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SUMÁRIO

HISTÓRIA DO
Apresentação............................................................................................4

AMAPÁ
HISTÓRIA DO AMAPÁ –
História do Amapá – Parte I.......................................................................11
1. Colonização do estado do Amapá............................................................13
PARTE I
As Grandes Navegações............................................................................13
Capitanias Hereditárias.............................................................................20
Mão de Obra Escrava................................................................................21
2. Disputas territoriais e conflitos estrangeiros no Amapá.............................................24
Entradas e Bandeiras................................................................................25
Missões Jesuítas.......................................................................................27
Criação da Capitania Cabo Norte................................................................28
O Tratado de Ultrecht, 1713......................................................................28
Medidas tomadas pelo Marquês de Pombal...................................................31
Tomada de Caiena....................................................................................36
A “Questão do Amapá”..............................................................................38
O interesse nazista pela Amazônia..............................................................40
A Guerra da Lagosta.................................................................................41
3. Principais Atividades Econômicas do Amapá: Séculos XIX e XX....................42
Ciclo do Ouro...........................................................................................42
Ciclo da Borracha.....................................................................................42
Projetos de extração.................................................................................43
Outras Riquezas Minerais..........................................................................44
Outras Atividades.....................................................................................44
Resumo..................................................................................................46
Questões de Concurso..............................................................................51
Gabarito.................................................................................................64
Por falar em conteúdo, o edital valoriza, e muito, a tão rica e significativa

História do Amapá. Não é para menos. Registros de povoamento na região re-

montam pelo menos 2.000 anos. O Amapá foi motivo de disputas entre

espanhóis, portugueses, holandeses e franceses. Tão importante a ponto de

influenciar os destinos do país, os destinos de países europeus. Realmente, não é

para menos! Daí a necessidade de esmiuçarmos temas tão regionais e ao mesmo

tempo tão ex- pressivos para a história do Brasil.

Aula 1: História do Amapá – Parte I

Colonização da região do Amapá.

Disputas territoriais e conflitos estrangeiros no Amapá.

Principais atividades econômicas do Amapá: séculos XIX e XX.

Aula 2: História do Amapá – Parte II

A Cabanagem no Amapá.

A Criação do Território Federal do Amapá.

Manifestações populares e sincretismo cultural no Amapá.

História da Região Norte.


HISTÓRIA DO AMAPÁ – PARTE I

Os primeiros povos que ocuparam a região do atual estado do Amapá foram

grupos indígenas dos troncos aruaque e caribe, entre os quais destacam-se os

Guaiampis, Palicures, Tucuju. Vestígios da ocupação humana pré-colonial po-

dem ser vistos nos sítios arqueológicos de cerâmicas maracá-cunani e no Parque

Arqueológico do Solstício, a “Stonehenge do Amapá”, em Calçoene, que data de

pelo menos 2000 anos.

Monumento construído por povos milenares em Calçoene, a 374 quilômetros de Macapá.

Os primeiros sítios arqueológicos do Amapá foram estudados inicialmente por

pessoas sem preparo cientifico adequado. É atribuído ao D. S. Ferreira Penna a

localização oficial do primeiro sitio arqueológico no Amapá. Lá, encontrou diversas

urnas funerárias. Também foram encontradas urnas com a forma cilíndrica,

repre- sentando figuras humanas sentadas num banco, com braços e pernas bem

desta- cadas. Nestas urnas haviam sempre a caracterização do se

Cunani é uma vila pertencente ao município de Calçoene e possui grande

importância, tanto para a pré-história, como para a história, pois a vila chegou

mesmo a ser República Independente por duas vezes. Em uma expedição co-

ordenada por Emilio Goeldi, nos Montes Curu, descobriu-se dois túmulos que

tinham a forma de um cano longo, em cuja ponta estavam depositados vasos


funerários. Chapas de pedras serviam como laje de cobertura.

A decoração característica foi obtida por desenhos virgulares gregos, e linhas

pintadas em vermelho sobre o fundo branco.

A seguir, de maneira objetiva, uma lista das características socioculturais

desses povos antes da chegada dos europeus:

 Ágrafos: não dominavam nenhum tipo de escrita. É importante destacar

que pintura rupestre é uma forma de comunicação artística, rústica, mas

não pode ser classificada como algum tipo de escrita;

 Sociedades tribais;

 Propriedade era coletiva. Não existia propriedade privada;

 Coivara: faziam queimadas controladas para abrir clareiras e descampados.

Os índios do Amapá são os únicos do país que têm o privilégio de possuir

todas as suas reservas demarcadas, sem invasões de garimpeiros, madeireiros

e agricultores. Os primeiros contatos entre com os europeus foram registrados

em 1500, com a chegada do navegador espanhol Vicente Pinzón. Hoje o

Estado do Amapá abriga várias etnias em 49 aldeias: Galibi, Karipuna, Palicur,

Tiriyó, Kaxuyana, Wayana, Apalaí e Waiãpi

1. Colonização do estado do Amapá

A colonização do território do atual estado do Amapá aconteceu de maneira

muito diferente do que aconteceu no litoral leste brasileiro, principalmente no que

tange às disputas entre as potências marítimas europeias do período. Para

compreender a tão rica História do Estado do Amapá é necessário que façamos

uma contextualização. Foram muitas as transformações que ocorre- ram na

região, desde os primeiros povos que a ocuparam, passando pela chegada dos

colonizadores, até a sua importância econômica na atualidade. Vejamos como

isso foi possível.

As Grandes Navegações
É no contexto das Grandes Navegações que a região do Amapá será

colonizada. No século XV, portugueses e espanhóis partiram para o

desbravamento de novos mares, em busca de novas rotas comerciais e de novas

terras.

Em 1488, em busca de um novo caminho para as Índias, região famosa em

especiarias cobiçadas pelos europeus, a expedição portuguesa de Bartolomeu

Dias encontrou uma passagem ao sul da África, que fora batizada de Cabo da Boa

Es- perança.

Mas é a chegada de Cristóvão Colombo à América, em 1492, a “descoberta”

mais significativa do período. O genovês convenceu os reis católicos espanhóis

(Fernando II de Aragão e Isabel de Castela) a financiar sua expedição para provar

que a terra era redonda, encontrando um caminho para as índias pelo ocidente.

Aportou em 12 de outubro com as caravelas Pinta, Niña e Santa Maria.

Portugal e Espanha eram as duas grandes potências marítimas. As recentes

descobertas exigiam um acordo pela divisão das terras que poderiam ser desco-

bertas. Assim, o Papa agiu como mediador em um acordo, determinando a Bula

Intercoetera em 1493. Insatisfeito com a proposta, Portugal exigiu uma nova ne-

gociação que culminou no Tratado de Tordesilhas.


O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, foi um tratado cele-

brado entre o reino de Portugal e a Coroa de Castela (Espanha) para dividir as

ter- ras do globo, “descobertas e por descobrir”, por ambas as Coroas fora da

Europa.

Linha imaginária de Tordesilhas sobre as atuais fronteiras política


Note que, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, o território do

Amapá pertenceria à Espanha.

Celebrado do Tratado, as descobertas continuaram. Em 1498 a expedição de

Vasco da Gama chegou às Índias e, em 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral

chegou ao Brasil.

Foi o navegador espanhol Vicente Pinzón que, em janeiro de 1500, primeiro

aportou no litoral do nordeste brasileiro. Depois, navegou pelo litoral norte e na-

vegou pela foz do Rio Amazonas, o qual chamou de Mar Dulce. Foi o primeiro

europeu a navegar pelo litoral do Amapá, o rio Oiapoque e seguir rumo às

Guianas e ao Caribe. Portanto, os espanhóis foram os primeiros a chegar

ao Brasil. Entretanto, pelo tratado de Tordesilhas, a maioria do litoral brasileiro,

velejado pelos espanhóis, pertencia à Portugal. Entenda: mesmo sendo os que

chegaram primeiro, as terras não poderiam ser colonizadas. A única ex- ceção

era a região do atual estado do Amapá. Assim, ainda em 1500, outro

espanhol, Diogo de Lepe, primo de Pinzón, também navega pela costa do Amapá.

Outro navegador espanhol de grande importância para nossos estudos foi

Francisco Orellana. Ao participar da expedição de Francisco Pizarro aos Andes,

em 1540, acabou se desencontrando do restante das embarcações e desceu o Rio

Amazonas. Foi, portanto, o primeiro europeu a navegar por toda a extensão do

Rio Amazonas.

Retornando à Espanha, recebe autorização do rei para colonizar e explorar a

região. Desse modo, em 1549, navega pelo litoral do Amapá, mas se


perde e morre na região.

O contato dos exploradores europeus com os povos nativos foi caracterizado

pela subjugação. Crentes na sua superioridade civilizacional, os colonizadores

pro- moveram a aculturação e usaram de violência para efetivar o domínio das

novas terras e de suas riquezas, inclusive os escravizando, como veremos mais


adiante. O insucesso da expedição de Francisco Orellana acabou tirando o

entu- siasmo dos espanhóis com a região e abrindo espaço para que outras

nações realizassem incursões no território. Antes, porém, é necessário que

entendamos o que levou os portugueses a ocuparem a região e como foi

organizada essa co-

lonização.

(FCC/SEPLAG/PM-MG/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2012) Com as Grandes Navega-

ções os europeus conquistaram inúmeros territórios ao redor do mundo,

ampliaram suas atividades econômicas e estabeleceram contato com diferentes

culturas. Nes- se processo de expansão, o contato dos europeus com os povos

distantes caracte- rizou-se pelo

a) intercâmbio esporádico, dificultado pelas diferenças linguísticas e hábitos

cultu- rais divergentes.

b) extenso domínio territorial, sobretudo na África e Ásia, onde existiam povos

de- senvolvidos e com enormes riquezas industriais.

c) convívio pacífico, incentivado pelos ideais religiosos cristãos, que fundamenta-

vam a evangelização e a prática da tolerância.

d) estranhamento, com o outro sendo visto, com frequência, por meio das

crendi- ces e lendas que marcavam o imaginário europeu.

Letra d.

Meu(minha) caro(a), o estranhamento diante das diferenças culturais e a crença

na superioridade do europeu cristão, levaram os índios a serem subjugados, tanto

para atividade escravagista, quanto na aculturação das missões jesuítas.

Os portugueses chegaram ao Brasil em 1500 e, no entanto, não ocuparam o

ter- ritório de imediato. Daí a nomenclatura pré-colonial para nos referirmos aos

trinta anos que se seguem. Portanto, entre 1500 e 1530, a ocupação territorial se

limitou a FEITORIAS no litoral: uma mistura de forte para defesa do território e


armazém. Mas por que isso? A resposta fica mais interessante e compreensível

quando feita em partes:

a) por que a Coroa Portuguesa decidiu não explorar a colônia brasileira

entre os anos de 1500 e 1530?

 Porque não encontraram metais preciosos em expedições;

 Porque o comércio com as Índias era suficientemente lucrativo;

 Porque em 1500 a única nação que detinha tecnologia naval para tomar a

colônia brasileira de Portugal era a Espanha, que celebrou o Tratado de Tor-

desilhas com Portugal.

b) por que a Coroa Portuguesa decidiu passar a explorar a colônia

brasilei- ra a partir dos anos de 1530?

 Porque tiveram notícias da descoberta de ouro e prata na América espanhola;

 Porque o comércio com as Índias entrou em crise;

 Porque países como França, Inglaterra, Holanda e Bélgica desenvolveram

suas frotas marítimas e passaram a representar uma grande ameaça ao

con- trole português sobre a colônia.

Entre 1500 e 1530, o único produto explorado era o pau-brasil. Como ainda

não havíamos passado pela Revolução Industrial, não existiam corantes

sintéticos. O pau-brasil foi muito utilizado nas manufaturas têxteis. As concessões

para explo- ração eram dadas pela Coroa e chamadas de estanco. Para cortar a

madeira e levar
aos navios, era necessária uma grande quantidade de mão de obra. A modalidade

de exploração da mão de obra indígena recebeu o nome de escambo: troca de

pre- sentes, de artefatos e de animais que não existiam aqui pelo trabalho dos

índios. A escravidão indígena será sim utilizada no início da colonização, mas logo

será subs- tituída pela mão de obra africana pois a Coroa Portuguesa seguirá ao

ordenamento da Igreja em não escravizar os nativos, considerados “almas puras

do paraíso”.

Querido(a) aluno(a), a Coroa Portuguesa voltou seus olhos para a colônia

brasi- leira e decidiu povoá-la, explorá-la, a fim de resolver sua crise econômica e

impedir que outras nações tomassem seu território. O problema é que a Coroa

Portuguesa não tinha recursos financeiros para promover essa empreitada. Eis

então a solução proposta: terceirizar a tarefa da colonização, entregando lotes de

terras a fidalgos (nobres portugueses). Nasceram assim as Capitanias

Hereditárias.

Observe:
Capitanias Hereditárias

Faixas de terra que partiam do litoral para o interior até a linha imaginária do

Tratado de Tordesilhas. De início, foram quinze Capitanias entregues para

usufruto do donatário. É importante destacar que o donatário não era dono

da terra, ele possuía o direito de explorá-la, direito esse estendido a seus

descendentes. No campo jurídico, existiam dois documentos para regulamentar

as relações entre a Coroa Portuguesa e os donatários:

 Carta de Doação: documento que dava ao donatário o direito de

exploração da terra e repassava esse direito a seus descendentes. Também

autorizava o donatário a construir vilas e engenhos com o objetivo de

povoar.

 Carta Foral: documento que regulamentava tributos e a divisão dos lucros

da Capitania entre a Coroa e os donatários.

O sistema de Capitanias era extremamente vantajoso para a Coroa Portugue-

sa, pois transferia a responsabilidade da empresa de colonização para os

fidalgos. Entretanto, os donatários passaram por grandes dificuldades: desenvol-

ver a colônia com poucos recursos financeiros, a distância em relação à metrópole

(Portugal) e os constantes conflitos com os nativos. Diante dessas dificuldades, a

maioria das Capitanias não conseguiu vingar, desenvolver sua economia e gerar

tributos para a Coroa. As únicas exceções, em função do sucesso na exploração

do açúcar, foram a Capitania de Pernambuco e a Capitania de São Vicente.

Guarde bem esse assunto pois o retomaremos mais adiante quando tratarmos da

criação da capitania de Cabo Verde, atual Amapá.


Como vimos, a região do Amapá pertencia à Espanha. Assim, os primeiros

colonizadores europeus chegaram à costa amapaense em 1499, com quatro

caravelas lideradas pelo espanhol Vicente Yañez Pinzón. A região ficou sob o

do- mínio espanhol a partir do Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 entre

Portugal e Espanha.

Entretanto, você há de se recordar, como os espanhóis se desencantaram com

a região do Amapá, em função do fracasso da expedição de Francisco Orellana, os

portugueses passam a se interessar pela área. Em 1553, Luís Melo da Silva passa

pelo litoral do Amapá, mas sua expedição acaba massacrada por índios na região

da Guiana.

Mão de Obra Escrava

Querido(a), a escravidão não é uma invenção dos portugueses e nem foram

eles os responsáveis por introduzir essa prática no continente africano. Os

africanos de tribos inimigas capturavam negros para serem vendidos nas Feitorias

do litoral africano. Mas, antes de seguirmos, preciso atentá-lo(a) para uma

característica fundamental das economias europeias que influenciou

consideravelmente o Tráfi- co de Escravos. Estamos falando do Mercantilismo.

O mercantilismo é o conjunto de ideias e práticas econômicas adotadas

durante o Capitalismo Comercial (séculos XIV a XVIII). A base da atividade era a

troca de mercadorias e o lucro era, não em dinheiro, mas em espécie.


Os portugueses realizavam o chamado comércio triangular: Trocavam o

açú- car brasileiro ou produtos manufaturados por escravos africanos, traziam os

es- cravos nos navios negreiros e trocavam por mais do açúcar brasileiro.

Trocavam manufaturados europeus por escravos e pelo açúcar etc.

Entre os povos africanos que foram trazidos podemos citar os:

 Bantos: mais ao sul do país, na mineração.

 Sudaneses: mais altos e fortes, foram usados nas lavouras de cana-de-

açú- car do nordeste brasileiro.

Essa migração, somada a existência de povos nativos e à chegada dos

europeus fez com que a miscigenação se tornasse um traço evidente no nosso

país. Recorde comigo a miscigenação básica da nossa cultura:

 Mulato: resultado da mistura de brancos e africanos - na época colonial,

quase sempre branco e negra -, vem de mula;

 Cafuzo ou carafuzo: é resultado da união entre negro e índio;

 Mameluco: mestiço de branco e índio.


No Amapá, de início, não existiu uma atividade agrícola que desse interesse

dos colonizadores portugueses, como a produção de cana de açúcar no Nordeste,

além de não encontrarem ouro. Assim, a atividade econômica foi voltada para ex-

ploração de produtos da Amazônia, as chamadas “drogas do sertão”: frutas,

raízes, sementes, temperos, urucum, canela, cravo, óleo de copaíba e de

tartaruga.

Como essas atividades eram praticadas, em sua maioria, por índios, a presen-

ça de negros para mão de obra na região não ocorreu em grande quantidade. Os

primeiros negros chegaram no Amapá em 1749. Fugidos de Belém, fundaram qui-

lombos às margens do Rio Anauerapucu, nas terras tucujus. Foram descobertos

por acaso por colonos caçadores de índios. Entretanto, oficialmente, foram

trazidos em 1751 a mando de Mendonça Furtado, então governador do estado do

Grão Pará e Maranhão, para trabalhar para colonos portugueses dos Açores em

Macapá.

Com a fundação da Nova Mazagão, em 7 de junho de 1770, chegaram 103

negros para trabalhar na construção da Fortaleza de São José do Macapá. Muitos

destes escravos fugiram formando quilombos como Maruanum, Igarapé do Lago e

Ambé.

Ao longo do século XIX, diante de movimentos abolicionistas que ocorriam no

Brasil, surgiram várias entidades que se organizaram no Amapá pelo fim da

escra- vidão negra. Foram elas a Sociedade Ypiranga, a União Redentora e a liga

Reden- tora dos Cativos do Pará.

(FCC/TJ-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2014) Uma das estratégias da Coroa

Portugue- sa, para a administração de sua colônia na América, foi a instituição

das capitanias hereditárias, cada qual a cargo de um donatário. Eram atribuições


do donatário

a) representar o rei, administrar a justiça, distribuir sesmarias.


b) negociar livremente e vender pelo melhor preço a capitania recebida, cobrar

impostos, criar regras locais.

c) defender o território, estabelecer comércio internacional, viabilizar o tráfico in-

dígena para outras colônias portuguesas.

d) conquistar capitanias vizinhas, fundar vilas, apoiar as missões jesuíticas.

e) arrendar sesmarias, barrar as entradas e bandeiras, erguer igrejas e colégios.

Letra a.

Caro(a) aluno(a), a alternativa “b” está errada porque o donatário não poderia

ne- gociar a capitania recebida. A alternativa “c” está errada porque o donatário

tam- bém não poderia estabelecer comércio internacional a não ser que

exclusivamente com Portugal. Além disso, a colônia portuguesa não realizava o

tráfico de indígenas. A alternativa “d” está errada porque o donatário não poderia

conquistar capitanias vizinhas já que eram doadas pela Coroa. Por fim, a

alternativa “e” também está errada porque o donatário não podia barrar as

entradas e bandeiras.

2. Disputas territoriais e conflitos estrangeiros no Amapá

Como vimos, até 1530, Portugal e Espanha reinaram absolutos pelos mares.

A tecnologia de navegação que levaram séculos para desenvolver, foi copiada em

trinta anos por ingleses, franceses e holandeses. Essas novas potências marítimas

não reconheciam o Tratado de Tordesilhas e passaram a tentar colonizar a costa

brasileira. Exemplos disso foram:

 as Invasões Holandesas na região nordeste (Salvador em 1624 e Recife

em 1630).
 as Invasões Francesas. Tomada do Rio de Janeiro em 1555 com fundação

da França Antártica; e a fundação da cidade de São Luís do Maranhão com a

França Equinocial.

Além disso, ingleses e holandeses passaram a frequentar o norte da costa

ama- zônica. Ocuparam a região das Guianas e, a partir de 1600, adentraram a

bacia amazônica, construindo feitorias e fortificações. Fizeram o mesmo na

região do Cabo Norte e nas ilhas paraenses. Ali comercializavam mercadorias

como tabaco, peixe-boi, madeira, urucum, entre outras especiarias.

A região parecia dominada por holandeses, apesar da presença de

portugueses e ingleses, mas um novo fator contribuiria para a ação dos

portugueses pelo seu controle: União Ibérica, 1580 a 1640. Em 1580 D.

Sebastião, rei de Portugal, faleceu sem deixar herdeiros. Felipe II, Rei da

Espanha e parente mais próximo do morto, unificou as Coroas Portuguesa e

Espanhola sob sua batuta. O controle espanhol sobre Portugal implicava em

controle espanhol também sobre as colônias portuguesas. Por outro lado, os

portugueses na colônia brasileira também enten- diam que, se a região do Amapá

pertencia à Espanha, necessariamente deveriam controlá-la. Isso incentivou os

portugueses a ocuparem de vez a região do Amapá e combater as ocupações

estrangeiras.

Entradas e Bandeiras

Meu(minha) querido(a), a ocupação do território do atual Estado do Amapá

também recebeu a contribuição de expedições de bandeirantes. Mas vamos por

partes, antes de seguir, vejamos alguns conceitos:

 entradas eram expedições oficiais (organizadas pela Coroa) que saiam do

litoral em direção ao interior do Brasil.


 descidas foram expedições dos jesuítas do Pará que tinham criado na

Amazônia um sistema bem estruturado de “aldeias” de aculturação indí-

gena. Buscando índios para estas aldeias, os jesuítas organizaram diver-

sas expedições fluviais, subindo o Tocantins.

 bandeiras eram expedições organizadas e financiadas por particulares,

principalmente paulistas. Partiam de São Paulo e São Vicente rumo às

regiões centro-oeste e sul do Brasil. Em seguida, as principais bandeiras

em Goiás.

Em 1616, diante da ameaça constante de invasões à Colônia portuguesa na

América, organizaram uma foça militar luso-brasileira para expulsar os estran-

geiros e tomar posse da região. Derrotaram os franceses em São Luís e foram

para o delta do Rio Amazonas. Ali, enfrentaram batalhas sangrentas. Novamen-

te vitoriosos, fundaram o Forte Presépio, que deu origem à cidade de Belém,

no mesmo ano. Caro(a) aluno(a), estrategicamente falando, quem controlava

os mares e rios, controlava o transporte, essencialmente fluvial, e seu

comércio. Por isso sua fundação foi tão importante.

Com a fundação de Belém do Pará, a vila serviu de ponto de apoio e par-

tida para várias entradas para exploração da Amazônia nas regiões dos atuais

Estados do Pará, Amazonas e Amapá. Nesse sentido, Bento Maciel Parente

foi um dos mais importantes exploradores. Veterano de guerras na Paraíba e no

Rio Grande do Norte, foi Capitão-Mor da Capitania do Grão-Pará. Guarde bem o

nome de Bento Maciel, pois foi muito importante na criação da Capitania Cabo

Norte em 1637, como veremos mais adiante.


Bento Maciel foi responsável pela fundação dos fortes de Mariocai e Santo

Antônio de Gurupá, ao longo do rio Xingu. Também expulsou holandeses que

haviam montado fortes na região. Entretanto, abandonou as entradas quando se

dirigiu para lutar na Insurreição Pernambucana, que expulsou os holandeses de

Pernambuco.

O Aviso de 4 de novembro de 1621 do Conselho da Regência de Portugal,

reco- mendava medidas urgentes para povoar e fortificar a região costeira, desde

o Brasil até São Tomé da Guyana e a foz do rio Drago, na Venezuela. Nesse

sentido, outros dois importantes sertanistas foram Francisco de Azevedo,

primeiro a liderar en- tradas aos sertões de Turi e Gurupi, e Luís Aranha de

Vasconcelos, que viajou por grande parte do atual território do Amapá entre os

anos de 1622 e 1624.

Os holandeses foram expulsos e recuaram para as Guianas. Os

ingleses abandonaram temporariamente a região e os franceses foram

para Caiena. A violência do conflito também atingiu populações indígenas.

Milhares de Tupinam- bás foram massacrados pelos portugueses.

Missões Jesuítas

Outro fator importante na colonização portuguesa foi a chegada dos Jesuítas.

Realizaram expedições no Pará, criando na Amazônia um sistema bem

estruturado de “aldeias” de aculturação indígena. Buscando índios para estas

aldeias, os jesuítas organizaram diversas expedições fluviais pelo Amazonas e

Oiapoque. Ignácio de Loyola (1491-1556) criou a Companhia de Jesus –

irmandade que objetivava ex- pandir e fortalecer o catolicismo e combater o

protestantismo. Autodenominavam-se Soldados de Cristo. A ordem jesuíta foi

muito importante para a reação católica con- tra as Reformas Protestantes,


realizando grandes obras missionárias, não só nas
Américas, como também no Oriente. Várias aldeias jesuítas foram criadas na
região sertaneja, onde também ensinavam os membros da elite colonial que,
posteriormen- te, eram encaminhados à Europa para cursar Direito, Medicina ou
Engenharia.
A significância da presença jesuíta na região pode ser exemplificada. Os mis-
sionários jesuítas, na região do atual Estado do Amapá, convenceram a Coroa Es-
panhola a expedir uma Carta-Régia que libertasse os índios da escravidão
imposta por colonos. Outro exemplo se deu em 1639, quando o jesuíta espanhol
Cristobal de Acuña encontrou um forte e uma missão portuguesa, na região
pertencente à Espanha, com vários índios catequizados.

Criação da Capitania Cabo Norte

Em 1627 o novo Governador do Maranhão, Francisco Coelho de Carvalho,


envia o chefe militar da região, Bento Maciel Parente, á Portugal para relatar
sua atu- ação na colônia. Lá, convence a Coroa da necessidade de colonizar
definitivamente o delta do Rio Amazonas.
Apesar da relativa demora em atender ao pedido, em 1637, a Coroa
Portugue- sa criou a Capitania Cabo Norte, que aglutinava os territórios do
atual estado do Amapá até os limites do Rio Parú. No entanto, Bento Maciel
Parente não conseguiu colonizar a região, por falta de recursos e por estar
envolvido na Insurreição Pernam- bucana. Assim, a Coroa Portuguesa acabou
reanexando à Capitania do Grão-Pará.

O Tratado de Ultrecht, 1713

No final do século XVII, questionando “onde estaria o testamento de Adão que


dividia o mundo entre espanhóis e portugueses”, os franceses partiram de Caiena
(Guiana) realizando novas expedições na Capitania Cabo Norte.
Para combater as incursões francesas, os portugueses fundaram missões

jesuíti- cas na região. Além disso, fundaram o Forte de Santo Antônio do Macapá

em 1688. Entretanto, em 1697, o Marquês de Ferroles liderou os franceses

numa inva- são que tomou o Forte de Santo Antônio do Macapá chegando até às

margens do Rio Parú. A reação portuguesa foi rápida, expulsando os franceses e

conseguindo impor o Tratado de 4 de março de 1700. Por esse Tratado

Provisório, confirmado em 1701, ficava estabelecida uma trégua em que a região

entre os Rios Oiapoque e Amazonas seria neutra. Assim, os portugueses tiveram

que desativar os fortes de Araguari, Cumaú e Macapá. Mas franceses e

portugueses não tardariam em se

enfrentar numa nova guerra na Europa, colocando o Tratado de 1700 em desuso.

As disputas somente chegam ao fim em 1713, com a assinatura do Primeiro

Tratado de Ultrecht, por meio da intermediação da Coroa Inglesa. Isso fez com

que os franceses recuassem e aceitassem o Rio Oiapoque como limite entre a

Colônia Portuguesa e a Colônia Francesa (Guiana).

Limites acordados pelo Tratado de Ultrecht


Mesmo após a assinatura do Tratado de Ultrecht, os franceses continuaram a

fazer incursões na Capitania Cabo Norte. Para combatê-las, os portugueses orga-

nizaram expedições guarda-costas, principalmente entre 1722 e 1728. Também

reativaram o Forte de Santo Antônio do Macapá.

(FCC/PM-AP/SOLDADO/2017) Em diferentes momentos históricos, houve disputas

entre portugueses e demais colonizadores europeus pela ocupação da região do

Amapá. Durante o período colonial, um episódio, que exemplifica essas disputas é

o da:

a) expulsão dos holandeses, por tropas portuguesas e brasileiras, quando estes

ocuparam inicialmente o Nordeste e estenderam seus domínios por toda a região

Norte.

b) reivindicação dessa região pela França como sendo parte de seu território

além-mar, apesar da divisão territorial em favor de Portugal ter sido oficializada

pelo Tratado de Utrecht.

c) construção da Fortaleza de São José de Macapá, para proteger a região da

cons- tante invasão de piratas ingleses e de embarcações russas atraídos pelos

minérios e pelo comércio da borracha.

d) assinatura do Tratado de Tordesilhas, entre Espanha e Portugal, que retirou a

região do Amapá e suas adjacências da possessão da Coroa espanhola, após

diver- sos conflitos coloniais.

e) decretação da Guerra da Lagosta, entre colonos portugueses e franceses, uma

vez que habitantes da Guiana Francesa pescavam ilegalmente lagostas no litoral

brasileiro.
Letra b.

Querido(a), a alternativa “a” está errada, pois a Holanda não estendeu seus

domí- nios até o Amapá. A alternativa “c” está muito errada, pois fala em

embarcações russas, o que nunca aconteceu. A alternativa “d” está errada,

porque o Tratado de Tordesilhas fora realizado antes mesmo de que os primeiros

navegadores europeus passassem pelo litoral do Amapá. A alternativa “e”

também está errada porque a Guerra da Lagosta aconteceu apenas em 1960.

Medidas tomadas pelo Marquês de Pombal

Querido(a), o Período Pombalino corresponde à ocasião em que o Marques de

Pombal foi primeiro-ministro em Portugal, de 1750 a 1777, durante o reinado de

Dom José I.

Podemos listar, de maneira objetiva, as principais ações de Pombal que

tiveram impactos na Colônia, especialmente na região do atual Estado do Amapá:

 Criação do Estado do Grão-Pará e Maranhão;

 Criou a Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia Geral de

Pernambuco e Paraíba;

 Expulsão dos jesuítas do Brasil, tirando-os do controle do sistema educacio-

nal e das missões jesuítas, além de tomar posse de propriedades da Igreja

Católica no Brasil;

 Em 1759, decretou o fim das Capitanias Hereditárias e a devolução das

mes- mas ao controle da Coroa Portuguesa;

 Implantou o cultivo de algodão no Maranhão.


Preocupado com a estratégia de defesa da região do Amazonas, Pombal nego-

ciou o Tratado de Madri, em 1750, com a Espanha. Por meio dele, definiu-se

as fronteiras entre as colônias das duas Coroas, sobrepondo o já desrespeitado

Tratado de Tordesilhas. Também ficou definido o princípio do Uti possidetis,

segundo o qual, quem possui de fato, quem ocupa de fato a região, deve ter o

direito de possuí-la.

Limites acordados pelo Tratado de Madri de 1750

Caro(a) aluno(a), novamente preciso chamar sua atenção para a importância

es- tratégica de controle das rotas fluviais. Preocupado com essa questão, o

Marquês de Pombal delegou a responsabilidade a seu irmão, Francisco Xavier de

Mendonça Fur- tado, indicado governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão


entre 1751 e 1759.
Francisco Xavier tratou de trazer colonos para impulsionar as plantações e

promover a extração de riquezas. Centenas de colonos vindos da Ilha dos

Açores chegaram a Macapá dando origem ao povoado nos arredores do forte.

Em 1770, cerca de 360 famílias açorianas fundaram no Amapá a vila de Nova

Mazagão.

Rapidamente os colonos açorianos entraram em conflito com os jesuítas, pois

pretendiam utilizar a mão de obra indígena como escrava. Esse foi um dos

motivos de o Marquês de Pombal expulsar os jesuítas do Brasil. Como a questão

ainda não fora solucionada, em 1757, Pombal cria uma legislação sobre os

indígenas, o “Di- retório dos Índios”. Assim, a Coroa Portuguesa buscava

regulamentar a inserção do índio na sociedade colonial.

Em 1758 Macapá é elevada a categoria de Vila, realizando exportação de

milho, arroz, melancia, banana e frangos para Belém.

(FCC/TCE-AP/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2012) Considere as seguintes

afirmações sobre a história do Amapá.

I – A costa do Amapá foi descoberta pelo espanhol Vicente Pinzón.

II – Pelo Tratado de Tordesilhas apenas metade do atual espaço amapaense

era de Portugal.

III – Durante séculos, ocorreram disputas entre brasileiros e ingleses pela

delimi- tação das fronteiras.

IV – Em meados do século XVIII, o Marques de Pombal ordenou o povoamento

de Macapá com colonos açorianos.


Está correto o que consta APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) I e IV.

d) II e III.

e) III e IV.

Letra c.

Querido(a), a alternativa “II” está errada, porque afirma que o atual espaço

amapa- ense era metade português de acordo com o Tratado de Tordesilhas.

Você há de se recordar que toda a região do Amapá pertencia à Espanha pelo

Tratado de Tordesi- lhas. A afirmação “III” também está errada, porque as

disputas seculares pela região aconteceram entre portugueses e franceses. Não

que não tivessem ocorrido conflitos com os ingleses, mas estes foram durante as

primeiras décadas do século XVII.

Pombal promoveu o povoamento do ponto mais ao norte da Colônia. Toda a

área ao longo do curso e da foz do Rio Amazonas foram ocupadas por fortale-

zas militares. Em 1764, ordenou a construção da Fortaleza de São José do

Macapá, localizado a esquerda do rio Amazonas, próxima a antiga Província dos

Tucujus, atual cidade de Macapá. Levou quase vinte anos para ser construída e

foi inaugurada no dia 19 de março de 1782.

Entretanto, por priorizar a administração do Grão-Pará, Pombal deixou as

terras do Cabo Norte em segundo plano. Se aproveitando disso, os franceses

expandiram as terras da Guiana Francesa ocupando a região entre o Rio Oiapoque

e a região de Calçoene, no século XIX.


(FCC/PC-AP/2017) A história da fundação da vila na localidade de Macapá, no pe-

ríodo colonial, está diretamente relacionada

a) à chegada de milhares de “deportados” no território brasileiro, enviados pela

Coroa Portuguesa a fim de constituírem pequenos núcleos autônomos de povoa-

mento, sendo um deles fundado em Macapá.

b) ao combate aos numerosos quilombos que ali foram constituídos por escravos

de outras regiões, razão pela qual se construiu uma Intendência que servia de

base para as capturas e cujo marco central era um pelourinho.

c) às entradas e bandeiras que foram abundantes no período e levaram bandei-

rantes paulistas a se enveredarem pelo norte do Brasil, onde acharam minérios e

fundaram vilas, a exemplo da Vila de São José do Macapá.

d) à preocupação, por parte da Coroa Portuguesa, em ocupar o território

mediante a construção de fortes e vilas em locais estratégicos, a exemplo da

Fortaleza de São José do Macapá.

e) ao empenho dos jesuítas em construírem missões exploratórias no Novo

Mundo, razão pela qual se instalaram em Macapá e lá passaram a usar mão de

obra indí- gena para extrair e exportar o pau-brasil para Portugal.

Letra d.

Querido(a), a Vila de Macapá foi fundada em 1758 no contexto de ocupação e de-

fesa da Colônia Portuguesa. Pombal incentivou a chegada de colonos açorianos e

construiu a fortaleza de São José do Macapá.


Tomada de Caiena

Meu(minha) caro(a), em 1808, a Família Real portuguesa, acompanhada de

uma Corte de aproximadamente 1500 pessoas, desembarcou no país fugindo das

tropas napoleônicas, escoltada pela marinha britânica. Acontece que, na Europa,

a França de Napoleão Bonaparte havia imposto um Bloqueio Continental à

Inglaterra, de modo que, nenhum país da Europa Continental poderia

comercializar com a Inglaterra sob a pena de ser invadido pelo temido

exército francês. Como

D. João, príncipe regente de Portugal, desobedeceu a essa exigência, Napoleão

in- vadiu Lisboa. Isso teve impactos profundos na colônia.

Como consequência, tivemos a vinda da Família Real portuguesa para o

Bra- sil, o fim do Pacto Colonial (exclusividade do comércio da colônia por parte

de Portugal), o aumento de tributos para sustentar a corte no Rio de Janeiro e

a Tomada de Caiena.

Uma das primeiras medidas tomadas por D. João foi invadir Caiena, capital da

Guia- na Francesa, como resposta militar à França. Como vimos, o território onde

hoje se en- contra a Guiana Francesa já pertenceu a espanhóis e a holandeses

antes que se tornas- se uma colônia da França, o que só aconteceu em 1667 por

meio do Tratado de Breda. Pelo Tratado de Utrecht (1713), Portugal e França

determinaram os limites entre suas colônias no norte da América do Sul, ficando

definido o Pará, que incluía também o território do atual Estado do Amapá, e o

Maranhão como posse de Por-


tugal, e a Guiana, controlada pelos franceses.
Além do sentimento de desforra por parte de D. João para com Napoleão,

tam- bém havia a preocupação de que a França usasse a Guiana Francesa como

local estratégico para as pretensões napoleônicas na América do Sul. Aproveitou-

se en- tão da aliança diplomática com a Inglaterra para impor o controle militar
da Colônia Francesa.
Para tanto, já em 1808, enviou o tenente Valério José Gonçalves e o aspirante

Florentino José da Costa, oficiais do Forte de São José do Macapá, para, disfarça-

dos, espionarem as atividades de defesa em Caiena. Com as informações

colhidas,

D. João recebeu da Inglaterra o navio de guerra HMS Confiance, comandado pelo

experiente capitão James Lucas Yeo. O comando da operação ficou por conta do

governado da Capitania do Grão-Pará, José Narciso Magalhães.

Em 6 de janeiro de 1809, as forças anglo-portuguesas tomaram o Fort

Diamant. No dia seguinte o Fort Dégrad des Cannes. Um dia depois foi a vez de

tomar o Fort Trió. Em uma semana, a ilha de Caiena foi dominada e, em seguida,

a Guiana.

A Guiana voltaria ao controle francês somente após o Congresso de Viena.

Em conferências realizadas entre setembro de 1814 e junho de 1816, as nações

europeias determinam a restauração das monarquias e das fronteiras imperiais à

configuração anterior à Revolução Francesa de 1789. Assim, Portugal restaura

sua monarquia e desocupa a Guiana Francesa.

Apesar de a questão ter sido aparentemente resolvida, os franceses continua-

ram contestando os limites geográficos estabelecidos, reivindicando áreas entre o

rio Oiapoque e o Rio Araguari. A solução viria somente em 1900, como veremos a

seguir. Antes, mais uma questão de concurso para analisarmos.

(DIRETORIA DE ENSINO DA MARINHA /MINISTÉRIO DA DEFESA - MARINHA DO

BRASIL O OFICIAL SEGUNDA CLASSE/2017) Após chegada da Família Real ao

Bra- sil, a 7 de março de 1808, D. João iniciou movimentos de política externa, o

que permitiu elevar significativamente o papel da Marinha. Quais foram as duas

ações iniciais de política externa empreendidas por D. João?


a) A expulsão dos franceses do Rio de Janeiro e a criação do Arsenal de Marinha.
b) A conquista de Caiena e a ocupação da banda Oriental.

c) A assinatura do Tratado de Trégua entre Portugal e Holanda e a formação da

primeira Força Naval.

d) A declaração de guerra à França e a adesão à causa da Independência.

e) A abertura dos portos ao comércio estrangeiro e a criação da Esquadra brasileira.

Letra b.

Vamos lá! A alternativa “a” está errada, pois os franceses foram expulsos do Rio

de Janeiro ainda no século XVI. A alternativa “c” não tem relação alguma com as

ações do Período Joanino elencado no texto. A alternativa “d” está muito errada

em afirmar que D. João era adepto da causa da independência. Finalmente, a

alternativa “e” também está errada, porque o enunciado pede ações da política

externa de D. João.

A “Questão do Amapá”

A descoberta de ouro na região do rio Calçoene, em 1895, reacendeu o inte-

resse francês. O Tratado de Utrecht de 1713, do qual você há de se recordar, foi

assinado entre França e Portugal, estabelecendo o rio Vicente Pinzón ou Oiapoque

como fronteira entre a Guiana Francesa e o Amapá, na época pertencente ao ter-

ritório do Estado do Grão-Pará e Maranhão. O governo francês questionou os limi-

tes, alegando que o rio Vicente Pinzón não era o Oiapoque, e sim o rio Araguari,

mais ao sul.
Os ânimos se exaltaram na região quando o paraense Francisco Xavier da

Veiga Cabral, o Cabralzinho, assassinou o tenente Lunier, comandante de um

destaca- mento francês no Amapá. Cabralzinho se tornou “herói do Amapá”. A

partir de en- tão, ocorreram vários conflitos entre brasileiros e franceses, levando

os governos de Brasil e França a submeterem a questão à arbitragem do governo

Suíço.

O Laudo Suíço, dado em Berna no dia 1º de dezembro de 1900, foi favorável

ao Brasil na disputa pela área. Nesse sentido, merece destaque a atuação do

Barão do Rio Branco como defensor brasileiro.

(FCC/PC-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2017) A fronteira entre a Guiana Francesa e

o Brasil foi alvo de constantes divergências e conflitos entre os dois países. A

chama- da “Questão do Amapá” só foi legalmente solucionada

a) após a atuação da diplomacia brasileira, quando o Barão do Rio Branco obteve

posicionamento favorável da arbitragem internacional do governo da Suíça, que

reconheceu que o Brasil tinha direito às terras localizadas ao sul do rio Oiapoque,

antes pertencentes ao Império Português.

b) depois da derrota das tropas francesas que haviam invadido parte do território

do Amapá, avançando até o rio Araguari, e foram vencidas pelo Exército

Brasileiro, com a colaboração de milícias armadas enviadas pela Guiana e pelo

Suriname.

c) mediante um acordo pacífico entre a França e o Brasil, que estabeleceu os li-

mites fronteiriços definitivos, em troca de favorecimentos comerciais envolvendo


as cidades de Caiena e Macapá, bem como a livre navegação dos rios de ambos

os territórios envolvidos.
d) durante a Segunda Guerra Mundial, quando França e Brasil apoiaram conjun-

tamente os Aliados, e cessaram suas disputas por fronteira em nome do Tratado

Interamericano de Assistência Recíproca, firmado no Rio de Janeiro por diversos

países sul-americanos.

e) por pressão do governo dos Estados Unidos, interessado na exploração de mi-

nério de ferro e manganês na região, a qual estava sendo prejudicada pelos con-

flitos territoriais, solucionados com a vinda de peritos que deram ganho de causa

1 ao Brasil.

O interesse nazista pela Amazônia

Entre 1935 e 1937, o biólogo e geógrafo alemão Otto Schulz-Kamphenkel lide-

rou uma expedição do Belém do Pará, passando pelas margens do Rio Jari, até à

fronteira da Guiana Francesa. Em um relatório de 1940, elaborado para os

nazistas, recomendou a tomada das Guianas como de fundamental importância

para as pre- tensões de Hitler na América do Sul.

Havia, inclusive, um plano dos alemães de, após vencerem a Segunda Guerra,

dominar toda a América do Sul por meio de ações de colônias da Argentina e do

sul do Brasil. A “Operação Guiana” objetivava colonizar as Guianas Francesa,

Holande- sa e Inglesa, além da tomada da foz do Rio Amazonas.

1
Gabarito: letra a.
A Guerra da Lagosta

Entre 1961 e 1963, ocorreu uma das maiores crises diplomáticas entre Brasil e

França. Mais do que a possibilidade de um conflito armado, recebeu essa nomen-

clatura jocosa pela imprensa do período, em função dos eventos cômicos relacio-

nados à questão.

A Marinha do Brasil expulsou um navio francês que estaria pescando lagos-

tas clandestinamente na costa de Pernambuco. A crise tomou proporção perigosa

quando os dois países mobilizaram suas forças armadas, deslocando recursos

mili- tares para regiões próximas ao incidente. Além disso, a França mobilizou

tropas e navios para a fronteira entre a Guiana Francesa e o Amapá.

A parte cômica fica pelas discussões na imprensa francesa sobre o direito de

pesca ou não: A lagosta nada ou anda? Caso nadasse, poderia se dizer que

estava em águas internacionais; caso andasse, estaria em território brasileiro, já

que se admitia, à época, que o fundo do mar pertencia ao Brasil. A discussão se

alongou com o Brasil alegando que a lagosta era um recurso pertencente à

plataforma continental, devido a sua “natureza sedentária”. Já os franceses

argumentavam o contrário: ela nadava e, portanto, pertencia às águas

internacionais.

Querido(a) aluno(a), somente expliquei a Guerra da Lagosta, e por alto, em

função de ela ter aparecido em questões da banca como distração, para tirar o

foco do candidato da alternativa correta. Ela não possui nenhuma relação com

História do Amapá, a não ser pela presença próxima das forças armadas

francesas. O in- cidente terminou com a França retirando seus navios pesqueiros

e sem que fosse dado nenhum tiro.


3. Principais Atividades Econômicas do Amapá: Séculos XIX e XX

Querido(a), desde a colonização europeia a região Norte é uma área de vazio


demográfico. Algo compreensível já que seus aspectos naturais dificultaram a sua
ocupação mais intensiva.
Durante o século XIX, a economia na região do futuro estado do Amapá foi ba-
seada no ciclo do ouro e na produção de borracha, que havia atingido altos preços
internacionais, o que acabou promovendo um atrativo populacional. A descoberta
de riquezas, no entanto, fez crescer as disputas territoriais que, como vimos,
levou à invasão dos franceses em maio de 1895. Vejamos:

Ciclo do Ouro

Em 1894, os brasileiros Germano e Firmino Ribeiro, naturais de Curuça, no


Pará, encontram ouro no leito do rio Calçoene. Na Guiana Francesa também se
encontrou o metal. Essas descobertas, como você deve se recordar, provocaram
a “Questão do Amapá”, solucionada com arbitragem suíça.
Podemos afirmar que a atual cidade de Calçoene teve origem no movimento
de garimpeiros e faiscadores de ouro. Entre 1893 e 1898 foram extraídas aproxi-
madamente 10 toneladas de ouro das minas de Calçoene. Em 1901 sua
população chegou a 1.600 habitantes.

Ciclo da Borracha

No final do século XIX, a Amazônia começa a viver o ciclo da borracha e o sul


do Amapá também se beneficia da atividade extrativista. O fluxo de pessoas e
merca- dorias se intensificaram pelos rios, possibilitando novos negócios e o
surgimento de uma economia subsidiária da atividade extrativista do látex.
Após o declínio do Ciclo da Borracha, no início do século XX, a região sofreu

uma queda na quantidade de imigrantes, com algumas exceções, como a

imigração ja- ponesa que ocorreu na década de 1930.

Projetos de extração

Em 1950, iniciou-se a construção da rodovia Belém-Brasília, como parte do

ambicioso projeto integração nacional de Juscelino Kubitscheck. Já na década de

1960, a estratégia do Regime Militar (1964-1985) se baseava em políticas desen-

volvimentistas e nacionalistas. Nesse sentido, como veremos na nossa próxima

aula, os militares criaram bancos de fomento e superintendências de segurança

que promoveram um atrativo populacional, principalmente para exploração de

ma- deira e minérios.

Manganês

Embora tenha sido encontrada uma grande reserva de manganês na Serra do

Navio em 1945, sua exploração se iniciou em 1957, com a concessão da atividade

à Indústria e Comércio de Minérios S.A. (ICOMI), subsidiária da norte-americana

BethIehem Steel.

Principal riqueza do estado do Amapá, o manganês revolucionou a economia

local. Com as maiores reservas do país, extrai 80% da produção total de

manganês do país na década de 60. Suas jazidas foram arrendadas por 50 anos

pela Icomi, que paga royalties de 4 a 5% do valor do minério extraído ao governo

local, sendo as encomendas asseguradas por um contrato com o Defense

Materials Procure- ment Agency, órgão governamental norte-americano.


A renda dos royalties do manganês foi usada na construção da Usina de Pare-

dão, objetivando produzir energia para atrair indústrias. Também foi construída,

pela Icomi, uma estrada de ferro com capacidade para 700 mil toneladas de mi-

nério e 200 mil toneladas de outros tipos de mercadorias, bem como como um

porto com capacidade para receber navios de até 45 mil toneladas.

Outras Riquezas Minerais

Além do manganês, o Amapá possui uma grande reserva de recursos natu-

rais sendo exploradas e muitas com potencialidades para o futuro. Entre elas,

incluímos o ouro dos garimpos dos rios Calçoene, Cassiporé, Igarapé de Leona e

Gaivota.

Na região de Santa Maria podem ser encontrados diamantes e a hematita é

explorada em uma jazida de 9,6 toneladas pela empresa Hanna Company. Tam-

bém são extraídos o caulim e o granito.

Outras Atividades

Na década de 1970, o empresário norte americano Daniel Ludwig implantou

o Projeto Jari, na divisa com o Pará e às margens do rio Jari. Objetivava explo-

rar madeira, cultivar arroz e produzir celulose. Apesar do grande investimento, o

projeto fracassa e, em 1982, é assumido pelo Grupo Caemi e pelo Banco do Brasil

Em termos de extrativismo vegetal, são exploradas a castanha-do-pará, o

palmito e a madeira. A produção agrícola limita-se ao cultivo de arroz e man-

dioca. Na pecuária predominam as criações de búfalo e o gado bovino.


O setor industrial dedica-se ao processamento das principais riquezas do esta-

do, ou seja, a extração mineral, a madeira e também a pesca. Esta última, a

atividade econômica de maior potencialidade para ser explorada. A exploração

dos recursos pesqueiras do Estado é caracterizada como artesanal. A pesca

industrial concentra-se basicamente na captura do camarão-rosa. O

desenvolvimento da ativi- dade pesqueira depende fortemente da iniciativa e do

investimento governamental. A pecuária se limita a produção para a região

norte, destacando o rebanho de bubalinos (búfalos) como sendo mais numeroso

que o de bovinos e a área destina-

da à atividade é muito maior que a destinada à agricultura.

A produção de energia elétrica no Amapá supera o seu consumo doméstico.

Entre junho de 1993 e julho de 1994, foram produzidos 451 milhões de kwh de

energia, para um consumo local de 220 milhões de kwh.


RESUMO

Querido(a) aluno(a), os mapas mentais que se seguem foram elaborados para

que você consiga criar links cognitivos. Para tanto, é necessário que pratique um

pequeno exercício: Observe cada um deles e tente descrever o máximo de

informa- ções sobre a temática, como se estivesse contanto um causo a alguém.

Pegue um papel e uma caneta e tente escrever, por tópicos mesmo, tudo aqui

que conseguir se lembrar. Caso não consiga se lembrar de tudo, revisite a aula.

Quando conseguir analisar um mapa mental sem que seja necessário retornar a

aula, terá fixado o conteúdo necessário para fazer uma excelente prova.
Seminômades

TRATADOS DE LIMITES
relacionados ao Amapá
Anulando a Bula Alexandrina, estabeleceu a divisão do
Tratado de Tordesilhas - 1494 globo terrestre em dois hemisférios por um meridiano
localizado 370 léguas a Oeste das ilhas de Cabo Verde.
Firmado entre Portugal e a França para estabelecer os
Primeiro Tratado de Utrecht - limi- tes entre os dois países na costa norte do Brasil.
1713 Estas dis- posições serviram, quase dois séculos após,
para defender a posição brasileira na questão do Amapá.
Também entre Portugal e a Espanha, estabeleceu os
limites entre as colônias dos dois, na América do Sul,
respeitando a ocupação realmente exercida nos territórios
Tratado de Madri - 1750
e abando- nando inteiramente a "linha de Tordesilhas". (A
Colônia de Sacramento passaria para o domínio da
Espanha). Com esse Tratado o Brasil ganhou já um perfil
próximo ao de que dispõe hoje.
Ainda entre Portugal e Espanha. Seguiu em linhas gerais
Tratado de Santo Ildefonso -
os limites estabelecidos pelo Tratado de Madri, embora
1777
com prejuízo para Portugal no extremo sul do Brasil.
^
QUESTÕES DE CONCURSO

1. (FCC/TJ-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2014) A criação do Território Federal do

Amapá

a) ocorreu após a Guerra da Lagosta, conflito militar entre Brasil e França, que

ter- minou com a vitória brasileira e foi motivado pela disputa desses países pelo

direito à pesca na região.

b) concretizou-se após a arbitragem internacional realizada pelo governo da

Suíça, depois de o Barão do Rio Branco ter apresentado documento que

reivindicava a posse brasileira da região disputada pela França.

c) recebeu o aval da França e o reconhecimento internacional durante a Segunda

Guerra Mundial, período em que a região foi considerada geograficamente

estraté- gica pelos aliados.

d) resultou da compra, pelo Estado do Pará, da região que até então era parte da

Guiana Francesa, mas que possuía maioria de população brasileira e vivia da

explo- ração da cana-de-açúcar.

e) efetivou-se com o Tratado de Utrecht, assinado pelos governos do Brasil e da

França, que reconhecia o rio Oiapoque como fronteira entre os domínios

territoriais dos dois países.

2. (FCC/TCE-AP/TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO/2012) Na disputa final pela

posse do território que mais tarde comporia o estado do Amapá, em 1899, teve

grande importância a argumentação apresentada

a) por Francisco Xavier da Veiga Cabral.

b) pelo senador Candido Mendes Ferreira.


c) por Joaquim Caetano da Silva.

d) pelo Barão do Rio Branco.

e) por João Severiano Maciel.

3. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2016) As reformas pombalinas, no

período colonial, foram um conjunto de medidas decretadas pelo governo portu-

guês, que, entre outras mudanças, acarretaram a

a) fundação das companhias de comércio como a Companhia das Índias Ociden-

tais, para incrementar a exploração colonial e as trocas comerciais.

b) proibição da instalação de manufaturas, a fim de revitalizar o Pacto Colonial e

reforçar o poder português sobre a colônia, em plena atividade mineradora.

c) expulsão da Companhia de Jesus do território colonial brasileiro sob acusações

de conspiração, e o confisco de seus bens pelo Estado.

d) centralização do poder sobre a colônia pela Coroa portuguesa mediante a

extin- ção de órgãos administrativos e de cargos importantes, como o de vice-rei.

e) flexibilização da cobrança de impostos em troca de maior apoio político da

elite colonial, a fim de evitar o contrabando e a sonegação fiscal.

4. (FCC/TJ-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA APOIO ESPECIALIZADO/2014) No sé-

culo XVIII, tiveram grande impacto na administração colonial as chamadas refor-

mas pombalinas, que resultaram, entre outras consequências, na

a) criação de um governo geral como forma de centralizar a defesa e a

administra- ção em Salvador, capital da colônia.

b) concentração de poderes nas mãos do marquês de Pombal, que passa de

minis- tro a rei em virtude do êxito político e econômico de suas medidas.


c) opção pela monocultura da cana como carro-chefe da economia colonial,

sendo o engenho transformado em unidade administrativa autônoma.


d) abertura dos portos para nações amigas, levando à flexibilização do comércio,

ao surgimento de arraiais e ao desenvolvimento da vida urbana.

e) expulsão dos jesuítas de Portugal e de suas colônias, acompanhada do confisco

de seus bens e da dispersão dos índios abrigados nas missões.

5. (FGV/FISCAL DA RECEITA FEDERAL/2010) No final do século XIX, o Brasil e a

França envolveram-se numa disputa com relação a demarcação dos limites entre

o Amapá e a Guiana Francesa – a chamada Questão do Amapá. A argumentação

brasileira estava centralizada na localização de um rio e no texto de um tratado.

O rio e o tratado são, respectivamente:


a) Calçoene e Westfália.

b) Oiapoque e Utrecht.

c) Araguari e Madrid.

d) Oiapoque e Santo Ildefonso.

e) Caciporé e Westfália.

6. (FCC/AL-PB/ASSISTENTE LEGISLATIVO/2013) Assumindo os ideais iluministas

no reino, o Marquês de Pombal expulsou os jesuítas de Portugal e colônias. Na

Paraíba, os jesuítas foram expulsos por Pombal, em 1759. A consequência dessa

expulsão para a capitania foi a


a) criação de uma cultura formada por valores Indígenas Católicos.

b) expansão da pecuária sobre as terras dos indígenas no Sertão da Paraíba.

c) introdução de novos conhecimentos espirituais e científicos vindos da Europa.

d) intensificação dos conflitos que ocorriam entre colonos e os Tupis-Guaranis.

e) desarticulação do sistema de ensino mantido por essa Ordem Religiosa.


7. (FCC/MPE-RN/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2010) Durante a

União Ibérica, a Capitania do Rio Grande do Norte passou a fazer parte do

interesse expansionista de Filipe II da Espanha, tendo em vista

a) o sucesso da economia de subsistência praticada pelos índios potiguares no

interior da capitania, cuja produção poderia fornecer altos lucros no mercado con-

sumidor de produtos tropicais.

b) a constante invasão de povos estrangeiros na capitania, particularmente de

holandeses, que estabeleciam fortes laços de aliança com os indígenas da tribo

potiguar no sertão nordestino.

c) a posição geográfica da capitania, que possibilitava acesso estratégico à colô-

nia e exploração de todas as terras da costa brasileira, especificamente da região

nordestina.

d) a necessidade de expansão da colonização e a implantação de núcleos de

povo- amento, a organização e a criação de órgãos administrativos capazes de

promover a expulsão dos franceses da capitania.

e) o fracasso do sistema de capitanias hereditárias que favorecia incursões

estran- geiras, principalmente francesas, na capitania que colocavam em risco o

domínio espanhol em terras brasileiras.

8. (FGV/DPE-RO/TÉCNICO DA DEFENSORIA PÚBLICA/2015) Durante o processo

de União Ibérica (1580/1640), Portugal avançou o seu território na América,

resul- tando na transformação do espaço físico brasileiro que passou a ser

continental. Assim foi possível a ocupação da região norte e, especificamente, a

área do atual
Estado de Rondônia. Tal processo de ocupação de Rondônia se deu pela presença

dos jesuítas na região, buscando a catequização dos indígenas. Acerca da

conquista territorial de Rondônia entre os séculos XVII e XVIII, um outro grupo

responsável por esse processo foi:

a) a elite açucareira interessada na ampliação dos engenhos de açúcar na região

norte;

b) a elite pecuarista que avançou da região sul em busca de melhores pastagens;

c) os bandeirantes que buscavam a exploração econômica da região;

d) os produtores de borracha interessados na riqueza oferecida pelo produto no

exterior;

e) os produtores de soja que tinham o interesse de ampliar a sua produção.

9. (FCC/PM-AP/SOLDADO/2017) A formação de vilas de colonização portuguesa

na região do Amapá aconteceu quando foram:

a) descobertas jazidas de ouro nas encostas do rio Amazonas, próximas a sua foz,

por colonos aventureiros remanescentes da tripulação de Pedro Álvares Cabral, em

1621.

b) enviadas diversas tropas reais portuguesas para combater as tribos indígenas

da região, que foram completamente dizimadas nesses combates, em meados do

século XVI.

c) distribuídas as capitanias hereditárias, pela Coroa Portuguesa, em 1534, sendo

a capitania do Amapá a mais isolada e a de maior extensão territorial em toda a

colônia.

d) empreendidas ações de povoamento, no século XVIII, por Francisco Xavier de

Mendonça Furtado, quando este foi governador do Estado do Grão Pará e

Maranhão.

e) erguidas várias casas e uma praça central, no século XVII, pelo colonizador
português Francisco de Orellana que batizou esse lugar de Adelantado de Nueva

Andaluzia.
10. (FGV/SEAD-AP/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2010) “A conquista e

ocupação da Amazônia, no período colonial, foram empreendimentos conduzidos

pelo Estado,

planejados e executados com prioridade política pelo governo metropolitano”.


(Freitas Rezende, Tadeu Valdir. In: A conquista e a ocupação da Amazônia brasileira no período
colonial: a definição das fronteiras).

A partir do texto, analise as afirmativas a seguir.

I – Em 1621, a administração do Estado do Maranhão e Grão-Pará, entidade

polí- tica autônoma e independente do Estado do Brasil, passou a ser

diretamente subordinada ao governo de Lisboa, iniciando-se um processo

irreversível de exploração e penetração territorial pela vasta rede

hidrográfica amazônica.

II – Na primeira metade do século XVIII, Portugal passou a priorizar a definição

de suas fronteiras coloniais com o propósito de revisar os acordos

anteriores de limites e abolir o Tratado de Tordesilhas.

III – A aproximação das Coroas Ibéricas favoreceu as negociações diplomáticas

que resultaram na assinatura, em 1750, do Tratado de Madri, que

legalizou, pelo argumento de posse da terra (uti possidetis) e pela busca de

fronteiras naturais, a ocupação da Amazônia.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.


11. (CESPE/TJ-RO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) O recrutamento de colonos para

povoar regiões consideradas estratégicas por Portugal em sua colônia americana

foi uma das medidas políticas empreendidas pelo Marquês de Pombal, por meio

de uma política colonial claramente mercantilista, com o objetivo de fortalecer o

po- der da realeza e reduzir históricos privilégios concedidos a comerciantes

ingleses. Nesse sentido, a decisão tomada pelo governo de Lisboa de enviar

colonos prove- nientes dos Açores e de Mazagão, no norte da África, para a

região Norte brasileira foi motivada:

a) pelo comprovado sucesso do emprego de mão de obra imigrante nas lavouras

de café no centro-sul da colônia, fato que indicava bons prognósticos para sua

uti- lização na Amazônia.

b) pela urgente necessidade de povoar o Norte do Brasil, uma vez que, em face

da crescente pressão exercida por Inglaterra, França e Holanda, era preciso

integrar a área às demais regiões da colônia.

c) pela expansão da produção aurífera ao longo do século XVIII, cujo andamento

das atividades dependia do fornecimento de gêneros alimentícios produzidos nos

mais diversos pontos da colônia.

d) pela necessidade de controle do território do Norte, que permitiria ao governo

de Portugal ampliar seus domínios americanos e, a partir do mapeamento

hidrográ- fico da Amazônia, controlar a estratégica bacia platina.

e) pelo fato de as correntes migratórias externas poderem substituir, com vanta-

gem, as populações nativas que, nesse contexto, haviam sido dizimadas em larga

medida.
12. (ESPCEX/2016) As relações entre a metrópole e a colônia foram regidas pelo
chamado pacto colonial, sendo este aspecto uma das principais características do
estabelecimento de um sistema de exploração mercantil implementado pelas na-
ções europeias com relação à América. Com relação ao Brasil, do que constava
este pacto?
a) As colônias só poderiam produzir artigos manufaturados.

b) A produção agrícola seria destinada, exclusivamente, à subsistência da colônia.


c) A produção da colônia seria restrita ao que a metrópole não tivesse condições
de produzir.
d) A colônia poderia comercializar a produção que excedesse às necessidades da
metrópole.
e) Portugal permitiria a produção de artigos manufaturados pela colônia, desde
de que a matéria-prima fosse adquirida da metrópole.

13. (ESPCEX/2006) O sistema de Capitanias Hereditárias era regulamentado por


dois documentos jurídicos, que definiram os direitos e os deveres dos donatários.
Um desses documentos cedia ao donatário uma ou mais capitanias, a
administração sobre ela, as suas rendas e o poder legal para interpretar e
ministrar a lei. O outro estabelecia os direitos e deveres dos donatários, como
promover a prosperidade da capitania, conceder sesmarias, receber a redizima
das rendas da metrópole e a vintena da comercialização do pau-brasil e do
pescado.
Esses documentos eram, respectivamente:

a) Carta de Doação e Foral


b) Foral e Regimento de Tomé de Souza
c) Carta de Doação e Regimento de Tomé de Souza
d) Foral e Carta de Doação
e) Regimento de Tomé de Souza e Foral
14. (UNAERP/SP) Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de

ocupação do Brasil seria através da colonização. Era necessário colonizar,

simulta- neamente, todo o extenso território brasileiro. Essa colonização dirigida

pelo gover- no português se deu através da:

a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.

b) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais.

c) criação das capitanias hereditárias.

d) montagem do sistema colonial.

15. (CFSD/PM-PA) O ano de 1570 marca a publicação da primeira lei da Coroa

Por- tuguesa proibindo a escravização indígena na colônia estabelecida no Novo

Mundo. O efeito concreto dessa legislação foi:

a) a disputa acirrada com outras potências europeias pelo controle dos nativos do

novo continente recém descoberto.

b) a escalada da luta das elites coloniais pela revogação da proibição de

exploração compulsória da mão de obra africana.

c) alianças e conflitos com diferentes grupos indígenas, através dos quais foi ne-

gociada a expansão colonialista portuguesa.

d) a escolha pela escravização de africanos, pela completa impossibilidade de ex-

ploração do trabalho indígena.

e) o aumento de conflitos entre missionários de ordens religiosas, colonos portu-

gueses e autoridades coloniais pela exploração da mão de obra indígena.


16. (FUVEST) Os indígenas foram também utilizados em determinados momen-

tos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar

problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que

talvez tenha importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as

dificuldades de seu apresamento, transporte etc. Mas na “preferência” pelo

africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do sistema mercantilista de

colonização; esta se pro- cessa num sistema de relações tendentes a promover a

acumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o

abastecimento das colônias com escravos, abria um novo e importante setor do

comércio colonial, enquanto o apresamento dos indígenas era um negócio interno

da colônia. Assim, os ganhos comerciais resultantes da preação dos aborígines

mantinham-se na colônia, com os colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a

acumulação gerada no comércio de africanos, entretanto, fluía para a metrópole;

realizavam-na os mercadores me- tropolitanos, engajados no abastecimento

dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o segredo da melhor “adaptação” do negro à

lavoura ... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que se pode

entender a escravidão africana colonial,


e não o contrário.
(Fernando Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec,
1979. p; 105. Adaptado).

Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa:

a) os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africa-

na, e por isso a metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produ-

tivos e mais rentáveis.

b) os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que

os indígenas, o que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em

gastar mais para a obtenção, na África, daqueles trabalhadores.


c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropo-

litanos preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos,

enquanto outros os consideravam uma “mercadoria”.

d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu

decisivamente para que, a partir de certo momento, também escravos africanos

fossem empregados na lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de

pessoas.

e) o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato

de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a

abertura de um rentável comércio para a metrópole, que se articulava perfeita-

mente às estruturas do sistema de colonização.

17. (PUC-RIO/2009) Sobre as características da sociedade escravista colonial

da América portuguesa estão corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO de

uma. Indique-a.

a) O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pela

utilização dos índios – denominados “negros da terra” – como mão de obra.

b) Na América portuguesa, ocorreu o predomínio da utilização da mão de obra

escrava africana seja em áreas ligadas à agroexportação, como o nordeste açu-

careiro a partir do final do século XVI, seja na região mineradora a partir do

século XVIII.

c) A partir do século XVI, com a introdução da mão de obra escrava africana,

a escravidão indígena acabou por completo em todas as regiões da América

portuguesa.
d) Em algumas regiões da América portuguesa, os senhores permitiram que al-

guns de seus escravos pudessem realizar uma lavoura de subsistência dentro dos

latifúndios agroexportadores, o que os historiadores denominam de “brecha cam-

ponesa”.

e) Nas cidades coloniais da América portuguesa, escravos e escravas trabalharam

vendendo mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo conhecidos como

“es- cravos de ganho”.

18. (IPAD/IPAD/PC-AC/2012) Durante os embates relacionados à disputa entre

Brasil e Bolívia pelo controle da região do atual estado do Acre, destacou-se a

atu- ação do Barão de Rio Branco e de Assis Brasil, que, em novembro de 1903

conse- guiram, por meio da diplomacia, aprovar a assinatura de um acordo entre

as duas nações, o qual ficou conhecido como:

a) Tratado de Madri.

b) Tratado de Santo lldefonso.

c) Tratado de Petrópolis.

d) Tratado Badajoz.

e) Tratado de Utrecht.

19. (FCC/TCE-AP/TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO/2012) Considere as seguintes

afirmações sobre a agropecuária do Amapá.

I – O rebanho bovino do estado é o maior da região

amazônica. II – Os bubalinos são mais numerosos que os

bovinos.

III – A área destinada a pastagens é mais extensa que a destinada aos cultivos.
Está correto o que se afirma APENAS em

a) I.

b) I e II.

c) I e III.

d) II.

e) II e III.

20. (FGV/SEAD-AP/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2010) Na segunda metade do

século XIX, as terras do sul do Amapá foram incorporadas à economia da

borracha. Alguns fatores responsáveis pela expansão da economia da borracha

pelo vale do Amazonas estão relacionados a seguir, à exceção de um. Assinale-o.

a) O aumento da demanda externa.

b) As inovações tecnológicas.

c) A ocorrência de espécies gomíferas.

d) O crescimento do consumo regional.

e) A disponibilidade de mão de obra barata.


GABARITO
1. b

2. d

3. c

4. e

5. b

6. d

7. c

8. c

9. e

10. e

11. b

12. c

13. d

14. c

15. d

16. e

17. c

18. c

19. e

20. d

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