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Autor:
Rafael Rocha (Caverna)
17 de Março de 2023
1 – Introdução .............................................................................................................. 2
2 – O ITCD na Constituição Federal e na visão do STF ................................... 3
3 – Da Competência e da Incidência ................................................................... 8
4 – Momento da Ocorrência do Fato Gerador ................................................ 16
5 – Da Não Incidência e da Isenção .................................................................... 17
6 – Da Sujeição Passiva .......................................................................................... 27
7 – Da Base de Cálculo ........................................................................................... 30
8 – Das Alíquotas...................................................................................................... 41
9 – Das Obrigações do Contribuinte e do Recolhimento do ITCD ........... 45
10 – Das Penalidades............................................................................................... 49
11 – Da Administração Tributária, da Restituição e do Parcelamento .... 55
12 – Bateria de Questões ........................................................................................ 57
13 – Lista de Questões............................................................................................. 66
14 - Gabarito............................................................................................................... 71
15 - Bibliografia ......................................................................................................... 72
SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital)
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1 – INTRODUÇÃO
A nossa presente aula vai tratar do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de
Quaisquer Bens ou Direitos. Chamado de ITCMD, ITCD, ITD, ICD e IHD.
Estudaremos a lei estadual 7.850/02 e o decreto estadual 2.125/03, que tratam do nosso
imposto (que trataremos por ITCD).
Os arts. 48-A a 48-L do RITCD serão vistos numa aula extra. Esses dispositivos têm relação
com o processo de conhecimento e de execução pertinente a pedido de revisão interposto pelo
sujeito passivo quanto a lançamento tributário do ITCD que tenha sido formalizado por Aviso de
Cobrança Fazendário ou Notificação/Auto de Infração – NAI, além de outros temas relativos ao
processamento eletrônicos de tais processos. É tipo o PAT do ITCD. Por que coloquei numa aula extra
? Pois creio que a chance de cair é praticamente zero (só cai se o examinador estiver lendo esse PDF
e quiser me derrubar). São poucas questões de LTE e muitos assuntos, então imagino que teremos
“o de sempre”, em relação em ITCD (sujeição ativa e passiva, hipóteses de incidência, de isenção e
não incidência).
Via de regra, nos guiaremos pela lei. Sempre que houver algo relevante no decreto, irei
acrescentar e destacar para que saibam que estou me referindo a ele.
Costumo dizer que esse imposto é “8 ou 80”. Ou você paga muito feliz (por receber uma
doação, por exemplo) ou muito triste (em decorrência do óbito de algum parente muito próximo ou
de uma separação).
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Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos.
§ 1º O imposto previsto no inciso I:
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação
do bem, ou ao Distrito Federal;
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar
o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
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2) arrolamento: forma mais simples e rápida de partilhar os bens do falecido onde alguns
atos processuais realizados no inventário são dispensados (depende da concordância dos herdeiros
quanto à partilha dos bens).
Feita essa diferenciação, vamos a um resumo do que dispõe o § 1º do art. 155, da CF/88:
BENS SUJEITO ATIVO
Estado (ou DF) onde estiver situado o bem
Imóveis (e respectivos
(regra válida para transmissões causa mortis
direitos)
ou por doação
Na doação: Estado (ou DF) onde tiver
Móveis, títulos e créditos (e domicílio o doador
respectivos direitos) Na transmissão causa mortis: Estado (ou DF)
onde se processar a sucessão
No caso de bem móvel a regra muda. O imposto será devido ao Estado do domicílio do
doador (nas transmissões por doação, obviamente) ou onde se processar o inventário ou
arrolamento (nas transmissões causa mortis).
Exemplo) Dimulé, morador de Sorriso-MT, doou um carro licenciado no Rio de Janeiro-RJ a
um amigo, morador de Porto Velho-RO. Qual é o Estado competente para exigir o ITCD ?
Como o doador está em MT, será esse o Estado competente para cobrar e fiscalizar o ITCD.
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III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário
processado no exterior;
Em relação a esse tema, é muito importante conhecer que os Estados e o Distrito Federal
sempre legislaram sobre o assunto de forma plena, com base na competência concorrente prevista
no art. 24, I, c/c parágrafo 3º, da CF/88. Todavia, no dia 26/02/21, o Supremo concluiu o julgamento
do RE 851.108/SP, sob o rito da repercussão geral, no qual se discutia a possibilidade de os Estados
instituírem o ITCD sobre recebimento (doações e heranças) provenientes do exterior, ante a
inexistência de lei complementar sobre o tema, com base na já referida competência concorrente.
A matéria foi objeto do tema 825, tendo sido fixada a seguinte tese: “é vedado aos Estados e ao
Distrito Federal instituir o ITCD nas hipóteses referidas no art. 155, § 1º, III, da Constituição Federal
sem a intervenção da lei complementar exigida pelo referido dispositivo constitucional”.
O que a maioria do Egrégio Tribunal entendeu foi que a lei complementar a que se refere o
art. 155, § 1º, III, da CF/88, não trata de normas gerais e, por isso, não haveria que se falar no uso da
competência concorrente pelos Estados. Ou seja, seria uma lei necessária a tratar de um assunto
específico que foi reservado à lei complementar pelo texto constitucional. Diferente, por exemplo,
da lei complementar a que se refere o art. 146, III, da CF/88, que trata de normas gerais.
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Quanto à modulação de efeitos da decisão, também por maioria, ficou decidido que o
acórdão produzirá efeitos a contar de sua publicação, ressalvando as ações ajuizadas pendentes de
julgamento. Ou seja, os contribuintes que possuíam ações ajuizadas sobre a matéria, cujo mérito
ainda esteja pendente de análise judicial, terão direito à pleitear a repetição do indébito tributário.
Ok, o STF decidiu isso mesmo, mas guie-se, sempre, pelo que estiver previsto na legislação
tributária. A nossa disciplina é “legislação tributária estadual”. Se o dispositivo não foi revogado, ele
segue válido. Siga essa orientação para qualquer aula de qualquer curso de legislação tributária
estadual. “Ah, tem uma súmula do STF ou do STJ que é diferente do que está previsto na legislação”.
Fique com a legislação, SEMPRE ! No nosso caso, o legislador estadual tratou da incidência do ITCD
nos casos previstos no art. 155, III, da CF/88 (esses que envolvem o “exterior”).
O Senado Federal, por meio da Resolução 09/92, estipulou a alíquota máxima de 8% para o
ITCD.
Por fim, vamos dar uma olhada em alguns entendimentos do STF acerca do nosso imposto
(isso só interesse a vocês, se a banca pedir, expressamente, o entendimento jurisprudencial sobre o
assunto).
Principais Súmulas do STF:
112: O imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da
abertura da sucessão.
113: O imposto de transmissão causa mortis é calculado sobre o valor dos bens na data da
avaliação.
114: O imposto de transmissão causa mortis não é exigível antes da homologação do cálculo.
115: Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a homologação
do juiz, não incide o imposto de transmissão causa mortis.
331: É legítima a incidência do imposto de transmissão causa mortis no inventário por morte
presumida.
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590: Calcula-se o imposto de transmissão causa mortis sobre o saldo credor da promessa de
compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente vendedor.
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3 – DA COMPETÊNCIA E DA INCIDÊNCIA
A partir de agora, vamos “embarcar” na legislação mato-grossense, de fato.
Art. 2º O disposto neste artigo aplica-se sobre a transmissão causa mortis e sobre a
doação a qualquer título de:
I - propriedade, posse, domínio útil ou qualquer outro direito real relativamente a bem
imóvel;
II - bens móveis e semoventes, títulos, créditos ou quaisquer outros direitos.
§ 1º O ITCD alcança, inclusive, a transmissão causa mortis ou doação de:
I - qualquer título ou direito representativo do patrimônio ou capital de sociedade e
companhia, inclusive ação, quota, quinhão, participação civil ou comercial, nacional ou
estrangeira, bem como direito societário, debênture, dividendo e crédito de qualquer
natureza;
II - dinheiro, haver monetário em moeda nacional ou estrangeira e título que o
represente, depósito bancário e crédito em conta corrente, depósito em caderneta de
poupança e a prazo fixo, quota ou participação em fundo mútuo de ações, de renda fixa,
de curto prazo, e qualquer outra aplicação financeira e de risco, seja qual for o prazo e a
forma de garantia;
III - bem incorpóreo em geral, inclusive título e crédito que o represente, qualquer direito
ou ação que tenha de ser exercido e direitos autorais.
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Art. 3º O imposto é devido nas hipóteses abaixo especificadas, sempre que o doador
residir ou tiver domicílio no exterior, e, no caso de morte, se o de cujus possuía bens, era
residente ou teve seu inventário processado fora do País:
I - sendo corpóreo o bem transmitido:
a) quando se encontrar no território do Estado;
b) quando se encontrar no exterior e o herdeiro, legatário ou donatário tiver domicílio
neste Estado;
II - sendo incorpóreo o bem transmitido:
a) quando o ato de sua transferência ou liquidação ocorrer neste Estado;
b) quando o ato referido na alínea anterior ocorrer no exterior e o herdeiro, legatário ou
donatário tiver domicílio neste Estado.
Para o estudo no ITCD, precisaremos abordar – ainda que de forma superficial – alguns pontos
do Direito Civil. Já na incidência precisamos definir alguns institutos para melhor esclarecer os
dispositivos.
a) Sucessão legítima: é a que decorre da lei (Código Civil, no caso). Ocorre quando não há um
testamento válido deixado pelo de cujus.
b) Sucessão testamentária: como já diz o nome, é aquela na qual o de cujus deixa um
testamento (ato de última vontade).
c) Sucessão provisória: é aquela processada nos termos dos arts. 26 a 36 do Código Civil.
Basicamente, ela se dá quando há a declaração de ausência de determinada pessoa. É uma
presunção de que tal pessoa faleceu.
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Vemos, portanto, que de acordo com o art. 1º, I, qualquer uma das espécies de transmissões
causa mortis ensejará a incidência do imposto.
O parágrafo 4º do art. 1º fala que, por ocasião do retorno do ausente, o imposto deverá ser
restituído aos herdeiros. Isso faz sentido, afinal os bens partilhados retornarão ao “ex-ausente”.
O parágrafo 2º trouxe um nome que pode ter chamado atenção: fideicomisso. Basicamente,
o instituto do fideicomisso – arts. 1.951 a 1.960 do Código Civil - é uma operação em que o “de cujus”
(antes de morrer, é claro) nomeia, por testamento, um herdeiro ou legatário (fiduciário) para
receber parte da herança que posteriormente será repassada a uma terceira pessoa
(fideicomissário). Essa é a instituição do fideicomisso. A substituição de fideicomisso (em que
também ocorre a transmissão de bens), em regra, se dará por ocasião da morte do fiduciário.
O parágrafo 6º fala do conceito de “doação”. Doação é qualquer transmissão inter vivos
gratuita de bens móveis, imóveis e direitos a eles relativos. Reparem que a ela consiste num ato em
que o doador, por livre e espontânea vontade (sem esperar nada em troca), transfere bens (ou
direitos) a um beneficiário (= donatário). Esse beneficiário precisa receber o bem (seja de forma
expressa, tácita ou presumida) para que se efetive a transmissão. Ou seja, se eu doo um valor a um
terceiro e este recusa, não há que se falar em doação. Por fim, a herança, ainda que gravada com
alguma cláusula, e a doação feita com encargo ficam sujeitas à incidência do imposto, assim como o
adiantamento de legítima (quando o futuro herdeiro recebe parte de sua herança “antes da hora”.
É o mesmo que uma doação).
Exemplo) Dimulé, já adoecido e moribundo, optou por antecipar parte da herança a um de
seus filhos (José), relativamente às cotas de capital social de uma empresa de que ambos eram
sócios, para evitar qualquer prejuízo operacional, em decorrência de seu falecimento (ou um “olho
grande” por parte dos demais herdeiros). Nesse caso, ele antecipa a legítima (ou parte dela) a um
de seus filhos e será devido, nesse momento, o ITCD pela doação. Quando Dimulé vier a falecer, esse
bem será levado à colação (art. 2.002 do Código Civil) para fins de apuração dos quinhões devidos a
cada um dos herdeiros (afinal de contas, José já recebeu parte da herança que lhe cabia).
Também é doação o excesso não oneroso na partilha de patrimônio comum. Esse excesso
pode ser dar por ocasião da partilha de bens, seja num processo de dissolução de sociedade de fato
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(por separação/divórcio), seja num processo de inventário (podendo ser um excesso de meação –
quando se der em favor da figura do cônjuge-meeiro – ou um excesso de quinhão – quando se der
em favor de um ou mais herdeiros/legatários). É isso que dispõe o parágrafo 5º, do art. 1º.
O parágrafo 1º do art. 1º traz uma disposição que cai em prova com muita frequência:
Vamos, agora, ao art. 2º da nossa lei. Ele apenas reforça o que já sabemos: que o ITCD incide
sobre quaisquer bens (móveis, imóveis, fungíveis, infungíveis, corpóreos e incorpóreos) e direitos
a eles relativos. Por que estou falando sobre isso ? Por causa dos direitos reais.
Mais uma vez, precisaremos adentrar em alguns pontos do Direito Civil.
Os direitos reais estão descritos no Código Civil. São exemplos: usufruto, servidões, anticrese,
hipoteca e etc. Sobre a transmissão desses direitos, bem como sobre a transmissão dos direitos
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sobre a propriedade ou sobre o domínio útil incide também o ITCD. Isso significa que mesmo que
não haja a transmissão da propriedade, mas haja a transmissão do direito a ela incidirá ITCD. Até
aqui, tudo ok.
Mas reparem que a CF/88 em seu art. 156, II, exclui da incidência do ITBI (incidente sobre
transmissões inter vivos, onerosas, de bens imóveis e seus direitos) os direitos reais de garantia.
E em relação ao ITCD, há disposição semelhante no texto constitucional ?
Não !!! A CF/88 não exclui da incidência do ITCD tais direitos, como fez com o ITBI. E nem o
legislador mato-grossense o faz (ao contrário da maioria dos legisladores estaduais). Assim sendo,
com base na nossa lei, o ITCD incide sobre a transmissão de direitos reais de garantia sobre bens
imóveis (p.ex.: hipoteca) e móveis (p.ex.: penhor). “Ah, professor, mas já vi entendimento
jurisprudencial diverso”. Eu também ! Mas, na prova de legislação, recomendo que o aluno se guie
pela literalidade do texto legal.
Os parágrafos 2º, 3º e 4º repetem o que diz a CF/88 acerca da sujeição ativa do ITCD (também
já vimos o assunto no capítulo 2 da nossa aula. Esqueceu ? Segura aí, então:
BENS SUJEITO ATIVO
Estado (ou DF) onde estiver situado o bem
Imóveis (e respectivos
(regra válida para transmissões causa mortis
direitos)
ou por doação
Na doação: Estado (ou DF) onde tiver
Móveis, títulos e créditos (e domicílio o doador
respectivos direitos) Na transmissão causa mortis: Estado (ou DF)
onde se processar a sucessão
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Então, vou deixar um esquema, considerando a regra válida para ambos os tipos de bens
(imóveis e móveis). Pessoal, nos últimos 18 anos, só 4 questões cobraram conhecimento sobre as
situações do ITCD envolvendo “o exterior” e só em uma delas o bem transmitido era imóvel (mas a
legislação do respectivo Estado deixava claro que as regrinhas “do exterior” só se aplicavam para
transmissões de bens móveis, então era moleza).
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Domicílio do
Doador
Local Se doador no
Domicílio do exterior E bem (ou
Donatário sua liquidação) no
exterior
Onde se
processar
inventário ou
arrolamento
de cujus residente
Bens Móveis ou seu inventário
Local do bem no exterior E bem
(Sucessão) (ou sua liquidação)
no MT
de cujus residente
ou seu inventário
Domicílio do no exterior E
Herdeiro,
Legatário bem (ou sua
liquidação) no
exterior
Exemplo) Dimulé, morador de Cuiabá-MT, doou um imóvel localizado em Paris a seu irmão,
morador de São Paulo-SP. Qual é o Estado competente para exigir o ITCD ?
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PEGADINHA ! Não há Estado competente para exigir o ITCD. Afinal, o imposto é devido ao
Estado da localização do bem imóvel e o doador reside no país (então não se aplica a regra “do
exterior”). Cuidado com essa situação.
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RITCD
Art. 4º Ocorre o fato gerador do imposto no momento da:
I – abertura da sucessão, inclusive a decorrente de morte presumida;
II – realização do ato ou celebração do contrato de transmissão do bem ou direito nos
demais casos.
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Muita atenção: as bancas adoram confundir casos de não-incidência com os de isenção. Não
errem isso na prova, por favor !
Comecemos pelas hipóteses de não incidência:
Nas alíneas do inciso I e nos parágrafos 1º, 2º e 3º do art. 5º, nenhuma novidade, pois são
as imunidades genéricas do art. 150, VI, da CF/88, que vocês já viram, exaustivamente, em Direito
Tributário. Um detalhe importantíssimo: as imunidades são aplicáveis às transmissões causa mortis
e doações caso (i) União e demais entes políticos, (ii) autarquias e fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, (iii) partidos políticos e suas fundações, (iv) templos de qualquer culto, (v)
entidades sindicais de trabalhadores, instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos FIGUREM COMO RECEBEDORES DOS BENS TRANSMITIDOS (sendo herdeiros, legatários
ou donatários). Ou seja, se algum desses entes for doador, por exemplo, não há que se falar na
aplicação da imunidade.
Aí os incisos II a IV do art. 5º trazem as novidades.
O inciso II fala sobre a renúncia abdicativa:
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Há duas espécies de renúncia: a abdicativa (não incide o ITCD) e a translativa (incide o ITCD).
Na abdicativa, o herdeiro recusa a herança por completo, sem fazê-lo em relação a determinados
bens ou em favor de determinadas pessoas. Ou seja, ele não renuncia apenas em relação a um ou
outro bem e nem em favor de uma determinada pessoa (p.ex.: um dos filhos renuncia à sua parte
num imóvel, em favor da mãe). Essa renúncia tem por base o art. 1.804 do Código Civil que dispõe
da seguinte forma:
Art. 1.804 - Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a
abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à
herança;
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“de cujus” representa uma renda que está sendo gerada após a morte em favor dos herdeiros. Esse
aluguel não é considerado herança para fins de ITCD, mas sim um rendimento do espólio, uma vez
que o lançamento do imposto deve se reportar à data da ocorrência do fato gerador, que é a data
da abertura da sucessão (= morte).
O inciso IV fala da não incidência do ITCD sobre a chamada vintena testamentária. “O que é
isso, Rafael ?”. Vamos dar uma rápida bisbilhotada no art. 1.987 do Código Civil:
Art. 1.987 - Salvo disposição testamentária em contrário, o testamenteiro, que não seja
herdeiro ou legatário, terá direito a um prêmio, que, se o testador não o houver fixado,
será de um a cinco por cento, arbitrado pelo juiz, sobre a herança líquida, conforme a
importância dela e maior ou menor dificuldade na execução do testamento;
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Passemos aos casos de isenção, previstos no art. 6º. Memorizem todos ! Isso cai em tudo
quanto é prova. Irei comentar aqueles que não são autoexplicativos.
Isenções em transmissões causa mortis:
a) de patrimônio cujo valor total transferido a cada beneficiário (herdeiro/legatário) não
ultrapasse 1.500 UPF/MT.
Vale ressaltar que vocês não precisam se preocupar com o valor da UPF/MT, pois ela varia
mensalmente. Logo, certamente a questão informará o seu valor, caso seja necessário para a
resolução de uma questão.
Vejamos, antes de dar um exemplo, uns dispositivos contidos no RITCD sobre essa isenção:
RITCD
Art. 7º, § 1º Na hipótese da alínea a do inciso I, entende-se por patrimônio total do espólio
o valor relativo ao acervo tributável por este Estado, correspondendo a cada herdeiro
ou legatário uma fração proporcional ao respectivo quinhão ou legado.
§ 2º Relativamente ao disposto nas alíneas a dos incisos I e II:
II – será observado o valor da UPFMT vigente na data da abertura da sucessão, da
avaliação ou da celebração do contrato de doação (= data da ocorrência do fato gerador,
no caso, como preconiza o art. 144, caput, do CTN), conforme o caso.
Ou seja, no parágrafo 1º, o legislador mato-grossense quis deixar claro que a isenção levará
em contra o patrimônio transmitido a cada herdeiro, considerando, apenas, os bens sujeitos à
tributação por MT.
Exemplo) João falece e deixa para seu único filho, José, um imóvel em Campo Grande-MS, no
valor de 10.000 UPF/MT e um veículo licenciado no MT, de valor igual a 1.000 UPF/MT. Sabendo que
o inventário foi processado no MT, é devido o ITCD ao Estado em relação à transmissão causa mortis
dos bens?
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Não. Afinal, só será considerado, para fins de enquadramento na isenção, o bem que será
tributado pelo ITCD em favor de MT. Assim sendo, o único que que comporá o patrimônio total
deixado ao herdeiro monta no valor de 1.000 UPF/MT.
Vamos ver outro exemplo para entender a isenção:
Exemplo) Rosenval, casado sob o regime da comunhão universal de bens com Maria, falece
e deixa para seus dois herdeiros, Eduardo e Luís, uma casa em Cáceres-MT, no valor de R$
600.000,00. Suponha o valor da UPF/MT de 150 reais. É devido o ITCD em relação à transmissão do
imóvel ?
Não. Ora, o imóvel vale, em sua totalidade, 4.000 UPF/MT, certo (600.000/150) ? Mas vimos
que a isenção será baseada no patrimônio transmitido, individualmente, a cada herdeiro. Nesse
caso, sabemos que viúva tem direito à meação (50% do imóvel) no valor de R$ 300.000,00. Aqui nem
devemos falar de isenção, pois sobre a meação não há que se falar em possibilidade de incidência
do imposto. E temos que dividir os outros 50% entre os 2 herdeiros. Logo, cada um deles (Luís e
Eduardo) faz jus ao recebimento de R$ 150.000,00 (25% do imóvel). Esse valor corresponde a 1.000
UPF/MT. Portanto, a transmissão causa mortis aos dois herdeiros está amparada pela isenção.
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falamos de reserva de usufruto, entendemos que o detentor da propriedade plena do imóvel institui
o usufruto para si próprio, transmitindo a nua-propriedade para terceiro.
O usufruto pode se extinto em algumas situações. Elas estão previstas no art. 1.410 do CC.
Vou reproduzir o dispositivo, mas apenas uma vai nos interessar:
Caso a extinção tenha se dado por transmissão causa mortis e o nu-proprietário tenha sido o
instituidor do usufruto (ou seja, o nu-proprietário é que possuía a propriedade plena do imóvel e
instituiu o usufruto em favor de terceiro, que veio a falecer), estaremos diante de uma situação de
isenção. Atenção, se o nu-proprietário instituiu o usufruto sobre um imóvel em favor de terceiro e
veio a falecer dois anos depois, não é caso de extinção de usufruto. A nua-propriedade será
transmitida aos herdeiros, normalmente. Afinal, a morte do nu-proprietário não ocasiona a
extinção do usufruto. Só a do usufrutuário.
Um último detalhe: podemos dizer que a extinção do usufruto sempre estará isenta do ITCD
quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor ? Não. Só haverá a isenção caso essa extinção tenha
se dado em decorrência do falecimento do usufrutuário. Em qualquer outra situação de extinção,
não há previsão para a isenção do imposto.
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d) imóveis rurais ou urbanos, com matrícula oriunda de área pública, nos casos de
legitimação de posse, quando se tratar do seu primeiro registro de direito real. Pessoal, essa
legitimação de posse precede a aquisição da propriedade. Vou tentar explicar o assunto da forma
mais leve possível. O cidadão que estiver morando nesses imóveis públicos, cumpridos uns requisitos
previstos em lei, pode pedir que ele seja reconhecido como o possuidor daquele local. “Ah Rafael, é
tipo a usucapião ?”. É isso aí. Só que a usucapião vem depois da legitimação da posse, pois ela
consiste na aquisição da propriedade (enquanto que a legitimação é da posse). E ambas são
aquisições (de posse ou propriedade) ditas originárias. Ou seja, não é um terceiro que está
transmitindo o bem para o possuidor legítimo (e potencial futuro proprietário). Num julgado antigo
o STF falou sobre essa espécie de aquisição (à época ITBI e ITCD eram “um só” e pertenciam aos
Estados/DF):
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“IMPOSTO DE TRANSMISSAO DE IMÓVEIS. ALCANCE DAS REGRAS DOS ARTS. 23, INC. I, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL E 35 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. USUCAPIAO. A OCUPAÇÃO
QUALIFICADA E CONTINUADA QUE GERA O USUCAPIAO NÃO IMPORTA EM TRANSMISSAO DA
PROPRIEDADE DO BEM. A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA E VEDADA 'ALTERAR A DEFINIÇÃO, O CONTEUDO
E O ALCANCE DOS INSTITUTOS, CONCEITOS E FORMAS DE DIREITO PRIVADO' (ART. 110 DO C.T.N.).
REGISTRO DA SENTENÇA DE USUCAPIAO SEM PAGAMENTO DO IMPOSTO DE TRANSMISSAO.
RECURSO PROVIDO, DECLARANDO-SE INCONSTITUCIONAL A LETRA 'H', DO INC. I, DO ART. 1., DA LEI
N. 5.384, DE27.12.66, DO ESTADO DE RIO GRANDE DO SUL.” (RE 94.580/RS, Rel. Djaci Falcão,
Julgamento em 30/08/1984).
Todavia, a despeito de o julgado falar em não incidência, a nossa lei trata tal situação como
uma hipótese de isenção do ITCD. Muito cuidado com isso. Especialmente se vocês estudaram o
assunto em Direito Tributário.
O RITCD ainda fala do assunto da seguinte forma:
RITCD
Art. 7º, § 4° A isenção prevista neste artigo somente se aplica, em relação à hipótese
prevista na alínea d do inciso II do caput deste preceito, desde que a legitimação da posse
seja concedida a morador cadastrado pelo poder público que, cumulativamente:
I – não seja concessionário, foreiro ou proprietário de outro imóvel urbano ou rural;
II – não seja beneficiário de legitimação de posse concedida anteriormente.
§ 5° Para os fins do disposto neste artigo, respeitadas as disposições do parágrafo
anterior, a legitimação de posse poderá, ainda, ser concedida a coproprietário de gleba,
titular de cotas ou frações ideais, devidamente cadastrado pelo poder público, desde que
exerça seu direito de propriedade em um lote individualizado e identificado no
parcelamento registrado.
O parágrafo 4º ainda estipula duas condições para que o beneficiário possa fruir dessa
isenção:
- Ele não pode ser concessionário, foreiro ou proprietário de outro imóvel (seja ele urbano ou
rural);
- Ele não pode ter sido beneficiário de outra legitimação de posse já concedida (ou seja, é só
uma vez que ele poderá se valer dessa isenção).
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Ou seja, qualquer imóvel (percebam que a lei não restringe o benefício à transmissão de
imóveis residenciais) que seja doado às empresas públicas e sociedades de economia mista do
Estado do MT não se sujeitarão à incidência do ITCD. Dois detalhes que vocês precisam memorizar:
1) Quaisquer doações efetuadas para autarquias e fundações, em geral (e não somente as
estaduais), são casos de não incidência. Já as doações de imóveis feitas à empresa pública ou à
sociedade de economia mista, integrante da Administração Pública Estadual Indireta de MT, serão
isentas do ITCD. 2) Essa isenção é nova e foi introduzida pela lei nº 11.314, de 25 de fevereiro de
2021. Sempre é bom estar atento às novidades.
Ahhh, essa última isenção não está contemplada no RITCD. Vai que a banca cria uma questão
do tipo: “De acordo com o RITCD, não está isenta do imposto a transmissão...”. Nunca se sabe.
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6 – DA SUJEIÇÃO PASSIVA
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EXCEÇÃO: nas transmissões por doação, caso o donatário não seja residente ou domiciliado
no MT (sendo residente/domiciliado em outro Estado ou no exterior, portanto), o DOADOR será o
contribuinte.
“Ah, mas e se ambos residirem em outro Estado ?”
Dá uma olhada na lei... Podemos ter duas situações:
i) Se a transmissão for de bens móveis, o ITCD sobre tais bens será devido a outro Estado
(afinal o doador residirá em fora do MT).
i) Se a transmissão for de bens imóveis localizados no MT (se estiver em outro Estado, nem
precisamos nos preocupar), o ITCD sobre tais bens será devido ao MT e o contribuinte será o doador,
afinal o donatário não reside no MT.
RITCD
Art. 10-A Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, fica atribuída a responsabilidade
pelo pagamento do imposto e acréscimos legais devidos pelo sujeito passivo, pelos atos
e omissões que praticarem e que concorrerem para o não cumprimento de obrigação
tributária vinculada ao ITCD:
I – ao leiloeiro, em relação ao ITCD quando pertinente a bem ou direito transmitido ou
doado e arrematado em leilão;
II – ao administrador judicial, liquidante ou inventariante, em relação ao imposto devido
pela massa falida ou por empresa em processo recuperação judicial, ou pela sociedade
em dissolução ou, ainda, pertinente a bem e direito objeto de inventário, conforme o
caso;
III – ao armazém geral, depositário e demais encarregados da guarda ou comercialização
de mercadorias, quando integrantes do patrimônio do espólio ou for objeto de doação:
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Art. 10-B Responde solidariamente com o sujeito passivo pelas infrações praticadas, em
relação às disposições deste regulamento e demais obrigações contidas na legislação
tributária, o profissional de Contabilidade, responsável pela escrituração fiscal e/ou
contábil do contribuinte, quanto à prestação de informações com omissão ou falsidade.
Parágrafo único. Respondem, também, solidariamente com o sujeito passivo pelas
infrações praticadas, em relação às disposições deste regulamento e demais obrigações
contidas na legislação tributária, no que se refere à prestação de informações com
omissão ou falsidade, o administrador, o advogado, o economista, o correspondente
fiscal, o preposto, bem como toda pessoa que concorra ou intervenha, ativa ou
passivamente, no cumprimento da referida obrigação.
Entendo que tanto o art. 10-A, quanto o art. 10-B tratam de responsabilidade solidária. Ainda
que o art. 10-A não fale isso expressamente, ele menciona o art. 10 que, por sua, vez traz algumas
situações de solidariedade (a “nutella”, como vimos). A diferença é que esses dois dispositivos (10-
A e 10-B) nos trazem a solidariedade “raiz”. Aquela que não prevê um benefício de ordem.
Percebam que na solidariedade do art. 8º da lei, temos o seguinte: “Na impossibilidade de exigência
do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente...”. Já em
ambos os dispositivos destacados do RITCD não há essa condição inicial. Ou seja, não interessa saber
se é possível ou não exigir o cumprimento da obrigação pelo contribuinte, para que seja possível
falarmos na solidariedade.
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7 – DA BASE DE CÁLCULO
Art. 9º. A base de cálculo do imposto é o valor venal do bem ou direito, ou o valor do
título ou crédito, transmitido ou doado.
Parágrafo único. Entende-se por valor venal o valor corrente de mercado do bem ou
direito na data da transmissão pela sucessão ou doação.
Art. 10. Nos casos abaixo especificados, observado o disposto no artigo anterior, a base
de cálculo é:
I - na doação da nua propriedade, na instituição e na extinção de usufruto, uso e
habitação, 70% (setenta por cento) do valor do bem;
II - na instituição de fideicomisso, o valor do bem ou direito;
III - na herança ou legado, o valor aceito pela Fazenda Pública ou fixado judicial ou
administrativamente.
Art. 11. O valor do bem ou direito, base para o cálculo do imposto, nos casos em que este
é pago antes da transmissão, é o da data em que for efetuado o pagamento.
Art. 12. Nas transmissões causa mortis, quando o inventário obedecer ao rito
convencional, e nas demais transmissões não onerosas sujeitas a processos judiciais, a
base de cálculo será o valor do bem ou direito, constante da avaliação judicial.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica quando houver expressa concordância
da Fazenda Pública estadual com o valor atribuído ao bem pelo inventariante ou
testamenteiro, ou dos herdeiros e/ou legatários com o valor proposto pela Fazenda,
desde que, em qualquer dos casos, seja o mesmo homologado pelo Juiz competente.
Art. 13. Ainda nas transmissões causa mortis, quando o inventário e a partilha
obedecerem ao rito sumário, e nas doações de bens e direitos, sempre que a autoridade
fazendária não concordar com o valor atribuído pelos herdeiros, legatários ou donatários,
o imposto será lançado mediante arbitramento da base de cálculo, notificando-se o
contribuinte para que promova o respectivo recolhimento, no prazo legal.
§ 1º O regulamento disporá sobre a forma de reclamação do valor arbitrado, quando
houver discordância do contribuinte.
§ 2º Fica assegurado ao interessado o direito de requerer avaliação judicial, incumbindo-
lhe, nesse caso, o pagamento das despesas.
Art. 14. Na hipótese de sobrepartilha, o imposto devido na transmissão causa mortis será
recalculado para considerar o acréscimo patrimonial de cada quinhão.
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Art. 15. Em qualquer das hipóteses previstas nos arts. 11 a 14, o valor da base de cálculo,
em se tratando de imóvel ou direito a ele relativo, não será inferior:
I - quando urbano, ao valor fixado para o lançamento do Imposto sobre a Propriedade
Territorial Urbana - IPTU;
II - quando rural, ao valor total do imóvel declarado pelo contribuinte para efeito de
lançamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR.
Art. 16. No caso de valores mobiliários, ativos financeiros e outros bens negociados em
bolsa, considera-se valor venal o da cotação média publicada na data do fato gerador.
Art. 17. No caso de ações não negociadas em bolsas, quotas ou outros títulos de
participação em sociedades comerciais ou civis de objetivos econômicos, considera-se
valor venal o seu valor patrimonial na data da ocorrência do fato gerador.
Art. 18. Fica a Secretaria de Estado de Fazenda autorizada a divulgar lista de preços
mínimos para efeitos de base de cálculo do ITCD.
Art. 18-A. Caso a SEFAZ/MT ultrapasse 30 (trinta) dias para apresentar sua avaliação,
poderá o contribuinte efetuar o recolhimento do ITCD mediante guia emitida pela
SEFAZ/MT, tendo por parâmetro:
I - no caso de imóvel rural, o valor previsto no ITR, nos termos do art. 15, II, desta Lei;
II - no caso de imóvel urbano, o valor previsto no IPTU;
III - no caso de veículos automotores, o valor previsto no IPVA;
IV - no caso dos semoventes, os valores previstos nas listas de preços mínimos divulgados
através de Portarias da SEFAZ/MT;
V - nos demais casos, o valor indicado pelo contribuinte.
§ 1º Caso o valor, quando arbitrado pela SEFAZ/MT, seja maior que o adotado como base
de cálculo, a diferença do imposto será paga mediante emissão de guia complementar,
sem nenhuma correção.
§ 2º Caso o valor, quando arbitrado pela SEFAZ/MT, seja menor que o adotado como base
de cálculo, o imposto pago a maior deverá ser restituído ao contribuinte.
§ 3º Caso o contribuinte não concorde com o valor arbitrado pela SEFAZ/MT, poderá
recorrer via administrativa, nos termos do § 1º do art. 13 desta Lei, e, não satisfeito,
poderá também recorrer a via judicial.
Vamos lá. A regra básica da base de cálculo é o valor venal (= valor de venda/de mercado) do
bem - e seus direitos – na data da transmissão. Ou seja, se o óbito ocorreu em 2015 e o inventário
está sendo processado em 2019, o valor considerado para fins da apuração da base de cálculo do
imposto será o de 2015 e não o atual.
Vista a regra, passemos às disposições específicas:
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O inciso I, do art. 10 fala que nas doações que envolvam reserva/instituição de usufruto,
bem como na extinção do usufruto, a base de cálculo do imposto será igual a 70% do valor venal
do bem. Não esqueçam da hipótese de isenção que vimos no art. 6º, I, “b”.
INCIDE O ITCD
BC = 70% DO VALOR
DO BEM
ISENÇÃO
OU
INCIDE O ITCD
BC = 70% do valor do
bem
O art. 11 traz outra exceção à regra: ele fala que nas hipóteses em que o imposto é pago antes
da efetiva transmissão, o valor do bem, naturalmente, deve ser considerado na data do pagamento.
Isso ocorre com frequência em doações feitas por escritura pública, pois, como veremos, o imposto
deve ser recolhido antes do ato. Nesses casos, muitas vezes o contribuinte faz o recolhimento e
depois leva o comprovante ao cartório para que seja lavrada a correspondente escritura.
Vejamos outras duas regrinhas distintas para a apuração da base de cálculo do imposto:
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ITR, se rurais). Para veículos, o nosso piso será o valor fixado como base de cálculo do IPVA. Alguém
pode perguntar: “Rafael, nesses casos há uma bitributação ?”. Não, não há. As hipóteses de
incidência são distintas e em nenhum momento a lei fala que a base de cálculo é a mesma do ITR,
do IPTU ou do IPVA. Ela fala que esses são os valores mínimos.
Vamos a dois dispositivos específicos do RITCD sobre a base de cálculo do imposto:
RITCD
Art. 11, § 2º Nos casos a seguir, a base de cálculo do imposto é:
IV – no inventário, o valor encontrado pelo Oficial de Justiça Avaliador, desde que tenha
havido concordância expressa da Procuradoria-Geral do Estado.
O parágrafo 2º do art. 11, eu trouxe só para vocês não pensarem que esqueci, mas ele fala da
avaliação que se aplica em processos de inventário (e não nos de arrolamento). Os arts. 659 ao 667
do CPC falam, especificamente, do arrolamento; enquanto os arts. 610 ao 658 falam do inventário.
Basicamente, o arrolamento é mais rápido e será processado quando o total do espólio for igual ou
inferior a 1.000 salários-mínimos e todas as partes concordarem no tocante à divisão de bens
(podendo ser realizado ainda que haja herdeiro incapaz, desde que o MP concorde).
Portanto, no caso de inventário (mais demorado), o oficial de justiça avaliador é que fará a
avaliação dos bens e a PGE ratificará os referidos valores.
Já o art. 16 fala que o valor patrimonial das cotas de capital social (que não sejam negociadas
em bolsas) poderá ser ajustado contabilmente, caso seja verificado que ele não corresponde ao valor
de mercado.
RITCD
Art. 17 O valor do bem ou direito na transmissão causa mortis é o atribuído na avaliação
judicial, aceito expressamente pela Procuradoria-Geral do Estado.
§ 1º Observadas as disposições do artigo 11, se não couber ou for prescindível a avaliação,
o valor será o declarado pelo inventariante ou testamenteiro, desde que haja expressa
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IV - quando a soma dos valores apurados conforme alíneas a e bdo inciso II não atingir o
percentual previsto no inciso III, todos deste parágrafo, a declaração prestada pelo
contribuinte será submetida à verificação e à avaliação pelo fisco para determinação do
valor do imposto a ser pago.
§ 1°-B O pagamento do ITCD na forma disposta no § 1°-A deste artigo implica o
reconhecimento e anuência pelo contribuinte do valor devido do imposto, no montante
pago, e renúncia à sua discussão em processo administrativo e/ou judicial.
§ 1°-C A formação da base de cálculo e respectivo valor, bem como o valor do imposto
pago serão submetidos a verificação e avaliação posterior pelo fisco, hipótese em que,
apurando-se diferenças, serão lançadas, de ofício, por meio de Aviso de Cobrança
Fazendária na forma dos artigos 34 e 34-A deste regulamento, assegurado o direito de
impugnação.
§ 2º Após a apresentação da declaração prevista no caput, se houver qualquer variação
patrimonial decorrente de emenda, aditamento, ou inclusão de novos bens nas últimas
declarações, deverá o contribuinte informar o fisco acerca dos dados que ensejaram tal
variação, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da comunicação ao juízo.
§ 5º O imposto a recolher decorrente da declaração prevista neste artigo é exigível
independentemente de lavratura de Notificação/Auto de Infração.
§ 6° As impugnações efetuadas em relação ao crédito tributário constituído na forma do
inciso II do § 1° deste artigo serão processadas, observado o disposto nos artigos 48-A a
48-J deste regulamento.
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Art. 20-A Para fins de elaboração da tabela prevista no artigo 20 e, também, para
avaliação dos bens a seguir especificados, deverá ser observada, como referência mínima,
quando houver, a pauta de valores:
I - utilizada para fixação da base de cálculo do:
a) IPVA, para veículo automotor;
b) ICMS, para as demais mercadorias;
c) IPTU, para imóveis urbanos;
II - constantes da tabela referencial de preços de terras no Estado de Mato Grosso,
divulgada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA ou, quando
superior aos valores constantes da referida tabela, da Declaração do Imposto sobre a
Propriedade Territorial Rural - ITR, em vigor para imóveis rurais.
§ 1° Fica a Secretaria de Estado de Fazenda autorizada a editar normas complementares
com as definições e os parâmetros a serem utilizados em conjunto com a tabela
referencial do INCRA prevista no inciso II do caput deste artigo.
§ 2° Integram o valor da terra os valores correspondentes às florestas naturais, às matas
nativas e a qualquer outro tipo de vegetação natural, não podendo a soma dos valores
relativos a cada item superar o preço de mercado do imóvel sob avaliação.
§ 3° Para a avaliação de bens imóveis atípicos, o servidor fazendário poderá utilizar
qualquer meio disponível para a definição do valor de mercado do bem, considerando as
particularidades que influenciam na formação desse valor, com observância das
disposições deste decreto.
§ 4° Consideram-se bens imóveis atípicos aqueles cuja avaliação monetária não é
comumente encontrada em disponibilidade no mercado imobiliário, dificultando a
determinação do seu valor de negociação, tais como: postos de gasolina, hotéis, hotéis-
fazenda, portos, escolas e creches, instalações industriais, galpões de armazenamento,
áreas com restrição legal (por tombamento ou por limitação nas normas de parcelamento
e aproveitamento de solo, etc.).
Art. 20-B Os valores constantes da Planta Genérica de Valores (PGV) devem ser utilizados
como parâmetros mínimos de referência na determinação da base de cálculo do ITCD,
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sem prejuízo da utilização dos valores de mercado, se esses forem superiores aos da
pauta.
§ 1° O tratamento estatístico dos dados de mercado disponíveis deverá conduzir aos
valores médios, de forma a possibilitar a confecção ou atualização das Plantas Genéricas
de Valores.
§ 2° A coleta de dados relativos ao valor do imóvel será efetuada por meio de pesquisa
de mercado, mediante consulta aos conselhos regionais de corretores de imóveis,
prefeituras, cartórios, corretores locais, anúncios classificados em jornais, revistas e
periódicos especializados e outras fontes pertinentes.
§ 3° Os valores da Planta Genérica de Valores (PGV), sempre que necessário, serão
atualizados por meio de pesquisa mercadológica, em função de alterações significativas
no mercado.
§ 4° Nos municípios onde a planta de valor venal dos imóveis abrangidos por sua
circunscrição administrativa apresente equivalência com a realidade do mercado
imobiliário local, será permitida a formalização da Planta Genérica de Valores (PGV)
tomando por base os valores municipais.
Art. 20-C Com o objetivo de fornecer subsídios para as avaliações e informações técnicas
de valor, a Coordenadoria do IPVA, ITCD e Outras Receitas Públicas da Superintendência
de Fiscalização - CIOR/SUFIS poderá constituir banco de dados imobiliários.
Art. 21 A avaliação, nas transmissões causa mortis e em outros processos judiciais onde
for devido o ITCD, será submetida à apreciação da Procuradoria-Geral do Estado.
§ 1º Não havendo avaliação judicial ou avaliação administrativa de que trata o § 1º do
artigo 18, o valor atribuído somente será acatado quando igual ou superior ao estipulado
na tabela editada em conformidade com o artigo 20, se existente, assegurado recurso à
avaliação contraditória.
§ 2° Inexistindo avaliação judicial bem como a tabela mencionada no artigo 20, deverá
será observado o disposto nos artigos 14 a 16, conforme o caso.
§ 3º Uma vez concluída a avaliação, será procedido o cálculo do imposto e expedido o
documento de arrecadação.
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Art. 24 Na hipótese de doação, o doador fica ainda obrigado a apresentar, até o último
dia útil do mês de maio do ano subsequente, declaração anual relativa ao exercício
anterior, onde deverá relacionar e descrever todos os bens transmitidos a esse título e
respectivos valores venais, identificando cada donatário.
§ 1° A declaração prevista no caput será obrigatória para as hipóteses sujeitas a tributação
pelo Estado de Mato Grosso, observado o disposto no artigo 2° deste regulamento.
§ 2° Na hipótese deste artigo, quando o doador não tiver seu domicílio no Estado de
Mato Grosso, compete ao donatário apresentar a declaração.
§ 3° A entrega da declaração prevista neste artigo fica dispensada quando:
I – a soma das doações realizadas entre os mesmos doador e donatário, no período de
1º de janeiro a 31 de dezembro de cada exercício, não ultrapassar o valor
correspondente a 500 (quinhentas) UPF/MT e desde que se refiram apenas aos bens
relacionados no inciso III do § 1º do artigo 2º deste regulamento;
II – todas as doações entre os mesmos doador e donatário tenham ocorrido
exclusivamente no âmbito judicial.
§ 4° A declaração prevista neste artigo será apresentada conforme modelo instituído e
procedimentos definidos em ato do Secretário de Estado de Fazenda.
Muita coisa, não ? Sinceramente, duvido que algo daí seja cobrado em prova.
Vou destacar aqui só o que considero que mereça um mínimo de atenção:
Ø Falamos que a avaliação dos bens no inventário é feita pelo oficial de justiça avaliador,
certo ? Porém, isso não é uma regra absoluta. É possível que o próprio inventariante
declare os valores dos bens e a SEFAZ irá avaliar se concorda ou não com tais valores;
Ø Para fins de apuração do ITCD, o contribuinte deverá elaborar e apresentar uma
declaração ao Fisco nos seguintes prazos:
§ Arrolamento => 30 dias a contar do despacho judicial que determinar o
pagamento do ITCD;
§ Inventário => 15 dias após a homologação do cálculo do imposto;
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8 – DAS ALÍQUOTAS
Art. 19. A As alíquotas do imposto são as fixadas de acordo com as diferentes faixas de
escalonamento da base de cálculo atribuída por fato gerador dos bens transmitidos por
doação ou causa mortis, constantes das tabelas abaixo:
I – nas transmissões causa mortis:
II – nas doações:
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2) Reparem que os limites das faixas são estabelecidos em UPF/MT e não reais, ok ? Por isso,
creio que se for pedido algo na prova sobre o assunto, será algo simples, bastando memorizar qual
alíquota é aplicável a cada faixa, em cada espécie de transmissão. Cuidado, pois as faixas de valores
aplicáveis às transmissões causa mortis são distintas das aplicáveis às transmissões por doações.
Uma mesma base de cálculo (no valor de 10.000 UPF/MT, por exemplo) será menos gravada pelo
ITCD numa transmissão causa mortis do que numa transmissão por doação.
3) Cabe destacar que, nas transmissões causa mortis o escalonamento da base de cálculo
deve ser considerado para cada fato gerador (ou seja, para o quinhão de cada um dos herdeiros) e
não pelo total dos bens transmitidos (como acontece em algumas legislações).
Exemplo) Suponha que a herança recebida por Dimulé (único herdeiro), por ocasião do
falecimento do seu pai, monta em 9.000 UPF/MT. Qual será o ITCD devido ? Suponhamos 100 reais
o valor da UPF/MT.
Moleza... Basta decompor a base de cálculo.
1.500 UPF/MT (1ª faixa) estão isentas;
2.500 UPF/MT (2ª faixa: 4.000 – 1.500) estão sujeitas à alíquota de 2%;
4.000 UPF/MT (3ª faixa: 8.000 – 4.000) estão sujeitas à alíquota de 4%;
Até aqui já temos um total de 8.000 UPF/MT da nossa base de cálculo. As últimas 1.000
UPF/MT (que totalizam as 9.000 UPF/MT) se sujeitarão à alíquota da 4ª faixa, que é 6%.
Logo, o ITCD devido, em reais, é:
(250.000 x 0,02) + (400.000 x 0,04) + (100.000 x 0,06) = 5.000 + 16.000 + 6.000 = 27.000 reais.
Exemplo) Suponha que Dimulé receba uma doação no valor de 9.000 UPF/MT. Qual será o
ITCD devido ? Suponhamos 100 reais o valor da UPF/MT.
Só para confirmarmos o que falei sobre o ITCD ser mais gravoso nas doações do que nas
transmissões causa mortis.
500 UPF/MT (1ª faixa) estão isentas;
500 UPF/MT (2ª faixa: 1.000 – 500) estão sujeitas à alíquota de 2%;
3.000 UPF/MT (3ª faixa: 4.000 – 1.000) estão sujeitas à alíquota de 4%;
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6.000 UPF/MT (4ª faixa: 10.000 – 4.000) estão sujeitas à alíquota de 6%;
Logo, o ITCD devido, em reais, é:
(50.000 x 0,02) + (300.000 x 0,04) + (600.000 x 0,06) = 1.000 + 12.000 + 36.000 = 49.000 reais.
Para não confundirem, recomendo que pensem da seguinte forma: quem “merece” pagar
mais imposto ? O filho que perdeu o pai e está recebendo uma herança que ele nem pediu (e que,
provavelmente, preferiria nem estar recebendo, pois gostaria de ter o pai por perto) ou o filho que
recebeu do pai uma Ferrari 0 Km só porque se formou na faculdade ?
Lembro que no caso de sobrepartilha, o valor do quinhão sobrepartilhado deverá ser somado
ao valor recebido por ocasião da partilha, para fins da apuração do imposto. Se o somatório resultar
numa mudança de faixa, o sujeito passivo deverá pagar a diferença devida.
Exemplo) A herança recebida por Dimulé (único herdeiro), por ocasião do falecimento do seu
pai, monta em 9.000 UPF/MT. Já vimos que o ITCD devido no caso é de R$ 27.000. Porém, anos após
o trânsito em julgado do processo de inventário (e da consequente homologação da partilha) Dimulé
descobriu que seu pai “miguelava” o patrimônio e, em razão disso, foi processada uma sobrepartilha
desses bens, que resultou num quinhão avaliado em 1.500 PRF/MT. Se olhássemos isoladamente
para a sobrepartilha, ele não deveria recolher mais nada de imposto, pois o valor está dentro do
limite de isenção. TODAVIA, o correto é somar os quinhões recebidos na partilha e na sobrepartilha
e aplicar a alíquota correspondente. No caso, o total recebido por Dimulé foi de 10.500 UPF/MT.
Assim sendo, temos:
1.500 UPF/MT (1ª faixa) estão isentas;
2.500 UPF/MT (2ª faixa: 4.000 – 1.500) estão sujeitas à alíquota de 2%;
4.000 UPF/MT (3ª faixa: 8.000 – 4.000) estão sujeitas à alíquota de 4%;
Até aqui já temos um total de 8.000 UPF/MT da nossa base de cálculo. As últimas 2.500
UPF/MT (que totalizam as 10.500 UPF/MT) se sujeitarão à alíquota da 4ª faixa, que é 6%.
Logo, o ITCD devido, em reais, é:
(250.000 x 0,02) + (400.000 x 0,04) + (250.000 x 0,06) = 5.000 + 16.000 + 15.000 = 36.000
reais.
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Como Dimulé já recolheu 27 mil reais, será exigida apenas a diferença de 9 mil reais.
Por fim, o parágrafo 6º do art. 19 dispensa o recolhimento do ITCD quando o valor total a
pagar for inferior a UMA UPF/MT. Não é hipótese de isenção e nem de não incidência. É uma mera
dispensa de pagamento.
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Art. 21. O imposto será recolhido, em documento próprio, conforme modelo aprovado
pela Secretaria de Estado de Fazenda, nos seguintes prazos:
I - na transmissão causa mortis, no prazo de 30 (trinta dias) após a decisão homologatória
de cálculo ou do despacho que determinar seu pagamento;
II - na doação, antes da celebração do ato ou contrato correspondente, observado o
disposto no § 1º;
III - nos casos não especificados, decorrentes de atos judiciais, dentro de 30 (trinta) dias,
contados da sua ciência pelo contribuinte.
§ 1º Na hipótese prevista no inciso II:
a) na partilha de bem ou divisão de patrimônio comum, quando devido, o imposto será
pago no prazo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado da sentença, antes da expedição
da respectiva carta ou da lavratura da escritura pública;
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Art. 22. Os débitos fiscais decorrentes do não pagamento do imposto no prazo legal,
inclusive parcelamento e reparcelamento, terão os seus valores corrigidos em função da
variação do poder aquisitivo da moeda nacional, pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo - IPCA, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE, ou por outro índice de preços de caráter nacional que vier a substituí-lo.
§ 1º A correção monetária será efetuada com base nos coeficientes em vigor no mês em
que deva ocorrer o pagamento do débito fiscal, considerando-se, para todos os efeitos,
como termo inicial o mês em que houver expirado o prazo normal para recolhimento do
tributo.
§ 2º Os coeficientes relativos a determinado mês serão calculados com base no IGP-DI
divulgado pela Fundação Getúlio Vargas no mês anterior, qualquer que seja o seu
respectivo período de referência.
Art. 23. Os valores do imposto não integralmente pagos nos prazos previstos na
legislação, inclusive os valores relativos às parcelas mensais decorrentes de acordo de
parcelamento e reparcelamento, serão acrescidos de juros de mora equivalentes a 1%
(um) por cento ao mês calendário ou fração.
§ 1º Os juros de mora incidirão a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do
vencimento do tributo e serão calculados sobre o respectivo valor corrigido
monetariamente.
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Art. 24. O recolhimento espontâneo, feito fora do prazo fixado na legislação tributária
para vencimento da obrigação principal, sujeitará o contribuinte à multa de 0,333%
(trezentos e trinta e três milésimos de inteiro por cento) ao dia, até o limite máximo de
20% (vinte por cento), aplicável sobre o valor do imposto corrigido monetariamente.
Pessoal, o art. 20 é puro bom senso, neh ? São obrigações do contribuinte. Ora, sabemos que
ele é obrigado a cumprir as obrigações principais (pagamento do imposto) e acessórias (prestar
informações acerca do fato gerador do imposto, não embaraçar a ação fiscal, conservar os
documentos de arrecadação do imposto pelo prazo decadencial). Logo, não há nada a se falar.
Agora falaremos sobre prazos de recolhimento do ITCD, previstos no art. 21 e sobre os
acréscimos incidentes sobre o imposto, previstos nos arts. 22 a 24. Não há muito o que explicar aqui.
É pura decoreba.
I) Doações (art. 21, II, parágrafo 1º):
a. Se efetuadas por escritura pública (p.ex.: doações ou divórcio em que haja excesso de
meação): antes da lavratura do respectivo instrumento público de doação;
b. Se efetuadas por instrumento particular: antes da lavratura do respectivo instrumento;
c. Se objeto de instrumento lavrado em outro Estado: 30 dias após a lavratura do
instrumento.
d. em aquisições em virtude de adjudicação ou de qualquer sentença judicial (p.ex.:
processos de separação, divórcio, alteração de regime de bens ou inventário, em que haja EXCESSO
DE MEAÇÃO E/OU DE QUINHÃO): no prazo de 30 dias do trânsito em julgado da sentença judicial);
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(normalmente para arrolamento), não podendo superar 180 dias da data do óbito (art. 28,
parágrafo 1º, do RITCD), salvo se houver dilação do prazo pela autoridade judicial.
Percebam que a legislação não fala especificamente do prazo de pagamento do ITCD no caso
de inventário feito por meio de escritura pública. Todavia, como vimos acima, o ITCD deverá ser
recolhido em até 180 dias a contar da data do óbito. Esse é o prazo que devemos considerar para o
recolhimento do imposto nos inventários extrajudiciais.
Se eu fosse vocês, dividiria os prazos em “dois grupos”:
PRAZO DE RECOLHIMENTO SITUAÇÃO
DOAÇÕES, exceto quando elas forem objeto
==22dd0==
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10 – DAS PENALIDADES
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Art. 28. O autuado poderá pagar a multa fixada na Notificação/Auto de Infração com
desconto de:
I - 50% (cinqüenta por cento), dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da notificação
da sua lavratura;
II - 20% (vinte por cento), enquanto não efetuado o julgamento em primeira instância ou,
após proferida a respectiva decisão, durante o prazo fixado para pagamento do crédito
tributário correspondente;
Parágrafo único. O pagamento efetuado nos termos deste artigo não dispensa, nem elide
a aplicação da correção monetária e dos juros de mora devidos.
Pessoal, o tema “penalidades” quase nunca é cobrado em provas da área fiscal. Pensem em
quantas questões de penalidades relativas ao ICMS vocês já viram nas provas de legislação tributária
estadual. Agora imaginem sobre o ITCD. A única que me recordo foi uma do ICMS-BA (banca FCC)
de 2019. Duvido que alguém se lembre de ter visto outra (até tem, mas é como “cabeça de
bacalhau”: você nunca viu).
O art. 25 fala sobre as multas aplicáveis ao contribuinte que deixar de cumprir alguma
obrigação (principal ou acessória) relativa ao ITCD. Vejamos:
- Caso o inventário judicial seja aberto em atraso: se não for aberto até 120 dias após o óbito,
a multa é de 5% do imposto devido. Se o atraso for superior a 240 dias, a multa será de 10%.
- Caso o inventário extrajudicial seja protocolado na SEFAZ em atraso: se não for
protocolado até 120 dias após o óbito, a multa é de 5% do imposto devido. Se o atraso for superior
a 240 dias, a multa será de 10%. Multa idêntica ao do inventário judicial.
- Falta de recolhimento do ITCD por omissão (inclusive no caso de declaração falsa ou de
sonegação de bens, direitos ou valores: multa de 100% do valor do imposto sonegado.
- Falta de recolhimento do ITCD em razão de transmissão efetuada por valor inferior ao
praticado no mercado: multa de 100% do valor do imposto sonegado. Percebam uma “injustiça”,
pois a penalidade por uma falta de recolhimento não intencional será punida com a mesma multa
que a falta de recolhimento em razão, por exemplo, de uma falsificação de declaração. A maioria
dos Estados trata as condutas de forma diferente, mas o legislador do MT optou por não fazê-lo.
- No caso de descumprimento de obrigações acessórias: multa de 10 UPF/MT (válida para o
contribuinte e para o eventual responsável solidário que tenha concorrido para a sua ocorrência).
INFRAÇÃO MULTA
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Descumprimento de
10 UPF/MT
obrigação acessória
Lei do ITCD
Art. 27. Apurada qualquer infração à legislação do imposto instituído por esta lei, será
lavrada Notificação/Auto de Infração - NAI.
§ 1º A lavratura da NAI é de competência privativa dos Fiscais de Tributos Estaduais.
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RITCD
Art. 34 Conforme disposto neste capítulo, o crédito tributário poderá ser instrumentado
e formalizado de ofício por meio de:
I - Notificação/Auto de Infração - NAI;
II - Aviso de Cobrança Fazendária;
III - Aviso de Cobrança da Conta Corrente Fiscal.
§ 1º O crédito tributário formalizado nos instrumentos de que trata o caput:
I - será processado, revisado, decidido e reexaminado exclusivamente na forma
estabelecida nos artigos 48-A a 48-J deste Decreto;
II - será registrado como débito no Sistema Eletrônico de Conta Corrente Geral, no
momento de sua constituição;
IV - depois de registrado no sistema de conta corrente fiscal será convertido no Aviso de
Cobrança da Conta Corrente Fiscal de que trata o artigo 34-C, com a aplicação, quando
for o caso, da penalidade cabível ao lançamento de ofício;
V - mediante o processo a que se refere o inciso I deste parágrafo, terá sua exigibilidade
suspensa quando impugnado até o vigésimo dia do mês subseqüente ao do seu
vencimento;
VI - será utilizado para saneamento diretamente a partir da gerência responsável pelo
produto, serviço ou obrigação relativamente a qual se apurar a irregularidade.
§ 1°-A Os instrumentos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo não são
conversíveis em Notificação/Auto de Infração - NAI e não se submetem ao rito e
processo administrativo pertinente a esta.
§ 2º Relativamente à sanção pertinente ao descumprimento da respectiva obrigação
acessória:
I - a emissão de qualquer dos instrumentos previstos neste artigo para exigência da
penalidade não desonera o contribuinte do cumprimento da respectiva obrigação
acessória que a originou;
II – em caso de expressa previsão em lei, poderá ser dispensado o recolhimento da
penalidade originada do descumprimento de obrigação acessória, exclusivamente
quando houver no prazo consignado no instrumento de lançamento de que trata este
artigo, o cumprimento da respectiva obrigação acessória inadimplida.
§ 3° A unidade incumbida da revisão, decisão e reexame necessário do crédito tributário
formalizado, em conformidade com o disposto nos artigos 48-A a 48-J, deverá promover,
também, o registro e revisão do débito no Sistema Eletrônico de Conta Corrente Geral do
Estado de Mato Grosso - CCG/SEFAZ, onde consignará se o valor é prescritível ou não.
§ 4º A notificação da exigência do crédito tributário formalizado nos termos deste artigo,
bem como a comunicação dos atos preparatórios à sua formalização ou a ele inerentes,
poderão ser enviadas ao endereço eletrônico a que se refere o inciso V-A do caput do
artigo 26.
§ 5° Para fins de exigência, formalização e processamento do crédito tributário, mediante
instrumento previsto no caput deste artigo, aquele que apresentar maior grau de liquidez
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Art. 34-A Poderá ser formalizado por meio do Aviso de Cobrança Fazendária o crédito
tributário relativo ao ITCD, apurado no âmbito da Coordenadoria do IPVA, ITCD e Outras
Receitas Públicas da Superintendência de Fiscalização - CIOR/SUFIS.
§ 2º O Aviso de Cobrança Fazendária será impresso e controlado eletronicamente,
devendo no mínimo conter as seguintes informações:
I - identificação da unidade fazendária responsável pela emissão e respectivo endereço
completo e telefones, com a indicação do local e do prazo em que poderá ser apresentada
a impugnação pertinente;
I – a qualificação do sujeito passivo da obrigação e respectivos responsáveis solidários;
III – o local, a data, a hora da emissão e, se for o caso, a identificação do respectivo
processo;
IV – a descrição da matéria tributável com menção do fato gerador e respectivas base de
cálculo e alíquota;
V - o fundamento legal da exigência, a disposição legal infringida e a multa aplicada de
ofício;
VI – o valor original do tributo e a demonstração do crédito tributário total, ainda que na
forma de anexo digital disponibilizado no endereço eletrônico www.sefaz.mt.gov.br;
VII - a consolidação do valor da exigência e a notificação para pagamento do crédito
tributário lançado;
IX – impressão dos dados e cargo da pessoa responsável pela sua emissão, dispensada a
assinatura e facultada à aposição de chancela mecânica;
X – número de verificação no endereço eletrônico www.sefaz.mt.gov.br da autenticidade
do instrumento.
§ 3° O Aviso de Cobrança Fazendária e o crédito tributário com ele formalizado serão
processados com observância do disposto no artigo 34, devendo ser registrado, a débito,
no Sistema CCG/SEFAZ, para controle do recolhimento da importância devida e da
satisfação da respectiva obrigação.
Art. 34-C O Aviso de Cobrança da Conta Corrente Fiscal será emitido privativamente no
âmbito da Coordenadoria de Conta Corrente e Apoio a Dívida Ativa da Superintendência
de Informações da Receita Pública - CCCD/SUIRP para exigência de quaisquer dos
débitos de ITCD que administrar através do sistema de conta corrente fiscal deste
tributo.
§ 1º O Aviso de Cobrança da Conta Corrente Fiscal e o crédito tributário com ele
formalizado:
I - será processado observando o disposto no artigo 34;
II - não é conversível em Notificação Auto de Infração – NAI e não se submete ao rito e
processo administrativo pertinente a esta;
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IV - será inscrito na dívida ativa tributária, com a aplicação, quando for o caso, da
penalidade cabível ao lançamento de ofício;
§ 2° Decorrido o prazo de 30 (trinta) dias, contados da respectiva ciência, sem que haja a
satisfação da exigência exarada no Aviso de Cobrança da Conta Corrente Fiscal, a Gerência
de que trata o caput deste artigo fará a remessa à Procuradoria-Geral do Estado do
crédito tributário lançado para inscrição em dívida ativa tributária.
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Art. 29. Não serão lavrados, registrados ou averbados pelo tabelião, escrivão e oficial de
Registro de Imóveis, atos e termos de seu cargo, sem a prova do pagamento do imposto.
Art. 30. Compete aos Fiscais de Tributos Estaduais investigar a existência de heranças e
doações sujeitas ao imposto, podendo, para esse fim, solicitar o exame de livros e
informações dos cartórios e demais repartições.
Art. 32. Compete à Procuradoria-Geral do Estado intervir e ser ouvida nos inventários,
arrolamentos e outros feitos processados neste Estado, no interesse da arrecadação do
ITCD, zelando pela sua regularidade.
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§ 3º Para fins do disposto neste artigo, os documentos gerados na forma prevista no caput
deverão conter a identificação da unidade fazendária responsável por sua emissão,
dispensada a aposição de assinatura ou de chancela mecânica ou eletrônica.
Art. 34. Além das hipóteses previstas nesta lei, fica assegurada a restituição das quantias
recolhidas indevidamente aos cofres públicos, no todo ou em parte, àqueles que
comprovarem o indébito, conforme dispuser o regulamento.
Art. 36. Será também restituído o imposto recolhido, se declarado, por decisão judicial
passada em julgado, nulo o ato ou contrato respectivo.
Art. 37. Respeitado o disposto nesta Lei, bem como o limite de até 36 (trinta e seis)
parcelas, os créditos tributários referentes ao ITCD, constituídos ou não, inscritos em
dívida ativa ou não, poderão ser objeto de parcelamento, observado o disposto no
regulamento desta lei e em legislação complementar.
Parágrafo único. Enquanto não quitado, integralmente, o parcelamento previsto no caput
deste artigo, não poderão ser praticados os atos de registro de propriedade pertinentes.
Esse finalzinho também é pura decoreba. Dificilmente será cobrado na sua prova.
O art. 29 que fala sobre a não lavratura/registro/averbação de atos pelos tabeliães e
serventuários do registro de imóveis, sem a prova de pagamento do ITCD, é bem óbvio e acaba
dando uma proteção a esses serventuários. Afinal, se desrespeitarem esse dispositivo, certamente
serão responsabilizados pelo crédito tributário devido.
A restituição de indébito também dispensa qualquer comentário. Tanto que a lei nem se
alonga no assunto. Cabe, apenas, relembrar que caso o ausente apareça (estamos falando de
sucessão provisória aqui hein), caberá a restituição do ITCD recolhido pelos herdeiros.
Por fim, sobre o parcelamento, basta saber que o ITCD poderá ser parcelado em até 36 vezes,
desde que a parcela seja, no mínimo, igual a 10 UPF/MT na data do deferimento do pedido (art. 49,
§ 2°, do RITCD). E que, enquanto não quitado integralmente, não poderão ser realizados os
respectivos atos de registro de propriedade em nome do contribuinte.
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12 – BATERIA DE QUESTÕES
01. (SEFAZ-RS/FAURGS/2006/Adaptada) Quanto ao Imposto sobre Transmissão, Causa Mortis e
Doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCD), assinale a alternativa mais adequada.
a) considera-se doação qualquer ato ou fato em que o doador, por liberalidade, transmite bens,
vantagens ou direitos de seu patrimônio, ao donatário que os aceita, expressa, tácita ou
presumidamente.
b) Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos forem os bens
imóveis transmitidos.
c) Nas transmissões decorrentes de doações, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos
forem os doadores do bem, título ou crédito, ou de direito transmitido.
d) O ITCD incide apenas sobre a transmissão de propriedade.
Comentários:
(a) Correto. Esse é nosso gabarito. Enquadra-se no conceito que vimos no parágrafo 6º, do art. 1º.
(b) e (c) Incorretos. Não importa a quantidade de bens transmitidos. O que realmente importa é a
quantidade de herdeiros, legatários ou donatários (e não doadores). Art. 1º, § 1º.
(d) Incorreto. Essa é moleza, né? Incide sobre transmissão de direitos também. Art. 2º, incisos I e II
e § 1º.
Gabarito: Letra A.
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e) o herdeiro ou legatário, se o de cujus possuía bens, era domiciliado ou residente no exterior, ainda
que a sucessão tenha sido processada no país.
Comentários:
Doador no exterior
Local do bem E bem (ou sua
liquidação) no MT
Bens Móveis
(Doação)
Local Domicílio do
Se doador no
exterior E bem (ou
Donatário sua liquidação) no
exterior
Onde se
processar
inventário ou
arrolamento
de cujus residente
ou seu inventário
Local do bem no exterior E bem
(ou sua liquidação)
no MT
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Nem sempre o domicílio do donatário será o local do fato gerador. Na verdade, a regra geral
é que seja o domicílio do doador, só sendo o do donatário se doador estiver no exterior.
Gabarito: Letra C.
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04. (SEFAZ-AP/FGV/2010/Adaptada) Assinale uma transmissão que está amparada por isenção do
ITCD, segundo a lei mato-grossense.
a) ato de renúncia ao legado, quando feito sem ressalva ou condição.
b) recebimento de capital estipulado de seguro de vida.
c) extinção do usufruto decorrente de transmissão causa mortis, quando o nu-proprietário tiver sido
o instituidor.
d) rendimentos do bem do espólio, havidos após o falecimento do autor da herança.
e) doações de quaisquer bens, até o limite de 1.500 UPF/MT.
Comentários:
A opção E está incorreta, pois o limite previsto na lei é de 500 UPF/MT (art. 6º, II, “a”).
Logo, a única correta é a opção C (art. 6º, I, “b”).
Gabarito: Letra C.
Comentários:
(a) Correto. Não importa se a sucessão é provisória ou definitiva: ITCD na cabeça do contribuinte.
Art. 1º, I.
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(b) Incorreto. O ITCD incide sobre as legítimas, não importando se a sucessão se deu de maneira
testamentária, legítima, provisória ou definitiva. Art. 1º, I.
(c) Correto. A regra do local para bens imóveis é bem simples: onde ele estiver localizado.
(d) Correto. Se você decorar o esquema não vai errar uma questão de local.
(e) Correto. Pode-se adiantar a parte da legítima ainda em vida através de doação aos herdeiros
necessários. Falamos disso na aula ;)
Gabarito: letra B.
b) o ITCD devido por Adélia, a título de transmissão causa mortis, incidirá sobre montante de R$
1.600.000,00, quantia por ela recebida.
c) há incidência do ITCD, devido a título de doação, sobre a importância recebida por Léa, no
montante de R$ 235.000,00.
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Comentários:
Um caso prático.
De acordo com a lei civil, a viúva (Adélia) tem direito a receber, a título de meação, metade
do total (R$ 1.530.000,00) e as três filhas (Cristina, Maria e Léa) têm direito a receber 1/3 da outra
metade, o que daria R$ 510.000,00 para cada uma delas.
Mas aí...
Percebam que há uma renúncia adbicativa por parte de Cristina. Então, o novo quinhão que
cabe a cada uma das herdeiras (Maria e Léa) monta em R$ 765.000,00.
Agora é hora de verificarmos com quanto cada uma ficou, de fato.
Maria (filha): R$ 460.000,00 (doou R$ 70.000,00 para a viúva e R$ 235.000,00 para a irmã, Léa).
Para chegar nesses R$ 460.000,00, bastava pegar o total de bens (R$ 3.060.000,00) e subtrair
o valor que ficou para a meeira (R$ 1.600.000,00) e o que ficou para a Léa (R$ 1.000.000,00).
Pessoal, é importante que vocês façam essas contas sempre. É preciso saber o valor da
meação da viúva (ou viúvo) e da legítima que cabe a cada herdeiro. Após isso, vocês devem comparar
com os valores efetivamente recebidos por ocasião da partilha. Aí sim poderão saber se há excesso
de meação/quinhão e qual o valor.
Lembrando que o ITCD causa mortis é devido com base nos valores das legítimas de cada
herdeiro. E o ITCD doação é devido com base nos eventuais excessos de meação ou quinhão
apurados
Gabarito: letra C.
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Gabarito: letra D.
08. (AFRE-RJ/FGV/2007) Será objeto de recolhimento do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis
e Doação − ITCD:
a) A dação em pagamento.
b) Quaisquer transmissões inter vivos.
c) A permuta de imóveis.
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(c) Incorreto. A exemplo da opção A, estamos diante de uma transmissão inter vivos onerosa.
(d) Incorreto. Se os bens são comuns, não há que se falar em transmissão para fins de incidência do
imposto. Falei disso na aula.
(e) Correto. Já vimos que é como uma doação.
Gabarito: Letra E.
a) aplicáveis sobre o valor venal dos bens ou direitos objetos da transmissão são as vigentes na data
do pagamento a ser efetuado pelo sujeito passivo.
b) possuem percentuais menores nas transmissões por doações de quaisquer bens e direitos.
d) são progressivas.
e) são seletivas.
Comentários:
(a) Incorreto. A alíquota vigente, para qualquer tributo, é a vigente à data da ocorrência do fato
gerador.
(b) Incorreto. As alíquotas são as mesmas, em termos percentuais. Expliquei que nas transmissões
por doação há uma tributação maior, pois as faixas são menores do que as das transmissões por
doação.
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(d) Correto.
Gabarito: Letra D.
Gabarito: Correta.
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13 – LISTA DE QUESTÕES
01. (SEFAZ-RS/FAURGS/2006/Adaptada) Quanto ao Imposto sobre Transmissão, Causa Mortis e
Doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCD), assinale a alternativa mais adequada.
a) considera-se doação qualquer ato ou fato em que o doador, por liberalidade, transmite bens,
vantagens ou direitos de seu patrimônio, ao donatário que os aceita, expressa, tácita ou
presumidamente.
b) Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos forem os bens
imóveis transmitidos.
c) Nas transmissões decorrentes de doações, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos
forem os doadores do bem, título ou crédito, ou de direito transmitido.
d) O ITCD incide apenas sobre a transmissão de propriedade.
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04. (SEFAZ-AP/FGV/2010/Adaptada) Assinale uma transmissão que está amparada por isenção do
ITCD, segundo a lei mato-grossense.
a) ato de renúncia ao legado, quando feito sem ressalva ou condição.
b) recebimento de capital estipulado de seguro de vida.
c) extinção do usufruto decorrente de transmissão causa mortis, quando o nu-proprietário tiver sido
o instituidor.
d) rendimentos do bem do espólio, havidos após o falecimento do autor da herança.
e) doações de quaisquer bens, até o limite de 1.500 UPF/MT.
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b) o ITCD devido por Adélia, a título de transmissão causa mortis, incidirá sobre montante de R$
1.600.000,00, quantia por ela recebida.
c) há incidência do ITCD, devido a título de doação, sobre a importância recebida por Léa, no
montante de R$ 235.000,00.
d) há incidência do ITCD, devido a título de transmissão causa mortis, sobre a importância de R$
1.000.000,00, recebida por Léa.
e) há incidência do ITCD, devido a título de transmissão causa mortis, apenas sobre a importância
que coube a Maria na partilha, no importe de R$ 460.000,00.
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08. (AFRE-RJ/FGV/2007) Será objeto de recolhimento do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis
e Doação − ITCD:
a) A dação em pagamento.
a) aplicáveis sobre o valor venal dos bens ou direitos objetos da transmissão são as vigentes na data
do pagamento a ser efetuado pelo sujeito passivo.
b) possuem percentuais menores nas transmissões por doações de quaisquer bens e direitos.
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d) são progressivas.
e) são seletivas.
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14 - GABARITO
01 A 02 C 03 B 04 C 05 B 06 C 07 D
10
08 E 09 D
Correta
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15 - BIBLIOGRAFIA
MATO GROSSO. Lei 7.850 de 18 de Dezembro de 2002 – Dispõe sobre o imposto sobre transmissão
causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos (ITCD). Disponível em:
http://app1.sefaz.mt.gov.br/0325677500623408/07FA81BED2760C6B84256710004D3940/375B8C
284530106704256C9500491DF8
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