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Rafael Barreto Ramos

© 2014

Direito Tributário II
28/07/14 (Retirado do material de Rebeca Ribeiro e Thâmara Laís)
Ø Plano de Ensino
Imposto de Renda Pessoa Física

- Imposto de Renda

Imposto de Renda Pessoa Jurídica – CSLL

- Imposto Produtos Industrializados – IPI

Interestadual

- ICMS

Intermunicipal

- ISSON

Crédito

Câmbio

- IOF Sistema Financeiro – Lato Sensu

Seguro

Valores mobiliários

- ITR – Federal

- ITR – Municipal Propriedade (fato gerador)

- IPVA – Estadual

- ITCD – Transmissão gratuita Estadual

- ITBI – Transmissão Onerosa Municipal

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- II – Entrada Aduaneiros – comércio internacional – procedimentos especiais

- IE – Saída Admissão temporária – Trânsito aduaneiro

- Exceção princípios da legalidade, anterioridade

Ø Atividades Avaliativas

- 11/09 – 25 pontos – Múltipla escolha, em regra 10 questões (matéria cumulativa)

- 23/10 – 25 pontos - Múltipla escolha, em regra 10 questões (matéria cumulativa)

- 08/09 e 20/10 – 20 pontos – em sala, com consulta

- Global – 30 semanas – Penúltima semana de novembro

- 2ª chamada – a atividade imediatamente posterior valerá a nota da atividade perdida

Ø Bibliografia
- Leandro Paulsen – Tributos

- Ricardo Alexandre – Direito Tributário Esquematizado

- Secretaria de finanças – Site Prefeitura de Belo Horizonte

- Tribunal de Justiça/Tribunal Regional Federal/Superior Tribunal Federal – Jurisprudências

- Substituição Tributária do ICMS/Reg. Aduaneiros Especiais

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31/07/14 (Retirado do Material de Rebeca Ribeiro e Thâmara Laís)


Ø Imposto de Renda – IR (e proventos de qualquer natureza)
1. Destaques na Legislação

a) Art. 153, III da CF/88 - Leis Fiscais Diversas

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

III - renda e proventos de qualquer natureza;

- Interpretação:

Constituição Federal apenas reparte as competências.

Imposto/tributo deve ser instituído por lei ordinária¹:

(1) Lei Ordinária vs. Lei Complementar:

Lei Ordinária Lei Complementar

Maioria Simples¹ Residual Maioria absoluta² – Previsão expressa na


Constituição Federal

(1) Maioria Simples ou Relativa: Mais de 50% dos membros presentes no dia da votação.

(2) Maioria Absoluta: Mais de 50% dos membros da casa.

b) Arts. 43 a 45 do CTN

Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como
fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:

I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;

II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos


no inciso anterior.

§ 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização,


condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº
104, de 10.1.2001)

§ 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o


momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo.
(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos
proventos tributáveis.

Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo
de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos
proventos tributáveis.

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Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de
responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.

c) Lei Federal nº 7.713, de 22/12/1988

d) Lei Federal nº 8.383, de 30/12/1991

e) Lei Federal nº 8.981, de 20/01/1995

f) Lei Federal nº 9.249, de 26/12/1995

g) Lei Federal nº 9.250, de 26/12/1995

h) Lei Federal nº 9.430, de 27/12/1996

l) Lei Federal nº 9.532, de 10/12/1997

m) Lei Federal nº 10.451, de 10/05/2002

n) Lei Federal nº 11.482, de 31/05/2007

o) Decreto nº 3.000, de 26/03/1999 - Regulamento do Imposto de Renda – RIR

IMPORTANTE:

- É o Poder Executivo que cobra as receitas, com aprovação do Legislativo.

- O DECRETO é o instrumento legislativo para DETALHAR COBRANÇA (não inova).

- O tributo deve ser criado por LEI COMPLEMENTAR. Lei esta que é elaborada pelo Poder
Legislativo e é COBRADA/APLICADA pelo Poder Executivo.

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04/08/14
Nota:
Apesar do nome imposto de renda¹, deve-se pensar sempre em renda e proventos de qualquer
natureza.
(1) Renda: Fruto do capital e do trabalho.

2. Matriz de Incidência

2.1. Fato Gerador: Aquisição da disponibilidade econômica¹ ou jurídica², proveniente de


renda³ ou de proventos de qualquer natureza4.

(1) Disponibilidade econômica: Efetivo recebimento.

(2) Disponibilidade jurídica: Implementação de todos os requisitos jurídicos para o recebimento.

(3) Renda: Fruto do capital, do trabalho ou de ambos.

Ex. Alugueis, honorários, juros de aplicações financeiras, salário, lucro para pessoa jurídica, etc.

Contraexemplos. Dividendo (divisão de lucro) – ISENTO

(4) Proventos de qualquer natureza: Acréscimos patrimoniais que não são fruto do trabalho, capital ou
ambos.

Ex. Pensões (inclusive alimentícia, aposentadorias, loterias, prêmios).

Contraexemplos. Bolsa-família, bolsa-educação – ISENTO.

(Thâmara Laís) Regimes de Tributação:

a) De caixa

Só computa receita o que tiver recebido efetivamente e como despesa o que tiver pago efetivamente.

Ex. Comprar bem a prazo à pagamento a ser feito à ainda não é despesa.

b) De competência

Só computa o que recebeu de nota fiscal de renda e de compra, não pelo recebimento ou pagamento
efetivo.

Em regra, pessoa física é disponibilidade econômica, mas existem exceções.

Ex1. Uma pessoa que empresta seu apartamento a um amigo (parentes são isentos) têm disponibilidade
jurídica, isto é, pode cobrar aluguel, mas não cobra por uma opção sua. Nestes casos, haverá tributação,
em razão da disponibilidade jurídica.

Ex2. Funcionário que faz hora extra e não recebe e após contestar juridicamente recebe, de uma vez, o
pagamento de forma acumulada (disponibilidade econômica), o valor referente aos 60 meses que
trabalhou – R$ 30.000,00. Se tributado pela disponibilidade econômica, ficará prejudicado, pois seria
aplicada a maior alíquota.

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IMPORTANTE:

Imposto de renda NÃO incide sobre patrimônio.

Incide sobre ACRÉSCIMO patrimonial.

2.2. Base de cálculo

Montante da renda.

2.2.1. Pessoa física

Denominada Rendimento.

2.2.2. Pessoa Jurídica

Denominado Lucro real, arbitrado ou presumido.

IMPORTANTE:

Sempre que se mencionar renda, tratar-se-á de RENDA ou de PROVENTOS DE QUALQUER


NATUREZA.

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2.3. Sujeição Passiva (Polo devedor)

2.3.1. Contribuinte¹

Pessoa física ou jurídica.

(1) Contribuinte – conceito: Pessoa que tem relação DIRETA com o fato gerador (pratica o fato gerador).
No imposto de renda, é aquela que recebe a renda.

2.3.2. Responsável¹ (Art. 45 – CTN)

(1) Responsável: Responsável pela declaração e RETENÇÃO do valor. O ônus sempre será do contribuinte.

Fonte pagadora, nas hipóteses de Imposto de Renda Retido na Fonte².

(2) Imposto de Renda Retido na Fonte: Em algumas situações, a lei obriga a fonte pagadora a declarar e
recolher o Imposto de Renda.

Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo
de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos
proventos tributáveis.

Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de
responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.

IMPORTANTE:

Se a fonte pagadora fez a retenção, a responsabilidade de pagamento será unicamente desta. O


contribuinte deve apenas comprovar a retenção.

Por outro lado, se não houver a retenção, a responsabilidade será SOLIDÁRIA.

Nota:

A decadência ocorre antes do lançamento.

Todavia, a prescrição ocorre depois do lançamento.

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3. Imposto de Renda da Pessoa Física – IRPF

3.1. Tabela progressiva mensal

Ano-calendário é o ano no qual ocorre o fato gerador.

Exercício é o ano no qual o tributo deverá ser pago.

Tabela Progressiva Mensal Ano-Calendário 2014, Exercício 2015

Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir (R$)

Até 1.787,77 - -

De 1.786,78 até 2.679,29 7,5 134,08

De 2.679,30 até 3.572,43 15 335,03

De 3.572,44 até 4.463,81 22,5 602,96

Acima de 4.463,81 27,5 826,15

- Princípios envolvidos

Princípio da Igualdade ou Isonomia: Tratar os iguais como iguais.

Princípio da Capacidade Contributiva (Mudança de Linha): Quem pode mais, deve pagar mais.

- Forma de cálculo:

Incidir a alíquota referente ao salário.

Subtrair a Parcela a Deduzir.

Ex. Salário de 1.790,00.

1.790 x 7,5% = 134,25

134,25 – 134,08 = 0,17.

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3.2. Obrigatoriedade da declaração


a) Rendimentos tributáveis acima de:
R$ 21.453,24 (SEM O DESCONTO INCLUÍDO).

R$ 26.816,55 para 2014/2015 (COM O DESCONTO INCLUÍDO – 20%).

b) Rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributáveis exclusivamente na fonte acima de


R$ 40.000,00;
c) Posse ou propriedade de bens ou direitos superiores a R$ 300.000,00;
d) Realização de operações na bolsa de valores ou ganhos de capital;

(Rebeca Ribeiro) Geralmente 15% do ganho. Não restitui.

- Exceção: Isenção. Ganho de capital tem que ser pago até o final do mês seguinte.

(Thâmara Laís) Se determinada pessoa investir em bolsa de valores é obrigada a declarar, independente
de ganho/perda.

Diferença entre o valor de venda e o valor de compra – 15% sobre o valor do ganho.

Ex. Comprou por 10 mil – vendeu por 110 mil – deve pagar 15 mil.

e) Passar a ser residente no país (Rebeca Ribeiro e Thâmara Laís);


- Estrangeiro que passa a morar aqui deve declarar a partir daquele ano (exercício seguinte – ano
anterior);

- Brasileiro que sai de forma definitiva tem que fazer declaração de saída. Se tem renda ou não, não
importa. Quando voltar, passa a ser residente;

- Estrangeiro que sai e entra no país, se ficar no Brasil por período superior a 186 dias, ainda que não
contínuos, deve declarar.

f) Atividade rural - receita superior a:


I. R$ 122.782,47 para 2012/2013

II. R$ 128.307,68 para 2013/2014

III. R$ 134.081,53 para 2014/2015

IV. Ou compensação de prejuízos de anos anteriores

Ex. Produtor teve 100.000 de receita e 120.000 de despesas. Pode este compensar na declaração do ano
seguinte.

(Thâmara Laís) Se exercer atividade rural e urbana, deve observar regras desta.

Ex. 50 mil – rural / 50 mil – urbana – ultrapassa à deve declarar as duas, com separação de valores.

Única Pessoa Física no Brasil que pode compensar prejuízos de anos anteriores. Para compensar, tem
que declarar.

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07/08/14 (Retirado do material de Thâmara Laís e Rebeca Ribeiro)


IMPORTANTE (Thâmara Laís):
- Considerações da aula anterior:
I. Se enquadrar em qualquer critério, independentemente da idade, deve declarar.

II. Declaração de isento não existe desde 2008.

Nota:
- Os rendimentos possuem 3 tratamentos:
I. Tributáveis: Qualquer coisa que se encaixe no conceito de renda ou provento.

II. Isentos

III. Não tributáveis

3.3. Principais rendimentos isentos e não-tributáveis


a) Bolsa de estudo e pesquisa que não caracterize contraprestação de serviços;
Bolsa auxílio estágio é tributável.

Quando o dependente tem rendimentos, o declarante deve declarar estes.

b) Indenização referente a objeto segurado;


Perdeu parte do patrimônio.

Ex. Perda total de carro, seguradora paga o valor do carro, não aumentou, apenas restituiu, inclusive 10%.

c) Indenização de seguro por morte;


Qualquer valor, qualquer lugar, qualquer pessoa.

d) Indenização por acidente de trânsito ou acidente de trabalho;


Tem despesa, só restituição.

e) Súmula 498 do STJ: Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais. DJe
13/08/2012;
Receita Federal – O patrimônio do contribuinte só é composto de coisas que podem ser avaliadas
economicamente – dano moral – imaterial. Para receita é tributável.

STJ – Patrimônio imaterial pode ser avaliado economicamente, se ele é atingido, há diminuição. O
acréscimo é só reparação.

- Questão de concurso:

a) Prova aberta:

Considerar ambos os entendimentos.

b) Prova fechada

Considerar isento.

Súmula n. 498 - Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais.

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f) Seguro-desemprego, auxílio-natalidade, auxílio-doença, auxílio-funeral e auxílio-acidente,


pagos pela previdência oficial ou complementar (Verba de natureza social);

g) PIS/PASEP (Verba de natureza social);

h) FGTS e multa de 40% (Verba de natureza social);


Ex. Recebe seguro de 6 meses e salário que, apesar de ultrapassar, não paga sobre seguro.

Ex. FGTS é declarado no momento em que é sacado, como rendimento isento e não-tributável.

i) Aviso prévio indenizado;

Nota:
- Se a verba tem natureza salarial, é tributável.

- Se a verba tem natureza indenizatória, não é tributável.

j) Distribuições e lucros dentro do limite permitido por lei;

k) Rendimento de caderneta de poupança;


Qualquer valor.

l) Parcela isenta de proventos de aposentadoria e pensão de declarante com 65 anos ou mais:


I. R$ 1.637,11 para 2012/2013

II. R$ 1.710,78 para 2013/2014

III. R$ 1.787,77 para 2014/2015

Tributável como proventos de qualquer natureza, mas para o aposentado acima de 65 anos tem direito
ao limite de isenção em dobro.

É tributado se ganhar duas vezes mais que R$1.787,77.

Se completar 65 anos no meio do ano, começa a ter direito a partir do meio do ano.

Se morrer e deixar pensão, sendo o pensionista menor que 65 anos, não será isento.

Critério é de quem é/passou a ser contribuinte.

m) Proventos de aposentadoria por moléstia grave e por acidente em serviço:


tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase,
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose
anquilosante, nefropatia grave, osteíte deformante, contaminação por radiação, AIDS, hepatopatia
grave e fibrose cística, Síndrome da Talidomida (Laudo pericial emitido por serviço médico oficial).

Todo valor recebido é valor isento.

n) Doações, heranças, meações e dissolução da sociedade conjugal (Casamento, união


estável).

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11/08/14
3.4. Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva
a) 13º Salário
O 13º é calculado separadamente do restante.

IMPORTANTE:
Todos os tributos cuja tributação é exclusiva NÃO ENSEJAM DIREITO À RETENÇÃO.

b) PLR – Participação nos Lucros e Resultados


Tabela de Tributação Exclusiva na Fonte

Valor da PLR anual (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir (R$)


Até 6.000 - -
De 6.000,01 até 9.000,00 7,5 450,00
De 9.000,01 a 12.000,00 15 1.125,00
De 12.000,01 até 15.000,00 22,5 2.025,00
Acima de 15.000,00 27,5 2.775,00

IMPORTANTE:
Lucros distribuídos para os sócios à RENDIMENTO ISENTO

Lucros Distribuídos para os empregados à RENDIMENTO TRIBUTÁVEL

c) Rendimentos de aplicação financeira (Alíquota: 15%)

Exceto CADERNETA DE POUPANÇA – RENDIMENTO NÃO TRIBUTÁVEL.

d) Juros sobre o capital próprio (Alíquota: 15%)

e) Prêmios recebidos em loterias, concursos e sorteios (Se o prêmio for acima de

R$1.787,77):
I. Em dinheiro acima da faixa de isenção: retido na fonte¹ (Alíquota: 30%)

(1) Retido na fonte: Quem pagará o prêmio é que será o responsável pelo pagamento do imposto. “Quem
recebe o prêmio, já recebe o valor deduzido de impostos.”

II. Em bens: retido na fonte (Alíquota: 20%)

III. Títulos de capitalização, mediante sorteio: RETIDO NA FONTE (25% com amortização

antecipada¹ou 30% sem amortização antecipada²)

(1) Com amortização antecipada: Se for sorteado, não mais deverá pagar o restante das prestações.

(2) Sem amortização antecipada: Se for sorteado, terá que pagar o restante das parcelas.

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f) Ganhos de capital: (Alíquota de 15%)

Pode acontecer com QUALQUER TIPO DE BEM.

- Isenções de ganho de capital (TAMBÉM ISENTA A DECLARAÇÃO):

I. Imóveis

i. Valor máximo 440.000,00.

ii. Único imóvel.

iii. Não pode ter vendido imóvel nos últimos 05 anos.

II. Imóveis residenciais

i. Se vender o imóvel RESIDENCIAL e utilizar todo o valor para a compra de outro imóvel RESIDENCIAL num
prazo de 180 dias.

Inclui em caso de compra de imóvel mais caro.

Ex. Vendi apartamento de R$800 mil e comprei um de 1 milhão.

No entanto, a parte não utilizada será tributada.

Ex. Vendi apartamento de R$800 mil e comprei outro de 500 mil. 300 mil serão tributados.

iii. Somente pode ser utilizada 01 vez a cada 05 anos.

III. Ganhos e rendimentos na bolsa no prazo de 01 mês

Vendas com ganhos de até 35 mil de qualquer objeto no prazo de 01 mês.


Rendimentos na bolsa de valores de até 20 mil reais no prazo de 01 mês.

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14/08/14
3.5. Declaração de ajuste completa
3.5.1. Deduções da base de cálculo
a) Contribuição à previdência oficial: regime geral e regimes próprios;

b) Contribuição à previdência privada, até 12% dos rendimentos Tributáveis;

i. FAPI - Fundo de Aposentadoria Programada Individual: dedutível;

ii. PGBL - Plano Gerador de Benefício Livre: dedutível;

iii. VGBL - Vida Gerador de Benefício Livre: NÃO dedutível;

c) Despesas com saúde:

médicos, hospitais, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos,


planos de saúde, aparelhos ortopédicos, próteses ortopédicas e dentárias, exames laboratoriais e
serviços radiológicos.

Rol TAXATIVO.

d) Despesas com instrução, limitada a:

I. R$ 3.091,35 para 2012/2013

II. R$ 3.230,46 para 2013/2014

III. R$ 3.375,83 para 2014/2015

Única e exclusivamente mensalidade para educação regular.

“Não entra natação, balé e afins.”

Limite INDIVIDUAL. Um limite para o contribuinte e outro limite para os dependentes.

“Deduz-se 3.375 para o contribuinte, 3.375 para um dependente e 3.375 para outro.”

e) Pensão alimentícia.

A pensão alimentícia paga por liberalidade NÃO pode ser deduzida.

Somente com decisão judicial no valor pago pelo magistrado.

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f) Dependentes:

I. Companheiro ou cônjuge;

Cônjuge se prova com a certidão de casamento.

Companheiro estável homoafetivo pode ser declarado como dependente. Pode-se provar a União Estável
da forma mais ampla possível, por exemplo:

i. Fotos;

ii. Correspondências.

Na receita federal somente se admite prova documental. Caso haja prova testemunhal, deverá ser judicial.

II. Filho ou enteado até 21 anos (24 anos cursando ensino superior ou técnico) ou incapaz para o
trabalho;

NÃO EXISTE CLASSIFICAÇÃO DE FILHO NO BRASIL.

Até 21 anos é dependente.

Após os 21 e até os 24, somente se estiver cursando o ensino superior.

III. Irmão, neto ou bisneto, sem arrimo e COM GUARDA JUDICIAL (mesma regra do filho);

O critério é a GUARDA.

Até os 21 anos ou até os 24 se estiver cursando o ensino superior.

IV. Menor pobre, até 21 anos e COM GUARDA JUDICIAL;

V. Incapaz do qual o contribuinte seja tutor ou curador;

VI. Pais, avos ou bisavós, com rendimentos inferiores ao limite de isenção;

Basta o vínculo de parentesco.

VII. Dedução por dependente:

- R$ 1.974,72 para 2012/2013

- R$ 2.063,64 para 2013/2014

- R$ 2.156,52 para 2014/2015

NÃO PODE UM MESMO FILHO SER DECLARADO NA DECLARAÇÃO DOS DOIS PAIS.

Em caso de pensão, quem paga a pensão deve declarar o filho no que se refere à pensão. Aquele com
quem o filho vive poderá declará-lo como dependente.

Se declarar o filho como dependente, deverá declarar os seus rendimentos e bens. Caso não declare, não
poderá declarar nada em relação a este.

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g) Livro caixa – principais deduções admitidas:

Para o profissional liberal/autônomo. No livro caixa este deverá registrar todas suas receitas e despesas
dedutíveis referentes à atividade.

Ex. Advocacia – honorários (receita), anuidade OAB, estagiário, etc. (despesas dedutíveis).

I. Salários e encargos de empregados.

II. Despesas da atividade: aluguel, IPTU, água, luz, telefone, conservação, conselho regulamentador,
encargos, FGTS, etc.

III. Despesas com transporte: representante comercial.

IV. Previdência oficial.

3.6. Declaração de ajuste simplificada

Desconto simplificado de 20% no valor dos rendimentos tributáveis, limitado a:

- R$14.542,60 para 2012/2013;

- R$15.197,02 para 2013/2014;

- R$ 15.880,89 para 2014/2015.

O desconto substitui TODAS as deduções permitidas.

Assim:

Dispensa a comprovação das despesas.

Nota:
Caso se erre na modalidade da declaração (declarar a completa ao invés da simplificada), pode-
se enviar uma declaração retificadora, todavia esta deverá ser enviada DENTRO DO PRAZO DE
DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA.

3.7. Outros aspectos importantes


3.7.1. Carnê leão
- Pessoa física que recebe de outra pessoa física ou do exterior, rendimentos que não tenham sido
tributados na fonte, no Brasil.

Ex. Aluguel.

- Pagamento: último dia ÚLTIL do mês subsequente (código 0190).

3.7.2. Bens NÃO obrigados a declarar


- Saldo em conta corrente, poupança ou aplicação de até R$ 140,00.

- Ações ou quotas no valor de até R$ 1.000,00 por empresa.

- Bens móveis de até R$ 5.000,00, exceto veículos.

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IMPORTANTE:
Na declaração de imposto de renda, não é permitido fazer a correção monetária do imóvel.

Somente pode-se modificar em casos de reforma.

3.7.3. Prazo:
Até o ultimo dia útil de abril do ano seguinte.

Nota:
Se a data do pagamento de imposto federal cair em dia não útil ADIANTA.

Por outro lado, em impostos municipais e estaduais, a data posterga.

3.7.4. Multa pelo atraso


Mínima de R$ 165,74 (1% sobre o valor por mês, limitado a 20%).

Multa pelo pagamento da obrigação acessória.

3.7.5. Pagamento do imposto


Em até 8 parcelas, com correção pela SELIC mais 1% no mês de pagamento.

3.7.6. Parcela mínima


R$ 50,00.

3.7.7. Atraso
Multa de 0,33% ao dia limitado a 20%.

Multa pelo pagamento da obrigação principal.

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18/08/14 (Retirado do material de Rebeca Ribeiro e Thâmara Laís)


4. Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
4.1. Lucro Real
Resultado do período de apuração, sem o imposto de renda, ajustado por adições4.1.1.,
exclusões4.1.2. e compensações41.3. determinadas na legislação.
(Thâmara Laís & Rebeca Ribeiro) Não existe lista do que pode ser deduzido. Na Pessoa Jurídica pode-se
deduzir tudo, EXCETO despesas não dedutíveis, isto é, DESPESAS QUE A LEI NÃO PERMITE.

4.1.1. Adições
Despesas consideradas não dedutíveis e outros ajustes legais permitidos.

Exs.

a) Pagamento sem causa ou a benefício não identificado;

b) Multas por infrações fiscais de natureza não compensatórias;

c) Contribuições e doações não dedutíveis;

d) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido;

e) Despesas com brindes.

4.1.2. Exclusões
Receitas consideradas como não tributáveis e outros ajustes legais.

Exs.

a) Lucros já tributados em outras PJ.

b) Reversão de saldo de provisões não dedutíveis.

4.1.3. Compensações
Prejuízos fiscais em exercícios anteriores, desde que não excedam a 30% do valor positivo após adições e
exclusões.

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4.1.4. Apuração

IMPORTANTE (Thâmara Laís):


- Se não houve prejuízo anterior, não há compensação. Na pessoa jurídica, pode-se compensar
prejuízo do ano anterior.

- Na pessoa física, em regra, não se pode compensar prejuízo de ano anterior, EXCETO SE
PRODUTOR RURAL.

- A base do imposto de renda é LUCRO. Se houver PREJUÍZO, NÃO DECLARA.

4.1.5. LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real.


a) Parte A - lançamentos de ajuste (adições e exclusões) do período;

b) Parte B: controle dos valores que influenciam em períodos futuro (compensações).

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4.1.6. Obrigatoriedade do Lucro Real


a) Receita Bruta maior que R$ 78.000.000,00 no ano anterior (R$ 48.000.000,00 até 2013).

b) Bancos comerciais, de investimentos, de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito,


financiamento e investimento, corretoras de títulos e valores mobiliários, arrendamento mercantil,
cooperativas de crédito, empresas de seguro privado e de capitalização e entidades de previdência
privada aberta;

c) Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de


crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

d) Rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

(Rebeca Ribeiro) ≠ exportador, cujo rendimento é aqui no Brasil, apenas o pagamento vindo do exterior.

e) Pessoas jurídicas que possam usufruir de benefícios relativos ao Imposto de Renda;

Ex. Investimento CULTURA.

f) Pessoas jurídicas que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado o recolhimento mensal com
base em estimativa.

(Thâmara Laís) A pessoa jurídica pode optar pela declaração anual, mas deverá pagar o imposto mensal,
por estimativa.

A qualquer momento do ano pode levantar balancete de verificação/suspensão e redução.

Ex. Verifica/apura 7 meses do ano.

Se verificar que pagou mais que devia, poderá suspender o pagamento por estimativa até compensar.

Não há limite para compensação se a empresa tem seus registros contábeis regulares.

Nota:
Instituições filantrópicas são IMUNES AO IMPOSTO DE RENDA.

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21/08/14
4.2. Lucro presumido
Não é obrigatório. Pode-se fazer a opção pelo lucro real. Opção feita no início do ano.

4.2.1. Valores da Base de Cálculo

a) 1,6%: revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico e gás natural;

b) 16%: serviço de transporte, exceto de carga;

Observação: pessoas jurídicas prestadoras de serviços com receita bruta anual de até R$ 120.000,00,
exceto profissões regulamentadas.

c) 32%: serviços em geral; intermediação de negócios; administração, locação ou cessão de bens e


direitos de qualquer natureza.

Setor de serviços.

d) 8%: serviços hospitalares; serviço de transporte de carga; e demais atividades.

Indústria e comércio.

e) Atividades diversificadas: percentual correspondente a cada atividade.

Quando se tratar de diversas atividades, tributar-se-á cada atividade em separado. Todavia, se as


atividades estiverem incluídas no mesmo percentual, não se faz necessária a divisão.

4.2.2. Base de Cálculo


a) Receita Bruta total da atividade X percentual;

b) Ganhos de capital na alienação de ativos;

c) Rendimentos e ganhos líquidos de aplicações financeiras;

d) Juros relativos à remuneração do capital próprio;

e) Demais receitas ou rendimentos.

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4.3. Lucro arbitrado


Forma de tributação excepcional, quando a Pessoa Jurídica não tenha condições de apurar o
lucro real ou presumido.

Segundo o professor, lucro arbitrado é uma FALTA DE OPÇÃO.

- Na ocorrência de caso fortuito ou força maior, o contribuinte poderá apresentar a declaração


com base no lucro arbitrado.

4.3.1. Principais hipóteses de arbitramento do lucro:


a) A escrituração do contribuinte revela evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou
deficiências que a tornem imprestável.

Ex. Incêndio no departamento da Pessoa Jurídica.

b) O contribuinte deixa de apresentar os livros e documentos da escrituração fiscal.

c) Opção indevida pelo lucro presumido.

d) Comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixa de escriturar e apurar o lucro da


sua atividade separadamente do lucro do comitente, residente ou domiciliado no exterior;

Ex. Filial num país, matriz em outra.

(Thâmara Laís) Devem ser feitas duas contabilizações em separado (da PJ estrangeira e da PJ brasileira).

Se não fizer, lucro arbitrado.

e) O contribuinte não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar
as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal, nos casos de lucro real.

IMPORTANTE (Thâmara Laís):


O cálculo do lucro arbitrado é feito da mesma forma que o lucro presumido, mas com
percentuais maiores (em 20%).

Não é opção nem pena. É uma FALTA DE OPÇÃO. Além do arbitrado, são aplicadas multas.

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4.3.2. Base de Cálculo

A do lucro presumido acrescida de 20%, exceto para instituições financeiras:

a) 1,92 %: revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico e gás natural;

b) 19,2 %: serviço de transporte, exceto de carga;

Observação: pessoas jurídicas prestadoras de serviços com receita bruta anual de até R$ 120.000,00,
exceto profissões regulamentadas.

c) 38,4 %: serviços em geral; intermediação de negócios; administração, locação ou cessão de bens e


direitos de qualquer natureza.

d) 9,6 %: serviços hospitalares; serviço de transporte de carga; e demais atividades.

e) 45 %: bancos, instituições financeiras e assemelhados.

f) Quando não conhecida a receita bruta, o RIR traz os critérios para estabelecê-la.

(Thâmara Laís)

1) Será feita uma média de receita dos últimos anos com análise do percentual de crescimento – série
histórica.

2) Se a empresa não tiver nada, será feita média do setor – análise das receitas de empresas do mesmo
ramo.

- Se atuar em diversas atividades, cada uma terá o seu percentual.

IMPORTANTE (Thâmara Laís):


- Lucro presumido e arbitrado – APURAÇÃO SEMPRE TRIMESTRAL.

4.4. Alíquotas do IRPJ - 15%

a) Adicional de Imposto de Renda : 10% sobre a parcela do lucro que exceder R$ 20.000,00
por mês.

b) Adicional de Imposto de Renda de ser recolhido integralmente, não sendo permitidas


deduções.

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25/08/14
Ø Contribuição Social Sobre o Lucro - CSLL
1. Legislação
Lei Federal nº 7.689, de 15/12/1988

Lei Federal nº 8.981, de 20/01/1995

Lei Federal nº 9.249, de 26/12/1995

Lei Federal nº 9.430, de 27/12/1996

2. Finalidade
Financiamento da seguridade social

3. Contribuintes
Pessoas jurídicas domiciliadas no País e as que lhes são equiparadas.

4. Base de cálculo da CSLL


- Lucro real, com adições e exclusões próprias.

- Lucro presumido:

a) 12% da receita bruta auferida no período: geral.

b) 32% da receita bruta auferida no período:

I. Prestação de serviços em geral, exceto serviços hospitalares e de transporte, inclusive de carga;

II. Intermediação de negócios;

III. Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza.

* Atividades diversificadas: aplica-se o percentual correspondente.

5. Alíquota da CSLL

a) Geral - 9%;

b) Pessoas Jurídicas que atuam nas áreas de seguros privados, capitalização e instituições
financeiras - 15%

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Ø IPI – Imposto sobre produtos industrializados


1. Legislação

a) Art. 153, IV da CF/88

b) Arts. 46 a 51 do CTN

c) Lei Federal nº 4.502, de 30/11/1964 (Lei chave do IPI – Já sofreu diversas alterações)

d) Decreto nº 4.544, de 27/12/2002: Regulamento do IPI (Revogado)

e) Decreto nº 7.212, de 15/06/2010: Regulamento do IPI - RIPI

f) Decreto nº 6.006, de 28/12/2006: Tabela do IPI – TIPI (Revogado)

g) Decreto nº 7.660, de 23/12/2011: Tabela do IPI – TIPI

Tabela na qual consta todos os produtos e seus respectivos IPI’s.

IMPORTANTE:

- Tributo direto vs. indireto:

Tributo indireto pode ser repassado para a próxima etapa da cadeia.

Ex. A indústria é a contribuinte do IPI. Todavia, passa para o atacado que, por sua vez, passa para o varejo.
Assim, na realidade, é o consumidor quem paga indiretamente o IPI.

Tributo direto, por outro lado, não pode ser repassado para a próxima etapa da cadeia, uma vez que
incide diretamente.

2. Características

a) Extrafiscalidade

Instrumento de regulamentação da política econômica.

Nota:

A FUNÇÃO FISCAL de um tributo é a ARRECADAÇÃO.

b) Princípio da não-surpresa (Anterioridade do exercício NÃO aplicada)

Anterioridade do exercício não é aplicada.

“Se o IPI for aumentado hoje, basta esperar os 90 dias, não sendo necessário esperar o próximo
exercício.”

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c) Princípio da legalidade NÃO aplicado

Não é aplicado às alíquotas.

- IPI – Exceção ao princípio da legalidade:

As alíquotas do IPI são exceção do princípio da legalidade. Não há necessidade de lei para se alterar as
alíquotas deste imposto.

d) Seletividade

Essencialidade do produto (art. 153, § 3º, I da CF/88).

As alíquotas devem variar de acordo com a essencialidade do produto.

“Quanto mais essencial, menor deve ser a alíquota do IPI.”

Vale entre produtos diferentes, bem como entre produtos do mesmo seguimento.

3. Conceitos Relacionados

3.1. Industrialização

Qualquer processo que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação


ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para o consumo (parágrafo único do art. 3º, da Lei
Federal nº 4.502/1964 e parágrafo único do art. 46 do CTN).

3.1.1. Espécies de industrialização

a) Transformação

Utilização de matéria-prima ou produto intermediário para a obtenção de uma nova espécie.

A alteração na matéria-prima ou produto intermediário é tão profundo que não mais é possível retorná-
lo a seu estado inicial.

Ex. Joias, plástico, borracha, etc.

b) Beneficiamento

Modificação, aperfeiçoamento ou alteração no funcionamento, utilização acabamento ou aparência do


produto.

Não há mudança na natureza do produto, todavia há uma melhoria no mesmo.

“O produto que entra na indústria é X e o que sai também é X”.

Ex. Leite “cru” que se torna pasteurizado.

c) Montagem

Consiste na reunião de produtos, peças ou partes na qual resulte um novo produto ou unidade autônoma.

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d) Acondicionamento ou reacondicionamento

Alterar a apresentação do produto, pela colocação de embalagem, ainda que em substituição à original.

e) Renovação ou recondicionamento

Renovar ou restaurar produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado.

Nota:

Não incide IPI em combustíveis derivados de petróleo, apesar de estes serem industrializados.

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28/08/14
Nota:

- IPI (Considerações da aula anterior):

Imposto federal de competência da União.

Governo utiliza o IPI como forma de controle da economia, estimulando ou desestimulando determinados
setores.

É EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO E DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (PODE SER


ALTERADO POR ATO DO PODER EXECUTIVO).

É orientado pela seletividade, isto é, quanto mais essencial o bem, menor será a sua alíquota.

IMPORTANTE (Considerações da aula anterior):

Se o fato gerador se enquadra nas 5 espécies de industrialização, será cobrado o IPI. Caso
contrário, este não incidirá.

A existência de mais de um processo de industrialização NÃO IMPLICA em mais de uma cobrança


do IPI. Assim, o IPI será cobrado APENAS UMA VEZ.

3.1.2. Não são considerados industrialização (NÃO pode haver a cobrança do IPI)

a) Preparo de produtos alimentares, não acondicionados em embalagens e para venda ao consumidor


final ou para PJ para consumo de colaborador;

Ex. Lasanha servida em restaurante (feito para a venda ao consumidor final);

Pão produzido em padarias;

Cozinhas industriais (Pessoa Jurídica para consumo de colaborador).

Contraexemplo. Lasanha comprada em supermercado

Pão de forma da Seven Boys.

b) Preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por meio de máquinas, em restaurantes e


similares, para venda direta a consumidor;

c) Manipulação de medicamentos oficinais ou magistrais¹, para venda direta a consumidor e MEDIANTE


RECEITA MÉDICA;

(1) Medicamentos oficinais ou magistrais: Trata-se dos medicamentos MANIPULADOS.

IMPORTANTE:

A grande maioria dos medicamentos no Brasil, que são chamados de medicamentos de rótulo,
SÃO TRIBUTADOS.

Assim, NÃO SE PODE AFIRMAR QUE OS MEDICAMENTOS NÃO SÃO TRIBUTADOS NO BRASIL.

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d) Moagem de café torrado, realizada por varejista como atividade acessória;

Deve ser feita diretamente na atividade varejista e NÃO deve ser a atividade principal do estabelecimento.

e) Construção civil¹, instalação de oleodutos e sistemas de telecomunicação, estações, usinas e redes


de distribuição de energia elétrica e semelhantes;

(1) Construção Civil: É considerada a construção civil lato sensu, ou seja, todas as áreas da construção
civil. Em regra é considerada como prestação de serviços, incidindo o imposto ISS.

NÃO CONFUNDIR COM OS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO que, por sua vez, têm incidência do IPI.

f) Montagem de óculos, MEDIANTE RECEITA MÉDICA;

Somente mediante receita médica.

g) Conserto de máquinas, aparelhos e objetos pertencentes a terceiros;

Mesmo que exista troca de peças ou equipamentos.

Ex. Recauchutar pneus desde que o mesmo pneu, após recauchutado, seja devolvido ao mesmo cliente.

Contraexemplo. Recauchutagem de pneus para venda a terceiros.

h) Mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos, sob encomenda do consumidor ou
usuário, realizada em estabelecimento varejista, efetuada por máquina automática ou manual, DESDE
QUE FABRICANTE A VAREJISTA NÃO SEJAM EMPRESAS INTERDEPENDENTES, CONTROLADORA,
CONTROLADA OU COLIGADAS;

Deve ser estabelecimento varejista AUTÔNOMO.

i) Confecção de vestuário por encomenda direta do consumidor ou usuário;

Ex. Costureiras, alfaiates e afins.

Contraexemplo. Ternos vendidos em shoppings.

j) Artesanato, desde que proveniente de trabalho manual realizado por pessoa natural, sem auxílio de
terceiros assalariados;

- Requisitos:

I. Prevalecer o trabalho manual;

II. Realizado por pessoa natural;

III. Sem terceiros assalariados

A contratação de terceiros assalariados DESCARACTERIZA a exceção.

l) Acondicionamento DESTINADO APENAS AO TRANSPORTE DO PRODUTO, sem acabamento e


rotulagem promocional e que não objetive valorizar o produto, tendo capacidade acima de 20 Kg ou
superior àquela em que o produto é comumente vendido, no varejo.

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3.2. Matéria-prima

Aquela com que se fabrica alguma coisa e da qual é, obrigatoriamente, parte integrante.

“Sofre um processo de alteração que MUDA SUA NATUREZA.”

Ex. Madeira da porta.

3.3. Produto intermediário

Aquele que compõe ou integra a estrutura física ou química de novo produto, em regra, sem
sofrer qualquer alteração em sua estrutura intrínseca.

“Sofre um procedimento de alteração que NÃO MUDA SUA NATUREZA.”

“Os procedimentos pelos quais o material passa não alteram sua naturza.”

Ex. Dobradiça da porta. Maçaneta.

3.4. Produto secundário

Aquele que, consumido no processo de industrialização, não se integra ao novo produto.

4. Matriz de incidência

4.1. Fatos Geradores (Momento em que o tributo passa a ser devido)

a) Saída do bem do estabelecimento;

b) Desembaraço aduaneiro;

Desembaraço aduaneiro é a liberação de uma mercadoria pela alfândega para a entrada no país (em caso
de importação) ou sua saída (em caso de exportação, depois de a sua documentação ser verificada).

Define-se como sendo o ato final ao despacho aduaneiro, ou seja, é o procedimento pelo qual o órgão
federal considera a operação de importação terminada. Então, a partir deste momento as mercadorias
podem ser liberadas ao importador.

- Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Desembara%C3%A7o_aduaneiro

Na prática, se o IPI é devido no país, também incidirá sobre os produtos importados no momento do
Desembaraço Aduaneiro.

c) Arrematação do bem apreendido ou abandonado (NÃO MAIS COBRADO NO BRASIL)

Produtos apreendidos ou abandonados passam a ser de propriedade da RECEITA FEDERAL.

O arrematante terá que pagar o IPI.

Todavia, APESAR DE ESTAR PREVISTA NO CÓDIGO TRIBUTÁRIO, NÃO MAIS SE COBRA O IPI DOS BENS
APRENDIDOS OU ABANDONADOS.

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IMPORTANTE:

Emissão de nota fiscal NÃO É FATO GERADOR de nenhum tributo. Trata-se, na realidade, de
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA.

No entanto, na prática, considera-se a saída do produto como a data constante na nota fiscal.

4.2. Base de Cálculo¹:

(1) Base de Cálculo: É a QUANTIFICAÇÃO do fato gerador.

a) Saída do estabelecimento

Valor da operação ou preço da mercadoria.

b) Desembaraço aduaneiro:

Base de Cálculo do Imposto de Importação + Imposto de Impostação + taxas + encargos


cambiais;

c) Arrematação (NÃO MAIS COBRADO NO BRASIL)

Valor da arrematação, também denominado como lance.

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01/09/14 (Retirado do material de Thâmara Laís)


4.3. Alíquota

Varia de acordo com o produto e pode ser alterada pelo Executivo.

- Decreto nº 7.660, de 23/12/2011: Tabela do IPI – TIPI.

- Princípio da seletividade: Quanto mais essencial for o produto, maior será a alíquota.

- Não se submete à anterioridade, somente se aumentar (nonagesimal).

4.4. Não-cumulatividade (art. 153, § 3º da CF/88)

Quando o contribuinte do IPI for calculá-lo, tem direito de descontar o tributo devido nas
operações anteriores, sendo direta ou não a venda aos consumidores.

à Aplicada para matéria prima e produto secundário.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

IV - produtos industrializados;

§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:

I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;

II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado
nas anteriores;

III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma
da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

4.5. Contribuinte (cada estabelecimento)

a) Industrial ou equiparado;

b) Importador ou equiparado;

Ex. Trade Company – importa em nome próprio ou em nome de terceiro, mas neste caso terá
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.

c) Arrematante

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4.6. Lançamento - por HOMOLOGAÇÃO

- Lançamento por homologação: apuração pelo contribuinte.

- Volume de vendas apurado mensalmente.

- Caso a receita não concorde com o lançamento, poderá revê-lo de ofício. 5 anos para homologar.

4.7. Imunidades (Art. 150, §6º)

a) Livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão;

Ex. Conforme o STF, livros eletrônicos NÃO, mas fonogramas sim.

b) Produtos industrializados destinados ao exterior;

Desonerar exportação.

c) Ouro, quando definido como ativo financeiro ou instrumento cambial;

d) Energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:

§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia
ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei
específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou
o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.

4.8. Suspensões (da exigência)

Não vai ser devido em um momento, mas vai ser em momento posterior.

a) Produtos enviados para feiras, amostras ou promoções semelhantes;

Apesar de sair do estabelecimento (fato gerador), o IPI ficará suspenso e não terá que ser pago se o
produto retornar ao estabelecimento.

b) Envio para depósitos fechados ou armazéns;

Produto enviado para armazenagem – apesar de sair do estabelecimento (fato gerador), fica suspenso o
IPI.

c) Industrialização sob encomenda.

Ex.

I. hipermercado envia, para estabelecimento industrial, matéria prima para confecção de produtos com a
marca do hipermercado. Quando o produto industrializado é entregue ao hipermercado, o IPI permanece
suspenso até a venda ao consumidor final;

II. Indústria que manda peça para ser finalizada em outra indústria.

A peça sai com suspensão do IPI e volta com suspensão. O IPI será devido quando sair.

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4.9. Isenções (Exemplos):

a) Produtos industrializados por instituições de educação ou de assistência social, quando se


destinarem, a uso próprio ou a distribuição gratuita a seus educandos ou assistidos;

Ex. Manutenção de computadores.

b) Produtos industrializados por estabelecimentos públicos e autárquicos da União, Estados,


DF e Municípios, que não se destinarem a comércio;

c) Amostras gratuitas, quando não excederem a 20% do conteúdo da menor embalagem para
venda;

Se a amostra tem mais de 20% do conteúdo, é cobrado IPI – considera-se doação – saída.

d) Caixões funerários;

e) Produtos nacionais saídos do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial,


diretamente para lojas francas;

Ex. Free shop – compra com isenção e o comprador pagará o IPI se acima de 500 dólares.

f) Produtos de procedência estrangeira:

I. troféus, medalhas e outros objetos comemorativos recebidos em evento cultural, científico ou


esportivo oficial realizado no exterior ou para serem distribuídos como premiação em evento esportivo
realizado no País;

EUA não tem essa isenção.

II. bens dos tipos e em quantidades normalmente consumidos em evento esportivo oficial;

III. material promocional, e outros bens com finalidade semelhante, a serem distribuídos gratuitamente
ou utilizados em evento esportivo oficial; e

IV. bens importados por desportistas, desde que tenham sido utilizados por estes em evento esportivo
oficial e recebidos em doação de entidade de prática desportiva estrangeira ou da promotora ou
patrocinadora do evento;

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g) Táxis e Veículos para Deficientes Físicos até 31 de dezembro de 2014:

I. Até 2.000 cilindradas para taxi;

II. Deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por intermédio de
seu representante legal;

III. Considera-se, também, deficiência física pessoa que apresenta alteração completa ou parcial de um
ou mais segmentos do corpo, comprometendo a função física, apresentando-se sob a forma de
paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,
hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com
deformidade congênita ou adquirida;

IV. A isenção será reconhecida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, mediante prévia verificação
de que o adquirente preenche os requisitos e condições previstos;

V.A isenção somente poderá ser utilizada uma vez, salvo se o veículo tiver sido adquirido há mais de 2
anos. A alienação do veículo antes de 2 anos da data de aquisição, a pessoas que não satisfaçam
às condições e aos requisitos estabelecidos na legislação acarretará o pagamento pelo alienante do
tributo dispensado, atualizado.

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15/09/14 (Retirado do material de Carol Freitas, Érica Vaz, Lorena Alves e Thâmara Laís)
Ø ICMS¹
(1) ICMS: Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação

1. Destaques na legislação
- Art. 155, II da CF/88
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte


interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

§ 1.º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao


Distrito Federal

II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou
arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;

III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:

a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;

b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no
exterior;

IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

§ 2º - O imposto previsto no inciso I, b, atenderá ao seguinte:

§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
3, de 1993)

I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro
Estado ou pelo Distrito Federal;

II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:

a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações
seguintes;

b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;

III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;

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IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos


Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às
operações e prestações, interestaduais e de exportação;

V - é facultado ao Senado Federal:

a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e
aprovada pela maioria absoluta de seus membros;

b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva
interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de
seus membros;

VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso
XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de
serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;

VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado
em outro Estado, adotar-se-á:

a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;

b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;

VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o
imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

IX - incidirá também:

a) sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda quando se tratar de bem destinado a
consumo ou ativo fixo do estabelecimento, assim como sobre serviço prestado no exterior, cabendo o
imposto ao Estado onde estiver situado o estabelecimento destinatário da mercadoria ou do serviço;

a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que
não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o
serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o
estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)

b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não
compreendidos na competência tributária dos Municípios;

X - não incidirá:

a) sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados, excluídos os semi-elaborados


definidos em lei complementar;

a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;

c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;

d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e


imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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Rafael Barreto Ramos
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XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados,
quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à
comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;

XII - cabe à lei complementar:

a) definir seus contribuintes;

b) dispor sobre substituição tributária;

c) disciplinar o regime de compensação do imposto;

d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações
relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;

e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além
dos mencionados no inciso X, "a"

f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para
o exterior, de serviços e de mercadorias;

g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e
benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que
seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001) (Vide Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do
exterior de bem, mercadoria ou serviço. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)

§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33,
de 2001)

I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado
onde ocorrer o consumo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e
combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de
origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as
demais mercadorias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não
incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de
origem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos
termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da
operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre
concorrência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

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Rafael Barreto Ramos
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c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.(Incluído
pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à apuração e à


destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos
termos do § 2º, XII, g. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.(Incluído pela Emenda


Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

- Lei Complementar nº 87, de 13/09/1996 (Lei Kandir)


Regulamentação do ICMS em âmbito nacional.

Superior à legislação dos Estados que, por sua vez, é ordinária.

- Lei Estadual nº 6.763, de 26/12/1975: Consolida a Legislação Tributária do Estado de Minas


Gerais
Principal norma estadual de MG.

- Decreto nº 43.080, de 13/12/2002: Regulamento do ICMS - RICMS

- CONFAZ - Conselho Nacional de Política Fazendária: promover ações necessárias à


elaboração de políticas e harmonização de procedimentos e normas inerentes ao exercício
da competência tributária dos Estados e do Distrito Federal:
Composto pelo Ministro da Fazenda e um representante de cada Estado.

Finalidade não é exclusivamente tributária.

Busca uniformizar regras sobre ICMS – o que for decidido em seu âmbito vale para todos os estados –
entre LC nº 87 e leis estaduais. Essa decisão é chamada de convênio.

- Convênios: celebrados por todos os Estados e DF;


Válidos em âmbito federal.

- Protocolos: celebrados entre dois ou mais Estados e DF sobre políticas fiscais; permuta de
informações e fiscalização; critérios para elaboração de pautas fiscais; outros assuntos de
interesse dos Estados e do DF.
Os estados, em sua autonomia, podem celebrar acordos entre si. Às vezes um Estado apresenta uma
proposta e só alguns concordam.

Em conflito de convênio e protocolo, não há problema, uma vez que o âmbito de aplicação é
diferenciado.

Natureza jurídica: acordo.

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Nota:
ICMS incide sobre qualquer tipo de mercadoria, todavia somente sobre três serviços:

2. Matriz de incidência
2.1. Fatos Geradores (Principais¹)
(1) Fatos geradores principais: São várias situações de incidência.

a) Saída¹ de mercadoria de estabelecimento de contribuinte:


(1) Saída: Momento em que acontece a circulação.

Não é venda ou emissão de nota fiscal (obrigação acessória).

É saída econômica: “sair do patrimônio de alguém e entrar no de outro”.

*Estabelecimentos do mesmo titular: não há circulação econômica – NÃO INCIDE ICMS (Súmula
166 do STJ)

STJ Súmula nº 166 - 14/08/1996 - DJ 23.08.1996

Fato Gerador - ICMS - Deslocamento de Mercadoria - Estabelecimento do Mesmo Contribuinte

Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro
estabelecimento do mesmo contribuinte.

IMPORTANTE:
IPI ICMS

Saída do local de industrialização. Simples saída, independe se o produto foi


industrializado.
Ex. Indústria para atacado
Ex. Atacado para varejo.
Ex2. Varejo para consumidor final.

b) Fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias - CONSUMO


Ex. Consumo dentro do estabelecimento – beber cerveja em bar.

É saída jurídica, não apenas física.

ATENÇÃO: observar mudança de patrimônio.

Serviço de transporte.

c) Início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal;


Ex. Origem: Rio Grande do Sul (início do transporte).

Destino: Bahia.

Trajeto de volta devido na Bahia.

Fato gerador ocorre no Estado de origem, sendo este quem cobra.

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- Transporte de mercadoria – dois fatos geradores à a) saída da mercadoria e b) transporte, quando


terceirizado.

Ex1. Sacolão de Guanhães compra do CEASA (INCIDE ICMS) e contrata transportadora (INCIDE ISCMS).

Ex2. Sacolão de contagem compra do CEASA (INCIDE ICMS) e contrata transportadora (INCIDE ISSQN –
TRANSPORTE INTERMUNICIAL)

d) Serviços de comunicação, exceto radiodifusão e sons e imagens de recepção livre e gratuita;


Qualquer serviço, independentemente de ser interestadual, intermunicipal ou intramunicipal, origem ou
destino.

Intramunicipal (local)

Intermunicipal (interurbana)

Ex. Telefonia (ICMS) - ICMS:

Interestadual (interurbana)

Internacional (DDI), independentemente de estar no Brasil ou não

Incide onde o usuário está cadastrado e não onde está licalizado.

- Exceções:

Radiofusão – sons

Qualquer pessoa - Livre e gratuita (quem recebe não paga)

Sons e imagens – televisão e internet

Contraexemplo. TV fechada/por assinatura. Sinal de internet banda larga.

e) Desembaraço aduaneiro;
Quando a mercadoria estrangeira entra no mercado nacional, passa pelo despacho aduaneiro de
importação.

II

Entrada no país IPI

ICMS¹

(1) ICMS: Devido no Estado de destino, independentemente do Estado que entrar.

Ex. Importador de MG e produto chega em SP no porto de Santos. Deve-se tributar em MINAS GERAIS,
uma vez que quase todas as mercadorias importadas chegam ao Brasil no referido porto.

IMPORTANTE:
O ICMS é devido no ESTADO DE DESTINO DA MERCADORIA.

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18/09/14
3. Conceitos básicos
ICMS incide sobre operação3.1. de circulação3.2. de mercadoria3.3..

3.1. Operações
Prática de ato jurídico com a transmissão de um direito (posse ou propriedade).

“Está acontecendo algum ato jurídico que vai transferir algum tipo de direito.”

3.2. Circulação
Passagem das mercadorias de uma pessoa para outra. Representa uma movimentação com
mudança de patrimônio.

“Transferência de direitos do vendedor para o comprador.”


Nota:
- Operação de circulação: O fato gerador será um negócio jurídico que transferirá direitos de
uma pessoa (física ou jurídica) para outra, geralmente, do vendedor para o comprador.

3.3. Mercadoria
Bem econômico que alguém produz para vender ou compra para revender, com o propósito
deliberado de lucro.

“Alguma coisa que é produzida para ser vendida ou é comprada para ser vendida.”

“Toda mercadoria é coisa móvel, todavia nem toda coisa móvel é mercadoria.”

3.4. Transporte próprio


Transporte feito pelo próprio proprietário da mercadoria - não é devido o ICMS.

IMPORTANTE:
O mesmo bem, em situações diversas, pode ser considerado como mercadoria ou não.

Ex. Carro vendido por concessionária.

Contraexemplo: Carro particular a ser vendido NÃO É CONSIDERADO COMO MERCADORIA.

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3.5. Serviço de Comunicação


O ICMS somente incide sobre o serviço de telecomunicação. Os demais, que estão envolvidos,
não podem ser tributados pelo ICMS. Serão, eventualmente, tributados pelo ICSS.

- Representa uma atividade de transferência de informações entre usuários e processos;

- Hipótese de incidência:

Prestar serviços de comunicação. O tributo só pode nascer do fato de uma pessoa prestar a
terceiro, mediante contraprestação econômica, um serviço de comunicação;

- Serviço de Telecomunicação:

“Telecomunicação é a transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios


ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de símbolos, caracteres, sinais,
escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza” (art. 60, § 1º da Lei Federal
9.472/1997);
Art. 60. Serviço de telecomunicações é o conjunto de atividades que possibilita a oferta de
telecomunicação.

§ 1° Telecomunicação é a transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios ópticos ou


qualquer outro processo eletromagnético, de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou
informações de qualquer natureza.

- Serviço de valor adicionado:

"Serviço de valor adicionado é a atividade que acrescenta, a um serviço de telecomunicações


que lhe dá suporte e com o qual não se confunde, novas utilidades relacionadas ao acesso,
armazenamento, apresentação, movimentação ou recuperação de informações" (art. 61 da
Lei Federal 9.472/1997);
Art. 61. Serviço de valor adicionado é a atividade que acrescenta, a um serviço de telecomunicações que
lhe dá suporte e com o qual não se confunde, novas utilidades relacionadas ao acesso, armazenamento,
apresentação, movimentação ou recuperação de informações.

§ 1º Serviço de valor adicionado não constitui serviço de telecomunicações, classificando-se seu provedor
como usuário do serviço de telecomunicações que lhe dá suporte, com os direitos e deveres inerentes a
essa condição.

§ 2° É assegurado aos interessados o uso das redes de serviços de telecomunicações para prestação de
serviços de valor adicionado, cabendo à Agência, para assegurar esse direito, regular os
condicionamentos, assim como o relacionamento entre aqueles e as prestadoras de serviço de
telecomunicações.

“Todos os serviços periféricos que dão apoio ao serviço de telecomunicação.”

IMPORTANTE:
Na internet, tributa-se o TRÁFEGO DE DADOS e não o armazenamento, publicidade, etc.

* Serviço de valor adicionado não constitui serviço de telecomunicação.

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23/09/14 (Retirado do material de Carol Freitas, Érica Vaz, Lorena Alves e Thâmara Laís)
4. Base de Cálculo
Valor da mercadoria ou preço do serviço. Não havendo indicação o valor corrente de mercado.

4.1. Imposto não cumulativo


“Do tributo devido em uma operação pode ser descontado o tributo devido na operação
anterior.”

Consumidor à arca com o ICMS, mas não paga. Trata-se, portanto, de um imposto INDIRETO.

Incide somente sobre o valor agregado.

- Crédito de bens do ativo permanente (art. 20 da Lei Complementar 87/1996):


Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao sujeito passivo o direito
de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de
mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao
ativo permanente, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de
comunicação.

§ 1º Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de


operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios
à atividade do estabelecimento.

§ 2º Salvo prova em contrário, presumem-se alheios à atividade do estabelecimento os veículos de


transporte pessoal.

§ 3º É vedado o crédito relativo a mercadoria entrada no estabelecimento ou a prestação de serviços a


ele feita:

I - para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, quando a saída do


produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto, exceto se tratar-se de saída para o
exterior;

II - para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação subseqüente não forem
tributadas ou estiverem isentas do imposto, exceto as destinadas ao exterior.

§ 4º Deliberação dos Estados, na forma do art. 28, poderá dispor que não se aplique, no todo ou em parte,
a vedação prevista no parágrafo anterior.

“§ 5º Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos créditos decorrentes de entrada
de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado:

I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira fração ser
apropriada no mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento; [...]

VII – ao final do quadragésimo oitavo mês contado da data da entrada do bem no estabelecimento, o
saldo remanescente do crédito será cancelado.”

- Considerações:

Bem para venda – ativo circulante – compensa no mês posterior.

Bem para uso – ativo permanente – compensado em 48 meses – dividido por 48 = 1/48.

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III – para aplicação do disposto nos incisos I e II deste parágrafo, o montante do crédito a ser apropriado
será obtido multiplicando-se o valor total do respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 (um quarenta e
oito avos) da relação entre o valor das operações de saídas e prestações tributadas e o total das operações
de saídas e prestações do período, equiparando-se às tributadas, para fins deste inciso, as saídas e
prestações com destino ao exterior ou as saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e
periódicos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 120, de 2005)

IV – o quociente de um quarenta e oito avos será proporcionalmente aumentado ou diminuído, pro rata
die, caso o período de apuração seja superior ou inferior a um mês; (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de
11.7.2000)

V – na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente, antes de decorrido o prazo de quatro anos
contado da data de sua aquisição, não será admitido, a partir da data da alienação, o creditamento de
que trata este parágrafo em relação à fração que corresponderia ao restante do quadriênio; (Inciso
Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000)

VI – serão objeto de outro lançamento, além do lançamento em conjunto com os demais créditos, para
efeito da compensação prevista neste artigo e no art. 19, em livro próprio ou de outra forma que a
legislação determinar, para aplicação do disposto nos incisos I a V deste parágrafo; e (Inciso Incluído
pela LCP nº 102, de 11.7.2000)

VII – ao final do quadragésimo oitavo mês contado da data da entrada do bem no estabelecimento, o
saldo remanescente do crédito será cancelado. (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000)

§ 6º Operações tributadas, posteriores a saídas de que trata o § 3º, dão ao estabelecimento que as praticar
direito a creditar-se do imposto cobrado nas operações anteriores às isentas ou não tributadas sempre
que a saída isenta ou não tributada seja relativa a:

I - produtos agropecuários;

II - quando autorizado em lei estadual, outras mercadorias.

4.2. Imposto por dentro


Incide sobre o valor TOTAL da nota.

Incide sobre seu próprio valor – impacto tributário muito maior que a efetiva alíquota – Art.
155, §2º - CF/88.

4.3. Não inclui o valor do IPI, quando o produto for destinado à industrialização ou à
comercialização;

4.4. Descontos incondicionais não integram a base de cálculo;


São descontados da base de cálculo.

Se o desconto tiver condição para ser concedido será considerada como base de cálculo o
valor original.

Ex. Desconto para mercadoria de mostruário.

5. Alíquotas
Seletivas¹, em função da essencialidade do produto.

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(1) Princípio da Seletividade:

Alíquota base: 18%

Produto essencial: 12%

Produto não essencial: 25%

Produto incentivado1.1.: 7%

(1) Produto incentivado: Aqueles cujo governo incentiva a produção. Reduz o ICMS para reduzir o valor
final do produto.

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IMPORTANTE:
O ICMS incide sobre seu próprio valor!! Assim, deve-se recalculá-lo até a casa dos centavos.

Valor sem icms/1-alíquota=100/1-0,18=100/0,82=121,95*18%=21,95 (valor do ICMS)

Valor Nota Fiscal ----- 100%=1

100,00 -------------------82%=0,82

Somente será retirado da base de cálculo o desconto que NÃO TENHA CONDIÇÃO.

Caso se trate de um DESCONTO CONDICIONADO, o ICMS incidirá sobre o valor integral.

Ex. Desconto na hora da venda (abate o preço). Desconto de produto de mostruário (NÃO abate).

5.1. As alíquotas poderão ser reduzidas e restabelecidas, sem observância do


princípio da anterioridade do exercício (art. 155, § 4°, IV, C da CF/88)
Não é exceção ao princípio da legalidade. Para alterar alíquota necessita de lei.

Recompor alíquota – 90 dias.

Aumentar alíquota – 90 dias + exercício.

Por fim, a diminuição da alíquota ocorre de IMEDIATO.

5.1.1. Recomposição das alíquotas

Para recompor a alíquota¹, deve-se observar somente o NONAGESIMAL.


(1) Recomposição da alíquota: “Voltar ao que a alíquota era.”

Para aumento ALÉM DA RECOMPOSIÇÃO, devem-se observar os NONAGESIMAL e


ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO.

5.2. Exemplos de alíquotas em Minas Gerais – NÃO SERÁ COBRADO EM PROVA


a) 25%: serviço de comunicação, cigarros, bebidas alcoólicas, armas e munições, fogos de artifício,
perfumes, cosméticos, artefatos de joalheria, combustíveis para aviação, etc.;

b) 12 %: arroz, feijão, fubá, farinha, carne, máquinas, aparelhos e equipamentos industriais e


agrícolas, veículos, medicamento genérico, tecidos, ferros, aços e materiais de construção,
creme dental, etc.;

c) 30%: energia elétrica para consumo residencial.;

d) 7%: blocos pré-fabricados, ardósia, granito, mármore, mel, própolis, etc.;

e) 18%: nas operações e nas prestações não especificadas nas alíneas anteriores;

f) 27%: operações com gasolina para fins carburantes;

g) 19%: operações com álcool para fins carburantes;

h) 15%: operações com oleo diesel.

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25/09/14

5.3. Alíquotas interestaduais: 12% e 7%¹ (Resolução do Senado n° 22, de 19/05/1989)

(1) Alíquota de 7%: Dos estados do SUL e SUDESTE PARA os estados do NORTE, NORDESTE, CENTRO-
OESTE e o estado do ESPÍRITO SANTO.

5.3.1. Alíquota interestadual para contribuintes do imposto (estado destinatário cobra o


restante);
A competência para estabelecer as alíquotas interestaduais é o SENADO FEDERAL.

Como uma tentativa de diminuir as desigualdades regionais, o senado definiu as alíquotas de 12% e
7%.
Ex1. Se Minas vender para o Rio Grande do Sul. Alíquota da venda de 12%. Assim, a mercadoria será
vendida no RS com 6% de ICMS (18%-12%).

Se o inverso ocorrer (RS vender para Minas) as alíquotas serão as mesmas.

Ex2. Se Minas vender para o Rio Grande do Norte (nordeste), a alíquota será de 7%. Assim, a
mercadoria será vendida no RN com 11% de ICMS (18%-7%).

Ex3.Rio Grande do Norte para Minas, as alíquotas serão 12% e 6%.

Ex4. Bahia para Espírito Santo, alíquotas de 12% e 6%.

Ex5. Espírito Santo para Bahia, alíquotas de 12% e 6%.

IMPORTANTE:

A alíquota interna de QUALQUER estado é 18%.

5.3.2. Alíquota interna para não contribuintes.

5.3.3. Alíquotas nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados: 4%


(Resolução do Senado n° 13, de 25/04/2013).

6. Lançamento: por HOMOLOGAÇÃO.


7. Contribuinte
Qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize com habitualidade¹ ou intuito comercial²,
operações de circulação de mercadorias e serviços de transporte interestadual ou
intermunicipal e de comunicação.
(1) Habitualidade: Transações constantes, realizadas com frequência.

(2) Intuito comercial: Intuito deliberado de lucro.

- Importador e Arrematante de bens apreendidos ou abandonados.

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8. Responsável¹
A lei pode atribuir a terceiros a responsabilidade pelo pagamento do imposto (art. 56, 56-A e 57
do RICMS-MG):
(1) Responsável: Aquele que é obrigado que pagar um tributo mesmo não tendo praticado o fato gerador.

Art. 56 do RICMS-MG: cooperativa, depositário, transportador, pessoa que mantém mercadoria sem nota
fiscal, leiloeiro, despachante e entreposto aduaneiro, empresa exploradora do serviço postal, fabricante
ou importador de ECF – Equipamento Emissor de Cupom Fiscal.

8.1. Substituição tributária subsequente ou “para frente”


Quando a responsabilidade pelo recolhimento do imposto devido nas operações subsequentes
com a mercadoria, ficar atribuída ao alienante ou remetente.

- Considerações:
A lei presume que a mercadoria vai chegar ao consumidor. Assim, cobra da indústria o ICMS referente à
indústria, atacado e varejo.

Deste modo, os ICMS’s do atacado e varejo não serão devidos, vez que já terão sido pagos pela indústria.

8.2. Substituição tributária antecedente ou “para trás”


Acontece quando o recolhimento do imposto devido pelo remetente da mercadoria fica sob a
responsabilidade do adquirente.

“Comprador responsável pelo tributo do vendedor (contribuinte – saída).

(Thâmara Laís) Ex.

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02/10/14 (Retirado do material de Carol Freitas, Érica Vaz, Lorena Alves e Thâmara Laís)
9. Imunidades específicas
- Produtos destinados ao exterior;

- Operações interestaduais com petróleo e derivados líquidos e gasosos, lubrificante e energia


elétrica;
Ex. Refinaria de MG comprar petróleo do RJ – imune ao ICMS – cobrado no local de consumo, pois não se
pode produzir em qualquer lugar - q–ando a refinaria vender dentro do Estado incidirá.

- Ouro com ativo financeiro ou instrumento cambial: IOF.

Ø ISSQN¹
(1) ISSQN: Imposto sobre serviços de qualquer natureza.

1. Destaques na legislação
- Art. 156, III da CF/88
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.

- Lei Complementar nº 116 de 31/07/2003


Não está previsto no CTN, suas especificações estão, em sua maioria, na LC 116/03.

Quando a CF/88 foi publicada era o

- Decreto-lei nº 406/1968 que regulamentava o ISSQN. Foi recepcionado como Lei Complementar no
que não era incompatível. Atualmente, o que não estiver na LC 116/03 ou não for com esta incompatível
deverá ser regulado pelo Decreto.

- Lei Municipal nº 8.725/2003 - Belo Horizonte/MG


Os municípios têm autonomia para definir suas leis que devem estar de acordo com a LC 116, Decreto Lei
406/68 e CF/88

- Decreto Municipal nº 11.956/2005 - Belo Horizonte/MG


Regulamenta a Lei 8.725/03

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2. Matriz de Incidência
2.1. Fato Gerador: prestação do serviço¹ (art. 1º da LC nº 116/2003).

(1) Serviço: bem imaterial na etapa de circulação econômica. Obrigação de fazer.

DELIMITAÇÕES:

- Não pode ser instituído sobre os serviços abrangidos pelo ICMS.

- Somente os serviços que estão na lista.


Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito
Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se
constituam como atividade preponderante do prestador.

§ 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha
iniciado no exterior do País.

§ 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos
ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva
fornecimento de mercadorias.

§ 3o O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços prestados mediante a
utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou
concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço.

§ 4o A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado.

2.2. Município em que é devido o imposto (LC 116/2003)


Art. 3º O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na
falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I
a XXII, quando o imposto será devido no local: [...]”

Art. 4º Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de


prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou
profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de
atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser
utilizadas”.

Ex. Empresa de Contagem contratada escritório de BH para defender causa em Santa Luzia – imposto
devido em BH – local de estabelecimento do prestador – serviço intelectual.

Exceções: serviços braçais/materiais.

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2.3. Base de Cálculo (art. 7º da LC nº 116/2003)


Valor do serviço.
Art. 7o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.

§ 1o Quando os serviços descritos pelo subitem 3.04 da lista anexa forem prestados no território de mais
de um Município, a base de cálculo será proporcional, conforme o caso, à extensão da ferrovia, rodovia,
dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes
em cada Município.

§ 2o Não se incluem na base de cálculo do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza:

I - o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05 da lista de
serviços anexa a esta Lei Complementar;

II - (VETADO)

§ 3o (VETADO)

2.3.1. Serviços em mais de um município:


Ex. Pavimentação de trecho de 100km de uma rodovia, mas o trecho se estende por 5 municípios –
R$1.000.000,00.

A lei divide a base de cálculo. A empresa pagará ISSQN em cada um dos municípios de acordo com a
legislação de cada um.

O mesmo ocorre para passagem de cabos, posteamento, condutos, etc.

“§ 1º Quando os serviços descritos pelo subitem 3.04 da lista anexa forem prestados no território de mais
de um Município, a base de cálculo será proporcional, conforme o caso, à extensão da ferrovia, rodovia,
dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes
em cada Município”.

“3.04 – Locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso, compartilhado ou


não, de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer natureza”.

“§ 2º Não se incluem na base de cálculo do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza:

I - o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05 da lista de
serviços anexa a esta Lei Complementar;”

Ex. Construtora que vai fazer o serviço e comprar os materiais – cobrará R$ 500 mil – R$ 200 mil em
serviços e R$ 300 mil – materiais – são descontados da base de cálculo, se comprovado.

“7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil,


hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços,
escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e montagem
de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador
de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).”

“7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o
fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos
serviços, que fica sujeito ao ICMS).”

Para descontar os valores, deve comprovar por Notas Fiscais – facilita a fiscalização.

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2.4. Alíquota (art. 156, § 3º, I da CF)


LEI COMPLEMENTAR fixa as alíquotas máximas e mínimas.
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:(Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

2.4.1. Alíquota Mínima (Art. 88 dos ADCT)

Alíquota mínima de 2%.

2.4.1.1. Exceção
Itens 32, 33 e 34 da lista anexa ao Decreto-Lei nº 406/1968:

32. Execução por administração, empreitada ou subempreitada, de construção civil, de obras hidráulicas
e outras obras semelhantes e respectiva engenharia consultiva, inclusive serviços auxiliares ou
complementares;

33. Demolição;

34. Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres;

2.4.2. Máxima (Art. 8º, II da LC nº 116/2003)

Alíquota máxima de 5%.

Os municípios têm autonomia para estabelecer as alíquotas, desde que de 2% e 5%, podendo,
inclusive, ser diferentes para diferentes serviços.

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2.4.3. Alíquota específica (art. 9º do Decreto-lei 406/1968)


Profissional autônomo.

O prestador de sérvios que o faz pessoalmente, sem vínculo empregatício, isto é, o profissional autônomo
ou liberal, não pode ser cobrado, tendo em vista a base de cálculo como o valor do serviço.

Os municípios cobram taxa anual ou valor fixo, mas esta deverá ser paga independentemente se houve
ou não prestação.

Art 9º A base de cálculo do impôsto é o preço do serviço.

§ 1º Quando se tratar de prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte,
o impôsto será calculado, por meio de alíquotas fixas ou variáveis, em função da natureza do serviço ou
de outros fatores pertinentes, nestes não compreendida a importância paga a título de remuneração do
próprio trabalho.

§ 2º Na prestação dos serviços a que se referem os itens 19 e 20 da lista anexa o impôsto será calculado
sôbre o preço deduzido das parcelas correspondentes: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 834, de 1969)

a) ao valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº
834, de 1969)

b) ao valor das subempreitadas já tributadas pelo impôsto. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 834, de
1969)

§ 2º Na prestação dos serviços a que se referem os itens 19 e 20 da lista anexa o impôsto será calculado
sôbre o preço deduzido das parcelas correspondentes: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 834, de 1969)

a) ao valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº
834, de 1969)

b) ao valor das subempreitadas já tributadas pelo impôsto. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 834, de
1969)

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2.4.4. Art. 14 da Lei Municipal nº 8.725/2003 - Belo Horizonte/MG

- 2,5% para os serviços:

a) Engenharia, agronomia, agrimensura, arquitetura, geologia, urbanismo, paisagismo e congêneres;

b) Representação de qualquer natureza, inclusive comercial;

c) Pesquisa de opinião pública;

d) Resposta audível (Centrais de Telemarketing);

e) Cobrança amigável de dívidas e outros direitos vencidos, por conta e ordem de terceiros; etc.

- 3% para os serviços:

a) Saúde, assistência médica e congêneres.

b) Educação, ensino, orientação pedagógica e educacional, instrução, treinamento e avaliação pessoal


de qualquer grau ou natureza.

c) Reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e relações públicas.

d) Administração de cartões de crédito ou de débito;

e) Administração de imóveis e condomínios, residenciais e comerciais, e de administração de frotas


de veículos; etc.

- 5% para os serviços não relacionados nos incisos anteriores.

2.4.5. Art. 12 da Lei Municipal 8.725/2003 - Belo Horizonte/MG: Profissional autônomo (art.
9º do Decreto-lei 406/68)

Os valores corrigidos são publicados anualmente no Diário Oficial e podem ser encontrados no site da
PBH.

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2.4.6. Art. 13 da Lei Municipal 8.725/2003 - Belo Horizonte/MG: Sociedades profissionais – são
tributadas com pessoas jurídicas

a) I - pelos primeiros 5 profissionais: R$120,00 por profissional;

b) II - pelo 6º ao 10º profissional: R$180,00 por profissional;

c) III - pelo 11º ao 20º profissional: R$240,00 por profissional;

d) IV - a partir do 21º profissional: R$300,00 por profissional;

* Máximo: 5% da receita de serviços mensal auferida pela sociedade.

2.5. Contribuinte (art. 5º da LC 116/2003)


Prestador do serviço.
Art. 5o Contribuinte é o prestador do serviço.

2.5.1. Substituição tributária (art. 6º da LC 116/2003)

Retenção na fonte.

“Um Município não pode pedir para reter em outro – territorialidade da lei.”
Art. 6o Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva
obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do
cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos
legais.

§ 1o Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao recolhimento integral do imposto
devido, multa e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte.

§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste artigo, são responsáveis: (Vide Lei Complementar
nº 123, de 2006).

I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha


iniciado no exterior do País;

II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos
subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista
anexa.

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2.6. Não incidência (art. 2º da LC 116/2003)


a) Exportações de serviços para o exterior do País, desde que não desenvolvidos no Brasil;
Ex. Pesquisa na China sobre pessoas que falam português.

b) Prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos diretores e


membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como
dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados;
Serviço do empregado prestado ao empregador, independentemente da natureza.

Ex. Prestação de serviços de membros de conselhos e de sócios.

c) Valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos


bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito
realizadas por instituições financeiras.
Art. 2o O imposto não incide sobre:

I – as exportações de serviços para o exterior do País;

II – a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos diretores e membros
de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes
e dos gerentes-delegados;

III – o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o
principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições
financeiras.

Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo
resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior.

2.7. Imunidades (art. 150, VI e §§ 2º, 3º e 4º)


Serviço prestado por entes da federação, templos, partidos políticos, entidades sindicais de
trabalhadores, instituições de educação e assistência social.

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2.8. ICMS x ISSQN (IMPORTANTE)


- Pergunta-se: O serviço é tributado pelo ISSQN?

Se não, haverá tributação pelo ICMS.

a) ICMS:
Se a mercadoria for acompanhada de serviço que não conste na lista do ISSQN.

Ex. Fornecimento de alimentação.

- Pergunta-se: O serviço é tributado pelo ISSQN?

Se sim, somente incidirá o ISSQN, desconsidera a mercadoria.

b) ISSQN
Quando a mercadoria for acompanhada de serviços previstos na lista do ISSQN.

Ex.:

6.01 - Barbearia, cabeleireiros, manicuros, pedicuros e congêneres.

7.10 - Limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés,


piscinas, parques, jardins e congêneres.

14.05 - Restauração, recondicionamento, acondicionamento, pintura, beneficiamento,


lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização, corte, recorte, polimento,
plastificação e congêneres, de objetos quaisquer.

c) ICMS e ISSQN
Quando a lista de serviços destacar expressamente que sobre as mercadorias incide o ICMS e sobre a
prestação de serviço o ISSQN.

Ex.:

7.05 - Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres


(exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da
prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).

14.01 - Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração,


blindagem, manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos,
motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam
sujeitas ao ICMS).

14.03 - Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas
ao ICMS).

Nota:
Quando a Lei Complementar disser expressamente que haverá tributação do ICMS, haverá
essa tributação mais a tributação pelo ISSQN. O prestador deverá separar a mercadoria do
serviço, este deve ser tributado pelo ISSQN e aquelas pelo ICMS.

Ex. Oficina mecânica.

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06/10/14 (Retirado do material de Carol Freitas, Érica Vaz, Lorena Vaz e Thâmara Laís)
Ø IOF¹ – Imposto Sobre Operações Financeiras
(1) IOF: Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.

1. Destaques na legislação
- Art. 153, V da CF/88
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

- Arts. 63 a 67 do CTN
Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre
operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador:

I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor
que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado;

II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou
de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente
à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este;

III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento
equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável;

IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou


resgate destes, na forma da lei aplicável.

Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso IV, e reciprocamente, quanto
à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma mesma operação de crédito.

Art. 64. A base de cálculo do imposto é:

I - quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros;

II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou


posto à disposição;

III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio;

IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários:

a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver;

b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei;

c) no pagamento ou resgate, o preço.

Art. 65. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou
as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política monetária.

Art. 66. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.

Art. 67. A receita líquida do imposto destina-se a formação de reservas monetárias, na forma da lei.

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- Lei Federal 5.143, de 30/11/1964

- Lei Federal 7.766, de 11/05/1989

- Lei Federal 8.033, de 12/04/1990

- Lei Federal 8.894, de 21/06/1994

- Lei Federal 9.718, de 27/11/1998

- Lei Federal 9.779, de 19/01/1999

- Decreto 6.306, de 14/12/2007: Regulamento do IOF - RIOF

2. Considerações
2.1. Função extrafiscal
Intervenção na política de crédito, câmbio, seguro e títulos e valores mobiliários.

2.2. Reservas monetárias (art. 67 do CTN).


2.3. Princípio da legalidade
Distrito Federal é exceção.

2.4. Princípio da não surpresa (anterioridade de exercício e nonagesimal)


IOF é exceção a ambos.

Nota:
- Exceções:
IR – Anterioridade nonagesimal

IPI – anterioridade de exercício e legalidade

IOF – legalidade e anterioridades de exercício e nonagesimal.

3. Matriz de Incidência
3.1. Fatos Geradores

3.1.1. Operações de crédito


Entrega total ou parcial do valor em dinheiro; ou sua colocação à disposição.

a) Empréstimos:

Ausência de destinação específica ou sem a necessidade de comprovar a destinação.

“Tomador aplicará o valor da forma como bem entender.”

Ex. Cheque especial, não quitar integralmente fatura de cartão, crédito consignado.

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b) Financiamentos:

Destinação dos recursos para finalidade específica e vinculada à comprovação do destino dos recursos.

“Tomador deve empregar valor(res) em finalidade específica.”

Compra de veículos, imóveis, afins.

c) Desconto de títulos:

Cessão onerosa do título representante de crédito antes de seu vencimento, com deságio.

Ex. Troca de cheque pelo banco através de desconto – adiantamento com desconto.

“Total ou parcial.”

Ex1. Carro – financeira entrega valor total à concessionária.

Ex2. Construcard – o IOF é cobrado na medida da utilização. Se usar R$2.000,00, paga sobre este valor
ainda que limite seja maior.

Ex3. Cheque especial – colocado à disposição, mas demanda uso do valor.

IMPORTANTE:
Alíquotas de IOF podem variar de acordo com a operação.

A do cheque especial é maior para aquisição de casa própria.

Contraexemplo. Consórcio (poupança mediante sorteio).

3.1.2. Operações de câmbio


Entrega da moeda estrangeira ou nacional ou documento equivalente; ou colocação à disposição.

- Lei Federal 4.131, de 03/09/1962:

Regula a entrada e saída do capital estrangeiro no Brasil, que está sob fiscalização do BACEN.

3.1.3. Seguro:
Emissão da apólice ou documento equivalente; ou recebimento do prêmio.

3.1.4. Títulos e valores mobiliários:


Emissão, transmissão, pagamento ou resgate.

a) Títulos:

Documento que certifica a propriedade de um bem ou comprova o direito de seu detentor receber
determinado valor em data preestabelecida.

b) Valores mobiliários:

Títulos que se referem a bens ou direito móveis.

Ex. Troca de cheque pelo Banco através de desconto – adiamento com desconto.

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09/10/14
3.2. Base de cálculo (IOF)

3.2.1. Operações de crédito:


Montante da operação (capital + juros).

Incide sobre o valor total da operação de crédito.

Quando for feito o cálculo do IOF, determina a legislação que seja embutido também o valor dos juros.

3.2.2. Operações de câmbio:

Montante em moeda nacional.

Será sempre calculado em real.

Ex. Real para dólar à primeiro cálculo do IOF, após conversão.

Dólar par areal à primeiro conversão, depois cálculo do IOF.

3.2.3. Seguro
Valor do prêmio.

Valor que o segurado paga à seguradora no que se refere à proteção do bem.

3.2.4. Títulos e valores mobiliários:

a) Emissão: valor nominal¹ mais ágio².

(1) Valor nominal: Valor de face, isto é, o que está descrito no título.

(2) Ágio: Valor recebido a mais na emissão do título.

Se o valor do título ou valor mobiliário diminuir, não haverá desconto no IOF.

b) Transmissão:
Valor nominal ou cotação em bolsa (depende da lei).

c) Pagamento ou resgate
Preço, isto é, valor pago pelo título.

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3.3. Alíquota
NÃO SE SUBMETE AOS PRINCÍPIOS da legalidade, anterioridade do exercício e anterioridade
nonagesimal.

3.3.1. Operações financeiras:

Alíquota máxima é de 1,5% ao dia (art. 1º da Lei 8.894/1994).

3.3.2. Câmbio:

Alíquota máxima 25% (art. 5º da Lei 8.894/1994).

3.3.3. Seguro:

Alíquota máxima 25% (art. 15 da Lei 9.718/1998).

3.3.4. Títulos e valores mobiliários:

Alíquota máxima é de 1,5% ao dia (art. 1º da Lei 8.894/1994).

Nota:
As alíquotas do financiamento, geralmente, são mais baixas que as do empréstimo.

3.4. Contribuinte
Qualquer das partes envolvidas na operação, como a lei definir.

Tomadores de crédito, segurados, compradores de moeda estrangeiras, adquirentes de títulos


e valores mobiliários.

3.4.1. Responsáveis
a) Operações financeiras: instituições financeiras e factorings.

b) Seguro: segurador ou instituições financeiras que cobrarem o prêmio.

c) Operações de câmbio: instituições autorizadas a operar com câmbio.

d) Títulos e valores mobiliários: instituições autorizadas a operar na compra e venda de títulos e valores
mobiliários.

3.5. Lançamento – POR HOMOLOGAÇÃO


Por homologação.

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3.6. Ouro como ativo financeiro


a) Art. 153, § 5º da CF/88.

b) Art. 36, §1º do Decreto 6.306/2007: “Entende-se por ouro ativo financeiro ou instrumento
cambial, desde sua extração, inclusive, o ouro que, em qualquer estado de pureza, em bruto
ou refinado, for destinado ao mercado financeiro ou à execução da política cambial do País,
em operação realizada com a interveniência de instituição integrante do Sistema Financeiro
Nacional, na forma e condições autorizadas pelo Banco Central do Brasil”.
- Considerações:

Necessária autorização do banco central para o credor comprar o ouro como ativo financeiro em
instrumento cambial.

c) Alíquota: 1% (art. 4º da Lei 7.766/1989 e art. 39 do Decreto 6.306/2007).

3.7. IOF e Caderneta de Poupança


- Depósito em caderneta de poupança não é considerado crédito, não está corporificado
em nenhum título e não pode ser cobrado o IOF.

3.8. IOF e Depósito Judicial


- Depósito Judicial é um depósito em garantia, não é uma aplicação financeira voluntária.
Não pode ser cobrado o IOF.

- Súmula 185 do STJ: “Nos depósitos judiciais, não incide o imposto sobre Operações
Financeiras”.

- Art. 110 do CTN: “A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela
Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito
Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.”

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Ø ITR – Imposto sobre a propriedade Territorial Rural (Federal)


1. Destaques na legislação

- Art. 153, VI da CF/88

- Arts. 29 a 31 do CTN

- Lei Federal 9.393, de 19/12/1996

- Decreto 4.382, de 19/09/2002: Regulamento do ITR – RITR

Nota:

- Função extrafiscal do ITR:

Evitar latifúndios improdutivos.

À medida que a propriedade rural vai aumentando de tamanho, aumenta-se a alíquota.

Quando a propriedade produz pouco, aumenta-se a alíquota.

Assim, a alíquota é diretamente proporcional ao tamanho e inversamente proporcional à produção.

2. Matriz de incidência

2.1. Fato Gerador

Propriedade, domínio útil¹ ou posse² de imóvel localizado fora da zona urbana³ (art. 29 do CTN).

(1) Domínio útil: Domínio que confere ao enfiteuta ou foreiro o direito a de fruir de todas as qualidades
da coisa enfitêutica, sem destruir a sua substância, mediante a obrigação de pagar ao proprietário
(senhorio de direito) uma pensão invariável (foro). O enfiteuta pode dispor do domínio útil, mediante
pagamento de laudêmio ao senhorio direito, e transmiti-lo aos seus herdeiros. De acordo com o art. 2038
do Código Civil, fica proibida a constituição de enfiteuse e subenfiteuses, e as já existentes ficam
subordinadas até a sua extinção ao código civil de 1916 e leis posteriores.

- Fonte: http://aplicacao.sefaz.go.gov.br/index.php/post/ver/142364/glossario-do-itcd

(2) Posse: A posse deve ser em NOME PRÓPRIO. Se possui a terra em nome de alguém ou sob permissão
de outrem, não se caracterizará o fato gerador.

(3) Imóvel localizado fora da zona urbana: A lei não define o que é zona rural, todavia define o que é zona
urbana. Assim, zona rural é aquele que não é urbana.

2.1.1. Fato gerador persistente

1º de janeiro de cada ano.

(1) De cada ano: O fato gerador do ITR que aconteceu no dia 01/01/2014 é referente ao ano de 2014.

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16/09/14
2.2. Base de Cálculo

Valor fundiário, ou seja, valor da terra nua, sem bens incorporados.

Nota:

ITR – Territorial por natureza.

IPTU – Predial e territorial – por natureza e acessão.

2.3. Área tributável: área total menos


a) Área de preservação permanente (Lei 12.651/2012, art. 3º, II e art. 4º)

b) Área de reserva legal (Lei 12.651/2012, art. 3º, III, e arts. 12, 17, 20, 30 e 66);

c) Área de reserva particular do patrimônio natural - RPPN (Lei 9.985/2000, art. 21);

d) Área de servidão ambiental (Lei 6.938/1981, art. 9º-A);

e) Área de interesse ecológico para proteção de ecossistemas (Lei nº 9.393/1996, art. 10, §
1º, II, b);

f) Área de imprestáveis para a atividade rural e de interesse ecológico (Lei nº 9.393/1996,


art. 10, § 1º, II, c);

g) Área coberta por florestas nativas (Lei nº 9.393/1996, art. 10, § 1º, II, e);

h) Área alagada por usinas hidrelétricas autorizadas pelo Poder Público (Lei 12.651/ 2012,
art. 62).

Ex. Mata ciliar e pedras.

2.3.1. Condições para exclusão das áreas não tributáveis

O contribuinte tem que apresentar o Ato Declaratório Ambiental (ADA) ao Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a cada exercício.

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2.4. Alíquota (art. 153, §4º da CF)


Progressiva de acordo com a produtividade.

> Alíquota > propriedade


Proporcional ao tamanho.

< Alíquota > produtividade (grau de utilização¹).


(1) Grau de utilização: Depende do potencial de utilização de cada região.

O proprietário deve declarar o que costuma produzir, o próprio programa fará a análise do
desempelho.

Base de cálculo vs. Alíquota = Valor a pagar de ITR.

2.5. Contribuinte
a) Proprietário

Consta na matrícula do bem.

b) Titular do domínio útil¹


(1) Titular do domínio útil: Enfiteuta.

c) Possuidor
Posse é situação de fato reconhecida juridicamente.

A aquisição originária não afasta a posse anterior.

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a) Responsabilidade do sucessor
O adquirente¹ é responsável pelo tributo devido pelo alienante².

(1) Adquirente: Cessionário, donatário, herdeiro.

(2) Alienante: Doador, cedente, vendedor, de cujus.

b) Exclusão da responsabilidade: título aquisitivo que consta a prova de quitação do crédito


tributário até então existente.

2.6. Lançamento – POR HOMOLOGAÇÃO


Lançamento realizado pelo sujeito passivo.

Deve declarar até setembro, baseada na produção do ano anterior.

A Administração Pública tem 05 anos para fiscalizar.

Tributo Federal, mas 50% é repassado para o município. Em caso de convênio, o município
pode ficar responsável pela fiscalização e arrecadação, bem como com 100% do tributo.

2.7. Imunidade
Pequenas glebas rurais exploradas pelo proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, §
4º, II da CF/88).

a) 100 hectares na Amazônia Ocidental (Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima) e Pantanal do


MT e MS.

b) 50 hectares no Polígono das Secas (Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e na Amazônia Oriental (Amapá,
Maranhão, Pará, Tocantins e Mato Grosso, exceto Pantanal matogrossense).

c) 30 hectares em outras localidades.


Se o proprietário tiver mais de uma gleba (não pode ser urbana) em que haja exploração direta e
somadas não ultraparassarem 30/50/100 hectares será imune.

Domicílio tributário: sede ou onde se encontrar a maior parte da área do imóvel.

2.8. Declaração

Até 30 de setembro.

Último dia útil – imposto federal não posterga.

2.8.1. Multa por atraso

1% ao mês sobre o imposto devido, sem prejuízo de multa e juros de mora (mínimo R$ 50,00 - Lei
9.393/1996, arts. 7º e 9º).

2.9. Prazo para pagamento


Até último dia da declaração.

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2.10. Pagamento fora do prazo

Acréscimo de multa de mora de 0,33% por dia de atraso, limitado a 20%, mais taxa Selic, mais 1% no
mês do pagamento.

2.11. Fiscalização dos Municípios


a) Art. 153, § 4º, III da CF/88.

b) Lei Federal 11.250, de 27/12/2005.

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Ø IPTU – Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana


1. Destaques na Legislação
· Art. 156, I da CF/88

· Arts. 32 a 34 do CTN

· Lei Municipal nº 5.641, de 22/12/1989 - Belo Horizonte/MG

· Lei Municipal nº 9.795, de 28/12/2009 - Belo Horizonte/MG

· Decreto Municipal nº 13.824, de 28/12/2009 - Belo Horizonte/MG.

2. Matriz de incidência
2.1. Fato Gerador: propriedade, domínio útil ou posse de bem imóvel por natureza ou acessão
física, localizado na zona urbana (art. 32 do CTN).

- Fato gerador persistente.

- Art. 64 da Lei Municipal nº 5.641/1989 - Belo Horizonte/MG: Considera-se ocorrido o fato


gerador do IPTU no dia 1º de janeiro de cada exercício financeiro.

- Zona urbana (art. 32, § 1º do CTN): definida em lei municipal; observado o requisito
mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 dos incisos seguintes,
construídos ou mantidos pelo Poder Público:

I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;

II - abastecimento de água;

III - sistema de esgotos sanitários;

IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;

V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do


imóvel considerado.

- Áreas urbanizáveis (art. 32, § 2º do CTN): A lei municipal pode considerar urbanas as áreas
urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos

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competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora


das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.

· Base de Cálculo: valor venal do imóvel (art. 33 do CTN).

- Valor venal (valor de mercado fixado pela legislação) ≠ valor de venda.

- Art. 70 da Lei Municipal nº 5.641/1989 - Belo Horizonte/MG: O valor venal do imóvel será
determinado em função dos seguintes elementos, tomados em conjunto ou separadamente:

* preços correntes das transações no mercado imobiliário;

* zoneamento urbano;

* características do logradouro e da região onde se situa o imóvel;

* características do terreno como: a) área; b) topografia, forma e acessibilidade;

* características da construção como: a) área; b) qualidade, tipo e ocupação; c) o ano da


construção;

- Exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal.

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30/10/14
Nota:
Considerações da aula anterior:

O IPTU de é competência MUNICIPAL.

Deixa-se de ser cobrado o ITR para ser cobrado o IPTU.

IMPORTANTE:
No cálculo do IPTU, utiliza-se o mesmo raciocínio do IMPOSTO DE RENDA.

LOCALIZAÇÃO não é critério para alíquota do IPTU em Belo Horizonte. É critério para
estabelecimento da BASE DE CÁLCULO.

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