidos sob condição.

b) O montante do IPI, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado a
industrialização ou a comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos.

c) O valor correspondente a frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta
e ordem e seja cobrado em separado.

d) O montante do IPI, quando a mercadoria se destinar a consumo ou ativo permanente do estabelecimento


destinatário ou a consumidor final.

e) O montante do próprio imposto.

Comentários:

As alternativas (a), (c) e (e) são transcrições literais previstas no § 1º, I e II do art. 13 e integram a BC do ICMS
assim como a alternativa (d). Já vimos que o montante do IPI só não integra a BC do ICMS se a operação for
entre contribuintes, tiver fato gerador dos dois impostos e for destinada a industrialização ou
comercialização.

Art. 3. § 1º Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput


deste artigo:

I - o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação


para fins de controle;

II - o valor correspondente a:

a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como


descontos concedidos sob condição;

b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem
e seja cobrado em separado.

Gabarito: Letra B.

15. (SEFIN-RO/FCC/2010) A base de cálculo do ICMS no fornecimento de alimentação, bebidas e outras


mercadorias é

a) o valor da operação, compreendendo a mercadoria e o serviço.

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b) apenas o valor da mercadoria fornecida.

c) apenas o preço do serviço prestado no fornecimento.

d) o valor da operação acrescido do imposto sobre produtos industrializados e de quaisquer outras taxas.

e) o valor da prestação de serviço acrescido do imposto sobre produtos industrializados e de quaisquer


outras taxas.

Comentários:

Mais uma vez o examinador solicita o conhecimento sobre a BC no fornecimento de alimentação e bebidas.

Art. 13. A base de cálculo do imposto é:

II - na hipótese do inciso II do art. 12, o valor da operação, compreendendo mercadoria e


serviço;

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

II - do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer


estabelecimento;

Sabemos que nesses casos a BC é formada tanto pela mercadoria quanto pelo serviço.

Gabarito: Letra A.

16. (SEFAZ-RS/FUNDATEC/2014) Em relação ao crédito fiscal de ICMS, assinale a alternativa incorreta.

a) O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do Imposto de que se tiver creditado sempre que o serviço
tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento for integrada ou consumida em processo de produção
industrial ou agropecuária, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do
Imposto.

b) Não se estornam créditos fiscais relativos às mercadorias que entram no estabelecimento para integração
ou consumo em processo de produção de mercadorias industrializadas, inclusive semielaboradas, destinadas
ao exterior.

c) Para fins de compensação, é assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do Imposto


anteriormente cobrado e destacado na 1ª via do documento fiscal, em operações de que tenha resultado a

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entrada de energia elétrica no estabelecimento, apenas quando for consumida no processo de


industrialização.

d) O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do Imposto de que se tiver creditado sempre que o serviço
tomado, ou a mercadoria que entrou no estabelecimento, vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do
estabelecimento.

e) Não se estornam créditos fiscais relativos às mercadorias e serviços que venham a ser objeto de operações
ou prestações destinadas ao exterior ou de operações com papel destinado à impressão de livros, jornais e
periódicos.

Comentários:

Todas a questão pode ser respondida com o descrito no art. 21 da lei Kandir. Vamos às alternativas:

(a) Correto. Se a saída posterior for não tributada não há que se falar em crédito! É o disposto no inciso II do
art. 21.

(b) e (e) Corretos. Nas exportações, além de se ter imunidade, não se estornam os créditos. É o disposto no
parágrafo segundo do art. 21.

(d) Correto. Se a mercadoria for utilizada em fim que não seja o da empresa, deve ser realizado o estorno do
crédito. É o caso do supermercado que utiliza alimentos para realizar uma festa para seus funcionários. É o
disposto no inciso III do art. 21.

Art. 21. O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver creditado
sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento:

I - for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta
circunstância imprevisível na data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço;

II - for integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída do


produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto;

III - vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento;

IV - vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se.

§ 2º Não se estornam créditos referentes a mercadorias e serviços que venham a ser


objeto de operações ou prestações destinadas ao exterior ou de operações com o papel
destinado à impressão de livros, jornais e periódicos.

(c) Falso. A lei Kandir estabeleceu 4 possibilidades de se realizar o creditamento sobre operações com energia
elétrica, não sendo apenas nos casos de utilização no processo produtivo. Veja:

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Art. 33. II – somente dará direito a crédito a entrada de energia elétrica no


estabelecimento:

a) quando for objeto de operação de saída de energia elétrica;

b) quando consumida no processo de industrialização;

c) quando seu consumo resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na


proporção destas sobre as saídas ou prestações totais; e

d) a partir de 1º de janeiro de 2033 nas demais hipóteses;

Gabarito: Letra C.

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LISTA DE QUESTÕES
01. (SEFAZ-SP/FCC/2006) Determinado contribuinte do ICMS importou um equipamento do exterior para
o seu ativo permanente, com os seguintes dados da operação:

- Valor da importação convertido em moeda nacional: R$ 200.000,00;

- Imposto de importação: R$ 10.000,00;

- Despesas pagas a repartição alfandegária: R$ 5.000,00;

- Frete interno do porto até o estabelecimento: R$ 6.000,00;

- Data do desembaraço aduaneiro: 30/11;

- Data da entrada física da mercadoria no estabelecimento: 2/12;

- Alíquota interna relativa à mercadoria: 18%.

Considerando que o montante do ICMS integra sua própria base de cálculo, inclusive na importação, o
valor do ICMS devido e o momento da ocorrência do fato gerador são, nessa ordem,

a) R$ 39.780,00 e 30/11.

b) R$ 39.780,00 e 02/12.

c) R$ 47.195,12 e 30/11.

d) R$ 47.195,12 e 02/12.

e) R$ 262.195,12 e 02/12.

02. (SEFAZ-SP/FCC/2006) Zeus, experiente AFR, notou as seguintes situações no estabelecimento de


Plácido e Silva, industrial de utensílios domésticos, estabelecido em São Paulo, capital:

I. Nas vendas para atacadistas, não incluía na base de cálculo das operações os descontos concedidos,
desde que o pagamento fosse efetivado em 30 dias.

II. Nas vendas para grandes consumidores, dava bonificações em mercadorias e incluía o valor de tais
bonificações na base de cálculo do ICMS.

III. Nas vendas a consumidores finais, não incluía o valor do IPI na base de cálculo do ICMS.

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IV. Nas vendas para contribuintes de Belo Horizonte/MG e Feira de Santana/BA, destacava o ICMS com
alíquota de 7%.

Nessas condições, o AFR corretamente impugnou APENAS os procedimentos

a) I, II e III.

b) I, III e IV.

c) I e II.

d) II e III.

e) III e IV.

03. (SEFAZ-SP/FCC/2009) A empresa Zidefonte, fabricante de máquinas para indústria metalúrgica, vende
uma lingoteira para uma siderurgia, por R$ 100.000,00, cobrando, ainda, do cliente, com base em cláusula
contratual, os seguintes valores: R$ 30.000,00 a título de serviços de montagem; R$ 10.000,00 de despesas
de frete; R$ 12.000,00 de despesas de guindaste; R$ 3.000,00 de escolta e R$ 5.000,00 de seguros.
Considerando que o IPI destacado na NF foi de R$ 10.000,00, o valor da base de cálculo é, em R$,

a) 140.000,00.

b) 145.000,00.

c) 155.000,00.

d) 160.000,00.

e) 170.000,00.

04. (SEFAZ-RJ/FGV/2010) Sociedade empresária "X" importou da França uma máquina para seu ativo
permanente. O preço constante dos documentos de importação foi de US$ 1.000,00.

A importadora suportou as seguintes despesas:

I. US$ 100,00 de imposto de importação, à taxa de câmbio de R$ 2,00;

II. R$ 250,00 de IPI;

III. R$ 50,00 de despesas aduaneiras diversas;

IV. R$ 40,00 de frete pelo transporte do porto até seu estabelecimento.

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O pagamento da máquina ao exportador estrangeiro foi feito ao câmbio de R$ 2,10 e a alíquota do ICMS
aplicável na importação foi de 18%.

Assinale a alternativa que indique corretamente a base de cálculo do ICMS.

a) igual a R$ 2.600,00.

b) inferior a R$ 2.500,00.

c) igual a R$ 2.540,00.

d) igual a R$ 2.500,00.

e) superior a R$ 3.000,00.

05. (SEFAZ-RJ/FGV/2010) Sociedade empresária industrial, com relação aos produtos que fabrica e vende,
sofre incidência de IPI à alíquota de 15% e concede desconto de 10% apenas para os clientes que firmarem
contrato de financiamento com outra empresa do mesmo grupo.

Com relação à base de cálculo do ICMS, assinale a alternativa que apresenta incorreção referente à
incidência de IPI e à concessão de desconto.

a) O valor do IPI não é incluído na base de cálculo do ICMS, no caso de as vendas destinarem-se à
industrialização por adquirentes contribuintes / O valor correspondente ao desconto inclui-se na base de
cálculo do ICMS, eis que concedido de maneira condicionada.

b) O valor do IPI é incluído na base de cálculo do ICMS, no caso de as vendas destinarem-se à comercialização
por adquirentes contribuintes / O valor correspondente ao desconto não se inclui na base de cálculo do
ICMS, eis que concedido de maneira condicionada.

c) O valor do IPI não é incluído na base de cálculo do ICMS, no caso de as vendas destinarem-se a órgão da
Administração Pública Municipal / O valor correspondente ao desconto inclui-se na base de cálculo do ICMS,
salvo se concedido de maneira não condicionada.

d) O valor do IPI é incluído na base de cálculo do ICMS, no caso de as vendas destinarem-se ao consumo por
adquirentes não contribuintes / O valor correspondente ao desconto não se inclui na base de cálculo do
ICMS, eis que concedido de maneira condicionada.

e) O valor do IPI não é incluído na base de cálculo do ICMS, no caso de as vendas destinarem-se à
comercialização ou à industrialização por adquirentes contribuintes / O valor correspondente ao desconto
inclui-se na base de cálculo do ICMS, eis que concedido de maneira condicionada.

06. (SEFAZ-RJ/FGV/2010) Sociedade empresária com atividade comercial, vende e transporta as

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mercadorias que aliena até o domicílio do comprador, cobrando R$ X pela mercadoria e acrescentando R$
Y a título de frete.

Com relação ao ICMS devido por tal contribuinte, assinale a afirmativa correta.

a) O ICMS deve ser calculado apenas sobre R$ Y.

b) O ICMS deve ser calculado apenas sobre R$ X.

c) O ICMS deve ser calculado sobre o resultado da diferença entre R$ X e R$ Y.

d) O ICMS deve ser calculado sobre o resultado da soma de R$ X e R$ Y.

e) O ICMS deve ser calculado sobre o resultado da soma de R$ X e R$ Y, apenas se este último valor constar
da competente nota fiscal.

07. (SEFAZ-AC/CESPE/2006/Adaptada) A base de cálculo do ICMS assume diferentes contornos, de acordo


com a operação tributável. Quando a operação consistir na importação de mercadorias, a base de cálculo
vai além do valor dessas mercadorias, pois acrescentam-se outros componentes em sua formação.

Nesse sentido, os componentes acrescidos à base de cálculo no caso de importação de mercadorias não
incluem o valor pago ou devido a título de

a) imposto de importação.

b) taxas de armazenagem.

c) imposto sobre produtos industrializados.

d) imposto sobre operações de câmbio.

e) todas os anteriores são incluídos na BC.

08. (SEFAZ-CE/ESAF/2007) A indústria de tecidos A, situada em Fortaleza, deu saída a 12 peças de tecido
vendidas ao estabelecimento industrial B, de outra pessoa jurídica, situado em outro município no Estado
do Ceará, para serem utilizadas na industrialização de outros produtos. O transporte correu por conta e
ordem do remetente. (Considerar alíquota interna de 17%).

Indique, nas opções abaixo, qual o valor calculado do imposto, considerando os seguintes dados
relacionados com a operação:

Preço total de venda - R$ 6.000,00

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IPI - R$ 300,00

Frete, não cobrado em separado - R$ 80,00

Seguro - debitado ao comprador - R$ 20,00

a) R$ 1.074,40.

b) R$ 1.023,40.

c) R$ 1.088,00.

d) R$ 722,40.

e) R$ 1.037,00.

09. (SEFAZ-GO/UEG/2004) Sobre a base de cálculo do ICMS, à luz do regulamento do ICMS vigente no
Estado de Goiás, é INCORRETO afirmar:

a) A base de cálculo do imposto na operação relativa à circulação de mercadoria é o valor da operação.

b) A base de cálculo do imposto na prestação de serviço de transporte ou de comunicação é o valor da


prestação.

c) Na importação do exterior, a base de cálculo do imposto é o valor da mercadoria ou do bem constante do


documento de importação.

d) No fornecimento de alimentação, bebida ou outra mercadoria em bar, restaurante e estabelecimento


similar, o valor da operação compreende mercadoria e serviço.

e) Integra a base de cálculo do imposto o valor do correspondente ao montante do próprio imposto,


constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle.

10. (SEFAZ-MS/ESAF/2001) Determinado estabelecimento contribuinte deu saída, para outro


estabelecimento contribuinte situado em outro município no Estado do Mato Grosso do Sul, a produto
tributado pelo ICMS, destinado à comercialização. A operação teve as seguintes características:

a) Valor normal da mercadoria: R$ 10.300,00 (dez mil e trezentos reais)

b) Desconto incondicional concedido: R$ 300,00 (trezentos reais)

c) Seguro debitado ao adquirente: R$ 200,00 (duzentos reais)

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d) IPI: R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais)

e) Frete destacado na nota fiscal e cobrado do adquirente: R$ 200,00 (duzentos reais)

f) Prazo para pagamento: 30 dias

g) Desconto para pagamento antecipado: 5%

Sabendo-se que o pagamento foi efetuado dez dias antes do vencimento, assinale, entre as opções abaixo,
a que corresponde à base de cálculo do ICMS.

a) R$ 10.700,00.

b) R$ 10.150,00.

c) R$ 9.900,00.

d) R$ 10.650,00.

e) R$ 10.400,00.

11. (SEFAZ-MS/ESAF/2006) Uma indústria vende para outra uma mercadoria no valor de R$ 2.000,00. Essa
segunda indústria vende para um varejista a mesma mercadoria por R$ 3.000,00. O varejista, por sua vez,
vende tal mercadoria ao consumidor final por R$ 4.300,00.

Considerando que em todas as operações há incidência de ICMS à alíquota de 10%, qual é o valor de tal
tributo a ser efetivamente recolhido no momento da venda ao consumidor final?

a) R$ 100,00.

b) R$ 130,00.

c) R$ 230,00.

d) R$ 300,00.

e) R$ 430,00.

12. (SEFAZ-MS/ESAF/2006) A base de cálculo do ICMS em operação sem valor pode ser:

a) o custo da mercadoria em estabelecimento industrial.

b) o custo da mercadoria em estabelecimento comercial, mesmo que ela seja destinada a estabelecimento

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industrial.

c) o preço da mercadoria em estabelecimento comercial do domicílio do destinatário.

d) o custo da mercadoria em estabelecimento industrial, caso o remetente seja comerciante.

e) o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista do local da operação.

13. (SEFAZ-RN/ESAF/2005) Estabelecimento industrial situado no Rio Grande do Norte deu saída, para
estabelecimento de terceiro, contribuinte do ICMS, situado em outro Estado, a uma máquina para ser
comercializada. O preço da máquina era de R$ 20.000,00, mas foi concedido um desconto promocional de
R$ 1.000,00. A pedido do adquirente, foi feito seguro, sendo-lhe debitado o valor correspondente, de R$
200,00. O IPI incidente na operação foi de R$ 200,00 e o prazo para pagamento foi de 30 dias, com previsão
de desconto para pagamento antecipado. A máquina foi transportada do Rio Grande do Norte para o
estabelecimento do adquirente por empresa por ele contratada em seu próprio Estado, e à qual pagou
frete no valor de R$ 100,00. O adquirente liquidou a fatura antes do vencimento, obtendo o desconto de
2%.

Considerando a situação descrita, assinale, entre as opções abaixo, a que corresponde ao valor do ICMS
destacado na nota fiscal.

a) R$ 2.304,00.

b) R$ 3.264,00.

c) R$ 2.316,00.

d) R$ 3.281,00.

e) R$ 2.257,29.

14. (SEFAZ-RS/FUNDATEC/2009) Não integra a base de cálculo do ICMS nas operações com mercadorias:

a) O valor correspondente a seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como
descontos concedidos sob condição.

b) O montante do IPI, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado a
industrialização ou a comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos.

c) O valor correspondente a frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta
e ordem e seja cobrado em separado.

d) O montante do IPI, quando a mercadoria se destinar a consumo ou ativo permanente do estabelecimento

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destinatário ou a consumidor final.

e) O montante do próprio imposto.

15. (SEFIN-RO/FCC/2010) A base de cálculo do ICMS no fornecimento de alimentação, bebidas e outras


mercadorias é

a) o valor da operação, compreendendo a mercadoria e o serviço.

b) apenas o valor da mercadoria fornecida.

c) apenas o preço do serviço prestado no fornecimento.

d) o valor da operação acrescido do imposto sobre produtos industrializados e de quaisquer outras taxas.

e) o valor da prestação de serviço acrescido do imposto sobre produtos industrializados e de quaisquer


outras taxas.

16. (SEFAZ-RS/FUNDATEC/2014) Em relação ao crédito fiscal de ICMS, assinale a alternativa incorreta.

a) O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do Imposto de que se tiver creditado sempre que o serviço
tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento for integrada ou consumida em processo de produção
industrial ou agropecuária, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do
Imposto.

b) Não se estornam créditos fiscais relativos às mercadorias que entram no estabelecimento para integração
ou consumo em processo de produção de mercadorias industrializadas, inclusive semielaboradas, destinadas
ao exterior.

c) Para fins de compensação, é assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do Imposto


anteriormente cobrado e destacado na 1ª via do documento fiscal, em operações de que tenha resultado a
entrada de energia elétrica no estabelecimento, apenas quando for consumida no processo de
industrialização.

d) O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do Imposto de que se tiver creditado sempre que o serviço
tomado, ou a mercadoria que entrou no estabelecimento, vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do
estabelecimento.

e) Não se estornam créditos fiscais relativos às mercadorias e serviços que venham a ser objeto de operações
ou prestações destinadas ao exterior ou de operações com papel destinado à impressão de livros, jornais e
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GABARITO

1. C 7. B 13. A
2. B 8. B 14. B
3. E 9. C 15. A
4. E 10. E 16. C
5. B 11. B
6. D 12. E

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SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - parte II - 2023 (Pós-Edital)
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