Você está na página 1de 74

Aula 01

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais)


Legislação Tributária Estadual - Parte I -
2023 (Pós-Edital)

Autor:
Rafael Rocha (Caverna)

17 de Março de 2023

09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS


Rafael
Prof. Rocha
Rafael Rocha(Caverna)
Aula 10 01
Aula

1 – Introdução .............................................................................................................. 2
2 – O ITCD na Constituição Federal e na visão do STF ................................... 3
3 – Da Competência e da Incidência ................................................................... 8
4 – Momento da Ocorrência do Fato Gerador ................................................ 16
5 – Da Não Incidência e da Isenção .................................................................... 17
6 – Da Sujeição Passiva .......................................................................................... 27
7 – Da Base de Cálculo ........................................................................................... 30
8 – Das Alíquotas...................................................................................................... 41
9 – Das Obrigações do Contribuinte e do Recolhimento do ITCD ........... 45
10 – Das Penalidades............................................................................................... 49
11 – Da Administração Tributária, da Restituição e do Parcelamento .... 55
12 – Bateria de Questões ........................................................................................ 57
13 – Lista de Questões............................................................................................. 66
14 - Gabarito............................................................................................................... 71
15 - Bibliografia ......................................................................................................... 72

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br

09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS


Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

1 – INTRODUÇÃO

Olá, pessoal! Tudo tranquilo ?

A nossa presente aula vai tratar do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de
Quaisquer Bens ou Direitos. Chamado de ITCMD, ITCD, ITD, ICD e IHD.

Estudaremos a lei estadual 7.850/02 e o decreto estadual 2.125/03, que tratam do nosso
imposto (que trataremos por ITCD).

Os arts. 48-A a 48-L do RITCD serão vistos numa aula extra. Esses dispositivos têm relação
com o processo de conhecimento e de execução pertinente a pedido de revisão interposto pelo
sujeito passivo quanto a lançamento tributário do ITCD que tenha sido formalizado por Aviso de
Cobrança Fazendário ou Notificação/Auto de Infração – NAI, além de outros temas relativos ao
processamento eletrônicos de tais processos. É tipo o PAT do ITCD. Por que coloquei numa aula extra
? Pois creio que a chance de cair é praticamente zero (só cai se o examinador estiver lendo esse PDF
e quiser me derrubar). São poucas questões de LTE e muitos assuntos, então imagino que teremos
“o de sempre”, em relação em ITCD (sujeição ativa e passiva, hipóteses de incidência, de isenção e
não incidência).

Via de regra, nos guiaremos pela lei. Sempre que houver algo relevante no decreto, irei
acrescentar e destacar para que saibam que estou me referindo a ele.

Costumo dizer que esse imposto é “8 ou 80”. Ou você paga muito feliz (por receber uma
doação, por exemplo) ou muito triste (em decorrência do óbito de algum parente muito próximo ou
de uma separação).

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 2
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

2 – O ITCD NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E NA VISÃO DO STF


No Brasil o ITCD é cobrado desde a época de D. João VI. Em 1809, foi criada a décima de
heranças e legados, a sisa dos bens de raiz e a meia sisa dos escravos (5% sobre o valor do escravo
herdado ou doado), tendo sido consideradas as primeiras formas de tributação sobre a transmissão
da propriedade. Ainda há alguns advogados “da velha guarda” que se referem ao ITCD como sisa.
Ao longo das nossas Constituições houve diversas alterações nos impostos sobre a
transmissão da propriedade. Com a promulgação da atual Carta Magna de 1988, houve a
manutenção do previsto no texto constitucional antecessor, relativamente à competência estadual
e distrital para a exação sobre a transmissão causa mortis e inter vivos a título gratuito (doação) de
bens imóveis, abarcando inclusive a tributação dos bens móveis. Aos Municípios foi conferida a
competência para tributar as transmissões imobiliárias inter vivos a título oneroso (que, antes da
atual Constituição, também estavam sujeita à tributação pelo Estado).
Diferentemente do ICMS, que possui diversos dispositivos no texto constitucional, o ITCD
possui pouca coisa prevista na nossa Carta Magna. Vejamos.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos.
§ 1º O imposto previsto no inciso I:
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação
do bem, ou ao Distrito Federal;
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar
o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;

Comecemos falando da competência para exigir o imposto. Ou, mais especificamente,


falaremos sobre qual Estado pode exigir o ITCD nas transmissões causa mortis e doação, de acordo
com o tipo do bem a ser transmitido.
Apenas um esclarecimento para poupá-los de dúvidas simples sobre o assunto:
1) inventário: atividade onde se descobre e se detalha toda a herança para posteriormente
se efetuar a partilha; e

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 3
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

2) arrolamento: forma mais simples e rápida de partilhar os bens do falecido onde alguns
atos processuais realizados no inventário são dispensados (depende da concordância dos herdeiros
quanto à partilha dos bens).
Feita essa diferenciação, vamos a um resumo do que dispõe o § 1º do art. 155, da CF/88:
BENS SUJEITO ATIVO
Estado (ou DF) onde estiver situado o bem
Imóveis (e respectivos
(regra válida para transmissões causa mortis
direitos)
ou por doação
Na doação: Estado (ou DF) onde tiver
Móveis, títulos e créditos (e domicílio o doador
respectivos direitos) Na transmissão causa mortis: Estado (ou DF)
onde se processar a sucessão

Com esse quadro para auxiliar, vamos aos exemplos:


Exemplo) Dimulé, morador de Niterói-RJ, doou um apartamento em Sinop-MT ao seu amigo
Cabo Velho, morador de Canoas-RS. Qual é o Estado competente para exigir o ITCD ?
Ora, como o imóvel está localizado no MT, será esse o Estado competente para cobrar e
fiscalizar o ITCD.
Exemplo) Dimulé, morador de Niterói-RJ, recebeu de herança após o falecimento de seu pai,
que morava em Caicó-RN (local onde foi realizado o arrolamento), um imóvel localizado em Cuiabá-
MT. Qual é o Estado competente para exigir o ITCD ?
Como o imóvel está localizado no MT, será esse Estado o competente para cobrar e fiscalizar
o ITCD (não interessando, no caso de bens imóveis, o local onde é processada a sucessão).

No caso de bem móvel a regra muda. O imposto será devido ao Estado do domicílio do
doador (nas transmissões por doação, obviamente) ou onde se processar o inventário ou
arrolamento (nas transmissões causa mortis).
Exemplo) Dimulé, morador de Sorriso-MT, doou um carro licenciado no Rio de Janeiro-RJ a
um amigo, morador de Porto Velho-RO. Qual é o Estado competente para exigir o ITCD ?
Como o doador está em MT, será esse o Estado competente para cobrar e fiscalizar o ITCD.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 4
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Exemplo) Dimulé, morador de Niterói-RJ, recebeu de herança após o falecimento de seu


irmão, que morava em Rondonópolis-MT (onde foi realizado o inventário), um carro licenciado em
Palmas-TO. Qual é o Estado competente para exigir o ITCD ?
Como o inventário foi realizado no MT, será esse o Estado competente para cobrar e fiscalizar
o ITCD.

III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário
processado no exterior;

Logo, há a necessidade de lei complementar para definir a competência para a sua


instituição/cobrança, nos seguintes casos:
Caso o doador resida ou seja domiciliado no exterior;
Caso o de cujus possua bens, seja residente ou domiciliado no exterior, ou caso a
sucessão tenha sido processada no exterior.

Em relação a esse tema, é muito importante conhecer que os Estados e o Distrito Federal
sempre legislaram sobre o assunto de forma plena, com base na competência concorrente prevista
no art. 24, I, c/c parágrafo 3º, da CF/88. Todavia, no dia 26/02/21, o Supremo concluiu o julgamento
do RE 851.108/SP, sob o rito da repercussão geral, no qual se discutia a possibilidade de os Estados
instituírem o ITCD sobre recebimento (doações e heranças) provenientes do exterior, ante a
inexistência de lei complementar sobre o tema, com base na já referida competência concorrente.
A matéria foi objeto do tema 825, tendo sido fixada a seguinte tese: “é vedado aos Estados e ao
Distrito Federal instituir o ITCD nas hipóteses referidas no art. 155, § 1º, III, da Constituição Federal
sem a intervenção da lei complementar exigida pelo referido dispositivo constitucional”.
O que a maioria do Egrégio Tribunal entendeu foi que a lei complementar a que se refere o
art. 155, § 1º, III, da CF/88, não trata de normas gerais e, por isso, não haveria que se falar no uso da
competência concorrente pelos Estados. Ou seja, seria uma lei necessária a tratar de um assunto
específico que foi reservado à lei complementar pelo texto constitucional. Diferente, por exemplo,
da lei complementar a que se refere o art. 146, III, da CF/88, que trata de normas gerais.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 5
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Quanto à modulação de efeitos da decisão, também por maioria, ficou decidido que o
acórdão produzirá efeitos a contar de sua publicação, ressalvando as ações ajuizadas pendentes de
julgamento. Ou seja, os contribuintes que possuíam ações ajuizadas sobre a matéria, cujo mérito
ainda esteja pendente de análise judicial, terão direito à pleitear a repetição do indébito tributário.
Ok, o STF decidiu isso mesmo, mas guie-se, sempre, pelo que estiver previsto na legislação
tributária. A nossa disciplina é “legislação tributária estadual”. Se o dispositivo não foi revogado, ele
segue válido. Siga essa orientação para qualquer aula de qualquer curso de legislação tributária
estadual. “Ah, tem uma súmula do STF ou do STJ que é diferente do que está previsto na legislação”.
Fique com a legislação, SEMPRE ! No nosso caso, o legislador estadual tratou da incidência do ITCD
nos casos previstos no art. 155, III, da CF/88 (esses que envolvem o “exterior”).

IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

O Senado Federal, por meio da Resolução 09/92, estipulou a alíquota máxima de 8% para o
ITCD.
Por fim, vamos dar uma olhada em alguns entendimentos do STF acerca do nosso imposto
(isso só interesse a vocês, se a banca pedir, expressamente, o entendimento jurisprudencial sobre o
assunto).
Principais Súmulas do STF:
112: O imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da
abertura da sucessão.
113: O imposto de transmissão causa mortis é calculado sobre o valor dos bens na data da
avaliação.
114: O imposto de transmissão causa mortis não é exigível antes da homologação do cálculo.
115: Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a homologação
do juiz, não incide o imposto de transmissão causa mortis.
331: É legítima a incidência do imposto de transmissão causa mortis no inventário por morte
presumida.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 6
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

590: Calcula-se o imposto de transmissão causa mortis sobre o saldo credor da promessa de
compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente vendedor.

Segue, agora, a ementa de um julgado importante envolvendo o ITCD:


“EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LEI ESTADUAL:
PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTA DE IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE
BENS E DIREITOS. CONSTITUCIONALIDADE. ART. 145, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE MATERIAL TRIBUTÁRIA. OBSERVÂNCIA DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.” (RE 562.045/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgamento em 06/02/2013).
Percebam que, apesar de o Supremo não aceitar a progressividade das alíquotas de impostos
reais sem que haja previsão constitucional nesse sentido – como é o caso do ITBI –, com o ITCD o
entendimento foi diferente. Isso porque a Corte entendeu que o ITCD possui características que
tornam possível graduá-lo de acordo com a capacidade contributiva do sujeito passivo. Isso faz
sentido, na medida em que o recebimento de herança ou doação vai, efetivamente, gerar um
acréscimo no patrimônio do sujeito passivo. E, por exemplo, no caso do ITBI (devido pela transmissão
inter vivos de bens imóveis), não podemos pressupor que o sujeito que adquire um imóvel está
tendo um acréscimo patrimonial (já que ele precisa abrir mão de um valor em dinheiro para pagar
pelo bem). Na verdade, é possível que ele até “saia no prejuízo”, se precisar se valer de um
financiamento, já que terá que pagar uma quantia considerável a título de juros.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 7
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

3 – DA COMPETÊNCIA E DA INCIDÊNCIA
A partir de agora, vamos “embarcar” na legislação mato-grossense, de fato.

Art. 1º O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação, de quaisquer Bens ou


Direitos - ITCD incide sobre:
I - a sucessão legítima ou testamentária, inclusive a sucessão provisória;
II - a doação a qualquer título.
§ 1º Nas transmissões referidas neste artigo, ocorrem tantos fatos geradores distintos
quantos forem os herdeiros, legatários ou donatários.
§ 2º Compreende-se no inciso I do caput a transmissão de bem ou direito por qualquer
título sucessório, inclusive o fideicomisso.
§ 3º A legítima dos herdeiros, ainda que gravada, e a doação ou legado com encargo
sujeitam-se ao imposto como se não o fossem.
§ 4º No caso de aparecimento do ausente, fica assegurada a restituição do imposto
recolhido pela sucessão provisória.
§ 5º Estão compreendidos na incidência do imposto os bens ou direitos que, na divisão
de patrimônio comum, na partilha ou adjudicação, forem atribuídos a um dos cônjuges
ou conviventes ou a qualquer herdeiro, acima da meação ou quinhão.
§ 6º Para efeito do disposto nesta lei, considera-se doação qualquer ato ou fato não
oneroso que importe ou se resolva em transmissão de quaisquer bens ou direitos.

Art. 2º O disposto neste artigo aplica-se sobre a transmissão causa mortis e sobre a
doação a qualquer título de:
I - propriedade, posse, domínio útil ou qualquer outro direito real relativamente a bem
imóvel;
II - bens móveis e semoventes, títulos, créditos ou quaisquer outros direitos.
§ 1º O ITCD alcança, inclusive, a transmissão causa mortis ou doação de:
I - qualquer título ou direito representativo do patrimônio ou capital de sociedade e
companhia, inclusive ação, quota, quinhão, participação civil ou comercial, nacional ou
estrangeira, bem como direito societário, debênture, dividendo e crédito de qualquer
natureza;
II - dinheiro, haver monetário em moeda nacional ou estrangeira e título que o
represente, depósito bancário e crédito em conta corrente, depósito em caderneta de
poupança e a prazo fixo, quota ou participação em fundo mútuo de ações, de renda fixa,
de curto prazo, e qualquer outra aplicação financeira e de risco, seja qual for o prazo e a
forma de garantia;
III - bem incorpóreo em geral, inclusive título e crédito que o represente, qualquer direito
ou ação que tenha de ser exercido e direitos autorais.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 8
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

§ 2º A transmissão de propriedade ou domínio útil de bem imóvel ou de direito a ele


relativo, situado no Estado, sujeita-se ao imposto, ainda que o respectivo inventário ou
arrolamento seja processado em outro Estado, no Distrito Federal ou no exterior e, no
caso de doação, ainda que doador, donatário ou ambos não tenham domicílio ou
residência neste Estado.
§ 3º O bem móvel, o título e o direito em geral, inclusive os que se encontrem em outro
Estado ou no Distrito Federal, também ficam sujeitos ao imposto de que trata esta lei, no
caso de o inventário, arrolamento ou testamento processar-se neste Estado ou nele tiver
domicílio o doador.
§ 4º O bem móvel, o título e o direito em geral, inclusive os que se encontrem em outro
Estado ou no Distrito Federal, também ficam sujeitos ao recolhimento do imposto de que
trata esta Lei, na hipótese de o inventário ser processado extrajudicialmente dentro do
Estado de Mato Grosso.

Art. 3º O imposto é devido nas hipóteses abaixo especificadas, sempre que o doador
residir ou tiver domicílio no exterior, e, no caso de morte, se o de cujus possuía bens, era
residente ou teve seu inventário processado fora do País:
I - sendo corpóreo o bem transmitido:
a) quando se encontrar no território do Estado;
b) quando se encontrar no exterior e o herdeiro, legatário ou donatário tiver domicílio
neste Estado;
II - sendo incorpóreo o bem transmitido:
a) quando o ato de sua transferência ou liquidação ocorrer neste Estado;
b) quando o ato referido na alínea anterior ocorrer no exterior e o herdeiro, legatário ou
donatário tiver domicílio neste Estado.

Para o estudo no ITCD, precisaremos abordar – ainda que de forma superficial – alguns pontos
do Direito Civil. Já na incidência precisamos definir alguns institutos para melhor esclarecer os
dispositivos.
a) Sucessão legítima: é a que decorre da lei (Código Civil, no caso). Ocorre quando não há um
testamento válido deixado pelo de cujus.
b) Sucessão testamentária: como já diz o nome, é aquela na qual o de cujus deixa um
testamento (ato de última vontade).
c) Sucessão provisória: é aquela processada nos termos dos arts. 26 a 36 do Código Civil.
Basicamente, ela se dá quando há a declaração de ausência de determinada pessoa. É uma
presunção de que tal pessoa faleceu.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 9
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Vemos, portanto, que de acordo com o art. 1º, I, qualquer uma das espécies de transmissões
causa mortis ensejará a incidência do imposto.
O parágrafo 4º do art. 1º fala que, por ocasião do retorno do ausente, o imposto deverá ser
restituído aos herdeiros. Isso faz sentido, afinal os bens partilhados retornarão ao “ex-ausente”.
O parágrafo 2º trouxe um nome que pode ter chamado atenção: fideicomisso. Basicamente,
o instituto do fideicomisso – arts. 1.951 a 1.960 do Código Civil - é uma operação em que o “de cujus”
(antes de morrer, é claro) nomeia, por testamento, um herdeiro ou legatário (fiduciário) para
receber parte da herança que posteriormente será repassada a uma terceira pessoa
(fideicomissário). Essa é a instituição do fideicomisso. A substituição de fideicomisso (em que
também ocorre a transmissão de bens), em regra, se dará por ocasião da morte do fiduciário.
O parágrafo 6º fala do conceito de “doação”. Doação é qualquer transmissão inter vivos
gratuita de bens móveis, imóveis e direitos a eles relativos. Reparem que a ela consiste num ato em
que o doador, por livre e espontânea vontade (sem esperar nada em troca), transfere bens (ou
direitos) a um beneficiário (= donatário). Esse beneficiário precisa receber o bem (seja de forma
expressa, tácita ou presumida) para que se efetive a transmissão. Ou seja, se eu doo um valor a um
terceiro e este recusa, não há que se falar em doação. Por fim, a herança, ainda que gravada com
alguma cláusula, e a doação feita com encargo ficam sujeitas à incidência do imposto, assim como o
adiantamento de legítima (quando o futuro herdeiro recebe parte de sua herança “antes da hora”.
É o mesmo que uma doação).
Exemplo) Dimulé, já adoecido e moribundo, optou por antecipar parte da herança a um de
seus filhos (José), relativamente às cotas de capital social de uma empresa de que ambos eram
sócios, para evitar qualquer prejuízo operacional, em decorrência de seu falecimento (ou um “olho
grande” por parte dos demais herdeiros). Nesse caso, ele antecipa a legítima (ou parte dela) a um
de seus filhos e será devido, nesse momento, o ITCD pela doação. Quando Dimulé vier a falecer, esse
bem será levado à colação (art. 2.002 do Código Civil) para fins de apuração dos quinhões devidos a
cada um dos herdeiros (afinal de contas, José já recebeu parte da herança que lhe cabia).
Também é doação o excesso não oneroso na partilha de patrimônio comum. Esse excesso
pode ser dar por ocasião da partilha de bens, seja num processo de dissolução de sociedade de fato

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 10
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

(por separação/divórcio), seja num processo de inventário (podendo ser um excesso de meação –
quando se der em favor da figura do cônjuge-meeiro – ou um excesso de quinhão – quando se der
em favor de um ou mais herdeiros/legatários). É isso que dispõe o parágrafo 5º, do art. 1º.
O parágrafo 1º do art. 1º traz uma disposição que cai em prova com muita frequência:

Ele prevê que a quantidade de fatos geradores será igual à quantidade de


herdeiros/legatários (nas transmissões causa mortis) ou donatários (nas transmissões inter vivos,
por doação). Ou seja, pouco importa a quantidade de doadores ou mesmo de falecidos (quando se
tratar de inventário/arrolamento cumulativo), para determinar a quantidade de fatos geradores
ocorridos. Também não interessa quantos bens foram transmitidos. Podemos ter uma transmissão
causa mortis de 50 bens. Se houver apenas um herdeiro, só haverá um fato gerador. Logo, o que
importa é a quantidade de donatários ou herdeiros/legatários.

Vamos, agora, ao art. 2º da nossa lei. Ele apenas reforça o que já sabemos: que o ITCD incide
sobre quaisquer bens (móveis, imóveis, fungíveis, infungíveis, corpóreos e incorpóreos) e direitos
a eles relativos. Por que estou falando sobre isso ? Por causa dos direitos reais.
Mais uma vez, precisaremos adentrar em alguns pontos do Direito Civil.
Os direitos reais estão descritos no Código Civil. São exemplos: usufruto, servidões, anticrese,
hipoteca e etc. Sobre a transmissão desses direitos, bem como sobre a transmissão dos direitos

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 11
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

sobre a propriedade ou sobre o domínio útil incide também o ITCD. Isso significa que mesmo que
não haja a transmissão da propriedade, mas haja a transmissão do direito a ela incidirá ITCD. Até
aqui, tudo ok.
Mas reparem que a CF/88 em seu art. 156, II, exclui da incidência do ITBI (incidente sobre
transmissões inter vivos, onerosas, de bens imóveis e seus direitos) os direitos reais de garantia.
E em relação ao ITCD, há disposição semelhante no texto constitucional ?
Não !!! A CF/88 não exclui da incidência do ITCD tais direitos, como fez com o ITBI. E nem o
legislador mato-grossense o faz (ao contrário da maioria dos legisladores estaduais). Assim sendo,
com base na nossa lei, o ITCD incide sobre a transmissão de direitos reais de garantia sobre bens
imóveis (p.ex.: hipoteca) e móveis (p.ex.: penhor). “Ah, professor, mas já vi entendimento
jurisprudencial diverso”. Eu também ! Mas, na prova de legislação, recomendo que o aluno se guie
pela literalidade do texto legal.
Os parágrafos 2º, 3º e 4º repetem o que diz a CF/88 acerca da sujeição ativa do ITCD (também
já vimos o assunto no capítulo 2 da nossa aula. Esqueceu ? Segura aí, então:
BENS SUJEITO ATIVO
Estado (ou DF) onde estiver situado o bem
Imóveis (e respectivos
(regra válida para transmissões causa mortis
direitos)
ou por doação
Na doação: Estado (ou DF) onde tiver
Móveis, títulos e créditos (e domicílio o doador
respectivos direitos) Na transmissão causa mortis: Estado (ou DF)
onde se processar a sucessão

Vamos, portanto, ao art. 3º para aprendermos as novidades.


Sobre a incidência, o nosso legislador, por enquanto, não quis saber de levar em conta a tese
fixada no Tema 825 de RG, sobre as situações do art. 155, § 1º, III, da CF/88.
Todavia, se combinarmos os parágrafos 2º, 3º e 4º do art. 2º com o art. 3º, não dá para cravar
que as regras previstas nesse último artigo valem somente para bens móveis, já que ele fala em
“bem corpóreo” e “bem incorpóreo” transmitidos.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 12
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Então, vou deixar um esquema, considerando a regra válida para ambos os tipos de bens
(imóveis e móveis). Pessoal, nos últimos 18 anos, só 4 questões cobraram conhecimento sobre as
situações do ITCD envolvendo “o exterior” e só em uma delas o bem transmitido era imóvel (mas a
legislação do respectivo Estado deixava claro que as regrinhas “do exterior” só se aplicavam para
transmissões de bens móveis, então era moleza).

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 13
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Local do Imóvel E doador


Bens Bem no exterior OU
Imóveis Imóvel no exterior
Domicílio do E de cujus
donatário ou residente no
do herdeiro exterior, ou
inventário/
arrolamento no
exterior

Domicílio do
Doador

Bens Móveis Doador no exterior


Local do bem E bem (ou sua
(Doação) liquidação) no MT

Local Se doador no
Domicílio do exterior E bem (ou
Donatário sua liquidação) no
exterior

Onde se
processar
inventário ou
arrolamento

de cujus residente
Bens Móveis ou seu inventário
Local do bem no exterior E bem
(Sucessão) (ou sua liquidação)
no MT

de cujus residente
ou seu inventário
Domicílio do no exterior E
Herdeiro,
Legatário bem (ou sua
liquidação) no
exterior

Exemplo) Dimulé, morador de Cuiabá-MT, doou um imóvel localizado em Paris a seu irmão,
morador de São Paulo-SP. Qual é o Estado competente para exigir o ITCD ?

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 14
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

PEGADINHA ! Não há Estado competente para exigir o ITCD. Afinal, o imposto é devido ao
Estado da localização do bem imóvel e o doador reside no país (então não se aplica a regra “do
exterior”). Cuidado com essa situação.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 15
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

4 – MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR

Art. 6º. Ocorre o fato gerador:


I - na transmissão de qualquer bem ou direito havido por sucessão legítima ou
testamentária, inclusive a sucessão provisória;
II - na transmissão por doação, a qualquer título, de quaisquer bens ou direitos;
III - na aquisição de bem ou direito em excesso pelo herdeiro ou cônjuge meeiro, na
partilha, em sucessão causa mortis ou em dissolução de sociedade conjugal.

O art. 6º trata do critério temporal da regra-matriz de incidência tributária do ITCMD. Todos


são bem autoexplicativos e “naturais”. Como falei, os momentos são bem autoexplicativos, mas cabe
destacar alguns:
a) Nas transmissões causa mortis:
- Data da abertura da sucessão (= data do falecimento), mesmo que ela seja provisória (nos
termos dos arts. 26 a 36 do Código Civil).
b) Nas transmissões por doação:
- Data da prática/formalização do ato (seja ele público ou particular) ou data da partilha (da
sua homologação, na verdade) em processos judiciais em que haja excedente de meação/quinhão
em favor de determinada pessoa.
O RITCD é um pouco mais claro nesse ponto:

RITCD
Art. 4º Ocorre o fato gerador do imposto no momento da:
I – abertura da sucessão, inclusive a decorrente de morte presumida;
II – realização do ato ou celebração do contrato de transmissão do bem ou direito nos
demais casos.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 16
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

5 – DA NÃO INCIDÊNCIA E DA ISENÇÃO

Art. 5.º O imposto não incide sobre:


I - transmissões ou doações em que figurarem como herdeiros, legatários ou donatários:
a) a União, os Estados, o Distrito Federal ou os Municípios;
b) os templos de qualquer culto;
c) os partidos políticos e suas fundações;
d) as entidades sindicais;
e) as instituições educacionais e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;
f) as autarquias e as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - a renúncia pura e simples de herança ou legado sem designação do beneficiário;
III - o fruto e o rendimento do bem do espólio havido após o falecimento do autor da
herança ou legado;
IV - a importância deixada ao testamenteiro, a título de prêmio ou remuneração, até o
limite legal.
§ 1º Sem prejuízo da observância do estatuído no § 2º, a não-incidência prevista nas
alíneas "c", "d", e "e" do inciso I fica condicionada a que as entidades nelas mencionadas
atendam aos seguintes requisitos:
I - não distribuam qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer
título;
II - apliquem integralmente no País os seus recursos na manutenção dos seus objetivos
institucionais;
III - mantenham escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de
formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às entidades mencionadas nas alíneas "b" a "f" do
inciso I, desde que os bens, direitos, títulos ou créditos sejam destinados ao atendimento
de suas finalidades essenciais..

Art. 6.º Fica isenta do imposto:


I - a transmissão causa mortis de:
a) de patrimônio cujo valor total transferido a cada beneficiário não ultrapassar a 1.500
(mil e quinhentas) Unidades Padrão Fiscal do Estado de Mato Grosso - UPF/MT;
b) na extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor;
c) da quantia devida pelo empregador ao empregado, por Institutos de Seguro Socia e
Previdência, oficiais ou privados, de verba e prestação de caráter alimentar decorrentes
de decisão judicial em processo próprio e do montante de contas individuais do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, do Fundo de Participação dos Programas de

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 17
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Integração Social - PIS e de formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP, não


recebido em vida pelo titular;
II - a doação:
a) cujo valor não ultrapassar a 500 (quinhentas) Unidades Padrão Fiscal do Estado de
Mato Grosso - UPF/MT;
b) de bem imóvel, incluída a construção, destinado a programa de habitação popular,
devidamente reconhecido pelo Poder Público competente;
c) de bem imóvel para assentamentos rurais concernentes ao programa de reforma
agrária;
d) de bem imóvel urbano ou rural com matrícula oriunda de área pública, nos casos de
legitimação de posse, quando se tratar do seu primeiro registro de direito real.
e) de bem imóvel, urbano ou rural, à empresa pública ou à sociedade de economia mista,
quando integrante da Administração Pública Estadual Indireta do Estado de Mato Grosso.
(Dispositivo introduzido pela Lei nº 11.314 de 25 de fevereiro de 2021)

Muita atenção: as bancas adoram confundir casos de não-incidência com os de isenção. Não
errem isso na prova, por favor !
Comecemos pelas hipóteses de não incidência:
Nas alíneas do inciso I e nos parágrafos 1º, 2º e 3º do art. 5º, nenhuma novidade, pois são
as imunidades genéricas do art. 150, VI, da CF/88, que vocês já viram, exaustivamente, em Direito
Tributário. Um detalhe importantíssimo: as imunidades são aplicáveis às transmissões causa mortis
e doações caso (i) União e demais entes políticos, (ii) autarquias e fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, (iii) partidos políticos e suas fundações, (iv) templos de qualquer culto, (v)
entidades sindicais de trabalhadores, instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos FIGUREM COMO RECEBEDORES DOS BENS TRANSMITIDOS (sendo herdeiros, legatários
ou donatários). Ou seja, se algum desses entes for doador, por exemplo, não há que se falar na
aplicação da imunidade.
Aí os incisos II a IV do art. 5º trazem as novidades.
O inciso II fala sobre a renúncia abdicativa:

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 18
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Há duas espécies de renúncia: a abdicativa (não incide o ITCD) e a translativa (incide o ITCD).
Na abdicativa, o herdeiro recusa a herança por completo, sem fazê-lo em relação a determinados
bens ou em favor de determinadas pessoas. Ou seja, ele não renuncia apenas em relação a um ou
outro bem e nem em favor de uma determinada pessoa (p.ex.: um dos filhos renuncia à sua parte
num imóvel, em favor da mãe). Essa renúncia tem por base o art. 1.804 do Código Civil que dispõe
da seguinte forma:

Art. 1.804 - Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a
abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à
herança;

Porém, se o herdeiro renunciar em favor de alguém, ou apenas em relação a determinados


bens, presume-se que ele aceitou a sua parte da herança e está a transferindo a terceiro. Nesse caso,
há a renúncia translativa e, consequentemente, incidirá o ITCD, tanto na transmissão causa mortis
(pela aceitação da herança), quanto na transmissão inter vivos (já que os bens que forem
destinados aos demais herdeiros/meeiro serão tidos como doados pelo herdeiro renunciante).
O inciso III traz mais um caso de não incidência. O espólio é o conjunto de bens, direitos e
obrigações deixados pelo “de cujus”. Ocorre que, a partir da abertura da sucessão, o espólio pode
continuar recebendo frutos. Por exemplo: um aluguel relativo a um imóvel que integre o espólio do

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 19
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

“de cujus” representa uma renda que está sendo gerada após a morte em favor dos herdeiros. Esse
aluguel não é considerado herança para fins de ITCD, mas sim um rendimento do espólio, uma vez
que o lançamento do imposto deve se reportar à data da ocorrência do fato gerador, que é a data
da abertura da sucessão (= morte).
O inciso IV fala da não incidência do ITCD sobre a chamada vintena testamentária. “O que é
isso, Rafael ?”. Vamos dar uma rápida bisbilhotada no art. 1.987 do Código Civil:

Art. 1.987 - Salvo disposição testamentária em contrário, o testamenteiro, que não seja
herdeiro ou legatário, terá direito a um prêmio, que, se o testador não o houver fixado,
será de um a cinco por cento, arbitrado pelo juiz, sobre a herança líquida, conforme a
importância dela e maior ou menor dificuldade na execução do testamento;

O testador pode nomear um ou mais testamenteiros para dar cumprimento às disposições


de última vontade e defender a validade do testamento. Então ou a importância a ser deixada para
o testamenteiro será arbitrada pelo juiz ou será estipulada pelo próprio testador. Se, por acaso, o
testador estipular um prêmio que seja maior que os 5% a que se referem o art. 1987 do CC, o
excedente será tributado. A não incidência será limitada ao previsto em lei. No caso, aos 5%.
Por fim, vou falar sobre mais três situações, não previstas expressamente na nossa lei, mas
decorrentes do Direito Civil, em que não há que se falar em incidência do ITCD por não haver
transmissão alguma de bens. Trata-se da meação recebida pelo cônjuge sobrevivente, nas
transmissões causa mortis ou da meação recebida pelos cônjuges, por ocasião de dissolução de
sociedade conjugal. “Ah, então a viúva/viúvo nunca vai pagar ITCD se só receber bens comuns que
tinha com o ‘de cujus’ ?”. A título de transmissão causa mortis, nunca ! Mas é possível que ela/ele
receba valores além da meação (chamado “excesso de meação”). Nesse caso, ela/ele deverá
recolher o ITCD devido pelo excesso de meação (= doação), mas não pela transmissão causa mortis.
Pessoal, não se preocupem em ir além disso, pois a banca não costuma aprofundar na parte de
direito civil. Até porque, se fosse explicar tudo, esse aula teria umas 300 páginas (Direito Civil +
Legislação Tributária Estadual). O mesmo vale para processos de dissolução de sociedade conjugal
(p.ex.: separações e divórcios). Se ambos os cônjuges, por ocasião da separação, ficam com metade
do patrimônio comum, não há que falar em incidência do ITCD, pois não houve transmissão alguma
de bens.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 20
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Temos, ainda, a transferência de bens comuns do casal, de um cônjuge para outro, na


constância do casamento, como uma situação que não se sujeita à incidência do imposto.
Por que eu estou falando sobre esses assuntos ? Pois a questão pode falar dessas situações e
vocês precisam ter uma breve noção de direito civil para entender o caso.

Passemos aos casos de isenção, previstos no art. 6º. Memorizem todos ! Isso cai em tudo
quanto é prova. Irei comentar aqueles que não são autoexplicativos.
Isenções em transmissões causa mortis:
a) de patrimônio cujo valor total transferido a cada beneficiário (herdeiro/legatário) não
ultrapasse 1.500 UPF/MT.
Vale ressaltar que vocês não precisam se preocupar com o valor da UPF/MT, pois ela varia
mensalmente. Logo, certamente a questão informará o seu valor, caso seja necessário para a
resolução de uma questão.
Vejamos, antes de dar um exemplo, uns dispositivos contidos no RITCD sobre essa isenção:

RITCD
Art. 7º, § 1º Na hipótese da alínea a do inciso I, entende-se por patrimônio total do espólio
o valor relativo ao acervo tributável por este Estado, correspondendo a cada herdeiro
ou legatário uma fração proporcional ao respectivo quinhão ou legado.
§ 2º Relativamente ao disposto nas alíneas a dos incisos I e II:
II – será observado o valor da UPFMT vigente na data da abertura da sucessão, da
avaliação ou da celebração do contrato de doação (= data da ocorrência do fato gerador,
no caso, como preconiza o art. 144, caput, do CTN), conforme o caso.

Ou seja, no parágrafo 1º, o legislador mato-grossense quis deixar claro que a isenção levará
em contra o patrimônio transmitido a cada herdeiro, considerando, apenas, os bens sujeitos à
tributação por MT.
Exemplo) João falece e deixa para seu único filho, José, um imóvel em Campo Grande-MS, no
valor de 10.000 UPF/MT e um veículo licenciado no MT, de valor igual a 1.000 UPF/MT. Sabendo que
o inventário foi processado no MT, é devido o ITCD ao Estado em relação à transmissão causa mortis
dos bens?

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 21
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Não. Afinal, só será considerado, para fins de enquadramento na isenção, o bem que será
tributado pelo ITCD em favor de MT. Assim sendo, o único que que comporá o patrimônio total
deixado ao herdeiro monta no valor de 1.000 UPF/MT.
Vamos ver outro exemplo para entender a isenção:
Exemplo) Rosenval, casado sob o regime da comunhão universal de bens com Maria, falece
e deixa para seus dois herdeiros, Eduardo e Luís, uma casa em Cáceres-MT, no valor de R$
600.000,00. Suponha o valor da UPF/MT de 150 reais. É devido o ITCD em relação à transmissão do
imóvel ?
Não. Ora, o imóvel vale, em sua totalidade, 4.000 UPF/MT, certo (600.000/150) ? Mas vimos
que a isenção será baseada no patrimônio transmitido, individualmente, a cada herdeiro. Nesse
caso, sabemos que viúva tem direito à meação (50% do imóvel) no valor de R$ 300.000,00. Aqui nem
devemos falar de isenção, pois sobre a meação não há que se falar em possibilidade de incidência
do imposto. E temos que dividir os outros 50% entre os 2 herdeiros. Logo, cada um deles (Luís e
Eduardo) faz jus ao recebimento de R$ 150.000,00 (25% do imóvel). Esse valor corresponde a 1.000
UPF/MT. Portanto, a transmissão causa mortis aos dois herdeiros está amparada pela isenção.

b) Extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor.


E lá vamos nós para o Direito Civil...
Aqui, precisamos conhecer o termo “usufruto”. É um direito assegurado a alguém para que
possa gozar ou fruir as utilidades e frutos de uma coisa (móvel ou imóvel), cuja propriedade pertence
a outrem, enquanto temporariamente destacado da mesma propriedade. A instituição do usufruto
impõe a coexistência de dois titulares de direito sobre a coisa: o nu-proprietário (quem detém a nua-
propriedade) e o usufrutuário (quem tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos
e rendas produzidos pelo bem). Podemos ter a transferência do usufruto, mantendo-se a
propriedade. Ou então, transfere-se a propriedade e mantém-se o usufruto.
Uma dúvida que alguns alunos têm é a seguinte: quando falamos de instituição do usufruto,
entendemos que o detentor da propriedade plena do imóvel institui o usufruto em favor de terceiro.
Ou seja, o proprietário fica com a nua-propriedade e transmite o usufruto para esse terceiro. Quando

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 22
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

falamos de reserva de usufruto, entendemos que o detentor da propriedade plena do imóvel institui
o usufruto para si próprio, transmitindo a nua-propriedade para terceiro.
O usufruto pode se extinto em algumas situações. Elas estão previstas no art. 1.410 do CC.
Vou reproduzir o dispositivo, mas apenas uma vai nos interessar:

Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de


Imóveis:
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;
II - pelo termo de sua duração;
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se
ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer;
IV - pela cessação do motivo de que se origina;
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e
1.409;
VI - pela consolidação;
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não
lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de
crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art.
1.395;
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai;

Caso a extinção tenha se dado por transmissão causa mortis e o nu-proprietário tenha sido o
instituidor do usufruto (ou seja, o nu-proprietário é que possuía a propriedade plena do imóvel e
instituiu o usufruto em favor de terceiro, que veio a falecer), estaremos diante de uma situação de
isenção. Atenção, se o nu-proprietário instituiu o usufruto sobre um imóvel em favor de terceiro e
veio a falecer dois anos depois, não é caso de extinção de usufruto. A nua-propriedade será
transmitida aos herdeiros, normalmente. Afinal, a morte do nu-proprietário não ocasiona a
extinção do usufruto. Só a do usufrutuário.
Um último detalhe: podemos dizer que a extinção do usufruto sempre estará isenta do ITCD
quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor ? Não. Só haverá a isenção caso essa extinção tenha
se dado em decorrência do falecimento do usufrutuário. Em qualquer outra situação de extinção,
não há previsão para a isenção do imposto.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 23
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

c) valores relativos à remuneração de trabalho, FGTS, PIS, PASEP ou aposentadoria não


recebidos em vida pelo titular. Aqui temos a isenção aplicável às transmissões de valores devidos
pelo empregador – ou em decorrência de vínculo de trabalho – ao “de cujus”, que não tenham sido
pagos a este, em vida. Tais valores se referem a salários, FGTS, valores de aposentadorias ou pensões
e etc. Reparem que não há limite de valor.

Isenções em transmissões por doação (a maioria é autoexplicativa):


a) cujo valor não ultrapasse 500 UPF/MT;

b) de imóvel já construído ou destinado à construção de moradia vinculada a programa de


habitação popular, devidamente reconhecido pelo Poder Público. Ou seja, tanto a doação de um
terro para a construção da moradia vinculada a programa de habitação popular, quanto a doação,
de imóvel construído, estão isentas do ITCD.

c) doação de imóvel para assentamento rural, com o objetivo de implantar o programa da


reforma agrária.

d) imóveis rurais ou urbanos, com matrícula oriunda de área pública, nos casos de
legitimação de posse, quando se tratar do seu primeiro registro de direito real. Pessoal, essa
legitimação de posse precede a aquisição da propriedade. Vou tentar explicar o assunto da forma
mais leve possível. O cidadão que estiver morando nesses imóveis públicos, cumpridos uns requisitos
previstos em lei, pode pedir que ele seja reconhecido como o possuidor daquele local. “Ah Rafael, é
tipo a usucapião ?”. É isso aí. Só que a usucapião vem depois da legitimação da posse, pois ela
consiste na aquisição da propriedade (enquanto que a legitimação é da posse). E ambas são
aquisições (de posse ou propriedade) ditas originárias. Ou seja, não é um terceiro que está
transmitindo o bem para o possuidor legítimo (e potencial futuro proprietário). Num julgado antigo
o STF falou sobre essa espécie de aquisição (à época ITBI e ITCD eram “um só” e pertenciam aos
Estados/DF):

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 24
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

“IMPOSTO DE TRANSMISSAO DE IMÓVEIS. ALCANCE DAS REGRAS DOS ARTS. 23, INC. I, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL E 35 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. USUCAPIAO. A OCUPAÇÃO
QUALIFICADA E CONTINUADA QUE GERA O USUCAPIAO NÃO IMPORTA EM TRANSMISSAO DA
PROPRIEDADE DO BEM. A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA E VEDADA 'ALTERAR A DEFINIÇÃO, O CONTEUDO
E O ALCANCE DOS INSTITUTOS, CONCEITOS E FORMAS DE DIREITO PRIVADO' (ART. 110 DO C.T.N.).
REGISTRO DA SENTENÇA DE USUCAPIAO SEM PAGAMENTO DO IMPOSTO DE TRANSMISSAO.
RECURSO PROVIDO, DECLARANDO-SE INCONSTITUCIONAL A LETRA 'H', DO INC. I, DO ART. 1., DA LEI
N. 5.384, DE27.12.66, DO ESTADO DE RIO GRANDE DO SUL.” (RE 94.580/RS, Rel. Djaci Falcão,
Julgamento em 30/08/1984).
Todavia, a despeito de o julgado falar em não incidência, a nossa lei trata tal situação como
uma hipótese de isenção do ITCD. Muito cuidado com isso. Especialmente se vocês estudaram o
assunto em Direito Tributário.
O RITCD ainda fala do assunto da seguinte forma:

RITCD
Art. 7º, § 4° A isenção prevista neste artigo somente se aplica, em relação à hipótese
prevista na alínea d do inciso II do caput deste preceito, desde que a legitimação da posse
seja concedida a morador cadastrado pelo poder público que, cumulativamente:
I – não seja concessionário, foreiro ou proprietário de outro imóvel urbano ou rural;
II – não seja beneficiário de legitimação de posse concedida anteriormente.
§ 5° Para os fins do disposto neste artigo, respeitadas as disposições do parágrafo
anterior, a legitimação de posse poderá, ainda, ser concedida a coproprietário de gleba,
titular de cotas ou frações ideais, devidamente cadastrado pelo poder público, desde que
exerça seu direito de propriedade em um lote individualizado e identificado no
parcelamento registrado.

O parágrafo 4º ainda estipula duas condições para que o beneficiário possa fruir dessa
isenção:
- Ele não pode ser concessionário, foreiro ou proprietário de outro imóvel (seja ele urbano ou
rural);
- Ele não pode ter sido beneficiário de outra legitimação de posse já concedida (ou seja, é só
uma vez que ele poderá se valer dessa isenção).

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 25
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

e) de bem imóvel, urbano ou rural, à empresa pública ou à sociedade de economia mista,


quando integrante da Administração Pública Estadual Indireta do Estado de Mato Grosso.

Dispositivo introduzido na nossa lei em


fevereiro de 2021

Ou seja, qualquer imóvel (percebam que a lei não restringe o benefício à transmissão de
imóveis residenciais) que seja doado às empresas públicas e sociedades de economia mista do
Estado do MT não se sujeitarão à incidência do ITCD. Dois detalhes que vocês precisam memorizar:
1) Quaisquer doações efetuadas para autarquias e fundações, em geral (e não somente as
estaduais), são casos de não incidência. Já as doações de imóveis feitas à empresa pública ou à
sociedade de economia mista, integrante da Administração Pública Estadual Indireta de MT, serão
isentas do ITCD. 2) Essa isenção é nova e foi introduzida pela lei nº 11.314, de 25 de fevereiro de
2021. Sempre é bom estar atento às novidades.
Ahhh, essa última isenção não está contemplada no RITCD. Vai que a banca cria uma questão
do tipo: “De acordo com o RITCD, não está isenta do imposto a transmissão...”. Nunca se sabe.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 26
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

6 – DA SUJEIÇÃO PASSIVA

Art. 7º - São contribuintes do imposto:


I - na transmissão causa mortis, o herdeiro ou o legatário;
II - no fideicomisso, o fiduciário;
III - na doação, o donatário;
IV - na cessão de herança ou de bem ou direito a título não oneroso, o cessionário.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso III, se o donatário não residir nem for domiciliado
no Estado, o contribuinte será o doador.

Art. 8º Na impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo


contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas
omissões de que forem responsáveis:
I - o tabelião, escrivão e demais serventuários de ofício, em relação aos atos tributáveis
praticados por eles ou perante eles, em razão de seu ofício;
II - a empresa, instituições financeiras e todo aquele a quem couber a responsabilidade
do registro ou a prática de ato que implique a transmissão causa mortis ou doação de
bem móvel ou imóvel e respectivo direito ou ação;
III - o doador, o cedente de bem ou direito, e, no caso do parágrafo único do artigo
anterior, o donatário;
IV - qualquer pessoa física ou jurídica que detiver o bem transmitido ou estiver na sua
posse, na forma desta lei;
V - os pais, pelo imposto devido pelos seus filhos menores;
VI - os tutores ou curadores, pelo imposto devido pelos seus tutelados ou curatelados;
VII - os administradores de bens de terceiros, pelo imposto devido por estes;
VIII - o inventariante ou testamenteiro, pelo imposto devido pelo espólio.
Parágrafo único. Os serventuários dos registros de imóveis que procederem ao registro
de formais de partilha e de cartas de adjudicação e os servidores do Departamento
Estadual de Trânsito de Mato Grosso - DETRAN-MT que procederem à transferência de
propriedade, por doação ou causa mortis, de veículos, sem a comprovação do pagamento
do ITCD, responderão solidariamente com o contribuinte pelo imposto devido.

O art. 7º é moleza. Tirando o “herdeiro”, serão contribuintes todos os “...ários”. Donatário,


cessionário, fiduciário e etc. Costumo dizer que os otários é que são os contribuintes do imposto. O
parágrafo único traz uma exceção. Vejamos:
REGRA (inciso III do art. 7º): o donatário (que é o beneficiário) será o contribuinte do ITCD
nas transmissões por doação.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 27
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

EXCEÇÃO: nas transmissões por doação, caso o donatário não seja residente ou domiciliado
no MT (sendo residente/domiciliado em outro Estado ou no exterior, portanto), o DOADOR será o
contribuinte.
“Ah, mas e se ambos residirem em outro Estado ?”
Dá uma olhada na lei... Podemos ter duas situações:
i) Se a transmissão for de bens móveis, o ITCD sobre tais bens será devido a outro Estado
(afinal o doador residirá em fora do MT).
i) Se a transmissão for de bens imóveis localizados no MT (se estiver em outro Estado, nem
precisamos nos preocupar), o ITCD sobre tais bens será devido ao MT e o contribuinte será o doador,
afinal o donatário não reside no MT.

Sobre as regras de responsabilidade:


O art. 8º traz a responsabilidade “nutella”. Falo assim, pois, apesar de a lei falar em
“solidária”, na prática a responsabilidade é subsidiária, assim como a do art. 134 do CTN. Mas, para
a prova, leve a ideia de responsabilidade solidária.
Sobre esse artigo, cabe destacar o inciso III (do doador e, eventualmente, do donatário), pois
não há nada semelhante no referido art. 134 do CTN.

O RITCD traz outros dois dispositivos sobre “responsabilidade”. Vejamos:

RITCD
Art. 10-A Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, fica atribuída a responsabilidade
pelo pagamento do imposto e acréscimos legais devidos pelo sujeito passivo, pelos atos
e omissões que praticarem e que concorrerem para o não cumprimento de obrigação
tributária vinculada ao ITCD:
I – ao leiloeiro, em relação ao ITCD quando pertinente a bem ou direito transmitido ou
doado e arrematado em leilão;
II – ao administrador judicial, liquidante ou inventariante, em relação ao imposto devido
pela massa falida ou por empresa em processo recuperação judicial, ou pela sociedade
em dissolução ou, ainda, pertinente a bem e direito objeto de inventário, conforme o
caso;
III – ao armazém geral, depositário e demais encarregados da guarda ou comercialização
de mercadorias, quando integrantes do patrimônio do espólio ou for objeto de doação:

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 28
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

a) na saída de mercadoria depositada por contribuinte de qualquer Estado;


b) na transmissão de propriedade de mercadoria depositada por contribuinte de qualquer
Estado;
c) no recebimento para depósito ou na saída de mercadoria sem documentação fiscal ou
com documentação fiscal inidônea;
IV – a qualquer pessoa que, na condição de adquirente do bem ou mercadoria:
a) prestar ou deixar de prestar declaração ou informação que implique desoneração ou
postergação, total ou parcial, a qualquer título, do imposto;
b) deixar de observar a correta destinação ou finalidade do bem, nas hipóteses de
benefícios ou incentivos fiscais ou financeiro-fiscais condicionados.

Art. 10-B Responde solidariamente com o sujeito passivo pelas infrações praticadas, em
relação às disposições deste regulamento e demais obrigações contidas na legislação
tributária, o profissional de Contabilidade, responsável pela escrituração fiscal e/ou
contábil do contribuinte, quanto à prestação de informações com omissão ou falsidade.
Parágrafo único. Respondem, também, solidariamente com o sujeito passivo pelas
infrações praticadas, em relação às disposições deste regulamento e demais obrigações
contidas na legislação tributária, no que se refere à prestação de informações com
omissão ou falsidade, o administrador, o advogado, o economista, o correspondente
fiscal, o preposto, bem como toda pessoa que concorra ou intervenha, ativa ou
passivamente, no cumprimento da referida obrigação.

Art. 10-C Se o contribuinte substituto ou responsável estiver situado em outra unidade


federada, a adoção do regime de substituição tributária implicará a observância da
legislação tributária deste Estado.

Entendo que tanto o art. 10-A, quanto o art. 10-B tratam de responsabilidade solidária. Ainda
que o art. 10-A não fale isso expressamente, ele menciona o art. 10 que, por sua, vez traz algumas
situações de solidariedade (a “nutella”, como vimos). A diferença é que esses dois dispositivos (10-
A e 10-B) nos trazem a solidariedade “raiz”. Aquela que não prevê um benefício de ordem.
Percebam que na solidariedade do art. 8º da lei, temos o seguinte: “Na impossibilidade de exigência
do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente...”. Já em
ambos os dispositivos destacados do RITCD não há essa condição inicial. Ou seja, não interessa saber
se é possível ou não exigir o cumprimento da obrigação pelo contribuinte, para que seja possível
falarmos na solidariedade.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 29
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

7 – DA BASE DE CÁLCULO

Art. 9º. A base de cálculo do imposto é o valor venal do bem ou direito, ou o valor do
título ou crédito, transmitido ou doado.
Parágrafo único. Entende-se por valor venal o valor corrente de mercado do bem ou
direito na data da transmissão pela sucessão ou doação.

Art. 10. Nos casos abaixo especificados, observado o disposto no artigo anterior, a base
de cálculo é:
I - na doação da nua propriedade, na instituição e na extinção de usufruto, uso e
habitação, 70% (setenta por cento) do valor do bem;
II - na instituição de fideicomisso, o valor do bem ou direito;
III - na herança ou legado, o valor aceito pela Fazenda Pública ou fixado judicial ou
administrativamente.

Art. 11. O valor do bem ou direito, base para o cálculo do imposto, nos casos em que este
é pago antes da transmissão, é o da data em que for efetuado o pagamento.

Art. 12. Nas transmissões causa mortis, quando o inventário obedecer ao rito
convencional, e nas demais transmissões não onerosas sujeitas a processos judiciais, a
base de cálculo será o valor do bem ou direito, constante da avaliação judicial.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica quando houver expressa concordância
da Fazenda Pública estadual com o valor atribuído ao bem pelo inventariante ou
testamenteiro, ou dos herdeiros e/ou legatários com o valor proposto pela Fazenda,
desde que, em qualquer dos casos, seja o mesmo homologado pelo Juiz competente.

Art. 13. Ainda nas transmissões causa mortis, quando o inventário e a partilha
obedecerem ao rito sumário, e nas doações de bens e direitos, sempre que a autoridade
fazendária não concordar com o valor atribuído pelos herdeiros, legatários ou donatários,
o imposto será lançado mediante arbitramento da base de cálculo, notificando-se o
contribuinte para que promova o respectivo recolhimento, no prazo legal.
§ 1º O regulamento disporá sobre a forma de reclamação do valor arbitrado, quando
houver discordância do contribuinte.
§ 2º Fica assegurado ao interessado o direito de requerer avaliação judicial, incumbindo-
lhe, nesse caso, o pagamento das despesas.

Art. 14. Na hipótese de sobrepartilha, o imposto devido na transmissão causa mortis será
recalculado para considerar o acréscimo patrimonial de cada quinhão.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 30
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Art. 15. Em qualquer das hipóteses previstas nos arts. 11 a 14, o valor da base de cálculo,
em se tratando de imóvel ou direito a ele relativo, não será inferior:
I - quando urbano, ao valor fixado para o lançamento do Imposto sobre a Propriedade
Territorial Urbana - IPTU;
II - quando rural, ao valor total do imóvel declarado pelo contribuinte para efeito de
lançamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR.

Art. 16. No caso de valores mobiliários, ativos financeiros e outros bens negociados em
bolsa, considera-se valor venal o da cotação média publicada na data do fato gerador.

Art. 17. No caso de ações não negociadas em bolsas, quotas ou outros títulos de
participação em sociedades comerciais ou civis de objetivos econômicos, considera-se
valor venal o seu valor patrimonial na data da ocorrência do fato gerador.

Art. 18. Fica a Secretaria de Estado de Fazenda autorizada a divulgar lista de preços
mínimos para efeitos de base de cálculo do ITCD.

Art. 18-A. Caso a SEFAZ/MT ultrapasse 30 (trinta) dias para apresentar sua avaliação,
poderá o contribuinte efetuar o recolhimento do ITCD mediante guia emitida pela
SEFAZ/MT, tendo por parâmetro:
I - no caso de imóvel rural, o valor previsto no ITR, nos termos do art. 15, II, desta Lei;
II - no caso de imóvel urbano, o valor previsto no IPTU;
III - no caso de veículos automotores, o valor previsto no IPVA;
IV - no caso dos semoventes, os valores previstos nas listas de preços mínimos divulgados
através de Portarias da SEFAZ/MT;
V - nos demais casos, o valor indicado pelo contribuinte.
§ 1º Caso o valor, quando arbitrado pela SEFAZ/MT, seja maior que o adotado como base
de cálculo, a diferença do imposto será paga mediante emissão de guia complementar,
sem nenhuma correção.
§ 2º Caso o valor, quando arbitrado pela SEFAZ/MT, seja menor que o adotado como base
de cálculo, o imposto pago a maior deverá ser restituído ao contribuinte.
§ 3º Caso o contribuinte não concorde com o valor arbitrado pela SEFAZ/MT, poderá
recorrer via administrativa, nos termos do § 1º do art. 13 desta Lei, e, não satisfeito,
poderá também recorrer a via judicial.

Vamos lá. A regra básica da base de cálculo é o valor venal (= valor de venda/de mercado) do
bem - e seus direitos – na data da transmissão. Ou seja, se o óbito ocorreu em 2015 e o inventário
está sendo processado em 2019, o valor considerado para fins da apuração da base de cálculo do
imposto será o de 2015 e não o atual.
Vista a regra, passemos às disposições específicas:

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 31
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

O inciso I, do art. 10 fala que nas doações que envolvam reserva/instituição de usufruto,
bem como na extinção do usufruto, a base de cálculo do imposto será igual a 70% do valor venal
do bem. Não esqueçam da hipótese de isenção que vimos no art. 6º, I, “b”.
INCIDE O ITCD
BC = 70% DO VALOR
DO BEM

ISENÇÃO
OU
INCIDE O ITCD
BC = 70% do valor do
bem

O art. 11 traz outra exceção à regra: ele fala que nas hipóteses em que o imposto é pago antes
da efetiva transmissão, o valor do bem, naturalmente, deve ser considerado na data do pagamento.
Isso ocorre com frequência em doações feitas por escritura pública, pois, como veremos, o imposto
deve ser recolhido antes do ato. Nesses casos, muitas vezes o contribuinte faz o recolhimento e
depois leva o comprovante ao cartório para que seja lavrada a correspondente escritura.
Vejamos outras duas regrinhas distintas para a apuração da base de cálculo do imposto:

Espécie/forma de transmissão Base de Cálculo


Quaisquer processos judiciais (que
Deverá ser apurada mediante avaliação
consistam em transmissões causa mortis
judicial, exceto se a Fazenda concordar com os
ou inter vivos gratuitas), EXCETO o
valores apresentados.
arrolamento sumário
Será declarada pelos beneficiários, estando
Processo judicial de arrolamento
sujeita à avaliação administrativa, pelo Fisco.
sumário, inventário por escritura
Havendo discordância, será promovido o
pública E quaisquer doações de bens e
arbitramento pela autoridade fiscal e o
direitos realizadas por instrumento
contribuinte será notificado a recolher a
público ou particular
diferença apurada a título de imposto.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 32
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Perceberam a diferença na questão da avaliação dos bens ? Obviamente, em obediência ao


princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional, caso o contribuinte não concorde com o valor
arbitrado pela autoridade fiscal, além da possibilidade de recorrer administrativamente (art. 18-A,
§ 3º), ele poderá solicitar avaliação judicial (desde que arque com as despesas).
O art. 14 fala da sobrepartilha. O que ele quer dizer ? Se houver sobrepartilha de um bem que
não tenha sido originalmente partilhado por alguma razão, há que se considerar a soma dos valores
(da partilha e da sobrepartilha) para fins do enquadramento da base de cálculo nas faixas respectivas
e, consequentemente, da apuração do imposto a ser recolhido. Isso acontece mais frequentemente
com imóveis rurais. Às vezes, os herdeiros não têm a documentação completa de tais imóveis,
comprovando a área exata deles (afetando a apuração do seu valor) ou eles não estão devidamente
regularizados junto ao cartório de registro imobiliário. Então, esses bens (e alguns outros, de acordo
com o art. 669 do CPC) ficam sujeitos à sobrepartilha.
O art. 15 traz algumas regras específicas a respeito dos imóveis, estabelecendo os seguintes
valores mínimos:
- Imóveis urbanos: a base de cálculo será a mesma utilizada para fins de tributação pelo
IPTU.
- Imóveis rurais: a base de cálculo será a utilizada para fins de tributação pelo ITR.
Os arts. 16 e 17 falam sobre títulos mobiliários e ações. Caso esses bens sejam negociados
em bolsa de valores, será considerado o valor da cotação média na data do fato gerador. Cuidado:
é o valor da cotação média e não o da abertura ou do fechamento do dia (como preveem algumas
legislações)! Todavia, caso as ações, quotas de capital ou títulos não sejam negociados em bolsa
de valores, será considerado o valor patrimonial data da ocorrência do fato gerador. Isso é comum
na transmissão de quotas de capital de empresas de capital fechado. Ou seja, tais quotas não são
negociadas em bolsa de valores. Nesse caso, a base de cálculo é o valor patrimonial (e não o
nominal) de cada quota.
Por fim, o art. 18-A estabelece alguns valores mínimos a serem considerados para fins de
recolhimento do imposto pelo contribuinte, caso a SEFAZ/MT ultrapasse 30 dias para apresentar a
avaliação administrativa. Já vimos os valores mínimos aplicáveis aos imóveis (IPTU, se urbanos, ou

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 33
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

ITR, se rurais). Para veículos, o nosso piso será o valor fixado como base de cálculo do IPVA. Alguém
pode perguntar: “Rafael, nesses casos há uma bitributação ?”. Não, não há. As hipóteses de
incidência são distintas e em nenhum momento a lei fala que a base de cálculo é a mesma do ITR,
do IPTU ou do IPVA. Ela fala que esses são os valores mínimos.
Vamos a dois dispositivos específicos do RITCD sobre a base de cálculo do imposto:

RITCD
Art. 11, § 2º Nos casos a seguir, a base de cálculo do imposto é:
IV – no inventário, o valor encontrado pelo Oficial de Justiça Avaliador, desde que tenha
havido concordância expressa da Procuradoria-Geral do Estado.

Art. 16 No caso de ações não negociadas em bolsas, quotas ou outros títulos de


participação em sociedades comerciais ou civis de objetivos econômicos, considera-se
valor venal o seu valor patrimonial na data da ocorrência do fato gerador.
Parágrafo único. Na hipótese de o valor patrimonial não corresponder ao de mercado, a
autoridade fiscal poderá realizar ajustes com base em normas e práticas contábeis
aplicáveis à apuração de haveres e à avaliação patrimonial.

O parágrafo 2º do art. 11, eu trouxe só para vocês não pensarem que esqueci, mas ele fala da
avaliação que se aplica em processos de inventário (e não nos de arrolamento). Os arts. 659 ao 667
do CPC falam, especificamente, do arrolamento; enquanto os arts. 610 ao 658 falam do inventário.
Basicamente, o arrolamento é mais rápido e será processado quando o total do espólio for igual ou
inferior a 1.000 salários-mínimos e todas as partes concordarem no tocante à divisão de bens
(podendo ser realizado ainda que haja herdeiro incapaz, desde que o MP concorde).
Portanto, no caso de inventário (mais demorado), o oficial de justiça avaliador é que fará a
avaliação dos bens e a PGE ratificará os referidos valores.
Já o art. 16 fala que o valor patrimonial das cotas de capital social (que não sejam negociadas
em bolsas) poderá ser ajustado contabilmente, caso seja verificado que ele não corresponde ao valor
de mercado.

RITCD
Art. 17 O valor do bem ou direito na transmissão causa mortis é o atribuído na avaliação
judicial, aceito expressamente pela Procuradoria-Geral do Estado.
§ 1º Observadas as disposições do artigo 11, se não couber ou for prescindível a avaliação,
o valor será o declarado pelo inventariante ou testamenteiro, desde que haja expressa

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 34
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

anuência da Secretaria de Estado de Fazenda, ou o proposto por esta e aceito pelos


herdeiros.
§ 2º Na hipótese de avaliação judicial ou administrativa, será considerado o valor do bem
ou direito na data da sua realização.
§ 3º As disposições deste artigo aplicam-se, no que couberem, às demais partilhas ou
divisões de bens sujeitas a processo judicial das quais resultem atos tributáveis.

Art. 18 Para fins de apuração e informação do valor de transmissão causa mortis ou da


doação, o contribuinte deverá apresentar declaração, conforme modelo instituído e
procedimentos definidos em ato do Secretário de Estado de Fazenda, nos seguintes
prazos:
I - nas hipóteses de transmissão causa mortis:
a) no caso de arrolamento, em 30 (trinta) dias, a contar do despacho que determinar o
pagamento do imposto;
b) no caso de inventário, em 15 (quinze) dias, contados da homologação do cálculo do
imposto;
II - nas hipóteses vinculadas à doação de quaisquer bens ou direitos: antes da lavratura
da escritura pública, da realização de qualquer ato ou da ocorrência de fato que esteja
no âmbito de incidência do ITCD.
§ 1° A declaração de que trata o caput deste artigo deverá ser prestada conforme os
parâmetros previstos nos artigos 20, 20-A e 20-B deste regulamento, que servirá de base
para o cálculo do imposto, cujo resultado será disponibilizado eletronicamente ao
contribuinte, o qual, quando concordar com o valor do imposto apurado, deverá emitir o
DAR-1/AUT para pagamento do ITCD, no prazo previsto no artigo 28 deste regulamento,
que substituirá o valor originalmente declarado.
§ 1°-A Nos casos em que o contribuinte discordar do cálculo efetuado na forma do § 1°
deste artigo, deverá ser efetuado o pagamento parcial e antecipado, apurado conforme
segue:
I - o contribuinte deverá indicar, expressamente, os bens/direitos em relação aos quais
aceita o valor da base de cálculo apurada pelo fisco;
II - prestada a declaração de que trata o inciso I deste parágrafo, serão somados os
seguintes valores:
a) total da base de cálculo apurada pelo fisco, pertinente aos bens/direitos em relação
aos quais o interessado expressamente declarou sua concordância;
b) total da base de cálculo, originalmente declarada pelo interessado, pertinente a
bens/direitos em relação aos quais eventualmente tenha discordado do valor apurado
pelo fisco;
III - quando a soma dos valores apurados conforme alíneas a e bdo inciso II deste
parágrafo corresponder a, pelo menos, 70% do valor total da base de cálculo apurada
pelo fisco, será emitido o DAR-1/AUT para pagamento do ITCD, no prazo previsto no
artigo 28 deste regulamento;

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 35
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

IV - quando a soma dos valores apurados conforme alíneas a e bdo inciso II não atingir o
percentual previsto no inciso III, todos deste parágrafo, a declaração prestada pelo
contribuinte será submetida à verificação e à avaliação pelo fisco para determinação do
valor do imposto a ser pago.
§ 1°-B O pagamento do ITCD na forma disposta no § 1°-A deste artigo implica o
reconhecimento e anuência pelo contribuinte do valor devido do imposto, no montante
pago, e renúncia à sua discussão em processo administrativo e/ou judicial.
§ 1°-C A formação da base de cálculo e respectivo valor, bem como o valor do imposto
pago serão submetidos a verificação e avaliação posterior pelo fisco, hipótese em que,
apurando-se diferenças, serão lançadas, de ofício, por meio de Aviso de Cobrança
Fazendária na forma dos artigos 34 e 34-A deste regulamento, assegurado o direito de
impugnação.
§ 2º Após a apresentação da declaração prevista no caput, se houver qualquer variação
patrimonial decorrente de emenda, aditamento, ou inclusão de novos bens nas últimas
declarações, deverá o contribuinte informar o fisco acerca dos dados que ensejaram tal
variação, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da comunicação ao juízo.
§ 5º O imposto a recolher decorrente da declaração prevista neste artigo é exigível
independentemente de lavratura de Notificação/Auto de Infração.
§ 6° As impugnações efetuadas em relação ao crédito tributário constituído na forma do
inciso II do § 1° deste artigo serão processadas, observado o disposto nos artigos 48-A a
48-J deste regulamento.

Art. 19 A Incumbe à Secretaria da Fazenda proceder ao controle e à verificação das


informações contidas na Guia de Informações do ITCD de que trata o artigo anterior.

Art. 20 Para efeito da avaliação da base de cálculo do ITCD, a Superintendência de


Fiscalização - SUFIS da Secretaria de Estado de Fazenda poderá editar tabelas contendo a
base mínima dos valores dos imóveis e direitos a eles relativos.
§ 1º Na elaboração da tabela referida no caput, os imóveis serão classificados segundo a
natureza e valor venal, de acordo com a estimativa corrente no município, levando-se em
consideração todos os índices de valor como, dentre outros:
I – a média das mutações realizadas no exercício anterior;
II – outros imóveis vizinhos e de igual natureza, cujo valor já seja conhecido;
III – a proximidade de centros urbanos, de escolas, hospitais, mercados, centro
recreativos, parques, vias de transportes e outros;
IV – localização em ruas calçadas ou pavimentadas;
V – natureza e produtividade do solo;
VI – tipo de construção;
VII – valor das culturas existentes e do número de plantas, quando se tratar de cultura
permanente;
VIII – valor de jazida radioativa, térmica, minerais e outras acessões naturais que
valorizem o imóvel.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 36
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

§ 2º Na omissão da existência da tabela referida no caput, com observância do art. 14,


poderá ser utilizado o levantamento junto a fonte idônea, preferencialmente:
I – quando se tratar de imóvel urbano:
a) do Sindicato da Construção Civil – SINDUSCON – ou de outra instituição congênere;
b) Apuração por meio do Custo Unitário Básico da Construção Civil por metro quadrado
(CUB/m²) divulgado pelos órgãos de acompanhamento de preços;
II – quando se tratar de imóvel rural:
a) do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA;
b) da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso – FAMATO;
c) de outra instituição idônea que divulgue dados do setor.

Art. 20-A Para fins de elaboração da tabela prevista no artigo 20 e, também, para
avaliação dos bens a seguir especificados, deverá ser observada, como referência mínima,
quando houver, a pauta de valores:
I - utilizada para fixação da base de cálculo do:
a) IPVA, para veículo automotor;
b) ICMS, para as demais mercadorias;
c) IPTU, para imóveis urbanos;
II - constantes da tabela referencial de preços de terras no Estado de Mato Grosso,
divulgada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA ou, quando
superior aos valores constantes da referida tabela, da Declaração do Imposto sobre a
Propriedade Territorial Rural - ITR, em vigor para imóveis rurais.
§ 1° Fica a Secretaria de Estado de Fazenda autorizada a editar normas complementares
com as definições e os parâmetros a serem utilizados em conjunto com a tabela
referencial do INCRA prevista no inciso II do caput deste artigo.
§ 2° Integram o valor da terra os valores correspondentes às florestas naturais, às matas
nativas e a qualquer outro tipo de vegetação natural, não podendo a soma dos valores
relativos a cada item superar o preço de mercado do imóvel sob avaliação.
§ 3° Para a avaliação de bens imóveis atípicos, o servidor fazendário poderá utilizar
qualquer meio disponível para a definição do valor de mercado do bem, considerando as
particularidades que influenciam na formação desse valor, com observância das
disposições deste decreto.
§ 4° Consideram-se bens imóveis atípicos aqueles cuja avaliação monetária não é
comumente encontrada em disponibilidade no mercado imobiliário, dificultando a
determinação do seu valor de negociação, tais como: postos de gasolina, hotéis, hotéis-
fazenda, portos, escolas e creches, instalações industriais, galpões de armazenamento,
áreas com restrição legal (por tombamento ou por limitação nas normas de parcelamento
e aproveitamento de solo, etc.).

Art. 20-B Os valores constantes da Planta Genérica de Valores (PGV) devem ser utilizados
como parâmetros mínimos de referência na determinação da base de cálculo do ITCD,

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 37
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

sem prejuízo da utilização dos valores de mercado, se esses forem superiores aos da
pauta.
§ 1° O tratamento estatístico dos dados de mercado disponíveis deverá conduzir aos
valores médios, de forma a possibilitar a confecção ou atualização das Plantas Genéricas
de Valores.
§ 2° A coleta de dados relativos ao valor do imóvel será efetuada por meio de pesquisa
de mercado, mediante consulta aos conselhos regionais de corretores de imóveis,
prefeituras, cartórios, corretores locais, anúncios classificados em jornais, revistas e
periódicos especializados e outras fontes pertinentes.
§ 3° Os valores da Planta Genérica de Valores (PGV), sempre que necessário, serão
atualizados por meio de pesquisa mercadológica, em função de alterações significativas
no mercado.
§ 4° Nos municípios onde a planta de valor venal dos imóveis abrangidos por sua
circunscrição administrativa apresente equivalência com a realidade do mercado
imobiliário local, será permitida a formalização da Planta Genérica de Valores (PGV)
tomando por base os valores municipais.

Art. 20-C Com o objetivo de fornecer subsídios para as avaliações e informações técnicas
de valor, a Coordenadoria do IPVA, ITCD e Outras Receitas Públicas da Superintendência
de Fiscalização - CIOR/SUFIS poderá constituir banco de dados imobiliários.

Art. 21 A avaliação, nas transmissões causa mortis e em outros processos judiciais onde
for devido o ITCD, será submetida à apreciação da Procuradoria-Geral do Estado.
§ 1º Não havendo avaliação judicial ou avaliação administrativa de que trata o § 1º do
artigo 18, o valor atribuído somente será acatado quando igual ou superior ao estipulado
na tabela editada em conformidade com o artigo 20, se existente, assegurado recurso à
avaliação contraditória.
§ 2° Inexistindo avaliação judicial bem como a tabela mencionada no artigo 20, deverá
será observado o disposto nos artigos 14 a 16, conforme o caso.
§ 3º Uma vez concluída a avaliação, será procedido o cálculo do imposto e expedido o
documento de arrecadação.

Art. 22 Se o pagamento do tributo estiver incompleto, ou em valores inferiores ao real,


serão adotadas as seguintes providências:
I – nas hipóteses de inventário ou arrolamento:
a) a Procuradoria-Geral do Estado, mediante petição, discordará expressamente da
expedição de alvará, formal de partilha ou carta de adjudicação, enquanto o débito não
for liquidado;
b) caso a impugnação não seja aceita e esgotados todos os recursos cabíveis, serão
extraídas cópias dos autos e encaminhadas à Secretaria de Estado de Fazenda, para
providências de ofício previstas nos artigos 34, 34-A, 34-B, 34-C ou 34-D deste
regulamento.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 38
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

II – nas hipóteses de doações ou instituição de direitos reais sujeitos ao ITCD, sem o


devido recolhimento, a Secretaria de Estado de Fazenda instaurará a competente ação
fiscal visando o ressarcimento do imposto não exigido, na época própria, pelos
responsáveis pelo registro.

Art. 23 Fica assegurado ao contribuinte o direito de requerer avaliação administrativa ou


judicial, incumbindo-lhe, neste último caso, o pagamento das despesas.

Art. 24 Na hipótese de doação, o doador fica ainda obrigado a apresentar, até o último
dia útil do mês de maio do ano subsequente, declaração anual relativa ao exercício
anterior, onde deverá relacionar e descrever todos os bens transmitidos a esse título e
respectivos valores venais, identificando cada donatário.
§ 1° A declaração prevista no caput será obrigatória para as hipóteses sujeitas a tributação
pelo Estado de Mato Grosso, observado o disposto no artigo 2° deste regulamento.
§ 2° Na hipótese deste artigo, quando o doador não tiver seu domicílio no Estado de
Mato Grosso, compete ao donatário apresentar a declaração.
§ 3° A entrega da declaração prevista neste artigo fica dispensada quando:
I – a soma das doações realizadas entre os mesmos doador e donatário, no período de
1º de janeiro a 31 de dezembro de cada exercício, não ultrapassar o valor
correspondente a 500 (quinhentas) UPF/MT e desde que se refiram apenas aos bens
relacionados no inciso III do § 1º do artigo 2º deste regulamento;
II – todas as doações entre os mesmos doador e donatário tenham ocorrido
exclusivamente no âmbito judicial.
§ 4° A declaração prevista neste artigo será apresentada conforme modelo instituído e
procedimentos definidos em ato do Secretário de Estado de Fazenda.

Muita coisa, não ? Sinceramente, duvido que algo daí seja cobrado em prova.
Vou destacar aqui só o que considero que mereça um mínimo de atenção:
Ø Falamos que a avaliação dos bens no inventário é feita pelo oficial de justiça avaliador,
certo ? Porém, isso não é uma regra absoluta. É possível que o próprio inventariante
declare os valores dos bens e a SEFAZ irá avaliar se concorda ou não com tais valores;
Ø Para fins de apuração do ITCD, o contribuinte deverá elaborar e apresentar uma
declaração ao Fisco nos seguintes prazos:
§ Arrolamento => 30 dias a contar do despacho judicial que determinar o
pagamento do ITCD;
§ Inventário => 15 dias após a homologação do cálculo do imposto;

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 39
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

§ Doações => antes da lavratura do instrumento ou da realização do ato que


configure a doação.
§ Em todos esses casos, se houver alguma variação patrimonial posterior à
apresentação da declaração, o contribuinte deverá informar ao Fisco no prazo de
15 dias a contar da comunicação ao juízo.
Ø O ITCD decorrente da elaboração da declaração é exigível independentemente da
lavratura de Notificação/Auto de Infração. Ou seja, apurou, declarou e não pagou,
dançou ! O débito será encaminhado para inscrição em dívida ativa;
Ø Por fim, no caso de doação, o doador deverá apresentar até o último dia útil de maio
do ano seguinte, uma declaração relativa ao exercício anterior, descrevendo tudo
aquilo que ele doou a terceiros (identificando cada um deles), desde que o ITCD sobre
tais doações seja devido ao MT. Caso o doador não seja domiciliado no MT, o
donatário é que deverá apresentar tal declaração. Esta só será dispensada quando:
§ O total das doações – entre mesmo doador e donatário – dentro do exercício
anterior não ultrapassar 500 UPF/MT e desde que só tenha sido doados os
seguintes bens (dinheiro, quota/participação em fundo de ações ou qualquer
outro tipo de aplicação financeira);
§ Todas as doações – entre mesmo doador e donatário – tenham se dado no âmbito
judicial.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 40
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

8 – DAS ALÍQUOTAS

Art. 19. A As alíquotas do imposto são as fixadas de acordo com as diferentes faixas de
escalonamento da base de cálculo atribuída por fato gerador dos bens transmitidos por
doação ou causa mortis, constantes das tabelas abaixo:
I – nas transmissões causa mortis:

II – nas doações:

Algumas coisas que vocês precisam saber:


1) Percebam que as alíquotas serão aplicadas de forma progressiva, de acordo com as faixas
previstas nos incisos I (transmissões causa mortis) e II (doações). Portanto, vocês deverão decompor
a base de cálculo e aplicar as alíquotas para cada faixa.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 41
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

2) Reparem que os limites das faixas são estabelecidos em UPF/MT e não reais, ok ? Por isso,
creio que se for pedido algo na prova sobre o assunto, será algo simples, bastando memorizar qual
alíquota é aplicável a cada faixa, em cada espécie de transmissão. Cuidado, pois as faixas de valores
aplicáveis às transmissões causa mortis são distintas das aplicáveis às transmissões por doações.
Uma mesma base de cálculo (no valor de 10.000 UPF/MT, por exemplo) será menos gravada pelo
ITCD numa transmissão causa mortis do que numa transmissão por doação.
3) Cabe destacar que, nas transmissões causa mortis o escalonamento da base de cálculo
deve ser considerado para cada fato gerador (ou seja, para o quinhão de cada um dos herdeiros) e
não pelo total dos bens transmitidos (como acontece em algumas legislações).
Exemplo) Suponha que a herança recebida por Dimulé (único herdeiro), por ocasião do
falecimento do seu pai, monta em 9.000 UPF/MT. Qual será o ITCD devido ? Suponhamos 100 reais
o valor da UPF/MT.
Moleza... Basta decompor a base de cálculo.
1.500 UPF/MT (1ª faixa) estão isentas;
2.500 UPF/MT (2ª faixa: 4.000 – 1.500) estão sujeitas à alíquota de 2%;
4.000 UPF/MT (3ª faixa: 8.000 – 4.000) estão sujeitas à alíquota de 4%;
Até aqui já temos um total de 8.000 UPF/MT da nossa base de cálculo. As últimas 1.000
UPF/MT (que totalizam as 9.000 UPF/MT) se sujeitarão à alíquota da 4ª faixa, que é 6%.
Logo, o ITCD devido, em reais, é:
(250.000 x 0,02) + (400.000 x 0,04) + (100.000 x 0,06) = 5.000 + 16.000 + 6.000 = 27.000 reais.

Exemplo) Suponha que Dimulé receba uma doação no valor de 9.000 UPF/MT. Qual será o
ITCD devido ? Suponhamos 100 reais o valor da UPF/MT.
Só para confirmarmos o que falei sobre o ITCD ser mais gravoso nas doações do que nas
transmissões causa mortis.
500 UPF/MT (1ª faixa) estão isentas;
500 UPF/MT (2ª faixa: 1.000 – 500) estão sujeitas à alíquota de 2%;
3.000 UPF/MT (3ª faixa: 4.000 – 1.000) estão sujeitas à alíquota de 4%;

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 42
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

6.000 UPF/MT (4ª faixa: 10.000 – 4.000) estão sujeitas à alíquota de 6%;
Logo, o ITCD devido, em reais, é:
(50.000 x 0,02) + (300.000 x 0,04) + (600.000 x 0,06) = 1.000 + 12.000 + 36.000 = 49.000 reais.

Para não confundirem, recomendo que pensem da seguinte forma: quem “merece” pagar
mais imposto ? O filho que perdeu o pai e está recebendo uma herança que ele nem pediu (e que,
provavelmente, preferiria nem estar recebendo, pois gostaria de ter o pai por perto) ou o filho que
recebeu do pai uma Ferrari 0 Km só porque se formou na faculdade ?
Lembro que no caso de sobrepartilha, o valor do quinhão sobrepartilhado deverá ser somado
ao valor recebido por ocasião da partilha, para fins da apuração do imposto. Se o somatório resultar
numa mudança de faixa, o sujeito passivo deverá pagar a diferença devida.
Exemplo) A herança recebida por Dimulé (único herdeiro), por ocasião do falecimento do seu
pai, monta em 9.000 UPF/MT. Já vimos que o ITCD devido no caso é de R$ 27.000. Porém, anos após
o trânsito em julgado do processo de inventário (e da consequente homologação da partilha) Dimulé
descobriu que seu pai “miguelava” o patrimônio e, em razão disso, foi processada uma sobrepartilha
desses bens, que resultou num quinhão avaliado em 1.500 PRF/MT. Se olhássemos isoladamente
para a sobrepartilha, ele não deveria recolher mais nada de imposto, pois o valor está dentro do
limite de isenção. TODAVIA, o correto é somar os quinhões recebidos na partilha e na sobrepartilha
e aplicar a alíquota correspondente. No caso, o total recebido por Dimulé foi de 10.500 UPF/MT.
Assim sendo, temos:
1.500 UPF/MT (1ª faixa) estão isentas;
2.500 UPF/MT (2ª faixa: 4.000 – 1.500) estão sujeitas à alíquota de 2%;
4.000 UPF/MT (3ª faixa: 8.000 – 4.000) estão sujeitas à alíquota de 4%;
Até aqui já temos um total de 8.000 UPF/MT da nossa base de cálculo. As últimas 2.500
UPF/MT (que totalizam as 10.500 UPF/MT) se sujeitarão à alíquota da 4ª faixa, que é 6%.
Logo, o ITCD devido, em reais, é:
(250.000 x 0,02) + (400.000 x 0,04) + (250.000 x 0,06) = 5.000 + 16.000 + 15.000 = 36.000
reais.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 43
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Como Dimulé já recolheu 27 mil reais, será exigida apenas a diferença de 9 mil reais.

O parágrafo 5º do art. 19 estabelece que a base de cálculo de sucessivas doações entre


mesmo doador e donatário deve ter por base todas as doações realizadas dentro do mesmo ano
civil (cuidado, pois a maioria das legislações do ITCD falam em “12 meses a contar de cada doação”,
ainda que em exercícios diferentes), ajustando-se a base de cálculo e apurando-se eventual
diferença de imposto a pagar.
Exemplo) Dimulé gostaria de doar bens no valor de 2.500 UPF/MT a seu irmão. Para se livrar
do imposto, preferiu efetuar 5 doações mensais de Fevereiro a Junho de 2019, no valor de 500
UPF/MT, achando que todas estariam isentas. Fez a primeira doação e nada recolheu. Por ocasião
da segunda doação, ele resolveu dar uma lida mais atenta na lei e descobriu que precisaria recolher
o imposto, pois precisaria somar todas as doações efetuadas no ano de 2019. Logo, qual seria o ITCD
devido ao final do ano ? Suponha o valor de 100 reais para a UPF/MT.
Fev/19 – 500 UPF/MT (nada a pagar)
Mar/19 – 500 UPF/MT (2% x 50.000 = 1.000 reais)
Abr/19 – 500 UPF/MT (4% x 50.000 = 2.000 reais)
Mai/19 – 500 UPF/MT (4% x 50.000 = 2.000 reais)
Jun/19 – 500 UPF/MT (4% x 50.000 = 2.000 reais)
Logo, ao final dos 5 meses, ele deverá recolher o total de 7 mil reais de ITCD.

Por fim, o parágrafo 6º do art. 19 dispensa o recolhimento do ITCD quando o valor total a
pagar for inferior a UMA UPF/MT. Não é hipótese de isenção e nem de não incidência. É uma mera
dispensa de pagamento.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 44
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

9 – DAS OBRIGAÇÕES DO CONTRIBUINTE E DO RECOLHIMENTO


DO ITCD

Art. 20. São obrigações do contribuinte e do responsável solidário:


I - recolher o imposto devido, ou exigir a comprovação do seu recolhimento, nos prazos
e forma previstos nesta lei, no seu regulamento e em legislação complementar;
II - prestar ao fisco informações relativas à transmissão causa mortis ou doações de
quaisquer bens e direitos efetuadas, bem como relacionadas à apuração e recolhimento
do imposto correspondente, na forma, condições e prazos estabelecidos nesta lei, no seu
regulamento e em legislação complementar;
III - exibir ou entregar ao fisco, quando exigidos pela legislação ou quando solicitados,
documentos e outros elementos relacionados com a condição de contribuinte do imposto
ou com a sucessão verificada ou doação realizada;
IV - não embaraçar a ação fiscal e assegurar ao Fiscal de Tributos Estaduais o acesso aos
seus estabelecimentos, depósitos, dependências, móveis, imóveis, utensílios, veículos,
máquinas e equipamentos, programas de computador, dados magnéticos ou óticos,
mercadorias, ações, títulos ou direitos a eles relativos, papéis de controle e outros
elementos relacionados ao fato gerador do ITCD e seu recolhimento;
V - conservar os documentos de arrecadação do imposto e, quando for o caso, os de
reconhecimento de desoneração, bem como os demais documentos concernentes à
transmissão causa mortis ou doação de quaisquer bens ou direitos, pelo prazo previsto
no regulamento, não inferior a 5 (cinco) anos, contados da data do 1º (primeiro) exercício
seguinte àquele em que ocorreu o fato gerador ou o recolhimento do imposto;
VI - cumprir as demais obrigações acessórias previstas nesta lei, no seu regulamento e em
legislação complementar.

Art. 21. O imposto será recolhido, em documento próprio, conforme modelo aprovado
pela Secretaria de Estado de Fazenda, nos seguintes prazos:
I - na transmissão causa mortis, no prazo de 30 (trinta dias) após a decisão homologatória
de cálculo ou do despacho que determinar seu pagamento;
II - na doação, antes da celebração do ato ou contrato correspondente, observado o
disposto no § 1º;
III - nos casos não especificados, decorrentes de atos judiciais, dentro de 30 (trinta) dias,
contados da sua ciência pelo contribuinte.
§ 1º Na hipótese prevista no inciso II:
a) na partilha de bem ou divisão de patrimônio comum, quando devido, o imposto será
pago no prazo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado da sentença, antes da expedição
da respectiva carta ou da lavratura da escritura pública;

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 45
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

b) ocorrendo por meio de instrumento particular, os contratantes ficam também


obrigados a efetuar o recolhimento antes da celebração e mencionar, em seu texto, data,
valor e demais dados do documento de arrecadação;
c) na doação de qualquer bem ou direito, objeto de instrumento lavrado em outro Estado,
30 (trinta) dias contados da lavratura do instrumento;
d) os tabeliães e serventuários, responsáveis pela lavratura de atos que importem em
doação de bens, ficam obrigados a exigir dos contratantes a apresentação do respectivo
documento de arrecadação do imposto, cujos dados devem constar no instrumento de
transmissão;
e) sendo ajustada verbalmente, aplicam-se, no que couber, as disposições deste artigo,
devendo os contratantes, na forma prevista em regulamento, fazer constar no
documento de arrecadação dados suficientes para identificar o ato jurídico efetivado;
f) todo aquele que praticar, registrar ou intervier em ato ou contrato, relativo a doação
de bens ou direitos, está obrigado a exigir dos contratantes a apresentação do respectivo
documento de arrecadação do imposto;
g) em se tratando de doação de veículos, a apresentação do respectivo instrumento ao
Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso - DETRAN/MT será sempre precedida
do pagamento do ITCD.
§ 2º O pagamento do imposto poderá ser parcelado na forma que dispuser o
regulamento.

Art. 22. Os débitos fiscais decorrentes do não pagamento do imposto no prazo legal,
inclusive parcelamento e reparcelamento, terão os seus valores corrigidos em função da
variação do poder aquisitivo da moeda nacional, pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo - IPCA, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE, ou por outro índice de preços de caráter nacional que vier a substituí-lo.
§ 1º A correção monetária será efetuada com base nos coeficientes em vigor no mês em
que deva ocorrer o pagamento do débito fiscal, considerando-se, para todos os efeitos,
como termo inicial o mês em que houver expirado o prazo normal para recolhimento do
tributo.
§ 2º Os coeficientes relativos a determinado mês serão calculados com base no IGP-DI
divulgado pela Fundação Getúlio Vargas no mês anterior, qualquer que seja o seu
respectivo período de referência.

Art. 23. Os valores do imposto não integralmente pagos nos prazos previstos na
legislação, inclusive os valores relativos às parcelas mensais decorrentes de acordo de
parcelamento e reparcelamento, serão acrescidos de juros de mora equivalentes a 1%
(um) por cento ao mês calendário ou fração.
§ 1º Os juros de mora incidirão a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do
vencimento do tributo e serão calculados sobre o respectivo valor corrigido
monetariamente.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 46
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

§ 2º Em caso de parcelamento ou reparcelamento, o valor de cada parcela mensal será


acrescido dos juros de mora equivalentes a 1% (um por cento) ao mês calendário.
§ 3º Os juros de mora, seja qual for o motivo determinante da inadimplência, serão
aplicados sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis ou de quaisquer outras
medidas de garantia previstas na legislação tributária."

Art. 24. O recolhimento espontâneo, feito fora do prazo fixado na legislação tributária
para vencimento da obrigação principal, sujeitará o contribuinte à multa de 0,333%
(trezentos e trinta e três milésimos de inteiro por cento) ao dia, até o limite máximo de
20% (vinte por cento), aplicável sobre o valor do imposto corrigido monetariamente.

Pessoal, o art. 20 é puro bom senso, neh ? São obrigações do contribuinte. Ora, sabemos que
ele é obrigado a cumprir as obrigações principais (pagamento do imposto) e acessórias (prestar
informações acerca do fato gerador do imposto, não embaraçar a ação fiscal, conservar os
documentos de arrecadação do imposto pelo prazo decadencial). Logo, não há nada a se falar.
Agora falaremos sobre prazos de recolhimento do ITCD, previstos no art. 21 e sobre os
acréscimos incidentes sobre o imposto, previstos nos arts. 22 a 24. Não há muito o que explicar aqui.
É pura decoreba.
I) Doações (art. 21, II, parágrafo 1º):
a. Se efetuadas por escritura pública (p.ex.: doações ou divórcio em que haja excesso de
meação): antes da lavratura do respectivo instrumento público de doação;
b. Se efetuadas por instrumento particular: antes da lavratura do respectivo instrumento;
c. Se objeto de instrumento lavrado em outro Estado: 30 dias após a lavratura do
instrumento.
d. em aquisições em virtude de adjudicação ou de qualquer sentença judicial (p.ex.:
processos de separação, divórcio, alteração de regime de bens ou inventário, em que haja EXCESSO
DE MEAÇÃO E/OU DE QUINHÃO): no prazo de 30 dias do trânsito em julgado da sentença judicial);

II) Transmissões causa mortis (art. 21, I):


a. Em se tratando de processos judiciais: até 30 dias do trânsito em julgado da homologação
do cálculo (normalmente para inventário) ou do despacho que determinar o pagamento do imposto

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 47
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

(normalmente para arrolamento), não podendo superar 180 dias da data do óbito (art. 28,
parágrafo 1º, do RITCD), salvo se houver dilação do prazo pela autoridade judicial.
Percebam que a legislação não fala especificamente do prazo de pagamento do ITCD no caso
de inventário feito por meio de escritura pública. Todavia, como vimos acima, o ITCD deverá ser
recolhido em até 180 dias a contar da data do óbito. Esse é o prazo que devemos considerar para o
recolhimento do imposto nos inventários extrajudiciais.
Se eu fosse vocês, dividiria os prazos em “dois grupos”:
PRAZO DE RECOLHIMENTO SITUAÇÃO
DOAÇÕES, exceto quando elas forem objeto
==22dd0==

ANTES DA TRANSMISSÃO de instrumento lavrado em outro Estado e


quando decorrerem de processos judiciais.
DOAÇÕES que constem de instrumentos
lavrados em outro Estado e que ocorram
30 DIAS
em processos judiciais.
CAUSA MORTIS*
* desde que não seja superior a 180 dias da data do óbito
Por fim, os possíveis acréscimos incidentes sobre o ITCD são os seguintes:
a) correção monetária (pelo IPCA);
b) juros (1% ao mês ou fração, a partir do 1º dia do mês seguinte ao do vencimento);
c) multa (0,333% ao dia, até o limite de 20%). Ou seja, se o contribuinte atrasar 10 dias, a
multa de mora devida será de 3,33%. Se atrasar 61 dias, será de 20%. Se atrasar 100 dias, será,
também, de 20%.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 48
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

10 – DAS PENALIDADES

Art. 25. O descumprimento das obrigações principal e acessórias, instituídas pela


legislação do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação, de quaisquer Bens ou
Direitos - ITCD, fica sujeito às seguintes penalidades:
I - quando o inventário ou o arrolamento, processado judicialmente, não for aberto até
120 (cento e vinte) dias após o óbito - multa equivalente a 5% (cinco por cento) do valor
do imposto devido na transmissão causa mortis; se o atraso exceder a 240 (duzentos e
quarenta) dias, a multa será de 10% (dez por cento).
I-A - quando o inventário ou o arrolamento, processado extrajudicialmente, não for
protocolado na Secretaria de Estado de Fazenda até 120 (cento e vinte) dias após o óbito
- multa equivalente a 5% (cinco por cento) do valor do imposto devido na transmissão
causa mortis; se o atraso exceder a 240 (duzentos e quarenta) dias, a multa será de 10%
(dez por cento);
II - falta de recolhimento do imposto por omissão, inclusive decorrente de declaração
falsa ou sonegação de bens, do contribuinte, responsável, serventuário de justiça,
tabelião ou terceiro - multa equivalente a 100% (cem por cento) do valor do imposto não
recolhido;
III - apurando-se que o valor atribuído ao bem ou direito, objeto de transmissão causa
mortis ou doação, em documento particular ou público, tenha sido inferior ao praticado
no mercado - multa equivalente a 100% (cem por cento) da diferença do imposto não
recolhido, sem prejuízo do pagamento desta e dos acréscimos cabíveis;
IV - descumprimento de obrigação acessória, estabelecida nesta lei, em regulamento ou
em legislação complementar - multa de 10 (dez) UPFMT, por infração, aplicável tanto ao
contribuinte quanto ao responsável solidário que concorreu para a sua ocorrência.
§ 1º As multas previstas neste artigo, excetuadas as expressas em UPFMT, serão
calculadas sobre os respectivos valores básicos corrigidos monetariamente.
§ 2º Em relação às multas baseadas em UPF/MT, fixadas no inciso IV deste artigo, será
considerado, para a conversão em moeda corrente, o valor correspondente a 25% (vinte
e cinco por cento) do valor da UPF/MT, quando o pagamento for efetuado dentro do
prazo fixado no documento que instrumentou a respectiva exigência.
§ 3º As multas baseadas em UPF/MT serão convertidas em moeda corrente, na data do
respectivo lançamento, aplicando-se o disposto no § 11 do art. 47-E da Lei nº 7.098, de
30 de dezembro de 1998.

Art. 26. A imposição de penalidade ou o pagamento da multa respectiva não exime o


infrator de cumprir a obrigação inobservada.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 49
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Art. 28. O autuado poderá pagar a multa fixada na Notificação/Auto de Infração com
desconto de:
I - 50% (cinqüenta por cento), dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da notificação
da sua lavratura;
II - 20% (vinte por cento), enquanto não efetuado o julgamento em primeira instância ou,
após proferida a respectiva decisão, durante o prazo fixado para pagamento do crédito
tributário correspondente;
Parágrafo único. O pagamento efetuado nos termos deste artigo não dispensa, nem elide
a aplicação da correção monetária e dos juros de mora devidos.

Pessoal, o tema “penalidades” quase nunca é cobrado em provas da área fiscal. Pensem em
quantas questões de penalidades relativas ao ICMS vocês já viram nas provas de legislação tributária
estadual. Agora imaginem sobre o ITCD. A única que me recordo foi uma do ICMS-BA (banca FCC)
de 2019. Duvido que alguém se lembre de ter visto outra (até tem, mas é como “cabeça de
bacalhau”: você nunca viu).
O art. 25 fala sobre as multas aplicáveis ao contribuinte que deixar de cumprir alguma
obrigação (principal ou acessória) relativa ao ITCD. Vejamos:
- Caso o inventário judicial seja aberto em atraso: se não for aberto até 120 dias após o óbito,
a multa é de 5% do imposto devido. Se o atraso for superior a 240 dias, a multa será de 10%.
- Caso o inventário extrajudicial seja protocolado na SEFAZ em atraso: se não for
protocolado até 120 dias após o óbito, a multa é de 5% do imposto devido. Se o atraso for superior
a 240 dias, a multa será de 10%. Multa idêntica ao do inventário judicial.
- Falta de recolhimento do ITCD por omissão (inclusive no caso de declaração falsa ou de
sonegação de bens, direitos ou valores: multa de 100% do valor do imposto sonegado.
- Falta de recolhimento do ITCD em razão de transmissão efetuada por valor inferior ao
praticado no mercado: multa de 100% do valor do imposto sonegado. Percebam uma “injustiça”,
pois a penalidade por uma falta de recolhimento não intencional será punida com a mesma multa
que a falta de recolhimento em razão, por exemplo, de uma falsificação de declaração. A maioria
dos Estados trata as condutas de forma diferente, mas o legislador do MT optou por não fazê-lo.
- No caso de descumprimento de obrigações acessórias: multa de 10 UPF/MT (válida para o
contribuinte e para o eventual responsável solidário que tenha concorrido para a sua ocorrência).
INFRAÇÃO MULTA

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 50
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

5% do imposto devido se o atraso for


superior a 120 dias a contar da data do
Atraso na abertura ou no
óbito;
protocolo, junto à SEFAZ, do
10% do imposto devido se o atraso for
inventário
superior a 240 dias a contar da data do
óbito
Falta de recolhimento do
ITCD (qualquer que seja o 100% do valor do imposto não recolhido
motivo)

Descumprimento de
10 UPF/MT
obrigação acessória

A exigência do crédito tributário, em decorrência do cometimento de qualquer infração, será


objeto de lavratura de Notificação/Auto de Infração (NAI), pelos Fiscais de Tributos Estaduais.
Por sua vez, o art. 28 e o parágrafo 2º do art. 25, falam das reduções aplicáveis às multas (ou
seja, a redução não se aplica ao total do crédito tributário, mas apenas ao valor das multas). São
elas:
a) Redução de 50% se o pagamento ocorrer dentro do prazo de 30 dias da lavratura da NAI.
b) Redução de 20% se o pagamento ocorrer após o prazo acima, porém enquanto não
efetuado o julgamento em 1ª instância ou, se efetuado, dentro do prazo fixada para o pagamento
do crédito tributário, no caso de decisão desfavorável ao contribuinte.
Ou seja, se o contribuinte desejar pagar após o prazo fixado para o pagamento do crédito
tributário, tendo perdido o julgamento em 1ª instância administrativa, ele não se beneficiará de
desconto algum sobre a multa.
c) Redução de 75% no valor da UFP/MT, no caso da multa pelo descumprimento de
obrigação acessória, se o pagamento ocorrer dentro do prazo fixado na NAI.

Lei do ITCD
Art. 27. Apurada qualquer infração à legislação do imposto instituído por esta lei, será
lavrada Notificação/Auto de Infração - NAI.
§ 1º A lavratura da NAI é de competência privativa dos Fiscais de Tributos Estaduais.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 51
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

RITCD
Art. 34 Conforme disposto neste capítulo, o crédito tributário poderá ser instrumentado
e formalizado de ofício por meio de:
I - Notificação/Auto de Infração - NAI;
II - Aviso de Cobrança Fazendária;
III - Aviso de Cobrança da Conta Corrente Fiscal.
§ 1º O crédito tributário formalizado nos instrumentos de que trata o caput:
I - será processado, revisado, decidido e reexaminado exclusivamente na forma
estabelecida nos artigos 48-A a 48-J deste Decreto;
II - será registrado como débito no Sistema Eletrônico de Conta Corrente Geral, no
momento de sua constituição;
IV - depois de registrado no sistema de conta corrente fiscal será convertido no Aviso de
Cobrança da Conta Corrente Fiscal de que trata o artigo 34-C, com a aplicação, quando
for o caso, da penalidade cabível ao lançamento de ofício;
V - mediante o processo a que se refere o inciso I deste parágrafo, terá sua exigibilidade
suspensa quando impugnado até o vigésimo dia do mês subseqüente ao do seu
vencimento;
VI - será utilizado para saneamento diretamente a partir da gerência responsável pelo
produto, serviço ou obrigação relativamente a qual se apurar a irregularidade.
§ 1°-A Os instrumentos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo não são
conversíveis em Notificação/Auto de Infração - NAI e não se submetem ao rito e
processo administrativo pertinente a esta.
§ 2º Relativamente à sanção pertinente ao descumprimento da respectiva obrigação
acessória:
I - a emissão de qualquer dos instrumentos previstos neste artigo para exigência da
penalidade não desonera o contribuinte do cumprimento da respectiva obrigação
acessória que a originou;
II – em caso de expressa previsão em lei, poderá ser dispensado o recolhimento da
penalidade originada do descumprimento de obrigação acessória, exclusivamente
quando houver no prazo consignado no instrumento de lançamento de que trata este
artigo, o cumprimento da respectiva obrigação acessória inadimplida.
§ 3° A unidade incumbida da revisão, decisão e reexame necessário do crédito tributário
formalizado, em conformidade com o disposto nos artigos 48-A a 48-J, deverá promover,
também, o registro e revisão do débito no Sistema Eletrônico de Conta Corrente Geral do
Estado de Mato Grosso - CCG/SEFAZ, onde consignará se o valor é prescritível ou não.
§ 4º A notificação da exigência do crédito tributário formalizado nos termos deste artigo,
bem como a comunicação dos atos preparatórios à sua formalização ou a ele inerentes,
poderão ser enviadas ao endereço eletrônico a que se refere o inciso V-A do caput do
artigo 26.
§ 5° Para fins de exigência, formalização e processamento do crédito tributário, mediante
instrumento previsto no caput deste artigo, aquele que apresentar maior grau de liquidez

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 52
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

e efetividade prefere e precede ao de menor grau de realização monetária, ainda que


mais antigo.

Art. 34-A Poderá ser formalizado por meio do Aviso de Cobrança Fazendária o crédito
tributário relativo ao ITCD, apurado no âmbito da Coordenadoria do IPVA, ITCD e Outras
Receitas Públicas da Superintendência de Fiscalização - CIOR/SUFIS.
§ 2º O Aviso de Cobrança Fazendária será impresso e controlado eletronicamente,
devendo no mínimo conter as seguintes informações:
I - identificação da unidade fazendária responsável pela emissão e respectivo endereço
completo e telefones, com a indicação do local e do prazo em que poderá ser apresentada
a impugnação pertinente;
I – a qualificação do sujeito passivo da obrigação e respectivos responsáveis solidários;
III – o local, a data, a hora da emissão e, se for o caso, a identificação do respectivo
processo;
IV – a descrição da matéria tributável com menção do fato gerador e respectivas base de
cálculo e alíquota;
V - o fundamento legal da exigência, a disposição legal infringida e a multa aplicada de
ofício;
VI – o valor original do tributo e a demonstração do crédito tributário total, ainda que na
forma de anexo digital disponibilizado no endereço eletrônico www.sefaz.mt.gov.br;
VII - a consolidação do valor da exigência e a notificação para pagamento do crédito
tributário lançado;
IX – impressão dos dados e cargo da pessoa responsável pela sua emissão, dispensada a
assinatura e facultada à aposição de chancela mecânica;
X – número de verificação no endereço eletrônico www.sefaz.mt.gov.br da autenticidade
do instrumento.
§ 3° O Aviso de Cobrança Fazendária e o crédito tributário com ele formalizado serão
processados com observância do disposto no artigo 34, devendo ser registrado, a débito,
no Sistema CCG/SEFAZ, para controle do recolhimento da importância devida e da
satisfação da respectiva obrigação.

Art. 34-C O Aviso de Cobrança da Conta Corrente Fiscal será emitido privativamente no
âmbito da Coordenadoria de Conta Corrente e Apoio a Dívida Ativa da Superintendência
de Informações da Receita Pública - CCCD/SUIRP para exigência de quaisquer dos
débitos de ITCD que administrar através do sistema de conta corrente fiscal deste
tributo.
§ 1º O Aviso de Cobrança da Conta Corrente Fiscal e o crédito tributário com ele
formalizado:
I - será processado observando o disposto no artigo 34;
II - não é conversível em Notificação Auto de Infração – NAI e não se submete ao rito e
processo administrativo pertinente a esta;

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 53
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

IV - será inscrito na dívida ativa tributária, com a aplicação, quando for o caso, da
penalidade cabível ao lançamento de ofício;
§ 2° Decorrido o prazo de 30 (trinta) dias, contados da respectiva ciência, sem que haja a
satisfação da exigência exarada no Aviso de Cobrança da Conta Corrente Fiscal, a Gerência
de que trata o caput deste artigo fará a remessa à Procuradoria-Geral do Estado do
crédito tributário lançado para inscrição em dívida ativa tributária.

Art. 35 O autuado poderá pagar a multa fixada na Notificação/Auto de Infração ou no


Aviso de Cobrança Fazendária com desconto de:
I – 50% (cinqüenta por cento), dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da notificação
da sua lavratura;
II – 20% (vinte por cento), enquanto não realizado o julgamento em primeira instância
administrativa ou, após proferida essa decisão, enquanto não expirado o prazo nela
fixado para pagamento do crédito tributário correspondente.
Parágrafo único O pagamento efetuado nos termos deste artigo não dispensa, nem elide,
a aplicação da correção monetária e dos juros de mora devidos.

Basicamente, recomendo que saibam a diferença entre o aviso de cobrança fazendária e o


aviso de cobrança da conta corrente fiscal.
Instrumento de
formalização do crédito Situação em que é utilizado
tributário de ITCD
ITCD apurado no âmbito da Coordenadoria do
Aviso de cobrança
IPVA, ITCD e Outras Receitas Públicas da
fazendária
Superintendência de Fiscalização - CIOR/SUFIS
Privativamente no âmbito da Coordenadoria de
Conta Corrente e Apoio a Dívida Ativa da
Aviso de cobrança da Superintendência de Informações da Receita
conta corrente fiscal Pública - CCCD/SUIRP para exigência de quaisquer
dos débitos de ITCD que administrar através do
sistema de conta corrente fiscal deste tributo

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 54
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

11 – DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA, DA RESTITUIÇÃO E DO


PARCELAMENTO

Art. 29. Não serão lavrados, registrados ou averbados pelo tabelião, escrivão e oficial de
Registro de Imóveis, atos e termos de seu cargo, sem a prova do pagamento do imposto.

Art. 30. Compete aos Fiscais de Tributos Estaduais investigar a existência de heranças e
doações sujeitas ao imposto, podendo, para esse fim, solicitar o exame de livros e
informações dos cartórios e demais repartições.

Art. 31. O reconhecimento de não-incidência ou isenção do ITCD será apurado em


processo, mediante requerimento do interessado à autoridade fazendária, na forma,
prazos e condições previstos em regulamento e na legislação complementar.

Art. 32. Compete à Procuradoria-Geral do Estado intervir e ser ouvida nos inventários,
arrolamentos e outros feitos processados neste Estado, no interesse da arrecadação do
ITCD, zelando pela sua regularidade.

Art. 33. Presumem-se verdadeiras as informações prestadas, por meio eletrônico ou


magnético, à Secretaria de Estado de Fazenda, pelo contribuinte ou, em seu nome, por
terceiro por ele credenciado junto à mesma, nos termos da legislação complementar.
Parágrafo único. O disposto na caput aplica-se também às informações prestadas, por
meio eletrônico ou magnético, à Secretaria de Estado de Fazenda, por terceiros sujeitos
à prestação de informação ao fisco, em conformidade com a legislação tributária.

Art. 33-A. Presumem-se, também, verdadeiros os dados e informações contidos nos


bancos de dados da Secretaria de Estado de Fazenda, bem como as informações
constantes de documentos gerados por sistemas, programas ou aplicativos, decorrentes
de processamento eletrônico de dados.
§ 1º As informações e documentos a que se refere o caput servirão como prova na
constituição de crédito tributário para exigência de ITCD e ou penalidades por
descumprimento de obrigação relativa ao tributo, mediante a lavratura de
Notificação/Auto de Infração ou expedição de Aviso de Cobrança, conforme disposto em
legislação específica.
§ 2º Nas hipóteses tratadas neste artigo, incumbe ao fisco promover o saneamento das
informações, mediante etapa preexistente à lavratura da NAI ou à expedição de Aviso de
Cobrança, na forma disciplinada em legislação específica.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 55
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

§ 3º Para fins do disposto neste artigo, os documentos gerados na forma prevista no caput
deverão conter a identificação da unidade fazendária responsável por sua emissão,
dispensada a aposição de assinatura ou de chancela mecânica ou eletrônica.

Art. 34. Além das hipóteses previstas nesta lei, fica assegurada a restituição das quantias
recolhidas indevidamente aos cofres públicos, no todo ou em parte, àqueles que
comprovarem o indébito, conforme dispuser o regulamento.

Art. 35. No caso de aparecimento do ausente, fica assegurada a restituição do imposto


recolhido pela sucessão provisória.

Art. 36. Será também restituído o imposto recolhido, se declarado, por decisão judicial
passada em julgado, nulo o ato ou contrato respectivo.

Art. 37. Respeitado o disposto nesta Lei, bem como o limite de até 36 (trinta e seis)
parcelas, os créditos tributários referentes ao ITCD, constituídos ou não, inscritos em
dívida ativa ou não, poderão ser objeto de parcelamento, observado o disposto no
regulamento desta lei e em legislação complementar.
Parágrafo único. Enquanto não quitado, integralmente, o parcelamento previsto no caput
deste artigo, não poderão ser praticados os atos de registro de propriedade pertinentes.

Esse finalzinho também é pura decoreba. Dificilmente será cobrado na sua prova.
O art. 29 que fala sobre a não lavratura/registro/averbação de atos pelos tabeliães e
serventuários do registro de imóveis, sem a prova de pagamento do ITCD, é bem óbvio e acaba
dando uma proteção a esses serventuários. Afinal, se desrespeitarem esse dispositivo, certamente
serão responsabilizados pelo crédito tributário devido.
A restituição de indébito também dispensa qualquer comentário. Tanto que a lei nem se
alonga no assunto. Cabe, apenas, relembrar que caso o ausente apareça (estamos falando de
sucessão provisória aqui hein), caberá a restituição do ITCD recolhido pelos herdeiros.
Por fim, sobre o parcelamento, basta saber que o ITCD poderá ser parcelado em até 36 vezes,
desde que a parcela seja, no mínimo, igual a 10 UPF/MT na data do deferimento do pedido (art. 49,
§ 2°, do RITCD). E que, enquanto não quitado integralmente, não poderão ser realizados os
respectivos atos de registro de propriedade em nome do contribuinte.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 56
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

12 – BATERIA DE QUESTÕES
01. (SEFAZ-RS/FAURGS/2006/Adaptada) Quanto ao Imposto sobre Transmissão, Causa Mortis e
Doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCD), assinale a alternativa mais adequada.
a) considera-se doação qualquer ato ou fato em que o doador, por liberalidade, transmite bens,
vantagens ou direitos de seu patrimônio, ao donatário que os aceita, expressa, tácita ou
presumidamente.
b) Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos forem os bens
imóveis transmitidos.
c) Nas transmissões decorrentes de doações, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos
forem os doadores do bem, título ou crédito, ou de direito transmitido.
d) O ITCD incide apenas sobre a transmissão de propriedade.
Comentários:
(a) Correto. Esse é nosso gabarito. Enquadra-se no conceito que vimos no parágrafo 6º, do art. 1º.
(b) e (c) Incorretos. Não importa a quantidade de bens transmitidos. O que realmente importa é a
quantidade de herdeiros, legatários ou donatários (e não doadores). Art. 1º, § 1º.
(d) Incorreto. Essa é moleza, né? Incide sobre transmissão de direitos também. Art. 2º, incisos I e II
e § 1º.

Gabarito: Letra A.

02. (SEFAZ-RJ/FGV/2007 - Adaptada) No caso de transmissão de títulos, créditos, ações, quotas,


valores e outros bens móveis de qualquer natureza, bem como dos direitos a eles relativos, o
imposto é devido ao Estado do Mato Grosso, se nele tiverem domicílio as pessoas relacionadas
nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.
a) o doador, ou se nele se processar a sucessão.
b) o donatário, na hipótese em que o doador tenha domicílio ou residência no exterior.
c) o donatário, em qualquer hipótese.
d) o herdeiro ou legatário, se a sucessão tiver sido processada no exterior.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 57
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

e) o herdeiro ou legatário, se o de cujus possuía bens, era domiciliado ou residente no exterior, ainda
que a sucessão tenha sido processada no país.
Comentários:

Local do Imóvel E doador


Bens Bem no exterior OU
Imóveis Imóvel no exterior
Domicílio do E de cujus
donatário ou residente no
do herdeiro exterior, ou
inventário/
arrolamento no
Domicílio do exterior
Doador

Doador no exterior
Local do bem E bem (ou sua
liquidação) no MT
Bens Móveis
(Doação)
Local Domicílio do
Se doador no
exterior E bem (ou
Donatário sua liquidação) no
exterior

Onde se
processar
inventário ou
arrolamento
de cujus residente
ou seu inventário
Local do bem no exterior E bem
(ou sua liquidação)
no MT

Bens Móveis de cujus residente


(Sucessão) ou seu inventário
Domicílio do
Herdeiro,
no exterior E
Legatário bem (ou sua
liquidação) no
exterior

Para matar questão, bastava saber o esqueminha acima.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 58
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

Nem sempre o domicílio do donatário será o local do fato gerador. Na verdade, a regra geral
é que seja o domicílio do doador, só sendo o do donatário se doador estiver no exterior.

Gabarito: Letra C.

03. (SEFAZ-RJ/FGV/2008 - adaptada) Em relação ao ITCD, analise as afirmativas a seguir:


I. É isenta do imposto a doações que configurar uma operação incluída no campo de incidência do
ICMS.
II. No caso de doação, como regra, é contribuinte do imposto o donatário.
III. Incide o imposto na aquisição onerosa de bem ou direito em excesso pelo cônjuge meeiro, na
partilha, em dissolução de sociedade conjugal.
IV. No que tange a bens móveis, o Imposto é devido ao Mato Grosso, quando o de cujus for
domiciliado no exterior e o herdeiro residente no Estado do MT.
São verdadeiras, apenas as afirmativas:
a) I, II, III e IV.
b) II e IV.
c) II, III e IV.
d) III e IV.
e) I, II e III.
Comentários:

(i) Incorreto. Não há tal previsão na lei do MT.


(ii) Correto. Só excepcionalmente é que o doador pode ser contribuinte (art. 7º, parágrafo único).
(iii) Incorreto. Para estar sujeito ao ITCD, o excesso de meação ou quinhão deve ser recebido de
forma gratuita. Art. 1º, § 5º.
(iv) Correto. Na dúvida, volte no esqueminha da questão anterior.
Gabarito: letra B.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 59
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

04. (SEFAZ-AP/FGV/2010/Adaptada) Assinale uma transmissão que está amparada por isenção do
ITCD, segundo a lei mato-grossense.
a) ato de renúncia ao legado, quando feito sem ressalva ou condição.
b) recebimento de capital estipulado de seguro de vida.
c) extinção do usufruto decorrente de transmissão causa mortis, quando o nu-proprietário tiver sido
o instituidor.
d) rendimentos do bem do espólio, havidos após o falecimento do autor da herança.
e) doações de quaisquer bens, até o limite de 1.500 UPF/MT.

Comentários:

As opções A e D representam situações de não incidência do ITCD. Art. 5º, II e III.


A opção B não está prevista na nossa lei.

A opção E está incorreta, pois o limite previsto na lei é de 500 UPF/MT (art. 6º, II, “a”).
Logo, a única correta é a opção C (art. 6º, I, “b”).

Gabarito: Letra C.

05. (SEFAZ-MS/FGV/2006) A respeito do imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de


quaisquer bens ou direito - ITCD, é incorreto afirmar que:
a) o ITCD é exigível também no caso de sucessão provisória.
b) as legítimas dos herdeiros não se sujeitam ao ITCD.
c) o ITCD relativo a bens imóveis e respectivos direitos é devido ao Estado de sua situação.
d) o ITCD relativo a bens móveis, títulos e créditos é devido ao Estado onde se processar o inventário
ou arrolamento, ou onde tiver domicílio o doador.
e) o ITCD alcança a doação, ainda que a título de adiantamento da legítima.

Comentários:

(a) Correto. Não importa se a sucessão é provisória ou definitiva: ITCD na cabeça do contribuinte.
Art. 1º, I.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 60
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

(b) Incorreto. O ITCD incide sobre as legítimas, não importando se a sucessão se deu de maneira
testamentária, legítima, provisória ou definitiva. Art. 1º, I.

(c) Correto. A regra do local para bens imóveis é bem simples: onde ele estiver localizado.

(d) Correto. Se você decorar o esquema não vai errar uma questão de local.

(e) Correto. Pode-se adiantar a parte da legítima ainda em vida através de doação aos herdeiros
necessários. Falamos disso na aula ;)

Gabarito: letra B.

06. (AFRE-MA/FCC/2016) Em 2016, Cássio, domiciliado em Cuiabá/MT, faleceu, deixando sua


esposa Adélia e três filhas: Cristina, Maria e Léa. O total dos bens comuns do casal montava a
importância de R$ 3.060.000,00. De acordo com a legislação civil em vigor na data do óbito, e com
o regime de casamento adotado pelo casal, caberia a Adélia apenas 50% desses bens comuns, a
título de meação, devendo os outros 50% ser divididos igualmente entre as três filhas, de modo a
que cada uma delas recebesse R$ 510.000,00.
Ocorre, todavia, que, feita a partilha, decidiu-se que Adélia receberia bens no valor total de R$
1.600.000,00. Cristina nada recebeu, pois renunciou pura e simplesmente ao quinhão que lhe
caberia como herança, enquanto que Léa ficou com R$ 1.000.000,00, em razão de Maria ter
renunciado a parte de seus bens, em favor da irmã Léa, que os aceitou de bom grado.
O casal não possuía bens imóveis.
Com base nessas informações e na disciplina estabelecida na lei estadual mato-grossense acerca
do ITCD, é correto afirmar que
a) a desistência pura e simples de Cristina a seu quinhão não descaracteriza a incidência do ITCD
sobre ele, devido a título de transmissão causa mortis.

b) o ITCD devido por Adélia, a título de transmissão causa mortis, incidirá sobre montante de R$
1.600.000,00, quantia por ela recebida.
c) há incidência do ITCD, devido a título de doação, sobre a importância recebida por Léa, no
montante de R$ 235.000,00.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 61
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

d) há incidência do ITCD, devido a título de transmissão causa mortis, sobre a importância de R$


1.000.000,00, recebida por Léa.
e) há incidência do ITCD, devido a título de transmissão causa mortis, apenas sobre a importância
que coube a Maria na partilha, no importe de R$ 460.000,00.

Comentários:

Um caso prático.
De acordo com a lei civil, a viúva (Adélia) tem direito a receber, a título de meação, metade
do total (R$ 1.530.000,00) e as três filhas (Cristina, Maria e Léa) têm direito a receber 1/3 da outra
metade, o que daria R$ 510.000,00 para cada uma delas.
Mas aí...
Percebam que há uma renúncia adbicativa por parte de Cristina. Então, o novo quinhão que
cabe a cada uma das herdeiras (Maria e Léa) monta em R$ 765.000,00.
Agora é hora de verificarmos com quanto cada uma ficou, de fato.

Adélia (viúva-meeira): R$ 1.600.000,00 (excesso de meação de R$ 70.000,00).


Léa (filha): R$ 1.000.000,00 (excesso de quinhão de R$ 235.000,00).

Maria (filha): R$ 460.000,00 (doou R$ 70.000,00 para a viúva e R$ 235.000,00 para a irmã, Léa).
Para chegar nesses R$ 460.000,00, bastava pegar o total de bens (R$ 3.060.000,00) e subtrair
o valor que ficou para a meeira (R$ 1.600.000,00) e o que ficou para a Léa (R$ 1.000.000,00).
Pessoal, é importante que vocês façam essas contas sempre. É preciso saber o valor da
meação da viúva (ou viúvo) e da legítima que cabe a cada herdeiro. Após isso, vocês devem comparar
com os valores efetivamente recebidos por ocasião da partilha. Aí sim poderão saber se há excesso
de meação/quinhão e qual o valor.
Lembrando que o ITCD causa mortis é devido com base nos valores das legítimas de cada
herdeiro. E o ITCD doação é devido com base nos eventuais excessos de meação ou quinhão
apurados
Gabarito: letra C.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 62
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

07. (SEFAZ-RS/CESPE/2018-adaptada) Joaquim, que era residente no Estado de Santa Catarina,


faleceu e deixou como herança a seus quatro filhos dois imóveis: um localizado no território de
Santa Catarina, e o outro, no Estado do Mato Grosso. Cada um dos herdeiros terá direito a uma
parte de cada imóvel.
De acordo com a lei estadual mato-grossense, nessa situação hipotética, sabendo que o inventário
foi processado no Estado de Santa Catarina, a Secretaria da Fazenda do Estado do Mato Grosso:
a) não poderá cobrar ITCD sobre nenhum dos imóveis, em decorrência do domicílio do de cujus.
b) poderá cobrar ITCD sobre ambos os imóveis, independentemente de sua localização, havendo
dois fatos geradores.
c) poderá cobrar ITCD sobre ambos os imóveis, independentemente de sua localização, havendo
quatro fatos geradores.
d) poderá cobrar ITCD apenas sobre o imóvel localizado no MT, havendo quatro fatos geradores.
e) poderá cobrar ITCD apenas sobre o imóvel localizado no MT, havendo somente um fato gerador.
Comentários:
Pessoal, os bens deixados são imóveis. Logo, só nos interessa saber a sua localização. Um está
em SC e outro no MT. Já sabemos que somente sobre esse último será devido o ITCD para o Mato
Grosso. Com isso, eliminamos as opções A, B e C.
Para “o 10”, bastava saber que a quantidade de fatos geradores corresponde à quantidade
de herdeiros. Já vimos isso em outra questão. Assim sendo, apesar de ser um imóvel, como temos 4
herdeiros, 4 também serão os fatos geradores.

Gabarito: letra D.

08. (AFRE-RJ/FGV/2007) Será objeto de recolhimento do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis
e Doação − ITCD:
a) A dação em pagamento.
b) Quaisquer transmissões inter vivos.
c) A permuta de imóveis.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 63
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

d) A transmissão de bens ao cônjuge, em virtude da comunicação decorrente do regime bens do


casamento.
e) A doação de bens em adiantamento de legítima.
Comentários:

(a) Incorreto. A dação em pagamento é uma transmissão inter vivos onerosa.


(b) Incorreto. Somente as transmissões inter vivos gratuitas estão sujetas à incidência do imposto.

(c) Incorreto. A exemplo da opção A, estamos diante de uma transmissão inter vivos onerosa.

(d) Incorreto. Se os bens são comuns, não há que se falar em transmissão para fins de incidência do
imposto. Falei disso na aula.
(e) Correto. Já vimos que é como uma doação.

Gabarito: Letra E.

09. (SEFAZ-AP/FGV/2010/Adaptada) No Estado do Mato Grosso, as alíquotas do ITCD:

a) aplicáveis sobre o valor venal dos bens ou direitos objetos da transmissão são as vigentes na data
do pagamento a ser efetuado pelo sujeito passivo.

b) possuem percentuais menores nas transmissões por doações de quaisquer bens e direitos.

c) tem como percentual máximo 6%.

d) são progressivas.

e) são seletivas.

Comentários:
(a) Incorreto. A alíquota vigente, para qualquer tributo, é a vigente à data da ocorrência do fato
gerador.

(b) Incorreto. As alíquotas são as mesmas, em termos percentuais. Expliquei que nas transmissões
por doação há uma tributação maior, pois as faixas são menores do que as das transmissões por
doação.

(c) Incorreto. O máximo é de 8%.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 64
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

(d) Correto.

(b) Incorreto. Não há seletividade, mas sim progressividade.

Gabarito: Letra D.

10. (SEFAZ-CE/CEBRASPE/2021 - adaptada) Considerando o que dispõe a legislação tributária do


estado de Mato Grosso, julgue o item a seguir.
O legado, assim como a legítima, está sujeito à incidência do ITCD.
Comentários:
Perfeito. O legado nada mais é do que a “legítima”, porém numa sucessão testamentária.

Gabarito: Correta.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 65
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

13 – LISTA DE QUESTÕES
01. (SEFAZ-RS/FAURGS/2006/Adaptada) Quanto ao Imposto sobre Transmissão, Causa Mortis e
Doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCD), assinale a alternativa mais adequada.
a) considera-se doação qualquer ato ou fato em que o doador, por liberalidade, transmite bens,
vantagens ou direitos de seu patrimônio, ao donatário que os aceita, expressa, tácita ou
presumidamente.
b) Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos forem os bens
imóveis transmitidos.
c) Nas transmissões decorrentes de doações, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos
forem os doadores do bem, título ou crédito, ou de direito transmitido.
d) O ITCD incide apenas sobre a transmissão de propriedade.

02. (SEFAZ-RJ/FGV/2007 - Adaptada) No caso de transmissão de títulos, créditos, ações, quotas,


valores e outros bens móveis de qualquer natureza, bem como dos direitos a eles relativos, o
imposto é devido ao Estado do Mato Grosso, se nele tiverem domicílio as pessoas relacionadas
nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.
a) o doador, ou se nele se processar a sucessão.
b) o donatário, na hipótese em que o doador tenha domicílio ou residência no exterior.
c) o donatário, em qualquer hipótese.
d) o herdeiro ou legatário, se a sucessão tiver sido processada no exterior.
e) o herdeiro ou legatário, se o de cujus possuía bens, era domiciliado ou residente no exterior, ainda
que a sucessão tenha sido processada no país.

03. (SEFAZ-RJ/FGV/2008 - adaptada) Em relação ao ITCD, analise as afirmativas a seguir:


I. É isenta do imposto a doações que configurar uma operação incluída no campo de incidência do
ICMS.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 66
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

II. No caso de doação, como regra, é contribuinte do imposto o donatário.


III. Incide o imposto na aquisição onerosa de bem ou direito em excesso pelo cônjuge meeiro, na
partilha, em dissolução de sociedade conjugal.
IV. No que tange a bens móveis, o Imposto é devido ao Mato Grosso, quando o de cujus for
domiciliado no exterior e o herdeiro residente no Estado do MT.
São verdadeiras, apenas as afirmativas:
a) I, II, III e IV.
b) II e IV.
c) II, III e IV.
d) III e IV.
e) I, II e III.

04. (SEFAZ-AP/FGV/2010/Adaptada) Assinale uma transmissão que está amparada por isenção do
ITCD, segundo a lei mato-grossense.
a) ato de renúncia ao legado, quando feito sem ressalva ou condição.
b) recebimento de capital estipulado de seguro de vida.
c) extinção do usufruto decorrente de transmissão causa mortis, quando o nu-proprietário tiver sido
o instituidor.
d) rendimentos do bem do espólio, havidos após o falecimento do autor da herança.
e) doações de quaisquer bens, até o limite de 1.500 UPF/MT.

05. (SEFAZ-MS/FGV/2006) A respeito do imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de


quaisquer bens ou direito - ITCD, é incorreto afirmar que:
a) o ITCD é exigível também no caso de sucessão provisória.
b) as legítimas dos herdeiros não se sujeitam ao ITCD.
c) o ITCD relativo a bens imóveis e respectivos direitos é devido ao Estado de sua situação.
d) o ITCD relativo a bens móveis, títulos e créditos é devido ao Estado onde se processar o inventário
ou arrolamento, ou onde tiver domicílio o doador.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 67
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

e) o ITCD alcança a doação, ainda que a título de adiantamento da legítima.

06. (AFRE-MA/FCC/2016) Em 2016, Cássio, domiciliado em Cuiabá/MT, faleceu, deixando sua


esposa Adélia e três filhas: Cristina, Maria e Léa. O total dos bens comuns do casal montava a
importância de R$ 3.060.000,00. De acordo com a legislação civil em vigor na data do óbito, e com
o regime de casamento adotado pelo casal, caberia a Adélia apenas 50% desses bens comuns, a
título de meação, devendo os outros 50% ser divididos igualmente entre as três filhas, de modo a
que cada uma delas recebesse R$ 510.000,00.
Ocorre, todavia, que, feita a partilha, decidiu-se que Adélia receberia bens no valor total de R$
1.600.000,00. Cristina nada recebeu, pois renunciou pura e simplesmente ao quinhão que lhe
caberia como herança, enquanto que Léa ficou com R$ 1.000.000,00, em razão de Maria ter
renunciado a parte de seus bens, em favor da irmã Léa, que os aceitou de bom grado.

O casal não possuía bens imóveis.


Com base nessas informações e na disciplina estabelecida na lei estadual mato-grossense acerca
do ITCD, é correto afirmar que
a) a desistência pura e simples de Cristina a seu quinhão não descaracteriza a incidência do ITCD
sobre ele, devido a título de transmissão causa mortis.

b) o ITCD devido por Adélia, a título de transmissão causa mortis, incidirá sobre montante de R$
1.600.000,00, quantia por ela recebida.
c) há incidência do ITCD, devido a título de doação, sobre a importância recebida por Léa, no
montante de R$ 235.000,00.
d) há incidência do ITCD, devido a título de transmissão causa mortis, sobre a importância de R$
1.000.000,00, recebida por Léa.

e) há incidência do ITCD, devido a título de transmissão causa mortis, apenas sobre a importância
que coube a Maria na partilha, no importe de R$ 460.000,00.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 68
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

07. (SEFAZ-RS/CESPE/2018-adaptada) Joaquim, que era residente no Estado de Santa Catarina,


faleceu e deixou como herança a seus quatro filhos dois imóveis: um localizado no território de
Santa Catarina, e o outro, no Estado do Mato Grosso. Cada um dos herdeiros terá direito a uma
parte de cada imóvel.
De acordo com a lei estadual mato-grossense, nessa situação hipotética, sabendo que o inventário
foi processado no Estado de Santa Catarina, a Secretaria da Fazenda do Estado do Mato Grosso:
a) não poderá cobrar ITCD sobre nenhum dos imóveis, em decorrência do domicílio do de cujus.
b) poderá cobrar ITCD sobre ambos os imóveis, independentemente de sua localização, havendo
dois fatos geradores.
c) poderá cobrar ITCD sobre ambos os imóveis, independentemente de sua localização, havendo
quatro fatos geradores.
d) poderá cobrar ITCD apenas sobre o imóvel localizado no MT, havendo quatro fatos geradores.
e) poderá cobrar ITCD apenas sobre o imóvel localizado no MT, havendo somente um fato gerador.

08. (AFRE-RJ/FGV/2007) Será objeto de recolhimento do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis
e Doação − ITCD:
a) A dação em pagamento.

b) Quaisquer transmissões inter vivos.


c) A permuta de imóveis.

d) A transmissão de bens ao cônjuge, em virtude da comunicação decorrente do regime bens do


casamento.
e) A doação de bens em adiantamento de legítima.

09. (SEFAZ-AP/FGV/2010/Adaptada) No Estado do Mato Grosso, as alíquotas do ITCD:

a) aplicáveis sobre o valor venal dos bens ou direitos objetos da transmissão são as vigentes na data
do pagamento a ser efetuado pelo sujeito passivo.

b) possuem percentuais menores nas transmissões por doações de quaisquer bens e direitos.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 69
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

c) tem como percentual máximo 6%.

d) são progressivas.

e) são seletivas.

10. (SEFAZ-CE/CEBRASPE/2021 - adaptada) Considerando o que dispõe a legislação tributária do


estado de Mato Grosso, julgue o item a seguir.
O legado, assim como a legítima, está sujeito à incidência do ITCD.

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 70
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

14 - GABARITO

01 A 02 C 03 B 04 C 05 B 06 C 07 D

10
08 E 09 D
Correta

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 71
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS
Rafael Rocha (Caverna)
Aula 01

15 - BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>

MATO GROSSO. Lei 7.850 de 18 de Dezembro de 2002 – Dispõe sobre o imposto sobre transmissão
causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos (ITCD). Disponível em:
http://app1.sefaz.mt.gov.br/0325677500623408/07FA81BED2760C6B84256710004D3940/375B8C
284530106704256C9500491DF8

SEFAZ-MT (Fiscal de Tributos Estaduais) Legislação Tributária Estadual - Parte I - 2023 (Pós-Edital) 72
www.estrategiaconcursos.com.br 72
09014048700 - LENILSON ANDRES MARTINS

Você também pode gostar