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GEOGRAFIA DE
MATO GROSSO
História do Mato Grosso I
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE MATO GROSSO
História do Mato Grosso I
Cleber Monteiro
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
História do Mato Grosso I............................................................................................................................................4
Formação Histórico-Territorial do Estado do Mato Grosso. ....................................................................4
Tratado de Tordesilhas.................................................................................................................................................5
Bandeiras Paulistas........................................................................................................................................................6
A Fundação de Cuiabá....................................................................................................................................................7
Os Irmãos Leme. . ................................................................................................................................................................8
As Monções........................................................................................................................................................................12
Consolidação da Posse Portuguesa. . ..................................................................................................................14
Tratados e Limites.. ........................................................................................................................................................16
A Província de Mato Grosso e o Império Brasileiro. ....................................................................................19
Oficialização da Capital em Cuiabá.....................................................................................................................20
A Rusga.................................................................................................................................................................................21
Guerra da Tríplice Aliança. . ....................................................................................................................................... 22
Escravidão Africana e Resistência......................................................................................................................25
Economia de Mato Grosso durante a Colônia e a República................................................................29
Erva-Mate...........................................................................................................................................................................29
Poaia......................................................................................................................................................................................29
Cana-de-Açúcar.. .............................................................................................................................................................30
Pecuária e Saladeiros.. .................................................................................................................................................31
Resumo................................................................................................................................................................................32
Questões de Concurso................................................................................................................................................35
Gabarito...............................................................................................................................................................................55
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................56
Referências........................................................................................................................................................................85
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História do Mato Grosso I
Cleber Monteiro
Apresentação
Olá, futuro(a) concursado(a)!
Como você está? Firme e forte nos estudos? Sou o professor Cleber Monteiro, graduado
em Geografia e pós-graduado em coordenação pedagógica e supervisão escolar. Aprovado
nos concursos da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMSP) e Polícia Militar do Estado
de Santa Catarina (PMSC). Atualmente sou professor do Colégio Militar Dom Pedro II, em Bra-
sília, e ministro aulas em vários cursinhos preparatórios para carreiras militares e concursos
públicos, nas disciplinas de geopolítica, RIDE-DF, atualidades, história e geografia dos estados
e municípios. E agora estamos juntos pelo Gran Cursos, para que você possa conseguir a sua
tão sonhada aprovação no serviço público.
Você verá ao longo desse material que estudar a história e a geografia de um município,
por maior que seja o conteúdo, é supertranquilo. Como em todas as outras disciplinas, iremos
usar estratégia para que você poupe seu tempo e consiga assimilar o maior número de co-
nhecimento necessário para a sua prova, sempre focando naqueles assuntos pertinentes em
certames anteriores.
Ao longo desse material, você encontrará dicas e lembretes que o(a) ajudarão na com-
preensão do conteúdo. Nessa etapa iremos focar e destrinchar a história colonial e imperial
do Mato Grosso e os principais acontecimentos. Ao final, teremos uma bateria de questões
comentadas para serem resolvidas. Lembre-se, só passa em concurso quem faz questões,
portanto faça todas!
Eu e toda a equipe do GRAN estamos aqui para oferecer tudo o que for necessário para sua
aprovação. Em caso de dúvidas, entre em contato pelo fórum que terei um enorme prazer em
lhe atender. Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir.
Cleber Monteiro - @Profclebermonteiro
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Tratado de Tordesilhas
Inicialmente o território mato-grossense era espanhol, dessa forma eles foram os primei-
ros a explorar a região. O pioneiro foi o português Aleixo Garcia, que era membro da expedição
espanhola, que com outros cinco companheiros organizaram uma expedição com mais de
dois mil índios e se dirigiram para o interior do continente. Eles chegaram ao Pantanal Mato-
-Grossense através do Rio Paraguai e atingiram o Império inca, próximo à Bolívia, onde saque-
aram vilarejos e resolveram retornar ao litoral para buscar reforços.
Aleixo Garcia participou da caravana que naufragou no Rio da Prata e refugiou-se na ilha de
Santa Catarina. Na ilha, Garcia e outros sobreviventes criaram relações amistosas com índios
Guaranis e os indagava constantemente sobre a existência de metais preciosos. Ele foi assas-
sinado em Mato Grosso após um ataque realizado pelos Paiaguá ao acampamento criado por
ele próximo à atual cidade de Corumbá.
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Bandeiras Paulistas
Desde o século XVI, portugueses organizavam expedições para explorar o interior do Bra-
sil. Mas foi somente o século XVII que os bandeirantes ganharam maior relevância, sendo São
Paulo o centro irradiador. O bandeirismo foi fundamental para a expansão geográfica dos do-
mínios portugueses, consequentemente, ultrapassando o meridiano de Tordesilhas.
Busca de metais
preciosos.
Entre as principais bandeiras pioneiras que devastaram o território de Mato Grosso, podemos
destacar as de André Fernandes, que contornou a ilha do Bananal e atravessou os municípios
de Novo Santo Antônio, São Félix do Araguaia, Luciara e Santa Terezinha, e a de Antônio Raposo
Tavares, que organizou vários ataques às missões jesuíticas do Itatim e iniciando a travessia do
continente sul-americano pelos rios Paraguai, Guaporé, Mamoré, Madeira, até atingir a foz do Rio
Amazonas. A expedição de Manoel de Campos Bicudo também merece destaque, pois esteve na
confluência dos rios Cuiabá e Coxipó, além da Chapada dos Guimarães e na região do Araguaia.
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A Fundação de Cuiabá
Em 1717, a bandeira de Antônio Pires de Campos atingiu a foz do Rio Coxipó, local no
qual existia um pouso de passagem para os bandeirantes. Ao analisar a região, encontrou-se
com uma aldeia da nação Coxiponé. Ele realizou várias prisões de indígenas e queimou suas
malocas. Quando retornava para São Paulo, deparou-se com a bandeira de Pascoal Moreira
Cabral, que resolveu concluir as ações de Antônio Pires aos remanescentes Coxiponé. Porém,
os nativos impuseram uma forte resistência à nova bandeira, obrigando-os a recuarem para
São Gonçalo Velho e esperarem reforços para continuar a empreitada.
Na região, Pascoal Moreira Cabral descobriu nas margens do Rio Coxipó a presença de
ouro, alterando os objetivos iniciais dos bandeirantes, ou seja, iriam parar de buscar índios para
serem aprisionados para começar a exploração do metal precioso. Mas a chegada de outras
expedições fez com que Pascoal buscasse meios para reivindicar a descoberta e garantir o
direito a exploração. Ele fez um termo comunicando às autoridades paulistas o grande achado
e, posteriormente, despachou ao governador o registro escrito e algumas amostras de ouro.
Esse documento foi datado em 8 de abril de 1719, e foi a data escolhida para assinalar a
fundação de Cuiabá. São Gonçalo Velho deixou o aspecto de acampamento provisório e tor-
nou-se o primeiro arraial na área do atual município de Cuiabá.
A descoberta das minas auríferas provocou uma intensa onda migratória de paulistas para
a região de Cuiabá, aliás os paulistas tinham sido expulsos de Minas Gerais após a derrota na
Guerra dos Emboabas. A notícia da descoberta se espalhou de uma forma muito rápida, sendo
apresentado ao Conselho Ultramarino, em Lisboa, no dia 31 de outubro de 1719. Importante
lembrar que inúmeras expedições formadas por paulistas e forasteiros foram para Cuiabá des-
conhecendo o caminho que deveriam percorrer, fazendo com que ao invés de encontrar o ouro
encontrassem a morte.
Em 1721 surge um novo arraial na região dos rios Coxipó e Mutuca, criado pelo bandeirante
Antônio de Almeida Lara, recebeu o nome de Forquilha. Nele foi erguida a Capela de Nossa Se-
nhora da Penha de França e celebrada uma missa em ação de graças pelos minerais achados.
Futuramente, esse arraial foi chamado como Coxipó do Ouro e teve como padroeira Nossa
Senhora do Rosário, sendo elevado à condição de distrito do município de Cuiabá.
Uma nova reserva de ouro foi encontrada em 1722 por dois índios que trabalhavam na
condição de escravos. O achado localizava-se na região onde atualmente ergue-se a Igreja de
Nossa Senhora do Rosário e São benedito, na margem do Córrego Prainha. No primeiro mês
foi extraído, aproximadamente, 400 arrobas de ouro, o que seria algo próximo a seis mil quilos.
Vários sertanistas foram para a região que ficou conhecida como Lavras do Sutil, originando o
um novo arraial sob a invocação do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, posteriormente simplificado
para Cuiabá.
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Essa nova área de exploração aumentou o interesse da Coroa Portuguesa, que tinha cons-
tantes disputas com os espanhóis. Os portugueses poderiam perder o controle das minas para
os próprios súditos, pois a ocupação do Vela do Rio Cuiabá foi resultado da ação de indivíduos,
movidos por ambição de riquezas, sem que houvesse participação direta do Estado no finan-
ciamento deste empreendimento.
Os Irmãos Leme
Os metais descobertos em Cuiabá despertaram grandes temores nas autoridades metro-
politanas e em seus representantes na Colônia. Eles tinham o receio que a região se tornasse
alvo de cobiça espanhola, aliás, as minas eram vizinhas aos seus domínios. Por outro lado, o
alto fluxo migratório reuniu muitas pessoas em um local distante e inóspitos, fora do controle
da Coroa Portuguesa. Essa realidade poderia criar lideranças que desafiariam o poder central
e estimulariam uma revolta contra Portugal.
Era necessário então estabelecer a autoridade nas minas cuiabanas, instalando um apa-
rato político-administrativo e fiscal na região capaz de conter a inquietude da população. É
importante lembrar que muitos habitantes daquele local já tinham vivenciado realidades pare-
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cidas em Minas Gerais, como, por exemplo, a Revolta de Vila Rica. A missão foi atribuída a Ro-
drigo César de Menezes, governador da capitania de São Paulo, à qual Mato Grosso pertencia
até o ano de 1748.
Para administrar a região das minas nos primeiros anos de ocupação portuguesa, os pró-
prios moradores elegeram Fernando Dias Falcão para capitão-mor e Pascoal Moreira Cabral
para o cargo de guarda-mor. Em 1719, João Leme da Silva e Lourenço Leme, irmãos sertanis-
tas oriundos de Itu, onde moravam, desembarcaram em São Gonçalo Velho. Considerados fora
da lei, trouxeram uma lista extensa de violências praticadas em São Paulo e nas Minas Gerais.
Entre os delitos, existiam estupros e assassinatos, destacando o do sertanista Antônio Fernan-
des de Abreu, em 1717.
A ordem nas minas começou a ser ameaçada pelos irmãos, que romperam com Moreira
Cabral e Dias Falcão. Um dos pontos da discórdia foi a disputa pela vigararia de Cuiabá, pois
os irmãos queriam que o Padre Manuel de Campos Bicudo, assumisse a função eclesiástica.
Porém, essa função era exercida pelo Padre Francisco Justo, nomeado pelo Rio de Janeiro. Os
Leme afirmavam que Moreira Cabral e Dias Falcão não iriam expulsar o sacerdote de Cuiabá, e
logo começaram a realizar contra ele uma série de violências para forçar sua fuga.
A Coroa Portuguesa já tinha experiência para colocar em prática meios de controle da po-
pulação mineradora. O governador atribuiu aos irmãos importantes cargos de mando em Cuia-
bá: provedor dos quintos para Lourenço Leme e mestre de campo regente para João Leme.
Dessa forma, o governo central conseguia uma aproximação dos poderosos locais a estrutura
estatal, tornando-os agentes para a instalação do governo metropolitano nos sertões cuiaba-
nos, em troca de benefícios.
Em 1723, os irmãos retornaram à São Paulo a fim de receberem os regimentos e a investi-
dura nos cargos, hospedando-se na residência do provedor. Porém, este desejava tomar posse
da riqueza amealhada pelos dois sertanistas nas minas cuiabanas e convenceu o filho de
Antônio Fernandes de Abreu a formalizar denúncia à ouvidoria contra os Leme. Porém João e
Lourenço recusaram os cargos que foram investidos, pois afirmaram que ocupavam cargos de
maior importância em Minas Gerais. Essa recusa foi interpretada como uma manifestação de
rebeldia e insolência ao governador paulista. Uma ordem de prisão foi decretada pelo ouvidor,
mas os irmãos escaparam do cerco e refugiaram-se na mata com seus homens.
Mas, em 1723, João Leme foi encontrado e enviado para a Bahia, sendo executado em um
cadafalso, já Lourenço foi morto a tiros enquanto dormia, após ser denunciado pela própria
madrinha, onde tinha buscado refúgio.
A morte desses dois irmãos permitiu a Rodrigo César de Menezes organizar sua política
para promoção da presença do Estado português na região central da América do Sul. Para
diminuir os abusos que ocorriam em Cuiabá, o governador tomou diversas medidas, entre elas:
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Obrigatoriedade de
Medidas
passaporte para quem
quisesse passar às minas
Interdição do caminho
Evitando incidente com as
que atravessava o Campo
autoridades espanholas
das Vacarias
Proibição de abertura de
novas picadas na direção
de Cuiabá.
Essas medidas eram disciplinadoras para o povoamento tão distante, com o objetivo de
impedir qualquer movimento desordenado.
Para estabelecer a governança portuguesa na região, necessitava da vinda do governador
ao arraial, pois era preciso fiscalizar as minas cuiabanas, proporcionando maior eficiência na
arrecadação dos impostos devidos à Coroa, motivar a descoberta e exploração de novas áreas
auríferas, além de integrar aquela região à América portuguesa.
No dia 16 de julho de 1726, Rodrigo César de Menezes partiu para Cuiabá acompanhado
por aproximadamente três mil pessoas, chegando ao destino quatro meses depois. Uma das
primeiras providências tomadas pelo governador foi cumprir a determinação de Dom João V:
fundar uma vila nas proximidades de Cuiabá. Em 1º de janeiro de 1727, o arraial surgido nas
Lavras do Sutil tornou-se a Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, implantando uma estru-
tura político-administrativa e jurídica para atender os objetivos da Coroa Portuguesa na região.
Dessa maneira, Cuiabá ganhou uma posição privilegiada entre as cidades do mundo por-
tuguês, pois se tornou sede de município com aparato judiciário e administrativo na própria
localidade. Quando Cuiabá é elevada a categoria de vila, Rodrigo César de Menezes come-
çou a organizar o espaço português em território mato-grossense, criando os fundamentos
do Estado metropolitano. Uma outra medida adotada foi a concessão de sesmarias, espécie
de recompensa oferecida pela Metrópole. Cultivar a terra era um pré-requisito para receber a
sesmaria, o que era necessário ter poder econômico e escravos pelo suplicante para conseguir
as terras.
Mudar a sede do governo paulista para Cuiabá possibilitou uma estruturação na organi-
zação fiscal na própria área mineradora, ocasionando um aumento da Fazenda Real, fortale-
cendo economicamente o reino português. Ele ainda foi o responsável pela criação da Casa
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de Fundição na própria capital paulista para marcar com o selo português o ouro retirado das
lavras, estabeleceu cobrança dos quintos por bateias e mandou levantar posto de registro no
Rio Grande para fiscalizar todos os produtos que por ali passavam.
Logo após seu desembarque na região mineradora, impôs punições aos cativos que ocul-
tavam o ouro extraído das lavras, além de combater práticas julgadas desviantes aos propósi-
tos de aumento do tesouro real, como jogatinas, bebedeiras, prostituição, arruaças e roubos.
Todas essas medidas rigorosas impostas aos moradores de Cuiabá tinham o objetivo de
contribuir para o enriquecimento da Coroa portuguesa. Porém, dentro da própria estrutura go-
vernamental, tinha pessoas que defendiam o pensamento oposto, como podemos observar
nos roubos dos quintos reais recolhidos nas minas cuiabanas.
Em 1728, foi encaminhado a Lisboa o quinto recolhido nas minas durante a estada do go-
vernador. A contribuição dos cuiabanos foi recebida em cerimônia por Dom João V e vários
membros da família e do governo. Quando abriram as caixas lacradas em São Paulo, tomou-se
conhecimento de que o ouro foi trocado por chumbo. Esse fato escancarou a corrupção na
administração dos territórios ultramarinos. O furto havia sido cometido por algum funcionário
que tinha acesso aos quintos reais, sendo futuramente identificado e responsabilizado Sebas-
tião Fernandes do Rego, o mesmo que havia tramado contra os irmãos Leme em 1723.
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As Monções
A política das sesmarias, estabelecida por Rodrigo César de Menezes em Cuiabá, gerou
uma estrutura de produção voltada para gêneros básicos, pois o abastecimento dos distritos
mineradores adquiria uma importância para manter a ordem e o desenvolvimento da área con-
quistada. Dessa forma, o estabelecimento de propriedades rurais resulta no surgimento de
sistema agropastoril com o objetivo de abastecimento interno das minas, provendo as neces-
sidades alimentares básicas da população.
Desde a descoberta de metais preciosos até por volta de 1838, a comunicação entre Cuia-
bá e São Paulo ocorreu através da navegação fluvial, surgindo as monções. Elas ocorriam
de duas formas distintas: as formadas pelo governo e as efetuadas por particulares. As do
governo levavam forças militares e autoridades administrativas, já as monções particulares
realizavam comércio com as áreas mineradoras.
Instrumentos de
trabalho
porcos
escravos
galinhas
animais
Produtos comercializados
bois
nas monções
cavalos
Sal
vinho
produtos
armas
manufaturados
Objetos para
pólvora
culto religiosos
tecidos
Geralmente, o roteiro percorrido utilizava os rios Tietê, Grande (Paraná), Pardo, Coxim, Ta-
quari, Paraguai, Porrudos (São Lourenço) e Cuiabá. As saídas das monções com destino para
Cuiabá ocorriam entre abril e junho. Cada batelão poderia levar até seis mil quilos de mercado-
ria, sendo movimentado por remos e guiados por um piloto que mantinha o curso da embarca-
ção com um leme.
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O percurso hídrico, que era superior a 3.500 Km e durava aproximadamente cinco meses
para ser finalizado, apresentava diversos obstáculos, entre eles:
• ambientes inóspitos;
• variação do volume de água nos rios;
• cachoeiras que precisavam ser transpostas;
• enfermidades tropicais;
• dificuldades na obtenção de alimentos;
• naufrágios;
• ataques indígenas.
Devido a esses fatores, nem todos os comboios foram bem-sucedidos em suas empreita-
das. Portanto, nem sempre embarcar no porto em São Paulo significaria que os viajantes iriam
desembarcar nas minas cuiabanas, pois os perigos eram diversos. Importante destacar que
os custos da difícil viagem eram repassados aos produtos que os comerciantes revendiam em
Cuiabá, tornando-os extremamente caros, sendo o ouro a moeda corrente utilizada.
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vel a oferta por conta das dificuldades para chegar à região, principalmente devido aos ataques
indígenas. Tudo isso fez necessária a abertura de um sistema terrestre para as tropas de ani-
mais de carga. Mediante a essa necessidade, em 1736 o sertanista Antônio de Pinho Azevedo
iniciou a abertura caminhos terrestres para Vila Boa de Goiás, onde a rota interligaria a outras
regiões do Centro-sul da Colônia.
A Vila Real tornou-se o terminal para os tropeiros oriundos de São Paulo, Rio de Janeiro e
Salvador. Eles eram responsáveis por levarem mercadorias destinadas aos centros urbanos da
Capitania. A partir de Cuiabá uma pequena malha viária se estendia da Chapada dos Guima-
rães, Diamantino, Vila Maria e Vila Bela da Santíssima Trindade, onde os produtos eram vendi-
dos pelos comerciantes cuiabanos. Com a regressão no sistema fluvial, a região de Mato Gros-
so se tornou extremamente dependente dos tropeiros, e a via terrestre passou a ser o principal
meio de transporte de cargas e comunicação até a abertura da navegação no Rio Paraguai.
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O primeiro governador da Capitania foi Antônio Rolim de Moura, em 1748. Em 1749, rece-
beu um documento da Rainha Mariana Vitória, com 32 medidas que deveriam ser praticadas
na administração da Capitania. Entre elas podemos destacar:
• Fundar a capital no Vale do Guaporé e estimular seu povoamento com privilégios e isen-
ções de impostos;
• Criar tropas militares para guarnecer a fronteira e manter a segurança do território;
• Agir com diplomacia junto aos colonos de Castela nas questões fronteiriças;
• Proceder a levantamento cartográfico para fixar os limites de Mato Grosso com a capi-
tania de Goiás e o Grão-Pará;
• Verificar a possibilidade de estabelecer navegação e comércio com o Grão-Pará pela
Bacia Amazônica;
• Criar aldeamento para índios mansos;
• Incentivar a criação de gado e de cavalos;
• Proibir a extração de diamantes.
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Para aumentar a força do governo em Mato Grosso, foi implantada toda estrutura em Vila
Bela da Santíssima Trindade, apresentada nos edifícios públicos em torno da praça central,
que era uma referência para orientar as construções do aparto urbano.
A política de ocupação de Vila Bela da Santíssima Trindade foi ditada pelos imperativos
geopolíticos da monarquia portuguesa, um contraponto ao processo de ocupação espontânea
e desordenada que vivenciou Cuiabá. Para contrabalancear as longas distâncias em que a vila-
-capital se colocava dos demais centros e dos preços elevados das mercadorias, o governador
concedeu isenção de impostos por 10 anos e suspendeu a execução de dívidas contraídas em
outras localidades por três anos. Além de honras e privilégios expressos na doação de sesma-
rias e títulos da Coroa portuguesa. Isso resultou, no ano de 1755, em uma população de 500
indivíduos na região.
Mas as observações positivas do governador sobre a nova capital estavam equivocadas,
pois o quadro sanitário de Vila Bela era insalubre devido a doenças, febres e cheias do Rio
Guaporé que inundavam parte da cidade. Essa situação foi bem explorada pela elite cuiabana
para reivindicar a mudança da sede do governo para a Vila Real.
O sistema hidrográfico de Vila Bela da Santíssima Trindade estava vinculado à Bacia Ama-
zônica e a interligando à uma extensa rede fluvial (Guaporé, Madeira e Amazonas). Por estar
mais próxima de Belém, a importação de mercadorias e escravos era mais vantajosa do que as
oriundas de Cuiabá. A operacionalização nesse sistema começou em 1754 e ficou conhecida
como monções do norte, e o roteiro fluvial que ligava Cuiabá a São Paulo pela Bacia Platina
passou a ser denominado de monções do Sul.
As trocas comerciais das monções do norte foram intensificadas quando surgiu a Compa-
nhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, responsável pela integração do Vale do Guaporé e
das capitanias da Amazônia portuguesa ao sistema mercantilista colonial, chegando ao porto
de Vila Bela duas monções por ano. A consolidação dessa rota comercial contribuiu para o en-
fraquecimento das monções do sul, mas, mesmo fornecendo mercadorias mais baratas e com
maior regularidade, a empresa sofria críticas da população e das autoridades da Capitania por
não suprir totalmente o mercado local, principalmente no que se referia à mão de obra escrava.
A redução na produção das Minas do Mato Grosso gerou um endividamento dos comer-
ciantes e moradores do Vale do Guaporé, acumulando grandes prejuízos e decaindo as rotas
comerciais. Em 1788, a empresa foi extinta e criou uma queda brusca na oferta de gêneros e
escravos na região. O abastecimento ficou cada vez mais precário e esporádico, e passou a
ser feito por intermédio de Cuiabá, forçando um aumento nos preços das mercadorias e uma
dependência da Vila-capital à Vila Real.
Tratados e Limites
A soberania portuguesa sobre a região de Mato Grosso envolveu a assinatura de outro
acordo: o Tratado de Madri. Negociado entre os governos ibéricos desde a década de 1740,
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o tratado abarcou, além de Mato Grosso, as questões fronteiriças ao sul e norte da Colônia,
atendendo aos interesses de ambas as partes.
Durante a negociação do acordo, Alexandre de Gusmão utilizou o princípio do uti possidetis
para garantir a ampliação do território colonial. De acordo com esse fundamento, a determi-
nação da posse era dada pela efetiva ocupação, permitindo a Portugal incorporar todos os
domínios conquistados pelos bandeirantes, sertanejos, religiosos e militares que violaram o
Tratado de Tordesilhas. Em relação aos espanhóis, para manter o controle sobre a região plati-
na, ficaram com a Colônia do Sacramento e cederam aos portugueses a região dos Sete Povos
das Missões, onde a população deveria ser transferida para outro local do território espanhol.
Em 1751, foram formadas pelas coroas ibéricas uma comissão para demarcar os limites
sul-americanos. Em 1754, eles realizaram um marco divisório na foz do Rio Jauru, em uma
área longe de inundações, de maneira a dividir fisicamente o espaço referente a cada monar-
quia e a não gerar mais discussões futuras sobre a posse.
Mas a demarcação das novas fronteiras criou uma forte resistência na região dos Sete
Povos das Missões. Esse fato ganhou mais força durante a Guerra dos Sete Anos, na Europa, e
suspendeu o Tratado de Madri temporariamente. Em 1761, foi instituído o Tratado de El Pardo,
cancelando a última demarcação fronteiriça e estabelecendo que os limites voltassem a ser
o determinado pelo Tratado de Tordesilhas em 1494. Inclusive, o Tratado de El Pardo ordenou
que todas as balizas fronteiriças criadas fossem destruídas. Porém o Marco do Jauru conse-
guiu manter-se de pé e foi assentado, em 1883, na Praça Barão do Rio Branco, em Cáceres.
Os acordos em relação à fronteira ficaram pendentes até 1777, com a assinatura do Trata-
do de Santo Ildefonso. Esse novo tratado redefiniu as fronteiras criadas pelo Tratado de Madri,
pois usou como base a ocupação efetiva como garantia de posse dos territórios.
Principais alterações
Cessão da Colônia do
Sacramento e dos Sete Povos das
realizadas
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terras que pertenciam a Portugal, atuou com Félix de Azara. Eles não criaram demarcações,
apenas produziram dados cartográficos e medições astronômicas na região próxima ao Rio
Guaporé e o Rio Igurei.
Porém o acordo de 1777 gerou uma disputa sobre os territórios entre os rios Apa e Blanco
e se estendia até o Ivinhema, no Sul da capitania de Mato Grosso, onde o pacto determinava
como território espanhol uma região ocupada por luso-brasileiros e que o governador Luís de
Albuquerque se recusava a desocupar.
Durante o governo de Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, quarto capitão-ge-
neral, que um verdadeiro escudo protetor foi construído na fronteira oeste. O principal objetivo
era seu povoamento, militarização e defesa da região.
Você deve estar se perguntando: E os outros três capitães-generais? Fizeram o quê? O
primeiro fundou a Vila Bela da Santíssima Trindade (1752), a Missão de São José (1754) e o
Forte Nossa Senhora da Conceição (1763), que posteriormente passou a ser chamado Forte
Bragança. Os sucessores, João Pedro da Câmara e Luís Pinto de Souza Coutinho, focaram no
incremento populacional da Vila-capital, seu desenvolvimento econômico e seu fortalecimen-
to militar.
Mas foi Luís de Albuquerque que buscou implantar outras vilas, fortalezas e grandes proje-
tos militares entre os imensos sertões, para barrar um possível avanço espanhol nas terras a
oeste de Mato Grosso. O principal objetivo da criação das vilas e fortes era reafirmar a perten-
ça daquele território ao reino português.
Suas ações relacionadas à defesa e militarização da fronteira podem ser observadas na
edificação do Forte Coimbra, construído na margem direita do Rio Paraguai, entre os anos
de 1775 e 1792, e no Forte Príncipe da Beira, na margem do Rio Guaporé. Para ajudar o For-
te Coimbra na consolidação do domínio português, foi estabelecido em 1778 o povoado de
Albuquerque (atual Corumbá). Já o Forte Príncipe da Beira tinha o apoio de vários povoados
habitados por indígenas, sendo Balsemão, Lamego e Leomil os maiores.
As preocupações de Luís de Albuquerque também estavam voltadas para o controle inter-
no do território, como apresenta a construção dos registros de Jauru, atual Porto Esperidião, e
da Ínsua, na estrada entre Mato Grosso e Goiás, os dois no ano de 1774. Nesses locais estraté-
gicos de vias de circulação, eram cobrados impostos devidos à Coroa. A estratégia portuguesa
de manter a posse e oficializar seu domínio foi completada com a construção do Presídio de
Miranda (1792) e do Forte Iguatemi (1767), ambos no sul da capitania.
A criação dessas povoações e fortalezas só foi possível porque a Coroa portuguesa mudou
para os colonos parte dos custos pela defesa militar da fronteira. Dessa forma, a elite da Capi-
tania era instada a assumir parte das despesas com expedições, construções e manutenção
de fortes, instalação de povoações. Já os colonos deveriam ser convertidos em força armada
quando a soberania portuguesa fosse ameaçada. Em caso de ameaça de outros países, as
províncias do Grão-Pará e a capitania de Goiás deveriam reforçar a fronteira com Mato Grosso.
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É importante lembrar que os colonos aceitaram esses encargos em busca de privilégios hono-
ríficos e benefícios diversos.
Outra forma utilizada para consolidar os núcleos urbanos foi a incorporação de índios
nos propósitos colonizadores. Nesse processo, os índios foram fundamentais para a forma-
ção de núcleos urbanos em lugares inóspitos e isolados, sendo utilizados como soldados e
povoadores.
Uma maneira comum na época era cooptar aldeados em Moxos e Chiquitos, de modo a
transferi-los com suas famílias para o lado português da fronteira. Com a expulsão da Com-
panhia de Jesus das colônias espanholas, ocorreu uma intensa migração dos ameríndios de
Moxos e Chiquitos para a Capitania de Mato Grosso. Para os portugueses, a integração desses
índios não seria apenas um incremento populacional, mas também o despovoamento dos ter-
ritórios espanhóis. Entre os povoados que tinham em sua composição indígenas das missões
espanholas, podemos citar São Pedro Del Rey, Albuquerque e Vila Maria.
A denominação cidade de Mato Grosso foi utilizada durante 160 anos; somente em 1978 a
localidade voltou a ostentar em sua toponímia a designação Vila Bela da Santíssima Trindade.
Porém o novo governo envolveu o império brasileiro em um problema diplomático que im-
pediu a cidade de Mato Grosso a voltar a ostentar a condição de capital de fato da província.
Denomina-se esse período como o Incidente de Chiquitos, que ocorreu quando o governador
dessa província hispânica, Sebastián Ramos, queria continuar com os privilégios do cargo que
ocupava e ofereceu ao governo de Mato Grosso a anexação de Chiquitos ao Império. Mas essa
incorporação seria temporária, pois quando vencessem as tropas que lutavam pela indepen-
dência da Bolívia, a província de Chiquitos deveria retornar ao controle da Coroa espanhola.
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"FICA DECLARADA
CAPITAL DA "FICAM REVOGADAS
PROVÍNCIA DE AS DISPOSIÇÕES EM
MATO GROSSO A CONTRÁRIO."
CIDADE DE CUIABÁ"
Com a transferência da capital, a antiga Vila Bela foi oficialmente destituída de suas prer-
rogativas, sendo que as origens estão em um grande projeto realizado pela Coroa portuguesa.
Vila Bela tornou-se esquecida na memória histórica brasileira e praticamente todas as suas
construções ruíram. Somente algumas fundações permaneceram nos dias atuais, entre elas
as Igrejas de Santo Antônio dos Militares e de Nossa Senhora do Carmo. A Igreja Matriz da
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Santíssima Trindade manteve suas monumentais paredes em adobe. No início do século XX, o
Marechal Rondon salvou da destruição o Palácio dos Capitães-Generais, reformando-o e trans-
formando-o na sede de estação telegráfica. Atualmente lá é o Museu Histórico e a Secretaria
de Cultura do município.
A Rusga
Após o período de independência, o cenário político do Brasil fragmentou-se em duas es-
feras supremas em que tinham o poder como uma verdadeira disputa. Os políticos liberais
apoiavam a autonomia das províncias diante da política e uma verdadeira reforma de práticas
estabelecidas no período da colonização. Em contrapartida, os portugueses fundamentavam
sua defesa em centralizar a política e retificar os privilégios desfrutados antes da Proclamação
da Independência.
Após a saída de Dom Pedro I e o início do governo regencial, a competição entre os grupos
políticos se tornou ainda mais acirrada, chegando ao ponto de desencadear diversas revoltas
pelo Brasil. No Mato Grosso, o conflito entre os liberais e os conservadores era representado
pela “Sociedade dos Zelosos da Independência” e a “Sociedade Filantrópica”, respectivamente.
Em 1834, os desacordos na província resultaram em um confronto bastante violento chama-
do de Rusga.
De acordo com os historiadores, os mato-grossenses liberais sistematizaram uma insur-
reição que tinha como objetivo a retirada dos portugueses do poder com a força das armas.
Entretanto, antes do levante, as autoridades descobriram e, na tentativa de atrapalhar esse
movimento, decidiram então colocar o tenente-coronel João Poupino Caldas, que era aliado
dos liberais, como o novo governador da província, ainda assim, não obtiveram o resultado de
conter a fúria dos revoltosos.
Em 30 de maio de 1834, entre tiros e palavras de repúdio contrários aos portugueses, apro-
ximadamente 80 revoltosos saíram do Campo do Ourique e tomaram posse do Quartel dos
Guardas Municipais. Assim, contiveram a reação dos soldados oficiais e nas ruas da capital
estavam à procura dos “bicudos”, tal termo era depreciativo e direcionado aos portugueses e
teve origem no nome do bandeirante Manuel de Campos Bicudo, que foi o primeiro homem
branco a se fixar na região.
O objetivo dos “rusguentos” era de furtar a casa dos portugueses e assassinar os inimigos,
tendo isso como uma espécie de troféu. De acordo com os relatos das pessoas da época,
centenas de pessoas foram mortas pelas ações violentas que dominaram as ruas de Cuiabá.
Foram tomadas todas as providências cabíveis após esse incidente e todos os participantes e
líderes da Rusga foram presos e julgados pelas autoridades da época.
Poupino Caldas, que era o governador da província de Mato Grosso, tentou contornar a
situação, não denunciando o que ocorreu para os órgãos do governo regencial. Entretanto, a
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cidade se encontrava em uma situação caótica, pediu socorro ao governo central, que nomeou
Antônio Pedro de Alencastro como governador da província.
Dessa forma, com o auxílio dos líderes liberais, os mandantes do movimento foram presos
e enviados para o Rio de Janeiro. O último episódio dessa revolta ocorreu em 1836, quando
João Poupino Caldas resolveu deixar a província após o desprestígio político. No dia de sua
partida, um conspirador anônimo o assassinou com uma bala de prata, projétil que era utiliza-
do para matar alguém que era considerado traidor. A força do grupo Liberal foi fator determi-
nante para encaminhar os destinos de Mato Grosso e seus desdobramentos.
A Rusga não foi uma revolta que demonstrou forte conteúdo social, pois sua liderança não
queria gerar mudanças estruturais na ordem estabelecida. Ela representou na verdade um con-
flito entre as oligarquias sobre o futuro da condução governativa em Mato Grosso, e questiona-
vam a centralização do poder no Rio de Janeiro, pois os líderes do movimento não aceitavam
o fato de o presidente da Província e o comandante serem nomeados pela Regência.
O número de mortes na Rusga é impreciso e divergente, pois parte significativa da do-
cumentação sobre o episódio foi queimada nas décadas da rebelião, impedindo um cálculo
mais exato.
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A imposição territorial de Solano López estimulou os receios de que ele alimentava proje-
tos de expansão, para ampliar o território paraguaio com a agregação das áreas inerentes aos
países vizinhos. Assim, esse revigoramento econômico e o crescimento do Paraguai se carac-
terizavam como ameaças aos interesses brasileiros e argentinos, não ingleses.
A imposição territorial paraguaia se refletia sobre o sul da província de Mato Grosso, sobre
a área definida pelos rios Blanco, Apa e Ivinhema. Tal questão teve início no Tratado de Santo
Ildefonso, que foi assinado entre Espanha e Portugal em 1777, constatando a região como
posse dos espanhóis, embora a ocupação dos luso-brasileiros. O Paraguai vinha debatendo a
assinatura dos acordos de limites com o Brasil desde o governo do seu primeiro presidente,
José Gaspar Rodríguez de Francia, tendo como parâmetro o Tratado de Santo Ildefonso. O
Brasil partia do princípio de que cada país seria responsável pelo território que está ocupando,
consolidando assim o domínio efetivo do Brasil sobre a área que foi requerida pelo Paraguai.
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Com a intenção de garantir que a província do Mato Grosso não seria tomada, visto que
havia a distância da Corte e pouca presença estatal na região, o imperador Dom Pedro II enca-
minhou, em 1844, o responsável pelos negócios do Império, José Antônio Pimenta Bueno para
que reconhecesse a independência do Paraguai e instituísse um Tratado de Aliança, Comércio,
Navegação, Extradição e Limites que não foi legitimado pelo Império, porque utilizava como
base o Tratado de Santo Ildefonso, o que gerou diversas dificuldades, porque os governantes
do Paraguai decidiram por discutir a possível liberação das navegações pelo Rio Paraguai so-
mente após solucionar as questões vinculadas à delimitação das fronteiras.
Em 06 de Abril de 1856, na cidade do Rio de Janeiro, José Maria da Silva Paranhos assinou
com o mandatário do Paraguai, José Berges, o Tratado de Amizade, Navegação e Comércio,
que protelou por seis anos a discussão acerca das fronteiras entre os países, porém autorizan-
do a circulação das embarcações para a província do Mato Grosso, por meio do Rio Paraguai.
Entretanto, tal acordo não subtraiu as tensões, e o governo do Paraguai seguiu, através dos
regulamentos, dificultando a travessia dos navios do Brasil, que se dirigiam ao Mato Grosso.
As autoridades do Paraguai estavam convencidas de que a livre-navegação possibilitaria o
fortalecimento do exército da província mato-grossense por parte do Império, representando
assim uma ameaça ao Paraguai. Com efeito, desde o ano de 1858, o governo central bus-
cou reforçar a Província militarmente, investindo na infraestrutura militar, atribuindo uma vasta
quantidade de armamento e munições, provendo aumento no quadro de efetivo, tendo em
vista que as autoridades cogitavam um possível combate armado com a República Guarani.
Tal preocupação se tornou enfática ao notar-se que o acordo firmado em 1856 já se aproxi-
mava do vencimento e o governo do Brasil não pretendia ceder ao Paraguai o território. Tendo
em vista o ambiente desfavorável a possíveis negociações, as instalações militares da Provín-
cia se concentraram em Corumbá e formaram colônias militares. Porém, o contingente militar
era frágil quando comparado ao Paraguai, que possuía um exército extremamente bem arma-
do, com um minucioso planejamento, contando até mesmo com espiões que passavam as
informações a Solano López.
O Brasil decidiu romper as relações com o Uruguai e buscar conquistar as cidades uru-
guaias. Então, em setembro de 1864 as tropas brasileiras entraram no país, junto dos aliados
de Venâncio Flores, determinando, assim, um governo provisório que correspondia aos interes-
ses do Brasil. Porém esse acontecimento foi o estopim e comprometeu completamente a rela-
ção entre esses países. Não demorou muito para que Solano López decidisse atacar o Brasil.
Diante do cenário de uma iminente guerra, o governo brasileiro sugeriu à Argentina e ao
Uruguai o firmamento de um tratado, que ficou conhecido como Tratado da Tríplice Aliança,
que foi assinado no dia 01 de maio de 1865, em que definiram como principal condição o for-
necimento dos recursos adequados para a luta contra o Paraguai.
As principais batalhas foram a de Riachuelo, em junho de 1865, que foi a mais decisiva,
sendo vencida pela marinha brasileira; a de Tuiuti, em maio de 1866, que ficou marcada pela
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Os escravos podiam ser classificados em vários tipos. Em Cuiabá, a região com maior núcleo
urbano, encontravam-se os escravos de ganho, que são aqueles que realizavam trabalhos tem-
porários em troca de pagamentos revertidos para seus proprietários.
Sabendo da realidade que ocorria em outras regiões do Brasil, o dia a dia dos africanos
em Mato Grosso foi sendo acompanhado por atos de resistência diante da condição em que
se encontravam. Essa resistência pode ser observada em fugas, na criação de quilombos, em
suicídios, no assassinato de senhores e feitores e por meio de ações camufladas ou explícitas,
como o boicote ao trabalho ou na produção. Qualquer desses atos, quando bem-sucedidos, ge-
ravam grandes prejuízos aos seus donos. E, por conta disso, foi necessário criar vários meios
para coibir essas ações.
À vigilância eram acrescidas leis que procuravam controlar e disciplinar os cativos. Eles foram
proibidos de transitar à noite pelas ruas da cidade sem permissão de seus donos e quando saíam
das fazendas e vilas, deveriam ter uma permissão rubricada pelos proprietários com identificação
do destino para o qual se dirigiam e prazo de validade. Locais que tinham uma grande aglomera-
ção de escravos, como feiras e chafarizes, eram ambientes com forte vigilância policial.
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Um dos grandes medos da população livre que habitava em áreas com grandes quantida-
des de cativos era o de revolta generalizada. Em Mato Grosso, foi perceptível essa ameaça em
dois momentos diferentes, sendo o primeiro em 1835, e foi incentivado pela Revolta dos Malês
que ocorreu na Bahia. A ameaça de insurreição escrava voltou devido à Guerra do Paraguai,
sendo que as forças militares da Província concentraram sua atenção no combate ao inimigo
principal e deixava as propriedades rurais vulneráveis a ataques de quilombolas.
A fuga era uma das principais maneiras de rebeldia dos cativos no século XVIII e XIX. Um
dos responsáveis pela repressão, captura e retorno dos escravos fugidos era o capitão do
mato. Em Cuiabá, a patente de capitão do mato foi introduzida por Rodrigo César de Menezes
que nomeou os primeiros e criou uma remuneração para cada escravo recuperado.
Devido às características geográficas do território mato-grossense, as fugas dos escravos
eram com destinos variados. A pequena densidade demográfica dos núcleos urbanos possibi-
litava que os moradores conhecessem e identificassem os escravos, isso fazia com que a ci-
dade fosse um destino de fuga pouco provável para os cativos, resultando a procura de lugares
mais distantes, as matas, aldeias indígenas, domínios espanhóis e quilombolas.
Muitos dos escravos fugidos se reuniam em quilombos, que eram comunidades negras li-
vres que também recebiam indígenas, brancos pobres e mestiços. Normalmente, essas comu-
nidades localizavam-se em regiões de difícil acesso, mas sempre próximo a rios, em áreas de
relevo elevado e de matas. Alguns quilombos foram organizados em território espanhol, onde
mantinham trocas comerciais com povoados nas proximidades, além de estruturar uma rede
de informações com o restante da sociedade.
A presença de quilombos em Mato Grosso acompanhou o processo de ocupação da região,
mas a maior foi erguida sem muito planejamento e com pouca duração. Outros, porém, pro-
longaram-se por anos e chegaram aos ouvidos de várias comunidades escravas, fazendo com
que os senhores solicitassem ao governo a destruição desses quilombos. Entre os quilombos
presentes na capitania e nas regiões próximas destacamos o do Sepotuba, do Quariterê, do
Porrudos, Baures, Piolho e Pindaituba. Na segunda metade do século XIX ganha destaque o do
Roncador, Jangada, Serra Dourada, do Rio Manso e novamente o Sepotuba.
O quilombo do Sepotuba, localizado na região de Vila Maria, é considerado o mais dura-
douro de Mato Grosso. Criado em 1769, nunca foi destruído e sobreviveu até o final do período
escravista. Experimentou um grande crescimento durante a Guerra do Paraguai, pois recebeu
grande número de soldados desertores. Porém os quilombos do Rio Manso e do Quariterê
(Quilombo do Piolho) são os mais estudados pelos historiadores, localizando-se, respectiva-
mente, na região da Chapada dos Guimãres e no Vale do Guaporé.
Com o fim da Guerra do Paraguai, a elite Imperial começou a propor diferentes formas de
trabalho escravo, motivando a campanha abolicionista. Nesse contexto, foram aprovadas a Lei
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do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885), que emanciparam parcelas da popula-
ção cativa, mas buscavam adiar ao máximo a abolição definitiva.
Em Mato Grosso não ocorreu diferente ao restante do país. A campanha abolicionista con-
seguiu o apoio de diversos setores da sociedade mato-grossense como notamos com a funda-
ção da Sociedade Emancipadora Mato-Grossense (1872), da Sociedade Abolicionista de Mato
Grosso (1883), da Sociedade Abolicionista Galdino Pimentel (1886), todas na capital, além do
Clube Emancipador Mirandense (1885), na vila de Miranda.
As discussões chegaram a ser travadas na Assembleia Legislativa. Em 1870 foi apresenta-
do projeto de lei autorizando o Poder Executivo a destinar anualmente a quantia de seis contos
de réis para a libertação de crianças do sexo feminino nascidas de ventre escravo. Infelizmente,
o projeto acabou sendo rejeitado pela comissão de orçamento por sobrecarregar os recursos
do tesouro provincial. No ano seguinte, a Assembleia Legislativa sancionou a lei instituindo 12
loterias na Província, sendo seis para manumissão de escravos menores do sexo feminino.
Somente no dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel, que governava interinamente o País,
assinou a Lei Áurea decretando a libertação de todas as pessoas que estavam na condição de
escravas no Brasil. Os cuiabanos só souberam da notícia no dia 6 de junho. Em Mato Grosso,
os mais afetados pela abolição da escravatura foram os engenhos de açúcar que eram extre-
mamente dependentes da mão de obra escrava.
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Poaia
Também chamada de ipeca ou ipecacuanha, ainda é, atualmente, uma das plantas medici-
nais brasileiras mais utilizadas. Seu valor está relacionado à importância de suas propriedades
farmacológicas presentes em suas raízes, nas quais são encontrados dois valiosos alcaloides,
a emetina e a cefalina, usados no tratamento de diarreias, como amebicida, expectorante e
anti-inflamatório.
A planta era utilizada pelos indígenas antes da chegada dos portugueses ao Brasil. Em
1817, os farmacêuticos Pierre Joseph Pelletier e François Magendie conseguiram isolar a eme-
tina de suas raízes proporcionando difusão de seu uso nas farmacopeias.
A espécie é encontrada nas vegetações tropicais úmidas das Américas Central e do Sul. No
Brasil, a maior ocorrência sempre foi no estado de Mato Grosso, explorando-a, desde o século
XVIII, em uma área entre os rios Guaporé e Paraguai, abrangendo os municípios de Vila Bela,
Cáceres e Barra do Bugres.
O PULO DO GATO
O município de Barra do Bugres foi criado a partir da produção de Poaia. Fique ligado(a)!
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Cana-de-Açúcar
A fabricação de açúcar, aguardente e rapadura faz parte do sistema produtivo implantado
em Mato Grosso desde o século XVIII. A produção de cana-de-açúcar foi introduzida pelos
sertanistas que se lançaram à extração do ouro. Juntamente com a extração aurífera, foram
erguidos engenhos destinados à produção de açúcar, cachaça e rapadura, sendo o primeiro
montado no início da década de 1720 por Antônio de Almeida Lara, na região da Chapada dos
Guimarães.
Mas a Coroa portuguesa proibiu, desde 1715, a construção de engenhos em Minas Gerais
e em áreas mineradoras descobertas posteriormente. Para a região mineradora mato-grossen-
se, a proibição foi dada por Rodrigo César de Menezes, por meio de um regimento publicado
no ano de 1723.
Apesar das proibições impostas pelas autoridades em Mato Grosso, elas estimulavam a
proliferação de engenhos concedendo cartas de sesmarias aos interessados em implantá-los.
Esse comportamento contraditório das autoridades coloniais é, na verdade, uma maneira pru-
dente com a qual a política tratava o abastecimento da região. As autoridades sabiam das difi-
culdades de manter um fluxo regular de alimentos para Mato Grosso e das chances de ocorrer
motins em caso de falta da cachaça ou aumento exorbitante do preço do produto. Com a des-
coberta das minas situadas no Vale do Guaporé, o discurso ganhou argumentos geopolíticos:
sua demolição poderia provocar o despovoamento da região.
Quando retornaram com a navegação pelo Rio Paraguai, em 1870, apresentaram-se gran-
des avanços na economia do açúcar produzido em Mato Grosso. Exceto a Usina Ressaca,
construída no Rio Paraguai, em Cáceres, e da Usina Santo Antônio em Miranda (atual Mato
Grosso do Sul), a maioria dos estabelecimentos localizavam-se ao longo do Rio Cuiabá, pois a
boa qualidade dos solos estimulava o surgimento de diversos engenhos desde o século XVIII.
O fato de estar próximo da capital influenciou o grande número de usinas na região, pois
os usineiros formaram uma oligarquia que usurpou as funções públicas da administração,
transformando seus estabelecimentos em centros econômicos, sociais e políticos. A facilida-
de para receber a cana de outros produtores e escoar a produção aos mercados pela via fluvial
também foi determinante para que as usinas se reunissem às margens do Rio Cuiabá.
Pecuária e Saladeiros
Diversas pesquisas demonstram que a pecuária foi introduzida no Mato Grosso pelos co-
lonizadores espanhóis no século XVI. A criação de bovinos desenvolveu-se no Planalto de
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Maracaju impulsionada pelos missionários jesuítas do Itatim, que trouxeram para a região os
gados vacum, cavalar, muar e ovino. O fim das missões jesuíticas por bandeirantes paulistas,
na primeira metade do século XVII, gerou uma dispersão das manadas pelo território. Multipli-
caram-se de tal modo que a região passou a ser chamada pelos luso-brasileiros de Campos
da Vacaria.
Quando descobriram o ouro em Cuiabá, em 1719, foi criada a Fazenda Camapuã, o único
trecho terrestre ao longo roteiro fluvial que demandava a região mineradora e era utilizado
como entreposto de abastecimento para as monções, logo buscaram desenvolver currais com
gado procedente dos Campos da Vacaria. De Camapuã foram trazidas as primeiras cabeças
para Cuiabá com extremas dificuldades.
A construção do caminho terrestre entre Cuiabá a Vila Boa, em Goiás, facilitou o transporte
dos animais e o surgimento dos primeiros núcleos criatórios. Nessa época destacou-se a fa-
zenda Jacobina, fundada pelo português Leonardo Soares de Souza em 1772. A propriedade,
posteriormente, passou para as mãos de seu Genro, João Pereira Leite, que a transformou na
principal da Província, onde no ano de 1827, pastavam 60 mil cabeças de gado em mais de 200
mil hectares.
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RESUMO
• Após diversas negociações, Portugal e Espanha assinaram um acordo denominado
como Tratado de Tordesilhas para delimitar a divisão do mundo descoberto e por des-
cobrir.
• Inicialmente o território mato-grossense era espanhol, dessa forma eles foram os pri-
meiros a explorar a região.
• O primeiro povoado em Mato Grosso foi estabelecido em 1580 por Ruy Diaz de Melgare-
jo, nas margens do atual Rio Miranda, chamado de Santiago de Xerez. Esse mesmo po-
voado foi refundado em 1593 por Ruy Diaz de Guzman, permanecendo até 1632, quando
seus moradores abandonaram a região por pressão dos bandeirantes paulistas.
• Desde o século XVI, portugueses organizavam expedições para explorar o interior do
Brasil. Mas foi somente no século XVII que os bandeirantes ganharam maior relevância,
sendo São Paulo o centro irradiador. O bandeirismo foi fundamental para a expansão
geográfica dos domínios portugueses, consequentemente, ultrapassando o meridiano
de Tordesilhas.
• Pascoal Moreira Cabral descobriu nas margens do Rio Coxipó a presença de ouro, alte-
rando os objetivos iniciais dos bandeirantes, ou seja, iriam parar de buscar índios para
serem aprisionados para começar a exploração do metal precioso.
• A descoberta das minas auríferas provocou uma intensa onda migratória de paulistas
para a região de Cuiabá, aliás os paulistas tinham sido expulsos de Minas Gerais após a
derrota na Guerra dos Emboabas.
• Uma nova reserva de ouro foi encontrada em 1722 por dois índios que trabalhavam
na condição de escravo. O achado localizava-se na região onde atualmente ergue-se a
Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, na margem do Córrego Prainha. No
primeiro mês foram extraídas, aproximadamente, 400 arrobas de ouro, o que seria algo
próximo a seis mil quilos. Vários sertanistas foram para a região que ficou conhecida
como Lavras do Sutil, originando o um novo arraial sob a invocação do Senhor Bom Je-
sus de Cuiabá, posteriormente simplificado para Cuiabá.
• Essa nova área de exploração aumentou o interesse da Coroa portuguesa, que tinha
constantes disputas com os espanhóis.
• Em 1719, João Leme da Silva e Lourenço Leme, irmãos sertanistas oriundos de Itu, onde
moravam, desembarcaram em São Gonçalo Velho.
• Em pouco tempo eles acumularam uma grande quantia em arrobas de ouro, pedindo
para si o controle político administrativo da região.
• Desde a descoberta de metais preciosos até por volta de 1838, a comunicação entre
Cuiabá e São Paulo ocorreu através da navegação fluvial, surgindo as monções. Elas
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ocorriam de duas formas distintas: as formadas pelo governo e as efetuadas por par-
ticulares. As do governo levavam forças militares e autoridades administrativas, já as
monções particulares realizavam comércio com as áreas mineradoras.
• Durante as monções, um dos maiores perigos enfrentados eram os ataques de socieda-
des indígenas, motivo pelo qual os viajantes preferiam percorrer o trajeto em comboio
para minimizar os possíveis ataques.
• O primeiro governador da Capitania foi Antônio Rolim de Moura em 1748. Em 1749,
recebeu um documento da Rainha Mariana Vitória, com 32 medidas que deveriam ser
praticadas na administração da Capitania. Entre elas podemos destacar:
− 1) Fundar a capital no Vale do Guaporé e estimular seu povoamento com privilégios
e isenções de impostos;
− 2) Criar tropas militares para guarnecer a fronteira e manter a segurança do território;
− 3) Agir com diplomacia junto aos colonos de Castela nas questões fronteiriças;
− 4) Proceder a levantamento cartográfico para fixar os limites de Mato Grosso com a
capitania de Goiás e o Grão-Pará;
− 5) Verificar a possibilidade de estabelecer navegação e comércio com o Grão-Pará
pela Bacia Amazônica;
− 6) Criar aldeamento para índios mansos;
− 7) Incentivar a criação de gado e de cavalos;
− 8) Proibir a extração de diamantes.
• As Instruções Régias recebidas por Rolim de Moura deixavam claro que, por motivos
estratégicos, a sede do governo da Capitania não seria em Cuiabá, o mais antigo e prin-
cipal núcleo urbano do oeste da Colônia. Essa atitude provocou insatisfação entre os
moradores da Vila Real, que se sentiram desprestigiados pela Coroa.
• Em 19 de março de 1752, o governo fundou a Vila Bela da Santíssima Trindade em um
evento que contou com a presença de autoridades.
• A soberania portuguesa sobre a região de Mato Grosso envolveu a assinatura de outro
acordo: o Tratado de Madri. Negociado entre os governos ibéricos desde a década de
1740, o tratado abarcou além de Mato Grosso, as questões fronteiriças ao sul e norte da
Colônia, atendendo aos interesses de ambas as partes.
• Após a saída de Dom Pedro I e o início do governo regencial, a competição entre os
grupos políticos se tornou ainda mais acirrada, chegando ao ponto de desencadear di-
versas revoltas pelo Brasil. No Mato Grosso, o conflito entre os liberais e os conserva-
dores era representado pela “Sociedade dos Zelosos da Independência” e a “Sociedade
Filantrópica”, respectivamente. Em 1834, os desacordos na província resultaram em um
confronto bastante violento chamado de Rusga.
• A Rusga não foi uma revolta que demonstrou forte conteúdo social, pois sua liderança
não queria gerar mudanças estruturais na ordem estabelecida. Ela representou, na ver-
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FCC/PGE-MT/2016) Considere o trecho a seguir.
“Os colonizadores hispânicos, certamente, haviam transitado por terras que hoje constituem
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas nelas não se fixaram, ou, se o fizeram, suas vilas não
progrediram e foram, mais tarde, abandonadas: Puerto de los Reyes, em pleno pantanal mato-
-grossense e Santiago de Xerez, na borda do Pantanal, próximo ao rio Miranda.”
(SIQUEIRA, Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso. Cuiabá: Entrelinhas, 2009, p. 5.)
Dentre as razões para que o território mencionado, no século XVI, não tivesse sido colonizado
por espanhóis, está a:
a) ausência de metais preciosos, ainda não encontrados, e o desconhecimento das possibili-
dades de navegação pelos rios existentes.
b) resistência das populações indígenas pressionadas pelo avanço dos conquistadores ibéri-
cos, e a atração exercida pelas notícias de abundância de prata na região do Peru.
c) oposição à ocupação espanhola pela Companhia de Jesus, empenhada na instalação de
missões lusas, e a dificuldade imposta pelas condições geográficas de solo e relevo.
d) violência dos imediatos ataques bandeirantes, em defesa da posse daquelas terras pela
Coroa portuguesa, e a impossibilidade de praticar a agricultura na região.
e) obediência aos acordos e tratados de fronteira firmados entre Espanha e Portugal, e a proxi-
midade das minas de prata de Potosí e de outras localidades argentinas.
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num dos pontos mais distantes alcançados pelos súditos da coroa portuguesa no Estado do
Brasil. O povoamento daquelas plagas requereu muito esforço físico e investimento de capitais
e ceifou muitas vidas de seus partícipes – índios, europeus, negros e de seus descendentes.
As narrativas dos fatos ocorridos nas minas do Cuiabá têm privilegiado as agruras.
(LUCÍDIO, J. A. B. A Ocidente do Imenso Brasil: a conquista dos rios Paraguai e Guaporé.1680-1750.)
Dentre as dificuldades que marcaram a ocupação do espaço em torno da bacia do Rio Cuiabá
pelas populações não indígenas, quais podem ser destacadas?
a) Os animais selvagens e os poucos recursos minerais.
b) A fome e as doenças tropicais.
c) A anterior presença jesuítica e a resistência das comunidades quilombolas.
d) A hostilidade indígena e o pouco acesso a fontes de água potável.
005. (UFMT/POLITEC/2017) O maior conflito militar ocorrido no século XIX em terras sul-a-
mericanas foi a denominada Guerra da Tríplice Aliança ou Guerra do Paraguai, que se estendeu
de 1865 até 1870. O início do conflito foi marcado pela invasão da Província de Mato Grosso
pelas tropas paraguaias. Sobre os desdobramentos do conflito em termos da geopolítica re-
gional, é correto afirmar:
a) Os interesses do capitalismo internacional foram neutralizados devido a políticas de prote-
ção ao comércio e à indústria.
b) Argentina e Brasil emergiram como as nações dominantes na área da bacia do Prata.
c) Apesar da derrota, o Paraguai manteve sua importância econômica na região devido a sua
indústria têxtil.
d) O Uruguai se tornou o principal aliado dos Estados Unidos no Prata.
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c) A mão de obra africana em Mato Grosso, dado o seu alto custo, foi utilizada exclusivamente
nas plantações de cana dos grandes engenhos.
d) A sociedade mato-grossense conheceu escravos do eito, de ganho e domésticos, como era
comum em todo o Império.
007. (UFMT/DETRAN/2015) A fundação de Vila Bela da Santíssima Trindade por Antônio Ro-
lim de Moura pode ser entendida como:
a) estratégia da Coroa espanhola para aproximar-se de Portugal.
b) ação repressiva da Coroa portuguesa contra os povos conhecidos como “chiquitanos”.
c) operação de espionagem da Coroa espanhola sobre a prospecção mineral portuguesa.
d) estratégia da Coroa portuguesa para assegurar os territórios a oeste de Tordesilhas para si.
8. (UFMT/DETRAN/2015)”A falta de força policial disponível tem sido sério obstáculo à disper-
são e extinção dos quilombos nas cabeceiras do rio Manso. Trato, porém, de meios de batê-los
e extingui-los inteiramente, prendendo os escravos fugidos, desertores e criminosos que ali
se acham.“
(Relato de Chefe de Polícia Interino da Província de Mato Grosso, Ernesto Júlio Bandeira de
Melo, ao Conselheiro Barão de Três Barras, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da
Justiça. Cuiabá,
29 de março de 1871, fl.5v. Citado por SIQUEIRA, E. M. História de Mato Grosso. Da ancestrali-
dade aos nossos dias. Cuiabá, Entrelinhas, 2002.)
A partir da leitura do texto acima, analise as afirmativas.
I – Existiram quilombos em Mato Grosso.
II – Escravos fugidos foram tratados como criminosos.
III – Não havia escravidão em Mato Grosso.
IV – Resolver os problemas provocados pelas fugas de escravos era responsabilidade exclusi-
va dos Proprietários de Engenhos.
Estão corretas as afirmativas
a) III e IV.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I e II.
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O mapa acima mostra os diferentes caminhos ligando São Paulo ao extremo Oeste do Império
Português com destaque para Corumbá e a Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Sobre
as rotas monçoeiras destacadas, analise as afirmativas.
I – Tornaram-se importantes após o surgimento da exploração aurífera nas margens do
Rio Cuiabá.
II – Desenvolveram-se como rota de contrabando entre as terras do Império espanhol e
São Paulo.
III – Abasteciam o extremo Oeste do Império Português com roupas, sal, ferramentas.
IV – Foram usadas durante todo o período colonial para levar homens para enfrentar os índios
Guaicurús.
Estão corretas as afirmativas
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a) II e IV.
b) II e III.
c) I e III.
d) I e IV.
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015. (IADES/INSTITUTO RIO BRANCO/2021) Acerca das relações do império com as repúbli-
cas sul-americanas, julgue (C ou E) o item a seguir.
O incidente de Chiquitos, decorrente de atitude oportunista das autoridades de Mato Grosso,
contou com a conivência do governo imperial, pois transmitia imagem de força em um mo-
mento no qual a posse brasileira sobre a Cisplatina voltava a ser contestada pelas potências
europeias.
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Coxipó deságua no rio Cuiabá, localidade batizada de São Gonçalo. Em 1718, chega ao local, já
abandonado, a bandeira do ______________________________, que depois de uma batalha perdida
para os índios coxiponés, viu-se compensado pela descoberta de ouro, passando a se dedicar
ao garimpo.”
(Fonte: https://cidades.ibge.gov.br/ acesso em 17/02/2021).
a) paulista de Sorocaba, Pascoal Moreira Cabral
b) bandeirante Manoel de Campos
c) governador da Capitania de São Paulo, Rodrigo César de Menezes
d) representante do Reino de Portugal, Rodrigo César de Menezes
e) Nenhuma das Alternativas Dadas.
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d) a unidade política entre liberais e conservadores durante todo o Período Regencial refletiu-se
nas Revoltas provinciais brasileiras, levando as elites locais e regionais a reivindicarem maior
autonomia política e administrativa, reivindicação que, no caso do Mato Grosso, esteve presen-
te na Revolta conhecida como Rusga.
MONTEIRO, John Manuel. Negros da Terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Compa-
nhia das Letras, 1994, p. 13. (Adaptado).
Com base na análise do mapa e considerando outros conhecimentos sobre o assunto, pode-se
afirmar corretamente que:
a) enquanto o objetivo maior dos jesuítas era catequizar os indígenas, as bandeiras de apresa-
mento visavam obter lucros com a venda dos escravos indígenas para as regiões açucareiras,
o que explica a não utilização da mão de obra dos nativos por parte das missões jesuíticas.
b) as bandeiras de apresamento ocorreram principalmente em função da atividade mineradora
do ouro e diamante, sendo necessária uma maior oferta de mão de obra nativa, que teria pre-
dominado sobre a africana nas regiões ricas da colônia, pelo menos até o século XVIII.
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022. (IBFC/SEDUC-MT/2017) Durante o período colonial no Brasil vários tratados entre a co-
roa portuguesa e a coroa espanhola foram assinados com a intenção de se fixar as fronteiras
e o domínio do território. Um desses tratados foi o Tratado de Madri (1750) que tinha por prin-
cípio o direito romano de propriedade, uti possidetis, ita possideatis, que entende que a posse
de algo se faz pelo uso a ele aplicado ou não. Assinale a alternativa que corresponda a como
tal princípio romano influenciou no que hoje conhecemos como Mato Grosso:
a) Pois assim os territórios que estavam em disputa ficaram por direito ao domínio e controle
indígena, que eram de fato os que faziam uso do território atual do Mato Grosso.
b) Acelerou o processo de ocupação da região Centro–Oeste, através de incentivos fiscais, for-
mação da capitania de Mato Grosso e da nomeação de Vila Bela como capital administrativa
da Capitania, como forma de controlar a invasão jesuítica espanhola no território em questão.
c) Como Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá fora fundada pela coroa portuguesa em
1727, não houve muitas mudanças na Capitania, que já se caracterizava como principal cen-
tro urbano.
d) O tratado de Madri não forneceu segurança alguma à coroa portuguesa, o que acarretou a
necessidade de compra do território e o pagamento a ouro aos espanhóis.
e) Com a facilidade fiscal oferecida aqueles que se dispusessem a ocupar a região, como a
isenção de impostos por dez anos e a anulação de dívidas adquirida em qualquer outra capita-
nia da colônia, o contingente foi mais do que o esperado, havendo a necessidade de se fundar
uma nova capital, Vila Bela de Santíssima Trindade.
023. (IBFC/SEDUC-MT/2017) Leia o trecho a seguir: “Embarca bicudo, embarca canalha vil
que os brasileiros não querem Bicudos no seu Brasil.” (in. Correa, Virgilio. História do Mato
Grosso.) A anedota exposta anteriormente foi feita como resultado da Rusga mato-grossen-
se, movimento ocorrido em Mato Grosso no ano de 1834. Sobre isso assinale a alternativa
incorreta.
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a) Foi uma revolta de cunho nativista, que envolveu tanto a elite como a população mais pobre.
b) Tinha como uma de suas reivindicações a expulsão dos Portugueses (chamados bicudos).
c) Ficou conhecida por alguns estudiosos como a “noite de São Bartolomeu mato-grossense”.
d) Pode se afirmar que a Rusga representou a situação política do Império na época, conside-
rando que ela partidariamente se dividiu em dois os “Sociedade dos zelosos da Independência”
associada aos liberais, em oposição aos “Caramurus” conservadores.
e) Pode se dizer que a Rusga efetivou uma brusca mudança social na província de Mato Gros-
so, exigindo tanto a independência da região do Mato Grosso para com o Império, assim como
o fim da escravidão.
024. (IBFC/SEDUC-MT/2017) “[...] que uns sertanistas da mesma comarca [de São Paulo] ti-
nham feito um descobrimento no sertão que dava esperanças de grandezas de ouro e que este
era em um sítio muito perto do Paraguai...” (CANAVARROS, Otávio. O poder metropolitano em
Cuiabá (1727-1752). Cuiabá: UFMT, 2004, p. 168).
Tal trecho é encontrado nas cartas trocadas entre o conselho ultramarino e o rei D. João V e se
referem aos anos iniciais da atual cidade de Cuiabá. Analise as afirmações abaixo e assinale
a alternativa correta:
I – As minas do Coxipó–Mirim, reconhecidas inicialmente por bandeirantes paulistas e os cha-
mados “reinóis”, deu início, em 1722, ao Arraial Senhor Bom Jesus de Cuiabá, e em 1727 foi
nomeada Vila.
II – É sabido que a constituição populacional do Arraial Senhor Bom Jesus de Cuiabá, e poste-
riormente, da Vila Real de mesmo nome, se caracterizava pela mescla entre indígenas, africa-
nos escravizados, portugueses, e imigrantes de diversas áreas da colônia, principalmente da
capitania de São Paulo.
III – Após a nomeação da Vila Real Senhor Bom Jesus de Cuiabá inúmeras outras Vilas foram
fundadas na Capitania de Mato Grosso devido à mineração, caracterizando-se como uma das
mais populosas regiões da Colônia.
Estão corretas as afirmativas:
a) I apenas.
b) II e III apenas.
c) I e III apenas.
d) II apenas.
e) I e II apenas.
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batalha perdida para os índios __________, viu-se compensado pela descoberta de __________,
passando a se dedicar ao __________.
Em 08 de Abril de 1719, Pascoal Moreira Cabral assina a ata da fundação de Cuiabá, no local
conhecido como Forquilha, às margens do rio Coxipó [...]”
a) Coxiponés, ferro, garimpo.
b) Coxiponés, ouro, garimpo.
c) Indoés, ouro, garimpo.
d) Atalaiá, cobre, garimpo.
e) Maxakali, ferro, garimpo.
27. “As distinções entre o distrito do Mato Grosso e o do Cuiabá, bem como entre suas respec-
tivas vilas e termos, Vila Bela e Vila Real do Cuiabá, passaram a ser contempladas e algumas
das pesquisas recentes romperam com certa ideia de homogeneidade ambiental, econômica
e política e com generalizações que servissem para toda a capitania. As comunicações esta-
belecidas por cada distrito, por exemplo, têm sido consideradas, já que são importantes para a
compreensão da experiência histórica da região.”
JESUS. Nauk Maria de. Revista Territórios & Fronteiras, Cuiabá, vol. 5, n. 2, jul.-dez., 2012.
A diversidade e a riqueza da história do Mato Grosso, como avalia a autora do fragmento de
texto, permite afirmar corretamente que:
a) Mato Grosso teve seu espaço colonizado na primeira metade do século XVIII, sendo o arraial
e depois a Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá os pontos mais avançados até meados da
década de 1730, época em que foram descobertas as minas na região do Guaporé.
b) enquanto a capitania de Mato Grosso, onde estava localizada a capital Vila Bela, mantinha
maiores conexões com as capitanias do Rio de Janeiro e de São Paulo, o Cuiabá, onde estava
a Vila Real do Cuiabá, mantinha maiores ligações com o Grão-Pará.
c) considerada uma capitania fronteira, Mato Grosso situava-se na região central do conti-
nente sul-americano, era habitada por uma pequena diversidade de nações indígenas, tinha a
pecuária como principal atividade e estava localizada em área de fronteira com os domínios
hispânicos.
d) os vínculos estabelecidos entre a capitania de Mato Grosso e as distantes capitanias de São
Paulo, do Rio de Janeiro e do Grão-Pará dificultaram a consolidação política de Vila Bela e Vila
do Cuiabá como polos de poder na região à época citada.
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( ) Conquistas dos bandeirantes, na região do Mato Grosso, foram reconhecidas pelo Tra-
tado de Madrid, em 1750.
( ) A capitania de Mato Grosso foi criada pelo governo colonial português em 1630, des-
membrando-o da província do Amazonas.
( ) A província do Mato Grosso passou a ser chamada de estado do Mato Grosso após a
Proclamação da República, em 1989.
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d) O Impasse da Chapada.
e) A Revolta Planaltina.
041. (FGV/AL-MT/2013) A Capitania de Mato Grosso foi criada pela Coroa portuguesa em
1748. No ano seguinte, a rainha D. Mariana Vitória enviou
042. instruções ao Capitão-General D. Antonio Rolim de Moura Tavares. “Por se ter entendido
que Mato Grosso é a chave e o propugnáculo (...) do Brasil pela parte do Peru, e quanto é im-
portante por esta causa naquele distrito se faça população numerosa, e haja forças bastantes a
conservar os confinantes em respeito, ordenei se fundasse naquela paragem uma vila e concedi
diversos privilégios e inserções para convidar a gente que ali quisesse ir estabelecer-se(...). E
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me faças presente quais outras providências serão próprias para o fim proposto de aumentar e
fortalecer a povoação daquele território”.
(MENDONÇA. Marcos Carneiro de. Rios Guaporé e Paraguai: primeiras fronteiras definitivas do Brasil. Rio de
Janeiro: Biblioteca Reprográfica Xerox, 1985, p.127.)
043. (UNEMAT/2016) A criação da capitania de Mato Grosso insere-se no âmbito das medi-
das de caráter militar para impedir o avanço dos espanhóis sobre o Vale do Guaporé. Essas
medidas diziam respeito à montagem de um aparato administrativo e militar, estruturado a par-
tir da segunda metade do século XVIII. A garantia da posse foi viabilizada por meio de medidas
que visavam posteriormente o caráter de povoamento.
PERARO, Maria Adenir. Bastardos do Império: família e sociedade em Mato Grosso no século XIX. São Paulo:
Contexto, 2001.
Entre as medidas tomadas pelo primeiro governador da capitania do Mato Grosso, D. Antônio
Rolim de Moura, empossado em 1751, estava:
a) a fundação de Cuiabá como Capital de Mato Grosso.
b) o aumento das taxas de impostos para novos moradores da nova capitania.
c) a fundação da capital do Mato Grosso e de aldeias administradas por “índios mansos”, além
da promoção de incentivos fiscais para moradores e colonos.
d) a ocupação do território efetivada por meio da criação de povoados sem a participação de
indígenas.
e) o incentivo à produção econômica da nova capitania exclusivamente pela extração de ouro.
044. (UFMT/2008) A Rusga em Mato Grosso, portanto, foi um dos mais precoces movimen-
tos regenciais, visto que deflagrado em 1834. Mesmo tendo sido uma luta armada travada no
interior das elites, ela engrossou uma movimentação mais ampla, tendo sido plural em suas
reivindicações e expressões.
(SIQUEIRA, E. M. História de Mato Grosso. Cuiabá: Entrelinhas, 2002.)
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045. (IF-MT/2017) No século XVIII, os principais meios à capitania de Mato Grosso eram os
caminhos fluviais, através do sistema abastecedor e de transportes chamado de “monções”.
Sobre o funcionamento dessas viagens e percursos, pode-se afirmar:
a) As monções eram rotas terrestres que visavam facilitar o deslocamento de grupos sociais,
alimentos, bebidas, escravos através do uso da estrada de terra Vila Boa – Vila Real do Cuiabá.
b) A introdução do gado, em 1736, via rota terrestre, contribuiu para o desenvolvimento das
monções, sobretudo com a utilização da força da tração animal para as cargas de mercadorias.
c) As monções vinham pelo sul, saindo de São Paulo, e pelo norte, saindo de Belém, utilizando
os rios como caminhos até Vila Real do Cuiabá e Vila Bela da Santíssima Trindade.
d) O abastecimento hidroviário era feito apenas uma vez por ano, mesmo com a rapidez das via-
gens pelos rios, que duravam cerca de sete dias, por causa dos constantes ataques indígenas.
e) Os batelões e canoas eram embarcações de pouca valia para as monções, pois os rios pouco
foram utilizados para o deslocamento de pessoas e mercadorias à capitania de Mato Grosso.
046. (UNEMAT/2010) “Os escravos constituíam aquilo que o cronista Antonil denominou, em
sua obra Cultura e opulência do Brasil (1967), ‘as mãos e os pés dos senhores do engenho’.
No caso de Mato Grosso, os negros africanos atuaram como trabalhadores dos engenhos de
açúcar, das fazendas de lavoura e, sobretudo, junto aos trabalhos de mineração” (SIQUEIRA,
Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso: da ancestralidade ao dias atuais. Cuiabá: Entre-
linhas, 2002. p.120).
047. Sobre a história da presença negra em Mato Grosso, assinale a alternativa incorreta.
a) Em Mato Grosso tivemos a presença de “escravos de eito”, “escravos de ganho” e “escravos
domésticos”.
b) Em Mato Grosso, assim como em todo o Brasil, o número de quilombos foi grande e o mais
famoso deles foi o chamado Piolho ou Quariterê, situado na região do rio Guaporé, próximo
ao rio Piolho. Era constituído de uma aldeia composta de negros escravizados, índios, crioulos
e caburés.
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048. (INÉDITA/2022) Durante as monções, um dos maiores perigos enfrentados eram os ata-
ques de sociedades indígenas, motivo pelo qual os viajantes preferiam percorrer o trajeto em
comboio para minimizar os possíveis ataques.
050. (INÉDITA/2020) Durante o período colonial a economia do Mato Grosso era baseada,
exclusivamente, na produção aurífera.
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GABARITO
1. b 37. b
2. d 38. d
3. b 39. b
4. c 40. b
5. b 41. e
6. d 42. a
7. d 43. e
8. d 44. c
9. d 45. e
10. a 46. c
11. c 47. c
12. b 48. C
13. b 49. E
14. c 50. E
15. c
16. E
17. a
18. a
19. d
20. b
21. e
22. e
23. b
24. e
25. e
26. b
27. a
28. b
29. a
30. a
31. e
32. b
33. e
34. c
35. b
36. d
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GABARITO COMENTADO
001. (FCC/PGE-MT/2016) Considere o trecho a seguir.
“Os colonizadores hispânicos, certamente, haviam transitado por terras que hoje constituem
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas nelas não se fixaram, ou, se o fizeram, suas vilas não
progrediram e foram, mais tarde, abandonadas: Puerto de los Reyes, em pleno pantanal mato-
-grossense e Santiago de Xerez, na borda do Pantanal, próximo ao rio Miranda.”
(SIQUEIRA, Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso. Cuiabá: Entrelinhas, 2009, p. 5.)
Dentre as razões para que o território mencionado, no século XVI, não tivesse sido colonizado
por espanhóis, está a:
a) ausência de metais preciosos, ainda não encontrados, e o desconhecimento das possibili-
dades de navegação pelos rios existentes.
b) resistência das populações indígenas pressionadas pelo avanço dos conquistadores ibéri-
cos, e a atração exercida pelas notícias de abundância de prata na região do Peru.
c) oposição à ocupação espanhola pela Companhia de Jesus, empenhada na instalação de
missões lusas, e a dificuldade imposta pelas condições geográficas de solo e relevo.
d) violência dos imediatos ataques bandeirantes, em defesa da posse daquelas terras pela
Coroa portuguesa, e a impossibilidade de praticar a agricultura na região.
e) obediência aos acordos e tratados de fronteira firmados entre Espanha e Portugal, e a proxi-
midade das minas de prata de Potosí e de outras localidades argentinas.
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O quadro sanitário era insalubre devido a doenças e fome na região. Lembre-se que essa reali-
dade se estendeu para a região do Guaporé.
Letra b.
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005. (UFMT/POLITEC/2017) O maior conflito militar ocorrido no século XIX em terras sul-a-
mericanas foi a denominada Guerra da Tríplice Aliança ou Guerra do Paraguai, que se estendeu
de 1865 até 1870. O início do conflito foi marcado pela invasão da Província de Mato Grosso
pelas tropas paraguaias. Sobre os desdobramentos do conflito em termos da geopolítica re-
gional, é correto afirmar:
a) Os interesses do capitalismo internacional foram neutralizados devido a políticas de prote-
ção ao comércio e à indústria.
b) Argentina e Brasil emergiram como as nações dominantes na área da bacia do Prata.
c) Apesar da derrota, o Paraguai manteve sua importância econômica na região devido a sua
indústria têxtil.
d) O Uruguai se tornou o principal aliado dos Estados Unidos no Prata.
Os escravos podiam ser classificados em vários tipos. Entre eles podemos destacar o eito, de
ganho e doméstico. Essa realidade mato-grossense era normal em todo território nacional.
Letra d.
007. (UFMT/DETRAN/2015) A fundação de Vila Bela da Santíssima Trindade por Antônio Ro-
lim de Moura pode ser entendida como:
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A fundação dessa vila ocorreu em 1752, logo após a assinatura do Tratado de Madri, que tinha
como um de seus princípios o “uti possideti”, ou seja, quem ocupa tem a posse. Em função dis-
so, e observando o território como uma terra próspera, Portugal determinou a construção de
Vila Bela da Santíssima Trindade na região oeste da província, para povoar e garantir a posse
daquela fronteira.
Letra d.
8. (UFMT/DETRAN/2015)”A falta de força policial disponível tem sido sério obstáculo à disper-
são e extinção dos quilombos nas cabeceiras do rio Manso. Trato, porém, de meios de batê-los
e extingui-los inteiramente, prendendo os escravos fugidos, desertores e criminosos que ali
se acham.“
(Relato de Chefe de Polícia Interino da Província de Mato Grosso, Ernesto Júlio Bandeira de
Melo, ao Conselheiro Barão de Três Barras, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da
Justiça. Cuiabá,
29 de março de 1871, fl.5v. Citado por SIQUEIRA, E. M. História de Mato Grosso. Da ancestrali-
dade aos nossos dias. Cuiabá, Entrelinhas, 2002.)
A partir da leitura do texto acima, analise as afirmativas.
I – Existiram quilombos em Mato Grosso.
II – Escravos fugidos foram tratados como criminosos.
III – Não havia escravidão em Mato Grosso.
IV – Resolver os problemas provocados pelas fugas de escravos era responsabilidade exclusi-
va dos Proprietários de Engenhos.
Estão corretas as afirmativas
a) III e IV.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I e II.
O item I está correto. Entre os quilombos existentes na capitania e nas regiões próximas des-
tacamos o do Sepotuba, do Quariterê, do Porrudos, Baures, Piolho e Pindaituba. Na segunda
metade do século XIX ganha destaque o do Roncador, Jangada, Serra Dourada, do Rio Manso
e novamente o Sepotuba.
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O item II está correto, pois os atos de rebeldia dos escravos, entre eles a fuga, os tornavam
criminosos e até procurados pelos famosos capitães do mato.
O item III está errado, pois os primeiros escravos africanos entraram na região de Mato Gros-
so com as expedições dos bandeirantes, sendo utilizados como carregadores, cozinheiros e
remadores.
O item IV está errado, a responsabilidade também cabia aos capitães-generais.
Letra d.
Mato Grosso no período da guerra era composta por áreas referentes aos atuais estados do
Mato Grosso, Rondônia e Mato Grosso do Sul. Essas áreas eram utilizadas para exploração de
pedras preciosas, agropecuária e outras atividades. Nesse contexto histórico, a região não era
tão protegida e apresentava uma defasagem em seu aspecto militar.
Letra d.
Muitos dos escravos fugidos se reuniam em quilombos, que eram comunidades negras livres
que também recebiam indígenas, brancos pobres e mestiços.
Letra a.
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O mapa acima mostra os diferentes caminhos ligando São Paulo ao extremo Oeste do Império
Português com destaque para Corumbá e a Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Sobre
as rotas monçoeiras destacadas, analise as afirmativas.
I – Tornaram-se importantes após o surgimento da exploração aurífera nas margens do
Rio Cuiabá.
II – Desenvolveram-se como rota de contrabando entre as terras do Império espanhol e
São Paulo.
III – Abasteciam o extremo Oeste do Império Português com roupas, sal, ferramentas.
IV – Foram usadas durante todo o período colonial para levar homens para enfrentar os índios
Guaicurús.
Estão corretas as afirmativas
a) II e IV.
b) II e III.
c) I e III.
d) I e IV.
I – Certo. Desde a descoberta de metais preciosos até por volta de 1838, a comunicação entre
Cuiabá e São Paulo ocorreu através da navegação fluvial, surgindo as monções.
II – Errado. A justificativa anterior expressa bem o objetivo das monções: comunicação entre
Cuiabá e São Paulo.
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Após a saída de Dom Pedro I e o início do governo regencial, a competição entre os grupos
políticos se tornou ainda mais acirrada, chegando ao ponto de desencadear diversas revoltas
pelo Brasil. No Mato Grosso, o conflito entre os liberais e os conservadores era representado
pela “Sociedade dos Zelosos da Independência” e a “Sociedade Filantrópica”, respectivamente.
Em 1834, os desacordos na província resultaram em um confronto bastante violento chama-
do de Rusga.
Letra b.
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De acordo com o texto, na história do Mato Grosso, encontravam-se vários quilombos. Estes
eram povoações fortificadas de negros fugidos do cativeiro, dotadas de divisões e organização
interna. Era um movimento amplo e permanente de vivência de povos africanos, principalmente
porque também se açoitavam índios e brancos que se recusavam à submissão, à exploração,
à violência do escravismo. O quilombo mais representativo da história mato-grossense foi o:
a) dos Palmares.
b) do Piolho.
c) do Leblon.
d) dos Kalungas.
Em Mato Grosso, o quilombo mais famoso foi o do Piolho ou Quariterê, situado na região do
rio Guaporé, próximo ao rio Piolho, criado entre 1770/1771. O quilombo teve como rei, João
Piolho, e após a sua morte, ficou sob comando da viúva, a rainha Tereza de Benguela.
Letra b.
Desde a descoberta de metais preciosos até por volta de 1838, a comunicação entre Cuiabá e
São Paulo ocorreu através da navegação fluvial, surgindo as monções. Elas ocorriam de duas
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Cuidado, querido(a) candidato(a)! Não confunda as características das bandeiras com as mon-
ções. As bandeiras eram expedições para capturar indígenas, procurar pedras preciosas e re-
conhecer o interior do território. As monções era um meio de comunicação entre Cuiabá e São
Paulo através da navegação fluvial que possibilitava, inclusive, o comércio.
Letra c.
015. (IADES/INSTITUTO RIO BRANCO/2021) Acerca das relações do império com as repúbli-
cas sul-americanas, julgue (C ou E) o item a seguir.
O incidente de Chiquitos, decorrente de atitude oportunista das autoridades de Mato Grosso,
contou com a conivência do governo imperial, pois transmitia imagem de força em um mo-
mento no qual a posse brasileira sobre a Cisplatina voltava a ser contestada pelas potências
europeias.
Com desconfiança dos seus vizinhos, Dom Pedro I desfez o mal-entendido e desaprovou a
atitude das autoridades de Mato Grosso.
Errado.
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Pascoal Moreira Cabral descobriu nas margens do Rio Coxipó a presença de ouro, alterando os
objetivos iniciais dos bandeirantes, ou seja, iriam parar de buscar índios para serem aprisiona-
dos para começar a exploração do metal precioso.
Letra a.
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c) o conjunto das Revoltas Regenciais, incluindo a Rusga, além de ter sido motivado pela políti-
ca centralista imperial, sob os governos dos regentes, propunha a defesa das independências
das províncias, o que ameaçava o projeto unitarista e centralizador, defendido pelas elites agrá-
rias e escravocratas do Sudeste.
d) a unidade política entre liberais e conservadores durante todo o Período Regencial refletiu-se
nas Revoltas provinciais brasileiras, levando as elites locais e regionais a reivindicarem maior
autonomia política e administrativa, reivindicação que, no caso do Mato Grosso, esteve presen-
te na Revolta conhecida como Rusga.
Após a saída de Dom Pedro I e o início do governo regencial, a competição entre os grupos po-
líticos se tornou ainda mais acirrada, chegando ao ponto de desencadear diversas revoltas pelo
Brasil. No Mato Grosso, o conflito entre os liberais e os conservadores era representado pela “So-
ciedade dos Zelosos da Independência” e a “Sociedade Filantrópica”, respectivamente. Em 1834,
os desacordos na província resultaram em um confronto bastante violento chamado de Rusga.
Letra a.
MONTEIRO, John Manuel. Negros da Terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Compa-
nhia das Letras, 1994, p. 13. (Adaptado).
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Com base na análise do mapa e considerando outros conhecimentos sobre o assunto, pode-se
afirmar corretamente que:
a) enquanto o objetivo maior dos jesuítas era catequizar os indígenas, as bandeiras de apresa-
mento visavam obter lucros com a venda dos escravos indígenas para as regiões açucareiras,
o que explica a não utilização da mão de obra dos nativos por parte das missões jesuíticas.
b) as bandeiras de apresamento ocorreram principalmente em função da atividade mineradora
do ouro e diamante, sendo necessária uma maior oferta de mão de obra nativa, que teria pre-
dominado sobre a africana nas regiões ricas da colônia, pelo menos até o século XVIII.
c) o período de pleno desenvolvimento das bandeiras de apresamento, durante o século XVII,
decorreu da invasão espanhola no Nordeste colonial e sobre a região de Angola na África, de-
sorganizando tráfico de africanos escravizados para a colônia portuguesa.
d) embora a coroa portuguesa, em função da lógica mercantilista, impusesse o uso de africa-
nos escravizados na colônia, estimulando o tráfico negreiro, para o colono tornou-se mais van-
tajoso o uso de escravos indígenas, resultando daí o interesse nas bandeiras de apresamento.
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d) à época, os quilombos formados, por se localizarem distantes das vilas e cidades, enfren-
tando dificuldades de locomoção, serem impedidos de negociar seus produtos excedentes.
Diversos indígenas locais aliaram-se aos escravos fugidos e apoiaram suas manifestações
contra a escravidão.
Letra b.
A descoberta foi atribuída aos irmãos Fernando e Artur Paes de Barros que localizaram as
aluviões auríferas próximo ao Rio Galera, afluente do Guaporé, após passarem por uma mata
densa e fechada a que denominaram como Mato Grosso.
Letra e.
A Rusga não foi uma revolta que demonstrou forte conteúdo social, pois sua liderança não que-
ria gerar mudanças estruturais na ordem estabelecida. Ela representou na verdade um conflito
entre as oligarquias sobre o futuro da condução governativa em Mato Grosso, e questionavam
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a centralização do poder no Rio de Janeiro, pois os líderes do movimento não aceitavam o fato
de o presidente da Província e o comandante serem nomeados pela Regência.
Letra e.
022. (IBFC/SEDUC-MT/2017) Durante o período colonial no Brasil vários tratados entre a co-
roa portuguesa e a coroa espanhola foram assinados com a intenção de se fixar as fronteiras
e o domínio do território. Um desses tratados foi o Tratado de Madri (1750) que tinha por prin-
cípio o direito romano de propriedade, uti possidetis, ita possideatis, que entende que a posse
de algo se faz pelo uso a ele aplicado ou não. Assinale a alternativa que corresponda a como
tal princípio romano influenciou no que hoje conhecemos como Mato Grosso:
a) Pois assim os territórios que estavam em disputa ficaram por direito ao domínio e controle
indígena, que eram de fato os que faziam uso do território atual do Mato Grosso.
b) Acelerou o processo de ocupação da região Centro–Oeste, através de incentivos fiscais, for-
mação da capitania de Mato Grosso e da nomeação de Vila Bela como capital administrativa
da Capitania, como forma de controlar a invasão jesuítica espanhola no território em questão.
c) Como Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá fora fundada pela coroa portuguesa em
1727, não houve muitas mudanças na Capitania, que já se caracterizava como principal cen-
tro urbano.
d) O tratado de Madri não forneceu segurança alguma à coroa portuguesa, o que acarretou a
necessidade de compra do território e o pagamento a ouro aos espanhóis.
e) Com a facilidade fiscal oferecida aqueles que se dispusessem a ocupar a região, como a
isenção de impostos por dez anos e a anulação de dívidas adquirida em qualquer outra capita-
nia da colônia, o contingente foi mais do que o esperado, havendo a necessidade de se fundar
uma nova capital, Vila Bela de Santíssima Trindade.
023. (IBFC/SEDUC-MT/2017) Leia o trecho a seguir: “Embarca bicudo, embarca canalha vil
que os brasileiros não querem Bicudos no seu Brasil.” (in. Correa, Virgilio. História do Mato
Grosso.) A anedota exposta anteriormente foi feita como resultado da Rusga mato-grossen-
se, movimento ocorrido em Mato Grosso no ano de 1834. Sobre isso assinale a alternativa
incorreta.
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a) Foi uma revolta de cunho nativista, que envolveu tanto a elite como a população mais pobre.
b) Tinha como uma de suas reivindicações a expulsão dos Portugueses (chamados bicudos).
c) Ficou conhecida por alguns estudiosos como a “noite de São Bartolomeu mato-grossense”.
d) Pode se afirmar que a Rusga representou a situação política do Império na época, conside-
rando que ela partidariamente se dividiu em dois os “Sociedade dos zelosos da Independência”
associada aos liberais, em oposição aos “Caramurus” conservadores.
e) Pode se dizer que a Rusga efetivou uma brusca mudança social na província de Mato Gros-
so, exigindo tanto a independência da região do Mato Grosso para com o Império, assim como
o fim da escravidão.
Lembre-se querido(a) aluno(a), a Rusga não foi uma revolta que demonstrou forte conteúdo
social, pois sua liderança não queria gerar mudanças estruturais na ordem estabelecida.
Letra e.
024. (IBFC/SEDUC-MT/2017) “[...] que uns sertanistas da mesma comarca [de São Paulo] ti-
nham feito um descobrimento no sertão que dava esperanças de grandezas de ouro e que este
era em um sítio muito perto do Paraguai...” (CANAVARROS, Otávio. O poder metropolitano em
Cuiabá (1727-1752). Cuiabá: UFMT, 2004, p. 168).
Tal trecho é encontrado nas cartas trocadas entre o conselho ultramarino e o rei D. João V e se
referem aos anos iniciais da atual cidade de Cuiabá. Analise as afirmações abaixo e assinale
a alternativa correta:
I – As minas do Coxipó–Mirim, reconhecidas inicialmente por bandeirantes paulistas e os cha-
mados “reinóis”, deu início, em 1722, ao Arraial Senhor Bom Jesus de Cuiabá, e em 1727 foi
nomeada Vila.
II – É sabido que a constituição populacional do Arraial Senhor Bom Jesus de Cuiabá, e poste-
riormente, da Vila Real de mesmo nome, se caracterizava pela mescla entre indígenas, africa-
nos escravizados, portugueses, e imigrantes de diversas áreas da colônia, principalmente da
capitania de São Paulo.
III – Após a nomeação da Vila Real Senhor Bom Jesus de Cuiabá inúmeras outras Vilas foram
fundadas na Capitania de Mato Grosso devido à mineração, caracterizando-se como uma das
mais populosas regiões da Colônia.
Estão corretas as afirmativas:
a) I apenas.
b) II e III apenas.
c) I e III apenas.
d) II apenas.
e) I e II apenas.
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I – Certo. Uma nova reserva de ouro foi encontrada em 1722 por dois índios que trabalhavam
na condição de escravo, originando o um novo arraial sob a invocação do Senhor Bom Jesus
de Cuiabá, posteriormente simplificado para Cuiabá.
II – Certo. A região especificada era formada por uma forte miscigenação, povos oriundos de
vários lugares da colônia, principalmente de São Paulo.
III – Errado. Mesmo tendo um incremento populacional, não se tornou uma das regiões mais
populosas da Colônia.
Letra e.
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a) Mato Grosso teve seu espaço colonizado na primeira metade do século XVIII, sendo o arraial
e depois a Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá os pontos mais avançados até meados da
década de 1730, época em que foram descobertas as minas na região do Guaporé.
b) enquanto a capitania de Mato Grosso, onde estava localizada a capital Vila Bela, mantinha
maiores conexões com as capitanias do Rio de Janeiro e de São Paulo, o Cuiabá, onde estava
a Vila Real do Cuiabá, mantinha maiores ligações com o Grão-Pará.
c) considerada uma capitania fronteira, Mato Grosso situava-se na região central do conti-
nente sul-americano, era habitada por uma pequena diversidade de nações indígenas, tinha a
pecuária como principal atividade e estava localizada em área de fronteira com os domínios
hispânicos.
d) os vínculos estabelecidos entre a capitania de Mato Grosso e as distantes capitanias de São
Paulo, do Rio de Janeiro e do Grão-Pará dificultaram a consolidação política de Vila Bela e Vila
do Cuiabá como polos de poder na região à época citada.
Em 1º de janeiro de 1727, o arraial surgido nas Lavras do Sutil tornou-se a Vila Real do Senhor
Bom Jesus de Cuiabá, implantando uma estrutura político-administrativa e jurídica para aten-
der os objetivos da Coroa Portuguesa na região. Posteriormente, a área de exploração que teve
maior importância durante a dispersão populacional foi as minas do Vale do Guaporé, local
onde posteriormente criaram a Vila Bela da Santíssima Trindade.
Letra a.
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a) Mineração.
b) Industrialização.
c) Extração do pré-sal.
d) Cafeicultura.
( ) Conquistas dos bandeirantes, na região do Mato Grosso, foram reconhecidas pelo Tra-
tado de Madrid, em 1750.
( ) A capitania de Mato Grosso foi criada pelo governo colonial português em 1630, des-
membrando-o da província do Amazonas.
( ) A província do Mato Grosso passou a ser chamada de estado do Mato Grosso após a
Proclamação da República, em 1989.
I – Certo. A soberania portuguesa sobre a região de Mato Grosso envolveu a assinatura de ou-
tro acordo: o Tratado de Madri. Negociado entre os governos ibéricos desde a década de 1740,
o tratado abarcou além de Mato Grosso, as questões fronteiriças ao sul e norte da Colônia,
atendendo aos interesses de ambas as partes.
II – Errado. Mato Grosso foi desmembrado da província de São Paulo.
III – Errado. Em 1822, com a Independência do Brasil, passou a ser chamada Província de Mato
Grosso e, em 1899, com a República, a denominação passou a Estado de Mato Grosso.
Letra a.
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a) exercer maior controle sobre a mais importante e duradoura área de exploração de ouro e
diamantes na colônia.
b) conferir absoluta autonomia a Mato Grosso em relação à administração colonial sediada no
Rio de Janeiro.
c) impedir a chegada de novos forasteiros a Mato Grosso, sobretudo daqueles oriundos dos
domínios espanhóis vizinhos.
d) assegurar obediência ao governo da União Ibérica nos sertões brasileiros, zelando pelo cum-
primento de suas decisões.
e) consolidar e institucionalizar a posse portuguesa na estratégica região de fronteira com os
domínios espanhóis.
O primeiro governador da Capitania foi Antônio Rolim de Moura em 1748. Em 1749, recebeu
um documento da Rainha Mariana Vitória, com 32 medidas que deveriam ser praticadas na
administração da Capitania. Entre elas podemos destacar:
• Fundar a capital no Vale do Guaporé e estimular seu povoamento com privilégios e isen-
ções de impostos;
• Criar tropas militares para guarnecer a fronteira e manter a segurança do território;
• Agir com diplomacia junto aos colonos de Castela nas questões fronteiriças;
• Proceder a levantamento cartográfico para fixar os limites de Mato Grosso com a capi-
tania de Goiás e o Grão-Pará;
• Verificar a possibilidade de estabelecer navegação e comércio com o Grão-Pará pela
Bacia Amazônica;
• Criar aldeamento para índios mansos;
• Incentivar a criação de gado e de cavalos;
• Proibir a extração de diamantes.
Portanto, percebemos que a principal característica seria consolidar a posse portuguesa
nessa região.
Letra e.
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Pascoal Moreira Cabral descobriu nas margens do Rio Coxipó a presença de ouro, alterando os
objetivos iniciais dos bandeirantes, ou seja, iriam parar de buscar índios para serem aprisiona-
dos para começar a exploração do metal precioso.
Letra b.
A sociedade Filantrópica era formada pelos conservadores, onde estão incluídos os portugue-
ses que defendiam o status quo.
Letra e.
A guerra trouxe consequências negativas, como a formação dos exércitos paraguaios com
crianças, mulheres e idosos. Acerca do número de mortos, não se tem um resultado preciso,
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mas estima-se que mais de 75% da população do Paraguai foi morta e a perda territorial de
aproximadamente 140 mil km para a Argentina e para o Brasil. Para os brasileiros, a guerra
retirou a vida de aproximadamente 50 mil pessoas e deixou uma dívida de cerca de 614 mil
contos de réis, o que foi considerado um desastre econômico. Acredita-se que muitas vidas
teriam sido poupadas se tivessem dado espaço para as estratégias de diplomacia e bom diá-
logo entre os países. Além disso, a guerra apresentou uma escassez de recursos e precárias
condições de subsistência, com grande sofrimento da população em decorrência da fome e da
disseminação de certas doenças, como a varíola.
Letra c.
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A descoberta das minas auríferas provocou uma intensa onda migratória de paulistas para a
região de Cuiabá, aliás os paulistas tinham sido expulsos de Minas Gerais após a derrota na
Guerra dos Emboabas.
Letra d.
Desde a descoberta de metais preciosos até por volta de 1838, a comunicação entre Cuiabá e
São Paulo ocorreu através da navegação fluvial, surgindo as monções. Elas ocorriam de duas
formas distintas: as formadas pelo governo e as efetuadas por particulares. As do governo
levavam forças militares e autoridades administrativas, já as monções particulares realizavam
comércio com as áreas mineradoras.
Letra b.
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c) apesar de diversas, eram, em seu maior número, do grupo Bororo, considerados pelos colo-
nizadores muito violentos por resistirem duramente à catequese jesuítica e possuírem rituais
antropofágicos.
d) eram heterogêneas, uma vez que os processos colonizatórios português e espanhol haviam
deslocados grupos indígenas de diferentes troncos linguísticos para o interior do continente.
e) faziam recorrentes alianças entre os diferentes grupos existentes a fim de unirem forças e
se protegerem dos ataques dos bandeirantes, contra os quais agiram de forma ininterrupta, a
ponto de impedir o processo de fundação de vilas e povoados.
Os quilombos do Rio Manso e do Quariterê (Quilombo do Piolho) são os mais estudados pelos
historiadores. Localizando, respectivamente, na região da Chapada dos Guimãres e no Vale
do Guaporé.
Letra b.
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Na verdade, as ofensivas eram tanto para os índios como para os negros rebelados.
Letra e.
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No Mato Grosso, o conflito entre os liberais e os conservadores era representado pela “Socie-
dade dos Zelosos da Independência” e a “Sociedade Filantrópica”, respectivamente. Em 1834,
os desacordos na província resultaram em um confronto bastante violento chamado de Rusga.
Letra a.
041. (FGV/AL-MT/2013) A Capitania de Mato Grosso foi criada pela Coroa portuguesa em
1748. No ano seguinte, a rainha D. Mariana Vitória enviou
042. instruções ao Capitão-General D. Antonio Rolim de Moura Tavares. “Por se ter entendido
que Mato Grosso é a chave e o propugnáculo (...) do Brasil pela parte do Peru, e quanto é im-
portante por esta causa naquele distrito se faça população numerosa, e haja forças bastantes a
conservar os confinantes em respeito, ordenei se fundasse naquela paragem uma vila e concedi
diversos privilégios e inserções para convidar a gente que ali quisesse ir estabelecer-se(...). E
me faças presente quais outras providências serão próprias para o fim proposto de aumentar e
fortalecer a povoação daquele território”.
(MENDONÇA. Marcos Carneiro de. Rios Guaporé e Paraguai: primeiras fronteiras definitivas do Brasil. Rio de
Janeiro: Biblioteca Reprográfica Xerox, 1985, p.127.)
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043. (UNEMAT/2016) A criação da capitania de Mato Grosso insere-se no âmbito das medi-
das de caráter militar para impedir o avanço dos espanhóis sobre o Vale do Guaporé. Essas
medidas diziam respeito à montagem de um aparato administrativo e militar, estruturado a par-
tir da segunda metade do século XVIII. A garantia da posse foi viabilizada por meio de medidas
que visavam posteriormente o caráter de povoamento.
PERARO, Maria Adenir. Bastardos do Império: família e sociedade em Mato Grosso no século XIX. São Paulo:
Contexto, 2001.
Entre as medidas tomadas pelo primeiro governador da capitania do Mato Grosso, D. Antônio
Rolim de Moura, empossado em 1751, estava:
a) a fundação de Cuiabá como Capital de Mato Grosso.
b) o aumento das taxas de impostos para novos moradores da nova capitania.
c) a fundação da capital do Mato Grosso e de aldeias administradas por “índios mansos”, além
da promoção de incentivos fiscais para moradores e colonos.
d) a ocupação do território efetivada por meio da criação de povoados sem a participação de
indígenas.
e) o incentivo à produção econômica da nova capitania exclusivamente pela extração de ouro.
O primeiro governador da Capitania foi Antônio Rolim de Moura em 1748. Em 1749, recebeu
um documento da Rainha Mariana Vitória, com 32 medidas que deveria ser praticada na admi-
nistração da Capitania. Entre elas podemos destacar:
• Fundar a capital no Vale do Guaporé e estimular seu povoamento com privilégios e isen-
ções de impostos;
• Criar tropas militares para guarnecer a fronteira e manter a segurança do território;
• Agir com diplomacia junto aos colonos de Castela nas questões fronteiriças;
• Proceder a levantamento cartográfico para fixar os limites de Mato Grosso com a capi-
tania de Goiás e o Grão-Pará;
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044. (UFMT/2008) A Rusga em Mato Grosso, portanto, foi um dos mais precoces movimen-
tos regenciais, visto que deflagrado em 1834. Mesmo tendo sido uma luta armada travada no
interior das elites, ela engrossou uma movimentação mais ampla, tendo sido plural em suas
reivindicações e expressões.
(SIQUEIRA, E. M. História de Mato Grosso. Cuiabá: Entrelinhas, 2002.)
Sobre o movimento A Rusga, assinale a afirmativa correta.
a) Propôs a abolição do trabalho escravo com o objetivo de conseguir a adesão não só dos
cativos, mas também dos grupos abolicionistas.
b) O principal alvo dos revoltosos foi a elite comercial e os pequenos proprietários.
c) Em seu momento de maior radicalização, os líderes do movimento pretenderam a indepen-
dência da província.
d) Significou a reação das elites da província à promulgação da Constituição Imperial.
e) Foi também impulsionada pela questão da cor, pois os revoltosos, em sua maioria mulatos
ou crioulos, sentiam-se inferiorizados em relação à população branca.
Ela também foi motivada pela questão da cor, quando vários revoltosos, em sua maioria mula-
tos ou crioulos, sentiam-se inferiorizados em relação à população branca.
Letra e.
045. (IF-MT/2017) No século XVIII, os principais meios à capitania de Mato Grosso eram os
caminhos fluviais, através do sistema abastecedor e de transportes chamado de “monções”.
Sobre o funcionamento dessas viagens e percursos, pode-se afirmar:
a) As monções eram rotas terrestres que visavam facilitar o deslocamento de grupos sociais,
alimentos, bebidas, escravos através do uso da estrada de terra Vila Boa – Vila Real do Cuiabá.
b) A introdução do gado, em 1736, via rota terrestre, contribuiu para o desenvolvimento das
monções, sobretudo com a utilização da força da tração animal para as cargas de mercadorias.
c) As monções vinham pelo sul, saindo de São Paulo, e pelo norte, saindo de Belém, utilizando
os rios como caminhos até Vila Real do Cuiabá e Vila Bela da Santíssima Trindade.
d) O abastecimento hidroviário era feito apenas uma vez por ano, mesmo com a rapidez das via-
gens pelos rios, que duravam cerca de sete dias, por causa dos constantes ataques indígenas.
e) Os batelões e canoas eram embarcações de pouca valia para as monções, pois os rios pouco
foram utilizados para o deslocamento de pessoas e mercadorias à capitania de Mato Grosso.
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Desde a descoberta de metais preciosos até por volta de 1838, a comunicação entre Cuiabá e
São Paulo ocorreu através da navegação fluvial, surgindo as monções.
Letra c.
046. (UNEMAT/2010) “Os escravos constituíam aquilo que o cronista Antonil denominou, em
sua obra Cultura e opulência do Brasil (1967), ‘as mãos e os pés dos senhores do engenho’.
No caso de Mato Grosso, os negros africanos atuaram como trabalhadores dos engenhos de
açúcar, das fazendas de lavoura e, sobretudo, junto aos trabalhos de mineração” (SIQUEIRA,
Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso: da ancestralidade ao dias atuais. Cuiabá: Entre-
linhas, 2002. p.120).
047. Sobre a história da presença negra em Mato Grosso, assinale a alternativa incorreta.
a) Em Mato Grosso tivemos a presença de “escravos de eito”, “escravos de ganho” e “escravos
domésticos”.
b) Em Mato Grosso, assim como em todo o Brasil, o número de quilombos foi grande e o mais
famoso deles foi o chamado Piolho ou Quariterê, situado na região do rio Guaporé, próximo
ao rio Piolho. Era constituído de uma aldeia composta de negros escravizados, índios, crioulos
e caburés.
c) Os quilombos em Mato Grosso, mesmo sofrendo perseguições e até destruição total, só
existiram durante o período colonial, pois durante a província não há registros sobre movimen-
to de quilombolas em território mato-grossense.
d) Na região de Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, conhecida como Santana da Cha-
pada e Lugar dos Guimarães, havia quilombos, pois nesta região foram instaladas fazendas de
engenhos, as quais exigiam abundante mão de obra escrava africana.
e) Os quilombos em Mato Grosso não eram constituídos apenas de escravos africanos, mas
também de homens livres, pobres, dentre os quais podemos destacar os soldados desertores,
índios e criminosos.
O item C está errado, pois no império do Brasil ainda tínhamos a existência de vários quilom-
bos nesta terra.
Letra c.
048. (INÉDITA/2022) Durante as monções, um dos maiores perigos enfrentados eram os ata-
ques de sociedades indígenas, motivo pelo qual os viajantes preferiam percorrer o trajeto em
comboio para minimizar os possíveis ataques.
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Existiam vários riscos nos períodos das monções, destacando os ataques indígenas.
Certo.
050. (INÉDITA/2020) Durante o período colonial a economia do Mato Grosso era baseada,
exclusivamente, na produção aurífera.
Lembre-se que outras atividades eram desenvolvidas, como a extração da erva-mate, cana-de-
-açúcar e apoaia.
Errado.
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REFERÊNCIAS
Mendes, M. A. História de Mato Grosso. 1. ed. Cuiabá: Adriana, 2020. E-book. 245 p.
Cleber Monteiro
Pós-graduado em Coordenação e Orientação Pedagógica. Professor do Colégio Militar Dom Pedro II (CM-
DPII) e de cursinhos preparatórios para PAS, Enem e concursos públicos (sistema EaD e presencial).
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