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HISTÓRIA DO
MATO GROSSO
História do Mato Grosso - Parte I – Período
Colonial
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO MATO GROSSO
História do Mato Grosso - Parte I – Período Colonial
Cleber Monteiro
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
História do Mato Grosso – Parte I – Período Colonial................................................................................4
Formação Histórico–territorial do Estado do Mato Grosso....................................................................4
Tratado de Tordesilhas.................................................................................................................................................5
Bandeiras Paulistas........................................................................................................................................................6
A Fundação de Cuiabá....................................................................................................................................................7
Os irmãos Leme. . ................................................................................................................................................................9
As Monções........................................................................................................................................................................12
Consolidação da Posse Portuguesa. . ..................................................................................................................14
Tratados e Limites.. ........................................................................................................................................................17
A Província de Mato Grosso e o Império Brasileiro. ....................................................................................19
Oficialização da Capital em Cuiabá.....................................................................................................................20
A Rusga.................................................................................................................................................................................21
Guerra da Tríplice Aliança. . ....................................................................................................................................... 22
Escravidão Africana e Resistência......................................................................................................................25
Economia do Mato Grosso durante a Colônia e a República................................................................29
Erva Mate...........................................................................................................................................................................29
Poaia......................................................................................................................................................................................30
Cana-de-açúcar...............................................................................................................................................................30
Pecuária e Saladeiros.. .................................................................................................................................................31
Resumo................................................................................................................................................................................33
Exercícios............................................................................................................................................................................36
Gabarito...............................................................................................................................................................................56
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................57
Referências........................................................................................................................................................................86
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História do Mato Grosso - Parte I – Período Colonial
Cleber Monteiro
Apresentação
Olá, futuro(a) concursado(a)!
Como você está? Firme e forte nos estudos? Sou o professor Cleber Monteiro, graduado
em Geografia e pós–graduado em coordenação pedagógica e supervisão escolar. Aprovado
nos concursos da Polícia Militar do estado de São Paulo (PMSP) e Polícia Militar do estado de
Santa Catarina (PMSC). Atualmente sou professor do Colégio Militar Dom Pedro II em Brasília,
e ministro aulas em vários cursos preparatórios para carreiras militares e concursos públicos
nas disciplinas de geopolítica, RIDE–DF, atualidades, e história e geografia dos estados e mu-
nicípios. Agora estamos juntos através do Gran Cursos, para que você possa conseguir a sua
tão sonhada aprovação no serviço público.
Você verá, ao longo desse material, que estudar a história e a geografia de um município,
por maior que seja o conteúdo, é muito tranquilo. Como em todas as outras disciplinas, iremos
nos utilizar de uma estratégia para que você poupe seu tempo e consiga assimilar a maior
quantidade de informações necessárias para a sua prova, sempre focando naqueles assuntos
pertinentes e presentes em certames anteriores.
Ao longo desse material, você encontrará dicas e lembretes que te ajudarão na compre-
ensão do conteúdo. Nesta etapa, iremos focar e destrinchar a história colonial e imperial do
Mato Grosso, especialmente os principais acontecimentos desses períodos. Ao final da aula,
teremos uma bateria de questões comentadas a serem resolvidas. Lembrem–se, só passa em
concurso quem faz questões, portanto, faça todas!
Eu e toda a equipe do GRAN estamos aqui para oferecer tudo o que for necessário para sua
aprovação. Em caso de dúvidas, entre em contato através do fórum, terei um enorme prazer em
te atender. Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir.
Cleber Monteiro – @Profclebermonteiro
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Tratado de Tordesilhas
Inicialmente, o território mato–grossense era espanhol. Assim, os espanhóis foram os pri-
meiros a explorar a região. No entanto, o pioneiro na região foi o português Aleixo Garcia, mem-
bro da expedição espanhola, que com outros cinco companheiros organizaram uma expedição
com mais de dois mil índios, e se dirigiram para o interior do continente. Garcia e os demais
membros da caravana chegaram ao Pantanal mato–grossense através do Rio Paraguai, e atin-
giram o Império inca, próximo a Bolívia, onde saquearam vilarejos, e resolveram retornar ao
litoral para buscar reforços.
Aleixo Garcia participou da caravana que naufragou no Rio da Prata e refugiou–se na ilha de
Santa Catarina. Na ilha, Garcia e outros sobreviventes criaram relações amistosas com índios
Guaranis e os indagava constantemente sobre a existência de metais preciosos. Ele foi assas-
sinado em Mato Grosso após um ataque realizado pelos Paiaguá ao acampamento criado por
ele, localizado próximo à atual cidade de Corumbá.
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res abandonaram a região por pressão dos bandeirantes paulistas. Portanto, as tentativas de
ocupação espanhola na região não prosperaram, fazendo com que vilas, missões jesuíticas e
portos fossem abandonados. Esse abandono foi motivado, também, pela descoberta das mi-
nas do Potosí em 1545, e pela comprovação de que não existia riquezas no Lago de Xarayes.
Tudo isso contribuiu para ocupação portuguesa na região.
Bandeiras Paulistas
Desde o século XVI, portugueses organizaram expedições para explorar o interior do Bra-
sil. Todavia, foi somente o século XVII que os bandeirantes ganharam maior relevância, sendo
São Paulo o centro irradiador. O bandeirismo foi fundamental para a expansão geográfica dos
domínios portugueses, consequentemente, ultrapassando o meridiano de Tordesilhas.
Objetivos das bandeiras
Busca de metais
preciosos.
Entre as principais bandeiras pioneiras que devastaram o território de Mato Grosso, pode-
mos destacar as de André Fernandes, que contornou a ilha do Bananal e atravessou os muni-
cípios de Novo Santo Antônio, São Félix do Araguaia, Luciara e Santa Terezinha, e a de Antônio
Raposo Tavares, que organizou vários ataques às missões jesuíticas do Itatim, iniciando a
travessia do continente sul–americano pelos rios Paraguai, Guaporé, Mamoré e Madeira, até
atingir a foz do Rio Amazonas. A expedição de Manoel de Campos Bicudo também merece
destaque, pois esteve na confluência dos rios Cuiabá e Coxipó, além da Chapada dos Guima-
rães e na região do Araguaia.
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A Fundação de Cuiabá
Em 1717, a bandeira de Antônio Pires de Campos atingiu a foz do Rio Coxipó, local em que
havia um pouso de passagem para os bandeirantes. Analisando a região, encontrou–se com
uma aldeia da nação Coxiponé. Campos realizou várias prisões de indígenas e queimou suas
malocas. Quando retornava para São Paulo, deparou–se com a bandeira de Pascoal Moreira
Cabral, que resolveu concluir as ações de Antônio Pires aos remanescentes Coxiponé. Porém,
os nativos impuseram uma forte resistência à nova bandeira, obrigando–os a recuarem para
São Gonçalo Velho e esperarem reforços para continuar a empreitada.
Na mesma região, nas margens do Rio Coxipó, Pascoal Moreira Cabral descobriu a presen-
ça de ouro, alterando os objetivos iniciais dos bandeirantes, ou seja, eles iriam parar de buscar
índios para serem aprisionados para, então, começar a exploração do metal precioso. Não obs-
tante, a chegada de outras expedições fez com que Pascoal buscasse meios para reivindicar
a descoberta e garantir o direito à exploração. Ele fez um termo comunicando às autoridades
paulistas o grande achado e, posteriormente, despachou ao governador o registro escrito e
algumas amostras de ouro.
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Esse documento data de 8 de abril de 1719, data escolhida para assinalar a fundação de
Cuiabá. São Gonçalo Velho deixou, então, o aspecto de acampamento provisório e tornou–se
o primeiro arraial na área do atual município de Cuiabá.
A descoberta das minas auríferas provocou uma intensa onda migratória de paulistas para
a região de Cuiabá, uma vez que os paulistas tinham sido expulsos de Minas Gerais após sua
derrota na Guerra dos Emboabas. A notícia da descoberta se espalhou muito rapidamente,
sendo apresentada ao Conselho Ultramarino, em Lisboa, no dia 31 de outubro de 1719. Impor-
ta lembrar que inúmeras expedições formadas por paulistas e forasteiros foram para Cuiabá
desconhecendo o caminho que deveriam percorrer, fazendo com que, em vez de encontrar o
ouro, encontrassem a morte.
Em 1721, um novo arraial na região dos rios Coxipó e Mutuca surgiu, o qual recebeu o nome
de Forquilha, criado pelo bandeirante Antônio de Almeida Lara. No arraial foi erguida a Capela de
Nossa Senhora da Penha de França, e uma missa de ação de graças pelos minerais achados foi
celebrada. Posteriormente, esse arraial foi chamado de Coxipó do Ouro, e teve como padroeira
a Nossa Senhora do Rosário, tendo sido elevado à condição de distrito do município de Cuiabá.
Uma nova reserva de ouro foi encontrada em 1722 por dois índios que trabalhavam na con-
dição de escravos. O achado localizava–se na região onde atualmente ergue–se a Igreja de
Nossa Senhora do Rosário e São benedito, na margem do Córrego Prainha. No primeiro mês,
aproximadamente 400 arrobas de ouro foram extraídas, o que seria algo em torno de seis mil
quilos. Vários sertanistas foram para a região que ficou conhecida como Lavras do Sutil, origi-
nando um novo arraial sob a invocação do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, nome posteriormente
simplificado para Cuiabá.
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Essa nova área de exploração aumentou o interesse da Coroa portuguesa, que travava
constantes disputas contra os espanhóis. Os portugueses poderiam perder o controle das mi-
nas para os próprios súditos, pois a ocupação do Vela do Rio Cuiabá foi resultado da ação de
indivíduos movidos por ambição de riquezas, sem que houvesse participação direta do Estado
no financiamento deste empreendimento.
Os irmãos Leme
Os metais descobertos em Cuiabá despertaram grandes temores nas autoridades metro-
politanas e em seus representantes na Colônia. Eles tinham o receio que a região se tornasse
alvo de cobiça espanhola, pois as minas eram vizinhas aos seus domínios. Por outro lado, o
alto fluxo migratório reuniu muitas pessoas em um local distante e inóspito, fora do controle
da Coroa portuguesa. Essa realidade poderia criar lideranças que desafiariam o poder central
e estimulariam uma revolta contra Portugal.
Era necessário, então, estabelecer autoridade nas minas cuiabanas, instalando na região
um aparato político–administrativo e fiscal capaz de conter a inquietude da população. É im-
portante mencionar que muitos habitantes daquele local já haviam vivenciado realidades pa-
recidas em Minas Gerais, como, por exemplo, a Revolta de Vila Rica. A missão foi atribuída a
Rodrigo César de Menezes, governador da capitania de São Paulo, à qual Mato Grosso perten-
cia até o ano de 1748.
Para administrar a região das minas nos primeiros anos de ocupação portuguesa, os pró-
prios moradores elegeram Fernando Dias Falcão para capitão–mor, e Pascoal Moreira Cabral
para o cargo de guarda–mor. Em 1719, João Leme da Silva e Lourenço Leme, irmãos serta-
nistas oriundos de Itu, onde moravam, desembarcaram em São Gonçalo Velho. Considerados
foras da lei, foram responsáveis por uma lista extensa de violências praticadas em São Paulo e
nas Minas Gerais. Os delitos da dupla incluíam estupros e assassinatos, como o do sertanista
Antônio Fernandes de Abreu em 1717.
A ordem nas minas começou a ser ameaçada pelos irmãos, que romperam com Moreira
Cabral e Dias Falcão. Uma das motivações da discórdia foi a disputa pela vigararia de Cuiabá,
pois os irmãos queriam que o Padre Manuel de Campos Bicudo assumisse a função eclesiásti-
ca. Porém, essa função era exercida pelo Padre Francisco Justo, nomeado pelo Rio de Janeiro.
Os Leme afirmavam que Moreira Cabral e Dias Falcão não iriam expulsar o sacerdote de Cuia-
bá, e logo começaram a realizar contra ele uma série de violências para forçar sua fuga.
A Coroa Portuguesa já tinha experiência para colocar em prática meios de controle da po-
pulação mineradora. O governador atribuiu aos irmãos importantes cargos de mando em Cuia-
bá: provedor dos quintos para Lourenço Leme, e mestre de campo regente para João Leme.
Dessa forma, o governo central conseguia uma aproximação dos poderosos locais com a es-
trutura estatal, tornando–os agentes para a instalação do governo metropolitano nos sertões
cuiabanos em troca de benefícios.
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Obrigatoriedade de
Medidas
Interdição do caminho
Evitar incidente com as
que atravessava o Campo
autoridades espanholas
das Vacarias
Proibição de abertura de
novas picadas na direção
de Cuiabá.
Essas medidas eram disciplinadoras para o povoamento tão distante, com o objetivo de
impedir qualquer movimento desordenado.
O estabelecimento da governança portuguesa na região necessitava da vinda do governa-
dor ao arraial, pois era preciso fiscalizar as minas cuiabanas, proporcionando maior eficiência
na arrecadação dos impostos devidos à Coroa, motivar a descoberta e exploração de novas
áreas auríferas, além de integrar aquela região à América portuguesa.
No dia 16 de julho de 1726, Rodrigo César de Menezes partiu para Cuiabá acompanhado
de aproximadamente três mil pessoas, chegando ao destino quatro meses depois. Uma das
primeiras providências tomadas pelo governador foi cumprir a determinação de Dom João V:
fundar uma vila nas proximidades de Cuiabá. Em 1 de janeiro de 1727, o arraial surgido nas La-
vras do Sutil tornou–se a Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, implantando uma estrutu-
ra político–administrativa e jurídica para atender os objetivos da Coroa Portuguesa na região.
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Dessa maneira, Cuiabá ganhou uma posição privilegiada entre as cidades do mundo por-
tuguês, pois se tornou sede de município com aparato judiciário e administrativo na própria lo-
calidade. Quando Cuiabá foi elevada à categoria de vila, Rodrigo César de Menezes começou a
organizar o espaço português em território mato–grossense, criando os fundamentos do Esta-
do metropolitano. Uma outra medida adotada foi a concessão de sesmarias, espécie de recom-
pensa oferecida pela Metrópole. Cultivar a terra era um pré–requisito para receber a sesmaria,
sendo necessário ao suplicante ter poder econômico e escravos para conseguir as terras.
Mudar a sede do governo paulista para Cuiabá possibilitou uma estruturação da organiza-
ção fiscal na própria área mineradora, ocasionando um aumento da Fazenda Real, fortalecendo
economicamente o reino português. Rodrigo César de Menezes foi, ainda, o responsável pela
criação da Casa de Fundição na própria capital paulista para marcar com o selo português o
ouro retirado das lavras. Menezes estabeleceu cobrança dos quintos por bateias, e mandou le-
vantar posto de registro no Rio Grande para fiscalizar todos os produtos que por ali passavam.
Logo após seu desembarque na região mineradora, Menezes impôs punições aos cati-
vos que ocultavam o ouro extraído das lavras, além de combater práticas julgadas desviantes
aos propósitos de aumento do tesouro real, como jogatinas, bebedeiras, prostituição, arrua-
ças e roubos.
Todas essas medidas rigorosas impostas aos moradores de Cuiabá tinham o objetivo de
contribuir para o enriquecimento da Coroa portuguesa. Porém, dentro da própria estrutura go-
vernamental havia pessoas que defendiam o pensamento oposto, como podemos observar
nos roubos dos quintos reais recolhidos nas minas cuiabanas.
Em 1728, foi encaminhado a Lisboa o quinto recolhido nas minas durante a estada do gover-
nador. A contribuição dos cuiabanos foi recebida em cerimônia por Dom João V e vários mem-
bros da família e do governo. Quando abriram as caixas lacradas em São Paulo, tomou–se
conhecimento de que o ouro foi trocado por chumbo. Esse fato escancarou a corrupção na
administração dos territórios ultramarinos. O furto havia sido cometido por algum funcionário
que tinha acesso aos quintos reais, sendo futuramente identificado e responsabilizado Sebas-
tião Fernandes do Rego, o mesmo que havia tramado contra os irmãos Leme em 1723.
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A área de exploração que teve maior importância durante a dispersão populacional foi a
área das minas do Vale do Guaporé, local onde, posteriormente, criaram a Vila Bela da Santís-
sima Trindade. A descoberta foi atribuída aos irmãos Fernando e Artur Paes de Barros, que
localizaram aluviões auríferos perto do Rio Galera, afluente do Guaporé, após passarem por
uma mata densa e fechada a que chamaram de Mato Grosso. Novas descobertas de ouro ori-
ginaram vários novos arraiais. Os portugueses precisavam assegurar a posse dos territórios
explorados, pois juridicamente eram terras espanholas.
As Monções
A política das sesmarias, estabelecida por Rodrigo César de Menezes em Cuiabá, gerou
uma estrutura de produção voltada para gêneros básicos, pois o abastecimento dos distritos
mineradores adquiria uma importância para manter a ordem e o desenvolvimento da área con-
quistada. Dessa forma, o estabelecimento de propriedades rurais resultou no surgimento de
um sistema agropastoril para abastecimento interno das minas, suprindo, assim, as necessi-
dades alimentares básicas da população.
Desde a descoberta de metais preciosos até por volta de 1838, a comunicação entre Cuia-
bá e São Paulo ocorreu através da navegação fluvial, surgindo as monções. Elas ocorriam de
duas formas distintas: as formadas pelo governo e as efetuadas por iniciativa particular. As
do governo levavam forças militares e autoridades administrativas, já as monções particulares
realizavam comércio com as áreas mineradoras.
Instrumentos de
trabalho
Porcos
Escravos
Galinhas
Animais
Produtos comercializados
Bois
nas monções
Cavalos
Sal
Vinho
Produtos
Armas
Manufaturados
Objetos para
Pólvora
cultos religiosos
Tecidos
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Geralmente, o roteiro percorrido incluía os rios Tietê, Grande (Paraná), Pardo, Coxim, Taqua-
ri, Paraguai, Porrudos (São Lourenço) e Cuiabá. As saídas das monções com destino à Cuiabá
ocorriam entre abril e junho. Cada batelão poderia levar até seis mil quilos de mercadoria,
sendo movimentado por remos e guiado por um piloto que mantinha o curso da embarcação
com um leme.
O percurso hídrico, que era superior a 3.500 km e precisava de aproximadamente cinco
meses para ser finalizado, apresentava diversos obstáculos, dentre eles:
• ambientes inóspitos;
• variação do volume de água nos rios;
• cachoeiras que precisavam ser transpostas;
• enfermidades tropicais;
• dificuldades na obtenção de alimentos;
• naufrágios;
• ataques indígenas.
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formalizada em 1748. A Capitania abrangia os atuais estados de Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul e Rondônia.
A Capitania fazia uma imensa fronteira com os territórios da Espanha, e era vista pelos por-
tugueses como uma barreira de proteção ao avanço hispânico, tendo os seguintes propósitos:
• proteger seus núcleos populacionais;
• proteger as minas auríferas;
• coibir o avanço das missões jesuíticas espanholas;
• garantir o tráfego fluvial pelos rios Paraguai e Guaporé.
O primeiro governador da Capitania foi Antônio Rolim de Moura em 1748. Em 1749, rece-
beu um documento da Rainha Mariana Vitória, com 32 medidas que deveriam ser praticadas
na administração da Capitania. Entre elas, podemos destacar:
• Fundar a capital no Vale do Guaporé e estimular seu povoamento com privilégios e isen-
ções de impostos;
• Criar tropas militares para guarnecer a fronteira e manter a segurança do território;
• Agir com diplomacia junto aos colonos de Castela nas questões fronteiriças;
• Proceder a levantamento cartográfico para fixar os limites de Mato Grosso com a capi-
tania de Goiás e o Grão–Pará;
• Verificar a possibilidade de estabelecer navegação e comércio com o Grão–Pará pela
Bacia Amazônica;
• Criar aldeamento para índios mansos;
• Incentivar a criação de gado e de cavalos;
• Proibir a extração de diamantes.
O governador da capitania de Mato Grosso era o responsável pela execução da política me-
tropolitana para a região, organizando as iniciativas de povoamento e produção, além de me-
lhorar a fiscalização e o controle do processo de colonização. Porém, não podemos esquecer
de que sua função era também, essencialmente, militar e diplomática, já que era responsável
por coordenar a defesa do território e estabelecer negociações com as autoridades coloniais
espanholas em nome da monarquia portuguesa.
As Instruções Régias recebidas por Rolim de Moura deixavam claro que, por motivos estra-
tégicos, a sede do governo da Capitania não seria em Cuiabá, o mais antigo e principal núcleo
urbano do oeste da Colônia. Essa atitude provocou insatisfação entre os moradores da Vila
Real, que se sentiram desprestigiados pela Coroa.
Continuando com o cumprimento da ordem régia, Rolim de Moura foi até o Vale do Guaporé
para fundar a vila–capital. Após inspecionar alguns arraiais, o governador decidiu pelo lugar
chamado de Pouso Alegre. Teoricamente, esse sítio preenchia todos os requisitos estabele-
cidos, entre eles a necessidade de localização às margens do Rio Guaporé, terreno alto, e um
clima ameno.
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Tratados e Limites
A soberania portuguesa sobre a região de Mato Grosso envolveu a assinatura de outro
acordo: o Tratado de Madri. Negociado entre os governos ibéricos desde a década de 1740,
o tratado abarcou, além de Mato Grosso, as questões fronteiriças ao sul e norte da Colônia,
atendendo os interesses de ambas as partes.
Durante a negociação do acordo, Alexandre de Gusmão utilizou o princípio do uti possidetis
para garantir a ampliação do território colonial. De acordo com esse fundamento, a determi-
nação da posse era dada pela efetiva ocupação, permitindo a Portugal incorporar todos os
domínios conquistados pelos bandeirantes, sertanejos, religiosos e militares que violaram o
Tratado de Tordesilhas. Em relação aos espanhóis, para manter o controle sobre a região plati-
na, ficaram com a Colônia do Sacramento e cederam aos portugueses a região dos Sete Povos
das Missões, onde a população deveria ser transferida para outro local do território espanhol.
Em 1751, foram formadas pelas coroas ibéricas uma comissão para demarcar os limites
sul–americanos. Em 1754, eles realizaram um marco divisório na foz do Rio Jauru, em uma
área longe de inundações, de maneira a dividir fisicamente o espaço referente a cada monar-
quia e a não gerar mais discussões futuras sobre a posse.
Todavia, a demarcação das novas fronteiras criou uma forte resistência na região dos Sete
Povos das Missões. Esse fato ganhou mais força durante a Guerra dos Sete Anos na Europa e
suspendeu o Tratado de Madri temporariamente. Em 1761, foi instituído o Tratado de El Pardo,
cancelando a última demarcação fronteiriça e estabelecendo que os limites voltassem a ser os
determinados pelo Tratado de Tordesilhas em 1494. Inclusive, o Tratado de El Pardo ordenou
que todas as balizas fronteiriças criadas fossem destruídas. Contudo, o Marco do Jauru con-
seguiu manter–se de pé e foi assentado, em 1883, na Praça Barão do Rio Branco em Cáceres.
Os acordos em relação à fronteira ficaram pendentes até 1777, com a assinatura do Trata-
do de Santo Ildefonso. Esse novo tratado redefiniu as fronteiras criadas pelo Tratado de Madri,
pois usou como base a ocupação efetiva como garantia de posse dos territórios.
Principais alterações
Cessão da Colônia do
Sacramento e dos Sete Povos das
realizadas
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O primeiro fundou a Vila Bela da Santíssima Trindade (1752), a Missão de São José (1754)
e o Forte Nossa Senhora da Conceição (1763), que posteriormente passou a ser chamado
de Forte Bragança. Os sucessores, João Pedro da Câmara e Luís Pinto de Souza Coutinho,
focaram no incremento populacional da Vila-capital, seu desenvolvimento econômico e seu
fortalecimento militar.
Não obstante, foi Luís de Albuquerque que buscou implantar outras vilas, fortalezas e gran-
des projetos militares entre os imensos sertões, para barrar um possível avanço espanhol nas
terras a oeste de Mato Grosso. O principal objetivo da criação das vilas e fortes era reafirmar a
pertença daquele território ao reino português.
Suas ações relacionadas à defesa e militarização da fronteira podem ser observadas na
edificação do Forte Coimbra, construído junto à margem direita do Rio Paraguai, entre os anos
de 1775 e 1792, e no Forte Príncipe da Beira, erguido junto à margem do Rio Guaporé. Para
ajudar o Forte Coimbra na consolidação do domínio português, foi estabelecido em 1778 o
povoado de Albuquerque (atual Corumbá). Por sua vez, o Forte Príncipe da Beira tinha o apoio
de vários povoados habitados por indígenas, sendo Balsemão, Lamego e Leomil os maiores.
As preocupações de Luís de Albuquerque também estavam voltadas para o controle inter-
no do território, como apresenta a construção dos registros de Jauru, atual Porto Esperidião, e
da Ínsua na estrada entre Mato Grosso e Goiás, os dois no ano de 1774. Nesses locais estraté-
gicos de vias de circulação, impostos devidos à Coroa eram cobrados. A estratégia portuguesa
de manter a posse e oficializar seu domínio foi completada com a construção do Presídio de
Miranda (1792) e do Forte Iguatemi (1767), ambos no sul da capitania.
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A criação dessas povoações e fortalezas somente foi possível porque a Coroa portuguesa
mudou para os colonos parte dos custos pela defesa militar da fronteira. Dessa forma, a elite
da Capitania era instada a assumir parte das despesas com expedições, construções e manu-
tenção de fortes, e instalação de povoações. Por sua vez, os colonos deveriam ser convertidos
em força armada quando a soberania portuguesa fosse ameaçada. Em caso de ameaça de
outros países, as províncias do Grão–Pará e a capitania de Goiás deveriam reforçar a fronteira
com Mato Grosso. Importa mencionar que os colonos aceitaram esses encargos em busca de
privilégios honoríficos e de benefícios diversos.
Outra forma utilizada para consolidar os núcleos urbanos era a incorporação de índios
nos propósitos colonizadores. Nesse processo, os índios foram fundamentais para a forma-
ção de núcleos urbanos em lugares inóspitos e isolados, sendo utilizados como soldados e
povoadores.
Uma maneira comum de efetivar essa incorporação, na época, era cooptar aldeados em
Moxos e Chiquitos, de modo a transferi–los com suas famílias para o lado português da fron-
teira. Com a expulsão da Companhia de Jesus das colônias espanholas, ocorreu uma intensa
migração dos ameríndios de Moxos e Chiquitos para a Capitania de Mato Grosso. Para os
portugueses, a integração desses índios não seria apenas um incremento populacional, mas
também o despovoamento dos territórios espanhóis. Entre os povoados que tinham em sua
composição indígenas das missões espanholas, podemos citar São Pedro del Rey, Albuquer-
que e Vila Maria.
A denominação cidade de Mato Grosso foi utilizada durante 160 anos; somente em 1978 a
localidade voltou a ostentar em sua toponímia a designação Vila Bela da Santíssima Trindade.
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"FICA DECLARADA
CAPITAL DA "FICAM REVOGADAS
PROVÍNCIA DE AS DISPOSIÇÕES EM
MATO GROSSO A CONTRÁRIO."
CIDADE DE CUIABÁ"
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Com a transferência da capital, a antiga Vila Bela foi oficialmente destituída de suas prer-
rogativas, sendo que as origens estão em um grande projeto realizado pela Coroa portuguesa.
Vila Bela tornou–se esquecida na memória histórica brasileira e praticamente todas as suas
construções ruíram–se. Somente algumas fundações permaneceram até os dias atuais, entre
elas as Igrejas de Santo Antônio dos Militares e de Nossa Senhora do Carmo. Além disso, na
Igreja Matriz da Santíssima Trindade, mantiveram–se suas monumentais paredes em adobe.
No início do século XX, o Marechal Rondon salvou da destruição o Palácio dos Capitães–Ge-
nerais, reformando–o e transformando–o na sede de estação telegráfica. Atualmente, lá fun-
cionam o Museu Histórico e a Secretaria de Cultura do município.
A Rusga
Após o período de independência, o cenário político do Brasil fragmentou–se em duas
esferas supremas que travavam uma verdadeira disputa por poder. Os políticos liberais apoia-
vam a autonomia das províncias diante da política, e uma verdadeira reforma de práticas esta-
belecidas no período da colonização. Em contrapartida, os portugueses fundamentavam sua
defesa em centralizar a política e retificar os privilégios desfrutados antes da Proclamação da
Independência.
Após a saída de Dom Pedro I e o início do governo regencial, a competição entre os grupos
políticos se tornou ainda mais acirrada, chegando ao ponto de desencadear diversas revoltas
pelo Brasil. No Mato Grosso, o conflito entre os liberais e os conservadores era representado
pela “Sociedade dos Zelosos da Independência” e a “Sociedade Filantrópica”, respectivamente.
Em 1834, os desacordos na província resultaram em um confronto bastante violento chama-
do de Rusga.
De acordo com os historiadores, os mato–grossenses liberais sistematizaram uma insur-
reição que tinha como objetivo a retirada dos portugueses do poder com a força das armas.
Entretanto, antes do levante, as autoridades descobriram e, na tentativa de atrapalhar esse
movimento, decidiram então colocar o tenente–coronel João Poupino Caldas, que era aliado
dos liberais, como o novo governador da província. Contudo, ainda assim, não obtiveram o re-
sultado desejado de conter a fúria dos revoltosos.
Em 30 de maio de 1834, entre tiros e palavras de repúdio contrários aos portugueses, apro-
ximadamente 80 revoltosos saíram do Campo do Ourique e tomaram posse do Quartel dos
Guardas Municipais. Assim, contiveram a reação dos soldados oficiais e nas ruas da capital
estavam à procura dos “bicudos”, termo depreciativo direcionado aos portugueses que teve
origem no nome do bandeirante Manuel de Campos Bicudo, que foi o primeiro homem branco
a se fixar na região.
O objetivo dos “rusguentos” era o de furtar a casa dos portugueses e assassinar os inimi-
gos, tendo isso como uma espécie de troféu. De acordo com os relatos das pessoas da época,
centenas de pessoas foram mortas pelas ações violentas que dominaram as ruas de Cuiabá.
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Todas as providências cabíveis foram tomadas após esse incidente, e todos os participantes e
líderes da Rusga foram presos e julgados pelas autoridades da época.
João Poupino Caldas, que era o governador da província de Mato Grosso tentou contornar
a situação, não denunciando o que ocorreu para os órgãos do governo regencial. Entretanto,
como a cidade se encontrava em uma situação caótica, um pedido de socorro ao governo
central resultou na nomeação de Antônio Pedro de Alencastro como governador da província.
Dessa forma, com o auxílio dos líderes liberais, os mandantes do movimento foram presos
e enviados para o Rio de Janeiro. O último episódio dessa revolta ocorreu em 1836, quando
João Poupino Caldas resolveu deixar a província após o desprestígio político. No dia de sua
partida, um conspirador anônimo o assassinou com uma bala de prata, projétil que era utiliza-
do para matar alguém que era considerado traidor. A força do grupo Liberal foi fator determi-
nante para encaminhar os destinos de Mato Grosso e seus desdobramentos.
A Rusga não foi uma revolta que demonstrou forte conteúdo social, pois sua liderança
não queria gerar mudanças estruturais na ordem estabelecida. Ela representou, na verdade,
um conflito entre as oligarquias sobre o futuro da condução governativa em Mato Grosso,
e o questionamento da centralização do poder no Rio de Janeiro, pois os líderes do movi-
mento não aceitavam o fato de o presidente da Província e o comandante serem nomeados
pela Regência.
O número de mortes na Rusga é impreciso e divergente, pois parte significativa da do-
cumentação sobre o episódio foi queimada nas décadas da rebelião, impedindo um cálculo
mais exato.
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mostram que, durante o século XVIII, o principal meio de entrada de escravos em Mato Grosso
foi o acesso através das monções do sul.
A quantidade exata de escravos que vieram para Mato Grosso nunca será conhecida, pois
a cobrança da capitação, imposto anual que recaía sobre o número de escravos, fazia com que
muitos proprietários sonegassem informações.
O fato de a capitania ser distante, com difícil acesso e instável na produção aurífera fazia
com que os escravos fossem mercadorias de custo elevado na região. Em 1817, por exemplo,
o preço médio de um escravo era de aproximadamente 250 mil réis, quantia correspondente a
845 quilos de farinha de mandioca. Mesmo com um elevado custo, existiu um grande fluxo de
mão de obra escrava para Mato Grosso.
Importa mencionar que muitos escravos chegavam em péssimas condições devido ao
transporte nos navios da Companhia de Comércio do Grão–Pará e Maranhão e nos batelões
das monções do sul. Os que eram levados por vias terrestres eram obrigados a percorrer lon-
gos caminhos a pé. Ao chegarem em Mato Grosso, eram direcionados para as minas, onde sua
vida útil não ultrapassava uma década, devido à rotina de castigos físicos, condições precárias
de alimentação, insalubridade, e proliferação de doenças. Por esta razão, a alta taxa de morta-
lidade exigia uma reposição constante da força de trabalho escravo na região.
Os escravos podiam ser classificados em vários tipos. Em Cuiabá, a região com maior núcleo
urbano, encontrava–se os escravos de ganho, que são aqueles que realizavam trabalhos tem-
porários em troca de pagamentos repassados a seus proprietários.
Sabendo da realidade que ocorria em outras regiões do Brasil, o dia a dia dos africanos em
Mato Grosso foi sendo acompanhado por atos de resistência diante da condição em que se en-
contravam. Essa resistência pode ser observada nas constantes fugas, na criação de quilom-
bos, em suicídios, no assassinato de senhores e feitores, e por meio de ações camufladas ou
explícitas, como o boicote ao trabalho ou à produção. Qualquer desses atos, quando bem–su-
cedidos, geravam grandes prejuízos aos seus donos. Por conta disso, várias iniciativas foram
tomadas a fim de coibir essas ações.
À vigilância eram acrescidas leis que procuravam controlar e disciplinar os cativos. Eles fo-
ram proibidos de transitar à noite pelas ruas da cidade sem permissão de seus donos e, quan-
do saíam das fazendas e vilas, deveriam ter uma permissão rubricada pelos proprietários com
identificação do destino para o qual se dirigiam e o prazo de validade do documento. Locais
que tinham uma grande aglomeração de escravos, como feiras e chafarizes, eram ambientes
com forte vigilância policial.
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Um dos grandes medos da população livre que habitava em áreas com grandes quanti-
dades de cativos era o de uma revolta generalizada. Em Mato Grosso, foi perceptível essa
ameaça em dois momentos diferentes, sendo o primeiro em 1835, por incentivo da Revolta
dos Malês que ocorreu na Bahia. A ameaça de insurreição escrava ocorreu uma segunda vez
devido à Guerra do Paraguai, uma vez que as forças militares da Província concentraram sua
atenção no combate ao inimigo principal, e deixaram as propriedades rurais mais vulneráveis
a ataques de quilombolas.
A fuga era uma das principais maneiras de rebeldia dos cativos no século XVIII e XIX. Um
dos responsáveis pela repressão, captura e retorno dos escravos fugidos era o capitão do
mato. Em Cuiabá, a patente de capitão do mato foi introduzida por Rodrigo César de Menezes,
que nomeou os primeiros homens que receberam a patente, e criou uma remuneração que
correspondia a cada escravo recuperado.
Devido às características geográficas do território mato–grossense, as fugas dos escravos
tinham destinos variados. A pequena densidade demográfica dos núcleos urbanos possibilita-
va que os moradores conhecessem e identificassem os escravos, e isso fazia com que a cida-
de fosse um destino de fuga pouco provável para os cativos, resultando na procura de lugares
mais distantes como as matas, aldeias indígenas, domínios espanhóis e quilombolas.
Muitos dos escravos fugidos se reuniam em quilombos, que eram comunidades negras li-
vres que também recebiam indígenas, brancos pobres e mestiços. Normalmente, essas comu-
nidades localizavam–se em regiões de difícil acesso, mas sempre próximo a rios, em áreas de
relevo elevado e de matas. Alguns quilombos foram organizados em território espanhol, onde
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havia trocas comerciais com povoados nas proximidades, além da estruturação de uma rede
de informações com o restante da sociedade.
A presença de quilombos em Mato Grosso acompanhou o processo de ocupação da re-
gião, mas o maior foi erguido sem muito planejamento e com pouca duração. Outros, porém,
prolongaram–se por anos e chegaram aos ouvidos de várias comunidades escravas, fazen-
do com que os senhores solicitassem ao governo a destruição desses quilombos. Dentre
os quilombos presentes na capitania e em regiões próximas, destacamos o do Sepotuba, do
Quariterê, do Porrudos, Baures, Piolho e Pindaituba. Na segunda metade do século XIX, os
quilombos do Roncador, Jangada, Serra Dourada, do Rio Manso e, novamente, o Sepotuba ga-
nharam destaque.
O quilombo do Sepotuba, localizado na região de Vila Maria, é considerado o mais dura-
douro de Mato Grosso. Criado em 1769, nunca foi destruído, e sobreviveu até o final do período
escravista. Experimentou um grande crescimento durante a Guerra do Paraguai, pois recebeu
grande número de soldados desertores. Porém, os quilombos do Rio Manso e do Quariterê
(Quilombo do Piolho) são os mais estudados pelos historiadores, localizados, respectivamen-
te, na região da Chapada dos Guimarães e no Vale do Guaporé.
Com o fim da Guerra do Paraguai, a elite Imperial começou a propor diferentes formas de
trabalho escravo, motivando a campanha abolicionista. Nesse contexto, a Lei do Ventre Livre
(1871) e a Lei dos Sexagenários (1885) foram aprovadas, as quais emanciparam parcelas da
população cativa, mas buscavam adiar ao máximo a abolição definitiva.
Em Mato Grosso esse processo não ocorreu de forma diferente do restante do país. A
campanha abolicionista conseguiu o apoio de diversos setores da sociedade mato–grossen-
se, como notamos com a fundação da Sociedade Emancipadora Mato–Grossense (1872), da
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Poaia
Conhecida também como ipeca ou ipecacuanha, a poaia ainda é, atualmente, uma das
plantas medicinais brasileiras mais utilizadas. Seu valor está relacionado à importância das
propriedades farmacológicas presentes em suas raízes, nas quais são encontrados dois va-
liosos alcaloides, quais sejam, a emetina e a cefalina, usados no tratamento de diarreias, e
também a amebicida, expectorante e anti–inflamatório.
A planta era utilizada pelos indígenas antes da chegada dos portugueses ao Brasil. Em
1817, os farmacêuticos Pierre Joseph Pelletier e François Magendie conseguiram isolar a eme-
tina de suas raízes, proporcionando a difusão de seu uso nas farmacopeias.
A espécie é encontrada nas vegetações tropicais úmidas das Américas Central e do Sul. No
Brasil, a maior ocorrência da poaia sempre foi no estado do Mato Grosso, explorada desde o
século XVIII em uma área entre os rios Guaporé e Paraguai, abrangendo os municípios de Vila
Bela, Cáceres e Barra do Bugres.
O PULO DO GATO
O município de Barra do Bugres foi criado a partir da produção de Poaia. Fique ligado(a)!
Ocorreu um grande crescimento em sua produção com a retomada da navegação pelo Rio
Paraguai, em 1870. Não obstante, é interessante notar que a poaia nunca atingiu a relevância
das importações de outros produtos extrativistas, como a erva–mate e a borracha. A sua ex-
portação sempre variou de um ano para outro em função dos preços praticados no mercado
internacional.
Cáceres se tornou um centro de comercialização e exportação do produto, tendo como
principais compradores São Paulo no mercado interno, e o Uruguai, os Estados Unidos e a In-
glaterra no mercado externo.
Cana-de-açúcar
A fabricação de açúcar, aguardente e rapadura faz parte do sistema produtivo implantado
em Mato Grosso desde o século XVIII. A produção de cana–de–açúcar foi introduzida pelos
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sertanistas que se lançaram à extração do ouro. Juntamente com a extração aurífera, foram
erguidos engenhos destinados à produção de açúcar, cachaça e rapadura, sendo o primeiro
montado no início da década de 1720 por Antônio de Almeida Lara na região da Chapada dos
Guimarães.
No entanto, a Coroa portuguesa proibiu, desde 1715, a construção de engenhos em Minas
Gerais e em áreas mineradoras descobertas posteriormente. Para a região mineradora mato–
grossense, a proibição foi dada por Rodrigo César de Menezes, por meio de um regimento
publicado no ano de 1723.
Apesar das proibições impostas pelas autoridades em Mato Grosso, elas estimulavam a
proliferação de engenhos concedendo cartas de sesmarias aos interessados em implantá-los.
Esse comportamento contraditório das autoridades coloniais era, na verdade, uma maneira
prudente com a qual a política tratava o abastecimento da região. As autoridades sabiam das
dificuldades de manter um fluxo regular de alimentos para Mato Grosso e das chances de ocor-
rer motins em caso de falta da cachaça ou aumento exorbitante do preço do produto. Com a
descoberta das minas situadas no Vale do Guaporé, o discurso ganhou argumentos geopolíti-
cos: sua demolição poderia provocar o despovoamento da região.
Com o retorno à navegação pelo Rio Paraguai, em 1870, houve grandes avanços na econo-
mia do açúcar produzido em Mato Grosso. Exceto pela Usina Ressaca, construída no Rio Pa-
raguai em Cáceres, e a Usina Santo Antônio em Miranda (atual Mato Grosso do Sul), a maioria
dos estabelecimentos localizavam–se ao longo do Rio Cuiabá, pois a boa qualidade dos solos
estimulava o surgimento de diversos engenhos desde o século XVIII.
A proximidade da capital influenciou o grande número de usinas na região, pois os usineiros
formaram uma oligarquia que usurpou as funções públicas da administração, transformando
seus estabelecimentos em centros econômicos, sociais e políticos. A facilidade para receber
a cana de outros produtores e escoar a produção aos mercados pela via fluvial também foi
determinante para que as usinas se reunissem às margens do Rio Cuiabá.
Pecuária e Saladeiros
Diversas pesquisas demonstram que a pecuária foi introduzida no Mato Grosso pelos co-
lonizadores espanhóis no século XVI. A criação de bovinos desenvolveu–se no Planalto de
Maracaju, impulsionada pelos missionários jesuítas do Itatim, que trouxeram para a região o
gado vacum, cavalar, muar e ovino. O fim das missões jesuíticas por bandeirantes paulistas,
na primeira metade do século XVII, gerou uma dispersão das manadas pelo território. Estas
multiplicaram–se de tal modo que a região passou a ser chamada pelos luso–brasileiros de
Campos da Vacaria.
Quando o ouro foi descoberto em Cuiabá, em 1719, foi criada a Fazenda Camapuã, o único
trecho terrestre ao longo roteiro fluvial da região mineradora, o qual era utilizado como entre-
posto de abastecimento para as monções. Logo buscou–se desenvolver currais com gado
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procedente dos Campos da Vacaria na região. De Camapuã foram trazidas as primeiras cabe-
ças para Cuiabá com extrema dificuldade.
A construção do caminho terrestre entre Cuiabá a Vila Boa em Goiás facilitou o transporte
dos animais e o surgimento dos primeiros núcleos criatórios. Nessa época, a fazenda Jacobi-
na, fundada pelo português Leonardo Soares de Souza em 1772, ganhou destaque. A proprie-
dade posteriormente passou para as mãos de seu genro, João Pereira Leite, que a transformou
na principal fazenda da Província, onde, no ano de 1827, pastavam 60 mil cabeças de gado em
mais de 200 mil hectares.
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RESUMO
• Após diversas negociações, Portugal e Espanha assinaram um acordo denominado Tra-
tado de Tordesilhas para delimitar a divisão do mundo descoberto e por descobrir.
• Inicialmente, o território mato–grossense era espanhol, dessa forma os espanhóis fo-
ram os primeiros a explorar a região.
• O primeiro povoado em Mato Grosso foi estabelecido em 1580 por Ruy Diaz de Melgare-
jo, nas margens do atual Rio Miranda, chamado de Santiago de Xerez. Esse mesmo po-
voado foi refundado em 1593 por Ruy Diaz de Guzman, permanecendo até 1632, quando
seus moradores abandonaram a região por pressão dos bandeirantes paulistas.
• Desde o século XVI, portugueses organizavam expedições para explorar o interior do
Brasil. Contudo, foi somente no século XVII que os bandeirantes ganharam maior re-
levância, sendo São Paulo o centro irradiador. O bandeirismo foi fundamental para a
expansão geográfica dos domínios portugueses, consequentemente, ultrapassando o
meridiano de Tordesilhas.
• Pascoal Moreira Cabral descobriu nas margens do Rio Coxipó a presença de ouro, alte-
rando os objetivos iniciais dos bandeirantes, ou seja, iriam parar de buscar índios para
serem aprisionados para começar a exploração do metal precioso.
• A descoberta das minas auríferas provocou uma intensa onda migratória de paulistas
para a região de Cuiabá, uma vez que os paulistas tinham sido expulsos de Minas Gerais
após a derrota na Guerra dos Emboabas.
• Uma nova reserva de ouro foi encontrada em 1722 por dois índios escravizados. O acha-
do localizava–se na região onde atualmente ergue–se a Igreja de Nossa Senhora do
Rosário e São benedito, à margem do Córrego Prainha. No primeiro mês foram extraídas,
aproximadamente, 400 arrobas de ouro, o que seria algo em torno de seis mil quilos.
Vários sertanistas foram para a região que ficou conhecida como Lavras do Sutil, origi-
nando o um novo arraial sob a invocação do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, nome poste-
riormente simplificado para Cuiabá.
• A nova oportunidade de exploração aumentou o interesse na área por parte da Coroa
portuguesa, que travava constantes disputas com os espanhóis.
• Em 1719, João Leme da Silva e Lourenço Leme, irmãos sertanistas oriundos de Itu, onde
moravam, desembarcaram em São Gonçalo Velho.
• Em pouco tempo eles acumularam uma grande quantia em arrobas de ouro, pedindo
para si o controle político administrativo da região.
• Desde a descoberta de metais preciosos até por volta de 1838, a comunicação entre
Cuiabá e São Paulo ocorreu através da navegação fluvial, com o surgimento das mon-
ções. Elas ocorriam de duas formas distintas: as formadas pelo governo e as efetuadas
por iniciativa particular. As do governo levavam forças militares e autoridades adminis-
trativas, já as monções particulares realizavam comércio com as áreas mineradoras.
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• A imposição territorial paraguaia se refletia sobre o sul da província de Mato Grosso, so-
bre a área definida pelos rios Blanco, Apa e Ivinhema. Tal questão teve início no Tratado
de Santo Ildefonso, assinado entre Espanha e Portugal em 1777, constatando a região
como posse dos espanhóis, embora a localidade fosse ocupada pelos luso–brasileiros.
• Os escravos africanos em Mato Grosso foram empregados com a descoberta das pri-
meiras minas auríferas no Rio Coxipó pela bandeira de Pascoal Moreira Cabral em 1719.
A exploração dessas minas necessitava de mão de obra abundante, motivo pelo qual, no
ano seguinte, Fernando Dias Falcão voltou de São Paulo com tudo de que necessitava
para a produção.
• A presença de quilombos em Mato Grosso acompanhou o processo de ocupação da
região, mas o maior foi erguido sem muito planejamento e com pouca duração. Outros,
porém, prolongaram–se por anos e chegaram aos ouvidos de várias comunidades es-
cravas, fazendo com que os senhores solicitassem ao governo a destruição desses qui-
lombos. Entre os quilombos presentes na capitania e nas regiões próximas, destacamos
o do Sepotuba, do Quariterê, do Porrudos, Baures, Piolho e Pindaituba. Na segunda me-
tade do século XIX, os quilombos do Roncador, Jangada, Serra Dourada, do Rio Manso e
o Sepotuba ganharam destaque.
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EXERCÍCIOS
001. (FCC/PGE–MT/2016) Considere o trecho a seguir.
“Os colonizadores hispânicos, certamente, haviam transitado por terras que hoje constituem
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas nelas não se fixaram, ou, se o fizeram, suas vilas não
progrediram e foram, mais tarde, abandonadas: Puerto de los Reyes, em pleno pantanal mato–
grossense e Santiago de Xerez, na borda do Pantanal, próximo ao rio Miranda.”
(SIQUEIRA, Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso. Cuiabá: Entrelinhas, 2009, p. 5.)
Dentre as razões para que o território mencionado, no século XVI, não tivesse sido colonizado
por espanhóis, está a:
a) ausência de metais preciosos, ainda não encontrados, e o desconhecimento das possibili-
dades de navegação pelos rios existentes.
b) resistência das populações indígenas pressionadas pelo avanço dos conquistadores ibéri-
cos, e a atração exercida pelas notícias de abundância de prata na região do Peru.
c) oposição à ocupação espanhola pela Companhia de Jesus, empenhada na instalação de
missões lusas, e a dificuldade imposta pelas condições geográficas de solo e relevo.
d) violência dos imediatos ataques bandeirantes, em defesa da posse daquelas terras pela
Coroa portuguesa, e a impossibilidade de praticar a agricultura na região.
e) obediência aos acordos e tratados de fronteira firmados entre Espanha e Portugal, e a proxi-
midade das minas de prata de Potosí e de outras localidades argentinas.
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num dos pontos mais distantes alcançados pelos súditos da coroa portuguesa no Estado do
Brasil. O povoamento daquelas plagas requereu muito esforço físico e investimento de capitais
e ceifou muitas vidas de seus partícipes – índios, europeus, negros e de seus descendentes.
As narrativas dos fatos ocorridos nas minas do Cuiabá têm privilegiado as agruras.
(LUCÍDIO, J. A. B. A Ocidente do Imenso Brasil: a conquista dos rios Paraguai e Guaporé.1680–1750.)
Dentre as dificuldades que marcaram a ocupação do espaço em torno da bacia do Rio Cuiabá
pelas populações não indígenas, quais podem ser destacadas?
a) Os animais selvagens e os poucos recursos minerais.
b) A fome e as doenças tropicais.
c) A anterior presença jesuítica e a resistência das comunidades quilombolas.
d) A hostilidade indígena e o pouco acesso a fontes de água potável.
005. (UFMT/POLITEC/2017) O maior conflito militar ocorrido no século XIX em terras sul–
americanas foi a denominada Guerra da Tríplice Aliança ou Guerra do Paraguai que se esten-
deu de 1865 até 1870. O início do conflito foi marcado pela invasão da Província de Mato Gros-
so pelas tropas paraguaias. Sobre os desdobramentos do conflito em termos da geopolítica
regional, é correto afirmar:
a) Os interesses do capitalismo internacional foram neutralizados devido a políticas de prote-
ção ao comércio e à indústria.
b) Argentina e Brasil emergiram como as nações dominantes na área da bacia do Prata.
c) Apesar da derrota, o Paraguai manteve sua importância econômica na região devido à sua
indústria têxtil.
d) O Uruguai se tornou o principal aliado dos Estados Unidos no Prata.
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c) A mão de obra africana em Mato Grosso, dado o seu alto custo, foi utilizada exclusivamente
nas plantações de cana dos grandes engenhos.
d) A sociedade mato–grossense conheceu escravos do eito, de ganho e domésticos, como era
comum em todo o Império.
007. (UFMT/DETRAN/2015) A fundação de Vila Bela da Santíssima Trindade por Antônio Ro-
lim de Moura pode ser entendida como:
a) estratégia da Coroa espanhola para aproximar–se de Portugal.
b) ação repressiva da Coroa portuguesa contra os povos conhecidos como “chiquitanos”.
c) operação de espionagem da Coroa espanhola sobre a prospecção mineral portuguesa.
d) estratégia da Coroa portuguesa para assegurar os territórios a oeste de Tordesilhas para si.
008. (UFMT/DETRAN/2015) A falta de força policial disponível tem sido sério obstáculo à
dispersão e extinção dos quilombos nas cabeceiras do rio Manso. Trato, porém, de meios de
batê–los e extingui–los inteiramente, prendendo os escravos fugidos, desertores e criminosos
que ali se acham.
(Relato de Chefe de Polícia Interino da Província de Mato Grosso, Ernesto Júlio Bandeira de
Melo, ao Conselheiro Barão de Três Barras, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da
Justiça. Cuiabá.
(29 de março de 1871, fl.5v. Citado por SIQUEIRA, E. M. História de Mato Grosso. Da ancestra-
lidade aos nossos dias. Cuiabá, Entrelinhas, 2002.)
A partir da leitura do texto acima, analise as afirmativas.
I – Existiram quilombos em Mato Grosso.
II – Escravos fugidos foram tratados como criminosos.
III – Não havia escravidão em Mato Grosso
IV – Resolver os problemas provocados pelas fugas de escravos era responsabilidade exclusi-
va dos Proprietários de Engenhos.
Estão corretas as afirmativas
a) III e IV.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I e II.
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O mapa acima mostra os diferentes caminhos ligando São Paulo ao extremo Oeste do Império
Português com destaque para Corumbá e a Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Sobre
as rotas monçoeiras destacadas, analise as afirmativas.
I – Tornaram–se importantes após o surgimento da exploração aurífera nas margens do
Rio Cuiabá.
II – Desenvolveram–se como rota de contrabando entre as terras do Império espanhol e
São Paulo.
III – Abasteciam o extremo Oeste do Império Português com roupas, sal, ferramentas.
IV – Foram usadas durante todo o período colonial para levar homens para enfrentar os índios
Guaicurús.
Estão corretas as afirmativas
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a) II e IV.
b) II e III.
c) I e III.
d) I e IV.
De acordo com o texto, na história do Mato Grosso, encontravam–se vários quilombos. Estes
eram povoações fortificadas de negros fugidos do cativeiro, dotadas de divisões e organização
interna. Era um movimento amplo e permanente de vivência de povos africanos, principalmente
porque também se açoitavam índios e brancos que se recusavam à submissão, à exploração,
à violência do escravismo. O quilombo mais representativo da história mato–grossense foi o:
a) dos Palmares.
b) do Piolho.
c) do Leblon.
d) dos Kalungas.
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016. (IADES/INSTITUTO RIO BRANCO/2021) Acerca das relações do império com as repúbli-
cas sul-americanas, julgue (C ou E) o item a seguir.
O incidente de Chiquitos, decorrente de atitude oportunista das autoridades de Mato Grosso,
contou com a conivência do governo imperial, pois transmitia imagem de força em um mo-
mento no qual a posse brasileira sobre a Cisplatina voltava a ser contestada pelas potências
europeias.
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de Campos Bicudo pela região. Ele fundou o primeiro povoado da região, no ponto onde o rio
Coxipó deságua no rio Cuiabá, localidade batizada de São Gonçalo. Em 1718, chega ao local, já
abandonado, a bandeira do ______________________________, que depois de uma batalha perdida
para os índios coxiponés, viu–se compensado pela descoberta de ouro, passando a se dedicar
ao garimpo.”
(Fonte: https://cidades.ibge.gov.br/ acesso em 17/02/2021).
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d) a unidade política entre liberais e conservadores durante todo o Período Regencial refle-
tiu–se nas Revoltas provinciais brasileiras, levando as elites locais e regionais a reivindicarem
maior autonomia política e administrativa, reivindicação que, no caso do Mato Grosso, esteve
presente na Revolta conhecida como Rusga.
MONTEIRO, John Manuel. Negros da Terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Compa-
nhia das Letras, 1994, p. 13. (Adaptado).
Com base na análise do mapa e considerando outros conhecimentos sobre o assunto, pode-se
afirmar corretamente que:
a) enquanto o objetivo maior dos jesuítas era catequizar os indígenas, as bandeiras de apresa-
mento visavam obter lucros com a venda dos escravos indígenas para as regiões açucareiras,
o que explica a não utilização da mão de obra dos nativos por parte das missões jesuíticas.
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023. (IBFC/SEDUC–MT/2017) Durante o período colonial no Brasil vários tratados entre a co-
roa portuguesa e a coroa espanhola foram assinados com a intenção de se fixar as fronteiras
e o domínio do território. Um desses tratados foi o Tratado de Madri (1750) que tinha por prin-
cípio o direito romano de propriedade, uti possidetis, ita possideatis, que entende que a posse
de algo se faz pelo uso a ele aplicado ou não. Assinale a alternativa que corresponda a como
tal princípio romano influenciou no que hoje conhecemos como Mato Grosso:
a) Pois assim os territórios que estavam em disputa ficaram por direito ao domínio e controle
indígena, que eram de fato os que faziam uso do território atual do Mato Grosso.
b) Acelerou o processo de ocupação da região centro–oeste, através de incentivos fiscais, for-
mação da capitania de Mato Grosso e da nomeação de Vila Bela como capital administrativa
da Capitania, como forma de controlar a invasão jesuítica espanhola no território em questão.
c) Como Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá fora fundada pela coroa portuguesa em
1727, não houve muitas mudanças na Capitania, que já se caracterizava como principal cen-
tro urbano.
d) O tratado de Madri não forneceu segurança alguma à coroa portuguesa, o que acarretou a
necessidade de compra do território e o pagamento à ouro aos espanhóis.
e) Com a facilidade fiscal oferecida aqueles que se dispusesse a ocupar a região, como a isen-
ção de impostos por dez anos e a anulação de dívidas adquirida em qualquer outra capitania
da colônia, o contingente foi mais do que o esperado, havendo a necessidade de se fundar uma
nova capital, Vila Bela de Santíssima Trindade.
024. (IBFC/SEDUC-MT/2017) Leia o trecho a seguir: “Embarca bicudo, embarca canalha vil
que os brasileiros não querem Bicudos no seu Brasil.” (in. Correa, Virgilio. História do Mato
Grosso.) A anedota exposta anteriormente foi feita como resultado da Rusga mato grossen-
se, movimento ocorrido em Mato Grosso no ano de 1834. Sobre isso assinale a alternativa
incorreta.
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a) Foi uma revolta de cunho nativista, que envolveu tanto a elite como a população mais pobre.
b) Tinha como uma de suas reivindicações a expulsão dos Portugueses (chamados bicudos).
c) Ficou conhecida por alguns estudiosos como a “noite de São Bartolomeu mato grossense”.
d) Pode se afirmar que a Rusga representou a situação política do Império na época, conside-
rando que ela partidariamente se dividiu em dois os “Sociedade dos zelosos da Independência”
associada aos liberais, em oposição aos “Caramurus” conservadores.
e) Pode se dizer que a Rusga efetivou uma brusca mudança social na província de Mato Gros-
so, exigindo tanto a independência da região do Mato Grosso para com o Império, assim como
o fim da escravidão.
025. (IBFC/SEDUC-MT/2017) “[...] que uns sertanistas da mesma comarca [de São Paulo] ti-
nham feito um descobrimento no sertão que dava esperanças de grandezas de ouro e que este
era em um sítio muito perto do Paraguai...” (CANAVARROS, Otávio. O poder metropolitano em
Cuiabá (1727–1752). Cuiabá: UFMT, 2004, p. 168).
Tal trecho é encontrado nas cartas trocadas entre o conselho ultramarino e o rei D. João V e se
referem aos anos iniciais da atual cidade de Cuiabá. Analise as afirmações abaixo e assinale
a alternativa correta:
I – As minas do Coxipó–Mirim, reconhecidas inicialmente por bandeirantes paulistas e os cha-
mados “reinóis”, deu início em 1722 ao Arraial Senhor Bom Jesus de Cuiabá, e em 1727 foi
nomeada Vila.
II – É sabido que a constituição populacional do Arraial Senhor Bom Jesus de Cuiabá, e poste-
riormente, da Vila Real de mesmo nome, se caracterizava pela mescla entre indígenas, africa-
nos escravizados, portugueses, e imigrantes de diversas áreas da colônia, principalmente da
capitania de São Paulo.
III – Após a nomeação da Vila Real Senhor Bom Jesus de Cuiabá inúmeras outras Vilas foram
fundadas na Capitania de Mato Grosso devido à mineração, caracterizando–se como uma das
mais populosas regiões da Colônia.
Estão corretas as afirmativas:
a) I apenas.
b) II e III apenas.
c) I e III apenas.
d) II apenas.
e) I e II apenas.
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de uma batalha perdida para os índios __________, viu–se compensado pela descoberta de
__________, passando a se dedicar ao __________.
Em 08 de Abril de 1719, Pascoal Moreira Cabral assina a ata da fundação de Cuiabá, no local
conhecido como Forquilha, às margens do rio Coxipó [...]”
a) Coxiponés, ferro, garimpo.
b) Coxiponés, ouro, garimpo.
c) Indoés, ouro, garimpo.
d) Atalaiá, cobre, garimpo.
e) Maxakali, ferro, garimpo.
027. “As distinções entre o distrito do Mato Grosso e o do Cuiabá, bem como entre suas res-
pectivas vilas e termos, Vila Bela e Vila Real do Cuiabá, passaram a ser contempladas e algu-
mas das pesquisas recentes romperam com certa ideia de homogeneidade ambiental, econô-
mica e política e com generalizações que servissem para toda a capitania. As comunicações
estabelecidas por cada distrito, por exemplo, têm sido consideradas, já que são importantes
para a compreensão da experiência histórica da região.”
JESUS. Nauk Maria de. Revista Territórios & Fronteiras, Cuiabá, vol. 5, n. 2, jul.–dez., 2012.
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d) bauxita.
e) bronze.
029. (IBFC/Prefeitura de Cuiabá/2019) “O Mato Grosso teve na _____, durante a primeira me-
tade do século XVIII, o impulso econômico que permitiu a sua consolidação inicial” (GARCIA,
2001). Em relação à atividade econômica desenvolvida no Mato Grosso no período citado,
assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna.
a) Mineração.
b) Industrialização.
c) Extração do pré–sal.
d) Cafeicultura.
( ) Conquistas dos bandeirantes, na região do Mato Grosso, foram reconhecidas pelo Tra-
tado de Madrid, em 1750.
( ) A capitania de Mato Grosso foi criada pelo governo colonial português em 1630, des-
membrando–o da província do Amazonas.
( ) A província do Mato Grosso passou a ser chamada de estado do Mato Grosso após a
Proclamação da República, em 1989.
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d) assegurar obediência ao governo da União Ibérica nos sertões brasileiros, zelando pelo cum-
primento de suas decisões.
e) consolidar e institucionalizar a posse portuguesa na estratégica região de fronteira com os
domínios espanhóis.
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“Foi um movimento de revolta que ocorreu no contexto do Período Regencial brasileiro, na então
Província de Mato Grosso, atuais Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Constitui–se num reflexo
da então crescente rivalidade entre portugueses e brasileiros.[...]” (Wikipédia.org)
Os fragmentos acima aludem à revolta conhecida como:
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a) A Chacina.
b) A Rusga.
c) A Rebelião do Pantanal.
d) O Impasse da Chapada.
e) A Revolta Planaltina.
043. (FGV/AL-MT/2013) A Capitania de Mato Grosso foi criada pela Coroa portuguesa em
1748. No ano seguinte, a rainha D. Mariana Vitória enviou instruções ao Capitão–General D.
Antonio Rolim de Moura Tavares. “Por se ter entendido que Mato Grosso é a chave e o propug-
náculo (...) do Brasil pela parte do Peru, e quanto é importante por esta causa naquele distrito
se faça população numerosa, e haja forças bastantes a conservar os confinantes em respei-
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to, ordenei se fundasse naquela paragem uma vila e concedi diversos privilégios e inserções
para convidar a gente que ali quisesse ir estabelecer–se(...). E me faças presente quais outras
providências serão próprias para o fim proposto de aumentar e fortalecer a povoação daquele
território”.
(MENDONÇA. Marcos Carneiro de. Rios Guaporé e Paraguai: primeiras fronteiras definitivas do Brasil. Rio de
Janeiro: Biblioteca Reprográfica Xerox, 1985, p.127.)
044. (UNEMAT/2016) A criação da capitania de Mato Grosso insere–se no âmbito das medi-
das de caráter militar para impedir o avanço dos espanhóis sobre o Vale do Guaporé. Essas
medidas diziam respeito à montagem de um aparato administrativo e militar, estruturado a par-
tir da segunda metade do século XVIII. A garantia da posse foi viabilizada por meio de medidas
que visavam posteriormente o caráter de povoamento.
PERARO, Maria Adenir. Bastardos do Império: família e sociedade em Mato Grosso no século
XIX. São Paulo: Contexto, 2001.
Entre as medidas tomadas pelo primeiro governador da capitania do Mato Grosso, D. Antônio
Rolim de Moura, empossado em 1751, estava:
a) a fundação de Cuiabá como Capital de Mato Grosso.
b) o aumento das taxas de impostos para novos moradores da nova capitania.
c) a fundação da capital do Mato Grosso e de aldeias administradas por “índios mansos”, além
da promoção de incentivos fiscais para moradores e colonos.
d) a ocupação do território efetivada por meio da criação de povoados sem a participação de
indígenas.
e) o incentivo à produção econômica da nova capitania exclusivamente pela extração de ouro.
045. (UFMT/2008) A Rusga em Mato Grosso, portanto, foi um dos mais precoces movimen-
tos regenciais, visto que deflagrado em 1834. Mesmo tendo sido uma luta armada travada no
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interior das elites, ela engrossou uma movimentação mais ampla, tendo sido plural em suas
reivindicações e expressões.
(SIQUEIRA, E. M. História de Mato Grosso. Cuiabá: Entrelinhas, 2002.)
046. (IF-MT/2017) No século XVIII, os principais meios à capitania de Mato Grosso eram os
caminhos fluviais, através do sistema abastecedor e de transportes chamado de “monções”.
Sobre o funcionamento dessas viagens e percursos, pode-se afirmar:
a) As monções eram rotas terrestres que visavam facilitar o deslocamento de grupos sociais,
alimentos, bebidas, escravos através do uso da estrada de terra Vila Boa–Vila Real do Cuiabá.
b) A introdução do gado em 1736, via rota terrestre, contribuiu para o desenvolvimento das
monções, sobretudo com a utilização da força da tração animal para as cargas de mercadorias.
c) As monções vinham pelo sul, saindo de São Paulo, e pelo norte, saindo de Belém, utilizando
os rios como caminhos até Vila Real do Cuiabá e Vila Bela da Santíssima Trindade.
d) O abastecimento hidroviário era feito apenas uma vez por ano, mesmo com a rapidez das via-
gens pelos rios, que duravam cerca de sete dias, por causa dos constantes ataques indígenas.
e) Os batelões e canoas eram embarcações de pouca valia para as monções, pois os rios pouco
foram utilizados para o deslocamento de pessoas e mercadorias à capitania de Mato Grosso.
047. (UNEMAT/2010) “Os escravos constituíam aquilo que o cronista Antonil denominou, em
sua obra Cultura e opulência do Brasil (1967), ‘as mãos e os pés dos senhores do engenho’.
No caso de Mato Grosso, os negros africanos atuaram como trabalhadores dos engenhos de
açúcar, das fazendas de lavoura e, sobretudo, junto aos trabalhos de mineração” (SIQUEIRA,
Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso: da ancestralidade aos dias atuais. Cuiabá: En-
trelinhas, 2002. p.120).
Sobre a história da presença negra em Mato Grosso, assinale a alternativa incorreta.
a) Em Mato Grosso tivemos a presença de “escravos de eito”, “escravos de ganho” e “escravos
domésticos”.
b) Em Mato Grosso, assim como em todo o Brasil, o número de quilombos foi grande e o mais
famoso deles foi o chamado Piolho ou Quariterê, situado na região do rio Guaporé, próximo
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ao rio Piolho. Era constituído de uma aldeia composta de negros escravizados, índios, crioulos
e caburés.
c) Os quilombos em Mato Grosso, mesmo sofrendo perseguições e até destruição total, só
existiram durante o período colonial, pois durante a província não há registros sobre movimen-
to de quilombolas em território mato–grossense.
d) Na região de Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, conhecida como Santana da Cha-
pada e Lugar dos Guimarães, havia quilombos, pois nesta região foram instaladas fazendas de
engenhos, as quais exigiam abundante mão de obra escrava africana.
e) Os quilombos em Mato Grosso não eram constituídos apenas de escravos africanos, mas
também de homens livres, pobres, dentre os quais podemos destacar os soldados desertores,
índios e criminosos.
048. (INÉDITA/2022) Durante as monções, um dos maiores perigos enfrentados eram os ata-
ques de sociedades indígenas, motivo pelo qual os viajantes preferiam percorrer o trajeto em
comboio para minimizar os possíveis ataques.
050. (INÉDITA/2020) Durante o período colonial, a economia do Mato Grosso era baseada,
exclusivamente, na produção aurífera.
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História do Mato Grosso - Parte I – Período Colonial
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GABARITO
1. b 37. b
2. d 38. d
3. b 39. b
4. c 40. b
5. b 41. e
6. d 42. a
7. d 43. e
8. d 44. c
9. d 45. e
10. a 46. c
11. c 47. c
12. b 48. C
13. b 49. E
14. c 50. E
15. c
16. E
17. a
18. a
19. d
20. b
21. e
22. e
23. b
24. e
25. e
26. b
27. a
28. b
29. a
30. a
31. e
32. b
33. e
34. c
35. b
36. d
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GABARITO COMENTADO
001. (FCC/PGE–MT/2016) Considere o trecho a seguir.
“Os colonizadores hispânicos, certamente, haviam transitado por terras que hoje constituem
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas nelas não se fixaram, ou, se o fizeram, suas vilas não
progrediram e foram, mais tarde, abandonadas: Puerto de los Reyes, em pleno pantanal mato–
grossense e Santiago de Xerez, na borda do Pantanal, próximo ao rio Miranda.”
(SIQUEIRA, Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso. Cuiabá: Entrelinhas, 2009, p. 5.)
Dentre as razões para que o território mencionado, no século XVI, não tivesse sido colonizado
por espanhóis, está a:
a) ausência de metais preciosos, ainda não encontrados, e o desconhecimento das possibili-
dades de navegação pelos rios existentes.
b) resistência das populações indígenas pressionadas pelo avanço dos conquistadores ibéri-
cos, e a atração exercida pelas notícias de abundância de prata na região do Peru.
c) oposição à ocupação espanhola pela Companhia de Jesus, empenhada na instalação de
missões lusas, e a dificuldade imposta pelas condições geográficas de solo e relevo.
d) violência dos imediatos ataques bandeirantes, em defesa da posse daquelas terras pela
Coroa portuguesa, e a impossibilidade de praticar a agricultura na região.
e) obediência aos acordos e tratados de fronteira firmados entre Espanha e Portugal, e a proxi-
midade das minas de prata de Potosí e de outras localidades argentinas.
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Dentre as dificuldades que marcaram a ocupação do espaço em torno da bacia do Rio Cuiabá
pelas populações não indígenas, quais podem ser destacadas?
a) Os animais selvagens e os poucos recursos minerais.
b) A fome e as doenças tropicais.
c) A anterior presença jesuítica e a resistência das comunidades quilombolas.
d) A hostilidade indígena e o pouco acesso a fontes de água potável.
O quadro sanitário era de insalubre devido às doenças e à fome na região. Lembre-se que essa
realidade se estendeu para a região do Guaporé.
Letra b.
Por ordem de D. José I, assessorado pelo Marquês de Pombal, as missões jesuíticas foram
expulsas não só de Mato Grosso, como de todo o Brasil.
Letra c.
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005. (UFMT/POLITEC/2017) O maior conflito militar ocorrido no século XIX em terras sul–
americanas foi a denominada Guerra da Tríplice Aliança ou Guerra do Paraguai que se esten-
deu de 1865 até 1870. O início do conflito foi marcado pela invasão da Província de Mato Gros-
so pelas tropas paraguaias. Sobre os desdobramentos do conflito em termos da geopolítica
regional, é correto afirmar:
a) Os interesses do capitalismo internacional foram neutralizados devido a políticas de prote-
ção ao comércio e à indústria.
b) Argentina e Brasil emergiram como as nações dominantes na área da bacia do Prata.
c) Apesar da derrota, o Paraguai manteve sua importância econômica na região devido à sua
indústria têxtil.
d) O Uruguai se tornou o principal aliado dos Estados Unidos no Prata.
Os escravos podiam ser classificados em vários tipos. Dentre eles podemos destacar o eito,
de ganho e doméstico. Essa realidade mato–grossense era normal em todo território nacional.
Letra d.
007. (UFMT/DETRAN/2015) A fundação de Vila Bela da Santíssima Trindade por Antônio Ro-
lim de Moura pode ser entendida como:
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A fundação dessa vila ocorreu em 1752, logo após a assinatura do Tratado de Madri, que tinha
como um de seus princípios o “uti possideti”, ou seja, quem ocupa tem a posse. Em função dis-
so, e observando o território como uma terra prospera, Portugal determinou a construção de
Vila Bela da Santíssima Trindade na região oeste da província, para povoar e garantir a posse
daquela fronteira.
Letra d.
008. (UFMT/DETRAN/2015) A falta de força policial disponível tem sido sério obstáculo à
dispersão e extinção dos quilombos nas cabeceiras do rio Manso. Trato, porém, de meios de
batê–los e extingui–los inteiramente, prendendo os escravos fugidos, desertores e criminosos
que ali se acham.
(Relato de Chefe de Polícia Interino da Província de Mato Grosso, Ernesto Júlio Bandeira de
Melo, ao Conselheiro Barão de Três Barras, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da
Justiça. Cuiabá.
(29 de março de 1871, fl.5v. Citado por SIQUEIRA, E. M. História de Mato Grosso. Da ancestra-
lidade aos nossos dias. Cuiabá, Entrelinhas, 2002.)
A partir da leitura do texto acima, analise as afirmativas.
I – Existiram quilombos em Mato Grosso.
II – Escravos fugidos foram tratados como criminosos.
III – Não havia escravidão em Mato Grosso
IV – Resolver os problemas provocados pelas fugas de escravos era responsabilidade exclusi-
va dos Proprietários de Engenhos.
Estão corretas as afirmativas
a) III e IV.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I e II.
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II – Certo. Os atos de rebeldia dos escravos, entre eles a fuga, os tornavam criminosos e até
procurados pelos famosos capitães do mato.
III – Errado. Os primeiros escravos africanos entraram na região de Mato Grosso com as expe-
dições dos bandeirantes, sendo utilizados como carregadores, cozinheiros e remadores.
IV – Errado. A responsabilidade também cabia aos capitães generais.
Letra d.
Mato Grosso no período da guerra era composta por áreas referentes aos atuais estados do
Mato Grosso, Rondônia e Mato Grosso do Sul. Essas áreas eram utilizadas para exploração de
pedras preciosas, agropecuária e outras atividades. Nesse contexto histórico, a região não era
tão protegida e apresentava uma defasagem em seu aspecto militar.
Letra d.
Muitos dos escravos fugidos se reuniam em quilombos, que eram comunidades negras livres
que também recebiam indígenas, brancos pobres e mestiços.
Letra a.
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O mapa acima mostra os diferentes caminhos ligando São Paulo ao extremo Oeste do Império
Português com destaque para Corumbá e a Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Sobre
as rotas monçoeiras destacadas, analise as afirmativas.
I – Tornaram–se importantes após o surgimento da exploração aurífera nas margens do
Rio Cuiabá.
II – Desenvolveram–se como rota de contrabando entre as terras do Império espanhol e
São Paulo.
III – Abasteciam o extremo Oeste do Império Português com roupas, sal, ferramentas.
IV – Foram usadas durante todo o período colonial para levar homens para enfrentar os índios
Guaicurús.
Estão corretas as afirmativas
a) II e IV.
b) II e III.
c) I e III.
d) I e IV.
I – Certo. Desde a descoberta de metais preciosos até por volta de 1838, a comunicação entre
Cuiabá e São Paulo ocorreu através da navegação fluvial, surgindo as monções.
II – Errado. A justificativa anterior expressa bem o objetivo das monções: comunicação entre
Cuiabá e São Paulo.
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Após a saída de Dom Pedro I e o início do governo regencial, a competição entre os grupos
políticos se tornou ainda mais acirrada, chegando ao ponto de desencadear diversas revoltas
pelo Brasil. No Mato Grosso, o conflito entre os liberais e os conservadores era representado
pela “Sociedade dos Zelosos da Independência” e a “Sociedade Filantrópica”, respectivamente.
Em 1834, os desacordos na província resultaram em um confronto bastante violento chama-
do de Rusga.
Letra b.
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De acordo com o texto, na história do Mato Grosso, encontravam–se vários quilombos. Estes
eram povoações fortificadas de negros fugidos do cativeiro, dotadas de divisões e organização
interna. Era um movimento amplo e permanente de vivência de povos africanos, principalmente
porque também se açoitavam índios e brancos que se recusavam à submissão, à exploração,
à violência do escravismo. O quilombo mais representativo da história mato-grossense foi o:
a) dos Palmares.
b) do Piolho.
c) do Leblon.
d) dos Kalungas.
Em Mato Grosso, o quilombo mais famoso foi o do Piolho ou Quariterê, situado na região do rio
Guaporé, próximo ao rio Piolho, criado entre 1770/1771. O quilombo teve como rei João Piolho
e, após a sua morte, sua viúva, a rainha Tereza de Benguela assumiu o comando.
Letra b.
Desde a descoberta de metais preciosos até por volta de 1838, a comunicação entre Cuiabá
e São Paulo ocorreu através da navegação fluvial, surgindo as monções. Elas ocorriam de
duas formas distintas: as formadas pelo governo e as efetuadas por iniciativa privada. As do
governo levavam forças militares e autoridades administrativas, já as monções particulares
realizavam comércio com as áreas mineradoras.
Letra c.
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Cuidado, querido(a) candidato(a)! Não confunda as características das bandeiras com as mon-
ções. As bandeiras eram expedições para capturar indígenas, procurar pedra preciosas e reco-
nhecer o interior do território. As monções eram um meio de comunicação entre Cuiabá e São
Paulo através da navegação fluvial que possibilitava, inclusive, o comércio.
Letra c.
016. (IADES/INSTITUTO RIO BRANCO/2021) Acerca das relações do império com as repúbli-
cas sul-americanas, julgue (C ou E) o item a seguir.
O incidente de Chiquitos, decorrente de atitude oportunista das autoridades de Mato Grosso,
contou com a conivência do governo imperial, pois transmitia imagem de força em um mo-
mento no qual a posse brasileira sobre a Cisplatina voltava a ser contestada pelas potências
europeias.
Com desconfiança dos seus vizinhos, Dom Pedro I desfez o mal-entendido e desaprovou a
atitude das autoridades de Mato Grosso.
Errado.
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Pascoal Moreira Cabral descobriu, nas margens do Rio Coxipó, a presença de ouro, alterando
os objetivos iniciais dos bandeirantes, ou seja, iriam parar de buscar índios para serem aprisio-
nados para começar a exploração do metal precioso.
Letra a.
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d) a unidade política entre liberais e conservadores durante todo o Período Regencial refletiu-se
nas Revoltas provinciais brasileiras, levando as elites locais e regionais a reivindicarem maior
autonomia política e administrativa, reivindicação que, no caso do Mato Grosso, esteve presen-
te na Revolta conhecida como Rusga.
Após a saída de Dom Pedro I e o início do governo regencial, a competição entre os grupos
políticos se tornou ainda mais acirrada, chegando ao ponto de desencadear diversas revoltas
pelo Brasil. No Mato Grosso, o conflito entre os liberais e os conservadores era representado
pela “Sociedade dos Zelosos da Independência” e a “Sociedade Filantrópica”, respectivamente.
Em 1834, os desacordos na província resultaram em um confronto bastante violento chama-
do de Rusga.
Letra a.
MONTEIRO, John Manuel. Negros da Terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Compa-
nhia das Letras, 1994, p. 13. (Adaptado).
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Com base na análise do mapa e considerando outros conhecimentos sobre o assunto, pode–
se afirmar corretamente que:
a) enquanto o objetivo maior dos jesuítas era catequizar os indígenas, as bandeiras de apresa-
mento visavam obter lucros com a venda dos escravos indígenas para as regiões açucareiras,
o que explica a não utilização da mão de obra dos nativos por parte das missões jesuíticas.
b) as bandeiras de apresamento ocorreram principalmente em função da atividade mineradora
do ouro e diamante, sendo necessária uma maior oferta de mão de obra nativa, que teria pre-
dominado sobre a africana nas regiões ricas da colônia, pelo menos até o século XVIII.
c) o período de pleno desenvolvimento das bandeiras de apresamento, durante o século XVII,
decorreu da invasão espanhola no Nordeste colonial e sobre a região de Angola na África, de-
sorganizando tráfico de africanos escravizados para a colônia portuguesa.
d) embora a coroa portuguesa, em função da lógica mercantilista, impusesse o uso de africa-
nos escravizados na colônia, estimulando o tráfico negreiro, para o colono tornou–se mais van-
tajoso o uso de escravos indígenas, resultando daí o interesse nas bandeiras de apresamento.
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c) a região ser de fronteira, em especial, uma fronteira hidráulica, o que impedia os nativos e os
africanos escravizados de fugirem e de formarem quilombos na província.
d) à época, os quilombos formados, por se localizarem distantes das vilas e cidades, enfren-
tando dificuldades de locomoção, serem impedidos de negociar seus produtos excedentes.
Diversos indígenas locais aliaram-se aos escravos fugidos e apoiaram suas manifestações
contra a escravidão.
Letra b.
A descoberta foi atribuída aos irmãos Fernando e Artur Paes de Barros que localizaram as
aluviões auríferos próximo ao Rio Galera, afluente do Guaporé, após passarem por uma mata
densa e fechada a que denominaram como Mato Grosso.
Letra e.
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A Rusga não foi uma revolta que demonstrou forte conteúdo social, pois sua liderança não que-
ria gerar mudanças estruturais na ordem estabelecida. Ela representou na verdade um conflito
entre as oligarquias sobre o futuro da condução governativa em Mato Grosso, e um questiona-
mento da centralização do poder no Rio de Janeiro, pois os líderes do movimento não aceita-
vam o fato de o presidente da Província e o comandante serem nomeados pela Regência.
Letra e.
023. (IBFC/SEDUC–MT/2017) Durante o período colonial no Brasil vários tratados entre a co-
roa portuguesa e a coroa espanhola foram assinados com a intenção de se fixar as fronteiras
e o domínio do território. Um desses tratados foi o Tratado de Madri (1750) que tinha por prin-
cípio o direito romano de propriedade, uti possidetis, ita possideatis, que entende que a posse
de algo se faz pelo uso a ele aplicado ou não. Assinale a alternativa que corresponda a como
tal princípio romano influenciou no que hoje conhecemos como Mato Grosso:
a) Pois assim os territórios que estavam em disputa ficaram por direito ao domínio e controle
indígena, que eram de fato os que faziam uso do território atual do Mato Grosso.
b) Acelerou o processo de ocupação da região centro–oeste, através de incentivos fiscais, for-
mação da capitania de Mato Grosso e da nomeação de Vila Bela como capital administrativa
da Capitania, como forma de controlar a invasão jesuítica espanhola no território em questão.
c) Como Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá fora fundada pela coroa portuguesa em
1727, não houve muitas mudanças na Capitania, que já se caracterizava como principal cen-
tro urbano.
d) O tratado de Madri não forneceu segurança alguma à coroa portuguesa, o que acarretou a
necessidade de compra do território e o pagamento à ouro aos espanhóis.
e) Com a facilidade fiscal oferecida aqueles que se dispusesse a ocupar a região, como a isen-
ção de impostos por dez anos e a anulação de dívidas adquirida em qualquer outra capitania
da colônia, o contingente foi mais do que o esperado, havendo a necessidade de se fundar uma
nova capital, Vila Bela de Santíssima Trindade.
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024. (IBFC/SEDUC-MT/2017) Leia o trecho a seguir: “Embarca bicudo, embarca canalha vil
que os brasileiros não querem Bicudos no seu Brasil.” (in. Correa, Virgilio. História do Mato
Grosso.) A anedota exposta anteriormente foi feita como resultado da Rusga mato grossen-
se, movimento ocorrido em Mato Grosso no ano de 1834. Sobre isso assinale a alternativa
incorreta.
a) Foi uma revolta de cunho nativista, que envolveu tanto a elite como a população mais pobre.
b) Tinha como uma de suas reivindicações a expulsão dos Portugueses (chamados bicudos).
c) Ficou conhecida por alguns estudiosos como a “noite de São Bartolomeu mato grossense”.
d) Pode se afirmar que a Rusga representou a situação política do Império na época, conside-
rando que ela partidariamente se dividiu em dois os “Sociedade dos zelosos da Independência”
associada aos liberais, em oposição aos “Caramurus” conservadores.
e) Pode se dizer que a Rusga efetivou uma brusca mudança social na província de Mato Gros-
so, exigindo tanto a independência da região do Mato Grosso para com o Império, assim como
o fim da escravidão.
Lembre-se, querido(a) aluno(a), de que a Rusga não foi uma revolta que demonstrou forte con-
teúdo social, pois sua liderança não queria gerar mudanças estruturais na ordem estabelecida.
Letra e.
025. (IBFC/SEDUC-MT/2017) “[...] que uns sertanistas da mesma comarca [de São Paulo] ti-
nham feito um descobrimento no sertão que dava esperanças de grandezas de ouro e que este
era em um sítio muito perto do Paraguai...” (CANAVARROS, Otávio. O poder metropolitano em
Cuiabá (1727–1752). Cuiabá: UFMT, 2004, p. 168).
Tal trecho é encontrado nas cartas trocadas entre o conselho ultramarino e o rei D. João V e se
referem aos anos iniciais da atual cidade de Cuiabá. Analise as afirmações abaixo e assinale
a alternativa correta:
I – As minas do Coxipó–Mirim, reconhecidas inicialmente por bandeirantes paulistas e os cha-
mados “reinóis”, deu início em 1722 ao Arraial Senhor Bom Jesus de Cuiabá, e em 1727 foi
nomeada Vila.
II – É sabido que a constituição populacional do Arraial Senhor Bom Jesus de Cuiabá, e poste-
riormente, da Vila Real de mesmo nome, se caracterizava pela mescla entre indígenas, africa-
nos escravizados, portugueses, e imigrantes de diversas áreas da colônia, principalmente da
capitania de São Paulo.
III – Após a nomeação da Vila Real Senhor Bom Jesus de Cuiabá inúmeras outras Vilas foram
fundadas na Capitania de Mato Grosso devido à mineração, caracterizando–se como uma das
mais populosas regiões da Colônia.
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I – Certo. Uma nova reserva de ouro foi encontrada em 1722 por dois índios que trabalhavam
na condição de escravo, originando o um novo arraial sob a invocação do Senhor Bom Jesus
de Cuiabá, posteriormente simplificado para Cuiabá.
II – Certo. A região especificada era formada por uma forte miscigenação, povos oriundos de
vários lugares da colônia, principalmente de São Paulo.
III – Errado. Mesmo tendo um incremento populacional, não se tornou uma das regiões mais
populosas da Colônia.
Letra e.
027. “As distinções entre o distrito do Mato Grosso e o do Cuiabá, bem como entre suas res-
pectivas vilas e termos, Vila Bela e Vila Real do Cuiabá, passaram a ser contempladas e algu-
mas das pesquisas recentes romperam com certa ideia de homogeneidade ambiental, econô-
mica e política e com generalizações que servissem para toda a capitania. As comunicações
estabelecidas por cada distrito, por exemplo, têm sido consideradas, já que são importantes
para a compreensão da experiência histórica da região.”
JESUS. Nauk Maria de. Revista Territórios & Fronteiras, Cuiabá, vol. 5, n. 2, jul.-dez., 2012.
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Em 1 de janeiro de 1727, o arraial surgido nas Lavras do Sutil tornou–se a Vila Real do Senhor
Bom Jesus de Cuiabá, implantando uma estrutura político–administrativa e jurídica para aten-
der os objetivos da Coroa Portuguesa na região. Posteriormente, a área de exploração que teve
maior importância durante a dispersão populacional foi a área das minas do Vale do Guaporé,
local onde posteriormente criaram a Vila Bela da Santíssima Trindade.
Letra a.
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CIA, 2001). Em relação à atividade econômica desenvolvida no Mato Grosso no período citado,
assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna.
a) Mineração.
b) Industrialização.
c) Extração do pré–sal.
d) Cafeicultura.
( ) Conquistas dos bandeirantes, na região do Mato Grosso, foram reconhecidas pelo Tra-
tado de Madrid, em 1750.
( ) A capitania de Mato Grosso foi criada pelo governo colonial português em 1630, des-
membrando–o da província do Amazonas.
( ) A província do Mato Grosso passou a ser chamada de estado do Mato Grosso após a
Proclamação da República, em 1989.
I – Certo. A soberania portuguesa sobre a região de Mato Grosso envolveu a assinatura de ou-
tro acordo: o Tratado de Madri. Negociado entre os governos ibéricos desde a década de 1740,
o tratado abarcou além de Mato Grosso, as questões fronteiriças ao sul e norte da Colônia,
atendendo os interesses de ambas as partes.
II – Errado. Mato Grosso foi desmembrado da província de São Paulo.
III – Errado. Em 1822, com a independência do Brasil, passou a ser chamada Província de Mato
Grosso e em 1899, com a República, a denominação passou a Estado de Mato Grosso.
Letra a.
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História do Mato Grosso - Parte I – Período Colonial
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O primeiro governador da Capitania foi Antônio Rolim de Moura, em 1748. Em 1749, recebeu
um documento da Rainha Mariana Vitória, com 32 medidas que deveria ser praticada na admi-
nistração da Capitania. Dentre elas podemos destacar:
• Fundar a capital no Vale do Guaporé e estimular seu povoamento com privilégios e isen-
ções de impostos;
• Criar tropas militares para guarnecer a fronteira e manter a segurança do território;
• Agir com diplomacia junto aos colonos de Castela nas questões fronteiriças;
• Proceder a levantamento cartográfico para fixar os limites de Mato Grosso com a capi-
tania de Goiás e o Grão–Pará;
• Verificar a possibilidade de estabelecer navegação e comércio com o Grão–Pará pela
Bacia Amazônica;
• Criar aldeamento para índios mansos;
• Incentivar a criação de gado e de cavalos;
• Proibir a extração de diamantes.
Por tanto, percebemos que a principal característica seria consolidar a posse portuguesa
nessa região.
Letra e.
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Pascoal Moreira Cabral descobriu, nas margens do Rio Coxipó, a presença de ouro, alterando
os objetivos iniciais dos bandeirantes, ou seja, iriam parar de buscar índios para serem aprisio-
nados para começar a exploração do metal precioso.
Letra b.
A sociedade Filantrópica era formada pelos conservadores, onde estão incluídos os portugue-
ses que defendiam o status quo.
Letra e.
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A guerra trouxe consequências negativas, como a formação dos exércitos paraguaios com
crianças, mulheres e idosos. Acerca do número de mortos, não há um resultado preciso, mas
estima–se que mais de 75% da população do Paraguai foi morta e que houve perda territorial
de aproximadamente 140 mil km para a Argentina e para o Brasil. Para os brasileiros, a guerra
retirou a vida de aproximadamente 50 mil pessoas e deixou uma dívida de cerca de 614 mil
contos de réis, o que foi considerado um desastre econômico. Acredita–se que muitas vidas
teriam sido poupadas se tivessem dado espaço para as estratégias de diplomacia e bom diá-
logo entre os países. Além disso, a guerra apresentou uma escassez de recursos e precárias
condições de subsistência, com grande sofrimento da população em decorrência da fome e da
disseminação de certas doenças, como a varíola.
Letra c.
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A descoberta das minas auríferas provocou uma intensa onda migratória de paulistas para a
região de Cuiabá, uma vez que os paulistas tinham sido expulsos de Minas Gerais após a der-
rota na Guerra dos Emboabas.
Letra d.
Desde a descoberta de metais preciosos até por volta de 1838, a comunicação entre Cuiabá
e São Paulo ocorreu através da navegação fluvial, surgindo as monções. Elas ocorriam de
duas formas distintas: as formadas pelo governo e as efetuadas por iniciativa particular. As
do governo levavam forças militares e autoridades administrativas, já as monções particulares
realizavam comércio com as áreas mineradoras.
Letra b.
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b) organizavam–se no Alto Xingu como uma grande e coesa confederação bastante populosa,
que nutria relações culturais e de troca, tanto a Oeste, com os povos do império Inca, como ao
Norte, com os grupos Marajoara.
c) apesar de diversas, eram, em seu maior número, do grupo Bororo, considerados pelos colo-
nizadores muito violentos por resistirem duramente à catequese jesuítica e possuírem rituais
antropofágicos.
d) eram heterogêneas, uma vez que os processos colonizatórios português e espanhol haviam
deslocados grupos indígenas de diferentes troncos linguísticos para o interior do continente.
e) faziam recorrentes alianças entre os diferentes grupos existentes a fim de unirem forças e
se protegerem dos ataques dos bandeirantes, contra os quais agiram de forma ininterrupta, a
ponto de impedir o processo de fundação de vilas e povoados.
Os quilombos do Rio Manso e do Quariterê (Quilombo do Piolho) são os mais estudados pelos
historiadores. Localizando, respectivamente, na região da Chapada dos Guimarães e no Vale
do Guaporé.
Letra b.
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“Foi um movimento de revolta que ocorreu no contexto do Período Regencial brasileiro, na então
Província de Mato Grosso, atuais Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Constitui–se num reflexo
da então crescente rivalidade entre portugueses e brasileiros. [...]” (Wikipédia.org)
Os fragmentos acima aludem à revolta conhecida como:
a) A Chacina.
b) A Rusga.
c) A Rebelião do Pantanal.
d) O Impasse da Chapada.
e) A Revolta Planaltina.
Na verdade, as ofensivas eram tanto para os índios como para os negros rebelados.
Letra e.
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No Mato Grosso, o conflito entre os liberais e os conservadores era representado pela “Socie-
dade dos Zelosos da Independência” e a “Sociedade Filantrópica”, respectivamente. Em 1834,
os desacordos na província resultaram em um confronto bastante violento chamado de Rusga.
Letra a.
043. (FGV/AL–MT/2013) A Capitania de Mato Grosso foi criada pela Coroa portuguesa em
1748. No ano seguinte, a rainha D. Mariana Vitória enviou instruções ao Capitão–General D.
Antonio Rolim de Moura Tavares. “Por se ter entendido que Mato Grosso é a chave e o propug-
náculo (...) do Brasil pela parte do Peru, e quanto é importante por esta causa naquele distrito
se faça população numerosa, e haja forças bastantes a conservar os confinantes em respei-
to, ordenei se fundasse naquela paragem uma vila e concedi diversos privilégios e inserções
para convidar a gente que ali quisesse ir estabelecer–se(...). E me faças presente quais outras
providências serão próprias para o fim proposto de aumentar e fortalecer a povoação daquele
território”.
(MENDONÇA. Marcos Carneiro de. Rios Guaporé e Paraguai: primeiras fronteiras definitivas do Brasil. Rio de
Janeiro: Biblioteca Reprográfica Xerox, 1985, p.127.)
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044. (UNEMAT/2016) A criação da capitania de Mato Grosso insere–se no âmbito das medi-
das de caráter militar para impedir o avanço dos espanhóis sobre o Vale do Guaporé. Essas
medidas diziam respeito à montagem de um aparato administrativo e militar, estruturado a par-
tir da segunda metade do século XVIII. A garantia da posse foi viabilizada por meio de medidas
que visavam posteriormente o caráter de povoamento.
PERARO, Maria Adenir. Bastardos do Império: família e sociedade em Mato Grosso no século
XIX. São Paulo: Contexto, 2001.
Entre as medidas tomadas pelo primeiro governador da capitania do Mato Grosso, D. Antônio
Rolim de Moura, empossado em 1751, estava:
a) a fundação de Cuiabá como Capital de Mato Grosso.
b) o aumento das taxas de impostos para novos moradores da nova capitania.
c) a fundação da capital do Mato Grosso e de aldeias administradas por “índios mansos”, além
da promoção de incentivos fiscais para moradores e colonos.
d) a ocupação do território efetivada por meio da criação de povoados sem a participação de
indígenas.
e) o incentivo à produção econômica da nova capitania exclusivamente pela extração de ouro.
O primeiro governador da Capitania foi Antônio Rolim de Moura, em 1748. Em 1749, recebeu
um documento da Rainha Mariana Vitória, com 32 medidas que deveria ser praticada na admi-
nistração da Capitania. Dentre elas podemos destacar:
• Fundar a capital no Vale do Guaporé e estimular seu povoamento com privilégios e isen-
ções de impostos;
• Criar tropas militares para guarnecer a fronteira e manter a segurança do território;
• Agir com diplomacia junto aos colonos de Castela nas questões fronteiriças;
• Proceder a levantamento cartográfico para fixar os limites de Mato Grosso com a capi-
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045. (UFMT/2008) A Rusga em Mato Grosso, portanto, foi um dos mais precoces movimen-
tos regenciais, visto que deflagrado em 1834. Mesmo tendo sido uma luta armada travada no
interior das elites, ela engrossou uma movimentação mais ampla, tendo sido plural em suas
reivindicações e expressões.
(SIQUEIRA, E. M. História de Mato Grosso. Cuiabá: Entrelinhas, 2002.)
Sobre o movimento A Rusga, assinale a afirmativa correta.
a) Propôs a abolição do trabalho escravo com o objetivo de conseguir a adesão não só dos
cativos, mas também dos grupos abolicionistas.
b) O principal alvo dos revoltosos foi a elite comercial e os pequenos proprietários.
c) Em seu momento de maior radicalização, os líderes do movimento pretenderam a indepen-
dência da província.
d) Significou a reação das elites da província à promulgação da Constituição Imperial.
e) Foi também impulsionada pela questão da cor, pois os revoltosos, em sua maioria mulatos
ou crioulos, sentiam–se inferiorizados em relação à população branca.
A Rusga também foi motivada pela questão da cor, onde vários revoltosos, em sua maioria
mulatos ou crioulos, sentiam–se inferiorizados em relação à população branca.
Letra e.
046. (IF-MT/2017) No século XVIII, os principais meios à capitania de Mato Grosso eram os
caminhos fluviais, através do sistema abastecedor e de transportes chamado de “monções”.
Sobre o funcionamento dessas viagens e percursos, pode-se afirmar:
a) As monções eram rotas terrestres que visavam facilitar o deslocamento de grupos sociais,
alimentos, bebidas, escravos através do uso da estrada de terra Vila Boa-Vila Real do Cuiabá.
b) A introdução do gado em 1736, via rota terrestre, contribuiu para o desenvolvimento das
monções, sobretudo com a utilização da força da tração animal para as cargas de mercadorias.
c) As monções vinham pelo sul, saindo de São Paulo, e pelo norte, saindo de Belém, utilizando
os rios como caminhos até Vila Real do Cuiabá e Vila Bela da Santíssima Trindade.
d) O abastecimento hidroviário era feito apenas uma vez por ano, mesmo com a rapidez das via-
gens pelos rios, que duravam cerca de sete dias, por causa dos constantes ataques indígenas.
e) Os batelões e canoas eram embarcações de pouca valia para as monções, pois os rios pouco
foram utilizados para o deslocamento de pessoas e mercadorias à capitania de Mato Grosso.
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Desde a descoberta de metais preciosos até por volta de 1838, a comunicação entre Cuiabá e
São Paulo ocorreu através da navegação fluvial, surgindo as monções.
Letra c.
047. (UNEMAT/2010) “Os escravos constituíam aquilo que o cronista Antonil denominou, em
sua obra Cultura e opulência do Brasil (1967), ‘as mãos e os pés dos senhores do engenho’.
No caso de Mato Grosso, os negros africanos atuaram como trabalhadores dos engenhos de
açúcar, das fazendas de lavoura e, sobretudo, junto aos trabalhos de mineração” (SIQUEIRA,
Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso: da ancestralidade aos dias atuais. Cuiabá: En-
trelinhas, 2002. p.120).
Sobre a história da presença negra em Mato Grosso, assinale a alternativa incorreta.
a) Em Mato Grosso tivemos a presença de “escravos de eito”, “escravos de ganho” e “escravos
domésticos”.
b) Em Mato Grosso, assim como em todo o Brasil, o número de quilombos foi grande e o mais
famoso deles foi o chamado Piolho ou Quariterê, situado na região do rio Guaporé, próximo
ao rio Piolho. Era constituído de uma aldeia composta de negros escravizados, índios, crioulos
e caburés.
c) Os quilombos em Mato Grosso, mesmo sofrendo perseguições e até destruição total, só
existiram durante o período colonial, pois durante a província não há registros sobre movimen-
to de quilombolas em território mato–grossense.
d) Na região de Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, conhecida como Santana da Cha-
pada e Lugar dos Guimarães, havia quilombos, pois nesta região foram instaladas fazendas de
engenhos, as quais exigiam abundante mão de obra escrava africana.
e) Os quilombos em Mato Grosso não eram constituídos apenas de escravos africanos, mas
também de homens livres, pobres, dentre os quais podemos destacar os soldados desertores,
índios e criminosos.
O item C está errado, pois no período imperial ainda tínhamos a existência de vários quilombos
pelo Brasil.
Letra c.
048. (INÉDITA/2022) Durante as monções, um dos maiores perigos enfrentados eram os ata-
ques de sociedades indígenas, motivo pelo qual os viajantes preferiam percorrer o trajeto em
comboio para minimizar os possíveis ataques.
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Existiam vários riscos nos períodos das monções, destacando os ataques indígenas.
Certo.
050. (INÉDITA/2020) Durante o período colonial, a economia do Mato Grosso era baseada,
exclusivamente, na produção aurífera.
Lembre–se de que outras atividades eram desenvolvidas na época, como a extração da erva–
mate, cana–de–açúcar e poaia.
Errado.
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REFERÊNCIAS
Mendes, M. A. História de Mato Grosso. 1. ed. Cuiabá: Adriana, 2020. Ebook. 245p.
Cleber Monteiro
Pós-graduado em Coordenação e Orientação Pedagógica. Professor do Colégio Militar Dom Pedro II (CM-
DPII) e de cursinhos preparatórios para PAS, Enem e concursos públicos (sistema EaD e presencial).
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