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07/12/2020 Análise da imagem "Engenho de Itamaracá", de Frans Post

Análise da imagem “Engenho de


Itamaracá”, de Frans Post
28 de janeiro de 2016

O paisagista holandês Frans Post foi o primeiro artista a registrar imagens do Brasil colonial. Suas pinturas mostram
paisagens, engenhos e a escravidão do Nordeste açucareiro do século XVII. Trata-se de uma valiosa fonte histórica da
qual extraímos a imagem “Engenho de Itamaracá” para o aluno colorir e trabalhar em sala de aula.

***Ao nal do artigo, instruções para a atividade e download do desenho


para colorir***

O artista
O pintor holandês Frans Post (1612-1680) veio para o Brasil, em 1637, junto com a
comitiva do governador holandês, de Maurício de Nassau, à época da ocupação
holandesa no Nordeste (1630-1654).

Durante os sete anos que permaneceu no Brasil, Frans Post pintou paisagens, vistas
de portos, forti cações e engenhos tendo o cuidado em reproduzir detalhes da
topogra a, fauna e ora. Desse período colonial conhecem-se apenas os quadros:
vistas de Itamaracá, de Porto Calvo, do Forte dos Reis Magos, do rio São Francisco e
da ilha de Antônio Vaz.

De volta à Holanda, continuou pintando cenas brasileiras, baseando-se em esboços e


desenhos. Ilustrou a obra de Gaspar Barlaeus, “História dos feitos recentemente
praticados durante oito anos no Brasil” (1647), um relato do governo de Nassau na
história do Brasil.
Frans Post, Worcester Art Museum.

A obra de Barlaeus contém mapas e ilustrações entre as quais está a imagem abaixo,
selecionada para esta matéria.

Presença holandesa no Brasil Colonial


Desde o início do processo de colonização do Brasil, no século XVI, os holandeses estiveram envolvidos com a
produção açucareira. Antes mesmo disso, uma numerosa colônia de comerciantes holandeses estava concentrada em
Lisboa e havia holandeses explorando a produção canavieira na ilha da Madeira, Canárias e Açores.

O primeiro engenho do Brasil, instalado em São Vicente, foi construído em sociedade formada por Martim Afonso de
Sousa com holandeses, em 1533. Uns dez anos depois o engenho foi adquirido pela empresa holandesa Erasmo Schetz
& Filhos, de Antuérpia, passando a ser conhecido como São Jorge dos Erasmos.

Seguindo o exemplo de João Veniste e Erasmo Schetz, que mandaram construir o famoso Engenho dos Erasmos, em
São Vicente, uma dúzia de outros amentos aplicou seu capital nas plantações e nos engenhos no Nordeste, de
Pernambuco à Bahia. Entre os mais conhecidos há aquele de Duarte Hoelscher, em Itaparica, e aquele de Gaspar de
Mere, em Marapatagibe, perto do Cabo de Santo Agostinho, desenhado por Frans Post. O total de amengos presentes
no Brasil colonia, por volta de 1600 ultrapassou certamente a centena: havia além de senhores de engenho também
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Engenho de Itamaracá, de Frans Post para mapa de Gaspar Barlaeus, 1647.

comerciantes, caixeiros, marceneiros, soldados e marinheiros e até miseráveis e prostitutas. (STOLS, 1996, p. 23)

Os holandeses nanciaram a montagem de engenhos, forneceram equipamentos e zeram o transporte do açúcar para
a Europa, onde era comercializado.

O rompimento dos acordos comerciais entre Portugal e Holanda durante a União Ibérica levou os holandeses à
ocupação do Nordeste onde assumiram o controle da produção canavieira. O conde João Maurício de Nassau foi
nomeado para governar os domínios holandeses no Brasil colonial e cuidar dos negócios do açúcar. Em 1637, Nassau
desembarcou em Recife trazendo em sua comitiva cientistas, homens de letras e os pintores Albert Eckhout e Frans
Post.

Durante o domínio holandês (1630-1654), o abastecimento de escravos para os engenhos brasileiros foi mantido
graças à ocupação de pontos comerciais na África (costa da Guiné, em 1637: Angola, em 1641).

Leitura da imagem

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Moenda, detalhe de gravura de Frans Post.

Casa-grande, detalhe de gravura de Frans Post.

A gravura de Frans Post, feita para o mapa de George Marcgraf, mostra uma fazenda de cana-de-açúcar. No centro, vê-
se o engenho, propriamente dito, isto é, a moenda onde a cana era moída para extração do caldo. Uma grande roda
d’água junto ao rio é a força motriz para o funcionamento da moenda.

Um escravo leva à cabeça um cesto com o bagaço da cana moída. A cana é transportada até a moenda por carros
puxados por bois.

À esquerda da moenda, estão os fornos alimentados por lenha que aquecem as caldeiras que cozinham o caldo de
cana até se tornar um melaço.

Ao fundo, à esquerda, está a casa-grande em cuja sacada há um homem que conversa com outro, abaixo, montado a
cavalo.

À esquerda da casa-grande, uma construção baixa e longa, possivelmente a senzala; à frente da entrada, um grupo de
negros que parecem cantar ou dançar; dois deles seguram instrumentos de percussão.

Em primeiro plano, um grupo chega à fazenda: um homem montado a cavalo segue à frente, atrás dele, uma escrava
leva um enorme cesto à cabeça. Dois negros carregam alguém na rede, possivelmente uma mulher, protegida por uma
tapeçaria com franjas.

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Escravos junto à senzala, detalhe de gravura de Frans Post.

Transporte em carro de boi e em rede, detalhe de gravura de Frans Post.

Instruções para aplicar a atividade


Cabe ao professor decidir em que momento essa atividade deverá ser proposta à classe: como fechamento das aulas
sobre economia canavieira, como introdução a esse conteúdo ou mesmo durante o desenvolvimento do tema. Seja
como for, a atividade deve ser feita em sala de aula, e não como lição de casa, para garantir um melhor aproveitamento
do aprendizado. Portanto, solicite aos alunos trazerem lápis de cor no dia em que ela for aplicada.

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Casa do engenho de cana, baseado em Frans Post.

Antes de distribuir os desenhos a serem coloridos, mostre a imagem original. Contextualize-a explicando sua autoria,
data e explicando o tema ilustrado.

Destaque que o pintor nasceu nos Países Baixos e viveu sete anos no Brasil. Explique a presença holandesa no Brasil
Colonial.

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Fonte
LUCIANI, Fernanda Trindade. Barleus: oito anos de Nassau no Brasil. Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin.
MELLO, Evaldo Cabral de (org.). O Brasil holandês. São Paulo: Pengoin/Companhia das Letras, 2010.
STOLS, Eddy. “A iconogra a do Brasil nos Países Baixos do século XVI ao século XX”. Revista USP, Dossiê Brasil
dos Viajantes, 1996, pp. 20-31.
Frans Post. Enciclopédia Itaú Cultural.

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