aula 07

.composição
 1. ELEMENTOS DAS ARTES VISUAIS

Existem sete elementos das artes visuais que são comuns a qualquer tipo de técnica, seja ela fotografia, de-
sign, pintura, ou outro. Esses elementos contribuem na compreensão da estrutura de uma imagem, na qual ao me-
nos alguns desses elementos estarão sempre presentes.
LINHA
A fotografia é uma arte visual de duas dimen-
sões. Mesmo que o motivo fotografado seja tridimensio-
nal, a imagem em si é composta por largura e altura. As li-
nhas podem ser literais na cena ou sugestionadas, dando
sensação de movimentação à imagem. A forma como se
usa as linhas (sejam as literais ou as sugestionadas) ajuda
a passar uma mensagem e/ou sensação com a imagem.
O uso de linhas retas transmite a sensação de ordem e
planejamento, de algo feito pelo ser humano, enquan-
to a utilização de linhas curvadas e irregulares traz uma
sensação mais orgânica e natural.

TEXTURA
Pelo fato de estar lidando com uma imagem em
duas dimensões, apenas será possível ter controle so-
bre a aparência da textura na fotografia. Tal controle é
Jason Peterson. Fonte: My Modern Met (Reprodução)
conseguido a partir do uso de outros elementos, como
a cor e a luz. Ao fotografar uma parede ou a densidade de uma selva, por exemplo, o objetivo é dar destaque à textu-
ra. Por isso, se pode fazer uso de uma iluminação lateral e mais dura para destacar cada ranhura. Mas, ao fotografar
um bebê, por exemplo, é bem provável que não se queira dar destaque à textura de sua pele, afinal, os pequeninos
possuem uma textura de pele bem suave. Assim sendo, neste caso e demais situações semelhantes, a tendência é
evitar a utilização de texturas muito marcadas.
Normalmente, isso é feito com o uso de uma iluminação mais difusa.

COR
A cor é um dos elementos mais poderosos e versáteis existentes a favor da fotografia. Podese dizer algo usan-
do somente uma cor ou uma combinação dela e ainda ao usar cores mais frias ou mais quentes. Pode-se dizer algo
combinando cores complementares ou análogas.
Por fim, com o uso de apenas uma escala de cinza e esta ausência de cores vai dizer algo diferente.
Cores mais quentes (amarelo, vermelho ou laranja) traduzem uma sensação de aconchego,energia e calor,
enquanto as cores mais frias (azul, verde ou violeta) transmitem uma sensação mais gélida, remetendo ao vazio e à
solitude.

LUZ E SOMBRA
A luz a sombra fazem parte de um jogo de claro e escuro na imagem. As fotografias com elemento em desta-
que envolto a muita sombra se chamam low key. Para se obter um bom low key é fundamental abusar do contraste.
Em fotografias que abusam na utilização da luz dá –se o nome de high key. São imagens sem contraste, com menor
dramaticidade que inspiram leveza e remete a sonhos. É indicada a utilização de luzes e sombras com mais ou menos
contraste para conseguir novas sensações “no meio do caminho”. Contudo, é importante lembrar que as fotos em
P&B dependem totalmente do contraste, já que não possuem cor.

VOLUME
O volume é a representação de um objeto 3D. Assim como a textura, na fotografia é simulada a terceira di-
mensão de um objeto com volume utilizando a luz e a sombra, podendo aumentar ou diminuir o volume de um ob-
jeto. Usar iluminação de silhueta (chamada de backlight), por exemplo, torna possível para a definição das nuances
volumétricas do motivo fotografado.
 FORMA
Ao contrário do volume, a forma tem duas dimensões. Um quadrado é uma forma, assim como um círculo
ou um rosto. É fácil notar as formas ao analisar fotos de silhuetas, mas, certamente, ela estará lá ainda que não seja
tão óbvia. A forma pode ser definida com linhas, cores, luzes e sombras, sendo ela de suma importância na fotografia,
uma vez que define aquilo que está sendo fotografado. Ao se fotografar uma pessoa de um ângulo mais alto, a ten-
dência é que a linhas fiquem convergentes para baixo e ela pareça mais magra pela forma que foi criada na imagem.
Caso uma mulher grávida seja fotografada de perfil, a barriga ficará mais evidente e a fotografia mais explicativa.

ESPAÇOS
Os espaços são as áreas definidas em uma imagem. Normalmente, se tem o fundo e o assunto que são cha-
mados de espaço negativo e positivo. O espaço positivo é o assunto principal, enquanto o espaço negativo auxilia na
condução do olhar para o referido assunto.
Na fotografia é muito comum utilizar a baixa profundidade de campo para facilitar a visualização do assun-
to.
O uso dos espaços é muito importante na composição de uma fotografia. É com o espaço que é definido
como o olhar da pessoa que está vendo nossa imagem vai “navegar” por ela. O espaço negativo serve como respiro,
emoldurando, envolvendo o assunto. Sem ele, a fotografia perde a expressão.

2. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA COMPOSIÇÃO

EQUILÍBRIO
A primeira coisa que uma fotografia precisa é de equilíbrio. Além disso, uma fotografia precisa ter informa-
ções que se complementem e se completem, pois, quando desequilibrada, ela parece estranha aos olhos, como se
estivesse faltando ou sobrando algo.

CONTRASTE
O contraste é o uso de iluminação ou cores para definir mais drasticamente o olhar do observador pela foto-
grafia.
É possível adicionar contraste com a iluminação ou com a utilização de cores a partir de cores que se comple-
tam ou destacam.

RITMO
O movimento é o que faz a pessoa viajar o olhar pela fotografia da forma que o fotógrafo planejou. Não é
viável olhar para uma fotografia e para nela. Assim, o ritmo permite que o observador olhe a fotografia e pare para
ver mais, viajando por todos os elementos.

ÊNFASE
A ênfase é o destaque dado para o assunto principal da fotografia. Neste caso, acredita-se que sempre há
algum assunto principal e, o melhor que se pode fazer é evitar dar ênfase a qualquer outra coisa. Isso pode ser feito
usando cores, luzes e sombras e profundidade de
campo.

REPETIÇÃO
A repetição é a utilização de elementos parecidos em cor ou formato para passar uma mensagem ou formar
uma linha.

PROPORÇÃO
A proporção é o que distribui os elementos no quadro de acordo com o grau de importância e tamanho. Com
o uso da proporção, dá-se ênfase ao assunto.
 UNIDADE
Uma fotografia tem que parecer completa e com elementos que dizem algo. Tudo o que está no quadro tem
que ter alguma função na composição. O maior erro que pode ser percebido nas fotografias refere-se ao fato de que
muitos elementos não dizem nada ou não adicionam nada à fotografia, deixando-a sem unidade.

3. CONCLUSÃO

Lembrando que a análise de qualquer obra de arte somente com base nos princípios e elementos é extrema-
mente técnica e, por isso, não deve ser a única coisa a ser considerada. Mas, conhecer tais princípios é essencial para
se saber como criar imagens que, além de serem tecnicamente bem compostas, também passam uma boa mensa-
gem.

ENQUADRAMENTO

REGRA DOS TERÇOS

Devido à percepção que se tem sobre a estética, comum às inúmeras áreas da composição visual bidimensio-
nal (tais como design, pintura, gravura e fotografia), algumas regras são comuns às referidas técnicas, como a Regra
dos Terços.

FUNDAMENTOS
Pegue uma imagem e desenhe mentalmente um “jogo da velha” sobre ela. Os pontos importantes da foto-
grafia devem ficar em alguma das quatro convergências dessas linhas mentalizadas. Se existirem linhas na imagem,
a preferência será no posicionamento junto às linhas do jogo da velha.

POR QUE TERÇOS?

A Proporção Áurea, desde a Antiguidade, tem sido usada na arte e em pinturas renascentistas. É um número
resultante de uma equação matemática envolvido com a natureza do crescimento. Phi, como é chamado o número
áureo, pode ser encontrado na proporção dos seres humanos (o tamanho das falanges, ossos dos dedos, por exem-
plo) e nas colméias, entre inúmeros outros exemplos que envolvem a ordem do crescimento exponencial. Por haver
tal frequência, o número de ouro sempre foi alvo de pesquisadores, artistas e escritores. Apesar do status que possui,
o número de ouro é apenas o que é devido aos contextos em que está inserido, ou seja, no crescimento biológico.

Composição. Fonte: Blog Olhares (Reprodução)

 USANDO AS CONVERGÊNCIAS
O segredo é que cada fotografia tenha suas próprias características, mas, nem sempre é fácil definir o que irá
nas bolinhas. O importante é que antes de produzir a fotografia, seja definido o que se deseja colocar em evidência e
fazer uma composição de acordo com este item.

HORIZONTES
Às vezes, como em uma fotografia de paisagem, a concentração será sobre as próprias linhas do terço e não
nas bolinhas. É mais simples do que se imagina.

FIQUE ATENTO: Não centralize o horizonte! Não centralize a árvore!
Não centralize o monumento! Não centralize as linhas!

REGRAS SÃO FEITAS PARA SEREM SEGUIDAS E QUEBRADAS

Regras fotográficas não são normas vazias e inventadas somente para dar características distintas à deter-
minada técnica. São fundamentos estudados, planejados e concretizados para que aquele que está apreciando uma
fotografia consiga entender a ideia passada pelo fotógrafo por meio daquela imagem. O que ele quer dizer? Qual
mensagem ele quer transmitir?
Depois que se aprende a lidar com as regras, torna-se possível escolher quebrá-las. Contudo, é importante
fazer isso sempre de forma consciente e por bons motivos. As regras, uma vez quebradas, também podem proporcio-
nar fotografias fantásticas. Assim, a quebra é indicada para testar as composições até encontrar o melhor enquadra-
mento.
CORTES

O principal e mais importante elemento da composição e enquadra-
mento não é saber o que mostrar na fotografia, mas, sim, o que esconder e
cortar. A maioria dos fotógrafos sabe enxergar belas composições, porém o
grande diferencial está na forma como ele irá isolar o motivo.
Quando for enquadrar uma ou mais pessoas em uma fotografia, al-
guns conceitos de corte considerados fundamentais devem ser avaliados.
Além de saber como posicionar uma pessoa dentro da imagem (como vemos
na Regra dos Terços), é importante saber qual parte pode ser feito o corte do
corpo do modelo. No diagrama abaixo pode ser visualizado como fazer o me-
lhor enquadramento possível:

Nota-se que há posições do corpo que, quando enquadradas na área

de corte, não tiram a naturalidade da fotografia. Porém, as áreas em verme-
lho mostram são aquelas que, ao serem cortadas, criam uma aparência nada
agradável na imagem.
Enquadramento. Fonte: Fotografia Todo Dia
(Reprodução)

FIQUE ATENTO: Observar o enquadramento é muito importante e pode ser um diferencial na quali-
dade da sua imagem e vídeo. Se tiver dúvidas na hora do corte, opte pelo padrão: corte na cintura ou no meio
da coxa, deixando os braços cortados acima do cotovelo ou inteiros.