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É necessário que se trabalhe suas ideias de forma que elas caibam no quadro,
mas que estejam bem construídas e em consonância com a narrativa, de modo que se
crie uma unidade da imagem. Essa unidade é voltada à base de qualquer
mensagem que se queira passar com o suporte imagético: O enquadramento.
Isso não quer dizer que você precise eliminar tudo o que não seja o centro de
interesse, apenas o que de alguma maneira não apoie a ideia central que se pretende
apresentar. O olhar tende a excluir o que não é relevante, mas a câmera e o microfone
não têm esse mesmo poder.
O pintor, antes de agir em sua obra, sabe a dimensão de sua tela. Sabe se será
em posição vertical ou em formato paisagem, se terá proporções retangulares ou não
e etc. A partir dos limites físicos de seu suporte, ele faz uma seleção criteriosa
dos elementos que mostra. Fala através do que faz ver. Ou seja: ele compõe a cena.
A genialidade desses artistas é viva. Permanece por seu eco na maneira como
pensamos o espaço do vídeo, da fotografia. O mesmo princípio é aplicado ao
fotógrafo. Seguimos, graças a eles, algumas regras pelas quais o olho humano é atraído
com maior facilidade. Se enquadrarmos respeitando algumas dessas regras,
certamente o resultado dessa seleção é mais atrativo. A possibilidade de conseguir
conservar determinada realidade em um espaço bidimensional perpassa a técnica.
Quadrante
Terço
vertical
Terço horizontal
Nos terços à direita do quadro, o pássaro de madeira é um elemento de destaque. Ele, em toda sua
extensão, ocupa os 3 terços mais orientais e parece olhar para a parte ocidental da cena, onde o sol
clareia em seus primeiros raios. O pássaro situa-se nos terços superiores e, ao fundo, o céu lhe dá aval ao
vôo. A combinação de cores do céu, a presença das nuvens, a planície logo abaixo constituem o fundo da
imagem. Esse padrão é mantido exceto pelas presenças do pássaro e do sol, justamente os elementos de
destaque.
Linhas. Trabalhar com linhas é uma boa forma de compor sua imagem. O
horizonte é a principal delas, mas existem inúmeras possibilidades, como prédios,
troncos de árvores, postes, estradas, móveis, etc. Nossos olhos tendem a seguir essas
linhas à medida que se movem de uma parte do quadro para outra.
De acordo com a regra dos terços as linhas horizontais devem estar ou no terço
de cima ou no terço de baixo do quadro. Da mesma maneira, as linhas verticais não
devem dividir o quadro em duas partes iguais.
Perspectiva. As posições de câmera e a distância focal da lente alteram a
perspectiva da tomada, tanto quanto a distância aparente entre objetos Uma distância
mínima entre a câmera e objeto associada com uma lente de distância focal curte ou
uma lente zoom na posição de grande angular exagera a perspectiva).
As ferramentas que temos para jogar com foco seletivo são aquelas que alteram a
profundidade de campo: distância do assunto, distância focal e abertura. Grandes
aberturas conseguem melhores resultados de foco seletivo, devido à pequena
profundidade de campo que elas conseguem alcançar.
Saber o que e como você irá fotografar, é essencial. Por isso, antes de
começar, duas coisas precisam estar bem claras: a razão específica daquela imagem,
todo e qualquer ensaio precisa ter um motivo, precisa estar previamente
planejado e roteirizado.
REFERÊNCIAS
RODRIGUES, Chris. O cinema e a produção. 3.ed. Rio de Janeiro: Lamparina editora,
2007.
MOURA, Edgar. 50 anos luz, câmera e ação. 2. ed. São Paulo: SENAC São Paulo, 2001.
SIMMONS, Mike. Como criar uma fotografia. São Paulo: Gustavo Gili, 2015.